CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO NA REGIÃO SUDESTE: UMA ANÁLISE DE AMBIENTES DE INOVAÇÃO SITUADOS NOS MUNICÍPIOS DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS (SP), ITAJUBÁ (MG) E PETRÓPOLIS (RJ)

May 29, 2017 | Autor: Marcos Santos | Categoria: Inovação, Ciência e Tecnologia
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PROCESSOS DECISÓRIOS

CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO NA REGIÃO SUDESTE: UMA ANÁLISE DE AMBIENTES DE INOVAÇÃO SITUADOS NOS MUNICÍPIOS DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS (SP), ITAJUBÁ (MG) E PETRÓPOLIS (RJ) Science, technology and innovation in the Southeast Region: an analysis of the innovation environments located in the cities of São Jose dos Campos (SP), Itajubá (MG) and Petrópolis (RJ) Renato Santiago Quintal1, Marcos dos Santos2, Branca Regina Cantisano dos Santos e Silva Riscado Terra3

Resumo: O objetivo do presente estudo foi promover uma análise de ambientes de inovação inseridos na Região Sudeste brasileira. Como unidades de análise, foram selecionados os municípios de São José dos Campos (SP), Itajubá (MG) e Petrópolis (RJ). Quanto à metodologia, este estudo pode ser classificado como qualitativo, exploratório, documental e bibliográfico. O arquétipo de desenvolvimento econômico utilizado neste trabalho foi o da Hélice Tríplice, formulado por Loet Leydesdorff e Henry Etzkowitz, o qual se baseia no inter-relacionamento universidade, empresa e governo, verificado em um ambiente de inovação. A partir do exame dos ambientes de inovação das cidades em questão, é possível identificar um ambiente sinérgico sob a ótica da inovação, o que pode ser corroborado pelas seguintes informações: quantitativo de instituições de ensino e pesquisa, tanto públicas como privadas; representatividade das instituições científicas e tecnológicas instaladas; características demográficas e socioeconômicas; entre outras. São atributos que apontam para a conformação de ambientes de inovação e polos tecnológicos naquelas localidades. Nessas circunstâncias, verifica-se que universidade, empresa e governo oferecem robustas contribuições ao desenvolvimento desses ambientes. Palavras-chave: Sistema Nacional de Inovação. Ambientes de inovação. Municípios brasileiros.

Abstract: The aim of this study was to promote an analysis of embedded innovation environments in Southeastern Brazil. As  units of analysis, the municipalities of São José dos Campos  (SP), Itajubá (MG) and Petrópolis (RJ) were selected. As for the methodology, this study can be classified as qualitative, exploratory, documentary and bibliographical. The archetype of economic development used in this work was the Triple Helix, formulated by Loet Leydesdorff and Henry Etzkowitz, which is based on the interrelationship university, business and government, observed in an environment of innovation. From the examination of the innovation environments of the cities concerned, it is possible to identify a synergistic environment from the perspective of innovation, which can be corroborated by the following information: quantity of educational and research institutions, both public and private; representativeness of scientific and technological institutions installed; demographic and socioeconomic characteristics, among others. They are attributes that point to the conformation of innovation environments and technological centers in those locations. In these circumstances, it appears that university, company and government offer robust contributions to the development of these environments. Keywords: National innovation system. Innovation environments. Brazilian municipalities.

1.Chefe do Departamento de Sistemas de Pagamento na Pagadoria de Pessoal da Marinha e Membro do Conselho Editorial da Revista PAGMAR (ISSN 2318-1702 e-ISSN 2446-4791). Mestre em Ciências Contábeis, Universidade do Estado do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro, RJ – Brasil. E-mail: [email protected] 2.Gerente de Projetos no Centro de Análise de Sistemas Navais. Doutorando em Engenharia de Produção, Universidade Federal Fluminense – Niterói, RJ – Brasil. E-mail: [email protected] 3.Professora Adjunta da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro, RJ – Brasil. Doutora em Engenharia de Produção (COPPE), Universidade Federal do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro, RJ – Brasil. E-mail: [email protected]

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1. INTRODUÇÃO Ao longo dos 30 últimos anos, o ambiente econômico mundial vivencia um momento de considerável dinâmica tecnológica e de robusto aumento da concorrência. O progresso técnico e a concorrência internacional fazem supor que, sem o necessário aporte de recursos financeiros para ciência, tecnologia e inovação, uma nação improvavelmente atingirá o desenvolvimento efetivo (REZENDE, 2010). Está-se diante de um momento ímpar na trajetória histórica das ciências sociais e humanas. Ineditamente, há um notável movimento em torno da temática referente à tecnologia. A nova seara dos Estudos Sociais da Ciência e da Tecnologia inicia um período de consolidação em conceituadas universidades, notadamente nos países nórdicos e de origem anglo-saxã (FEENBERG, 2008). Nesse contexto, insere-se o presente estudo, cujo objetivo foi promover uma análise de ambientes de inovação inseridos na Região Sudeste brasileira. Como unidades de análise, foram selecionados os municípios de São José dos Campos (SP), Itajubá (MG) e Petrópolis (RJ). De acordo com a natureza dos dados, a presente pesquisa classifica-se como qualitativa. No que se refere ao nível de controle das variáveis, a pesquisa enquadra-se como não experimental. No que tange ao delineamento, o estudo em tela pode ser categorizado como pesquisa bibliográfica e documental. Em relação aos objetivos mais gerais, a presente pesquisa classifica-se como exploratória, cujo propósito é permitir maior intimidade com o problema, intentando a torná-lo mais compreensível (GIL, 2010). Adicionalmente, foi empreendida a consulta a fontes bibliográficas e documentais ostensivas, especialmente relacionadas à temática em questão. O arquétipo de desenvolvimento econômico utilizado neste trabalho foi o da Hélice Tríplice, formulado por Loet Leydesdorff e Henry Etzkowitz (1996), o qual se baseia no inter-relacionamento universidade, empresa e governo, verificado em um ambiente de inovação. Empreender o estudo em tela poderá contribuir para o avanço do conhecimento já existente sobre o tema. Outrossim, a temática encontra-se aderente aos estudos desenvolvidos no grupo de pesquisa “Inovação e sociedade”, cadastrado no Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil, administrado pelo

CNPq1. Contudo, faz-se necessário destacar que o resultado da pesquisa está adstrito às três unidades de análise, sendo impossível a sua generalização. O presente artigo é composto de introdução, fundamentação teórica, análise e discussão, considerações finais e referências.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Esta seção encontra-se subdivida em quatro subseções, a saber: sistemas de inovação, sistema brasileiro de inovação, ambientes de inovação, e a Hélice Tríplice.

