Casos clinicos psicofarm

June 14, 2017 | Autor: Inês Nunes | Categoria: Psicopedagogia
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Aula 4 – Caso Clínico
Um psicólogo clínico foi contactado por T. para consultar a sua mulher, A., cuja funcionalidade em casa nas tarefas domésticas tinha vindo a decair.
Ele suspeitava que ela bebia em excesso, embora não conseguisse obter provas concretas de que ela o fazia (ela tinha tido em tempos problemas de abuso de álcool).
T. referia que a mulher muitas vezes se esquecia de coisas importantes e que quando chegava a casa a encontrava irritável e "completamente disfuncional".

Ele sabia que ela tinha procurado várias vezes o médico por "problemas emocionais", mas não se notavam melhorias, o que tinha motivado T. para procurar ajuda.
Inicialmente resistente, A., aceitou a relação terapêutica com o psicólogo, que iniciou a sua abordagem pelas questões de poder na relação conjugal, a opressão pelo marido, e a sua falta de realização pessoal - que demonstraram ser objetivos importantes na vida de A.
A doente traçou um quadro de progressivo descontentamento com o seu casamento, desde há anos.

Queixando-se de ansiedade e tensão tinha iniciado tratamento com benzodiazepinas prescritas pelo seu médico de família. Parecia ajudá-la, mas a dose era sempre insuficiente… A. e o seu terapeuta trabalharam durante alguns meses, conseguindo alguns progressos no entanto muito aquém do que este esperava.
Quando o psicólogo começou a explorar a importância dos ansiolíticos para a sua cliente, descobriu que A. tomava todos os dias uma dose elevada e acima do prescrito, e ainda alguns comprimidos suplementares sempre que antecipava dificuldades no relacionamento com o marido - o que acontecia também diariamente.

Um contacto com o médico assistente de A. elucidou o terapeuta que este lhe tinha deixado de prescrever ansiolíticos há cerca um ano quando descobriu que A. usava receitas de outro médico para duplicar a quantidade de medicamentos.
Foi ficando claro que A. estava a utilizar receitas de 3 médicos diferentes que não tinham conhecimento das prescrições uns dos outros. Neste momento o foco da terapia foi deslocado para o abuso de fármacos e A. foi persuadida a colaborar com o médico no tratamento deste problema.

Diazepam, tal como ela o utilizava, pode ter como efeito colateral síndrome amnésico e efeito paradoxal de irritabilidade e agitação.
Retrospetivamente a suspeita de T. de que a sua mulher podia ser alcoólica não andava longe da verdade, dado que os ansiolíticos estavam a cumprir na vida dela o papel que o álcool tem na vida de um alcoólico. A. aceitou deixar as benzodiazepinas e tratou o síndrome de abstinência, e o psicólogo trabalhou com ela a luta de poder dentro da relação conjugal, procurando uma situação mais equilibrada.

Aula 6 – Caso Clínico
SMSL, de 35 anos de idade, recorre ao seu Médico de Família por quadro com 2 meses de evolução, caracterizado por despertar precoce, sentimentos de desanimo, anedonia, perda de apetite com perda peso (5 kg). O doente acrescenta que nas últimas semanas não tem conseguido concentrar-se o que tem tido um impacto negativo no seu funcionamento laboral. Descreve ainda sentir-se culpado uma vez que "nada me está a correr bem...nem no trabalho nem em casa...", "...perdi todo o interesse na minha mulher e ela agora até desconfia que tenho outra pessoa porque já não a procuro". Tem tido ideias passivas de morte "se Deus me levasse". O médico informa o doente sobre o seu diagnóstico e prescreve um antidepressivo.
Uma semana depois o doente regressa ao consultório queixando-se que tem estado com náuseas e também não notou melhoria nenhuma, "aliás Sr. Dr. estou até mais nervoso, não sei o que se passa..."
Que diagnóstico propõe?
Em que difere o diagnóstico referido na pergunta anterior de um estado de tristeza?
Que efeitos secundários sentiu o doente? Seria motivo para descontinuar o tratamento? Justifique a sua resposta.
Por que existe uma demora no início do efeito terapêutico do antidepressivo?


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