CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULO CAMPUS ENGENHEIRO COELHO Curso DE ENGENHARIA CIVIL

May 18, 2017 | Autor: Junior Lopes | Categoria: Relatorios, Aulas Praticas Experimentais
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CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULO
CAMPUS ENGENHEIRO COELHO
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL










MIQUÉIAS CRUZ DE SOUSA










RELATÓRIO 01:

NBR NM 26:2001: AGREGADOS – AMOSTRAGEM
NBR NM 27:2001: Agregados – Redução da amostra de campo para ensaios
de laboratório
NBR NM 49:2001: Agregado Fino – Determinação das impurezas orgânicas






















Engenheiro Coelho
2015
MIQUÉIAS CRUZ DE SOUSA










relatório 01

NBR NM 26:2001: AGREGADOS – AMOSTRAGEM
NBR NM 27:2001: Agregados – Redução da amostra de campo para ensaios
de laboratório
NBR NM 49:2001: Agregado Fino – Determinação das impurezas orgânicas







Relatório de atividades práticas do
Laboratório de Materiais de Construção
Civil I, do Centro Universitário
Adventista de São Paulo, do curso de
Engenharia Civil, sob orientação do
professor Lucas da Silva Barboza.








Engenheiro Coelho
2015
RESUMO

Este relatório apresenta as metodologias de ensaio para a amostragem
de agregados, redução da amostra de campo e determinação de impurezas
orgânicas em agregados miúdos, conforme as normas NBR NM 26:2001, NBR NM
27:2001 e NBR NM 49:2001, respectivamente. A partir das análises e
resultados obtidos dos ensaios pertinentes as normas em estudo, este
trabalho busca dimensionar a importância prática de tais normas na
engenharia civil.


Palavras-chave: NBR NM 26:2001; NBR NM 27:2001; NBR NM 49:2001.
ABSTRACT

This report presents the test methodologies for sampling aggregates,
reducing the field sample and the determination of organic impurities in
fine aggregates, as the NBR NM 26 standards: 2001 NBR NM 27: 2001 and NBR
NM 49: 2001, respectively. From the analysis and results of the relevant
tests the standards under study, this paper seeks to scale the practical
importance of such standards in civil engineering.


Keywords: NBR NM 26: 2001; NBR NM 27: 2001; NBR NM 49: 2001.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 6
2 NBR NM 26:2001: AGREGADOS – AMOSTRAGEM 7
2.1 INTRODUÇÃO 7
2.2 OBJETIVOS 8
2.3 DEFINIÇÕES 8
2.4 CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A AMOSTRAGEM 9
2.5 PROCEDIMENTOS DE AMOSTRAGEM 10
2.5.1 Jazidas e Depósitos Naturais 10
2.5.2 Depósitos Comerciais e Obra 10
2.6 NÚMERO E DIMENSÕES DAS AMOSTRAS 12
2.7 IDENTIFICAÇÃO E REMESSA DAS AMOSTRAS 13
2.8 CONCLUSÃO 13
3 NBR NM 27:2001: REDUÇÃO DA AMOSTRA DE CAMPO PARA ENSAIOS DE
LABORATÓRIO... 15
3.1 INTRODUÇÃO 15
3.2 OBJETIVOS 15
3.3 CONSIDERAÇÕES GERAIS 15
3.3.1 Agregados Miúdos 16
3.3.2 Agregados Graúdos e Mistura de Agregado Graúdo e Miúdo 17
3.4 PROCEDIMENTOS DE AMOSTRAGEM 17
3.4.1 Método A – Separador Mecânico 17
3.4.2 Método B – Quarteamento 20
3.4.3 Método C – Amostragem de Pequenos Estoques de Agregado Miúdo Úmido 22
3.5 CONCLUSÃO 24
4 NBR NM 49:2001: AGREGADO FINO – DETERMINAÇÃO DE IMPUREZAS ORGÂNICAS 25
4.1 INTRODUÇÃO 25
4.2 OBJETIVO 26
4.3 MATERIAIS PARA O ENSAIO 26
4.4 PREPARAÇÃO DO ENSAIO 26
4.5 EXECUÇÃO DO ENSAIO 27
4.6 CONCLUSÃO 30
5 CONCLUSÃO 32
REFERÊNCIAS 33

1 introdução

OS ENSAIOS ABORDADOS NESTE RELATÓRIO, OBJETIVAM EM EXPLANAR OS
PROCEDIMENTOS NECESSÁRIOS PARA QUE SE OBTENHAM AMOSTRAS DE AGREGADOS COM
FIEL REPRESENTATIVIDADE DA REAL COMPOSIÇÃO GRANULOMÉTRICA DA REGIÃO ONDE
FORA COLETADA A AMOSTRA, DESDE OS DE MAIORES DIMENSÕES DE AMOSTRA (LOTE DE
AGREGADO) ATÉ AS AMOSTRAS DE MENORES DIMENSÕES (AMOSTRA DE ENSAIO, OBTIDA
PELO ENSAIO DE REDUÇÃO DE AMOSTRA DE CAMPO), AS QUAIS SÃO ADEQUADAS PARA A
ENSAIOS LABORATORIAIS.
Em todo o processo de amostragem de agregados, este relatório se
preocupa em identificar a importância de cada etapa do processo para a
obtenção da amostra final: a amostra de ensaio, a qual é base de todo o
processo laboratorial envolvendo agregados na área de construção civil.
Além dos ensaios referentes a amostragem de agregados e redução da
amostra de campo a serem abordados nos capítulos 2 e 3, no capítulo 4 este
relatório explica o funcionamento do ensaio de impurezas orgânicas de
agregados miúdos, enfatizando a aplicabilidade deste ensaio através de seus
resultados obtidos.
2 NBR NM 26:2001: AGREGADOS – AMOSTRAGEM


