(Com António Batel Anjo e Cláudia Rêgo; Mariana Rei, ilustração) Divulgação de ciência recorrendo à banda desenhada - uma experiência em curso no PmatE

June 1, 2017 | Autor: Mariana Rei | Categoria: Science Communication
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LIVRO DE RESUMOS II BIENAL DA APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA, LÍNGUA PORTUGUESA E TECNOLOGIAS

Antes de mais, permitam-me que, como Reitor da Universidade anfitriã, saúde, tão entusiasticamente quanto as minhas capacidades o consentem, a II Bienal da Aprendizagem da Matemática, Língua Portuguesa e Tecnologias. Bem-haja, pois, esta maravilhosa iniciativa, porque ela tem subjacente uma ideia de missão universitária que julgamos ser cada vez mais actual, pertinente, diria mesmo urgente, quando o propósito/combate é o da construção da qualidade pedagógica e científica das acções da Academia. Neste sentido, gostaria, desde já, antes mesmo dos resultados – de que estou certo que serão brilhantes e úteis – de felicitar todos os implicados na sua concepção, organização e realização. Seja-me permitido igualmente expressar nesta introdução o quanto a Universidade de Cabo Verde, que é ainda jovem, pois ela se encontra a caminho dos três anos, se sente sumamente honrada em ser co-organizadora e acolhedora deste Encontro. Fê-lo contudo não apenas por razões de circunstância ou de pura rotina, uma vez que os colóquios fazem parte do normal labor das universidades, mas sobretudo por motivos que decorrem do cerne das opções enformadoras do seu projecto científico e pedagógico. É sobre as razões da adesão a esta rede colaborativa e a esperança que a Uni-CV nela deposita que quero aqui, em palavras breves, dissertar. Em primeiro lugar, a pertença a esta coligação de universidades empreendedoras desta edição da Bienal permite-nos dar concretude ao ideário de acção colaborativa e em rede. Desde o início, definimos que a inserção em redes de universidades que partilham afinidades de missão e, por isso, agem cooperativamente, constitui, nas nossas condições, – que são as da insularidade, da micro-dimensão e da perifericidade – um factor incontornável da criação de excelência académica. A rede cooperativa seria, então, não uma dimensão excedentária à nossa praxis universitária, mas antes, parte constitutiva e integrante dela. De facto, a nossa própria experiência, que é curta mas intensa, corrobora inteiramente esta ideia inicial. Uma das afinidades que têm permitido a constituição de redes dinâmicas, geradoras de resultados imediatos, é sem dúvida a da língua e este evento é um dos exemplos disso. Partilhamos todos – quando digo todos refiro-me às universidades públicas dos países da CPLP – o interesse em fazer da nossa língua comum um instrumento de primeira grandeza na praxis universitária. Neste sentido, os desafios são de monta. Senão vejamos. Não estaremos longe da verdade, se dissermos que ainda temos muito que caminhar para fazer equivaler o peso demográfico do nosso idioma, que é enorme, ao seu peso na produção científica, artística, filosófica ou jurídica de cariz universitário. Outra meta importante nos dias que correm é a de aumentar, na internet, o peso relativo de produtos educativos e científicos em língua portuguesa, numa altura em que, mau grado o incontestável domínio do inglês nesta matéria, se regista o crescimento rápido da presença no espaço virtual de tais produtos elaborados por grupos linguísticos como o espanhol e o chinês. Apesar dos progressos, sempre dignos de menção honrosa, digamos assim, reconhecemos todos, sem muita dificuldade, que a produção bibliográfica das nossas universidades não circula com facilidade entre elas, criando, como

