Cidade média e desenvolvimento regional: uma análise dos papéis de Araguari e Uberlândia na rede urbana do Triângulo Mineiro

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II Simpósio Internacional sobre Cidades Médias Universidade Federal de Uberlândia

6 a 9 de novembro de 2006

CIDADE MÉDIA E DESENVOLVIMENTO REGIONAL: UMA ANÁLISE DOS PAPÉIS DE ARAGUARI E UBERLÂNDIA NA REDE URBANA DO TRIÂNGULO MINEIRO (MG) Ciudad intermedia y desarrollo regional: una análisis de los papeles de Araguari e Uberlândia en la red urbana del Triângulo Mineiro (MG)

Flávia Aparecida Vieira de Araújo1 [email protected]

Matteus de Paula Freitas2 [email protected]

Hélio Carlos Miranda de Oliveira3 [email protected]

Nágela Aparecida de Melo4 [email protected]

Beatriz Ribeiro Soares5 [email protected] Universidade Federal de Uberlândia

RESUMO A pesquisa teve como objetivo principal analisar os papéis de duas cidades médias, Araguari e Uberlândia, na rede urbana triangulina, destacando a importância que a cidade de Araguari possuía no início do século XX, quando essa cidade era ponta de linha da Estrada de Ferro Mogiana, e a inversão dos papéis que ocorreu na hierarquia urbana do Triângulo Mineiro com a construção das estradas de rodagens (rodovias), dando destaque à cidade de Uberlândia, transformando-a na principal cidade da região, localizada no topo da hierarquia urbana. Palavras-chave: cidade média, desenvolvimento regional, refuncionalização, rede urbana.

RESUMEN La investigación tenie como principal objetivo analizar los papeles de las ciudades intermedias, Araguari y Uberlândia, en la red urbana del Triângulo Mineiro, destacando la importancia que la ciudad del Araguari tenía en el principio del siglo XX, cuando esta ciudad era extremidad de la línea del ferrocarril Mogiana, y la inversión de los papeles que ocurrieron en la jerarquía urbana del Triángulo Mineiro con la construcción de los caminos (carreteras), realzando e a la ciudad de Uberlândia, transformando en la ciudad principal de la región, situada en la tapa de la jerarquía urbana. Palabras-llave: ciudad intermedia, desarrollo regional, refuncionalização, red urbana.

Anais em CD-ROM. Uberlândia - Minas Gerais - Brasil, nov. 2006. p. 1-14.

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1. Introdução O presente texto busca contribuir às reflexões sobre a refuncionalização da rede urbana do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba6 no estado de Minas Gerais, com enfoque a partir de duas cidades médias, Araguari e Uberlândia (Figura 1), considerando, para isso, os conteúdos e os papéis que essas cidades desempenham na rede urbana e, conseqüentemente, no processo de urbanização brasileiro. Figura 1: Araguari e Uberlândia: localização no estado de Minas Gerais.

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Legenda:

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1- Município de Uberlândia 2- Município de Araguari 3- Mesorregião do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba - Minas Gerais Fonte: http://philgeo.club.fr/index.html Adaptado por: Hélio Carlos Miranda de Oliveira - 2006

Parte-se do pressuposto de que, entender as transformações ocorridas na estrutura espacial, a partir de um resgate histórico, é essencial para a compreensão do quadro contemporâneo da hierarquia urbana do Triângulo Mineiro. Além disso, é fundamental apontar que para entender a refuncionalização da rede urbana triangulina proposta neste trabalho, deve-se considerar que o sistema urbano dessa região é formado por núcleos urbanos dispersos e desarticulados, influenciando diretamente na organização do espaço regional, no estabelecimento de fluxos e na inserção da região na economia nacional. Conforme Soares et al (2004, p. 154), O Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, por estar em área do cerrado, apresenta um sistema urbano constituído por meio de núcleos urbanos dispersos e desarticulados, em decorrência das baixas densidades demográficas e do pouco dinamismo econômico, definido pela agricultura de subsistência e pelas atividades da pecuária em latifúndios. [...] a rede urbana, associada à grande propriedade rural, caracteriza-

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se por uma densidade menor de cidades, quando comparada a uma rede urbana associada à pequena propriedade.

