Ciência da Informação: configurações históricas e epistemológicas.pdf

May 22, 2017 | Autor: J. Gonçalves de F... | Categoria: Information Science, Library and Information Science, Library and Archival Science
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Ciência da Informação:

configurações históricas e epistemológicas

Judite A. Gonçalves de Freitas

O paradigma do conhecimento científico Das «Ciências Documentais» à «Ciência da Informação»

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A história da evolução humana está marcada pela passagem do: Oral Escrito (3500-3000 a. C.) Imprenso (século XV) Digital (desde 1970-80) Ao longo do tempo, a humanidade deu saltos qualitativos. O fenómeno da informação adquiriu superior na sociedade pós-industrial (a nossa).

O paradigma do conhecimento científico Das «Ciências Documentais» à «Ciência da Informação» 



Por exemplo, a descoberta da imprensa proporcionou um novo mecanismo de disseminação da cultura, a partir de finais do século XV. Hoje, os processos de comunicação científica mudaram, na medida em que a produção de conhecimento gera a necessidade de novos conhecimentos.

O paradigma do conhecimento científico Das «Ciências Documentais» à «Ciência da Informação»





Séculos XVIII-XIX – correspondem ao período de afirmação e desenvolvimento das «Ciências do documentais» - (a História, a Paleografia, a Diplomática, a Arquivística, a Biblioteconomia, a Museologia…) Paradigma Histórico-tecnicista

O paradigma do conhecimento científico Das «Ciências Documentais» à «Ciência da Informação»      

O Paradigma Histórico-tecnicista imperou desde a Revolução Francesa (1789) até 1970: Típico das sociedades industriais, o principal valor é o trabalho! Importância do suporte-material do documento escrito (pergaminho, papel, pedra, outro). Função patrimonial e histórica dos documentos. Função de conservação dos arquivos, bibliotecas e museus. Noção estática de «fundo» - N. Wailly (1847).

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Os séculos XVIII-XIX – correspondem à época de afirmação e desenvolvimento das «Ciências do documentais» - (a História, a Paleografia, a Diplomática, a Arquivística, a Biblioteconomia, a Museologia…) Paradigma Histórico-tecnicista - acentua a componente técnica de tratamento documental (catalogação, descrição física dos materiais…)

O paradigma do conhecimento científico Das «Ciências Documentais» à «Ciência da Informação»

Desde os anos 1970 até aos nossos dias tem vindo a desenvolver-se um novo Paradigma Científico-informacional é típico das sociedades pós-industriais (a informação como valor social).  Este paradigma distingue «documento» e «informação».  Documento remete para suporte material; Informação para conteúdo informativo, com valor social = valor social da informação  Este novo modelo foi impulsionado pelo aparecimento das TIC. 

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Objeto: informação social • Altera o conceito de «fundo», que passa a ser dinâmico, em constante disponibilidade. •Tratamento e gestão da Informação de todos os campos do conhecimento humano (comunicação científica). •Valor social da informação •Método: Quadripolar (pólo teórico, epistemológico, morfológico e técnico) Método que proveio das Ciências da Educação [Paul De Bruyne, Jacques Herman e Marc De Schoutheete (1974]).

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Etapas de desenvolvimento da CI  Dois autores marcam o arranque desta hodierna ciência: Paul Otlet e Henri La Fontaine, nos inícios do século XX.  Estabelecem as bases de uma nova ciência ao criar em 1895 o Instituto Internacional de Bibliografia  Tem por objectivo estudar as questões relativas à organização sistemática da Documentação em bases internacionais e universais (Mattelart, 2002: 223) 

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OTLET e LA FONTAINE são considerados como os fundadores da ciência que organiza sistematicamente a documentação.  Ambos tiveram consciência do valor universal da documentação.  Criaram uma lista bibliográfica (uma 1ª base de dados, digamos).  P. Otlet tem noção de que «documentação» inclui artigos, relatórios, desenhos industriais, cartões-postais, fotografias, ou seja tudo o que não era habitualmente considerado como material de biblioteca. 

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P. Otlet considera fundamental organizar todo o conhecimento registado de forma que estivesse disponível para quem necessitasse. Para tal era necessário ter em conta a organização, armazenamento e recuperação.

A recuperação depende muito da análise de conteúdo, coisa que nunca tinha sido tão realçada

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O novo paradigma informacional assenta no conteúdo da informação, independentemente do suporte. Este novo paradigma deslocou o foco de atenção para o valor informativo dos documentos, pelo seu conteúdo informativo. A informação começa a constituir-se como um campo de atividade científica.