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seria desejável, uma apertada rede de troca, cujo efeito de estimulação recíproca seria com certeza de grande potencial. Persiste ainda um défice de colaboração entre as nossas universidades na forma como cada uma ensina a nossa língua comum. É, visando colmatar este espaço deficitário de trocas que se gizaram eventos colaborativos como este que tenho a honra de introduzir. Outra razão da nossa adesão entusiástica a este evento é a estratégia a ele subjacente para a construção da excelência académica. Por todo o lado, nomeadamente no espaço lusófono, se vem constatando que a deficiente interligação entre o ciclo secundário e o superior tem condicionado imensamente o trabalho das universidades. Não tendo domínio das competências fundamentais e transversais como o da leitura, da expressão oral e escrita, dos fundamentos da matemática e, mais modernamente, das novas tecnologias de comunicação, as possibilidades de acesso e de sucesso dos estudantes na Universidade tornam-se problemáticas. No entanto, quando as instituições destes dois níveis de ensino não criam um espaço colaborativo, como ocorre amiúde, e se deixam ceder à tentação de culpabilização recíproca, o que acontece o mais das vezes é o que se pode chamar, faute-de-mieux, de ―punição da vítima‖, ou seja, do aluno. É como alguém disse: no ensino básico, o factor crítico de sucesso é a qualidade do professor, ao passo que, no ensino superior, é exactamente o inverso. Assim sendo, o efeito da baixa qualidade do aluno retroage imediatamente sobre as possibilidades de a Universidade desenvolver um projecto de qualidade. O mesmo é dizer bons alunos fazem boas universidades. Neste sentido, as universidades, estando preocupadas com o seu próprio desempenho, são induzidas a ser solidárias com o Ensino Secundário, numa espécie de paradoxo de se ser altruísta por egoísmo. Isso lembra, para introduzir um toque de humor numa realidade que mais tem de dramático do que de cómico, um poeta brasileiro que diz, cito de cor, que ―se o malandro soubesse como é bom ser honesto, seria honesto só por malandragem‖. É mesmo assim. Se as universidades quiserem melhorar os seus indicadores de eficácia interna, têm de estender a sua acção a montante, colaborando, ainda no ensino secundário, na formação dos seus futuros e potenciais estudantes. É como se a Universidade começasse antes da Universidade. É, na verdade, na interacção com os públicos liceais que as universidades têm a oportunidade de desenvolver estratégias, pedagogicamente consistentes, mas ao mesmo tempo sedutoras e mobilizadoras, criando nos estudantes o gosto genuíno pela aprendizagem da matemática e da língua portuguesa, dois saberes seguramente críticos na equação do sucesso. A estratégia é de criar vocações, de reconciliar o estudante com as disciplinas que, mau grado serem fundamentais, aprendeu ao longo da sua carreira a rejeitar ou a conviver com dificuldades e sofrimento, quadro esse que, claro está, acaba por gerar um desempenho sofrível, tanto no sentido académico como psicológico da expressão. A deserção, explícita ou encapotada, é o comportamento mais comum nestas situações. Assim, vemos muitos alunos, na hora de se candidatarem a um curso superior, se sentirem obrigados a ter

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que fazer escolhas ―não escolhidas‖, que mais não são do que fuga à matemática ou à língua portuguesa. Uma lógica muitas vezes aceite passivamente por muitas universidades privadas, que pretendem fazer destas pseudo escolhas (assentes mais no constrangimento do que na liberdade, que faz passar como opção, o que na verdade mais não é do que limitação) a base para a construção das suas ofertas formativas. Como universidades públicas que somos, não podemos fazer o mesmo, sob pena de nos furtarmos à parte da responsabilidade social que nos é acometida. Por força desta, estamos ―condenadas‖ a trabalhar cooperativamente para mobilizar os estudantes, reconciliando-os com estes saberes. Deste modo, poderão escolher verdadeiramente os seus cursos, em função das reais inclinações pessoais, da estratégia de uma melhor inserção no mercado de trabalho e da relevância dos mesmos para o país. Por isso, a nossa oferta formativa não deve, como sugeriu alguém, eliminar os cursos técnicos dela constantes, sob o pretexto de não serem supostamente os mais desejados pelos estudantes. Repito: como universidades públicas, não podemos tomar as fraquezas do sistema meramente como dados e muito menos como oportunidades de negócio. A nosso ver, esta opção pela não aceitação passiva do baixo desempenho dos estudantes em matemática e na língua portuguesa é de grande relevância social no contexto cabo-verdiano, mas também de elevada oportunidade. Fruto da formidável expansão de Ensino Secundário iniciada na década passada e que se tem prolongado até hoje, vêm chegando ao último ciclo do Ensino Secundário e à candidatura ao Ensino Superior estudantes de camadas sociais e de regiões que até agora estiveram de fora deste nível de Ensino. Se, por um lado, o movimento de expansão representa um enorme progresso em termos de acessibilidade social e de equidade, por outro, ela levanta indubitavelmente o problema da quantidade e da qualidade de recursos docentes para as novas unidades. Os resultados das provas de ingresso realizadas pela Uni-CV nestes três anos de sua existência são a este respeito completamente ilustrativas. É manifestamente baixo o desempenho dos candidatos nos testes de língua portuguesa, de matemática e saberes conexos, criando à nossa universidade um dilema entre manter um piso referencial abaixo do qual o candidato é rejeitado, por não ter as competências básicas, mas correndo ela, a universidade, o risco de não ter dimensão crítica de estudantes para cumprir a sua missão, ou então baixar o piso referencial, admitindo estudantes sem a devida preparação e tais competências básicas, na mira de viabilizar a sua missão nas condições do país real. No fundo, é um dilema entre a exigência da qualidade e a da exequibilidade. De imediato, a Uni-CV tem procurado a ―qualidade possível‖, aceitando os mais performantes entre os candidatos, ainda que estes estejam muito longe dos pré-requisitos ideais a uma boa carreira universitária. No entanto, somos conscientes de que o panorama só pode ser alterado substancialmente, a prazo, pelo trabalho articulado, persistente e pedagogicamente consistente, dirigidos aos alunos que se encontram nos espaços articulares entre os dois níveis de ensino, o secundário e o superior.