E mais, As atividades comerciais concentradas em Uberlândia, Uberaba e Araguari, [...] foram, gradativamente, garantindo a inserção dessa região na economia mercantil nacional e intensificando as articulações comerciais com as demais cidades de Minas Gerais e também com os estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás. A ampliação das relações mercantis também foi capaz de equipar de infra-estrutura as principais cidades da região, assim como incentivar a produção agropecuária e industrial.

Assim, a partir da década de 1970, com a expansão do setor agropecuário, comercial e industrial e a modernização da infra-estrutura de transporte e comunicação, ocorreu uma transformação nos papéis das cidades brasileiras, com a refuncionalização das atividades urbanas, tendo como conseqüência disso a reconfiguração da rede urbana. Soares (1997) analisando a realidade do Triângulo Mineiro concluiu que: A refuncionalização da rede urbana do Triângulo Mineiro orientou-se principalmente pela modernização do campo, que expulsou uma parcela significativa da população rural; pelo dinamismo de algumas aglomerações; pela intensificação dos fluxos de transportes e comunicações, bem como, pela diversificação dos serviços, que possibilitaram uma maior diferenciação entre as cidades. (SOARES, 1997, p. 118).

De forma semelhante, Bessa (2001) ao analisar a hierarquia urbana do Triângulo Mineiro, concluiu que: [...] no comando da rede urbana regional do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, está Uberlândia, que se apresenta enquanto uma ‘grande cidade média’; em seguida, têm-se Uberaba, Patos de Minas, Araguari e Ituiutaba, que são propriamente ‘cidades médias’; Araxá, Patrocínio, Frutal e Monte Carmelo, que podem ser consideradas ´grandes cidades locais´; e por fim, na base da rede urbana, têm-se 15 ´cidades locais´ e outras 42 cidades pequenas, com tamanho populacional de até 10.000 habitantes. (BESSA, 2001, p. 278).

A partir das constatações realizadas por Soares (1997) e Bessa (2001), percebe-se que a rede urbana triangulina, na contemporaneidade, tem como principal cidade, no topo da hierarquia urbana regional, Uberlândia. Apesar desse quadro, Araguari já foi a mais importante dessa região, conforme será possível observar ao longo do texto. Para alcançar o objetivo proposto recorreu-se a trabalhos publicados sobre o papel das cidades de Araguari e Uberlândia na rede urbana regional, entre os selecionados, destacam-se os produzidos por Bacelar (2003), Bessa (2001, 2005), Camacho (2004), Soares (1995, 1997, 1997a, 1999) e Soares et al (2004).

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A partir da leitura e análise dessas pesquisas, foi possível recompor os principais aspectos do processo histórico que marca a fase da reconfiguração da rede urbana triangulina, destacando o papel que Araguari possuía no início do século XX, quando se localizavam, nessa cidade, os fins dos trilhos da estrada de ferro da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro e, também, como sua vitalidade econômica e centralizadora foi sendo “desconstruída” enquanto a cidade de Uberlândia passou a inserir-se na hierarquia urbana com novas funcionalidades, ampliando seu papel regional e passando assumir posição de destaque na rede urbana, permitindo assim, ser classificada como uma grande cidade média, conforme Bessa (2001). O trabalho está divido em quatro partes, sendo uma delas as considerações finais. A primeira parte versa sobre a importância da cidade de Araguari no início do século XX, demonstrando os processos que levaram essa cidade ao topo da hierarquia urbana. Na segunda parte do trabalho discute-se os processos que contribuíram para a inversão dos papéis das cidades de Araguari e Uberlândia, na rede urbana triangulina. Na terceira parte do texto, analisa-se os papéis que as cidades de Araguari e Uberlândia possuem na rede urbana, justificando suas posições na classificação hierárquica das cidades.

