Cirurgiãs-Dentistas Brasileiras: Consumidoras Singulares

June 19, 2017 | Autor: Daniele Falasqui | Categoria: Fashion Theory, Consumer Behavior, Consumer Culture, Consumer Research, Fashion
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Escola de Artes, Arquitetura, Design e Moda Universidade Anhembi Morumbi

Asvestas, Jéssica Sonoda - [email protected] Paixão, Maria Cristina Tavares Lacerda Mansur - [email protected] Pucinelli, Daniele Falasqui - [email protected] Silva, Eliane Maria da - [email protected] Orientador: Profº Ms. Rafael Ribeiro

Cirurgiãs-Dentistas Brasileiras, Consumidoras Singulares Female Brazilian dentists, singular consumers

São Paulo 2011

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RESUMO

O objetivo deste artigo é analisar os hábitos de consumo e o estilo de vida das profissionais Cirurgiãs-Dentistas com idade entre 35 e 55 anos, residentes na Grande São Paulo, para identificar, através de pesquisa exploratória, se elas se comparam ao núcleo geracional de Francesco Morace proposto, e se o mercado de moda atende às suas necessidades, criando, por fim, um bureau de tendências para o público-alvo.

Palavras-chaves: Consumo Contemporâneo. Dentistas. Moda.

ABSTRACT

The objective of this article is to analyze the consuming habits and lifestyle of female dentists, aged between 35 and 55 years old, living in Grande São Paulo, to identify, through exploratory research, if they compare to the proposed Francesco Morace’s generation core and if the fashion market meets their needs, creating, ultimately, a bureau of trends for this audience.

Keywords: Contemporary Consumption. Dentists. Fashion.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................3 CAPÍTULO I: O CONSUMIDOR E O CONSUMO CONTEMPORÂNEO ................3 1.1 A Cirurgiã-Dentista Singular Woman Brasileira..............................................6 CAPÍTLO II: PROJETO DE PESQUISA .................................................................8 2.1 Problema de Pesquisa ...................................................................................8 2.2 Objetivo de Pesquisa .....................................................................................8 2.3 Hipóteses .......................................................................................................8 2.4 Pesquisa Exploratória ....................................................................................8 2.4.1 Dados Secundários .................................................................................8 2.4.2 Dados Primários ......................................................................................9 2.5 Amostragem ...................................................................................................9 2.6 Questionário ................................................................................................. 10 2.7 Tabulação e Análise de Dados .................................................................... 10 2.7.1 Dados sobre a renda ............................................................................. 10 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ELETRÔNICAS .......................................... 14

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INTRODUÇÃO

"Foi-se o tempo em que sinônimo de moda se resumia em produção de roupas, desfiles, uso e consumo. Hoje, muito da leitura deste negócio está nas entrelinhas e nas ramificações da moda com outras frentes”, disse Ronaldo Fraga1. O consumo contemporâneo apresenta características de curiosidade e de desejo pelo novo, e também, a busca de produtos e serviços que se aproximem do consumidor, que se vê rodeado de apelos por sua máxima atenção. A sociedade passou por diversos momentos em que a mídia interferiu diretamente nas decisões de compra e hoje não é diferente. Baseado no livro Consumo Autoral: as Gerações como Empresas Criativas de Francesco Morace, foi feita uma análise do perfil Singular Women e dele retirados fatores determinantes de seu perfil de consumo, tendo como consequência uma comparação em relação às dentistas brasileiras como consumidoras, as quais possuem a necessidade de serem estudadas no presente artigo. A indústria de moda, por fim, se vê na posição de estar sempre fazendo pesquisas específicas para os públicos-alvo desejados e esse é um fator importante e decisivo para o sucesso de todo e qualquer tipo de produto: o estudo do mercado que se deseja atingir.

CAPÍTULO I: O CONSUMIDOR E O CONSUMO CONTEMPORÂNEO

Segundo Lipovetsky (2007), é possível descrever a evolução da civilização consumidora em três momentos. Em sua primeira fase, houve uma expansão da produção em grande escala, ocorrida graças à Revolução Industrial, que aumentou a velocidade de produção e reduziu o preço de venda, gerando lucro. Porém, o capitalismo de consumo não resultou apenas nesse novo tipo de estratégia. “Ele é também uma construção cultural e social que requereu a ‘educação’ dos consumidores ao mesmo tempo que o espírito visionário de 1

Ronaldo Fraga é estilista, nascido em Belo Horizonte. Graduado em estilismo pela Universidade Federal de Minas Gerais, especializou-se em moda no exterior e em 1997 lançou a própria marca. Sua frase se refere a Ana Paula de Miranda, autora do livro Consumo de Moda, 2008.

