Climatologia Aplicada ao Turismo Raphael de Carvalho Aranha1 O presente trabalho objetiva analisar a aplicabilidade da Climatologia no Turismo. As pessoas divergem em suas opiniões com relação aos tipos de tempo. Há os que preferem frio, calor, chuva, neve, etc. Porém, quando se associa a percepção de cada pessoa sobre o tempo atmosférico com a prática do turismo, percebe-se que diminui esse leque de preferências, já que a maioria das pessoas, para viajar, prefere tempo aberto e calor. A sazonalidade do turismo prova essa afirmação. Basta verificar que, no período de inverno, a procura por uma excursão ao Egito é bem escassa. Em termos de atrativo turístico, a neve é o mais interessante. Nunca se ouvem relatos de viajantes que buscavam as chuvas de monções na Índia como motivação para sua viagem. Por outro lado, a neve, especialmente para os turistas provenientes de locais quentes, pode ajudar a dinamizar o turismo na estação mais fria do ano. Veja-se o exemplo de algumas cidades serranas catarinenses e gaúchas, as quais ficam lotadas de turistas brasileiros ansiosos pela neve. O conhecimento das características dos tipos climáticos é de grande importância para o profissional do turismo. Há de se ressaltar que os tipos climáticos são generalizações de grandes espaços geográficos (BLAIR e FITE, 1964). Exemplificando essa afirmação, pode-se citar o clima tropical litorâneo. Seria correto dizer que esse tipo climático, o qual nos mapas cobre praticamente todo o litoral brasileiro, teria as mesmas características tanto na Paraíba como no Rio de Janeiro? É óbvio que não, já que na capital fluminense, muito mais próxima do Trópico de Capricórnio, observam-se quedas bruscas de temperatura, especialmente nos meses de inverno, pela influência das massas polares, o que não ocorre na Paraíba. Outro modelo bastante utilizado na literatura especializada é o de Wilhmen Köppen. Seu esquema é formado pelos cinco tipos climáticos principais, reconhecidos com base na temperatura e designados por letras maiúsculas. As subdivisões, representadas pela segunda letra, são realizadas com referência à distribuição sazonal da precipitação e a características adicionais de temperatura, as quais correspondem à terceira letra (TORRES e MACHADO, 2011). Considera-se de grande importância a leitura e a interpretação correta dos climogramas, pois, através dos dados de temperatura e de umidade neles registrados, o profissional de turismo e o viajante poderão entender a dinâmica climática de diversas cidades, assim como suas localizações (latitudes, hemisférios). Além disso, a leitura de climogramas facilita o entendimento das características dos principais fenômenos climáticos, as quais são o resultado da conjugação de fatores geográficos do clima que atua na superfície do planeta. Ao analisar um climograma, pode-se, por exemplo, distinguir se uma determinada localidade está no hemisfério norte ou no sul. No turismo, o clima, na maioria dos casos, representa um considerável fator de estímulo para viagens, passeios, lazer, e também para a prática de esportes e de competições. Desta forma, o conhecimento das características dos fenômenos climáticos que atuam nos destinos é de grande relevância no planejamento da atividade turística para todos os envolvidos: empresários, autoridades políticas, secretarias de turismo, agentes de viagens, guias turísticos, viajantes, estudantes, equipes de marketing. É de suma importância levar em consideração o clima e as previsões meteorológicas para poder melhorar o atendimento aos turistas e também para explorar de forma mais eficiente as potencialidades oferecidas pelas localidades. Palavras-chave: Climatologia. Atrativos Turísticos. Planejamento do Turismo.
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Mestrando em Geografia pela PUC-SP e Docente dos cursos de Turismo e Estética do Grupo Educacional Hotec –
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