Cirurgia de correcção de incontinência urinária, qual a melhor opção?
Descrição do Produto
19/05/15
+
+
Introdução n
Incontinência ur inár ia (ICS): “the complaint of any involuntary leakage of urine”. n n n
Cirurgia de correcção da incontinência urinária, qual a melhor opção?
n
Incontinência urinária de esforço afecta até 15-40% das mulheres no mundo ocidental.
n
Tendência a aumentar:
Pedro Vieira Baptista
n n
Maputo 16 de Maio de 2015
+
n
Restauração da continência urinária;
n
Preservar a função mictória;
n
Preservação da função renal.
Evitando criar/agravar urgência: n
n
+
+
Evolução histórica Mais de 200 cirurgias descritas – sinal que nenhuma é perfeita!
Alívio de eventuais obstruções urinárias; n
n
Obesidade Diabetes mellitus
Daneshgari F. Urology 2009 Abrams P et al. Neurourol Urodyn 2002 Nice Guidelines 2015
Objectivos da cirurgia
n
IU de esforço IU de urgência/bexiga hiperactiva IU mista
Doentes com IU mista têm piores índices de qualidade de vida!
n
Evolução/alteração das técnicas
n
Novas tecnologias
n
Novos materiais
n
Novos conceitos
(Dooley Y et al. International Urogynecology Journal and Pelvic Floor Dysfunction. 2008) Pedro Vieira Baptista
IUU é factor de risco para o insucesso da correcção da IUE. (Paick
JS et al. Journal of Urology. 2007)
+
Evolução histórica
Colporrafias anteriores Operação de Kelly
n
Reparações da parede vaginal Schultz 1870 Kelly 1913
“Slings” Stoeckel 1917 Price 1933 Etc.
Fitas sintéticas “tension free” Ulmsten 1996 - TVT DeLorne 2001 - TOT
Reparações paravaginais White 1909 Richardson 1981
Injecções peri-uretrais Colagénio 1994 Gordura
Uretropexias retropúbicas
n
Marshall-Marchetti 1949 Burch 1968 Burch laparoscópico 1991
Taxa de falha aos 12 meses: 41% vs 17%; RR, 2.5; 95% CI, 1.92–3.26); (Glazener CMA et al. The Cochrane Library 2001)
n
Diferença acentua-se com o tempo.
n
Sem indicação para correcção de IU, mesmo em casos de prolapso.
n
Sem interesse.
Suspensões com agulhas Pereyra 1959 Stamey 1973 Etc.
Menos eficaz do que as abordagens retropúbicas.
http://www.atlasofpelvicsurgery.com
1
19/05/15
+
Suspensões com agulha
+
Operação de Pereyra Operação de Stamey n
Menos eficaz do que as abordagens retropúbicas.
n
Taxa de falha aos 12 meses: 29% vs 16%; RR, 2.1; 95% CI, 1.47–2.72
n
Gordura autóloga (desaconselhado);
n
Taxa de complicações sobreponível: 23% vs 16%; RR, 1.44; 95% CI, 0.73–2.83)
n
Teflon;
n
Colagénio;
n
Silicone;
n
Ácido hialurónico;
n
Etc..
Eficácia semelhante à das colporrafias anteriores.
Sem interesse n
Injecções peri-uretrais vs. cirurgia n
+
n
Uretropexias retropúbicas Marshall-Marchetti-Krantz Burch
Agentes expansores associados a: n
Facilitam a continência ao aumentar a adesividade das pregas da uretra e aumentar o seu comprimento funcional.
Stein M et al. Urology 1991 Appell RA. Urol Clin North Am 1994 Monga AK et al. Br J Urol
Glazener CMA et al. Cochrane Library, 2004
+
Injecção de substâncias expansoras peri ou transuretrais:
n
n
n
Injecções peri-uretrais
Maior taxa de recorrência objectiva e subjectiva Menor taxa de disfunções miccionais
n
Padrão no tratamento da IU de esforço
n
Abordagem do espaço de Retzius: n n
n
Não devem ser considerados procedimentos de primeira linha, mas podem ter lugar por serem pouco invasivos: n n n n n
n
MMK – fixação ao osso púbico; Burch – fixação aos ligamentos de Cooper.
n
Burch é a cirurgia de correcção de IU mais estudada até hoje. (Dainer M et al Obstet Gynecol
n
Pretende reposicionar a uretra proximal e a junção uretrovesical.
n
Taxas de cura:
Surv 1998)
De acordo com as expectativas da doente; Doentes com elevado risco anestésico; Doentes que não desejem cirurgia; Após várias cirurgias sem sucesso/recorrência; Leito de radioterapia.
n n
Opção nos casos de insuficiência esfincteriana.