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empreendedores criativos, a ‘mão visível dos gestores’” (LIPOVETSKY, 2007, p. 28). Surge então o marketing de massa, que juntamente com a marca e os grandes magazines, cria o consumidor moderno, que é estimulado a consumir cada vez mais pelo aumento de interesse, pela novidade e pela moda, hábitos que prevalecem até hoje na sociedade. Na

segunda

fase,

houve

o

aperfeiçoamento

do

processo

de

disponibilização dos bens duráveis, graças ao aumento do poder de compra de diferentes camadas sociais, fazendo dessa segunda fase um modelo da sociedade do consumo de massa que cresce, não só economicamente, mas também na sua qualidade de vida. Ocorre, então, uma revolução nos hábitos de consumo, na necessidade da compra e no interesse pelo novo. Quando as residências chegam a uma forte taxa de equipamentos eletroeletrônicos, começa a terceira fase da evolução da civilização consumidora, que tem suas práticas de consumo individualizadas, finalmente consolidadas. As pessoas passam a comprar o que elas gostam, levando a um uso cada vez mais personalizado de produtos. Esse tipo de consumo também afeta a maneira como cada pessoa divide o seu tempo de acordo com suas necessidades individuais. Miranda (2008) coloca os objetos de forma a funcionarem como sistema de informação, estabelecendo relações, reproduzindo mensagens e definindo hierarquias, estando neles o conforto da capacidade e habilidade de produzir significados. O consumidor consome a partir desses significados para se orientar e construir a sua identidade, bem como o papel social assumido. Seu comportamento é baseado no simbolismo contido nas marcas que se encontram no mercado, e o que consomem deve lhes dar prazer e conforto. Lipovetsky (2007) ainda afirma que com o aumento do uso dos meios de transportes e a redução do tempo destinado às compras, começa o deslocamento das lojas e marcas até o consumidor. “(...) é o comércio que vai até eles, instalando seus locais de vendas em função dos horários de frequentação dos fluxos de passagem” (LIPOVETSKY, 2007, p.107). As lojas percebem a necessidade do consumidor de ser atendido a qualquer hora do dia, desenvolvendo atividades ininterruptas, entregas a domicílio, e finalmente o ecommerce, onde o consumidor passa a comprar sem a necessidade de deslocarse de sua casa.

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A partir deste momento, o agora turboconsumidor2, passa a exigir mais eficácia e rapidez nos serviços, onde o imediatismo impera, e, cada vez mais, as escolhas de compra de cada um já não coincidem de maneira exata com a classe social da qual pertencem, mas sim com seus interesses específicos, como gostos musicais, de gênero e de estilos. O consumo individualista é marcado também pelo crescente interesse pela aparência, que é comprovado pelo aumento da quantidade de cosméticos consumidos e da cirurgia estética. Porém, esse individualismo não é necessariamente sinônimo de egoísmo, pois esse consumidor

também

mostra

interesse

pela

responsabilidade

social

e

sustentabilidade, já que começa a enxergar seus atos como impactuosos no gasto excessivo de recursos naturais. Surge o consumidor-cidadão, que se interessa por consumir de forma mais racional e politizada, levando em consideração

a

sustentabilidade

(PORTUGAL;

SALGADO,

2011).

Sustentabilidade essa, que vem sendo abordada em tantas discussões internacionais como a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, realizada em 2002, e que influencia tanto os novos como os velhos consumidores a pensarem no futuro do planeta e a reciclarem, reutilizarem e reduzirem materiais, mas sem que se deixe o consumo de lado. E, por mais que o número de pessoas preocupadas com o futuro do planeta venha crescendo - só no Brasil, em 2003, a reciclagem de latas de alumínio obteve um índice 89% superior em relação ao consumo total desse tipo de embalagem -, muitas ainda consomem excessivamente (KAKUTA; RIBEIRO, 2008). Após essa análise, é possível enxergar a evolução do consumo através das mudanças do comportamento do consumidor e do próprio mercado, graças à inclusão social e ao fácil acesso às informações. Mas essa evolução também trouxe graves consequências como as vítimas da moda, os compradores compulsivos, os distúrbios alimentares provocados pela mídia, entre outros. O consumidor contemporâneo acabou tornando-se vítima de seu próprio consumo. (LIPOVETSKY, 2007)

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Para Lipovetsky, o turboconsumidor é compulsivo, descontrolado, ciberdependente e extremamente individualista.

