Centro Cultural Jean Marie Tjibaou

July 5, 2017 | Autor: Sergio Deabreu | Categoria: Cultural Heritage, Centros Históricos, Renzo Piano
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FACULDADE IDEAL – FACI CURSO: ARQUITETURA E URBANISMO

SÉRGIO DE ABREU

Matéria: Estética e História da Arte Profº MSC Bárbara Moraes de Carvalho

HISTÓRIA DA ARTE ANÁLISE DO CENTRO CULTURAL JEAN MARIE TJIBAOU

BELÉM 2014

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SÉRGIO DE ABREU

HISTÓRIA DA ARTE ANÁLISE DO CENTRO CULTURAL JEAN MARIE TJIBAOU KANAK: O tributo a uma cultura através de um homem.

Trabalho apresentado como requisito para obtenção de nota da 2° avaliação na disciplina História da Arte do curso de Arquitetura e Urbanismo. Profª: MSC Bárbara Moraes de Carvalho

BELÉM 2014

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SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO.......................................................................................................05 2- O CONCEITO........................................................................................................06 3- O ESPAÇO INTERIOR E EXTERIOR...................................................................11 4- O PROJETO DO LUGAR......................................................................................15 5- CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................18 7- REFERÊNCIAS......................................................................................................19

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I - INTRODUÇÃO

O Centro Cultural Jean Marie Tjibaou erigido para prestar tributos à memória e ao nome do grande líder do movimento de independêcia de uma das lhas da polinésia francesa assassinado em 1989. Diferentemente de projetos similares não se limita em sua proposta em apenas fazer homenagem a um grande homem, mas sim em paralelo, em perpetuar toda a cultura do povo Kanak, recheada de tradições e mistérios da qual ele era oriundo onde foi um forte representante e ativista. Para consolidar esta tarefa o arquiteto italiano Renzo Piano levou à cabo com incomum sensibilidade, se não de todo mas pelo menos em parte do contexto, onde se percebe que aspecto arquitetônico da obra é responsável não só pela imediata associação de um dos elementos icônicos da cultura indígena Kanak, como mantém intríseca no conjunto da obra a tradição e o sentimento de honra deste povo e da grande nação polinésia.

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II – O CONCEITO – Uma ambígua busca pela identidade.

Situado a cerca de 8 kilômetros do centro histórico de Nouméa, capital da New Caledonia, uma das ilhas do arquipélago da polinésia francesa no pacífico sul. O “Centro Cultural Jean Marei Tjibaou” é em sua essência um tributo a cultura vernacular Kanak. Ou seja a cultura indígena da ilha chamada de New Caledonia, forte em tradições e avessa ao aculturamento ocidental francês, da qual é colônia e que durante ao longo de sua história investiu em diversas tentativas de independência sem sucesso. Através de seu líder Jean Marie, um dos mais significativos representantes, assassinado em 1989, por outro partidário, além da luta para manter suas tradições tinha em seus projetos a construção de um centro cultural que pudesse reunir, tantos a herança liguística quanto artística do povo Kanak.

Imagem 01 - Vista de todo o conjunto do centro Cultural Jean MarieTjibaou

Desenhado pelo Arquiteto italiano Renzo Piano o Centro Cultural Jean Marie Tjibaou, busca desde de sua concepção artística nos primeiros esboços associar estas referências de tradições culturais e históricas. Obviamente se tratando de um projeto arquitetônico, é de certa forma até concebível a seleção de um elemento que pudesse traduzir ou representar em primeiro plano

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esta escolha. E segundo o arquiteto neste caso uma cabana comum na ilha e em boa parte desta região do pacífico sul foi a escolha mais racional pela associação arquitetônica que traz embutidos nesta figura muitos conceito associados, como por exemplo o de proteção.

