Catação de materiais recicláveis como alternativa de trabalho: um estudo com catadoras de uma cooperativa na Região Metropolitana de Recife

July 9, 2017 | Autor: Renata Souza Rolim | Categoria: Cooperativas, Catadores de material reciclável
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CATAÇÃO DE MATERIAIS RECICLÁVEIS COMO ALTERNATIVA ALT DE TRABALHO:: UM ESTUDO COM CATADORAS CATA S DE UMA COOPERATIVA NA REGIÃO REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE R ROLIM, RENATA SOUZA. (1); TEIXEIRA, KARLA MARIA DAMIANO. DAMIANO (2); FERNANDES, RAQUEL DE ARAGÃO UCHÔA. (3) Universidade e Federal de Viçosa. Programa de Pós Graduação em Economia Doméstica. Departamento de Economia Doméstica. Doméstica Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). E-mail: [email protected] Universidade Federal de Viçosa. Departamento de Economia Doméstica. E-mail: E mail: [email protected] Universidade Federal Rural de Pernambuco. Departamento de Ciências Domésticas. E-mail: E [email protected]

RESUMO Frente às mudanças no mundo do trabalho, um maior contingente de pessoas ficou desempregado, recorrendo às atividades informais. informais Parte dessa população, sobretudo pelo baixo nível de escolaridade e qualificação, busca, na catação de materiais recicláveis uma alternativa de trabalho para geração de renda. Os catadores de recicláveis, apesar do importante papel socioambiental que exercem diante à sociedade e Poder Público, são estigmatizados, sobretudo por terem como como objeto de trabalho aquilo que foi descartado, considerado como lixo. Os catadores têm se organizado em associações e cooperativas, além do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), como forma de alcançar melhorias em suas condições condições de trabalho e de vida, além de unir forças para reivindicar suas demandas. Os catadores são os principais atores na cadeia produtiva da reciclagem, colocando o Brasil entre os maiores recicladores em termos mundiais. No entanto, ficam com uma ínfima parte te no que tange aos lucros obtidos na indústria da reciclagem. Dessa forma, este trabalho tem como objetivo discorrer sobre a atividade de catação de materiais recicláveis como alternativa de trabalho para geração de renda, enfatizando a semântica negativa atribuída aos catadores e a cadeia produtiva da reciclagem. Palavras-chave: Desemprego. Catadores de materiais recicláveis. Cadeia produtiva da reciclagem

II CONINTER – Congresso Internacional Interdisciplinar em Sociais e Humanidades Belo Horizonte, de 8 a 11 de outubro de 2013

INTRODUÇÃO Este trabalho tem como objetivo discorrer sobre a atividade de catação de materiais recicláveis, atividade que vem crescendo no decorrer dos anos, sobretudo pelas mudanças no mundo do trabalho, tornando-se assim, uma alternativa de trabalho para geração de renda de muitos trabalhadores que não possuem qualificações específicas para atender às exigências do mundo do trabalho formal. No entanto, os catadores de materiais recicláveis são estigmatizados pelo trabalho que realizam e por serem os menos favorecidos economicamente dentro do negócio da reciclagem. O capitalismo contemporâneo, seus modos de produção, as crises, a reestruturação produtiva e as mudanças no mundo do trabalho formam o panorama para se entender, a inserção do indivíduo na catação de materiais recicláveis. Entendemos que as mudanças no mundo do trabalho decorridas em meados dos anos de 1980 trouxeram drásticas consequências para os trabalhadores, onde muitos ficaram e encontram-se impedidos de adentrar no mercado de trabalho formal, sendo levados a buscar ocupações informais, muitas vezes sem vínculo empregatício e direitos trabalhistas. Neste contexto, muitos buscam a catação de materiais recicláveis como alternativa de trabalho e garantia de renda para gerir sua subsistência e a de sua família. A catação de materiais recicláveis não é um fenômeno recente e apesar desta atividade ser considerada uma profissão pela Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), os catadores não têm seu trabalho, assim como, também não são reconhecidos socialmente. Isso acontece mesmo sendo o Brasil um dos países líderes em relação à reciclagem, e os catadores considerados como agentes fundamentais nesse processo, principalmente por pouparem o uso de matéria-prima virgem para o fabrico de novos produtos, além da economia de água e energia quando utilizadas matérias-primas recicladas. Tal situação pode ser explicada pelo fato de serem os catadores a parte mais fraca da cadeia da reciclagem, embora constituam a base, sem a qual com certeza o processo de reciclagem não aconteceria. Assim, a fim de se fortalecerem enquanto grupo, muitos dos catadores se organizam em cooperativas e associações, como forma de – dentre tantos outros motivos – barganhar os preços de seus materiais com os seus compradores. Esse artigo busca, a partir dos elementos elencados, apresentar os resultados de uma pesquisa realizada com catadoras de uma cooperativa na Região Metropolitana do Recife.