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Morace (2009) afirma que haverá um choque entre as tendências de consumo e as estratégias de marketing, e também afirma haver uma lógica por trás do estudar o consumidor. Diz, ainda, ser necessário o estudo das artes para que o marketing estimule o consumidor. Segundo a matéria “Perfil do Consumidor Brasileiro”, site Crédito e Débito (2011), está claro que a atual economia precisa se adaptar às necessidades de uma classe consumidora crescente, que conhece cada vez mais os seus direitos e possui altas expectativas em relação ao mercado. Diante dessas mudanças e ainda com o avanço tecnológico, a globalização e principalmente o e-commerce, torna-se cada vez mais difícil definir o perfil de um consumidor com precisão, pois, com a constante mudança de interesses, não é suficiente definir apenas idade, classe social, região, ou sexo. Dessa forma, torna-se de extrema importância pesquisar e descobrir quem são os verdadeiros consumidores de uma marca, e não apenas seus compradores. É necessário descobrir quais são seus interesses e perspectivas (FABIAN, 2009).

1.1 A CIRURGIÃ-DENTISTA SINGULAR WOMAN BRASILEIRA

De acordo com a pesquisa “Mulheres do Amanhã”, realizada pela Nielsen em 2011, para as brasileiras o ponto mais importante em relação à lealdade a uma marca é a qualidade, seguida pela confiança. O preço, apesar de ser grande influenciador em decisões de compras, é citado em terceiro lugar. Com um relativo aumento de renda da população, elementos emocionais passaram a ser mais decisivos para a consumidora. O estudo ainda aponta que, para a maioria das mulheres, a recomendação de conhecidas é fator decisivo para a escolha de uma marca (MAGALHÃES, 2011). Decidimos trabalhar com o profissional cirurgião-dentista do sexo feminino, com idade entre 35 e 55 anos, que reside na Grande São Paulo, com renda que varia de R$5.000,00 a R$14.000,00. Segundo Morita (2010), o Brasil possui 20% dos dentistas do mundo, com 200.000 profissionais cadastrados, sendo o país com a maior quantidade desse profissional em números absolutos. 57% desses dentistas estão na região Sudeste, cerca de 33% estão em São Paulo, e desses, 34,2% estão na capital, onde 56% dos dentistas são do sexo feminino, percentual que vem aumentando desde o final dos anos 90 (fato que acompanha o ingresso

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progressivo das mulheres brasileiras no ensino superior). As mulheres também são expressivamente mais numerosas nas faixas mais jovens, mas espera-se um aumento nas outras faixas em alguns anos, o que resulta no surgimento de um novo mercado. Segundo a matéria “Cirurgião-Dentista”, site Brasil Escola (2010), a cirurgiã-dentista pode exercer suas atividades como autônoma, individualmente ou em equipe, em consultórios ou clínicas. Existem também outras opções no mercado de trabalho como trabalhar em hospitais, programas de saúde do serviço público de ou empresas privadas e em instituições de ensino superior. Pressupõe-se que essas mulheres são práticas, seguras e tem consciência da sua força. São associadas à tendência Singular Women, um dos núcleos geracionais descritos por Morace (2008), que incorporam a posição criativa da própria geração e constitui a base principal dos consumidores autores. Essas mulheres conciliam carreira, família e ainda cuidam de si. Além de buscar nos produtos qualidade e design, dão valor à sua autoestima, vivem intensamente o presente e compartilham esse viver de forma única. Não se preocupam com o padrão de beleza que a mídia expõe e seu mundo está sendo influenciado pela liberdade de viver com alegria e sensualidade o próprio corpo, fator percebido principalmente na América Latina. As cirurgiãs-dentistas possuem a necessidade de comprar itens de vestuário e acessórios na cor branca, pois sua profissão a exige. Para o cotidiano, então, elas buscam por produtos nessa cor específica, procurando modelagens diferenciadas, mas que se mantenham num padrão adequado para o ambiente de trabalho. Em relação a sapatos, elas possuem uma necessidade de que sejam esteticamente bonitos, mas que também proporcionem o conforto necessário para atuarem o dia inteiro realizando consultas, cirurgias e outros procedimentos comuns na área. Já no não cotidiano, elas buscam utilizar itens de todas as outras cores que são impedidas de usar em sua rotina, afinal, partindo da hipótese de que essas mulheres se preocupam com sua autoestima e vivem de forma intensa o presente, elas vão atrás de experiências e, porque não, de cores novas.