2.1. SISTEMAS DE INOVAÇÃO Os sistemas de inovação representam um agregado de componentes e estruturas de uma nação que desempenham funções específicas no processo de produção, transmissão e armazenamento de conhecimento com a finalidade de inovação. Esses sistemas são descritos por sua aptidão de interação, por meio da articulação desses componentes, para a produção de conhecimento, sua difusão e emprego, de modo competitivo e lucrativo. A denominação de sistema regional ou local de inovação é empregada quando se empreende a análise e contextualização de uma região pertencente a um Sistema Nacional de Inovação, não podendo desconsiderar a ingerência do Sistema Nacional de Inovação sobre o sistema regional (TERRA, 2007). Para Lundvall (1992), o Sistema Nacional de Inovação (SNI) reúne todos os segmentos do arcabouço econômico e institucional que sugestionam os processos de aprendizado, busca e exploração de inovações, não unicamente as entidades voltadas ao apoio das atividades de pesquisa e desenvolvimento mas também a trama de relacionamento entre usuários e fornecedores, relações trabalhistas, arcabouço jurídico e políticas públicas (LUNDVALL, 1992).

2.2. SISTEMA BRASILEIRO DE INOVAÇÃO O sistema brasileiro de inovação expressa o dualismo presente na sociedade brasileira. Em meados da década de 1990, o Brasil desfrutava de um sistema de pesquisa científica e tecnológica estruturado. Contudo, esse sistema incorporou Grupo de Pesquisa Inovação e Sociedade. Disponível em: . Acesso em 16 jan. 2015 1

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indubitavelmente o elemento da inovação, a partir da inserção de alguns atores do setor produtivo, público e privado, em sucessões de incorporação e absorção de conhecimento. Essa inacabada e restrita conversão da economia brasileira em economia do conhecimento acarretou, porém, significativo impacto para a inserção e a competitividade brasileira no plano internacional, além de reflexos positivos palpáveis para a balança comercial e para a sustentabilidade dos indicadores macroeconômicos durante o século XXI (CRUZ JUNIOR, 2011). A Pesquisa de Inovação Tecnológica (PINTEC) conduzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em associação com a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), relatou que o quantitativo de empresas industriais inovadoras no Brasil alcançou no ano de 2005 a marca de 30.377, comparando-se com o patamar de 28.037 do ano de 2003, correspondendo a uma elevação de 8,4%. No que tange aos desembolsos das empresas brasileiras em atividades de cunho inovativo, a PINTEC consignou uma elevação desses dispêndios de 2,46 para 2,77% em relação ao faturamento total dessas empresas. Convém destacar que a PINTEC tem as suas origens no Manual de Oslo da União Europeia, do ano de 1997, e, notadamente, no padrão proposto pela Oficina Estatística EUROSAT para a realização da Community Innovation Survey, CIS III 1998-2000, da qual participaram 15 países-membros (IBGE, 2007 apud CRUZ JUNIOR, 2011). Os achados da pesquisa IBGE-PINTEC 2011 destacam os setores da indústria que têm mais investido em inovação e, dentre aqueles investem quantia superior a 4% da receita líquida anual de vendas, podem ser identificados quase a totalidade dos setores da indústria de serviços, sem levar em consideração os institutos de pesquisa que investem 90% da receita de vendas. Nesse contexto, destacam-se: desenvolvimento de software; tratamento de dados, hospedagem na Internet e demais atividades relacionadas; e serviços de arquitetura e engenharia, testes e análises técnicas. Ao passo que somente seis setores inseridos na indústria de transformação investem acima de 4%, a saber: fabricação de outros equipamentos (aeronaves e motocicletas); fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamentos de irradiação; fabricação de componentes eletrônicos; fabricação de produtos farmacêuticos; fabricação de sabões, detergentes,

produtos de limpeza, cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal; fabricação de coque e biocombustíveis (álcool e outros); impressão e reprodução de gravações ( Jornais, Revistas). Nessas circunstâncias, pode-se identificar igualmente um grupo de setores industriais que investem de forma moderada em inovação, com uma diminuta tendência às inovações incrementais, como os setores de produção de bebidas, de alimentos e de tecidos. Em contemporâneo trabalho produzido no Brasil verificou-se que dez empresas, quantitativo que contempla 50% das maiores empresas da indústria agroalimentar brasileira, empreenderam uma estratégia de diferenciação, inserindo-se no segmento dos alimentos funcionais, o que evidencia uma tendência na qual a inovação se materializa por meio de ações incrementais (BUCCELLI et al., 2014; GIANEZINI et al., 2012). Contudo, nesse contexto, faz-se necessário registrar a existência de contrastes que apontam para a desarticulação entre os distintos atores componentes do sistema de inovação brasileiro. O Brasil é um dos países com o maior índice de crescimento em âmbito mundial de publicações científicas indexadas, atingindo aproximadamente 2% do total no ano de 2006, conforme relata a pesquisa de Bound (2008 apud CRUZ JUNIOR, 2011), tendo, no ano de 2011, esse índice atingido o patamar de 2,7%. Por outro lado, o número de patentes depositadas no United States Patent and Trademark Office (USPTO) foi de 0,08% do total de depósitos. Nesse caso, é possível associar esse descompasso à desarticulação, à desfuncionalidade e ao isolamento de engrenagens essenciais ao funcionamento do sistema brasileiro de inovação, ainda que se possa questionar o emprego do depósito de patentes e da produção acadêmico-científica indexada com critério de inovação, uma vez que não são condições suficientes para o incremento da taxa de inovação na economia. A desarticulação entre geração de conhecimento no Brasil, operação de dispositivos de transferência de tecnologia e absorção de conhecimento de forma ampla pelo segmento privado e as barreiras ao diálogo entre governo e segmento produtivo são abertamente identificadas. Nesse contexto, políticas categóricas orientadas à incorporação do conhecimento científico-tecnológico ao arcabouço produtivo do país têm sido empreendidas pelo Estado (CRUZ JUNIOR, 2011). O Quadro 1 a seguir apresenta as principais realizações governamentais compreendidas entre 2004 e 2010. No intervalo de 2004 a 2010, considerado no Quadro 1, merecem ser ressaltados os seguintes tópicos: contexto favorável | 95 |