2.1 INTRODUÇÃO

POR DEFINIÇÃO, OS AGREGADOS SÃO MATERIAIS PARTICULADOS SEM FORMA E
VOLUME DEFINIDOS, INCOESIVOS (PRINCIPALMENTE NO QUE TANGE AOS MATERIAIS
GRAÚDOS, OS QUAIS POSSUEM COESÃO DESPREZÍVEL), DISPÕEM DE ATIVIDADE QUÍMICA
PRATICAMENTE NULA E DE UMA MISTURA DE PARTÍCULAS COM UMA VARIEDADE DE
TAMANHOS IMENSA, DE FORMA A POSSUIR DIMENSÕES ADEQUADAS PARA USO EM
ENGENHARIA [1]-[4].
No que tange a classificação dos agregados, a sua classificação é de
acordo com a origem, densidade e tamanho dos fragmentos. Segundo a sua
origem, os agregados se dividem em naturais (areias e seixos) e
industrializados (britas, pó de pedra, argila expandida e granalha de aço).
O critério utilizado para tal classificação se baseia no fato do agregado
possuir sua composição particulada de modo natural ou por processos
industrializados [1]-[4].
Em termos de densidade, os agregados são considerados leves quando a
sua massa unitária (M.U.) é menor do que 1 g/cm3 (por exemplo: vermiculita
e argila expandida), normais quando M.U. está entre 1 e 2 g/cm3 (por
exemplo: calcário, arenito e cascalho) e pesadas para M.U maior do que 2
g/cm3 (por exemplo: barita, hematita e magnetita) [1], [3]-[4].
Já em relação ao tamanho dos agregados, define-se os agregados
graúdos, os quais são os materiais retidos na peneira nº 4 (4,8 mm), e os
agregados miúdos, os quais são os materiais passantes na peneira nº 4 (4,8
mm) e retidos na peneira nº200 (0,075 mm). O material pulverulento ou
fíler, é o material passante na peneira nº 200 (0,075 mm) [3].
Portanto, para que as características citadas quanto a classificação
dos agregados, e principalmente as propriedades físicas e índices de
qualidade deste tipo de material possa ser determinado por análises de
ensaios laboratoriais, é necessário que o processo da amostragem de
agregados seja feito de forma adequada [1], [5].
A importância do processo de amostragem é ainda mais justificada ao
analisar-se a composição do concreto, onde cerca de 70% a 80% do volume do
concreto é composto por agregados [6]. Justamente pela alta composição de
agregados em concretos, é imprescindível que as características dos
agregados sejam conhecidas, como: porosidade, composição granulométrica,
absorção de água, forma e textura superficial das partículas, resistência a
compressão, módulo de elasticidade e os tipos de substâncias dielétricas
presentes [7]. Logo o processo de amostragem acaba tornando-se tão
importante quanto os ensaios laboratoriais [5], [7].
A norma que define as diretrizes para a amostragem do agregado desde a
etapa de extração e redução até ao armazenamento e transporte das amostras
representativas do agregado do concreto para os ensaios laboratoriais é a
NBR NM 26:2001 [5].

2.2 OBJETIVOS

A NORMA NBR NM 26:2001 TEM POR OBJETIVO DEFINIR UM PROCEDIMENTO PADRÃO
PARA A AMOSTRAGEM DE AGREGADOS DESDE A ETAPA DE EXTRAÇÃO E REDUÇÃO ATÉ AO
ARMAZENAMENTO E TRANSPORTE DAS AMOSTRAS REPRESENTATIVAS DO AGREGADO DO
CONCRETO DESTINADAS AOS ENSAIOS DE LABORATÓRIO [5].

2.3 DEFINIÇÕES

NO PROCESSO DE AMOSTRAGEM DE AGREGADOS, É IMPORTANTE QUE SE TENHA O
CONHECIMENTO DOS SEGUINTES CONCEITOS: LOTE DE AGREGADO, AMOSTRA DE CAMPO,
AMOSTRA PARCIAL E AMOSTRA DO ENSAIO.
O lote de agregado é uma quantidade definida de agregado produzido,
armazenado ou transportado sob condições supostamente uniformes. A dimensão
dos agregados de mesma origem não deve ultrapassar os 300 m3 ou ter
quantidade equivalente a doze horas ininterruptas de produção (caso de
processos contínuos). Entretanto, no caso específico de pequenas obras em
que o volume de concreto for no máximo de 100 m3 ou a área ser igual ou
inferior a 500 m2 e não haver mais de duas semanas de tempo de execução, a
dimensão do lote de agregado não deve ser superior a 80 m3 de agregados de
mesma origem [5].
A amostra de campo é uma porção representativa de um lote de
agregados, sendo formada pela a união de várias amostras parciais, as quais
podem ser coletadas na fonte de produção, armazenamento e transporte. As
amostras parciais devem ser coletadas em número suficiente para os ensaios
de laboratório [5].
Já a amostra de ensaio, é a porção obtida pela a redução da amostra de
campo (conforme definido pela a NBR NM 27:2001), a qual é utilizada em
ensaios de laboratório [5]. Logo é perceptível que a sequência de amostras:
lote de agregado, amostra de campo e amostra de ensaio, estão organizadas
de forma decrescente no que tange ao volume das amostras, visto que a
última categoria citada (amostra de ensaio) deriva de uma amostra acima
desta, e assim sucessivamente.
E por fim a amostra parcial, que é a amostra obtida de uma única vez
de um lote de agregado, em um determinado tempo ou local. Portanto, a
composição de várias amostras parciais vem a formar a amostra de campo, a
qual deve seguir um plano de amostragem [5].

2.4 CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A AMOSTRAGEM

PARA QUE O PROCESSO DE AMOSTRAGEM DE FATO REPRESENTE O PERFIL
CARACTERÍSTICO DOS AGREGADOS DE DETERMINADO LOCAL, É NECESSÁRIO QUE SEJAM
TOMADOS ALGUNS CUIDADOS PRÉVIOS. SEGUNDO A NBR NM 2001, ALGUMAS DAS
PRECAUÇÕES A SEREM TOMADAS SÃO [5]:


A amostragem deve ser efetuada quando o material estiver úmido, para
evitar a segregação da parte pulverulenta.
As amostras parciais devem ser tomadas de diversos pontos do lote, de
modo a representar todas as possíveis variações do material ao longo
do lote, garantindo assim maior confiabilidade para a
representatividade destas amostras em relação a real composição dos
agregados da região em análise.
Para cada processo de amostragem, a quantidade de amostras parciais
deve ser a mesma.
Nos casos em que o material apresentar distinção visual quanto as suas
características ou ao desejar-se verificar a variação granulométrica
ou características do material, as análises laboratoriais devem ser
aplicadas sobre cada amostra parcial.
A redução da amostra de campo deve ser feita de acordo com a NBR
27:2001.

2.5 procedimentos de amostragem

O PROCESSO DE AMOSTRAGEM OCORRE DE MODO GERAL EM DUAS SITUAÇÕES:
JAZIDAS E DEPÓSITOS NATURAIS E DEPÓSITOS COMERCIAIS E OBRA. TAIS SITUAÇÕES
SÃO DESCRITAS DE FORMA RESUMIDA, SEGUNDO A NBR NM 2001 [5].

2.5.1 Jazidas e Depósitos Naturais

As amostragens realizadas em jazidas e depósitos naturais, devem ser
realizadas inicialmente com uma inspeção visual completa da jazida, para
que possa ser mensurado as características e as possíveis variações dos
agregados. Em seguida, extrai-se amostras de diferentes locais para
analisar as características do material em profundidade, onde a perfuração
para a retirada de cada amostra deve ser no mínimo equivalente a
profundidade necessária a ser alcançada na exploração da jazida [5].

