Casos para discussão moral

June 19, 2017 | Autor: Sergio Rego | Categoria: Moral Development, Moral Education, Bioethics Education, Civic and Moral Education
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Casos para discussão sobre os aspectos morais Sergio Rego [email protected] DOI: 10.13140/RG.2.1.3252.2724

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Estes casos foram desenvolvidos no âmbito do projeto apoiado pelo CNPq, vinculado à uma bolsa de produtividade em pesquisa. Este modelo de caso está inserido na perspectiva de Georg Lind, que desenvolveu o método Konstanz de discussão de dilemas morais. Note-se que o caso é fechado, já tem uma solução do protagonista e possibilita focar melhor nos argumentos morais e não nos mecanismos de defesa individuais, também associados frequentemente ao “politicamente correto”. Sergio Rego - Casos para discussão dos aspectos morais - [email protected]

A decisão do Dr Arnaldo - quem sobe? n 

O Dr Arnaldo é um médico residente de cirurgia geral em um hospital de emergência em um grande centro urbano. Durante seu plantão na Emergência, no início de uma madrugada, dois pacientes baleados dão entrada no hospital. O que foi trazido pelo Sistema de Atendimento de Urgência Municipal é um policial militar de 48 anos, ferido quando tentava impedir um assalto a um casal de namorados. O outro, de 19 anos, trazido no carro de patrulhamento ostensivo da polícia, era o homem acusado de ter baleado o policial e que tinha sido baleado pelo PM. Ambos estão com um quadro clínico instável, precisando ser submetidos a um procedimento cirúrgico de urgência, mas José está mais grave. O Dr Arnaldo determina à equipe de enfermagem que encaminhe os dois ao Centro Cirúrgico, mas é informado que só há uma mesa cirúrgica disponível pelas próximas 4 horas. Só um poderá ser operado com todos os recursos do e no Centro Cirúrgico – o outro deverá ser operado na própria emergência ou aguardar a liberação de uma sala cirúrgica. A decisão tem que ser tomada imediatamente. Este pensa por alguns instantes e decide encaminhar o policial ao Centro Cirúrgico. Sergio Rego - Casos para discussão dos aspectos morais - [email protected]

A decisão da Dra Tereza: quem fica no respirador? n 

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Em uma cidade brasileira, existe um hospital que possui uma unidade de terapia intensiva pediátrica, única da micro-região e que é a referência do SUS para a região e possui 08 leitos. Em uma noite de sábado, a Dra Tereza era a única pediatra de plantão, sendo também responsável pela Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP), que estava lotada. Por volta das 7 horas da noite dá entrada no hospital uma criança com um severo quadro respiratório agudo necessitando de cuidados intensivos e assistência ventilatória imediatos. Não há nenhum respirador disponível. Embora esteja grave, esta é uma criança que tem grandes chances de se recuperar completamente com os cuidados adequados em uma UTIP. Existe na UTIP uma criança internada há mais de quatro meses e que apresenta um quadro de doença crônica, em uso de ventilação artificial e que não tem nenhuma perspectiva de se recuperar da atual enfermidade, não tendo ainda ido a óbito pelas medidas extraordinárias que são estabelecidas, incluindo diálise renal e reanimação cardio-respiratória quando necessário. Embora a Dra Tereza não seja uma pessoa especialmente religiosa, os pais da criança que já está internada são e sempre deixaram muito claro que esperavam que sempre fosse feito tudo para retardar ao máximo a morte de seu filho. Não há tempo a perder. O suporte ventilatório deve ser iniciado imediatamente. A Dra Tereza pensa por alguns instantes e decide remover a criança crônica do respirador, determinando que seja iniciado imediatamente o tratamento do novo paciente Sergio Rego - Casos para discussão dos aspectos morais - [email protected]

Carla: Trabalho ou filho? n 

Carla é aluna do último ano do curso de medicina e pretende prestar concurso para Residência Médica no final deste ano. Seu namorado é seu colega de turma e tem planos semelhantes, embora pensem em especialidades diferentes. Carla quer fazer Pediatria e ele Anestesia. No meio do ano, a quatro meses de seus exames finais e das provas de seleção para a Residência, Carla engravida sem planejamento. Quando se dá conta, está no terceiro mês de gestação. Um filho nesse momento seria um tremendo inconveniente. Ela planeja ter filhos, mas não nesse momento. Seus planos profissionais e mesmo para a sua vida pessoal não incluem um filho agora. Seu namoro passa por momentos bastante difíceis, inclusive por causa do aumento da tensão com o final do curso e a preparação para as provas de Residência. Carla sabe que o namorado é contra o aborto em geral, dizendo que ele só é aceitável nos casos em que a lei permite. Por outro lado, ela vem de uma família extremamente religiosa. Seus pais são contra o aborto. Ela também tem medo de se arrepender e carregar um peso na consciência. Carla tem 24 anos e acha que a idade ideal para uma médica ter filhos é entre os 30 e 35 anos. Depois de muito pensar, decide, por fim, abortar. Sergio Rego - Casos para discussão dos aspectos morais - [email protected]

Recursos escassos: quem vacinar? n 

Paulo é o responsável pelo programa de vacinação de sarampo na cidade A. Ele dispõe de $ 100.000 para realizar a vacinação. O custo da vacinação da população na baixada é de $ 1 por dose e a população é de 100 mil pessoas. O custo de vacinação da população na serra é de $ 2 por dose e a população é de 50 mil pessoas. Depois de muito pensar, Paulo decide vacinar toda a população da baixada. Sergio Rego - Casos para discussão dos aspectos morais - [email protected]

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