Ciência, Tecnologia e Sociedade: Os Desafios da Engenharia Sanitária e Ambiental

May 24, 2017 | Autor: L. Moraes | Categoria: Technology, Technology and Society, Science and Technology Studies
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Conferência - Aula Inaugural da Escola Politécnica

CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE: Os Desafios da Engenharia Sanitária e Ambiental

Luiz Roberto Santos Moraes, PhD Professor Titular em Saneamento da Universidade Federal da Bahia

Salvador, 14/03/2011

Ciência  Após a II Guerra Mundial a imagem da ciência

e tecnologia passa a sofrer modificações.  Embora a ciência exista desde os primórdios da civilização, ela não era essencial para qualquer finalidade técnica até o século XVI, quando se tronou indispensável à navegação.  Continuou não tendo muitas aplicações até o século XIX, quando então se tornou necessária à química e à engenharia.

 O avanço científico e tecnológico possibilitou a

Revolução Industrial, cuja maquinaria não foi simples presente dos inventores, ocorrendo então porque havia disponibilidade de capital e de mão-de-obra (BERNAL, 1969). A partir da Revolução Industrial os conhecimentos tecnológicos e a estrutura social foram modificados de forma acelerada, porém foi a partir da segunda metade do século XX que a humanidade mais acumulou conhecimentos e mais acelerou o processo de transformações sociais (SILVEIRA; BAZZO, 2006).

 Segundo Unesco, a ciência é o conjunto de

conhecimentos organizado sobre os mecanismos de causalidade dos fatos observáveis, obtidos por meio do estudo objetivo dos fenômenos empíricos.  A ciência é vista, tradicionalmente, como um empreendimento autônomo, objetivo e neutro na aplicação de um código de racionalidade alheio a qualquer tipo de interferência externa. Nessa concepção o que garante a cientificidade é o “método científico”, ou seja, o procedimento regulamentado para avaliar a aceitabilidade de enunciados gerais baseados no seu apoio empírico e na sua consistência com a teoria da qual devem formar parte (BAZZO; LINSINGEN; PEREIRA, 2003).

 A concepção positivista da ciência, defendida por

Popper, trata a ciência como se ela fosse neutra, totalmente destituída de qualquer ação humana, de maneira que o observável independe das impressões sensíveis, das expectativas, dos preconceitos e do estado interno geral do observador.  Assim, questiona-se: Onde ficam os valores do pesquisador, a dimensão social e a contextualização com a realidade nesse tipo de pesquisa? O pesquisador consegue se manter totalmente à parte do processo? A quem interessa esse tipo de pesquisa?

 Contrário a essa linha de pensamento, a partir

de Kuhn (1962), a filosofia toma consciência da importância do social e do enraizamento histórico da ciência, introduzindo conceitos sociais para explicar como muda a ciência, sua dinâmica e seu desenvolvimento.  Segundo Kuhn (1989), para se saber o que é ciência seria necessário ajustar a caracterização dos seus aspectos dinâmicos, de um estudo disciplinar da história da ciência real.  Conceitos como “busca da verdade” e “método científico” passaram então a ser substituídos por conceitos como “comunidade” e “tradição”.

 A ciência tradicional, a ciência acadêmica,

preocupava-se basicamente em conceber teorias verdadeiras seguindo as diretrizes marcadas, por exemplo, pelo método científico (RAVETZ, 1971). Após a 2ª. Guerra Mundial isso começou a se modificar, devido ao processo de industrialização da ciência e a criação de projetos de investigação e desenvolvimento em grande escala. Construía-se uma nova ciência denominada de tecnociência ou Big Science (ECHEVERRIA, 2001), que requeria grandes equipamentos e vultosos recursos para ser desenvolvida.

 Segundo

Morin (1996), a big science desenvolveu influentes poderes, sendo que os cientistas perderam sua autoridade, que ficou concentrada nas mãos dos dirigentes de empresas e das autoridades do Estado, que financiam a pesquisa científica, havendo extraordinária relação entre pesquisa e poder.  O novo saber científico é realizado para ser depositado em bancos de dados e os cientistas não podem mais controlar e verificar o saber produzido. As pesquisas estão nas instituições tecnoburocráticas da sociedade.