REFERENCIAL TEÓRICO Este artigo apresenta seu referencial teórico dividido em três tópicos, a saber: (1) capitalismo contemporâneo e seus novos sujeitos; (2) a atividade de catação de materiais

recicláveis como alternativa de trabalho para geração de renda e a semântica negativa atribuída aos catadores; e (3) a cadeia produtiva da reciclagem: a organização em cooperativas e associações.

Capitalismo Contemporâneo e seus Novos Sujeitos O modo de produção capitalista é um modelo de economia marcado pela acumulação privada de capital e apropriação dos meios de produção, o que o torna um modelo excludente, concentrador de renda e, em sua essência, explorador. Esse modelo econômico sofre crises cíclicas e encontra na reestruturação produtiva formas de superá-las e, assim, continuar sendo o modelo econômico vigente de maior magnitude (Rolim, 2011). Sobre a terminologia “reestruturação produtiva”, Ferreira (2005) faz uma crítica, pois entende que esta não seria produtiva, pois tem acirrado as diversas desigualdades de gênero, classe e raça. Brum (2005) explica que essas crises são decorrentes da busca pela acumulação de capital, fazendo com que o capitalismo apresente uma trajetória ondulada, com ciclos de expansão seguidos de períodos de crises econômicas. Assim, ele reestrutura a forma de organização dos processos de trabalho e a forma de atuação do Estado. As crises, segundo Mota (s/d), expressam um desequilíbrio entre a produção e o consumo, ou seja, são produzidas mercadorias que a população não pode comprar, comprometendo, assim, a realização do capital. As mercadorias precisam ser rapidamente transformadas em dinheiro para que retornem ao incessante processo de acumulação de capital: produção/circulação/consumo. Para Silva (2007), o modelo fordista, marcado pela principalmente por sua produção em série e em massa, começa a dar sinais de desgaste, observando-se uma diminuição da produtividade do trabalho, assim como o ritmo de crescimento econômico, diminuindo também, os níveis de emprego ao mesmo tempo em que há um aumento da capacidade ociosa da economia, e assiste-se a uma crise inflacionária na maioria dos países. Desta forma, Antunes (2005) afirma que novos processos de trabalho emergem, onde o cronômetro e a produção em série e em massa (características do modo de produção taylorista, marcado pelo controle dos tempos e dos movimentos, e fordista, respectivamente) são “substituídos” pela flexibilização da produção, pela “especialização flexível”, por novos padrões de busca de produtividade, e por novas formas de adequação da produção de mercado. Para Abramides e Cabral (2003), não se pode afirmar que houve de fato uma substituição, pois elas consideram que o processo de desfordização encontra-se em curso, acrescentando, ainda que o processo de trabalho expressa-se de forma mesclada e diferenciada em diversos países.