85-90% aos 12 meses; >70% aos 10 anos. (Feyereisl J et al. Am J Obstet Gynecol 1994 )
http://www.glowm.com
Leone U et al. EJOG 2015
+
+
Burch - evidência Burch Colporrafia anterior
Taxa de cura aos 5 anos superior (RR 0,49; 95% CI, 0,32–0,75)
Suspensão com agulhas
Taxa de cura aos 5 anos superior (RR 0,32; 95% CI, 0,15–0,71)
Burch vs. Burch laparoscópico n
Diversas variantes da cirurgia de Burch (número de pontos, tipo de fio, locais das fixações), incluindo a via laparoscópica.
n
Vantagens: n n
“Slings” retropúbicos e transobturadores
Eficácia semelhante
Marshall- Marchetti-Krantz
Maior taxa de sucesso (RR 0,38; 95% CI, 0,18–0,76)
n
n
n
• Aumento do risco subsequente de prolapso das paredes vaginais? • Opção concomitante com outros procedimentos por via abdominal (HT, por exemplo).
n
n
As taxas de cura subjectivas são idênticas, mas as objectivas discretamente melhores no Burch por via aberta!
Desvantagens: n
JOGC 2005
Melhor recuperação no pós-operatório; Menos dias de internamento; Menos dor.
Tecnicamente mais complicado; Cirurgia mais demorada; Não se conhecem os resultad.os a longo prazo (pior que via aberta?)
Usar dois pontos de cada lado em vez de um (sucesso 89% vs 65%)
Summitt RL et al. Obstet Gynecol 2000 Persson J et al. Obstet Gynaecol 2000;
http://www.obgyn.net
2
19/05/15
+
“Slings” suburetrais n
Colocação de uma fita (“sling”) suburetral e fixação da mesma a estruturas diversas (parede abdominal, espaço retropúbico).
n
Cirurgias eficazes, mais rápidas e de fácil execução.
n
+
“Slings” suburetrais
Materiais: n
Fáscia autóloga (fáscia do rectos ou fáscia lata)
n
Parede vaginal
n
Tecidos naturais exógenos (bovinos, porcinos, cadáver)
n
Sintéticos – usar apenas fitas de polipropileno macroporoso
www.solutionsforcontinence.com
+
TVT retropúbico vs. transobturador n
Taxas de sucesso sobreponíveis (>82%) n
n
+
Se insuficiência esfincteriana, os resultados são melhores com o TVT retropúbico. (Schierlitz L et al. Obstet Gynecol. 2012)
TOT “outside-in” vs. “inside-out” n
Taxas de cura objectiva e subjectiva semelhantes;;
n
Risco de sintomas de urgência miccional de novo semelhantes;
n
TOT “inside-out” ligeiramente associado a menos dificuldades miccionais.
Mas, TVT retropúbico associado a: n
Mais perfurações vesicais;
n
Hemorragia;
n
Dor;
n
Dispareunia. Latthe PM et al. BJU Int. 2010
Potić M et al. Acta Chir Iugosl. 2014;61(1):81-4.
+
“Mini-slings” vs. outros “slings” n
n
n
+
“Mini-slings”
TVT-Secur® foi o mais utilizado: n
Retirado do mercado por baixa eficácia;
n
Taxa de insucesso de 41%.
Cirurgias mais rápidas, com melhor pós-operatório e menor risco de dor a longo prazo. Mas, maior risco de: n
Sintomas de urgência de novo (RR 2.39, 95% CI 1.25 to 4.56);
n
Extrusão da fita (RR 3.75, 95% CI 1.42 to 9.86);
n
Erosão da bexiga/uretra (RR 17.79, 95% CI 1.06 to 298.88);
n
Insucesso.