2. Araguari (MG) no início do século XX: uma capital regional do Triângulo Mineiro O processo de formação dos núcleos urbanos na região do Triângulo Mineiro acompanhou a dinâmica da urbanização do país, que se caracterizou, inicialmente, por apresentar um sistema constituído por centros urbanos dispersos e desarticulados, conforme apontaram Geiger (1963), Corrêa (1989, 2001), Santos (1993), Singer (1990), entre outros. Nesse contexto de desarticulação urbana, surgiu a necessidade de integrar essa mesorregião e implantar um sistema de comunicação interurbano com o estado de São Paulo que, em meados do século XIX, iniciava sua inserção no processo de industrialização, despontando-se no cenário nacional. O interesse dessa integração foi ainda maior por parte da economia paulista que, para sustentar e desenvolver-se, necessitava escoar a produção industrial às outras regiões do país. As políticas de integração nacional, impulsionadas pelo estado de São Paulo, deram especial atenção ao Triângulo Mineiro em função dessa região ter como sustentáculo de sua base econômica a produção agropecuária, que foi de extrema importância ao abastecimento do crescente contingente populacional paulista. Os investimentos canalizaram-se para a construção de ferrovias, meio de transporte que, além de interligar os diversos núcleos populacionais e intensificar a relação comercial dos mesmos, propiciou uma nova dinâmica ao desenvolvimento socioeconômico das regiões brasileiras. Isso fica claro quando em uma publicação do Arquivo Público Municipal de Araguari encontra-se a afirmação de que: [...] “a efetivação desse meio de transporte oportunizou o comércio,

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principalmente do café, e a indústria; integrou localidades e dinamizou o comércio de migrantes e imigrantes” (APMA, 2006, p. 01). Em 1888, o estado de Minas Gerais e particularmente, a região do Triângulo Mineiro, passam a ser servidos pela infra-estrutura de uma linha férrea implantada pela Companhia Mogiana de Estradas de Ferro. Segundo Rodrigues (1988, p. 17), ela [...] “foi organizada em 1872, com o fim de construir uma estrada de ferro com bitola de um metro, entre as cidades de Campinas e Mogi-Mirim, com ramal para Amparo [localizadas no Estado de São Paulo], nos termos da Lei Provincial n° 18, de 21 de março de 1872”. A máquina a vapor, que transpôs os estados de São Paulo e Minas Gerais, denota a importância que representava a comunicação desses estados, especialmente, da região triangulina com o estado de São Paulo, centro dinâmico da economia brasileira. Segundo Soares (1995), a inserção do Triângulo Mineiro na economia nacional foi favorecida por diversos fatores, quais sejam, a situação geográfica, a potencialidade de recursos naturais disponíveis, a ausência de resistências culturais e a existência de força de trabalho familiar. Conforme afirmou a autora, é inegável a contribuição desses fatores para tornar o Triângulo Mineiro um [...] “entreposto comercial na distribuição de produtos agropecuários do Centro-Oeste e Norte do Brasil e, ao mesmo tempo, intercambiar para esses os produtos industrializados provenientes do Estado de São Paulo”. (SOARES, 1995, p. 54). Diante do êxito que representaria a implantação da Estrada de Ferro Mogiana no estado de Minas Gerais, o trecho é prolongado de Jaguara (SP) à Uberaba (MG), no ano de 1889. A ferrovia teve sua marcha interrompida durante sete anos, sendo, posteriormente, implantada no município vizinho, São Pedro de Uberabinha (atual Uberlândia) em 1895. No ano seguinte, 1896, tem-se a efetivação da Estrada de Ferro Mogiana no município de Araguari, que se tornou ponta de linha dessa estrada, o que representou um fator de substancial importância à sua economia. De acordo com Soares (1995, p. 52): [...] durante um longo período, Uberaba e Araguari foram muito beneficiadas pelo fato de serem ponta de linha da Estrada de Ferro Mogiana. A primeira, no início do século XX, já se afirmava como um importante centro pecuário, enquanto a última controlava o fluxo de comercialização no caminho Goiás-São Paulo, retendo, no município, parte significativa do excedente goiano. (grifo da autora).

No início do século XX, o município de Araguari, por ser ponta de linha da Estrada de Ferro Mogiana e por outros fatores de ordem econômica, social e política, passou a ocupar uma posição de destaque na hierarquia urbana do Triângulo Mineiro, à medida que o comércio foi incrementado, o quadro econômico reconfigurado e o desenvolvimento impulsionado pela exportação de cereais e produtos lácteos, beneficiamento de grãos e indústrias de transformação. No início do século XX, a

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cidade passa por um significativo desenvolvimento urbano, advindo da implantação de indústrias, da instalação de telefonia e energia elétrica, da construção de núcleos escolares e de saúde, da implementação do lazer e de diversos outros equipamentos urbanos.