Assim, o modelo japonês, toyotismo, que tem como característica que a produção orientada pela demanda deixa de ser homogênea – como no fordismo – e passa a ser diversificada. Para Teixeira (1996), o toyotismo trouxe as condições ideais para superar a crise de acumulação fordista, quais sejam: flexibilização do trabalho, desverticalização da produção, forma de contratação por subcontratação, trabalho domiciliar, trabalho em tempo parcial, entre outros. Antunes (2005) explica que para que ocorra a flexibilização do aparato produtivo é também imprescindível a flexibilização dos trabalhadores, fazendo-se necessário a adoção de direitos também flexíveis. Dessa maneira, o toyotismo estrutura-se a partir de um número mínimo de trabalhadores, ampliando-se através de horas extras, contratação de trabalhadores temporários ou subcontratados, dependendo das condições de mercado. O ponto de vista básico é um número reduzido de trabalhadores centrais e horas extras e sem um número de trabalhadores periféricos, subcontratados, com acesso limitado aos direitos relacionados ao trabalho. Essa transformação se deu aliada à ideologia neoliberal, explicada por Teixeira (1996) como aquela que exige uma maior liberdade de mercado para ação dos capitalistas, competindo ao Estado a ordem interna para a livre ação dos capitalistas. Nesse sentido, Neves (1998) afirma que essas mudanças no mundo do trabalho ocorrem de forma não negociada, mas impostas, fragmentando a classe trabalhadora, estabelecendo formas precárias de trabalho, levando à perda dos postos de trabalhos e ao desemprego, além da perda dos direitos anteriormente conquistados, ampliando consideravelmente a insegurança no trabalho. Faria e Fé (2011) apontam que: nos períodos de crise econômica e aumento de desemprego, novos contingentes de trabalhadores são descartados pelo processo de produção de capital, observando-se o processo de inflexão das trajetórias profissionais para setores intensivos em força de trabalho menos qualificada ( Faria e Fé, 2011, p. 18).

Nesse contexto, muitos desses trabalhadores recorrem às atividades informais como forma de garantir seu sustento e de suas famílias, sendo que muitos, por sua condição social e baixo nível de escolaridade, recorrem à catação de materiais recicláveis. Schamber (2002) apud Reynals (2002) explica que nesse contexto de desemprego cada vez mais crescente, a atividade de catação de materiais recicláveis se apresenta como um refúgio, se diferenciando de outras por não demandar de demasiado conhecimento prévio ou habilidades, exceto poder caminhar e coletar os materiais. Assim, Mota et al. (s/d) afirmam que transformados em produtores de simples mercadorias, à moda do manufatureiro, os catadores materializam uma das novas personas

do trabalho reestruturado, uma vez que estão integrados ao circuito mercantil e produtivo, mas apartados das condições que lhes asseguram os meios de proteção legais e institucionais, relacionados ao seu estatuto de trabalhador.

A Atividade de Catação de Materiais Recicláveis como Alternativa de Trabalho para Geração de Renda e a Semântica Negativa atribuída aos Catadores De acordo com Rolim e Teixeira (2012), o trabalho da catação de materiais recicláveis vem sendo desenvolvido por aqueles considerados os mais pobres entre os mais pobres. Uma população com pouca escolaridade, sem qualificação para atender às exigências do mercado de trabalho formal e, assim, com dificuldades de se inserir ou reinserir neste, sobretudo devido às mudanças ocorridas no mundo do trabalho, discutidas no tópico anterior. A presença de catadores no Brasil não é um fenômeno recente. Segundo Araújo (2012), foram encontrados registros destes trabalhadores entre o final do século XIX e início do século XX – chamados anteriormente de trapeiros – nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Porém, sobretudo a partir do final da década de 1980 esta população vem aumentando cada vez mais. O Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) estima que, em 2010, existiam, no Brasil, cerca de 800 mil catadores sobrevivendo da coleta de materiais recicláveis, sendo que 200 mil realizavam seu trabalho de forma coletiva, ou seja, organizados em associações e cooperativas. Magera (2005) afirma que antes de se tornarem catadores, a maior parte desses trabalhadores possuíam emprego formal. Após a perda do emprego, muitos passaram a viver nas ruas, sobrevivendo da economia informal, e tendo como consequência o rompimento familiar e social. Viana (2000) discorre que a “opção” de tornar-se catador de materiais recicláveis, é na verdade, uma falta de opção, que ocorre devido a condições sociais específicas, sendo que muitos passaram por diversas atividades antes de assumirem a catação de recicláveis como trabalho. A catação é uma atividade permeada de resistências, sendo rejeitada por muitos, porém muitos desses trabalhadores afirmam que “é melhor ser catador do que roubar”, percebendo-se assim, uma mistura de vergonha e justificativa no discurso dos catadores, por terem optado pela atividade de catação de materiais recicláveis como trabalho (Viana, 2000). Apesar da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), documento que nomeia e codifica os títulos e descreve as características das ocupações do mercado de trabalho brasileiro, reconhecer a atividade de catador de material reciclável como profissão, muitos são marginalizados e estigmatizados pela atividade que realizam, por terem como objeto de trabalho aquilo que a sociedade rejeitou, vulgarmente chamado de lixo.