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CAPÍTULO II: PROJETO DE PESQUISA

2.1 PROBLEMA DE PESQUISA

As cirurgiãs-dentistas na faixa etária entre 35 e 55 anos, com renda que varia de R$5.000,00 a R$14.000,00, residentes na Grande São Paulo, possuem desejos, necessidades e comportamentos similares as Singular Women?

2.2 OBJETIVO DE PESQUISA

Conhecer o perfil de consumo das cirurgiãs-dentistas de São Paulo, comparando ao perfil das Singular Women de Francesco Morace, para saber se o mercado de moda atende às suas necessidades, criando um bureau de tendências para o público-alvo.

2.3 HIPÓTESES

1. Sim, as dentistas dão atenção à qualidade e ao design dos produtos. 2. Sim, elas conciliam carreira, família e cuidam de si. 3. Sim, preocupam-se com sua autoestima e procuram viver o presente com prazer, investindo parte de sua renda em lazer. 4. Não, elas se preocupam com o padrão de beleza que a mídia expõe.

2.4 PESQUISA EXPLORATÓRIA

A pesquisa exploratória é utilizada para obter informações e ideias, além de explorar a situação para gerar perguntas de pesquisa e hipóteses. Ela é conduzida a partir de dados já existentes e publicados, conhecidos como secundários (FARIA, 2009).

2.4.1 DADOS SECUNDÁRIOS

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Dados secundários podem ser definidos como quaisquer informações que já foram coletadas para outras pesquisas. Essa busca pode ser feita através de fontes internas e externas, sempre lembrando que esses dados e informações podem conter erros (FARIA, 2009). Após realizar o levantamento de dados, foi possível encontrar informações significantes para a pesquisa. O Brasil possui 20% dos dentistas do mundo, sendo que 57% desses dentistas estão na região Sudeste, cerca de 33% estão em São Paulo, e desses, 34,2% estão na capital, onde 56% dos dentistas são do sexo feminino. O maior número de profissionais se encontra nas faixas etárias de 26 a 35 anos, e as mulheres são expressivamente mais numerosas nas faixas mais jovens, esperando-se um aumento nas outras faixas em alguns anos (MORITA, 2010). Essas dentistas podem trabalhar como autônomas, individualmente, em consultórios e clínicas, hospitais, programas de saúde público ou privado, ou ainda em universidades. As cirurgiãs-dentistas têm acesso a sites relacionados à sua área como o ABCD Brasil (Associação Brasileira de Cirurgiões-Dentistas) e a APCD (Associação Paulista de Cirurgiões-Dentista). Nesses sites elas podem se cadastrar e receber informações sobre novas tecnologias, eventos científicos, festivos e sociais. Essas associações também disponibilizam jornais e revistas direcionados a esses profissionais. As brasileiras relacionam lealdade à marca com a sequência respectiva de fatores: qualidade, confiança e preço (MAGALHÃES, 2011).

2.4.2 DADOS PRIMÁRIOS

São os dados coletados primeiramente pelo pesquisador, através de observação e entrevistas. São dados que não estão disponíveis ou que são inacessíveis para consulta no momento da pesquisa.

2.5 AMOSTRAGEM

Foram entrevistadas 20 dentistas do sexo feminino, a maioria casada e com filhos, com idade de 35 a 55 anos, com renda que varia de R$5.000,00 a R$14.000,00, residentes na Grande São Paulo, todas com residência própria.