A implantação desses

equipamentos e dos serviços, aliada ao domínio sobre o sul goiano, imprimiu uma nova dinâmica à cidade e um novo impulso ao desenvolvimento socioeconômico da mesma. A partir da década de 1910, as relações entre as cidades do Triângulo Mineiro passam por mudanças significativas, contribuindo, sobremaneira, para a perda de posição de Araguari na hierarquia urbana, sendo essa advinda, principalmente, da construção da Estrada de Ferro Alto Tocantins (posteriormente denominada Estrada de Ferro Goiás) em 1909, sendo um prolongamento da Estrada de Ferro Mogiana de Araguari até Catalão, e pela construção de estradas de rodagem que interligavam Goiás e Mato Grosso7 ao Triângulo Mineiro, particularmente à Uberlândia. A implantação da matriz da Estrada de Ferro Goiás na cidade de Araguari possibilitou que sua influência econômica continuasse por algum tempo. Porém, em 1954, com a transferência da matriz para a cidade de Goiânia, inicia-se um processo de estagnação do setor comercial local, intensificado na década de 1970, na qual ocorreu o desligamento da Estrada de Ferro Mogiana da cidade de Araguari. Essa estagnação é advinda também da inserção do município vizinho, Uberlândia, no meio técnico-científico-informacional que conforme afirmou Santos (1993, p. 35), [...] esse meio técnico-científico (melhor será chamá-lo de meio técnico-científicoinformacional) é marcado pela presença da ciência e da técnica nos processos de remodelação do território essenciais às produções hegemônicas, que necessitam desse novo meio geográfico para sua realização. A informação, em todas as suas formas, é o motor fundamental do processo social e o território é, também, equipado para facilitar a sua circulação.

Essa inserção de Uberlândia propiciou uma ampliação e diversificação da produção, do comércio e da prestação de serviços, acompanhadas da modernização agrícola que favoreceu a implantação de um complexo agroindustrial de grande diversidade e expressividade na região. Nesse contexto, ocorrem transformações na divisão territorial do trabalho da região triangulina e conseqüentemente, uma redefinição na rede urbana. Côrrea (1989) explica que: A rede urbana constitui-se simultaneamente em um reflexo e uma condição para a divisão territorial do trabalho. É um reflexo à medida que, em razão de vantagens locacionais diferenciadas, verificam-se uma hierarquia urbana e uma especialização funcional definidora de uma complexa tipologia de centros urbanos. (CÔRREA, 1989, p. 41).

Assim, a cidade de Uberlândia beneficiou-se da presença de alguns fatores locacionais e passou a exercer uma polarização regional, contribuindo para que Araguari se tornasse área de influência dessa cidade, determinando, assim, uma nova configuração socioespacial, conforme se discute no tópico seguinte. Anais em CD-ROM. Uberlândia - Minas Gerais - Brasil, nov. 2006. p. 1-14.

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3. Uberlândia (MG): a “nova” capital regional do Triângulo Mineiro no século XX Quando se coteja as implicações econômicas e a ascensão no contexto regional da cidade de Araguari, com a mesma situação ocorrida até o final do século XIX na cidade de Uberaba, verifica-se que são conseqüências, única e exclusivamente, de serem ponto final da linha férrea em épocas distintas, e verifica-se ainda a materialização frágil deste processo; o qual é identificado e analisado por Bacelar (2003, p. 114-115), ao afirmar que o mesmo “explicita uma certa geopolítica ou mesmo geoestratégia de inclusão do sertão na esfera do capitalismo nacional”. Guimarães (1991, p. 49) explicitou o fator econômico primordial da cidade de Araguari e atribuiu sua decadência, no período em questão, à perda do mesmo; este afirmou que “Araguari perdeu gradativamente sua dinâmica principal, que era a de receber os impulsos da economia paulista e intermediá-los com o sudeste goiano”. A “nova” configuração econômica dos centros urbanos tem origem em uma série de relações intra e interurbana pertinentes a um determinado período histórico, organizadas e instituídas por lideranças locais, as quais têm suas decisões alicerçadas pelas ações do governo nas instâncias municipais, estaduais e nacionais, aliadas a fatores locacionais como localização geográfica, riquezas do território, infra-estrutura, entre outros. Isto fez com que os centros urbanos mais dinâmicos do Triângulo Mineiro, se remodelassem e assumissem novos papéis dentro da nova hierarquia urbana e econômica que se manifestava. A cidade de Uberlândia iniciou na década de 1920, um considerável crescimento comercial, impulsionado, principalmente, pelo rápido aumento populacional, caracterizado por uma economia liderada por charqueadas e fábricas de tecidos (BACELAR, 2003). Uberlândia despontava como centro econômico mais dinâmico da região do Triângulo Mineiro, processo que aconteceu concomitantemente com a perda de vigor econômico da cidade de Araguari. Esse destaque no setor comercial, de acordo com Soares (1995) foi impulsionado pela construção, em 1909, da ponte Afonso Pena sobre o Rio Paranaíba, que divide os estados de Minas Gerais e Goiás e, a partir de 1913, de estradas de rodagem pela Companhia Mineira de Autoviação Intermunicipal, as quais interligavam a região mineira à Goiás e Mato Grosso, mas principalmente à Uberlândia, o que proporcionou à cidade maior acessibilidade e ponto obrigatório de passagem das mercadorias aos principais centros econômicos da época. No Jornal Correio de Uberlândia do ano de 1987 encontram-se afirmações que corroboram tal fato: Com a Cia. Mineira de Autoviação estabeleceu-se o entroncamento chave rodoferroviário, canalizando para Uberlândia a produção do Sudoeste Goiano e propiciando a busca em Uberlândia de produtos destinados a abastecer esta mesma região, intensificando assim o comércio, com o surgimento de casas atacadistas. Isto gerou para Uberlândia a situação de pólo comercial e foi a