Imagem 02 - Cabana típica sa região

Mas ao que parece a escolha de Renzo Piano não se limitou apenas à este conceito de proteção. Formas circulares ou cônicas com elevações verticais são muitos utilizadas nesta região da Terra. Muito embora os formatos das cabanas se alterem dependendo da ilha onde são construídas. Geralmente todas elas seguem este padrão geométrico e a constituição das aldeias das tribos são bastantes similares também. Pois obedecem geralmente esta mesma configuração: Cabanas de chefes são maiores e no final de uma espécie de corredor ou rua aberta agrupadas em ambos os lados por outras cabanas menores onde residem os demais habitantes. Todas estas características foram levadas em consideração no projeto, segundo o arquiteto e são realmente perceptíveis na distribuição dos espaços do centro. Pois Renzo Piano dispõe as sua cabanas agrupadas lado à lado em uma imitação das aldeias. Outro ponto de destaque no conceito projetual está em que estes tipo de edificações não tinham caráter permanente, necessitavam ser reconstruídos ou reformados com certa frequencia devido a constante exposição ao clima subtropical

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onde Renzo Piano mostra aqui seu treinamento adquiridos em boas escolas de Florença e Milão, demonstrando esta sensibilidade ao perceber isto e homenagear o tema na utilização de madeiras e na criação da sua versão por assim dizer, caótica ou inacabada das cabanas, ou os “cases” como são conhecidos, que induzem a imaginação ao questionamento de uma certa necessidade de renovação constante. Os “cases” proporcionam no interior das cabanas um pé direito alto o suficiente que lhe confere o destaque para toda a obra e se torna o mais emotivo elemento visual do centro. Obviamente que a ideia do arquiteto provavelmente estava na tentativa de criar um símbolo e percebeu neste elemento forte a possibilidade de externar a marcante ambiguidade presente todo o projeto do centro cultural.

Imagens 03 & 04 - Os “cases” ou formas cáoticas de um símbolo.

Para nos manter em uma linha clara de raciocínio, deveremos imaginar que esta ambiguidade na verdade servem para que Renzo Piano pudesse ter a liberdade necessária de criação sem se “prender” ao esperado que cerca todo este tipo de projeto. Como o Centro Cultural Jean Marie Tjibaou pedia no seu programa de necessidade concentrar em um único lugar um museu, um centro de arte, uma biblioteca especializada na cultura Kanak, além de espaços para shows e diversos

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outros ambientes funcionais. Onde cada detalhe da arquitetura deveria transmitir esta herança histórica. Daí a necessidade da utilização de uma retórica simbólica para cumprir este papel. A representação simbólica, na verdade muita vezes carece de explicações justificáveis e quando isto é trazido para um contexto cultural particular e pouco explorado. Torna muito difícil esta tarefa. O que também invariavelmente torna as críticas provenientes desta má intrepretação, cruel e pouco objetiva. Renzo Piano deve ter pesado estas considerações e foi intencional na ambiguidade quando insere todo o projeto em uma região de muito verde, água e mangais, ambientes repletos de vida ao mesmo tempo que utiliza materiais modernos como ferro e o aço e um tradicional como a madeira (imagem 03) em formas desconcertantes, para minimizar o impacto preciso na sua interpretação da cultura local, sem perder a elegância da qual a arquitetura de bom nível se propõe associando ainda elementos culturais de forte simbolismo em todo o contexto. Boa parte da estrutura do centro encontra-se nestes “cases”, visíveis já a uma certa distância em qualquer direção. Como a ideia seria representar de forma simbólica a aldeia de uma tribo é possível entender este conceito claramente assim como é possível ainda “entender” que os diversos totens esculpidos (imagem 04) em madeira aos redor do objeto, provavelmente apenas são alguma referência de caráter estético ou talvez, de uma forma mais plausível guardiães de uma cultura. (Imagem 05)

Imagem 05 - Vista de todo do centro Cultural Jean MarieTjibaou e os “cases” em destaque.

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Imagem 06 – Esboço elaborado do projeto para uso do espaço.