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2.6 QUESTIONÁRIO

1. Para você, o que é qualidade e design em um produto? 2. De que forma você distribui a sua renda mensal entre lazer, vestuário e cosméticos? 3. Como você concilia trabalho e família? 4. Quais revistas, canais de televisão e sites você costuma acompanhar? 5. Quanto tempo você gasta com cuidados pessoais?

2.7 TABULAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS

A

metodologia

utilizada,

considerando

as

20

cirurgiãs-dentistas

entrevistadas, é de 100% sendo todas, de 95% a 65% sendo a maioria, 65% a 55% sendo um pouco mais que a metade, 50% como a metade, 45% a 35% como um pouco menos que a metade, 35% a 5% como a minoria e 0% como nenhuma.

2.7.1 DADOS SOBRE A RENDA (Para a comprovação, relacionado ao perfil, das hipóteses, sendo relevante para a análise do comportamento da amostra)

O público entrevistado, em relação à renda, apresentou um número considerável para este quesito, sendo que a maioria possui renda que vai de R$10.000,00 a R$16.000,00. Porém, é também considerável a minoria, com uma variante salarial que vai de R$5.000,00 a R$10.000,00.

QUESTÃO 1: PARA VOCÊ, O QUE SIGNIFICA QUALIDADE E DESIGN EM UM PRODUTO? (Para saber a percepção das entrevistadas sobre os aspectos qualidade e design em um produto)

A maioria das respostas apresenta conceitos sobre design e qualidade associados à ideia mercadológica. Para as entrevistadas, sobre design, a maioria associa às questões estéticas do tipo de material do produto, praticidade,

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estrutura, embalagem e imagem. Aspectos como sedução e modelo ainda foram apresentados. Sobre qualidade, a maioria associa às questões de durabilidade, confiança, funcionalidade, acabamento e resultado final do produto.

QUESTÃO 2: DE QUE FORMA VOCÊ DISTRIBUI A SUA RENDA MENSAL ENTRE LAZER, VESTUÁRIO E COSMÉTICOS? (Para saber se as entrevistadas investem em sua autoestima e bem estar)

Ao dividir sua renda mensal entre lazer, vestuário e cosméticos, o público entrevistado mostrou resultados variados. No quesito lazer, a maioria gasta em média de 10 a 25% de sua renda, e a minoria gasta de 25 a 60%. No quesito vestuário, a metade gasta em média de 10 a 25%, e a outra metade de 25 a 35%. No quesito cosméticos, a maioria gasta em média de 5 a 25%, e a minoria de 25 a 35%.

QUESTÃO 3: COMO VOCÊ CONCILIA TRABALHO E FAMÍLIA? (Para saber se as entrevistadas conseguem conciliar carreira e família)

A maioria das dentistas entrevistadas dedica seu tempo à família pela manhã, à noite, nos finais de semana, e sempre que for necessário. A minoria tende a priorizar a carreira, estando com a família somente nas horas vagas.

QUESTÃO 4: QUAIS REVISTAS, CANAIS DE TELEVISÃO E SITES VOCÊ COSTUMA ACOMPANHAR? (Para saber quais os tipos de mídia que as entrevistadas utilizam, e a quais áreas estão relacionados)

Tratando-se de mídias, todas as entrevistadas possuem preferência por meios que tratam sobre notícias e atualidades; metade delas também procura se informar sobre beleza, moda e comportamento; e a minoria acaba tendo contato com mídias referentes à saúde e famosidades, devido ao local de trabalho (consultórios com salas de espera).

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QUESTÃO 5: QUANTO TEMPO VOCÊ GASTA COM CUIDADOS PESSOAIS? (Para saber se realmente conseguem tempo para cuidar de si, e como é a preocupação com a auto-estima e padrões de beleza)