Dessa forma, percebe-se que é atribuída a semântica negativa do lixo ao sujeito que com ele trabalha e dele tira o seu sustento, sendo este trabalhador, muitas vezes, estigmatizado. Corrobora com essa perspectiva Juncá et al. (2000), ao exemplificar que o lixo simboliza o velho, o que já não serve, o “caos da mistura”, as imperfeições, e por isso, deve ser levado para longe. A semântica, como o significado denotativo da palavra, seria uma das possíveis justificativas para se tentar explicar o motivo de tanta repulsa pelo trabalho da catação de materiais recicláveis, e consequentemente, com os trabalhadores que a têm como trabalho. Magera (2005) afirma que a palavra lixo, deriva do latim lix e designa cinzas ou lixívia, porém este conceito pode variar de acordo com a época e o lugar. O autor anteriormente citado exemplifica que incialmente, o lixo era composto basicamente por excrementos, porém com o advento da atividade agrícola (Idade Média) e da produção de ferramentas (Revolução Industrial) surgiram os restos da produção e os próprios objetos produzidos descartados após sua utilização. Assim, com a mudança provocada na composição química do lixo, Vieira e Berrios (2003), acreditam que não se justifica chamar de cinzas os materiais ou objetos que não foram incinerados e jogados fora, tais quais: utensílios domésticos, roupas, jornais, revistas, e outros. Nessa perspectiva, Grippi (2006) reflete que se for possível reusar e reciclar o descartado, então não se pode considerá-lo como lixo. Sendo assim, cabe uma reflexão por parte da sociedade e Poder Público acerca do sentido atribuído ao lixo, e o que então, poderia ser considerado como tal, o que talvez possibilitasse um caminho de desconstrução de alguns paradigmas. Já o termo estigma é explicado para fazer referência a um atributo profundamente depreciativo. Isso ocorre porque a sociedade estabelece os meios de categorizar as pessoas e descrever um total de atributos considerados comuns e naturais e, baseando-se nessas preconcepções, surgem as expectativas normativas. Dessa forma, o estranho é apresentado como aquele que tem um atributo que o torna diferente dos outros não podendo assim, ser passível de inclusão. Não considerada uma criatura comum e total, é reduzida a uma pessoa estragada e diminuída (Goffman, 1998). Os recicláveis coletados pelos catadores colocam o Brasil como um dos maiores países recicladores no mundo. De acordo com o Compromisso Empresarial para a Reciclagem (CEMPRE), no ano de 2011, aproximadamente 98,3% das latas de alumínio foram recicladas no Brasil. O país ainda ocupa lugar de destaque no cenário mundial com a reciclagem de plásticos, reciclando 21,7% e ficando à frente de países como França e Filândia, e de papel ondulado (papelão) – consumindo principalmente pelas indústrias de embalagens – que representou 73,3% do volume total reciclado.