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Foi com este pano de fundo que, em Julho próximo passado, remodelámos a equipa reitoral, criando uma pró-reitoria para a articulação com o Ensino Secundário. Foi também por esta razão que vimos nesta bienal uma oportunidade. Porque nela se discute, com muita pertinência, como estribar-se nas novas tecnologias, nomeadamente a utilização de plataformas electrónicas e a concepção de softwares para propiciar mais e melhor aprendizagem da Matemática aos alunos. Faz-se igualmente nela o balanço da exploração das virtualidades didácticas de plataformas electrónicas na gestão de ensino/aprendizagem da Língua portuguesa. São as novas tecnologias de comunicação utilizadas como fonte de inovações pedagógicas. São também de destacar e exaltar neste encontro comunicações, versando o ensino do Português em contextos culturais e linguísticos, marcados pela presença de outros idiomas, que funcionam como línguas maternas e de relações informais. Estudos que interpelam, em nome da rentabilidade do processo de aprendizagem, metodologias e estratégias de ensino até agora utilizadas. Enfim, um encontro corajoso, que visa enfrentar o grau zero do processo da construção da qualidade académica. Por isso, quero saudá-lo de forma mais enfática possível. Permitam-me destacar pessoas como Prof. Batel e o Prof. Cláudio Furtado, que, desde a primeira hora, trabalharam na concretização deste evento, e também louvar a cooperação que a Universidade de Aveiro tem desenvolvido com a Uni-CV, impulsionada grandemente pela acção lúcida e solidária da sua Reitora, Profª Maria Helena Nazaré e agradecer ao Instituto Português para o Apoio ao Desenvolvimento (IPAD) pelo patrocínio. Aos professores de distantes paragens que se encontram aqui para a profícua troca de experiências, bem como aos da casa, uns e outros certamente ávidos de estabelecerem laços colaborativos, desejo um trabalho fecundo. A bem da causa da qualidade pedagógica das universidades. A bem da causa da amizade entre os povos! Muito Obrigado, António Correia e Silva | Reitor da Universidade de Cabo Verde

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Criado em 1989, no Departamento de Matemática da Universidade de Aveiro, com o objectivo de criar nos alunos o gosto pela Matemática, o Projecto Matemática Ensino (PmatE), ao longo dos seus 20 anos de existência, foi alargando as suas áreas de intervenção a outros domínios de saber, como a Biologia, a Física e o Português, transformando-se assim num ousado e criativo projecto interdisciplinar. Procurando romper as fronteiras de cada uma destas disciplinas com o objectivo de contribuir para um conhecimento globalizante, onde os saberes interagem, o PmatE tem actualmente três áreas de intervenção: a comunicação e divulgação de ciência, a intervenção escolar e a cooperação com países de língua oficial portuguesa, através de dois projectos desenvolvidos em Moçambique: o PENSAS@moz (Plataforma de Ensino Assistido de Moçambique) e o OUTclass. O primeiro, com um centro de formação de professores em cada capital de distrito, ¬tem como principal linha orientadora o apoio ao desenvolvimento do ensino e da aprendizagem da Matemática e do Português, com recurso às tecnologias de informação e comunicação. O segundo, com os mesmos objectivos, é uma experiência de «e-comunidade», desenvolvida por alunos e professores do 1.º Ciclo do Ensino Básico do Colégio Académico da Beira (Moçambique) e da Escola de Á-dos-Ferreiros (Águeda). É neste espírito de interdisciplinaridade e de cooperação que surge esta II Bienal de da Aprendizagem da Matemática, Língua Portuguesa e Tecnologias, que cumpre os desígnios da Universidade de Aveiro, traduzidos nos três conceitos do seu lema fundacional: theoria, poiesis, praxis. Felicito os organizadores pela iniciativa e saúdo todos os participantes neste fórum, desejando que a partilha de experiências no âmbito do ensino e da aprendizagem da Matemática e da Língua Portuguesa, com recurso ao potencial pedagógico e didáctico das tecnologias, seja profícuo. Maria Helena Nazaré | Reitora da Universidade de Aveiro

