Centro de Estudos da Santa Casa de Santos, História de uma experiência educacional.

June 7, 2017 | Autor: Juliano Navarro | Categoria: History, History of Medicine
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Novembro 2OO4, vol. 7, Suplemento 1

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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÜRIA DAMTDICINA fu*tqv *4w .,i*mmmürm

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HISTÜRIA DA MEDICINA MENTAL

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AFINS

so, depara-se, perplexo, com ataques continuados, acrimoniosos e impiedosos, saídos à luz nas ditas folhas, assinados pelo celebrado e ilustrado lente de Higiene, Dr' Luiz Anselmo da Fonseca e dirigidos ao distinto Dr. AlÍredo Britto, diretor da Faculdade de Medicina da Bahia. São levadas a efeito pesquisas em jornais da época e em atas das sessÕes da Congregação

da Faculdade de Medicina da Bahia, coadjuvadas pela leitura de algumas ediçóes da Memória Histórica da Faculdade de Medicina da Bahia, com o escopo de abeberar-se de novos conhecimentos em derredor do lamentável caso. Até onde Íoi possível estudar os episódios deploráveis, expostos ao público de maneira crudelíssima, são registadas magoadas e ásperas maniÍestaçóes vindas do âmago do preclaro Dr. Luiz Anselmo da Fonseca. Por outro lado, as pesquisas continuadas que dizem respeito ao rumoroso affaire Íazem saber do ilustre lente de Higiene e de outrem, expressões e atuaçÓes significativas e descomedidas de inconformismo, ambiçáo, ingratidáo, desprezo e, sobretudo, de carência de caridade, que, paradoxalmente, avigoraram os lídimos atributos do Dr. Alfredo Britto de determinaçáo, dinamismo, benemerência e estoicismo, qualidades que foram

coibidas, gradual e inexoravelmente, a partir provavelmente da última quadra do ano de 1908, em razáo do seu estado valetudinário progressivo, agravado, conÍorme a coerência do racio' cínio e da lógica, pelo possível e natural surgimento de pródromo assustador de molesto spleen Destarte, pari passu, sáo acompanhados e narrados os constrangedores e tristes sucessos por meio de buscas com diligência em fontes primárias, manuscritas e impressas, que revelam a personalidade de plenitude de dols geniais lentes da Faculdade de Mediclna da Bahia,

cujas vidas, mui insignes e Íulgentes, estáo intimamente associadas com a épica história da Faculdade de Medicina da Bahia no alvor do ano de 1905.

105. CONTRIBUIçÃO MtNEIRAAO BRILHO DA MEDICINA DO RIO DE JANEIRO João Amílcar Satgado _ CEMEMOR/UFMG

-

CEMEMOR/UFMG, Sebastiáo N. S. Gusmáo

Honra a medicina mineira ter contribuído para o brilho da medicina do Rio de Janeiro. Vltal Brasil, Carlos Chagas, Pedro Nava, Silva Melo, Martinho da Rocha, Ivo Pitangui e Hélio Pellegrino sáo os nomes mais notórios desta participação. Longa, entretanto, é a lista de outros ilustres mineiros, natos ou oriundos de famílias mineiras. Historicamente ela se inicia com três notáveis: Vicente Silva Teles, o primeiro a escrever livro de química no idioma luso, Joaquim Soares Meireles, fundador da Academia lmperial de Medicina e Francisco de Paula Cândido, modernizador claude-bernardiano do ciclo preclínico e herói da epidemia de cólera em Paris. E seguem-se nomes à mesma altura: Adauto Botelho, Aleixo de Brito, Alvaro Aguiar, Alvaro Alvim, Basílio Furtado, Belizário Pena, Camilo Armond, Carlos Chagas Filho, Célio do Carmo, Domingos Junqueira, Eurico Vilela, Evandro Chagas, Geraldo SifÍert, Gonçalves Gomide, lvolino de Vasconcelos, Júlio Sanderson, Lauro Sollero, Lima Duarte, Leonel Gonzaga, Lúcio de Sena, Pedro A. Pinto, Ribe Portugal, TeóÍilo de Almeida, Vieira Matos e WalterTeles. Vale lem-

106. CASA DE ARNALDO

E O ESPORTE, DUAS PAIXOES DE BAC.