Portanto, há de se considerar a importância socioambiental do trabalho dos catadores, pois ao reinserirem os produtos descartáveis em um novo processo de produção com a finalidade de reintroduzi-los no mercado, poupam, nesse sentido, a matéria-prima virgem que demandaria o fabrico de novos produtos, como também contribuem na redução do uso de água e energia, por exemplo, evitando-se assim, que estes materiais tivessem como destinos os aterros sanitários, e/ou lixões, locais onde provavelmente contaminariam o ar, o solo e lençóis freáticos (Rolim e Teixeira, 2012). Diante do conjunto de adversidades que os catadores encontram, eles têm se organizado coletivamente, seja em movimentos nacionais e organizações. O Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis tem como propósito a organização coletiva desse grupo, a fim de garantir o protagonismo popular de sua classe que é oprimida pelas estruturas do sistema social, acreditando que é através da prática da ação popular direta, que envolve a participação efetiva do trabalhador em tudo que permeia a sua vida, que se rompe a indiferença do povo e abre caminhos para a transformação da realidade. Gonçalves (2006) acredita ser importante o catador se envolver politicamente com o MNCR, pois isso implica na construção de um espaço comum ao grupo e que, ao se mobilizar, podem chegar a um nível organizativo que os levem à contestação não apenas das mazelas e problemas que os atingem diretamente, como também à reflexão da própria lógica de organização da sociedade e de seus processos excludentes. Já a organização em cooperativas e associações, segundo Cunha (2010), seria mais que um agrupamento de pessoas, pois codifica a possibilidade de distinção entre um catador associado e um catador autônomo – entendendo-se este último como um catador que trabalha sem vínculo associativo – ao reforçar o catador associado sua condição de trabalhador organizado, limpo, e o catador autônomo, a percepção de ser uma pessoa tentando justificar um pedido de esmola, desorganizado, sujo, e em sua maioria, marginal. Além da organização em cooperativas, associações e movimentos nacionais ser entendida como medida de enfrentamento de situações políticas e sociais que afrontam, marginalizam e destroem a dignidade humana, a busca pela organização através da coletividade pode também ser considerada uma possibilidade de barganhar por maiores preços nos materiais comercializados (Gonçalves, 2006). Além disso, através do trabalho coletivo que se buscam melhorias nas condições de trabalho, visto que a atividade da catação de recicláveis vem sendo desenvolvida nas mais diversas formas de precariedade.

A Cadeia Produtiva da Reciclagem: a organização em cooperativas e associações A mudança da composição química do lixo e as condições dadas pelas transformações no mundo do trabalho foram apenas alguns dos exemplos que favoreceram

para a consolidação da indústria da reciclagem. Este negócio, altamente lucrativo para o capital, segundo Gonçalves e Abegão (2004), se expandiu a ponto de construir uma cadeia de produção – também conhecida como cadeia produtiva da reciclagem – formada pelos catadores, atravessadores e empresas recicladoras, que mesmo agindo isoladamente, têm em comum a finalização de um processo que só se torna possível com a participação de cada um dos agentes. Muitos catadores têm procurado se organizar coletivamente, pois acreditam que o trabalho associativo possa trazer forças para competir com a igualdade no mercado, procurando, com união, aumentar a oferta de materiais recicláveis e conseguir um volume maior de materiais que lhes permitam negociar os preços (Magera, 2005). Logo, a organização dos catadores de materiais recicláveis tem como objetivo minimizar a ação degradante do capital, buscando o reconhecimento social da categoria e melhores condições materiais (Ross et al., 2010). No entanto, os catadores encontram-se à mercê dos preços estabelecidos pelos atravessadores, uma vez que estes últimos, “realizam a intermediação comercial e controlam a logística para armazenagem e transporte do material até as indústrias de processamento e transformação” (Faria e Fé, 2011, p.22). São com os atravessadores, com quem, geralmente, os catadores de recicláveis, estabelecem a comercialização, e isso principalmente pela quantidade insuficiente de material para comercializar diretamente com as empresas, estando envolvidas questões como espaço insuficiente nos galpões para armazenagem de maiores quantidades de materiais, ou mesmo a necessidade de comercializar de imediato os materiais, dentre outros motivos. Isso porque os catadores estão inseridos em uma cadeia produtiva que constitui um oligopsônio, ou seja, existe um grande número de vendedores (catadores) para um número pequeno de compradores (empresas recicladoras). Viana (2000) explica que a justificativa da existência dos atravessadores, pode ser dada por dois motivos, a saber: (1) dificuldade de locomoção dos catadores para entregar seu material diretamente às empresas recicladoras; e, (2) porque é mais vantajoso para as empresas utilizar o trabalho dos catadores – visto que eles selecionam o material, ou seja, separam cada material por classificação, subdividindo cada tipo de papel, plástico, entre outros materiais – do que recolherem diretamente do lixo, e aí os atravessadores diminuem as despesas para a empresa com transporte e funcionários. Magera (2005) afirma que mesmo os catadores que realizam seu trabalho em forma organizada, ou seja, inseridos em cooperativas e associações, não conseguem fugir da exploração econômica à qual são submetidos, tanto pelas empresas como pelos atravessadores quando vão comercializar os seus produtos. Para Carmo (2009), isso se dá pelo fato dos catadores desconhecerem completamente os aspectos relacionados à cadeia