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A II Bienal de Matemática, Português e Tecnologias é a confirmação de que vale trabalhar por algo em que se acredita verdadeiramente – a interdisciplinaridade. Os objectivos desta Bienal surgiram do trabalho que se vai produzindo no Projecto Matemática Ensino, onde a interdisciplinaridade não é só uma palavra mas uma prática corrente. Este princípio estendeu-se naturalmente ao PENSAS@moz (Plataforma de Ensino Assistido de Moçambique) que num terreno bastante difícil se vem afirmando no panorama da formação e da aprendizagem com recurso às tecnologias. Nesta Bienal de 2009, foram excedidas todas as expectativas, tanto no número de trabalhos, que obrigaram a prolongar a conferência por mais um dia e a criar sessões paralelas, como na qualidade dos mesmos, que julgo serem representativos do que se produz em Língua Portuguesa. Outra nota que nos merece referência é o aumento do número de países representados em relação à edição de 2007, em Moçambique. Saliente-se o facto de esta Bienal ser patrocinada maioritariamente com fundos da Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa, tendo sido reconhecida como relevante para o incremento das relações dentro desta comunidade. A Comissão Organizadora fez tudo o que estava ao seu alcance para que esta II Bienal de Cabo Verde seja mais um sucesso e uma referência na divulgação de trabalhos de investigação em Língua Portuguesa. António Batel Anjo | Comissão Organizadora

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COMISSÃO ORGANIZADORA Cláudio Furtado, Universidade de Cabo Verde António Batel Anjo, Universidade de Aveiro Carlos Morais, Universidade de Aveiro Cláudia Rêgo, Universidade de Aveiro Nobre Roque, UP de Moçambique Manuela Alves, Universidade de Aveiro COMISSÃO CIENTÍFICA Abdul Carimo Ismael, Universidade do Lúrio, Moçambique Amélia Basílio, Colégio Académico da Beira, Moçambique António Batel Anjo, Projecto Matemática Ensino, Universidade de Aveiro, Portugal António Manuel Ferreira, Departamento de Línguas e Cultura, Universidade de Aveiro, Portugal Armindo Samuel Nguenha, Universidade Eduardo Mondlane, Moçambique Carlos Morais, Universidade de Aveiro, Portugal Delfim Torres, Departamento de Matemática, Universidade de Aveiro, Portugal Elcelina Silva, Universidade de Cabo Verde, Cabo Verde Helmuth Malonek, Departamento de Matemática, Universidade de Aveiro, Portugal Isabel Cabrita, Departamento de Didáctica e Tecnologia, Universidade de Aveiro, Portugal Ismael Cassamo Nhêze, Instituto Superior de Contabilidade e Auditoria, Moçambique Jaime Carvalho e Silva, Departamento de Matemática, Universidade de Coimbra, Portugal João David Vieira, Departamento de Matemática, Universidade de Aveiro, Portugal João Felisberto Semedo, Universidade de Cabo Verde, Cabo Verde João Torrão, Departamento de Línguas e Cultura, Universidade de Aveiro, Portugal Joaquim Sousa Pinto, Projecto Matemática Ensino, Universidade de Aveiro, Portugal Jorge Nuno Silva, Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa Lia Oliveira, Departamento de Currículo e Tecnologia Educativa, Universidade do Minho, Portugal Marcos Cherinda, Universidade Pedagógica, Moçambique Maria Verúcia Sousa, Universidade de Cabo Verde, Cabo Verde Norberta Mendonça, Universidade de Cabo Verde, Cabo Verde Nuno Crato, Instituto Superior de Economia e Gestão, Universidade Técnica de Lisboa, Portugal Paula Oliveira, Projecto Matemática Ensino/Universidade de Aveiro, Portugal Rosa Morais, Universidade de Cabo Verde, Cabo Verde