2.5.2 Depósitos Comerciais e Obra

No caso de depósitos comerciais e obra, há três situações possíveis em
que o material pode ser encontrado: em pilhas, em unidades de transporte e
no fluxo de descarga de agregados (comportas de silos ou descargas de
correias). Independentemente da situação em que o material se encontre, é
preferível que as amostras sejam coletadas no lugar de origem do material,
e em apenas na sua impossibilidade, a coleta do material é feita no local
destino, antes de ser descarregado pelos veículos. Em cada caso, o
procedimento deve garantir que não haja segregação no material obtido,
influenciando assim os resultados obtidos. [5].
Na situação em que os agregados se encontram em pilhas, é recomendável
que sempre que for possível seja evitado a amostragem nestes locais. Tal
fato é justificável devido a tendência natural de segregação do material
graúdo em relação ao miúdo na parte superior da pilha, a qual retém
material de característica mais grossa [5].
Para garantir de maior confiabilidade nos resultados obtidos, a
amostragem deve ser feita considerando-se a coleta em diversos locais da
pilha e em diferentes níveis de profundidade. Nos casos de agregado graúdo
ou uma mistura entre agregados miúdos e graúdos, a melhor forma de se
garantir tais resultados é pela a retirada de uma pequena pilha de amostra
da pilha principal, obedecendo os critérios descritos, por um equipamento
mecânico [5].
Entretanto, na impossibilidade de se utilizar de um equipamento
mecânico, um método manual também pode ser aplicado, tomando-se os
seguintes cuidados [5]:


As amostras de campo devem ser formadas por pelo menos 3 amostras
parciais da parte superior, intermediária e inferior da pilha [5],
[7].
Pelo o motivo da segregação característica dos agregados depostos em
pilhas (com concentração da parte mais grossa nas camadas superiores),
no caso de agregados miúdos deve ser retirado pelo menos 30 cm da
parte superior da pilha, sendo as amostras coletadas em regiões abaixo
desta camada [5], [7].
Para a extração das amostras, pode ser inserido um tubo com no mínimo
30 mm de diâmetro e 2 m de comprimento, com intuito de obter cinco ou
mais amostras do material, a fim de formar a amostra composta [5],
[7].


Na situação em a amostragem é feita em unidades de transporte, para
agregados graúdos, para a prioridade da coleta de amostras usam-se
equipamentos mecânicos, os quais devem ser capazes de extrair amostras em
diferentes níveis e locais ao acaso [5].
Entretanto quando não se dispor de equipamento mecânico, são feitas
escavações de três ou mais trincheiras no material de pelo menos 30 cm de
largura e profundidade, onde são coletadas com uma pá pelo menos três
amostras parciais em sete locais diferentes igualmente espaçados [5], [7].
No caso de amostragem dos agregados miúdos em unidades de transportes,
a amostragem é feita através de tubos amostradores, conforme já fora
descrito [5], [7].
E por fim, as amostragens realizadas em silos e em correias de
transportes. Na situação dos silos, as amostras são retiradas apenas após a
descarga de 1 m3 do material, sendo coletadas pelo menos três amostras
parciais sob descargas intermitentes, de preferência em vários locais da
parte superior do silo. Sempre que possível, os silos devem ser mantidos
cheios ou quase cheios para reduzir a segregação [5], [7].
Já em correias de transporte, a amostragem é feita com as correias
estando paralisadas, recolhendo-se ao menos três amostras parciais com
dimensões aproximadamente iguais. Para que não seja perdida a parte fina do
material, usa-se bandejas para recolher os agregados finos com o auxílio de
uma escova e uma pá [5], [7].

2.6 NÚMERO E DIMENSÕES DAS AMOSTRAS

SEGUNDO A NBR NM 26:2001, O NÚMERO DAS AMOSTRAS PARCIAIS É DEFINIDO DE
ACORDO COM O VOLUME DO MATERIAL E COM O NÍVEL DE VARIAÇÃO DE SUAS
CARACTERÍSTICAS, DE MODO A GARANTIR A MELHOR REPRESENTATIVIDADE POSSÍVEL
DESTAS AMOSTRAS. COM EXCEÇÃO DAS JAZIDAS OU DEPÓSITOS NATURAIS, A AMOSTRA
DE CAMPO É FORMADA PELA A UNIÃO DE VÁRIAS AMOSTRAS PARCIAIS, DE MODO A
ATENDER AS ESPECIFICAÇÕES DENOTADAS NA TABELA 2.1 E TABELA 2.2 [5].


Tabela 2.1: Quantidade de amostras a serem coletadas em ensaios físicos e
químicos.
"Dimensão "Número mínimo de "Quantidade total de amostra de "
"característica do"amostras parciais"campo (mínimo) "
"agregado (mm) " " "
" " "Em massa (kg) "Em volume (dm3) "
" 9,5 mm " "25 "40 "
" " " " "
" "3 " " "
"> 9,5 mm 19 mm " "25 "40 "
"> 19 mm 37,5 mm" "50 "75 "
"> 37,5 mm 75 mm" "100 "150 "
"> 75 mm 125 mm " "150 "225 "


Fonte: Adaptado da NBR NM 2001 (2001, p. 8) [5].


Note que os dados fornecidos na Tabela 2.1 denotam uma tendência
natural de aumentar-se a quantidade total de massa e volume da amostra de
campo a medida em a dimensão característica do agregado é aumentada, visto
que se objetiva uma representatividade significativa do material em uma
amostra de campo, onde é próprio que agregados mais grossos exijam maiores
amostras para que os mesmos possam ter suas características bem
representadas.

Tabela 2.2: Quantidade de amostras a serem coletadas para estudo em
concreto (dosagem e comprovação de resistência).
"Tipo de agregado "Emprego "Máxima total da amostra"
" " "de campo, mínima (kg) "
"Agregado miúdo "Apenas um agregado "200 "
" "Dois ou mais agregados "150 (por unidade) "
"Agregado graúdo "Apenas uma graduação "300 "
" "Duas ou mais graduações"200 (por unidade) "

Ao fazer ensaios de caracterização, as quantidades indicadas na Tabela
2.2 devem ser multiplicadas pelo o número de corpos de prova a serem
ensaiados [5].