CAú Henrique Seiji lvamoto - Centro de Estudos da Santa Casa da Misercórdia de Santos, [email protected], [email protected]' br. Rosi/ene Morales, Ce/so Schma/fuss No§ueira, José Cruvinel Neto. Fernando José Sibila Marcondes, Juliano Nery Navarro e Evandro José Favorito Jr. Cabelos grisalhos, ágil, alto, esguio, abdomen plano sem a usual protuberância, essa compleição resulta de uma vida dedicada ao atletismo, hábito que Luiz Baccalá, nascido em Sáo Paulo em 28 de abril de 1927 , ainda mantém intensamente. Os telefonemas à Associação dos Antigos Alunos da FMUSP sáo atendidos pela sua voz tranqüila ou pela da dedicada assistente, Sra. Maria fereza. Fiel §uardião da Casa de Arnaldo, lá está ele todas manhãs. É trabalhando pela sua magnífica escola, onde ingressou em l-95O, que cumpre sua aposentadoria, como um dos mais assíduos arnaldianos. Em todas reunióes inicias da Sociedade Brasileira de História da Medicina, chegava ele acompanhando nosso saudoso presidente. Organizou o lançamento de "Lacaz, Ciência e Humanismo na Casa de Arnaldo", obra da SBHM e do Centro de Estudos da Santa Casa de Santos. Durante a solenidade, ficou com a voz embargada e náo conteve as

lágrimas ao falar do amigo, uma convivência fraterna de mais de meio século de existência. Falhamos em náo convidá-lo para escrever uma nota sobre nosso Presidente de Honra porque, alheios que éramos à Casa de Arnaldo, desconhecíamos seus laços humanos. Além da Alma Mater, sua outra paixão é o atletismo. Preside o Panathlon Club. Participou de congressos nacionais e internacionais de Medicina Esportiva. Fez parte do Conselho Municipal de Saúde da cidade de Sáo Paulo e de diversas comissÕes e associaçÓes municipais, estaduais e nacionais na área da saúde e do espofte. E Membro Emérito da Academia de Medicina de Sáo Paulo. Recebeu diversas condecoraçóes. Dentro de oito anos, a Casa de Arnaldo estará festejando seu centenário, um século de ensino, pesquisa e assistência à populaçáo. Vários dos seus proÍessores e pesquisadores - os lmortais da Casa de Arnaldo - seráo lembrados pelas suas notórias contribuições cientÍflcas. A valiosa participação humana de Baccalá haverá também de ser rememorada. Contribuiu com a manutençáo dos vín-

culos dos milhares de antigos alunos entre si e com a tradicional Alma Mater, cultivou sua memória e Íez valer na mesma o velho adágio "mens sana in cor7ore sano".

1O7. CENTENÁNIO OO PROFESSOR PEDRO SALLES Adélia Sa//es - Academia de Letras de Pará de Minas, José de Lau'

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- Academia de Letras de Pará de

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Minas

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marino Hélio Lopes. Para representar aqueles que clinicaram no interior fluminense, citamos Amir Azevedo, o memorialista que tantos serviços prestou a Barra Mansa. Reciprocamente, médicos do Rio de Janeiro marcaram com brilho a medlcina mineira, como Álvaro de Barros, Borges da Costa, Eduardo de

Trata-se de uma pequena contribuição ao conhecimento que se deseja divulgar da vida, da personalidade e das qualidades desse inesquecível médico, que, do alto de seus 95 anos, foi um exemplo de inteligência, de saber e de honradez. Tendo exercido o diÍícil mister do ensino médico, fez muitas e valiosas amizades entre seus "discípulos amados", como costumava chamar aqueles que lhe eram mais próximos, e também os seus pacientes - principalmente crianças - que se apegavam sobremaneira a ele. Ao longo da vida teve como especialidades a Ortopedia e Cirur$a lnÍantil, posteriormente a Reumatologia e Íinalmente interessou-se pela História da Medicina. Nesta deixou uma obra de valor, devido à ürganização que usava para a exposição dos assuntos mostrados numa seqüência lógica, bem como em um estilo claro e dlreto. Escreveu inicialmentê a "Evoluçáo da Medicina em Pará de Minas", plena de memórias de grande estima e saudades a própria infância, posteriormente "Notas sobre His-

Menezes, Ezequiel Dias, Fernandes Figueira, Henrique Sá e Hugo Werneck.