Nambiar A et al. Cochrane Database Syst Rev. 2014
Sola V et al. Arch. Esp. Urol. 2009
3
19/05/15
+
+
Factores de risco para insucesso n
Idade
n
Nictúria
n
Pressão de encerramento máximo da uretra baixa
n
Urgência
n
“Pad test” com mais de 10 g
n
Experiência do cirurgião (20 procedimentos)
n
IMC>35
n
Etc.
n
Cirurgia secundária
n
Taxa máxima de fluxo elevada
n
Cirurgia de correcção de prolapso concomitante
Taxas de sucesso
Taxa de cura objectiva aos 12-24 meses Nice 2015
+
+
Taxas de sucesso
n
Complicações Imediatas n n
n
Curto prazo n n n n
n
Perfuração vesical, uretral ou vaginal Hematoma
Necessidade de reintervenção Retenção Alterações na capacidade de armazenamento Sintomas do tracto urinário baixo
Longo prazo n n
Infecções urinárias Sintomas associados à alteração da capacidade de armazenamento
Taxa de cura objectiva aos 24-47 meses
+
+
Complicações
Lesões vesicais, vaginais ou uretrais
Erosão (2 anos)
Retenção (2 anos)
Disfunções miccionais (2 anos)
OAB de novo
TVT retropúbico
3-7%
0-4%
5-13%
18%
Desc
TOT “outside–in”
3-12%
TOT “inside-out”
1-3%
8%
3-4%
Desc
6%
Burch
0-11%
--
3-9%
9%
5-8%
4%
3%
5%
Desc
10%
“Sling” autólogo
Recidivas n
Sendo a IUE um processo dinâmico, o tratamento suprime os sintomas ou altera os mecanismos fisiopatológicos?
n
D eve m s e r re av a l i a d a s e m c e n t ro s diferenciados e realizados exames adicionais (estudos urodinâmicos, exames de imagem, avaliação funcional da uretra). (NICE, 2015)
n
Considerar esfíncter artificial. n
28% de complicações.
Pelvic Floor Disorders 2010
4
19/05/15
+
+
Gravidez e parto após correcção de IU n
n
Numa série pequena (12 casos), 75% mantiveram-se continentes durante a gravidez e 83,3% após o parto.
n
Não é de recomendar a cesariana.
n
Cavkaytar S et al. Int Urogynecol J. 2014 Huser M et al. Int J Gynaecol Obstet. 2012 Demoulin G et al. J Gynecol Obstet Biol Reprod 2013
n
Independente do grau do prolapso;
n
Um terço das mulheres com IU e cistocele melhoram apenas com correcção deste.
+
Não se pode concluir que exista “a melhor cirurgia” para a correcção da IUE.
n
Características da doente;
n
Patologia concomitante;
n
Experiência do cirurgião;
n
Disponibilidade de materais/próteses;
n
Preço;
n
Expectativas da doente.
n
Mas apenas cerca de 30% vêm a manifestar IU no pós-operatório;
n
Duvidoso se se deve fazer correcção profiláctica.
Conclusões n
Abordagens retropúbicas com eficácia mantida a longo prazo n
Combinação de factores: n
Incontinência urinária oculta em até 80% dos casos de prolapso genital.
Borstad E, ICS Al-Mandeel H et al. Minerva Ginecol. 2013 Ennemoser S et al. Int Urogynecol J. 2012
Conclusões n
Correcção concomitante de cistocele ou diferida 3 meses obteve resultados semelhantes:
Numa revisão de 54 casos, a probabilidade de incontinência após o parto foi superior após parto vaginal (26,9%) do que após cesariana (14,3%), mas sem significado estatístico. n
+
Correcção de IU e prolapsos
Abordagem laparoscópica sem prova de vantagem, especialmente a longo prazo
n
IUE e insuficiência esfincteriana – TVT?
n
TVT/TOT/TVT-O eficazes a curto/médio prazo
n
Papel dos “slings” de 3ª geração ainda a definir
n
Na prática, propôr (NICE, 2015):
n
Eficácia desconhecida a longo prazo
n
“Slings” sintéticos da uretra média
n
Burch
n
“Slings” autólogos (fáscia dos rectos)
+
Pedro Vieira Baptista
5
Lihat lebih banyak...
Comentários