Chistian Wolff: Possibilidade e Existência

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Faculdade de Letras da Universidade do Porto Ano Letivo: 2014/2015

Christian Wolff: Possibilidade e Existência

Unidade Curricular: Ontologia II Docente: Paula Oliveira e Silva Nome: Ana Catarina Moreira Azevedo

Introdução

Christian Wolff nasceu no ano de 1679 na Breslávia e faleceu no ano de 1754 em Halle an der Saale .É encarado como um dos filósofos mais proeminente entre Leibnz e Kant. Wolff escreveu variadas obras no âmbito da teologia, psicologia, botânica e física.

Wolff foi também o principal impulsionador para que a língua germânica se tornasse a linguagem da instrução e pesquisa, contudo também escrevia em latim para que as suas obras pudessem chegar mais longe internacionalmente. Foi também estimulador para que Economia e Administração Pública se tornassem disciplinas académicas. Christian Wolff , tal como outros filósofos modernos como Descartes, Hobbes e Espinoza, acreditava que se o método matemático fosse bem aplicado poderia ser usado para expandir outras áreas do conhecimento humano. Neste trabalho pretendo analisar um excerto da obra “Pensamientos racionales acerca de Dios, el mundo y el alma del hombre, así como sobre todas las cosas en general (Metafísica Alemana)” localizado no capítulo 2 “ De los primeiros principios de nuestro conocimiento y de todas las cosas en general”. A parte que escolhi para analisar da obra encontra-se presente ao longo dos pontos: 13) Lo que es possible, no existe ya por ello; 14) De lo que es la existência; e 15) Lo que existe realmente es posible: a possibilidade e a existência são então os principais tópicos do meu trabalho.

Capítulo I Wolff afirmava que sabemos que estamos conscientes de nós mesmos e de outras coisas, e tomamos isso por seguro porque achamos impossível pensar que estávamos conscientes e não conscientes de nós mesmos. Pensamos que algo é impossível “não ser”. Algo não pode “ser” e “não ser” – a isto chama-se principio da contradição – que será importante para explicar a possibilidade.

De acordo com Wolff, o principio da contradição é o principio fundamental do pensamento humano, é o primeiro principio de todos os primeiros princípios metafísicos «all metaphysical first principles», é a fonte de toda a certeza «font of all certitude». Para o autor é um princípio considerado inato. A contradição existe quando se afirma algo e depois vimos negar o que afirmamos anteriormente, sendo que o que é contradito tem de ser nas mesmas circunstâncias e considerado do mesmo modo. Uma vez que nada pode “ser” e “não ser”, ao mesmo tempo, é claro que algo, é impossível quando contradiz aquilo do qual se sabe que é, ou pode ser. Deste modo, é impossível aquilo que envolve em si algo contraditório, e para demonstrar isso Wolff utiliza o exemplo de impossibilidade de uma madeira de ferro ou de dois círculos que têm em como que é de ferro não pode ser madeira, e dois círculos não podem compartilhar um centro tal como se demonstra na geometria. Logo deduz-se que o possível é aquilo que não envolve em si nada contraditório.

Capítulo II

Para que algo exista não é suficiente que não contenha em si nada contraditório, por exemplo: é evidente que se uma mesa quadrada se tornar redonda tal não é contraditório, uma vez que ambas podem coexistir, se pensarmos que o quadrado se torna redondo quando se retiram as esquinas. Dado que é possível aquilo que não envolve em si nada contraditório, é óbvio que algo não existe pelo simples facto de ser possível e a mera possibilidade não pode concluir que algo é ou será. Quando reconheço que algo é possível, não posso por isso supor, que exista realmente o que havia existido no passado o que vai acontecer no futuro.

Capítulo III Portanto tem que se acrescentar algo mais à possibilidade para que algo exista, mediante o qual, o possível obtém a sua consumação. E esta consumação do possível é precisamente aquilo a que chamamos existência – que consiste em decidir como se alcança a possível existência (que se mostrará nos artigos 928 e 9291) quando se trata de Deus como ser necessário e existente por si mesmo e do resto dos seres. Uma vez que não pode vir a existir, além do que é possível tudo o que existe é também possível e a existência pode ser concluída em qualquer momento sem qualquer possibilidade de hesitação. Contudo, se eu reparar que algo existe, é válido eu afirmar que algo pode existir e consequentemente, que não envolve em si nada contraditório, pois o que existe é o que não envolve em si nada contraditório.

Capítulo IV

A tudo o que pode ser, exista realmente ou não, Wolff refere-se como “coisa”. Quando se toma o impossível por possível e consideramos que pode existir, chamamos a isso também de coisa, mas por erro/engano, porque a nossa consideração adquire a aparência da possibilidade. Aquilo que de facto pode ser possível e que portanto pode existir realmente chama-se de coisa possível, mas aquilo que contem meramente a aparência de possibilidade e portanto não pode existir realmente chama-se de coisa impossível. Confirmamos a necessidade da nossa própria existência, autenticando a impossibilidade psicológica de negá-la. Mas, se fosse possível, tanto para afirmar e

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Pensamientos racionales acerca de Dios, el mundo y el alma del hombre, así como sobre todas las cosas

en general (Metafísica Alemana)

também negar a nossa própria existência (ao mesmo tempo), então a experiência de certeza que segue a autodescoberta seria muito complicada. Agora, para Wolff, possível e coisa possível coisa" são basicamente termos sinônimos. O que é possível, como um conceito é simplesmente redutível ao que é possível como uma coisa Uma coisa ou "ser" é definido como aquele que não envolve uma contradição. Um ser é "algo" se e somente se é intrinsecamente possível, e alguma coisa é intrinsecamente possível, se e somente se os seus predicados ou "determinações" não são contraditórios. O termo nada, é simplesmente um termo que está vazio de todo o conteúdo. No mundo ontológico dos objetos não há nenhuma coisa à qual o nada corresponda. Nada, por definição, não é pensável ou concebível.

Conclusão

Wolff na sua obra “German Logic” refere «philosophy is the science of all possible things, together with the manner and reason of their possibility» isto é: a filosofia é a ciência de todas as coisas possíveis juntas com o modo e razão da sua possibilidade. Tanto a noção de filosofia supra referenciada como as noções de princípio de contradição, impossível, possível, coisa possível, coisa possível são fundamentais para compreender a ontologia de Wolff que é derivada destes conceitos. É a partir do princípio da contradição - um princípio inato da mente humana que se apreende o conceito de possível e impossível e por consequência, também o conceito de existência. Crucial também para a compreensão Wolff, é a distinção entre uma coisa e nada. Considerando que algo é aquilo que é intrinsecamente possível e equivale a um objeto

possível, nada é um termo oco e não pode ser pensado como algo porque não há nenhum objeto possível que lhe corresponda.

Bibliografia 

WOLFF, Christian, (2000: Clásicos del Pensamiento). Pensamientos racionales acerca de Dios, el mundo y el alma del hombre, así como sobre todas las cosas en general (Metafísica Alemana). [Trad.: Agustín González Ruiz]. Madrid: Ediciones Akal. ISBN: 978-84-460-0965-8

Webgrafia 

Stanford Encyclopedia of Philosophy. [em linha]. [Consulta em: 1 de Abril de 2015]. Disponível em:



Bio. [em linha].

[Consulta em: 14 de Maio de 2015]. Disponível em:<

http://www.biography.com/people/christian-wolff-9535799>

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