Isso é tudo é notável quando a cabana ou os “cases” cujas formas dão asas a uma imaginação fértil, permitem em uma primeira e superficial leitura imaginar que se assemelham a mãos ou conchas que fincadas ao solo, parecem segurar o tempo ou quem sabe reter todos os elementos simbólicos ali contidos. Eis aí um exemplo de onde reside a ambiguidade de Renzo Piano.

IV – O ESPAÇO INTERIOR E EXTERIOR – Onde o finito e o infinito se encontram.

Se a ambiguidade estava ditando o exterior do Centro Cultural Jean Marie Tjibaou, o paradoxo agora vem à tona para dar continuidade ao projeto. E é neste contraste, entre estas duas realidades, precisamente no lado interior do centro que desenvolve-se efetivamente um verdadeiro mundo em plena expansão. Além da ambiguidade, existe uma dualidade latente que permeia quase todo o projeto de Renzo Piano, presente desde do caráter antigo e circular que ele confere na representação da tribo até as cabanas do lado exterior que exprimem e condicionam o observador a pensar unicamente desta forma. Não obstante são nos espaços internos retângulares e vazios que estão abrigadas toda a história ser contada. Pode-se destacar aqui para uma melhor compreensão os três grupos de cabanas que aparecem, imponentemente no meio da vegetação, como se brotassem da terra. São aqui objetos que apesar da imponência aparente, desde das alturas das “costelas” ou pilares que são os elementos principais da sua existència e impossíveis de não serem notados. Entretanto são ao mesmo tempo limitados por esta aparência, pois daí não poderá diferir, uma vez que estará contido no próprio espaço limitado onde e para que foi criado.

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Paradoxalmente seu interior, sendo maior em uma liberdade abstrata estabelece uma imposição, inverosímil de ilimitado, ou de infinito apesar de menor em escala, trazendo um mundo de informações constantes quando permite novas configurações me seu lay-out em formas de show e exibições temporárias. Que atingem e interagem com as milhares de pessoas que por lá passam e fazem parte, até de maneira inconsciente, como atores coadjuvantes de uma peça ou um filme, fazendo-os vivenciar as emoções do lugar sendo testemunhas do seu campo de atuação. Este raciocínio toma forma se considerarmos, mesmo que de forma abstrata ou inexata a ideia de que provavelmente a favor da boa arquitetura Renzo Piano, se permite afastar um pouco da tradicional cultura Kanak, mudando as formas e funções de certos conceitos já a muito tempo estabelecidos e que se tornam visíveis quando notamos retirando o pilar central da estrutura, corretamente em busca de um maior espaço, para que as áreas internas pudessem obviamente serem mais e melhor utilizadas muda esta configuração usada já a milhares anos. E este rompimento superficial revela-se ainda em outros elementos da obra, como uma forma de expressão da substituição do antigo pelo moderno, da contemporaneidade inata e necessária na expressão particular de Renzo Piano. As cabanas Kanak, não são reproduzidas fielmente, são na verdade, distorcidas intencionalmente em busca de uma própria identidade. São erigidas em pilares levemente curvados, similares a costelas para que pudessem ter duas funções (ou várias) ao mesmo tempo. Se por um lado estabelecia um símbolo visual para obra, permitia por outro o aproveitamento da ventilação, abundante e até um grande problema em determinado período do ano no local, como um fator positivo e particular no contexto. (Imagem 07)

Imagem 07 – Esquema de uso da ventilação durante diversa situações.

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Uma leitura um tanto mais aprofundada permite ver que estas estruturas são aparentemente isoladas mas na verdade foram concebidas e conectadas de maneira tal que as peças individuais aparecem como se fossem parte de um único tecido ou em conjunto único. Revestidas em toda a sua extensão por painéis ou ripas de madeira completando e fornecendo, por fim a aparência de concha ou cabana. Novamente aqui a dualidade com uma certa liberdade poética, permite entender que a transparência, a relação de causa e efeito, o uso e a adequação entre os elementos elaborados por Renzo Piano estão sempre ligados, até de forma prática a um conceito de renovação constante. Percebe-se isto quenado sabemos que a madeira utilizada, conhecida pelo nome de Iroko (imagem 11), foi importada da África por ser de conhecida resistência à pragas, insetos e intempéries, ou seja um exemplo classico de adequação em busca forma.