Em relação ao tempo gasto para cuidados pessoais, a maioria das dentistas respondeu que utiliza uma média de uma a duas horas diariamente, e a minoria utiliza menos de uma hora. Aspectos como falta de interesse por estética ainda foram apresentados.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante da pesquisa realizada, foi possível analisar algumas características de consumo das cirurgiãs-dentistas através de pesquisas exploratórias. Apesar da escassez de dados secundários disponíveis sobre o perfil dessa consumidora, foi possível perceber, a partir da análise dos dados primários, uma mulher que direciona grande parte de sua renda ao seu bem estar e ao de sua família. Ao fim das análises, pôde ser percebida a similaridade entre as dentistas da cidade de São Paulo e o perfil Singular Women, de Morace (2009), quando analisados os desejos, necessidades e comportamentos. Elas possuem uma forte percepção em relação ao design e qualidade dos produtos, significando principalmente e respectivamente, as questões estéticas e a durabilidade. Além disso, foi possível perceber como essas mulheres conseguem conciliar a sua carreira com a família, distribuindo seus horários para ambas as partes de maneira equilibrada, sendo visível a necessidade de roupas confortáveis e atrativas para o tempo de lazer. Elas se preocupam com sua autoestima, gastando até 35% de sua renda com cosméticos e até duas horas por dia com tratamentos estéticos e rotineiros, além de gastar até 60% de sua renda em lazer, demonstrando que vivem o presente de forma prazerosa. E ainda, metade se interessa em mídia de moda, podendo despertar o interesse da indústria em expor seus produtos e serviços neste tipo de meio de comunicação, ciente que há o interesse por produtos e cosméticos para o cuidado pessoal. Visando uma possível oportunidade de mercado, foi desenvolvido o bureau de tendências direcionado a essas profissionais da saúde, que chegam a

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gastar até 35% de sua renda em vestuário, sendo grande parte dessa porcentagem gasta em roupas brancas para o ambiente de trabalho. Essas mulheres possuem uma necessidade de mercado voltado a elas e seu perfil de consumo deve ser relacionado à introdução de texturas e caimentos diferenciados para que a cor branca, tão presente e necessária para elas, possua um significado maior e lhes dê mais prazer ao ser utilizado. O branco possui muitas características fortes - como ser a junção de todas as cores e possuir significados diversos em tantas culturas - e deve ser explorado da melhor maneira possível. O objetivo do bureau é que essas características sejam exploradas de forma conceitual, para que essa consumidora obtenha uma melhor percepção da cor branca, podendo melhorar seus hábitos de consumo de vestuário para o ambiente de trabalho, além de sua satisfação, auto-estima e qualidade de vida.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FARIA, Izabel Sabatier de; FARIA, Mario de. Pesquisa de Marketing - Teoria e Prática. Editora M. Books do Brasil. São Paulo, 2009. LIPOVETSKY, Gilles. A Felicidade Paradoxal: Ensaio sobre a Sociedade do Hiperconsumo. Editora Companhia das Letras. São Paulo, 2007. MIRANDA, Ana Paula de. Consumo de moda: a relação pessoa-objeto. Editora Estação das Letras e Cores. São Paulo, 2008. MORACE, Francesco. Consumo Autoral: as Gerações como Empresas Criativas. Editora Estação das Letras e Cores. Barueri, 2009. MORITA, Maria Celeste; HADDAD, Ana Estela; ARAÚJO, Maria Ecília de. Perfil Atual e Tendências do Cirurgião-Dentista Brasileiro. Editora Dentar Press. Maringá, 2010.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ELETRÔNICAS BRASIL Escola. Cirurgião-Dentista, [S.l.], [2010]. Disponível em: . Acesso em: três de outubro de 2011. CREDITO e Debito, informações sobre débito e crédito online. Perfil do Consumidor Brasileiro, [S.l.], [2010]. Disponível em: . Acesso em: 27 ago. 2011. FABIAN, Fernanda. Quem você quer atingir mesmo? Mídia Boom, Coletivo sobre Comunicação Digital, [S.l.], dois dez. 2009. Disponível em: . Acesso em: 27 ago. 2011. KAKUTA, Susana Maria; RIBEIRO, Julio. Consumo de Ecossoluções, Rio de Janeiro, 1º out. 2008. Disponível em: . Acesso em 31 ago. 2011. MAGALHÃES, Gladys Ferraz. Preço não é o mais importante para consumidora brasileira, [S.I.], 12 ago. 2011. Disponível em . Acesso em 04 out. 2011. O que é sustentabilidade?, [S.l.], [2010]. Disponível . Acesso em: 31 ago. 2011.

em:

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PORTUGAL, Daniel; SALGADO, Julia. Liberdades e Limites do consumo contemporâneo, [S.I.], 11 fev. 2011. Disponível em: . Acesso em 31 ago. 2011.

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