produtiva da reciclagem, o que está, muitas vezes, associado ao seu baixo nível de escolaridade, impedindo, dessa forma, que obtenham melhores ganhos na comercialização de seus materiais. Bosi (2010) acrescenta que diferentemente de uma cooperativa que vende para o consumidor direto – remetendo-nos ao pressuposto da economia solidária desenhada por Singer – o trabalho dos catadores de materiais recicláveis admite outra configuração, pois se trata de um trabalho dominado pelas grandes indústrias de reciclagem. Para o MNCR, a cadeia produtiva da reciclagem é injusta para os catadores, sendo também conhecida também como uma cadeia produtiva suja, pois é sustentada por um trabalho precarizado, sem garantias de direitos. Além da precarização desse trabalho, o MNCR também aponta que há casos de trabalho análogos à escravidão, servidão por dívida, aluguel de carroças e trabalho infantil. Os catadores ainda estariam vulneráveis às variações de preços do mercado mundial, pois, segundo Fé e Faria (2011), esses trabalhadores fazem parte de uma cadeia produtiva estruturada a partir de setores industriais dinâmicos do capitalismo e, com isso, os materiais com os quais trabalham, tornam-se commodities, e os preços são ditados pela Bolsa de Valores de Londres. Martins (2005), apud Oliveira (2009), expõe que os catadores não possuem nenhum mecanismo de controle de formação dos preços dos materiais recicláveis, coletados e vendidos por eles, que resulta em sua baixa remuneração. Oliveira (2009) afirma que os catadores se tornaram os objetos da indústria da reciclagem que não os reconhecem e também não os valorizam. Dessa forma, Carmo (2009) infere que a atividade de catação de materiais recicláveis apresenta-se como algo economicamente rentável, contudo não é usufruída de forma plena pelos integrantes do elo inicial da cadeia produtiva da reciclagem. A autora ainda afirma que além de estigmatizados, os catadores constituem uma população vitimada por uma cultura de exploração, especialmente por parte dos comerciantes. Sendo assim, a catação de materiais recicláveis representa uma forma de exploração, típica do capitalismo, sendo esses trabalhadores subordinados ao metabolismo do capital (Ross et al., 2011).

METODOLOGIA A pesquisa de caráter qualitativo, exploratório e descritivo, se deu em uma cooperativa de catadores de materiais recicláveis, localizada em um município da Região Metropolitana do Recife, no estado de Pernambuco, no período de janeiro a junho de 2011. A população foi, então, constituída por 10 (dez) trabalhadores da referida cooperativas, e a amostra, por 6 catadoras que se dispuseram a participar. A pesquisa teve