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à Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I); estruturação dos marcos legais afetos à CT&I; reestruturação do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI); destaques estratégicos para micro e pequenas empresas; integração produtiva com

outros países da América Latina, do Caribe e do Continente Africano; Terceira e Quarta Conferência Nacional de CT&I; e Semana Nacional de CT&I. Nessa ocasião, igualmente foram criados os Programas Aeroespacial e Nuclear; a Rede

Quadro 1. Principais realizações governamentais (2004 a 2010).

Período

Ações governamentais

Características e conjuntura nacional

Política Nacional de CT&I

Apresentava os seguintes objetivos: promoção da CT&I; adoção de novos marcos legais; robustecimento de programas e instrumentos; expansão dos recursos ao Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCT&I); emprego de CT&I objetivando a promoção do desenvolvimento nacional de forma soberana e sustentável.

2004

Lei de Inovação

Trouxe as seguintes possibilidades: incremento em inovação tecnológica a partir da disponibilização de instrumentos que fomentem parcerias de atores do setor público e privado; “oferta pública” para licenciamento de tecnologia; uso de laboratórios de ICTs por Pequenas e Médias Empresas (PME); possibilidade de o pesquisador criar própria empresa, sem perder o vínculo institucional; participação do pesquisador em royalties; criação de NITs.

2004–2007

Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior (PITCE)

Alavancamento do crescimento econômico, a inovação como suporte à competitividade, o incentivo à inovação como eixo central e a proteção como elemento-chave para uma conjuntura favorável à inovação tecnológica. Desafios encontrados: aumento do investimento privado em P&D e da capacidade inovativa empresarial, bem como a reestruturação e a qualificação do INPI.

Lei do Bem

Possibilitou incentivos fiscais para pessoa jurídica que empreendesse pesquisa tecnológica e desenvolvesse inovação, bem como concedeu benefícios em subvenções econômicas concedidas em contratações de mestres ou doutores, empregados em empresas para atividades de P,D&I.

2004

2005

2005

Programa Mulher e Ciência

Implementado com base no estudo empreendido por um grupo interministerial, formado pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM), objetivando fomentar a produção científica e a meditação acerca das relações de gênero, mulheres e feminismos no Brasil, bem como propiciar a participação das mulheres no campo das ciências e carreiras acadêmicas.

2007–2010

Plano de Ação: Ciência, Tecnologia e Inovação (PACT&I)

Política de Estado ajustada às demais políticas federais. Dotado de visão sistêmica, objetivando contribuir com o esforço nacional de desenvolvimento, por meio da disponibilização de respostas efetivas aos problemas nacionais. Incremento dos recursos federais e o progresso no contexto de inovação tecnológica nas empresas.

2008–2011

Programa de Desenvolvimento Produtivo (PDP)

Prosseguimento ao crescimento do país nas mais distintas áreas, à luz da sustentabilidade e com destaque para inovação, competitividade, suporte ao empreendedorismo e elevação das exportações.

2010

Portaria Interministerial nº 930/2010

Institui o Comitê de Articulação para a Promoção de Centros de Pesquisa e Projetos Estratégicos de Inovação (Comitê Pró-Inovação), no âmbito do PDP e do PACTI, bem como dá outras providências.

P&D: Pesquisa e Desenvolvimento; CT&I: Ciência, Tecnologia e Inovação; PACTI: Plano de Ação em Ciência, Tecnologia & Inovação; INPI: Instituto Nacional de Propriedade Industrial; NIT: Núcleo de inovação Tecnológica. Fonte: Quintal (2013, p.199).

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Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP); o Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica (CEITEC); o Sistema Brasileiro de Tecnologia (SIBRATEC); e os Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs). O final do período foi marcado pela crise imobiliária norte-americana que impactou as diversas economias mundiais (QUINTAL, 2013). O Quadro 2 relaciona as determinantes realizações governamentais na área no intervalo de tempo entre 2011 e 2012. Entre 2011 e 2012, foram empreendidas ações governamentais em CT&I, em continuidade àquelas iniciadas no período anterior. Pontualmente, algumas medidas podem ser listadas, como a criação do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN) e da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII); bem como a tramitação do Projeto de Lei nº 2.177/2011, que trata da Instituição do Código Nacional de CT&I (QUINTAL, 2013). Novas empecilhos surgem com o advento das reformas e dos aprimoramentos da política de CT&I. Inicialmente, é de suma relevância trabalhar para que CT&I se converta em efetivos componentes do desenvolvimento sustentável,

sob a ótica econômica e socioambiental. De forma secundária, é essencial que essas ações sejam concebidas como Política de Estado, com aumento dos investimentos nessa seara, vislumbrando-se o incremento do quantitativo de entidades de pesquisa e de cientistas, o aperfeiçoamento do arcabouço legal e dos sistemas de gestão, e, por último, a edificação de uma conjuntura propícia à inovação (REZENDE, 2010). A despeito dos avanços e do robustecimento dos instrumentos de planejamento e gestão observados nos últimos anos, Damião (2009) registra que o sistema de inovação brasileiro é marcado por algumas debilidades, especialmente quando promovida uma comparação entre o seu desempenho e o de sistemas mais dinâmicos. Entre as principais fragilidades, podem ser enumeradas as seguintes: falta de articulação entre as bases científicas e tecnológicas, demostrando uma configuração de baixa interação entre os setores acadêmico e empresarial; baixo dispêndio com pesquisa e desenvolvimento nas empresas privadas em comparação com os gastos dessa natureza em empresas públicas; limitado quantitativo de mestres e doutores trabalhando nas

Quadro 2. Principais realizações governamentais (2011 a 2012).