Medicina no Brasil", volume sempre consultado por aqueles que se

brar a notoriedade dos sextanistas Agripa Vasconcelos, Bernhaus de Lima e Cícero Ferreira, bem como do expedicionário de sub-

tória da Medicina em Belo Horizonte", e flnalmente a "Historia da

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-$#'11à]t',i:,;À1Êil-

poder de propagação. As ocorrências dessas epidemias se deram numa época de afirmaçáo do "saber" médico, quando os esculápios empreendiam uma batalha em busca da legitimaçáo de sua ciência. As epidemias de febre amarela contribuíram para a construçáo de um "saber intervencionista" em relaçáo às práticas de higiene e várias normas de convívio social; e para a prioridade dada à política de inÍra-estrutura sanitária: água encanada, sistemas de esgotos, arruamento. A discussão aqui apresentada se insere em um projeto de dissertaçáo de mestrado em andamento, onde discutimos a influência da epidemia de febre amarela ocorrida em Cataguases - MG, no verão de 1889-90, nos projetos modernizadores de urbanizaçáo do município. A Cataguases "moderna" do movimento literário e das obras modernistas tem sua origem nesse processo de remodelamento espacial e estrutural, perceptível nas obras de saneamento e abastecimento de água, esgotamento de pântanos, construçáo de cemitério afastado do centro da cidade, da reordenaçáo do curso dos córregos, etc. As reÍormas e melhorias urbanísticas, especialmente as de caráter sanitário, olrservadas no decurso da década de 1890, Íoram precipitadas pelo advento das epidemias de febre. As primeiras análises

' entíficas. Como marco de sua atuaÇáo destacamos a criação c - . tituto de Biofísica na Faculdade Nacional de Medicina em 1!--:

Neste instituto, Carlos Chagas Filho desenvolveu linhas de pesqu s' , partir de objetos nacionais, como o curare e o peixe-elétrico, E:trophorus e/ectricus, nativo da regiáo amazônica, contribuindo c::--' forma para a construção de um modelo de ciência nacional basea:: no uso de técnicas avançadas em modelos autoctones. No conte'.do projeto da "memória da ciência no Rio de Janeiro", a organizac= dos documentos de seu arquivo, composto de relatórios, discursc. recortes de jornais, ÍotograÍias e cartas, permitirá vislumbrar Íacela. de sua militância pela valorizaçáo da atividade científica no Brasi, = exterior.

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nos indicam que essas reformas foram conduzidas pelos médicos

Henrique Seiji lvamoto - Centro de Estudos da Santa Casa da Misei' córdia de Santos, [email protected], [email protected]' Ce/so Schma/fuss Nogueira, Rosi/ene Morales, )osé Cruvinel Neto.

locais, como propostas de combate à Íebre amarela' Pretendemos examinar esse processo, comparando o caso de Cataguases com o

Favorito Jr.

de outras cidades, objetivando relacionar a sua modernizaçáo com os

surtos epidêmicos. Analisar os prejuízos sociais e econômicos gerados pelo impacto da Íebre amarela na florescente sociedade cataguasense. Entender a representação suscitada pelas epidemias nos ideais e projetos de modernizaçáo característicos da década de 1890. E apreender o papel desempenhado pelos médicos na confecção do arcabouço urbanístico iniciado concomitantemente com o advento epidêmico. Compreendendo como o "moderno" experimentado pelo crescimento ordenado e normatizado da cidade, foi influenciado pelos médicos locais.

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pÔSTENES

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. RESUMOS

P1.ILL2- A MEMóRIA DA CIÊNCN NO RIO DE JANEIRO: ORGANTZAçÃO E SOCIALIZAÇÃO OO ARQUIVO PESSOAL CARLOS CHA. GAS FILHO Ana Luce Girão Soares de Lima - Casa de Oswa/do Cruz/Fiocruz '