 No período da ciência normal o que predomina é o

paradigma científico (aquilo que é partilhado por uma comunidade científica).  Paradigma tecnológico proposto por Dosi (apud REIS, 2004, p.70-71) é conceituado como “um padrão de solução de problemas tecno-econômicos selecionado, baseado em princípios altamente selecionados derivados das ciências naturais, orientados para a aquisição de conhecimentos específicos de maneira a resguardá-los de uma rápida difusão aos competidores. Um paradigma tecnológico define contextualmente as necessidades a serem atendidas, os princípios científicos a serem usados para as tarefas e a tecnologia de materiais a ser empregada ”.

 Segunda Miranda (2002), a tecnologia moderna não pode

ser considerada um mero estudo da técnica. Ela representa mais que isso, pois nasceu quando a ciência, a partir do Renascimento, aliou-se à técnica, com o fim de promover a junção entre o saber e o fazer (teoria e prática).  “A tecnologia é fruto da aliança entre ciência e a técnica, a qual produziu a razão instrumental, como no dizer da Teoria Crítica da Escola de Frankfurt. Esta aliança proporcionou o agir-racional-com-respeito-a-fins, conforme assinala Habermas, a serviço do poder político e econômico da sociedade baseada no modo de produção capitalista (séc. XVIII) que tem como mola propulsora o lucro, advindo da produção e da expropriação da natureza. Então se antes a razão tinha caráter contemplativo, com o advento da modernidade, ela passou a ser instrumental. É nesse contexto que deve ser pensada a tecnologia moderna; ela não pode ser analisada fora do modo de produção, conforme observou Marx (MIRANDA, 2002, p.51).

O MOVIMENTO CTS  Segundo Cerezo (2002), os estudos sobre ciência,

tecnologia e sociedade (CTS), constituem um importante campo de trabalho, no qual se busca entender o fenômeno científico-tecnológico no contexto social, tanto na relação com suas condicionantes sociais, quanto no que se refere às suas consequências sociais e ambientais. Afirma ainda que os estudos CTS apresentam a ciência e a tecnologia não como um processo ou atividade autônoma, mas como um processo ou produto inerentemente social, em que elementos não técnicos como: valores morais, convicções religiosas, interesses profissionais, pressões econômicas, entre outros, desempenham um papel decisivo em sua gênese e consolidação.

O MOVIMENTO CTS  Segundo Mitcham (1996, p.11), “Como movimento social,

CTS põe em dúvida que o desenvolvimento tecnológico seja sempre benéfico para a sociedade. Como programa acadêmico, por um lado critica a ideia de autonomia sociocultural, questionando se acaso a liberação da tecnociência de toda liberação sociocultural não supõe criar uma sociedade tecnocientífica, isto é, uma sociedade e uma cultura limitada pela ciência e pela tecnologia. Por outro lado, os estudos de CTS supõem também um esforço para infundir a esta nova sociedade tecnocientífica um conhecimento mais profundo da ciência e da tecnologia em que se apoia, a fim de que os cidadãos desta nova ordem sejam capazes de ser participantes de decisões que afetam a sua vida”.

O QUE É ENGENHARIA  “É A ARTE PROFISSIONAL DE ORGANIZAR E

DIRIGIR O TRABALHO DO HOMEM, APLICANDO CONHECIMENTO CIENTÍFICO E UTILIZANDO, COM PARCIMÔNIA, OS MATERIAIS E AS ENERGIAS DA NATUREZA PARA PRODUZIR ECONOMICAMENTE BENS E SERVIÇOS DE INTERESSE E NECESSIDADE DA SOCIEDADE DENTRO DE PARÂMETROS DE SEGURANÇA” (CONFEA, s/d).