Ações governamentais

Características e conjuntura nacional

2011–2014

Plano Brasil Maior

Política industrial, tecnológica e de comércio exterior, que apresenta como principal desafio a manutenção do crescimento econômico inclusivo num contexto econômico adverso. Dentre as metas do Plano, destacam-se: elevação do dispêndio empresarial em P&D em % do PIB; elevação % da indústria intensiva em conhecimento; aumento em 50% o número de Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPMEs) inovadoras; produção de forma mais limpa; elevação da participação nacional nos mercados de tecnologias, bens e serviços para energias.

2011

Programa Ciência sem Fronteiras

Concebido para provocar o fortalecimento, o alargamento e a internacionalização da ciência, da tecnologia, da inovação e da competitividade do país com base no intercâmbio e na mobilidade internacional.

Período

2012–2015

Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI)

Descreve os desafios, eixos de sustentação, programas prioritários, fontes de recursos e metas para os próximos quatro anos. Apresenta os seguintes eixos de sustentação: promoção da inovação; novo padrão de financiamento público para o desenvolvimento científico e tecnológico; fortalecimento da pesquisa e da infraestrutura científica e tecnológica; formação e capacitação de recursos humanos; CT&I para o desenvolvimento social.

P&D: Pesquisa e Desenvolvimento. CT&I: Ciência, Tecnologia e Inovação. Fonte: Quintal (2013, p.200).

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empresas, especialmente nas micro e pequenas empresas; e subemprego da infraestrutira colocada à disposição.

2.3. AMBIENTES DE INOVAÇÃO O conceito de ambiente de inovação está associado a uma ótica distinta no que tange às possibilidades de construção da prática de inovação, com o objetivo de ajustar elementos tecnológicos, econômicos e sociais de modo distinto e aberto, separado do modelo que associa inovação tecnológica exclusivamente ao setor produtivo (MACIEL, 2001). O ambiente de inovação refere-se ao conjunto de fatores de natureza política, econômica, social e cultural que fomentam ou dificultam a inovação (MACIEL; BAUGARTEN, 2005). Adicionalmente, os ambientes de inovação consideram elementos oriundos do legado cultural e da criatividade característica de um grupo social, que, tradicionalmente, não são legitimados como partes constituintes da inovação (ANDRADE, 2006). Convém destacar que “ambiente de inovação”, “ecossistema de inovação” e “habitat de inovação” são expressões sinônimas empregadas pela literatura especializada. Em CT&I, existe uma miríade de definições que descrevem a reunião de empreendimentos de base tecnológica. A delimitação de polo tecnológico é usada no sentido de delinear uma área onde exista uma reunião maior de atividades tecnológicas do que em outras localidades. No estado de São Paulo, as cidades de Campinas, São José dos Campos e São Carlos são exemplos típicos de polos tecnológicos. Outra conceituação desenvolvida recentemente está relacionada aos Arranjos Produtivos Locais (APLs), que são objeto de interesse da Secretaria de Desenvolvimento, do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), com o propósito de estimular a competitividade e a sustentabilidade de micro e pequenas empresas, não estando a inovação tecnológica no cerne principal dessa abordagem. Por último, faz-se necessário elencar o entendimento acerca de incubadoras de base tecnológica: são organizações que almejam especificamente acolher e fomentar micro e pequenas empresas, a fim de tornar viável seu avanço inicial e temporário, além de igualmente tornar viável a sua criação (STEINER et al., 2008). Nessa seara, parques tecnológicos estão associados a ambientes de inovação. São ferramentas utilizadas em nações

desenvolvidas e em desenvolvimento com o objetivo de converterem as suas economias regionais e nacionais mais dinâmicas por meio da agregação de teor de conhecimento; adicionalmente, são estruturas que têm o propósito de transformar conhecimento em riqueza. Assim, esses países tornam-se mais competitivos na esfera internacional, geram empregos qualificados, recolhem impostos e promovem o bem-estar social. É característico que parques tecnológicos estejam localizados nas cercanias de universidades e centros de pesquisa, polos produtores de conhecimento e formadores de recursos humanos qualificados. Trata-se de uma aproximação que gera sinergia e oportunidade. No estado de São Paulo, o Sistema Paulista de Parques Tecnológicos (SPPT) foi idealizado com o objetivo de compilar uma política que fomentasse o surgimento e o estabelecimento de conexões entre os parques tecnológicos no estado. Fez-se necessária a associação entre o poder público — e as suas diferentes esferas —, a academia e o setor privado, especialmente representado pelos segmentos empresarial e imobiliário (STEINER et al., 2008). A Figura 1, elaborada por Schneider (2011), apresenta de forma esquemática os desafios para a inovação tecnológica, bem como relaciona os principais atores envolvidos. Em última análise, Rezende e Toyoshima (2014) afirmam que a identificação do ambiente de inovação é decorrente da observação das variáveis mencionadas no Quadro 3, adaptado de Malachias e Meirelles (2009), que empregaram os dados da PINTEC de 2005 e 2008.

2.4. A HÉLICE TRÍPLICE Abordar a temática afeta à Hélice Tripla requer recordar os estudos empreendidos pelos pesquisadores argentinos Jorge Alberto Sábato e Natalio Botana (1968), os quais dissertaram sobre o papel da cooperação na inovação tecnológica e a sua relevância para o desenvolvimento latinoamericano. Os pesquisadores argentinos defendiam a inclusão da ciência e da tecnologia na mesa de negociações envolvendo governo, estrutura produtiva e infraestrutura científico-tecnológica. Eram os três vértices do chamado “Triângulo de Sábato”, uma abordagem sistêmica que caracterizava-se pela existência de intrarrelações e inter-relações entre os vértices do polígono, os quais simbolizam as molas propulsoras do robustecimento da atividade econômica. Trata-se de uma construção pioneira, a qual foi idealizada para destacar a necessidade da aproximação do sistema de Ciência e Tecnologia (C&T)

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Ambientes de inovação

Rede de ITCIs

Financiamento & Subsídios

Cluster de Inovação

Organização e gestão do CLUSTER DE INOVAÇÃO

Cadeia produtiva

Centro de inovação

PIT

Cadeia produtiva

Empresa Inovadora

RH qualificado

Agentes de inovação

Gerentes de inovação

COMPETITIVIDADE Nacional e Internacional

Empreendedorismo inovador

Cooperação internacional

Fonte: Schneider (2011). PIT: Processo de Inovação Tecnológica. Figura 1. Desafios para a inovação tecnológica.