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semente que deu origem à prosperidade que Uberlândia tem hoje. (CORREIO DE UBERLÂNIA apud SOARES, 1995, p. 70).

Desde então, o comércio regional intensificou-se e estimulou o desenvolvimento do Triângulo Mineiro com base na economia uberlandense. Soares (1995) afirmou que a cidade de Uberlândia desenvolveu-se em um processo de interação entre as estradas de rodagens e atores sociais ligados a ela, como os motoristas de caminhão e as transportadoras de carga, assim, o crescimento da cidade é marcado fortemente pelo signo das estradas de rodagem. Todavia, da década de 1940 em diante, Uberlândia iniciou um processo que culminaria em alterações na sua economia. O comércio urbano, fomentado pelo aumento populacional e pela mudança no sistema de transporte de mercadorias privilegiado pela cidade – a rodovia ao invés da ferrovia – passou a complementar a atividade agropecuária municipal, tornando-se significativo para a industrialização da cidade. Soares (1988, p. 41), exemplifica esta situação ao publicar que “Em 1940 existiam em Uberlândia 163 indústrias ligadas, sobretudo à transformação de produtos agropecuários, que ocupavam 1.443 operários” [...]. Também de acordo com os estudos de Soares (1988), houve uma concentração e especialização da indústria uberlandense na época. Os segmentos que tinham os maiores valores de produção e capital investido em 1940 eram as charqueadas, curtumes, calçados e as máquinas de beneficiar arroz e algodão, ocupando também a maior parte da força de trabalho. Essas indústrias intensificaram o desenvolvimento das relações capitalistas de produção, destruindo parte das atividades artesanais, concentrando e especializando determinados ramos industriais. (SOARES, 1988, p. 47).

Com

o

início

da

concentração

e

especialização

industrial

na

cidade,

tem-se,

concomitantemente, uma melhoria e crescimento da mesma. As elites locais continuam a modificar seu espaço urbano, articulam o território, e conferem ao local características tipicamente urbanas e industriais, aliadas ao capital imobiliário especulativo e desagregador. Tem-se, conseqüentemente, a estratificação da sociedade uberlandense em classes sociais, uma vez que o investimento em equipamentos urbanos leva a tal fato. Porém, esta estratificação apenas se intensificou com o aumento do capital urbano, que já se manifestava desde o início do século XX, denominada higienização social e comentada por Soares (1988, p. 28), O espaço urbano de Uberabinha passa, então, a apresentar uma estrutura espacial estratificada em termos de classes sociais, com a expulsão da população de baixa renda das áreas mais centrais. Essa expulsão ocorreu devido à instalação dos novos equipamentos coletivos, estabelecendo-se ali um outro padrão de habitações - sobrados, mansões - em substituição às antigas casas de taipa e palhoças.