um recorte de gênero, escolhendo-se trabalhar com as mulheres, uma vez que segundo Pinho (2000) as consequências do desemprego têm sido, de modo geral, mais desfavorável para a mão-de-obra feminina. Para tal, trabalhou-se com dados secundários e primários, sendo estes últimos, coletados por meio de observação não participante, aplicação de entrevistas fundamentadas em um roteiro semiestruturado e relatos orais. A análise dos dados se deu por meio da análise de conteúdo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO As catadoras possuíam baixo nível de escolaridade, sendo que cinco delas não tinham o Ensino Fundamental II completo e uma era analfabeta, sendo um aspecto que justifica a não inserção no mercado de trabalho formal. Em relação a sua trajetória ocupacional antes de se tornarem catadoras, três foram empregadas domésticas, uma agricultora, a outra pescadora (conciliando ainda este trabalho com a catação), e a última exercia a catação como primeiro e único trabalho. Todas as catadoras consideraram o trabalho de catação importante, ressaltando seu valor para a limpeza da cidade e, por estarem contribuindo com o meio ambiente. Além disso, uma das catadoras expressou a importância de seu trabalho para o sustento financeiro, conforme verificado na seguinte fala: “Porque é daqui onde a gente às vezes encontra o pão de cada dia, ou pouco ou muito, sai daqui”. Dessa forma, Gonçalves e Abegão (2004) expõem que a procura por essa atividade se deu antes mesmo de uma discussão mais intensa em torno da reciclagem, mas pelo fato da necessidade de obtenção de recursos para subsistência. De acordo com o Jornal de Catador para Catador, n.4, 2010, a renda média nacional de um catador de materiais recicláveis, não ultrapassava o equivalente a um salário mínimo, que fixava o valor de R$: 510,00, sendo com essa renda a responsabilidade em garantir sua sobrevivência e de sua família. A renda média mensal retirada pelas catadoras, na cooperativa estudada, estava em torno de R$: 300,00. Na cooperativa estudada o estabelecimento dos preços dos materiais recicláveis era feito pelos atravessadores. Quando questionadas sobre o que achavam de comercializar com os atravessadores, uma das catadoras respondeu: “É ruim porque a gente perde... porque o atravessador tem isso de comprar o material num valor que der pra ele vender e ganhar também”. Outra catadora respondeu da seguinte maneira sobre a mesma questão: “Ruim porque aí eles estão ganhando em cima da gente... uma coisa que eles compram a gente por R$: 0,50 vendem por R$: 0,80 ou R$: 0,90”. Porém, é interessante ressaltar que, uma vez que não possuem, muitas vezes, material suficiente, os atravessadores exercem um papel

fundamental na indústria de reciclagem. Além disso, dentro da economia capitalista, o lucro é fundamental para a sobrevivência dos indivíduos. Tornou-se, então, importante saber por que as catadoras não comercializavam diretamente com as empresas e a justificativa foi a falta de infraestrutura da cooperativa para armazenar um maior volume de materiais recicláveis e a urgência de negociação a fim de receberem logo o dinheiro e garantir a subsistência. Uma das falas levanta essa questão: “A gente não tem como entrar nas fábricas para entregar o nosso produto”. As catadoras também foram questionadas sobre o conhecimento a respeito das mudanças de preços a que os materiais estavam sujeitos, e todas responderam que as variações de preços estavam relacionadas às estações do ano, sendo que no inverno, por conta das chuvas, sofreriam decréscimos. Uma das catadoras detalhou da seguinte forma: “Às vezes ele baixa. O papelão baixa porque na época do inverno ele molha, aí tem que baixar. O plástico-folha também por causa da chuva, da época do inverno”. Através desses discursos percebe-se que as catadoras pesquisadas desconheciam que as variações da cotação do dólar eram determinantes para o estabelecimento dos preços dos recicláveis, sendo a estação do ano – no caso, o inverno – provavelmente justificada pelos atravessadores. Apesar da importância de seu trabalho, muitos desses trabalhadores não têm o reconhecimento social pelo trabalho que realizam, e muitos não possuem apoio das prefeituras nos municípios em que realizam seu trabalho, ainda que o façam de forma organizada em cooperativas e associações. Para uma das catadoras da cooperativa estudada, não havia nenhum apoio recebido por parte da prefeitura da cidade onde trabalhavam, justificando que “não há entendimento nesse negócio da reciclagem, entre o Prefeito e as Entidades”, embora a mesma considerasse tal parceria importante. De importância para o estudo foi conhecer a percepção das catadoras sobre como o outro percebe o trabalho realizado. Para as catadoras, a sociedade e até mesmo os membros familiares têm uma visão preconceituosa do trabalho de catação, sendo tanto o trabalho quanto os catadores, estigmatizados. Uma das falas retrata essa questão: “Para quem não entende, até a própria família, acha que viver trabalhando com lixo, isso não é de gente, isso é de animal, é porque ainda têm os preconceitos, né? Ainda existe esse preconceito”. Esses dados vão de encontro à asserção de Carmo (2009, p. 124), de que “os catadores, como o primeiro elo da cadeia produtiva da reciclagem, tendem a sofrer o impacto do aspecto cultural negativo relacionado ao lixo”. A autora supracitada parte da suposição de que a semântica negativa atribuída ao lixo interfere na construção de sua identidade profissional. Maciel e Grillo (2009) acreditam que há ainda, uma hierarquia entre as ocupações, sendo então uma mais dignas do que outras, portanto, nível de sofrimento e invisibilidade seriam distintos entre aqueles considerados desqualificados.