NOSSA PRÁTICA DE FAZER ENGENHARIA (BORJA, 2009)  Tecnicista. Acreditamos que a técnica pode nos salvar. Acreditamos na

supremacia da técnica. Ex.: Aquecimento global.  Dissociamos técnica de política. Não compreendemos que a técnica não é

neutra. Ex.: Automóvel, CFC, serra elétrica, bomba atômica, gasto com pesquisa militar vs. pesquisa de controle de endemias.  Resistimos ao diálogo entre a teoria e a prática. Nos entorpecemos de

prática, do cotidiano; não refletimos sobre nossa prática, sobre a eficácia, efetividade e eficiência de nossas ações. Resistimos a ver os problemas.  Temos

uma atuação reducionista, não buscamos compreender a realidade na sua complexidade. Ex.: Favela, aldeia indígena etc. atuamos com a mesma matriz tecnológica em realidades distintas.

 Somos arrogantes, pensamos que somos os detentores únicos do saber,

principalmente, quando adentramos nas periferias das cidades, nos assentamentos, nos quilombos, nas aldeias indígenas, etc. A obra da favela, dinâmica social dos excluídos, nós desconhecemos. A aldeia, a lógica da relação dos seus habitantes com o espaço e com a água, por exemplo, também desconhecemos.

NOSSA PRÁTICA  Ignoramos as técnicas locais adaptativas utilizadas há décadas

(Semiárido), baseadas na cultura, e impomos uma nova técnica, a nossa técnica, que muitas vezes não é apropriada pela população. Ex.: melhorias sanitárias da Funasa, rede de esgoto na Ilha de Maré.  Não somos capazes de dialogar. Não promovemos o diálogo do saber técnico com o popular. Não compreendemos que a solução de engenharia passa pelo reconhecimento das realidades, que só pode ser descrita por quem as vivencia. Não buscamos compreender o modo de vida para projetar.  No caso do saneamento básico essa prática é grave, pois essa ação envolve mudanças de práticas e incorporação de novas práticas (vaso sanitário, lavar as mãos, segregar o lixo, colocar o lixo no horário da coleta, manter os ramais do Sistema Condominial de Esgoto-SCE).

NOSSA PRÁTICA  Acreditamos na supremacia da técnica da engenharia em

relação à da participação social. Essa última é vista como um acessório, vem a reboque. Não se tem tempo para a participação. A obra física tem supremacia em relação a obra social, por exemplo, de fazer saneamento básico.  Pautamos nossos projetos em concepções convencionais e imprimimos uma ditadura tecnológica, o pensamento único: fazer rede de esgoto, fazer aterro sanitário etc.  Projetamos considerando apenas a viabilidade econômica, visão incompatível , por exemplo, com a área de saneamento básico.  Em geral, não consideramos em nossos projetos as dimensões social, cultural, ambiental, política, institucional etc.

NOSSA PRÁTICA  Deixamos de fazer engenharia  estudar

alternativas tecnológicas, fazendo estudos de viabilidade social, cultural, ambiental, financeira, política, institucional etc., para selecionar a mais eficiente, eficaz e capaz de promover a transformação da realidade.  Ora, essa é a função da engenharia! Quantos projetos são “encomendados” com a solução tecnológica previamente definida?  Precisamos mudar; mas queremos mudar?

OS DESAFIOS DA ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL

 A área da Engenharia Sanitária e Ambiental.

 Os

cursos Ambiental.

de

Engenharia

Sanitária

e

 O ensino da Engenharia Sanitária e Ambiental. O

profissional da Engenharia Sanitária e Ambiental.

A Engenharia Sanitária e Ambiental  Os problemas ambientais atuais são, cada

vez mais, complexos e o engenheiro enfrenta desafios em resolvê-los com soluções tecnológicas/técnicas tradicionais.  Para encontrar novas soluções para os

problemas ambientais torna-se necessário ao profissional da área, conhecimento nas áreas básicas das Engenharias como a Matemática, Física, Química, mas também em Biologia, Geologia e Economia.

OS DESAFIOS DA ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL  A formação do engenheiro deverá incluir a

formação básica, a integração de conhecimentos, a formação tecnológica e a formação prática e experimental.  Precisa proporcionar elevada capacidade de

relacionamento e integração de conhecimentos de vários conteúdos (economia, sociologia, legislação e educação ambiental) e ser capaz de induzir a capacidade de comunicação e de trabalho em equipes de formação diversa.

OS DESAFIOS DA ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL  A

componente científica básica permitirá a compreender as alterações dos ciclos biogeoquímicos.