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Essas intervenções na região fizeram com que a população uberlandense crescesse em ritmo acelerado, crescimento o qual passou a ser acompanhado pela economia local. É importante ressaltar que todo esse processo de crescimento econômico, populacional e de ampliação das funções urbanas da cidade de Uberlândia se fez frente à perda de influência regional da cidade de Araguari. Essa situação foi desencadeada, portanto, pela opção das elites uberlandenses em incentivar o transporte rodoviário e não o ferroviário, pois a partir da década de 1960, com a construção de Brasília e posteriormente à vigência do Plano de Metas do governo do Presidente Juscelino Kubstichek, este foi o tipo de transporte integrado à dinâmica econômica do país e, principalmente do Brasil Central.

4. De Araguari à Uberlândia: a reconfiguração da rede urbana triangulina Conforme foi discutido anteriormente, a presença dos trilhos da Estação de Ferro Mogiana na cidade de Araguari representou um fator de substancial importância à sua economia e fez com que ganhasse vitalidade e supremacia urbana, sendo essas advindas do papel que desempenhou como entreposto comercial, o que também lhe conferia influência econômica sobre os estados de Mato Grosso, Goiás e demais centros urbanos triangulinos servidos pela Mogiana. Essa importância econômica regional foi dividida com Uberaba durante longo tempo. No entanto, com o prolongamento dos trilhos da estrada de ferro ao estado de Goiás, a economia araguarina passou a vivenciar perdas em sua dinamicidade e áreas de influências. Bacelar (2003) afirma que, neste contexto, a cidade de Araguari experimentou um processo de “involução” comercial, explicando que: “Como conseqüência do prolongamento dos trilhos, Araguari ‘involui’ comercialmente e perde seu ‘status’ de entreposto de fim de linha férrea, no qual se intermediava grande parte da produção do sudeste (sic) goiano” (BACELAR, 2003, p. 115). Entretanto, a partir da década de 1970, as políticas estatais de modernização agrícola impulsionam o desenvolvimento do capitalismo no campo do município de Araguari, condicionandolhe uma nova dinâmica econômica e configuração socioespacial, sendo a primeira resultante do domínio do capital agroindustrial sobre a economia e a segunda pela homogeneização espacial do campo, ocupado significativamente pelas grandes lavouras de café, soja e maracujá. A produção agrícola, voltada para o mercado externo, foi favorecida pelas condições topográficas (relevos em chapadões) e litológicas (latossolo vermelho-escuro, popularmente conhecido como terra roxa) do município, contribuindo para que fosse conferido à Araguari, na década de 1980, o título de capital do maracujá e atualmente seja considerada a capital do café e do tomate. (BACELAR, 2003, p. 115).

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Foi, então, com esses novos impulsos que a cidade começou a apresentar sinais de recuperação de sua economia urbana. O processo de modernização agrícola e a inserção do capital agroindustrial no município de Araguari não foi diferente do restante do país, pois favoreceu uma pequena parcela de produtores, representada pelos grandes proprietários de terra e expropriou um enorme contingente de pequenos proprietários que não possuíam condições favoráveis para a implantação de técnicas modernas em sua pequena produção. Essa parcela de pequenos proprietários expropriados migraram em direção à cidade de Araguari, contribuindo para um intenso êxodo rural que determinou não só o crescimento da população urbana, mas também da taxa de desemprego e demais problemas urbanos. O aparecimento de novos estabelecimentos comerciais que surgem para atender às necessidades do campo modernizado, como loja de venda de máquinas agrícolas, insumos e fertilizantes contribui para uma nova configuração espacial urbana na cidade. Apesar da produção agrícola e suas atividades complementares darem sustentabilidade à economia da cidade, essa ainda não recuperou a posição de destaque que ocupava na época da Estrada de Ferro Mogiana, pois foi fragilizada pela polarização do município vizinho, Uberlândia. A proximidade espacial da cidade de Araguari em relação à Uberlândia contribui para o deslocamento diário de uma significativa parcela da população araguarina, em busca de emprego e serviços especializados, principalmente, os relacionados à educação e saúde, contribuindo, assim, para que Uberlândia ocupe uma posição de destaque no topo da hierarquia urbana. A posição ocupada atualmente pela cidade de Uberlândia é fruto de ações das elites locais, que, a partir da década de 1960, auxiliadas pelo Plano de Metas do Presidente Juscelino Kubstichek, convergiu esforços para que o município se integrasse ao Planalto Central, onde acabara de se instalar a nova capital do país, Brasília. As elites uberlandenses encaravam tal rearranjo políticoadministrativo como oportunidade de crescimento econômico, uma vez que a cidade era beneficiada por sua localização geográfica dentre as demais municipalidades mineiras, pois se encontrava entre o a capital federal e o mais importante centro econômico do Brasil, a cidade de São Paulo. Brandão (1989, p. 139-140), alerta para outro fator preponderante na ascensão uberlandense no cenário nacional, o rodoviarismo-automobilismo, eixo básico do Plano de Metas vigente no atual contexto político, o qual segundo o autor, se configura como “um verdadeiro ‘divisor de águas’ da história do Triângulo”. Este ratificou e impulsionou a economia do município que, por meio da produção privada de estradas de rodagem citada anteriormente, já havia obtido acúmulo considerável de capital comercial, já que o mesmo exige uma rede de transportes moderna e dinâmica, presente na região.