2.7 identificação e remessa DAS AMOSTRAS

SEGUNDO A NBR NM 26:2001, AS REMESSAS DAS AMOSTRAS DEVEM SER REMETIDAS
EM SACOS, "CONTAINERS", CAIXAS OU RECIPIENTES ADEQUADOS, OS QUAIS DEVEM
ESTAR LIMPOS PARA EVITAR QUALQUER TIPO DE CONTAMINAÇÃO, ASSIM COMO TER
PRECAUÇÕES NO QUE TANGE A POSSÍVEIS PERDAS DA AMOSTRA OU A DANIFICAÇÃO DO
RECIPIENTE DURANTE O MANUSEIO E TRANSPORTE [5].
A identificação das amostras deve ser feita mediante uma etiqueta ou
cartão contendo os seguintes dados: designação do material, número de
identificação de origem, tipo de procedência, massa de amostra, quantidade
do material que representa, obra e especificações a serem cumpridas, parte
da obra em que será empregado, local e data da amostragem e o responsável
técnico pela a coleta [5].

2.8 conclusão

A PARTIR DOS CRITÉRIOS DEFINIDOS PELA A NBR NM 26:2001, ESTE CAPÍTULO
TEVE POR MÉRITO SINTETIZAR AS INFORMAÇÕES ENCONTRADAS NA NORMA AFIM DE
DIMENSIONAR AO LEITOR A IMPORTÂNCIA DO PROCESSO DE AMOSTRAGEM AO VERIFICAR
OS PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS A SEREM TOMADOS EM SUA EXECUÇÃO.
De modo geral, é perceptível que a norma se preocupa em estabelecer
critérios que garantam uma representatividade confiável da amostra de
agregados, independentemente do local em que o mesmo se encontra, visto que
como já fora comentado, é de crucial importância que o processo de
amostragem seja bem executado para que os ensaios a serem feitos denotem em
resultados fiéis da região em que o material fora retirado.
Ora, é presumível que a partir do momento em que os agregados
coletados na amostragem não representam com fidelidade a situação real
deste material no local em que ele fora retirado, por mais que os ensaios
laboratoriais destas amostras sejam executados sob as mais rígidas
exigências técnicas, os resultados obtidos hão de ser inúteis, evidenciando
assim ainda mais a importância do processo de amostragem.
3 NBR NM 27:2001: Redução da amostra de campo para ensaios de laboratório


3.1 INTRODUÇÃO

O PROCESSO DE AMOSTRAGEM E A REDUÇÃO DA AMOSTRA DE CAMPO PARA ENSAIOS
DE LABORATÓRIOS SÃO PROCESSOS INTIMAMENTE INTERLIGADOS. BASICAMENTE O
SEGUNDO CASO (O QUAL VAI SER TRATADO NESTE CAPÍTULO), SÓ PODE SER FEITO
APÓS A EXECUÇÃO DO PRIMEIRO CASO, LOGO A NBR NM 27:2001 NADA MAIS É DO QUE
O DETALHAMENTO DE COMO SE OBTER AS AMOSTRAS DE ENSAIO, AS QUAIS FORAM
EXPLANADAS NA SEÇÃO 2.3.
Portanto assim como fora conclusivo que o processo de amostragem é tão
importante quanto aos processos de ensaios laboratoriais, neste capítulo há
de ser provado o valor singular das amostras de ensaios, tendo por
embasamento teórico a norma NBR NM 27:2001.

3.2 objetivos

A NORMA NBR NM 27:2001 TEM POR OBJETIVO INDICAR AS CONDIÇÕES PARA A
REDUÇÃO DA AMOSTRA DO AGREGADO TIRADA DO CAMPO PARA AMOSTRAS DE ENSAIO. HÁ
DE SER ESTABELECIDO PARA O ALCANCE DESTE OBJETIVO TRÊS MÉTODOS, ONDE UM SE
TRATA DE UM MÉTODO MECÂNICO E PARA AGREGADOS SECOS, ENQUANTO OS OUTROS DOIS
MÉTODOS SÃO MANUAIS E SE APLICAM A AGREGADOS COM UMIDADE NA SUPERFÍCIE [8].

3.3 considerações gerais

EMBORA SEJA INTUITIVO PENSAR QUE NECESSARIAMENTE AS AMOSTRAS DE
ENSAIOS SEMPRE DEVEM SER EXECUTADAS, HÁ CASOS EM QUE NÃO CONVÉM A EFETUAÇÃO
DAS MESMAS. EM SITUAÇÕES QUE A AMOSTRA DE CAMPO APRESENTA POUCAS PARTÍCULAS
COM MAIORES DIMENSÕES, A PROBABILIDADE DE A AMOSTRA DE ENSAIO NÃO
REPRESENTAR O COMPORTAMENTO DISTRIBUÍDO DO AGREGADO É MUITO GRANDE, VISTO
QUE TAIS PARTÍCULAS EM QUANTIDADES RAREFEITAS TENDEM A SEREM DISTRIBUÍDAS
DE FORMA NÃO UNIFORME AO LONGO DA AMOSTRA DE CAMPO. PORTANTO, É NECESSÁRIO
QUE NESTAS EVENTUALIDADES A AMOSTRA DE CAMPO SEJA ENSAIADA EM SUA
TOTALIDADE [8].
Logo fora o caso anteriormente citado, o processo de obtenção da
amostra de agregado em campo, conforme fora explanado no capítulo dois
(baseado na NBR NM 26:2001), deve ser reduzido para obtenção da amostra de
ensaio [5], [8].
De acordo com a NBR NM 27:2001, há três métodos para redução da
amostra do campo: o método A (aplicado em material seco e com uso de um
separador mecânico) e os métodos B e C (aplicados em materiais secos e
feitos de forma manual). A escolha do método de redução de amostra a ser
aplicado depende da composição do agregado, o qual se baseia em três tipos
possíveis: agregado miúdo, agregado graúdo e agregado graúdo misturado com
agregado miúdo [8].

3.3.1 Agregados Miúdos

No caso dos agregados miúdos, os três métodos (A, B e C) podem ser
utilizados, entretanto há um fator limitador para a escolha do método: a
condição saturada de superfície seca [8]. A condição saturada de superfície
seca, significa o caso em que o grão ou partícula está interiormente
saturado, mas a sua superfície está totalmente seca [3], [9].
Assim sendo, na situação em que o agregado miúdo apresentar um grau de
umidade inferior a condição saturada de superfície seca, o método a ser
utilizado é o A, onde a redução da amostra de campo é feita por um
separador mecânico. Já nos casos em que houver umidade na superfície das
partículas, a separação da amostra de campo é feita por quarteamento
manual, tanto pelo método B, como pelo método C [8].
Note que a escolha entre os métodos A, B e C no caso dos agregados
miúdos é feita baseado na presença ou ausência de umidade na superfície dos
grãos. Logo caso o agregado esteja com a superfície seca e deseja-se
aplicar o método B ou o método C, a amostra deve ser umedecida e
rigorosamente homogeneizada, para só então ser reduzida. No caso de o
agregado apresentar uma superfície umedecida e querer-se aplicar o método
A, toda a amostra de campo deve ser submetida a um processo de secagem, de
forma a apresentar pelo menos um grau de umidade inferior a condição de
saturação de superfície seca [8].