O paradigma do conhecimento científico Das «Ciências Documentais» à «Ciência da Informação»

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Raízes europeias da CI:

Instituto Internacional de Bibliografia, transformou-se em Federação Internacional de Documentação. Nos EUA surge em 1937 a American Documentation Institute – motivado pelos novos métodos de reprodução documental (microfilmagem de documentos).

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O conceito de Ciência da Informação surge em 1960 no âmbito dos eventos promovidos pelo Georgia Institute of Technology, no qual foi discutida a criação de novas tecnologias da informação, em consequência do crescimento da produção científica. A escola soviética nos anos 60 e 70 desenvolve a ideia de que a CI se restringia ao campo das ciências e das técnicas (Mikhailov) – uma visão redutora.

O paradigma do conhecimento científico Das «Ciências Documentais» à «Ciência da Informação» 



Mas foi Harold Borko quem em 1968, num artigo, colocou a questão: Information Science: what is it? Neste artigo Borko define o que entende por CI ao referir: a CI é uma área do saber que estuda as propriedades da informação, trata a informação e procede de forma a promover e facilitar a difusão, o acesso e o uso.

O paradigma do conhecimento científico Das «Ciências Documentais» à «Ciência da Informação» 





Se num 1º momento a tónica era colocada nas questões do armazenamento da informação e sua disseminação para grupos restritos.

Num segundo momento, que surge dos anos 70 em diante, o desafio é a distribuição da informação que seja útil à sociedade em geral. O conceito de informação social

Visão social da Informação (condições para a sua existência)

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Ambiente social – contexto que possibilite a comunicação da informação Agentes – informação, informação. pelos stocks

São o emissor, o que produz e o receptor, o que recebe a Os emissores são responsáveis de informação

Canais - meios pelos quais a informação circula rádio, televisão, internet, congressos, feiras, et al.

Visão social da Informação (condições para a sua existência)

Uma questão primacial para os cientistas da informação:  Qual é a informação que interessa à Ciência da Informação? 



Toda a informação relevante socialmente

Visão social da Informação (condições para a sua existência)





Categorias atuais desenvolvimento da CI :

1 - Recuperação da informação representação da informação, linguagens documentais, linguagem natural, tecnologias de processamento, serviços de informação (bibliotecas, arquivos…)

Visão social da Informação (condições para a sua existência) 



2 - Comunicação da informação – TIC, especialmente as digitais, produção e recepção da informação, canais de comunicação (formais e informais), uso da informação.

3 - Estudos de cognição – estudos de usuários, aplicações de inteligência artificial, estudos ligados à aprendizagem em meio virtual ou digital.

Visão social da Informação (condições para a sua existência)  



ATENÇÃO! Dada a profusão actual da informação é cada vez mais difícil distinguir entre canais formais e informais de comunicação da informação, conceitos que actualmente estão a ser revistos. Um email pode ser um misto dos dois canais, já que a informação está registada. Na comunicação científica os pré-prints têm aumentado.

Visão social da Informação (condições para a sua existência)





Os estudos de cognição – papel dos usuários no contexto das TIC, o estudo dos contextos sociais em que o processo de informação ocorre alterou-se, hoje pode ser em casa, na escola, nas bibliotecas, páginas pessoais, redes sociais, etc. Este é um campo a estudar pelos profissionais e cientistas da C.I.

Bibliografia:

Araéjo, C.A.A. (2003). A ciência da informação como ciência social. Ciência da Informação, 32(3), 21-27. Borko, H. (1968). Information science: what is it? American Documentation, 19(1), 3-5. Budd, J. (1995). An epistemological foundation for library and information science. The Library Quarterly, 65(3), 295-318. Capurro, R. (1992). What is information science for? a philosophical reflection. In Vakkari, P. & Cronin, B. (Eds.). Conceptions of library and information science: historical, empirical and theoretical perspectives. (pp. 82-96) London:Taylor Graham. Dick, A.L. (1995). Library and information science as a social science: neutral and normative conceptions. The Library Quarterly, 65(2), 216235. Hjørland, B. (2000). Documents, memory institutions and information science. Journal of Documentation, 56(1), 27-41. Saracevic, T. (1999). Information science. Journal of American Society for Information Science and Technology, 50(12), 1051-1063. Shera, J.H. & Cleveland, D.B. (1977). History of foundations of information science. Annual Review of Information Science and Technology, 12, 249-275.

Bibliografia (cont.):

Taylor, R.S. (1966). Professional aspects of information science and technology. Annual Review of Information Science and Technology, 1, 15-40. Zunde, P. & Gehl, J. (1977). Empirical foundation of information science. Annual Review of Information Science and Technology, 14, 67-83.

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