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Pode-se inferir que a posição ocupada pela cidade de Uberlândia nesta conjuntura socioespacial é oriunda de decisões político-administrativas das elites locais, no que concerne ao direcionamento da economia uberlandense e do surgimento de uma burguesia regional, a qual direcionou suas ações para que o município pudesse inserir-se - não apenas geograficamente, mas também economicamente - na área de influência da nova capital brasileira, já prevendo o caminho desenvolvimentista que se traçava para o país, e que era retratado pela máxima: “todos os caminhos levam à Brasília”. Percebe-se a influência das elites no direcionamento do desenvolvimento de Uberlândia, atuante como um grupo social coeso, alicerçado por outros grupos responsáveis pela propagação e perpetuação das idéias e ações do mesmo, grupos esses representados por jornalistas, pequenos empresários, políticos, dentre outros, responsáveis pela materialização das diretrizes impostas por essas elites (DELLA DONNE apud SOARES, 1995). Sobre o papel desempenhado por essas elites, é interessante analisar as afirmações de Soares (1995, p. 45-46): No processo de globalização é interessante detectar como essas elites interferem na organização e construção do espaço local/regional/nacional/global, levando-se em conta que suas ações estão inseridas num contexto maior de relações de poder. Tal processo, extremamente dinâmico, faz com que os grupos dominantes tenham uma alternância nas posições de liderança, exigindo readaptações nas estratégias e táticas de ação.

Ainda de acordo com Soares (1995, p. 48), [...] o grupo dominante, em suas práticas políticas e em suas decisões, usa o aparelho estatal para conseguir alcançar objetivos que estão embricadamente atrelados a seus próprios interesses, deixando de lado, esquecidas, as decisões e necessidades coletivas (grifo da autora).

É exatamente essa dinâmica que se nota na região de Uberlândia a partir do Plano de Metas do governo de Juscelino, ou seja, as elites locais usufruíram de práticas e decisões estatais para adaptar suas ações às mesmas e fazer com que prevaleçam seus interesses próprios. Tendo em vista essas considerações, pode-se afirmar que a cidade de Uberlândia se desenvolveu graças à inter-relação do capital comercial com a infra-estrutura de transportes existente e foi privilegiada perante as demais, aliada à localização estratégica da cidade, constituída pelos caminhos de ligação entre a região do Brasil Central e São Paulo. Santos (1993) contribui com o entendimento deste processo, ao conceituar o espaço como um conjunto de fixos, os quais definem determinado lugar, como também de fluxos, responsáveis por ações que atravessam e/ou instalam nos fixos. A partir da aplicação das idéias do autor à história do

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desenvolvimento do município de Uberlândia, verifica-se nesta, seus fixos e fluxos, e percebe-se a unicidade do espaço em questão que apresenta forma, função e estrutura específicas. Uberlândia desenvolveu-se e expandiu sua área de influência sobre o fixo do transporte rodoviário, assim como dos diversos fluxos possíveis e permitidos pelo mesmo. Com isso, tornou-se um importante centro regional cuja influência de seus serviços ultrapassa os limites do estado de Minas Gerais, incorporando, principalmente, o sul goiano. Atualmente, Uberlândia encontra-se no topo da hierarquia urbana triangulina, posição ratificada pelo discurso do Eldorado8, propagado por lideranças locais e outros atores sociais, onde se destaca a mídia local. Todavia, devido à dinamicidade da atual conjuntura política, econômica e administrativa oriunda da globalização, esta influência é disputada com outros centros importantes como Belo Horizonte, Goiânia e Ribeirão Preto.