 A

componente tecnológica permitirá a avaliar eficazmente os problemas ambientais e a conceber as soluções técnicas apropriadas.

 A componente de ciências humanas permitirá a

compreender como interagir positivamente com o homem e as populações, numa perspectiva ampla de sustentabilidade (RODRIGUES, 2004).

OS DESAFIOS DA ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL  A formação abrangente multi e transdisciplinar

necessita ser estimulada por políticas de Meio Ambiente, Águas, Desenvolvimento Urbano/Uso e Ocupação do Solo, Ciência e Tecnologia, Agricultura, Industrial e Educação Ambiental, dentre outras.  Por exemplo, como realizar a gestão das Águas

sem considerar as políticas e gestão do Território/ Uso e Ocupação do Solo e da Agricultura?

OS DESAFIOS DA ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL

 A Engenharia Sanitária e Ambiental deverá

enquadrar devidamente suas tecnologias, suas soluções técnicas, nas visões e anseios de desenvolvimento da sociedade, e deverá contribuir para promover junto à sociedade, o crescimento de uma consciência éticoambiental.

OS DESAFIOS DA ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL  A Engenharia Sanitária e Ambiental atual

aposta na remediação ambiental e nas tecnologias de remediação.  A do futuro terá que remediar os erros do

presente e evitar a repetição dos mesmos.  Ela

deverá ter também uma função pedagógica e emancipadora nos países com pouco desenvolvimento tecnológico.

OS DESAFIOS DA ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL

As ações e serviços públicos de saneamento ambiental têm seus benefícios resultantes da combinação entre as tecnologias apropriadas sócio, econômico, cultural e ambientalmente e a política e gestão dos serviços públicos.

Os cursos de Engenharia Sanitária e Ambiental  A origem e vinculação com a Engenharia

Civil.  Environmental Engineering nos Estados Unidos da América, Reino Unido e Irlanda.  Ingenería del Medio Ambiente na Espanha.  Ingegneria Idraulica Ambientale na Itália.  Necessidade atual de emancipação?  MEC: reduzir de 258 para 34 diferentes

cursos de Engenharia: Ambiental e Sanitária.

a

Engenharia

OS DESAFIOS DA ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL 1. Contexto político-social do Brasil *Necessidade de inclusão social. *Necessidade de justiça social. *Iniquidades. *Distribuição de renda desigual. *Desigualdades inter-regionais. *Desigualdades na relação urbano-rural. *Políticas públicas necessitando melhor definição.

OS DESAFIOS DA ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL 2. Contexto ONU/PNUD-PNUMA *Desenvolvimento sustentável local, regional, nacional e global. *Inclusão social. *Participação comunitária. *Questão de gênero. *Agenda 21.

OS DESAFIOS PARA O ENSINO DA ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL PRINCÍPIOS

*EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA. *EDUCAÇÃO PARA A SUSTENTABILIDADE. *EDUCAÇÃO PARA A QUALIDADE DE VIDA.

OS DESAFIOS DA ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL

3. Pressupostos legais *Constituição Federal. *Política Nacional de Meio Ambiente. *Leis Orgânicas da Saúde. *Política Nacional de Recursos Hídricos. *Política Nacional de Educação Ambiental. *Estatuto da Cidade. *Lei dos Consórcios Públicos. *Lei Nacional de Saneamento Básico. *Política Nacional de Resíduos Sólidos.

OS DESAFIOS DA ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL 4. Cenários *Arranjos Municipais. *Consórcios Intermunicipais. *Comitês de Bacias Hidrográficas. *Concessões Públicas. *Parcerias Público-Privadas.

OS DESAFIOS DA ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL 5. Necessidades *Capacidade administrativa/gerencial. *Resolução de conflitos. *Trabalhar com a diversidade. *Domínio de técnicas. *Capacidade de montar cenários futuros. *Interdisciplinaridade/Intersetorialidade. *Soluções técnicas (descentralização/redução de insumos/mudança de padrões técnicos). *Ética e Estética.

OS DESAFIOS DA ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL 6. Domínios *Ciências da engenharia; simulação e modelagem de processos; transportes de contaminantes. *Manejo de riquezas naturais. *Política, planejamento e gestão; legislação. *Ações mitigadoras e monitorização. *Saúde Ambiental. Análise de Risco. *Análise de Ciclo de Vida. *Recuperação de Áreas Degradadas.