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PROGRAMA DIA 22 10:00 [AUDITÓRIO DA REITORA DA UNI-CV] APRESENTAÇÃO DO PROJECTO PENSAS

DIA 23 10:00 [CENTRO CULTURAL PORTUGUÊS] APRESENTAÇÃO DO LIVRO DE PAULO TRINCÃO – O PORTUGUÊS QUE SE CORRESPONDEU COM DARWIN

DIA 24 08:00 [ENTREGA DE DOCUMENTAÇÃO] 09:00 [ABERTURA OFICIAL] Maggy Fragoso | Vice-Reitora da Universidade de Cabo Verde Vera Valentina B. de Melo Duarte | Ministra da Educação e Ensino Superior Maria da Graça T. Anderssen Guimarães | Embaixada de Portugal António Batel | Comissão Organizadora

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10:00 [CONFERÊNCIA CONVIDADA I – MODERADOR: CARLOS MORAIS] O DOMÍNIO DA LÍNGUA PORTUGUESA E A LITERACIA NACIONAL Lourenço do Rosário | Reitor da Universidade Politécnica, Moçambique 17 10:45 [PAUSA PARA CAFÉ]

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11:00 [CONFERÊNCIAS 1 – MODERADOR: ADRIANA MENDONÇA] A IMPORTÂNCIA DAS LÍNGUAS AFRICANAS DE ANGOLA NO PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA António Quino | Instituto Superior de Ciências da Educação de Luanda, Angola 18

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11:30 COMUNICAÇÃO NA ÁREA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Adriana Mendonça | Universidade de Cabo Verde, Cabo Verde 24

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12:00 O PAPEL DOS PROBLEMAS NO ENSINO E NO DESENVOLVIMENTO DA INTUIÇÃO E DO RACIOCÍNIO MATEMÁTICOS: O CASO DAS OLIMPÍADAS Nuno Crato | ISEG – UTL e Sociedade Portuguesa de Matemática, Portugal Joana Teles | Universidade de Coimbra e Sociedade Portuguesa de Matemática, Portugal 25 12:30 [PAUSA PARA ALMOÇO]

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14:00 [CONFERÊNCIA CONVIDADA II – MODERADOR: JAIME CARVALHO E SILVA] COMO PODEM AS SOCIEDADES MATEMÁTICAS NACIONAIS CONTRIBUIR PARA A INVESTIGAÇÃO, A EDUCAÇÃO E A DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA Nuno Crato | ISEG – UTL e Sociedade Portuguesa de Matemática, Portugal 26

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14:45 [CONFERÊNCIAS 2 – MODERADOR: CARLOS MORAIS] DE ACTIVIDADES MATEMÁTICAS À ORGANIZAÇÃO DE OLIMPÍADAS NACIONAIS E PARTICIPAÇÃO EM COMPETIÇÕES INTERNACIONAIS Joana Teles | Universidade de Coimbra e Sociedade Portuguesa de Matemática 27

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15:15 A INCLUSÃO DA PLATAFORMA DE ENSINO ASSISTIDO NOS PROCESSOS DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA E DA MATEMÁTICA – UMA PROPOSTA DE INVESTIGAÇÃO-ACÇÃO Maria José Veiga | Universidade de Aveiro, Portugal 32

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15:45 DA MINHA LÍNGUA VÊ-SE O MAR – A PROPÓSITO DO PROJECTO FORLÍNGU@MOZ Carlos Morais | Departamento de Línguas e Culturas, Universidade de Aveiro, Portugal 33 16:15 [PAUSA PARA CAFÉ]

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16:30 [CONFERÊNCIAS 3 – MODERADOR: SECUNDINO CORREIA] UMA APLICAÇÃO WEB NO ÂMBITO DO PROCESSO DE BOLONHA Luís Descalço | Departamento de Matemática, Universidade de Aveiro, Portugal 34

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17:00 SOFTWARE INCLUSIVO: ALGUNS EXEMPLOS Secundino Correia | CNOTINFOR, Portugal 40

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17:30 PROJECTO «ATICA» (APOYO TIC A LOS APRENDIZAJES / APOIO TIC NAS APRENDIZAGENS) José Correia Lopes | Direcção Regional de Educação do Centro, Portugal 42

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18:00 OUTCLASS – UM PROJECTO A DISTÂNCIA DE CO-APRENDIZAGEM Amélia Basílio | Colégio Académico da Beira, Moçambique 43 18:30 [GROGUE DE HONRA]