Quadro 3. Proxies para determinação do ambiente de inovação.

Proxies

Definição ou característica

P&D interno

Montante investido em P&D e pessoal destinado de forma fixa ou ocasional para realização de P&D.

Fontes externas de P&D

Absorção, aquisição ou apenas transferência de tecnologias via parceria com universidade, institutos de pesquisa e centros de referência (a análise será fundamentada no amparo legal que favoreça a formação de parcerias).

Cooperação

Joint ventures ou outros tipos de parcerias estratégicas entre empresas para geração de conhecimento.

Fomento do setor público

Disponibilidade de recursos financeiros governamentais para investimento em P&D.

Educação

Capacidade de formação de pessoal qualificado com elevado nível de conhecimento.

Outras instituições

Outros tipos de parcerias estratégicas, com outras instituições geradoras de conhecimento, que não as anteriormente citadas para fontes externas de P&D e cooperação.

Intensidade de P&D

Frequência e volume de recursos gastos na realização de pesquisas.

Treinamento

Frequência com que cursos de aperfeiçoamento e/ou reciclagem são realizados pelas empresas.

P&D: Pesquisa e Desenvolvimento. Fonte: Adaptado de Malachias e Meirelles (2009) por Rezende e Toyoshima (2014, p. 288).

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do segmento empresarial. Adicionalmente, recomendava a adoção de medidas diretas pelo governo, que se desdobrariam em múltiplas ações coordenadas envolvendo os três atores. Em um contexto de cooperação envolvendo universidade, indústria e governo, Terra (2007) argumenta que a Hélice Tríplice representa um conceito essencial, cuja alegoria simboliza um mecanismo de interação, que possibilita aos atores — governo, empresa e universidade — desenvolverem sinergia entre si e entre os demais atores sociais componentes de uma rede de desenvolvimento. Trata-se de uma rede que se encontra situada em um sistema de inovação e fomenta o progresso por intermédio da atitude empreendedora, da modernização tecnológica e da inovação. O economista inglês Adam Smith foi o primeiro estudioso a identificar a conexão existente entre transformação tecnológica e desenvolvimento econômico. Baseando-se em exames acerca das modificações estruturais que ocorriam na Inglaterra na ocasião em que redigiu “A Riqueza das Nações”, ele distinguiu duas “inovações” que permitiam o incremento da produtividade: a divisão social do trabalho e os aperfeiçoamentos na maquinaria. Smith confirmou que, repartindo as tarefas essenciais à produção em distintas fases, em que cada trabalhador possuiria uma determinada especialidade, a produtividade elevava-se consideravelmente em comparação ao método artesanal, no qual todo o trabalho era gerido por um único indivíduo. Para Smith, a inovação figurava como a consequência do “aprender-fazendo”, ou seja, da busca pelo aprimoramento dos modos tradicionais de concretizar ofícios produtivos, por meio da observação e da experiência (TIGRE, 2006). A abordagem da Hélice Tríplice foi formulada por Henry Etzkowitz e Loet Leydesdorff (1996) e baseia-se na concepção da universidade como indutor das conexões com o segmento produtivo de bens e serviços — representado pelas empresas — e o segmento regulador e incentivador da atividade econômica — representado pelo governo —, objetivando a produção de conhecimento, o desenvolvimento econômico e a inovação tecnológica, conforme esquematizado na Figura 2. Nesse contexto, a inovação é vislumbrada como produto de um processo intrincado e agitado de experiências na seara envolvendo ciência, tecnologia, pesquisa e desenvolvimento nas universidades, nas empresas e nos governos, em uma espiral de transformações infindáveis (TRIPLE HELIX RESEARCH GROUP BRAZIL, 2013).

Governos

Empresas Universidades Fonte: Portal Rio Business Innovation. Figura 2. A Hélice Tríplice.

A alegação central envolvendo a Hélice Tríplice está fundamentada na revisão da relação entre universidade e sociedade, materializada pela segunda revolução acadêmica em andamento, quando a universidade agrega uma terceira missão — além de ensino e pesquisa — associada à atuação ativa para o desenvolvimento econômico por meio da produção de conhecimento científico e tecnológico e, por conseguinte, inovação. Os grupos de pesquisa interagem com os atores das distintas esferas ou hélices. Consequentemente, surge uma universidade empreendedora na qual o trato entre as hélices adota distintas configurações. Componentes e organizações de intermediação são concebidos como as firmas spin-off, incubadoras e parques tecnológicos; escritórios de propriedade intelectual e comercialização de tecnologia; redes de

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conhecimento; arranjos e sistemas produtivos e inovativos locais; e universidades corporativas, entre outros (TRIPLE HELIX RESEARCH GROUP BRAZIL, 2013). A abordagem leva em consideração o diálogo entre organizações dessas três hélices como uma maneira de discernir e ocupar-se dos problemas aflorados da arraigada transformação no plano econômico, institucional e intelectual proveniente de uma sociedade sistematizada em conhecimento. Tais relações convergem em diversos níveis e promovem: 1. modificações internas em cada esfera; 2. intervenção das organizações de uma esfera sobre a outra em consequência dos relacionamentos presentes; 3. estabelecimento de novas estruturas em função da justaposição provocada pela interação das três hélices; e 4. um resultado recursivo desses três níveis. As redes de relacionamento estabelecem intenções, métodos e projetos que incorporam um valor excedente, ao se organizarem e se conformarem, continuamente, com a infraestrutura existente a fim de alcançarem seus intentos. Cada ator de uma esfera conserva substancial autonomia, mas, concomitantemente, acolhe novas atribuições e uma nova compreensão e configuração da dinâmica econômica (TRIPLE HELIX RESEARCH GROUP BRAZIL, 2013). A próxima seção abordará a análise e a discussão do estudo.

3. ANÁLISE E DISCUSSÃO A presente subseção subdivide-se em quatro subseções: o cluster de São José dos Campos; o polo Itajubá Tecnópolis; o polo de alta tecnologia Petrópolis Tecnópolis; e quadro-resumo das características socioeconômicas e demográficas dos municípios estudados.