OS DESAFIOS PARA O ENSINO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL  A educação dirigida para o ambiente deve ser:

a) Democrática - que respeite e se desenvolva segundo o interesse da maioria dos cidadãos.

b) Participativa – tanto no planejamento, como na execução e na avaliação. c) Crítica - capacidade de questionar e avaliar a realidade socioambiental, desenvolvendo a autonomia para refletir e decidir os próprios rumos.

OS DESAFIOS PARA O ENSINO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL  A educação dirigida para o ambiente deve ser:

d) Transformadora - politização e mudança das relações sociais, dos valores e práticas contrárias ao bem-estar público.

e) Dialógica - fundada no diálogo entre todos os participantes do processo educativo e da sociedade circundante. f) Multidimensional - que paute sua compreensão dos fatos na integração dos diversos aspectos da realidade. g) Ética - que persiga o resgate ou a construção de uma nova ética que priorize a defesa da vida, da solidariedade e da sustentabilidade socioambiental (PHILIPPI, 2004).

OS DESAFIOS PARA O ENSINO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL ENFOQUES A SEREM CONSIDERADOS NOS CURRÍCULOS (o currículo do Curso de ESA da UFBA Campus Salvador encontra-se em processo de conclusão de sua reconstrução)

Recursos Renováveis  Reúso parcial e total da água *Desenho/projeto/software. *Pesquisas (novos equipamentos, separação de fases, qualidade da água, aspectos de saúde, custos associados etc.). *Aplicação (educação sanitária e ambiental, percepção dos usuários, políticas públicas). *Avaliação.

OS DESAFIOS PARA O ENSINO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL  Separação na fonte

*Novas tecnologias/novos equipamentos (ex.: vaso sanitário - urina e fezes). *Aplicação. *Avaliação.  Uso de águas de chuva

*Projeto. *Pesquisa (qualidade, usos, tratamento, preservação etc.). *Aplicação. *Avaliação.

Sistema de tratamento e disposição

para reuso de águas pluviais e residuárias

Fonte: Palácio et al., 2007.

Modelo atual dos sistemas

Modelo do ecossaneamento e o

de saneamento e o ciclo de nutrientes

ciclo de nutrientes

Fonte: Souza, 2007.

Fonte: Moraes, 2002.

OS DESAFIOS PARA O ENSINO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL  Gestão integral da água *Participação da sociedade. *Transdisciplinar. *Mediação de conflitos. *Mudança de modelos econômicos. *Mudança de hábitos e atitudes.

Saúde Ambiental *Fatores determinantes e condicionantes. *Impacto dos Desastres Naturais. *Impacto das Mudanças Climáticas. *Promoção e prevenção da saúde. *Saneamento como promoção da saúde.

OS DESAFIOS PARA O ENSINO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL Energia *Energias renováveis. *Materiais. *Impactos. Planejamento e Gestão *Planejamento urbano e regional. *Planejamento integrado e sustentável. *Planejamento dos serviços e das organizações. *Gestão dos serviços (planejamento, regulação, prestação, fiscalização e controle social). *Gestão associada. Legislação (PHILIPPI, 2004).

 Segundo Walks (1994, p.16-17), elementos

como currículo, aprendizagem, ensino e avaliação centrados no enfoque CTS requerem “uma transferência da autoridade de professor e dos textos para os estudantes, individual e coletivamente; uma mudança na focalização das atividades de aprendizagem do estudante individual para um grupo de aprendizagem; uma mudança no papel dos professores como distribuidores de informações autorizadas, de uma autoridade posicional a uma autoridade experimental na situação da aprendizagem”.

 O ensino da Engenharia manifesta-se como

uma ação educativa e sócio-cultural de valor imprescindível para o progresso de todas as atividades humanas, tanto individuais como coletivas. Dessa forma, só se justifica e tem razão de existir quando estiver profundamente voltado para o aperfeiçoamento e promoção das capacidades humanas e sociais. Ele deve constituir-se em um processo analítico, crítico e dinâmico com vistas ao aperfeiçoamento das condições de satisfação sociais (MENESTRINA; BAZZO, 2008).