Fernando

)osé Sibita Marcondes, )uliano

Nery Navarro e Evandro José

No início de seus 461 anos de história, a Santa Casa da Misericórdia de Santos contou com a colaboraçáo dejesuÍtas, que exerciam as Íunçóes de médicos, enfermeiros e boticários, além de cirurgóes barbeiros e, eventualmente, de uns poucos físicos diplomados. Em alguns períodos de prosperidade, como ocorreu durante a primeira metade do século XX, o ensino médico encontrou condiçóes para florescer, seguindo-se um longo período de estagnação. Em 1997, o anestesiologista Celso SchmalÍuss Nogueira fundou o Centro de Estudos, dando início a uma série de atividades acadêmicas, incluindo cursos multidisciplinares, ATLS, ACLS, e a Acta Medica Misericordiae, revista dedicada a todas as Santas Casas dos cinco continentes. O Centro de Estudos beneÍciou toda a regiáo da Baixada Santista. fazendo da Santa Casa um centro regional de ensino de Medlcina e áreas aíns. No Dia do Médico de 2003, o presidente do Centro de Estudos Íoi agraciado com o diploma de Honra ao Mérito, outorgado pela Prefeitura Municipal de Santos em reconhecimento ao seu dedicado trabalho pelo ensino médico.

[email protected], Ricardo Augusto dos Santos - Casa de Oswa/-

do Cruz/Fiocruz

-

rau§[email protected], Francisco dos Santos

Lourenço - Casa de Oswa/do CruzlFiocruz - [email protected]'br, Leonardo Arruda Gonça/ves - /[email protected], Vivian Luiz Fon' seca - vÍvi anlfonseca@yahoo . com. b r Como reflexo das atividades que desenvolveu na universidade brasileira, Carlos Chagas Filho construiu uma brilhante carreirajunto a

instituiçoes internacionais. Destacam-se sua atuaçáo na UNESCO, como embaixador do Brasil e em outros organismos do sistema Naçóes Unidas, além da Academia Pontifícia de Ciências do Vaticano,

presidida por ele entre os anos de !972 e 1988. Nela, notabilizou-se pela reabilitaçáo de Galileo Galilei, pela inserçáo de países periféricos no contexto científico internacional e pela dataçáo do Santo Sudário, estreitando os laços entre fé e ciência. Nascido no Rio de Janeiro em l-2 de setembro de 191-0, médico Íormado pela Faculdade de Medicina da Universidade do Rio de Janeiro, teve como legado uma herança cientíÍica que carregava até mesmo no nome. Ligado à tradição da pesquisa realizada no lnstituto Oswaldo Cruz, privilegiou náo só a atuaçáo em organismos internacionais, como a carreira acadêmica no interior da universidade. Em l-937 tomou posse como professor concursado da Cátedra de Física Biológica da Universidade do Brasit. A relevância de suas atividades pode ser avaliada a par1tir do papel desempenhado por ele como deÍinidor de políticas de desenvolvimento científico-tecnológico e administrador de instituiçÓes ci-

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- GUSTAV

KILLIAN - UM MARCO NA OTORRINOLARINGO-

LOGIA

Robefto Campos Meirelles - UEN - rocame @supeiS.com.b4 Roberto M. Neves-Ptnto,' Rodrigo Pêgo Gustav Killian nasceu em 02 de junho de 1860, em Mainz Alemanha. lniciou seu curso superior na Faculdade de Medicina de Strasbourg, complementando-o em Freiburg, Berlim e Heidelberg. Realizou seu treinamento prático em Mannheim, seguindo-se o aperfeiçoamento em Cirurgia Geral, em FranKurt. Em 1887, a Universidade de Freiburg nomeou-o Professor de Laringologa da Faculdade de Medicina. Sua tese versou sobre o tema " On the Bursa and Tonsilla Pharyngea". No trabalho "On Direct Bronchoscopy", apresentado no 60 Congresso Alemão de Laringologia em 29 de maio de 1898, Killian descreveu três casos pioneiros de extração traqueobrônquica de corpos estranhos usando um esoÍagoscópio modificado e anestesia tópica com cocaína, o primeiro deles em 30 de março de 1897. Esta novidade despertou grande interesse no meio médico, pois mudou um processo que resultava em morte em metade dos casos, passando a sertratado com pouquíssimos acidentes. Aos 37 anos, havia sido designado Professor pleno da cadeira de Otorrinola-

ringologia da Universidade de Freiburg. Em 1897, Íaz a primeira descrição de visualizaçáo direta de um tumor traqueal' Em 1889, Íaz "*âtrêf,

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