DIA 25

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8:00 [CONFERÊNCIA CONVIDADA III – MODERADOR: CARLOS MORAIS] APRENDER COM TECNOLOGIAS… ENTRE O CUTTING EDGE E O BIDONVILLE Lia Oliveira | Departamento de Currículo e Tecnologia Educativa, Universidade do Minho, Portugal 44

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9:00 [CONFERÊNCIAS 4 – MODERADOR: JAIME CARVALHO E SILVA] A POPULARIZAÇÃO DA MATEMÁTICA NOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA Jaime Carvalho e Silva | Departamento de Matemática, Universidade de Coimbra, Portugal 46

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09:30 EFICÁCIA PEDAGÓGICA E TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO Maria Augusta Nascimento | Departamento de Matemática, Universidade de Coimbra, Portugal 47

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10:00 A CONSCIÊNCIA LINGUÍSTICA NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DE PORTUGUÊS EM CABO VERDE Norberta Mendonça 48 10:30 [PAUSA PARA CAFÉ]

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10:45 [CONFERÊNCIAS 5 – MODERADOR: NOÉMIA SIMÕES] JOGANDO COM OS GÊNEROS TEXTUAIS: UMA ESTRATÉGIA DE ENSINO Ana Célia Moura | Universidade Federal do Ceará, Brasil 49

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11:15 REDES DE APRENDIZAGEM – UMA EXPERIÊNCIA EM MOÇAMBIQUE Ismael Cassamo Nhêze | ISCAM, Moçambique 55

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11:45 MAPAS DE CONCEITOS E TÉCNICAS DE RACIOCÍNIO APROXIMADO NO DESENHO DE UM SISTEMA INTELIGENTE DE ENSINO/APRENDIZAGEM Luís Descalço | Departamento de Matemática, Universidade de Aveiro, Portugal 56 12:15 [PAUSA PARA ALMOÇO]

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14:00 [CONFERÊNCIA CONVIDADA IV – MODERADOR: LOURENÇO DO ROSÁRIO] MINHA LÍNGUA NAVEGOU… António Manuel Ferreira | Departamento de Línguas e Culturas, Universidade de Aveiro, Portugal 57

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14:45 [CONFERÊNCIAS 6 – MODERADOR: MARIA VERÚCIA MELO] OS MARCADORES DISCURSIVOS DIRECTIVOS „ENTÃO‟ E „AGORA‟ Nobre Roque | Universidade Pedagógica de Moçambique, Moçambique 58

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14:45 [SESSÃO PARALELA 1 – MODERADOR: MANUEL CERQUEIRA] UMA NOVA SOCIEDADE EXIGE UMA REDE DE TELECOMUNICAÇÕES EM FIBRA ÓPTICA COMO INFRA-ESTRUTURA BÁSICA António Batel Anjo | PmatE, PENSAS@moz, Universidade de Aveiro, Portugal 61

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15:15 O ENSINO DO PORTUGUÊS SEGUNDA LÍNGUA NO ENSINO BÁSICO INTEGRADO EM CABO VERDE: SITUAÇÃO E DESAFIOS Maria Verúcia de Souza Melo | Universidade de Cabo Verde, Cabo Verde 62

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15:15 [SESSÃO PARALELA] AS TIC E O EMPREENDEDORISMO EM CONFRONTO COM A INOVAÇÃO, CRIATIVIDADE E LIDERANÇA Manuel Cerqueira | Presidente da ASSOFT, Portugal 63

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15:45 EXPERIÊNCIA DA UTL EM ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA Alice Donat Trindade | Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas – CAAP e Universidade Técnica de Lisboa, Portugal 64

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15:45 [SESSÃO PARALELA] DA PRODUÇÃO EM GRANDE ESCALA À CRISE ACTUAL, PASSANDO PELO CONSUMISMO E HIPERCONSUMO Teófilo Folhadela | Portugal 65 16:15 [PAUSA PARA CAFÉ]

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16:30 [CONFERÊNCIAS 7 – MODERADOR: BERGSON RODRIGO MELO] GEOMETRIA DINÂMICA NO ENSINO DA MATEMÁTICA José Carlos Santos | Universidade do Porto, Portugal 66

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16:30 [SESSÃO PARALELA 2 – MODERADOR: ADELAIDE MONTEIRO] O PAPEL FUNCIONAL DA LÍNGUA PORTUGUESA E A SUA IMPLICAÇÃO NA DEFINIÇÃO DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA EM CABO VERDE Adelaide Monteiro | Universidade de Cabo Verde, Cabo Verde 69