3.3.2 Agregados Graúdos e Mistura de Agregado Graúdo e Miúdo

No caso de agregados graúdos ou da mistura entre agregados graúdos e
miúdos, segundo a NBR NM 27:2001, a amostra de campo deve estar levemente
umedecida para que evite a perda de materiais finos. O método preferível
para ser feita a redução do material é o A, através do uso de separador
mecânico. O método B também pode ser utilizado, mas o método C sob nenhuma
hipótese deve ser aplicado a agregados graúdos ou para a mistura de
agregados graúdos e miúdos [8].

3.4 procedimentos de amostragem

É NATURAL QUE QUANTO MAIOR FOR O TAMANHO DA AMOSTRA, MELHOR SERÁ A SUA
REPRESENTATIVIDADE EM RELAÇÃO AO MATERIAL TOTAL. PORTANTO, O MAIOR DESAFIO
DO PROCESSO DE REDUÇÃO DE AMOSTRAS É MINIMIZAR A AMOSTRA DE CAMPO O MÁXIMO
POSSÍVEL, DE FORMA QUE ESTA AMOSTRA APRESENTE DIMENSÕES ADEQUADAS PARA
ENSAIOS EM LABORATÓRIO E AO MESMO TEMPO REPRESENTE COM A MAIOR FIDELIDADE
POSSÍVEL A AMOSTRA DE CAMPO [8]. NAS SEÇÕES A SEGUIR HÁ DE SER DETALHADO OS
PROCEDIMENTOS PARA OS MÉTODOS A, B E C.

3.4.1 Método A – Separador Mecânico

Os materiais utilizados para a execução do método A baseado na NBR NM
27:2001 são [8]:


Separador mecânico para agregado graúdo, com no mínimo oito calhas de
igual abertura.
Separador mecânico para agregado miúdo com doze calhas de igual
abertura.
Dois recipientes para receber as duas metades da amostra.
Um recipiente superior com largura total igual ou ligeiramente
inferior a abertura total do conjunto das canaletas e sem fundo.


A disposição dos materiais para a aplicação do método A é descrita
conforme a Figura 3.1. Note que a amostra será depositada inicialmente em
um recipiente superior sem fundo, o qual possui abertura similar ao
conjunto de canaletas e é encaixado sobre as mesmas. As localizações destes
equipamentos se encontram na parte central do separador mecânico,
justamente para que haja uma margem lateral segura da extremidade das
canaletas até o limite paralelo estabelecido pelos recipientes inferiores,
reduzindo-se as perdas de material, especialmente do material fino [8].



Figura 3.1: Separador Mecânico.
Fonte: Adaptado de [8], p. 6.


No que tange as calhas, elas devem possuir uma largura mínima 50%
superior ao tamanho nominal do agregado depositado. O fato das calhas
estarem na região central do quarteador mecânico e dispondo-se de uma forma
simétrica, tem o intuito de garantir que o material depositado seja
descarregado alternativamente em cada lado do separador, nos recipientes
inferiores [8].
Quanto à disposição dos recipientes inferiores, observe na Figura 3.1
que a extremidade da calha está sobreposta a parede lateral do recipiente
inferior, localizada na região central do separador mecânico. Tal fato dá
maiores garantias de que não haverá perda de material na região central do
dispositivo [8].
Portanto, dispondo-se das justificativas de montagem do separador
mecânico, simplifica-se a explanação do funcionamento do mesmo. O início do
processo ocorre ao colocar a amostra de campo no separador mecânico
distribuindo uniformemente o material a uma velocidade constante, de modo
que agregado passe livremente pelas as calhas até os recipientes
localizados na parte inferior, conforme é mostrado na Figura 3.2. O
processo de introduzir amostras de campo no recipiente superior deve
continuar até que se obtenha a quantidade desejada para a realização dos
ensaios laboratoriais pretendidos, ou seja, a amostra de ensaio [8]. Tais
amostras de ensaio devem estar conformes as exigências da NBR NM 26:2001,
as quais estão explanadas na Tabela 2.1 e Tabela 2.2, de acordo com o tipo
de ensaio pretendido [5].
No final do processo, há de se escolher apenas um dos recipientes
inferiores como a amostra de ensaio. Quanto ao outro recipiente, o mesmo
pode ser utilizado nos processos de redução de amostras para outros ensaios
[8].


Figura 3.2: Inserção da amostra de campo no separador mecânico.
Fonte: Laura Beatriz.

É importante novamente ressaltar a condição de umidade em que as
amostras de agregados para o método A devem estar em questão de teor de
umidade. A umidade dos grãos deve estar inferior a condição de saturado com
superfície seca, sendo que nos agregados graúdos ou uma mistura de
agregados graúdos com miúdos, é necessário que a amostra seja levemente
umedecida para evitar as perdas dos materiais finos [8].

3.4.2 Método B – Quarteamento

Os materiais necessários para a execução do método B, segundo a NBR NM
27:2001, são:


Pá côncava e reta.
Colher de pedreiro.
Vassoura ou escova.
Encerado de lona, com dimensões aproximadas 2,0 m x 2,5 m.
Haste rígida de comprimento igual ou superior ao comprimento da lona.


O início do processo do método B é feito colocando-se a amostra de
campo sobre uma superfície rígida, limpa e plana, buscando-se evitar perdas
e contaminação do material. A amostra deve ser homogeneizada revolvendo-a
no mínimo três vezes, sendo que na última virada deve-se juntar a amostra
formando-se um cone, conforme a Figura 3.3.a. Tal cone deve ser achatado
cuidadosamente com a pá, de modo que a base possua um diâmetro de quatro a
oito vezes superior à altura do cone, conforme a Figura 3.4 [8].
Em seguida, divide-se o cone achatado em quatro partes iguais com a pá
ou a colher de pedreiro, tendo todo o cuidado de não haver perda de
material nas divisórias a serem feitas (especialmente no que tange a perda
de materiais finos), para isto, utiliza-se de vassoura ou escova para
"varrer" os materiais encontrados nos espaços vazios para alguma das quatro
divisórias. O método da divisão da amostra cônica achatada é mostrado na
Figura 3.3.b e Figura 3.3.c, enquanto na Figura 3.5 é denotada a prática
desta divisão da amostra no laboratório [8].
Das quatro partes obtidas, elimina-se duas partes diagonais entre si
de modo o material restante ficar disposto conforme a Figura 3.3.d, sendo
este material agrupado e separado como amostra de ensaio. Todo este
processo descrito, deve ser repetido até que se obtenha a quantidade de
amostra desejada [8].
" " "
"(a) "(b) "
" " "
"(c) "(d) "


Figura 3.3: Processo de redução da amostra de campo por quarteamento –
Método B.
Fonte: Adaptado de [8], p. 7.