Cunha (2010), ainda afirma que os catadores têm se organizados em cooperativas, associações e mesmo movimentos nacionais e/ou locais, na tentativa de reverter este histórico de rejeição social que enfrentam e, assim, lutar pela mudança de sua condição social. Para ela, a identidade social dos catadores é construída a partir da busca pelo reconhecimento da sociedade e pela redistribuição de injustiças econômicas (receitas) e culturais/simbólicas (preconceitos). Dessa forma, Maciel e Grillo (2009) explicam que os catadores são quase sempre vistos com negatividade, sendo fonte intensa de humilhações, onde não se trata de uma invisibilidade pelo fato de não percebê-los, mas sendo ignorados, decretando assim, a não relevância social do outro.

CONSIDERAÇÕES FINAIS As mudanças ocorridas no mundo do trabalho, o avanço da industrialização, o crescimento populacional, os novos hábitos de consumo, a evolução química da composição do lixo, a falta de qualificação adequada exigida pelo mercado de trabalho formal, o baixo nível de escolaridade são apenas alguns exemplos que combinados podem explicar a inserção de muitas pessoas na atividade da catação de materiais recicláveis. Os catadores carregam consigo o estigma, sobretudo pela atividade que realizam. O fato de trabalharem diretamente com os resíduos descartados pela sociedade, parece ser o motivo para que alguns também desprezem também os seres humanos que os têm como objeto de trabalho. Assim, alguns estudiosos acreditam que a organização em cooperativas e associações, minimiza os preconceitos que esta população sofre, porém, outros estudos apontam que tal estigma não se exime por tal razão. A reciclagem é um negócio altamente lucrativo para as indústrias recicladoras. Porém os catadores representam a ponta desta cadeia, ficando com uma parte ínfima nesse negócio, apesar de serem os principais atores da cadeia produtiva da reciclagem. Deve-se considerar que é inegável a importância socioambiental do trabalho dos catadores, além de se considerar a importância de seu trabalho para a geração de renda e garantia de sobrevivência. Assim, faz-se necessário o reconhecimento social dessa profissão pela sociedade e Poder Público, com eliminação do estigma e considerarem os catadores como profissionais, cidadãos de direitos e com dignidade. Quanto à cadeia produtiva da reciclagem, o MNCR deve buscar, por meio do trabalho coletivo, prezado desde o princípio por este, a eliminação da figura do atravessador, a partir do investimento em infraestrutura nos galpões e das garantias de direitos aos trabalhadores, pois de nada adianta ter um local adequado para se armazenar os produtos se o catador necessita de imediato da renda proveniente da venda do material. Faz-se necessário, ainda, questionar os preços dos produtos, pois a negociação

diretamente com as empresas talvez ainda não lhes garanta um preço mais justo e, consequentemente, uma vida mais digna.

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