3.1. O CLUSTER DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS Historicamente, o planejamento estratégico da Aeronáutica atribuiu prioridade à constituição de recursos humanos de elevado nível, aptos a reterem os conhecimentos tecnológicos que afloravam rapidamente no contexto internacional como também capazes de identificar soluções apropriadas ao contexto nacional, marcado pela forte dependência de artigos industrializados provenientes do exterior. Em face da

impossibilidade de se estruturar uma indústria aeronáutica brasileira naquele cenário nacional, optou-se pelo desenvolvimento de escola de engenharia aeronáutica, bem como um centro de pesquisa orientado à tecnologia aeronáutica, estabelecendo os alicerces necessários à futura instalação de uma indústria voltada àquele segmento. Foi concebido um centro de pesquisas nucleado por uma avançada escola de engenharia, de maneira a garantir o desenvolvimento do setor aeronáutico nacional, o que se capilarizaria, em médio prazo, à aviação civil e ao parque industrial brasileiro. Iniciava-se, dessa forma, a estruturação de um corpo de engenheiros aeronáuticos de elevada qualificação, originando, posteriormente, novas especializações — eletrônica, mecânica e infraestrutura aeronáutica — e um agregado de instituições indutoras do desenvolvimento tecnológico nacional. Concomitantemente à formação de pessoal especializado no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), os mentores do Centro Tecnológico da Aeronáutica (CTA) instituíram um centro de pesquisas apto a dotar o país de tecnologias emergentes no estrangeiro e que imprimiriam rapidez ao desenvolvimento industrial local (FORJAZ, 2005). Surgiram, dessa forma, no final da década de 1940, o CTA e, associado a este, o ITA. Faz-se necessário registrar que foi uma iniciativa apoiada diretamente pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT) e pela National Aeronautics and Space Administration (NASA). Contudo, a ausência de empresas especializadas contribuiu para que os engenheiros formados pelo ITA fossem absorvidos por outras indústrias. No ano de 1969, esse cenário começou a se transformar com o surgimento da EMBRAER, uma empresa spin-off oriunda do CTA, que foi contemplada com incentivos fiscais e subsídios para o desenvolvimento do seu primeiro avião, o bandeirante EMB-110, culminado com a exportação das primeiras aeronaves desse modelo no ano de 1975. A EMBRAER, igualmente, contou auxílio de marketing, desenvolvimento tecnológico e aprovação de decretos especiais na seara de transferência de tecnologia e suporte à pesquisa. O fortalecimento da EMBAER desde os primórdios esteve intrinsicamente associado ao complexo educacional, científico e industrial do CTA/ITA (MARZANO, 2011). No ano de 1994, ocorreu a privatização da EMBRAER e em 2008 aquela empresa ultrapassou a canadense Bombardier, passando a ocupar a terceira posição mundial entre as maiores fabricantes de aviões, ficando somente atrás da norte | 101 |

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americana Boeing e da europeia Airbus, sendo a primeira no segmento de jatos regionais. Matéria publicada na revista “Valor Econômico”, em 28 de junho de 2009, descrevia que a empresa contava com instalações fabris em Évora (Portugal) e em Harbin (China). No ano de 2008, as exportações da EMBRAER contabilizaram a marca de US$ 5,7 bilhões, colocando-a no patamar de terceira maior exportadora brasileira, contribuindo com 2,9% do total do saldo da balança comercial brasileira. Ao longo de todas as etapas da sua exitosa trajetória, a empresa contou com o resoluto suporte governamental brasileiro, especialmente por meio dos seguintes institutos: políticas de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D); parcerias público-privadas; proteção de mercado e compras governamentais; e políticas de fomento à exportação (MARZANO, 2011). Dessa forma, o cluster aeroespacial de São José dos Campos desenvolveu-se no entorno do CTA/ITA, por meio de empresas especializadas na fabricação de componentes para aeronaves, laboratórios de P&D e subsidiárias de fornecedores estrangeiros. Pode-se afirmar que uma estratégia meticulosamente engendrada e empreendida, reunindo governo, investidores e centro acadêmico de renome, à luz de riscos e estímulos comuns, foi responsável por viabilizar a criação de uma empresa de prestígio internacional, cuja prosperidade evidencia a capacidade de ação do Estado, em cooperação com o setor privado, no alavancamento da inovação e na criação de vantagem competitiva no cenário da indústria nacional (MARZANO, 2011).

3.2. O POLO ITAJUBÁ TECNÓPOLIS O município mineiro de Itajubá foi colonizado no século XVII, por ocasião do ciclo do ouro. Contudo, em razão da baixa atratividade das reservas minerais existentes, quando realizada comparação com outras regiões de Minas Gerais, progrediram em Itajubá atividades produtivas associadas ao alojamento de tropas e passageiros e à atividade agropecuária, voltadas ao provisionamento das zonas mineradoras. Convém destacar a contribuição do seu posicionamento geográfico favorecido pelo cruzamento de duas rotas de relevância econômica: a que promovia a ligação das Minas Gerais aos Portos de Parati e Rio de Janeiro e a outra que fazia a ligação com São Paulo. Nesse contexto, já no início do século XIX, Itajubá se inseria em um cenário de economia de exportação para o mercado fluminense de carne, couro, açúcar, leite e derivados. Naquele