Figura 3.4: Formação do cone achatado – Método B.
Fonte: Adaptado de Adriano.

Quanto a haste rígida, citada como um dos materiais necessários para a
realização deste ensaio, o seu uso é nos casos em que a irregularidade da
superfície impeça ou atrapalhe o processo de divisão do cone achatado em
quatro partes iguais. O procedimento é feito colocando-se a haste por baixa
do encerado de lona de modo a estar alinhado com o centro do cone,
levantando-o em seguida em suas extremidades e rateando a amostra em duas
partes iguais. Para que se retire a haste, deve-se deixar uma dobra entre
as duas partes divididas, garantindo assim a integridade da amostra rateada
ao meio. Em seguida, reposiciona-se a haste rígida noventa graus em relação
a sua posição anterior, de modo também a estar alinhada com o centro do
cone achatado (o qual já foi dividido em dois), e levantando-se a haste
pela as extremidades novamente, é obtida enfim, a divisão em quatro partes
iguais do cone achatado [8].


Figura 3.5: Divisão da amostra cônica achatada em quatro partes iguais –
Método B.
Fonte: Laura Beatriz.

3.4.3 Método C – Amostragem de Pequenos Estoques de Agregado Miúdo Úmido

Os materiais necessários para a execução do método C, segundo a NBR NM
27:2001, são:

Pá côncava e reta.
Colher de pedreiro.
Pá, concha ou colher para amostragem.

O método C, conforme foi compreendido na seção 3.3, aplica-se apenas
aos agregados miúdos. O início deste processo é feito de forma similar ao
quarteamento do método B, onde a amostra do agregado miúdo úmida é colocada
sobre uma superfície rígida, limpa e plana (com intuito de haver perdas e
contaminação do material), sendo em seguida homogeneizada e revolvida a
amostra por completo por no mínimo três vezes, na qual ao fazer a última
virada, a amostra é juntada com o auxílio de uma pá e depositada na parte
superior do cone que está se formando [8].
Assim como no método B, o cone formado pelo o método C é achatado,
entretanto, a relação entre o diâmetro da base e altura do cone devem ser
aproximadamente iguais, gerando assim a formação de um cone mais achatado
para o método C. Ora, tal fato é explicado por uma simples averiguação da
granulometria dos materiais usados entre os métodos B e C. Pelo o motivo
dos agregados graúdos possuírem menor dimensão característica, o seu índice
de vazios entre os grãos é muito menor do que em agregados graúdos ou na
mistura formada entre agregados graúdos e miúdos, propiciando assim maior
capacidade de compactação destas partículas, o qual se torna mais fácil
pelo o fato da amostra estar úmida [3], [8].
Devido a maior compactação da amostra de agregado miúdo, o processo de
achatamento do cone formado pode ser feito pressionando a parte superior do
cone para baixo com a pá, enquanto no método B o mesmo procedimento deve
ser feito com delicadeza, visto que pela sua granulometria característica,
a sua capacidade de segregação de partículas é muito maior [8].
Diferentemente do método B, os passos denotados na Figura 3.3.b,
Figura 3.3.c e Figura 3.3.d não são feitos para o método C. Visto que o
objetivo deste método é fazer a amostragem de pequenos estoques de agregado
miúdo úmido, a quantidade de amostra obtida para ensaios pode ser feita a
partir de cinco tomadas, pelo menos, de dimensões aproximadamente iguais e
retiradas em locais escolhidos aleatoriamente na superfície do cone formado
[8].





3.5 conclusão

A PARTIR DOS CRITÉRIOS DEFINIDOS PELA A NBR NM 27:2001, ESTE CAPÍTULO
TEVE POR MÉRITO SINTETIZAR AS INFORMAÇÕES ENCONTRADAS NA NORMA AFIM DE
DIMENSIONAR AO LEITOR OS PROCEDIMENTOS TOMADOS PARA A REDUÇÃO DA AMOSTRA DE
CAMPO PARA AS AMOSTRAS DE ENSAIOS, RESULTANDO NAS AMOSTRAS A SEREM
UTILIZADAS NOS ENSAIOS LABORATORIAIS.
Assim como fora observado na seção 2.8 a importância de o ensaio de
amostragem ser feito de forma precisa e correta, tais observações são da
mesma forma válidas para a redução de amostragem de campo, visto que este
processo é a etapa intermediária entre a coleta da amostra de campo
(amostragem) e a obtenção da amostra de ensaio para aplicações
laboratoriais.
Embora os procedimentos para redução de amostra de campo sejam menos
complexos do que a obtenção de sua "matéria prima" (amostra de campo), é
necessário rígido controle na execução das metodologias explanadas para os
métodos A, B e C.
Portanto, eis o motivo para a singular importância do processo de
redução de amostras de campo, visto que para a obtenção de ensaios
laboratoriais satisfatórios (condizentes com as características reais do
agregado da região em análise), é necessária que em toda a cadeia produtiva
do procedimento de amostragem até a chegada da "matéria prima" (amostra de
ensaio) para os ensaios de laboratório, haja rigidez na aplicação dos
procedimentos afim de se obter a melhor representatividade possível para a
amostra de ensaio.
4 NBR Nm 49:2001: agregado fino – determinação de impurezas orgânicas


4.1 INTRODUÇÃO

MEDIANTE AO PROCESSO DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO AGREGADO FINO PARA
SUA APLICAÇÃO COMO ARGAMASSA EM CIMENTOS E CONCRETOS, É IMPORTANTE AVALIAR
SEU O MATERIAL POSSUI IMPUREZAS ORGÂNICAS E SE TAIS IMPUREZAS SÃO
PREJUDICIAIS PARA O PROPÓSITO DO AGREGADO MIÚDO AVALIADO [10]-[12].
Tais impurezas orgânicas encontradas na areia podem ser definidas como
partículas de húmus, os quais resultam basicamente da decomposição de
vegetais que caracteristicamente possuem em sua constituição ácido tânico e
seus derivados [10]-[12].
Dentre os motivos por trás das características prejudiciais das
impurezas orgânicas, trata-se da ação da parte ácida do húmus, a qual ao
reagir com a água alcalina da água prejudica a reação de aderência entre o
cimento e as partículas de agregado, cujo problema de aderência é aumentado
ainda mais quando o material orgânico excedente envolve os grãos de areia,
de modo a formar uma película na superfície dos grãos que prejudica a
aderência entre o cimento e o agregado [10], [12]. Esta superfície formada
sobre os grãos de areia devido o húmus, podem ser verificadas visualmente
no agregado graúdo quando tais impurezas estão em grande quantidade, sendo
caracterizadas pelo o escurecimento da coloração natural do agregado [10]-
[11].
Portanto, a partir das informações citadas sobre a ação das impurezas
orgânicas no que tange a aderência de argamassas, é plausível afirmar que
tais impurezas prejudicam no pega e endurecimento de argamassas e
concretos, podendo ocasionar perdas de resistência [10]-[11].
Logo, diante das ardis consequências em que a presença de impurezas
orgânicas pode ocasionar, é necessário um método eficaz para determinar a
presença de impurezas orgânicas no agregado miúdo. A norma responsável pela
as especificações deste procedimento é a NBR NM 49:2001 [13].
Entretanto, a determinação da presença de impurezas orgânicas no
agregado miúdo por si só, não é o suficiente para determinar a
incompatibilidade do material para uso em argamassas. É necessário ainda
que se faça testes de qualidade da areia, avaliando-se sua resistência à
compressão de argamassas, conforme a NBR 7221:2012 [14]-[15]. Todavia, tal
avaliação está fora do escopo deste relatório, sendo focado apenas o ensaio
da NBR NM 49:2001.