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17:00 OBJECTO DE APRENDIZAGEM (OA) GANGORRA INTERATIVA NA COMPREENSÃO NA CONCEITUAL DE GRANDEZAS Bergson Rodrigo Siqueira de Melo | Instituto UFC Virtual, Universidade do Ceará, Brasil 70

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17:00 [SESSÃO PARALELA] ROTEIRO DE TRAVESSIAS NO ENSINO TRADICIONAL E À DISTÂNCIA – APRENDIZAGEM EM LÍNGUA PORTUGUESA E CIDADANIA APOIADAS EM RECURSOS DIGITAIS COMO COMPLEMENTO DO ENSINO PRESENCIAL – 2.º E 3.º CICLOS DO ENSINO BÁSICO Gina Souto | Ministério de Educação, Portugal 74

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17:30 DEDUÇÃO NATURAL NO ENSINO SECUNDÁRIO – UM CONTRIBUTO PARA O ENSINO E A APRENDIZAGEM DA DEMONSTRAÇÃO EM MATEMÁTICA Maria Nilde F. Barreto | Universidade de Santiago, Cabo Verde 76

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17:30 [SESSÃO PARALELA] APROXIMAÇÕES NUMÉRICAS E APLICAÇÕES COM MATLAB DE EQUAÇÕES NÃO LINEARES E EQUAÇÕES DIFERENCIAIS Neusa Carvalho | Universidade de Cabo Verde, Cabo Verde 77

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18:00 UTILIZAÇÃO DO SOFTWARE GEOMETER‟S SKETCHPAD (GSP) NO ENSINO DA MATEMÁTICA (GEOMETRIA, TRIGONOMETRIA) – UMA EXPERIÊNCIA COM OS PROFESSORES DA ESCOLA SECUNDÁRIA ABÍLIO DUARTE Henrique Gomes | Universidade de Cabo Verde, Cabo Verde 78

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18:00 [SESSÃO PARALELA] A UTILIZAÇÃO DA INTERNET E DOS RECURSOS COMPUTACIONAIS COMO FERRAMENTAS DE APOIO AO ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA Astrigilda Silveira | Universidade de Cabo Verde, Cabo Verde Crispiniano Furtado | Universidade de Cabo Verde, Cabo Verde 79 18:30 [FIM DOS TRABALHOS]

DIA 26

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08:00 [CONFERÊNCIA CONVIDADA V – MODERADOR: ANTÓNIO BATEL] SISTEMAS COMPLEXOS Constantino Tsallis | Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, Brasil 79

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9:00 [CONFERÊNCIAS 8 – MODERADOR: JOÃO CARLOS TEIXEIRA] PORTAL DE MATEMÁTICA A – QUALIDADE NA APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA NO ENSINO SECUNDÁRIO José Carlos Teixeira | Departamento de Matemática (FCTUC) e Instituto de Telecomunicações, Coimbra, Portugal 81

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9:30 DIVULGAÇÃO DE CIÊNCIA RECORRENDO À BANDA DESENHADA – UMA EXPERIÊNCIA EM CURSO NO PMATE António Batel Anjo | Projecto Matemática Ensino, Universidade de Aveiro, Portugal Cláudia Rêgo | Projecto Matemática Ensino, Universidade de Aveiro, Portugal Mariana Rei | Projecto Matemática Ensino, Universidade de Aveiro, Portugal 87

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10:00 A APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS Sónia Pais | Instituto Politécnico de Leiria, Peniche, Portugal 90 10:30 [PAUSA PARA CAFÉ]

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10:45 [CONFERÊNCIAS 9 – MODERADOR: ANTÓNIO BATEL] MODELOS GERADORES DE QUESTÕES NO ÂMBITO DA GEOCIÊNCIAS Elisabete Peixoto | Projecto Matemática Ensino, Universidade de Aveiro, Portugal 94

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11:15 DAR@LÍNGUA COM AS TECNOLOGIAS Sara Pita | Projecto Matemática Ensino, Universidade de Aveiro, Portugal Carlos Morais | Departamento de Línguas e Culturas, Universidade de Aveiro, Portugal 95

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11:45 20 ANOS DE PRODUÇÃO DE CONTEÚDOS DIGITAIS – O CASO DO PMATE António Batel Anjo | Coordenador do Projecto Matemática Ensino, Universidade de Aveiro, Portugal 96