período, a atividade cafeeira integrou-se à economia local e iniciou-se uma estreita ligação da região ao estado de São Paulo, cujo reflexo ainda hoje pode ser verificado na região sul de Minas Gerais, onde poder ser identificada uma vigorosa presença de São Paulo (URBANAVICIUS JÚNIOR, 2008). O projeto Itajubá Tecnópolis é oriundo de um projeto antecessor chamado de Rota 459. Os primórdios da Associação para o Desenvolvimento Regional Integrado da Rota 459 correspondeu a um anseio de promover o desenvolvimento integrado com visão de futuro voltada para a edificação da cidade do conhecimento. A denominação Rota Tecnológica está associada ao fato de os municípios contornados estarem situados na Rodovia 459, que liga o município paulista de Lorena ao município mineiro de Poços de Caldas. Na ocasião, foi formulado um Comitê Diretivo da RT 459, que reunia representantes das unidades envolvidas, notadamente empresários, representantes de instituições de ensino e governantes dos municípios participantes. Entre as propostas discutidas no bojo da RT 459, convém elencar Itajubá Tecnópolis e o estímulo à criação de incubadoras e pré-incubadoras na Região (SANTOS, 2002 apud URBANAVICIUS JÚNIOR, 2008). O Parque Tecnológico de Itajubá surgiu como fruto da parceria entre o governo do estado de Minas Gerais e o Governo Federal, por intermédio da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) e a Prefeitura de Itajubá. O cerne da atuação está voltado aos setores Energético e de Engenharia. A construção do Parque Tecnológico em tela é considerada estratégica para o lançamento dos novos alicerces de geração de empregos e renda em Minas Gerais, a partir do desenvolvimento de tecnologia avançada, e não somente de produtos, como tem ocorrido em distritos industriais convencionais ( JORNAL MANTIQUEIRA SETE ARTES, 2008 apud URBANAVICIUS JÚNIOR, 2008). Nesse contexto, convém citar importantes empresas que fazem parte do parque industrial de Itajubá, como: HELIBRAS Helicópteros do Brasil S.A.; AEES Power Systems do Brasil; MAHLE COFAP ANÉIS S/A; TELEFLEX DO BRASIL S/A; AUTOFIND Industrial Equipamentos Eletrônicos S/A.; DATAPOOL Tecnologia LTDA., entre outras.

3.3. O POLO DE ALTA TECNOLOGIA PETRÓPOLIS TECNÓPOLIS O município fluminense de Petrópolis, localizado na região serrana, é detentor de uma tradição histórica que remonta

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à época do Império, tendo sido um grande polo moveleiro na década de 1980. Desde os anos de 1990, apresenta como principais negócios o turismo e o setor têxtil. Contudo, Camargo (2010), citando informações disponibilizadas pelo IBGE (2008), afirma que o turismo e o comércio não foram suficientes para cobrir toda a oferta de emprego na cidade. Nesse contexto, surgiu a concepção de uma Tecnópole, que corresponderia a uma nova vocação para a cidade, que vinha experimentando, desde meados do século XX, um enfraquecimento econômico, ocasionado pelo encerramento das atividades de diversas indústrias do segmento têxtil, tradicional alicerce econômico do município. A pesquisa de Camargo (2010) aponta para o fato de que o marco do surgimento do polo de alta tecnologia está relacionado à contratação dos serviços do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV ) pelo Sistema FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) e pelo SEBRAE-RJ (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) no início de 1998. O escopo do serviço estava associado ao estudo das potencialidades econômicas e competitividade da região fluminense. Em junho daquele ano, a FGV promovia a entrega dos estudos, contemplando oito regiões do estado, entre as quais estava a Região Serrana, que abarcava os municípios de Petrópolis, Areal, Comendador Levy Gasparian, Paraíba do Sul, São José do Vale do Rio Preto, Sapucaia, Teresópolis e Três Rios. Outro estágio decisivo foi a instalação em Petrópolis, em 1998, do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), protagonista do movimento Petrópolis Tecnópolis e vinculado ao Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT). Foram ações que culminaram com a assinatura do Protocolo de Intenções que instituiu a criação do Petrópolis Tecnópolis, em 22 de outubro de 1999. Nesse contexto, Camargo (2010), citando a pesquisa de Hofmann et al. (2007), destaca os seguintes elementos favoráveis à formação do polo de alta tecnologia na cidade: a qualidade de vida da região; a existência do LNCC; a disponibilidade da Infovia na BR-040; a articulação de parcerias estratégicas; a localização privilegiada; a existência de âncoras empresariais e áreas físicas; base de dados empresariais; presença do governo municipal na Internet; infraestrutura de comunicações; disponibilidade de espaços de interação; incubadoras de empresas; modernização tecnológica dos setores existentes; cultura empreendedora; capacidade de atração de capital de

risco; criação de um fundo municipal de desenvolvimento tecnológico; ações de marketing; habilidade para captação de recursos e gestão do projeto. Por fim, trazendo dados disponibilizados por Hofmann (2009), Camargo (2010) destaca que Petrópolis Tecnópolis está posicionado na 7a posição dos atuais 20 polos de alta tecnologia existentes no Brasil, contemplando 76 empresas engajadas e uma produção que abarca da biotecnologia à robótica. São empresas detentoras de um faturamento médio anual entre R$ 3 e 4 milhões. Trata-se de um polo instalado em uma das cidades mais seguras do país, cujos executivos e funcionários dispõem de excelente nível de qualificação. Registra-se, igualmente, o clima de cidade serrana e excelente qualidade de vida da cidade, além dos incentivos fiscais e auxílio de agências de fomento, que têm atuado como fatores relevantes na atração de empresas. Quanto às principais empresas componentes do polo de alta tecnologia Petrópolis Tecnópolis convém destacar: Alterdata Software; General Eletric Company (GE CELMA); Orange Business Services (braço da France Telecom para o mercado corporativo); Centro de Tecnologia Allen (CTAllen); COMTEX News Network, INC; Provider IT Neki Technologies; Excellion, entre outras.

3.4. QUADRO-RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS SOCIOECONÔMICAS E DEMOGRÁFICAS DOS MUNICÍPIOS ESTUDADOS O Quadro 4 consolida de forma resumida as características socioeconômicas dos municípios analisados. Para Damião, Schirrmeister e Zouain (2012), o componente crítico, que delineia e diferencia os ambientes de inovação de outros arranjos, como os distritos industriais, é fato de que naqueles ambientes o desenvolvimento dos produtos e processos é obrigatoriamente concebido a partir do conhecimento de base científica. Nesse contexto, os ambientes de inovação apresentam como requisito essencial os recursos de base científica e tecnológica que fornecem sustentação ao desenvolvimento das inovações. Por esse pretexto, tais arranjos recebem a denominação de habitats de inovação de base tecnológica. De forma oportuna, convém recordar os achados da pesquisa IBGE-PINTEC 2011, relacionados na subseção 2.2 deste artigo, os quais destacam os setores da indústria que mais investiram em inovação. Nesse contexto, menção especial foi atribuída ao segmento da Tecnologia da Informação | 103 |

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Quadro 4. Características socioeconômicas e demográficas dos municípios analisados.