4.2 objetivo

A NORMA NBR NM 49:2001 TEM POR OBJETIVO AVALIAR AS IMPUREZAS ORGÂNICAS
EM AGREGADOS MIÚDOS DESTINADOS AO PREPARO DE CONCRETO, ATRAVÉS DA AVALIAÇÃO
DO ÍNDICE DE COR [13].

4.3 materiais para o ensaio

SEGUNDO A NBR NM 49:2001, OS SEGUINTES MATERIAIS SÃO NECESSÁRIOS PARA
A DETERMINAÇÃO DAS IMPUREZAS ORGÂNICAS EM AGREGADOS MIÚDOS [13]:

Balança com resolução de 0,01 g e capacidade mínima de 1 kg.
Béquer de aproximadamente 1000 cm3.
Provetas graduadas de 10 cm3 e 100 cm3.
Frascos erlenmeyer com rolha esmerilhada de aproximadamente 250 cm3.
Funil de haste longa.
Papel filtro qualitativo.
Dois tubos Nessler ou tubos de ensaio, de mesma capacidade.

4.4 preparação do ensaio

O PRIMEIRO PASSO PARA ESTE ENSAIO É DE COLETAR AMOSTRAS DE AGREGADO
MIÚDO SEGUNDO AS NORMAS NBR NM 26:2001 (NO QUE TANGE A AMOSTRAGEM) E A NBR
NM 27:2001 (AO QUE SE REFERE A REDUÇÃO DA AMOSTRA DE CAMPO). COM TAIS
PASSOS EXECUTADOS, SERÃO OBTIDAS AS AMOSTRAS DE ENSAIO, AS QUAIS DEVEM TER
CERCA DE 200 G CADA E SE POSSÍVEL, COM O MATERIAL UMEDECIDO, PARA EVITAR
SEGREGAÇÃO DA PARTE PULVERULENTA [13].
As soluções a serem preparadas serão compostas por água destilada ou
deionizada e dos seguintes reagentes [13]:

Hidróxido de sódio com 90% a 95% de pureza.
Ácido tânico p.a;
Álcool 95%.

As soluções devem ser preparadas com antecedência e em quantidade
suficiente para vários ensaios, possuindo ainda adequada identificação,
estocadas em frascos de vidro escuro e em local protegido da luz [13].
Para realização do ensaio proposto pela NBR NM 49:2001, dois tipos de
solução são preparados [13]:


a) Solução de hidróxido de sódio a 3%
30 gramas de hidróxido de sódio.
970 gramas de água destilada ou deionizada.

b) Solução padrão de ácido tânico a 2%
2 gramas de ácido tânico.
10 cm3 ou 10 ml de álcool.
90 cm3 ou 90ml de água destilada ou deionizada.

4.5 execução do ensaio

SEGUNDO A NBR NM 49:2001, INICIA-SE O PROCEDIMENTO DO ENSAIO
PROPRIAMENTE DITO COLOCANDO-SE 200 ± 5 G DE AGREGADO MIÚDO SECO AO AR LIVRE
JUNTO COM 100 CM3 DE SOLUÇÃO DE HIDRÓXIDO DE SÓDIO EM UM FRASCO ERLENMEYER
[13]. NO CASO DA PRÁTICA LABORATORIAL DO QUAL SE PROPÕE A EXPOSIÇÃO DESTE
RELATÓRIO, AS AMOSTRAS DE AGREGADOS MIÚDOS EM DISPOSIÇÃO PARA A AVALIAÇÃO
DO SEU GRAU DE IMPUREZA SÃO MOSTRADAS NA FIGURA 4.1.
Ao realizar-se a mistura do hidróxido de sódio com agregado, a mistura
é agitada vigorosamente e posta em repouso por pelo menos 24 ± 2 horas em
um ambiente escuro [13].

Figura 4.1: Amostras de agregados miúdos.
Fonte: Laura Beatriz.

Após o término do período de repouso da solução de hidróxido de sódio
com o agregado miúdo, esta solução deve ser filtrada (conforme a Figura
4.2), e depois recolhida para um tubo Nessler ou em um tubo de ensaio,
utilizando-se de papel filtro [13].


Figura 4.2: Filtragem da solução de hidróxido de sódio em contato com o
agregado miúdo.
Fonte: Adaptado de Laura Beatriz.
Paralelamente a primeira mistura formada por hidróxido de sódio com o
agregado miúdo, prepara-se uma solução padrão de 97 cm3 hidróxido de sódio
e 3 cm3 da solução de ácido tânico a 2%, agitando-a e deixando-a em repouso
por 24 ± 2 horas em ambiente escuro. Após o período de descanso da solução,
a mesma é transferida para outro tubo Nessler ou tubo de ensaio [13].
Por fim chega-se ao objetivo final deste ensaio, o qual é de comparar
a coloração da solução padrão com o do hidróxido de sódio que esteve
misturado com o agregado miúdo [13]. No caso do resultado obtido pelas
práticas laboratoriais, o resultado obtido é o denotado na Figura 4.3. Na
Figura 4.3, a solução proveniente da mistura de hidróxido de sódio com o
agregado miúdo é a que possui uma coloração "meio amarelada", enquanto a
solução padrão é a de coloração mais escura.


Figura 4.3: Comparação da coloração da solução proveniente do hidróxido de
sódio misturado com o agregado miúdo (à esquerda da figura) com a solução
padrão (à direita da figura).
Fonte: Laura Beatriz.