Imagem 08 – Detalhe das conexões dos “cases” e Imagens 09 & 10 – Detalhe do interior dos “cases” e área externa do centro.

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Imagem 11 – As peças de Iroko utilizadas nas costelas das cabanas

Como se vê a dualidade aqui neste contexto assume a forma de elementos que fundamentam o paradoxo existente entre o interior e o exterior e a tênue linha que os dividem, pois apresentam-se como alegorias simbólicas, responsáveis mesmo que de maneira tácita, de representar as suas funções.

IV – O PROJETO DO LUGAR – Uma cultura eternizada em madeira e criatividade.

O Centro Cultural Jean Marie Tjibaou tem no seu complexo total construído ao longo de 250 metros (cerca de 820 pés) de comprimento do cume da península a um cabo que se estende do sudeste no Oceano Pacífico e apresenta um cenário de beleza natural exuberante. O arranjo é composto por 10 unidades denominadas "cases", ou cabanas. Que são pavilhões, organizados em três grupos simulando a configuraçãó de uma aldeia Kanak. Sendo que a cabana de altura maior com cerca de 28 metros de altura, em cada grupo representando o tradicional "Grande Cabana" do Estado-Maior Kanak, o eixo principal do Centro Cultural.

Imagem 11 – O local de implantação do centro.

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Consistindo ainda de vários caminhos pavimentados todos inteligados com os pavilhões e os demais edíficios do centro. Que segundo os projetista forma pensados de maneira a permitir que os visitantes pudessem ter acesso a todas as edificações sem muito esforço. Onde o interessante é que toda esta estrutura, desde dos arranjos dos prédios em volta da da cabana central obedece uma simbólica homenagem à cultura indígena Kanak. Os diferentes tamanhos dos “cases” cada um com sua função específica, alinhados retangularmente tal qual de uma aldeia comum na ilha de New Caledonia. Obviamente um exemplo pós modernista, como poderá ser observada em vários aspectos do projeto que busca uma identidade própria sem perder de vista o referencial a que foi submetido. Renzo Piano, poderia ter projetados as costelas das cabanas em aço ou concreto, muito mais simples, considerando-se a atual tecnologia mas ao invés disto utilizou em larga escala, um material de durabilidade menor, o Iroko, talvez até imbuído de um sentimento de fidelidade à identidade cultural do povo em questão. Provavelmente considerando que o projeto não deveria se ater apenas ao conceito arquitetônico e deveria também servir como mecanismo de socialização entre o povo local e visitantes. O lay-out da paisagem centro está situado entre pinheiros transplantados da Ilha Norfolk, que são tão altos quanto as cabanas de Renzo Piano. Árvores menores também são plantadas nas áreas próximas aos escritórios da administração do centro mas são mais baixas. Este layout segundo o escritório responsável pelo projeto, apresenta uma "paisagem indígena original". Ainda como parte de exploração da cultura indígena e obviamente rural, um jardim com hortaliças da região Melanésia como “taro” e “inhame” também são cultivadas. Caminhos para a Grande Cabana onde funcionam as áreas destinadas as atividades culturais são plantados com columnaris araucária ou pinheiro coluna e coqueiro completando harmoniosamente todo o entorno visual sem agredir de forma bruta a sua existência neste meio. Em um contexto social a experiência de vida de Jean-Marie Tjibaou permitiu-lhe tirar vantagem excepcional de toda esta conjuntura histórica de confronto com a nação a qual deveria prestar submissão. Sendo o Centro Cultural Jean Marie Tjibaou uma das grandes sete obras do governo François Mitterrand e embora seja resultado de um projeto de interpretação ocidental de uma cultura misteriosa. Mas que felizmente