Município

São José dos Campos

Itajubá

Petrópolis

681.036

95.491

298.017

1.099,409

294,835

795,799

572,96

307,49

371,85

28.089.096

1.779.801

9.133.358

Universidades e faculdades

11(i)

06(ii)

09(iii)

Índice de Gini(iv)

0,41

0,42

0,44

0,807 (alto)

0,787 (médio)

0,745 (médio)

234ª colocação em SP 920ª colocação no Brasil

18ª colocação em MG 121ª colocação no Brasil

13ª colocação em RJ 190ª colocação no Brasil

Atributos População (hab.) ano 2014 Área da unidade territorial (km2) Densidade demográfica (hab./km2) PIB a preços correntes (R$ mil) ano 2012

Índice de Desenvolvimento Humano Municipal(v) ano 2010 Ranking de Emprego e Renda à luz do Índice FIRJAN de desenvolvimento municipal edição 2014 ano-base 2011

Universidades e Faculdades de São José dos Campos: Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), Universidade do Vale do Paraíba (UNIVAP), Universidade Paulista (UNIP), Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), Faculdade de Tecnologia (FATEC), Faculdades Anhanguera Educacional, Faculdades ETEP e Instituto de Filosofia Santa Terezinha. (ii) Universidades e Faculdades em Itajubá: Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI); Faculdade de Medicina de Itajubá (FMIt); Faculdade de Ciências Sociais e Aplicadas do Sul de Minas (FACESM); Centro Universitário de Itajubá (FEPI); Escola de Enfermagem Wenceslau Braz (EEWB); e Fundação Presidente Antônio Carlos (FUPAC). (iii) Universidades e Faculdades em Petrópolis: Universidade Católica de Petrópolis (UCP); Universidade Estácio de Sá (UNESA); Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC); Faculdade Arthur Sá Earp Neto (FASE); Instituto Teológico Franciscano (ITF); Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP); Faculdade de Educação Tecnológica do Estado do Rio de Janeiro (FAETERJ); Unidade de Ensino Descentralizada do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ); e Campus da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). (iv) É um instrumento empregado para aferir o grau de concentração de renda em determinado grupo, apontando a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos. Varia de zero a um: o valor zero representa a situação de igualdade e o valor um corresponde à situação oposta – só uma pessoa concentra toda a riqueza. (v) Representa uma medida comparativa que contempla três variáveis: riqueza, educação e expectativa de vida ao nascer. Fonte: Portal FIRJAN e Portal IBGE Cidades. (i)

e Comunicação e de aeronaves, que nos remete a algumas empresas localizadas nos municípios estudados e citadas ao logo da seção 3 do presente estudo. De acordo com os atributos demográficos e socioeconômicos resumidos no Quadro 4, aderentes à bibliografia consultada, é possível identificar que os municípios estudados estão inseridos em ambientes de inovação. A próxima seção apresentará as considerações finais do presente estudo.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS O Estado emergente necessita avocar para si a alçada de indutor do progresso, bem como fomentar a parceria entre a esfera pública, as instituições de ensino superior e o segmento empresarial, sustentáculo de todo projeto nacional. “O projeto de nação livre, soberana”, habilitada a garantir sua defesa, reivindica investimentos robustos e intermitentes em pesquisa científica. O setor empresarial engendrará a rápida absorção das inovações

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para alcançar o desenvolvimento industrial sustentável, permitindo, dessa forma, a agregação de valor às exportações, bem como a redução da dependência de importação de artigos de base tecnológica (AMARAL, 2011, p. 22). Nesse contexto, o Estado ainda reúne competências e ofícios que o posicionam como o primordial elemento no processo de criação de políticas e de fomento de inovações, em sua área territorial e nas cercanias regional e mundial, como se observa na maior parte das nações emergentes e industrializadas (CRUZ JÚNIOR, 2011). O objetivo do estudo foi empreender uma análise de ambientes de inovação inseridos na Região Sudeste do Brasil, especificamente em São José dos Campos (SP), Itajubá (MG) e Petrópolis (RJ), à luz do modelo de desenvolvimento econômico da Hélice Tríplice. A partir do exame dos ambientes de inovação das cidades em questão, é possível identificar um ambiente sinérgico sob a ótica da inovação, o que pode ser corroborado pelas seguintes informações: quantitativo de instituições de ensino e pesquisa, tanto públicas como privadas; representatividade das instituições científicas e tecnológicas instaladas; características demográficas e socioeconômicas; entre outras. São atributos que apontam para a conformação de ambientes de inovação e polos tecnológicos naquelas localidades. Nessas circunstâncias, verifica-se que universidade, empresa e governo oferecem robustas contribuições ao desenvolvimento desses ambientes. Para Terra (2007), nos dias atuais, existe uma inquietude progressiva acerca da diminuição das disparidades envolvendo distintas localidades. O progresso socioeconômico de regiões e nações está associado a valores como: a educação;

o trâmite democrático da informação, a disponibilização de financiamentos; o discernimento acerca da relevância do desenvolvimento tecnológico, atualização, complementação e ampliação das competências tecnológicas; o desenvolvimento de um suporte científico, tecnológico e produtivo; a responsabilidade social de entidades empresariais, governamentais e universitárias; em resumo, um elenco totalmente orientado à inovação. No contexto brasileiro, a desigualdade regional, representa um dos principais componentes que inviabilizam o progresso. Dessa forma, é imprescindível que governo e a sociedade civil operem concretamente e de modo sincronizado por meio de colocação em prática de ações estratégicas e estudadas que sejam capazes de promover o desenvolvimento socioeconômico regional por intermédio da inovação. Este estudo apresenta limitações associadas ao fato de o resultado da pesquisa estar adstrito exclusivamente aos estudos realizados, sendo impossível a sua generalização, o que demandaria acompanhamento e avaliação das especificidades existentes. Em última análise, sugere-se a título de pesquisa futura o aprofundamento do estudo envolvendo ambientes de inovação localizados em outras regiões brasileiras.

5. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem aos ilustres pareceristas da Revista Pesquisa Naval pelas críticas e sugestões feitas à versão original do texto.

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