Segundo a norma NBR NM 49:2001, o resultado do ensaio implica em
avaliar o índice de cor entre a amostra de hidróxido de sódio misturada com
agregado miúdo e posteriormente filtrada com a solução padrão, no que tange
a possuir uma coloração mais clara, escura ou igual a amostra de referência
[13].
No caso avaliado na Figura 4.3, a solução proveniente do agregado
apresentou uma coloração mais clara do que a solução padrão, indicando que
o agregado miúdo possui um nível de impurezas orgânicas dentro dos padrões
recomendáveis [7]. Portanto, a avaliação final da amostra indicada na
Figura 4.3 seria a amostra identificada, indicando que o seu índice de cor
é mais claro do que a solução padrão [13].
Entretanto, nas situações em que a coloração da amostra for mais
escura do que a solução padrão, significa que o agregado graúdo apresenta
impurezas orgânicas, sendo necessário que a qualidade da areia seja
verificada segundo a NBR 7221, para verificar se este agregado apresenta
compostos orgânicos nocivos que impeçam o seu uso como argamassa em
cimentos e concretos [7], [14]-[15].

4.6 conclusão

DIANTE DAS EXPLANAÇÕES MOSTRADAS AO LONGO DO ENSAIO, A IMPORTÂNCIA DO
ENSAIO DE IMPUREZAS ORGÂNICAS EM AGREGADOS MIÚDOS PROPOSTO PELA NBR NM
49:2001 É JUSTIFICÁVEL, VISTO QUE A AREIA É UM AGREGADO BASTANTE EXPOSTO A
VÁRIAS VERTENTES DE CONTAMINAÇÃO.
Como fora exposto na seção 4.1, a presença de impurezas orgânicas no
agregado prejudica no pega e aderência nas argamassas e concretos, podendo
reduzir a resistência do concreto.
Entretanto, para que de fato se conclua se a areia em análise é
inapropriada para fins estruturais, é necessário que seja feito o ensaio
proposto pela NBR 7221:2012 [14], a qual irá avaliar de fato se tais
impurezas prejudicam na resistência à compressão do concreto ou argamassa.
Portanto, dependo do resultado do ensaio de impurezas orgânicas em areias,
suprime-se a necessidade da realização do ensaio de resistência à
compressão da areia, tal como foi o caso da amostra avaliada neste ensaio
na Figura 4.3, cujo resultado garante que o nível de impurezas orgânicas da
amostra é pequeno o suficiente para assegurar o uso desta areia em fins
estruturais.
5 Conclusão

AO AGREGAR AS INFORMAÇÕES APRESENTADAS NO CAPÍTULO 2, FORA PERCEPTÍVEL
QUE A NBR NM 26:2001 [5] É A NORMA BASE QUE ESTABELECE OS PRECEITOS PARA A
COLETA DE AMOSTRAS EM QUATRO CATEGORIAS: LOTE DE AGREGADO, AMOSTRA DE
CAMPO, AMOSTRA PARCIAL E AMOSTRA DE ENSAIO.
Embora a NBR NM 26:2001 [5] norteie as bases para amostragem, é a NBR
NM 27:2001 (abordada no capítulo 3) que apresenta os métodos de obtenção de
amostras para ensaios de laboratório, sendo o propósito final das duas
normas. Logo é conclusivo que as normas para amostragem de agregados e da
redução de amostra de campo atuam sempre juntas, objetivando a obtenção de
amostras de ensaio para fins laboratoriais.
No capítulo 4, ficou claro que a norma NBR NM 49:2001 [13] busca
propor uma metodologia para verificar o grau de contaminação da areia, de
modo a indicar se o nível de impurezas orgânicas existente na mesma está
acima ou não de um nível aceitável de impurezas.
Ora, embora o resultado do ensaio desta norma não seja conclusivo por
si só quanto a inviabilidade da areia para fins estruturais, a mesma
garante por conta própria que nos casos onde os níveis de impurezas
estiverem dentre os padrões aceitáveis, a areia poderá ser utilizada em
argamassas e concretos, tal qual fora constatado no caso da Figura 4.3.
Portanto, nos casos em que o nível de impureza da areia estiver acima
do nível padrão, é necessário a efetuação do ensaio da norma NBR 7221:2014
[14], a qual de fato há de comprovar de fato, através de testes de
resistência à compressão, se a presença de tais impurezas inviabiliza a
areia para finalidades estruturais.
REFERÊNCIAS

[1] BAUER, L.A. FALCÃO. MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO. VOL. 1, 5ª. ED. RIO DE
JANEIRO: LTC, 2013. P. 63-64.


[2] SERNA, Humberto Almeida de La; RESENDE, Márcio Marques. Agregados para
a construção civil. Disponível em: . Acesso em: 24 abril. 2015.


[3] JUNIOR, José de Almeida Freitas. Materiais de construção (TC-031).
Agregados. Disponível em:
. Acesso
em: 23 abril. 2015.


[4] ALMEIDA, Salvador Luiz M. de; LUZ, Adão Benvindo da. Manual de
agregados para construção civil. Rio de Janeiro: CETEM/MCT, 2009. p.78.


[5] NBR NM 26:2001: Agregados – Amostragem. Rio de Janeiro-RJ, 2001. p. 1-
10.


[6] COUTINHO, Joana de Sousa. Materiais de construção I. Agregados para
argamassas e bretões. 1999. p. 2.


[7] Assessoria técnica Itambé. Apostila de ensaios de concreto e agregados.
3ª ed. Curitiba-PR: janeiro, 2009. p. 6.


[8] NBR NM 27:2001: Redução da amostra de campo para ensaios de
laboratório. Rio de Janeiro-RJ, 2001. p. 1-7.


[9] SIQUEIRA, Lígia Vieira Maia. Laboratório de materiais de construção –
II: 1ª parte – agregados. Joinville-SC: UDESC, fevereiro, 2008. p.9.


[10] PEDROSO, Celso; LOPES, João Bernadinho de O.. Análise das
características do agregado miúdo extraído em Curitiba e região
metropolitana. Curitiba-PR: UTFPR, fevereiro, 2005. p. 16.


[11] MEIER, Denis. Análise da qualidade do agregado miúdo fornecido em
Curitiba e região metropolitana. Curitiba: UTFPR, 2011. p. 26-27.

[12] ROMANO, Cezar Augusto. Apostila de tecnologia de concreto. Disponível
em: . Acesso
em: 28/04/2015. Curitiba: UTFPR, 2004. p. 43-44.


[13] NBR NM 49:2001: Agregado fino – Determinação de impurezas orgânicas.
Rio de Janeiro-RJ, 2001. p. 1-3.


[14] ABNT CATÁLOGO. Norma técnica: ABNT NBR 7221:2012. Disponível em:
. Acesso em: 27 abril.
2015.


[15] DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem). Areia –
Determinação de impurezas orgânicas. Disponível em:
. Acesso em: 27 abril.
2015. p.4.
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