 Torna-se indispensável desenvolvermos reflexões sobre as

concepções de toda a comunidade acadêmica a cerca da neutralidade da Ciência, da Tecnologia e das interações destas com a Sociedade; uma análise apropriada a respeito da tecnocracia e da formação de uma cultura de decisões participativas.  A respeito deste assunto Colombo (2004, p.150) pontua:

“Como é possível formar Engenheiros criativos, sensíveis, humanos, cidadãos, se os professores (Engenheiros) são reprodutores, “quadrados”, que “têm uma visão muito reduzida, muito racional, muito econômica”, se eles são “muito práticos, muitos objetivos”. A mudança precisa começar, então, por eles, pela sua sensibilização, pela sua “humanização” e também pelo aprendizado e adoção de outros métodos de ensino-aprendizagem”.

O perfil do egresso do Curso de Engenharia Sanitária e Ambiental  Compreende uma sólida formação técnica,

científica e profissional geral que o capacite a aplicar e desenvolver tecnologias, estimulando a sua atuação crítica, reflexiva e criativa na identificação e resolução de problemas, considerando seus aspectos políticos, jurídicos, econômicos, sociais, culturais e ambientais, com visão ética e humanística em atendimento às demandas da sociedade (CCESA, 2004).

O Engenheiro Sanitarista e Ambiental deverá ter competências e habilidades para:  Aplicar

conhecimentos matemáticos, científicos, tecnológicos e instrumentais à Engenharia Sanitária e Ambiental.  Projetar e conduzir experimentos e interpretar resultados.  Conceber, planejar e analisar sistemas, produtos e processos.  Planejar, supervisionar, elaborar e coordenar projetos e serviços de Engenharia Sanitária e Ambiental.

O Engenheiro Sanitarista e Ambiental deverá ter competências e habilidades para:  Identificar, formular e resolver problemas de

Engenharia Sanitária e Ambiental.  Desenvolver e/ou utilizar ferramentas e técnicas.  Supervisionar e avaliar criticamente a operação e a manutenção de sistemas.  Comunicar-se eficientemente nas formas escrita, oral e gráfica.  Atuar em equipes multidisciplinares.

O Engenheiro Sanitarista e Ambiental deverá ter competências e habilidades para:  Compreender

e aplicar a ética e responsabilidade profissional.  Avaliar o impacto das atividades da Engenharia Sanitária e Ambiental nos contextos social, econômico e ambiental.  Avaliar a viabilidade sócio-econômica e ambiental de projetos de Engenharia Sanitária e Ambiental.  Assumir postura de permanente busca de atualização profissional (CCESA, 2004).

 As rápidas transformações por que vem passando a

tecnologia, têm causado igualmente rápidas transformações na vida social, de onde se resultam alterações que refletem sobre toda a humanidade, deixando todos terrivelmente perplexos, sobretudo os jovens. A juventude deseja encontrar seu caminho e pergunta aos mais velhos e se pergunta: que posso fazer em benefício da humanidade por meio de minha profissão? Diante das circunstâncias com que se deparam, não só os jovens estudantes, mas todos devem iniciar a ação humanística procurando conhecer o sentido da vida. Por que se vive? Para que se vive? Responderei como Toynbee (1976, p.13): “Eu diria que o homem deveria viver para amar, compreender e criar”. Isto significa, fundamentalmente, abandonar o espírito egoístico e dirigir as atenções para o homem, para a sociedade e para toda a humanidade (FERRAZ, 1985).

Fazer ciência e tecnologia com compreensão do contexto social é imperativo! Fazer engenharia com ética e cuidando do meio ambiente é necessário! Os desafios são muitos, porém fazer Engenharia Sanitária e Ambiental de outra forma é possível! Então, mãos à obra!

A cidadania é a minha arma mais poderosa para fazer saneamento, ensinar a fazer saneamento e formar quadros para o saneamento. Com isso, é possível fazer com que este País seja melhor para se viver. Os meus encantos com o saneamento são os encantos da transformação da sociedade. Rodolfo José Costa e Silva  Uma mensagem aos jovens.  Muito obrigado!

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