5. Considerações finais A partir das constatações feitas ao longo do texto, pode-se concluir que Araguari, apesar de todo o seu dinamismo econômico no início do século XX, é hoje uma cidade que depende diretamente de Uberlândia, principalmente em relação à serviços especializados, entre eles, saúde e educação. Uberlândia, por sua vez, apresenta um quadro diferenciado, com uma economia dinâmica, com presença de serviços especializados e maiores oportunidades de emprego, atraindo populações de cidades vizinhas, fazendo com que o nível de centralidade exercido por essa cidade seja classificado como muito forte, conforme IPEA/IBGE/UNICAMP (2001, p. 100). Ainda considerando o papel contemporâneo de Uberlândia na rede urbana triangulina, podese reafirmar a importância das ações das elites locais, pois elas também contribuíram para que a cidade passasse a ocupar o topo da hierarquia urbana regional. Assim, Soares et al (2004) afirmam que: A cidade de Uberlândia mudou de conteúdo e de qualidade, passando a manter relações constantes e duradouras com seu espaço regional, o que inclui [...] toda região do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, assim como as regiões do nordeste paulista e do sudeste, sul e sudoeste goiano. Além de manter articulações com centros urbanos de hierarquia superior, entre eles: São Paulo, Brasília, Goiânia e Belo Horizonte. (SOARES et al, 2004, p. 156).

Ressalta-se também que apesar de Araguari demonstrar menor destaque econômico no cenário regional/nacional, em relação a outros momentos históricos e à Uberlândia, faz-se necessário que sejam realizadas pesquisas sobre o papel dessa cidade na rede urbana triangulina, uma vez que não existem trabalhos que tratem especificamente dessa questão com maior aprofundamento. A

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importância de pesquisas específicas sobre Araguari também se justifica a partir de algumas constatações realizadas por Soares et al (2004), quando consideram que Araguari desempenha papel de cidade média, pois apresentam dados demográficos, econômicos e de infra-estruturas semelhantes aos das outras cidades médias do Triângulo Mineiro, chegando até mesmo a estabelecer relações com cidades do sul-goiano. Além disso, é necessário lembrar que essa cidade estabelece relações tanto com cidades locais, quanto com metrópoles nacionais e global (São Paulo), influenciando diretamente no seu papel na rede urbana triangulina. Dessa forma, pode-se concluir que as cidades médias brasileiras possuem papéis importantes no quadro urbano brasileiro, e para a cidade de Araguari isso não é diferente, pois as cidades médias, segundo Soares et al (2004): [...] se distinguem pelos índices de crescimento populacional e econômico, particularmente no que diz respeito à diversificação e à concentração de atividades comerciais e de serviços; por oferecerem empregos; por apresentarem bons índices de qualidade de vida; pela existência de redes de transporte, comunicação e informação modernas; por influenciarem na organização econômica regional, por proporcionarem maior equilíbrio interurbano a partir da redução do fluxo migratório em direção às metrópoles, entre outros fatores. (SOARES et al, 2004, p. 158).

Por fim, ressalta-se que o tema proposto não se esgotou com este trabalho, pelo contrário, depois deste fica a indicação de que novas pesquisas sobre rede urbana, a partir da cidade de Araguari, são necessárias e fundamentais para entender o real papel dessa cidade no atual quadro da hierarquia urbana.

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Graduanda e bolsista PET Geografia da Universidade Federal de Uberlândia. Graduando e bolsista PET Geografia da Universidade Federal de Uberlândia. 3 Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de Uberlândia e bolsista CNPq. Professor da Escola de Educação Básica da Universidade Federal de Uberlândia. 4 Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de Uberlândia. Professora da Universidade Federal de Uberlândia, campus do Pontal-Ituiutaba. 5 Professora do Instituto de Geografia da Universidade Federal de Uberlândia. 6 A presente pesquisa considera a organização político-administrativa que divide o estado de Minas Gerais em 12 mesorregiões geográficas, dentre as quais está a do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, localizada na parte oeste do estado. Assim, sempre que nos referirmos ao Triângulo Mineiro, considere a mesorregião supracitada. 7 Deve-se lembrar que a divisão do antigo estado do Mato Grosso ocorreu em 1977, logo, quando nos referirmos ao estado do Mato Grosso, deve-se observar de qual período estamos tratando. 8 Cf. Soares (1995) e Bacelar (2003). 2

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