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ao mesmo tempo eterniza, reconhece seja em aço, madeira ou em orgulho toda a luta empreendida pela qual foi seu grande obejtivo. O Centro Cultural Tjibaou é um ícone no mundo da arquitetura contemporânea. E não é apenas porque o genovês Renzo Piano criou um complexo arquitetônico eficaz, mas porquê traz um rico repertório de recursos oferecidos por um diálogo intercultural com as tradições Kanak e a história. Inclui-se aí uma aspiração natural da cultura Kanak como parte da evolução de uma nação moderna no Pacífico. Onde neste papel permitu que as tradições de uma sociedade indígena fossem de encontro, em direção ao mundo, nem que para isto tenha utilizado como forma de diálogo os recursos mais sofisticados da prática arquitetônica internacional. Finalmente, para produzir uma profunda impressão sobre os outros e criar um legado como o alcançado por Tjibaou, é concebível imaginar que seus dons espirituais, desenvoltura pessoal e imaginação sociológica vibrante devam ter sido o motor propulsor para esta realização. O arquiteto aqui na figura simbólica do artesão do contador de história, do libertador se vê diante de opções que dependerão de sua criatividade para se reinventar e ligar pessoas a uma nova redefinição cultural. É o que parece no momento em que Renzo Piano, de forma até insolente “retalha” a forma das cabanas tradicionais, deixando-as incabadas, transformando-as em seu significado original. E o novo signo visual passa a ser um símbolo de uma cultura reinterpretada com novas tintas, tanto que agora já não mais pertence somente ao legado do povo Kanak, mas de toda a humanidade.

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V – CONSIDERAÇÕES FINAIS:

O Centro Cultural Jean Marie Tjibaou é hoje uma importante obra no cenário de Nouméa. Sua construção permitiu um aumento siginificativo do reconhecimento cultural que a demanda solicitava. Em dados de 2011, cerca de 98.405 visitantes passaram pelo centro entre diversas atividades. Renzo Piano, o arquiteto escolhido para a tarefa ao invés de conceituar seu método como apenas insinuando um repertório atemporal da cultura Kanak procura a originalidade ao inserir neste projeto sua identidade contemporanea, criando, reiventando para o projeto elementos ou signos que subvertem os valores tradicionais. Uma extensa pesquisa foi feita pelos arquitetos em como usar as estruturas e materiais tradicionais de forma eficiente. Que se traduz em uma peça única, como um tepete de retalhos, cujos diferentes tipos de tecido tem uma função única e particular, evocando em todo o entorno a plasticidade histórica do seu interior. Lidou habilmente com um grande problema, de caráter cultural, principlamente aqui no Brasil, que transcende a arquitetura, mas dificulta a inserção deste paradigma no ato de fazer e pensar arquitetura que é o meio ambiente. Muitas vezes até entendido como algo de fora, que não nos inclui e por isto relegado. É neste aspecto que a expansão da consciência ambiental se faz necessária, a fim de ser utilizada como uma ferramenta positiva, em prol de se contar uma história ou como neste caso, se manter na cultura. É o que se prova com as milhares de pessoas que visitam o centro anualmente. Como dito antes, testemunhas incólumes do tempo e da história.

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VI - REFERÊNCIAS:

Textos: http://www.rpbw.com/ http://en.wikipedia.org/wiki/Jean-Marie_Tjibaou_Cultural_Centre https://uwaterloo.ca/architecture/ http://www.anu.edu.au/hrc/publications/hr/issue1_2002/article08.htm http://www.adck.nc/presentation/le-centre-culturel-tjibaou/jean-marie-tjibaou http://press.anu.edu.au/hrj/2002/pdf/8_Murphy.pdf http://www.adck.nc/presentation/le-centre-culturel-tjibaou/presentation

Imagens: http://www.fondazionerenzopiano.org/project/85/jean-marie-tjibaou-culturalcenter/images/ http://www.rpbw.com/project/41/jean-marie-tjibaou-cultural-center/

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