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12:15 [VOTAÇÃO DO PAÍS QUE IRÁ ACOLHER A III BIENAL] 12:30 [SESSÃO DE ENCERRAMENTO] António Correia e Silva | Reitor da Universidade de Cabo Verde Manuel Veiga | Ministro da Cultura Maria da Graça T. Anderssen Guimarães | Embaixada de Portugal Amélia Mingas | Presidente do Instituto Internacional de Língua Portuguesa António Batel | Comissão Organizadora Carlos Morais | Comissão Organizadora 15:00 [VISITA À ILHA DE SANTIAGO]

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ÍNDICE GERAL POR AUTOR Adelaide Monteiro, 69

José Correia Lopes, 42

Adriana Mendonça dos Santos, 24

Lia Oliveira, 44

Alice Donat Trindade, 64

Lourenço do Rosário, 17

Amélia Basílio, 43

Lúcia, 32

Ana Célia Moura, 49

Luís Descalço, 34, 56

Anabela Vasconcelos, 32

Manuel Cerqueira, 63

António Batel Anjo, 61, 87, 90, 96

Manuela Mendonça, 32

António Manuel Ferreira, 57

Marcel Pereira, 24

António Quino, 18

Maria Augusta Nascimento, 47

Astrigilda Silveira, 79

Maria Helena Damião, 47

Aurora Nobre, 32

Maria José Veiga, 32

Bergson Rodrigo Siqueira de Melo, 70

Maria Nilde F. Barreto, 76

Carlos Morais, 33, 95

Maria Verúcia de Souza Melo, 62

Cláudia Rêgo, 87, 96

Mariana Rei, 87

Constantino Tsallis, 80

Mauro Cavalcante Pequeno, 70

Crispiniano Furtado, 79

Neusa Carvalho, 77

Cristina Pires Ferreira, 24

Nobre Roque, 58

Elisabete Peixoto, 94

Norberta Mendonça, 48

F. Herbert Lima Vasconcelos, 70

Nuno Crato, 25, 26

Fernandina Lopes Fernandes, 24

Patrícia Correia, 40

Gina Souto, 74

Paula Carvalho, 34

Gladys C. Jordan, 56

Samuel Branco, 47

Henrique Gomes, 78

Sandra Diogo, 56

Isabel Cabrita, 90

Sara Pita, 95

Ismael Cassamo Nhêze, 55

Secundino Correia, 40

Jaime Carvalho e Silva, 46

Sónia Pais, 90

Joana Teles, 25, 27

Teófilo Folhadela, 65

José Carlos Santos, 66

Teresa Ferreira, 81

José Carlos Teixeira, 81

Verônica Maria Lavor da Silva, 70

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DIVULGAÇÃO DE CIÊNCIA RECORRENDO À BANDA DESENHADA – UMA EXPERIÊNCIA EM CURSO NO PMATE António Batel Anjo | Projecto Matemática Ensino, Universidade de Aveiro, Portugal Cláudia Rêgo | Projecto Matemática Ensino, Universidade de Aveiro, Portugal Mariana Rei | Projecto Matemática Ensino, Universidade de Aveiro, Portugal

“A ciência, por sua própria natureza, tem de ser aberta, tem de ser comunicada. Ciência oculta não é ciência, mas pseudo-ciência. E a ciência tem de ser comunicada não apenas na comunidade científica, mas também e de forma diferente na sociedade em geral, a começar pela escola. Sem escola a ciência não poderia prosseguir porque não apareceriam novos cientistas e, mais importante do que isso, não haveria a percepção pública do papel essencial da ciência na sociedade. É necessário um ensino formal da ciência, que deve ocorrer na escola, mas também um ensino informal, a tal divulgação da ciência, que pode ter lugar na escola ou noutros lados.‖, {1]. A comunicação no interior da comunidade científica, faz-se desde sempre e é condição sine qua non para a validação e certificação dos resultados obtidos em investigação. Ocorre entre pares com maior facilidade, apesar de que, devido à especialização crescente das áreas de investigação, também aqui se podem gerar barreiras de comunicação. Os cientistas e investigadores dão cada vez mais importância à comunicação do seu trabalho junto da comunidade em geral, uma vez que é necessário convencer políticos e empresários da importância deste processo para o desenvolvimento global e desse modo obter o financiamento necessário para prosseguir com a investigação. É igualmente necessário atrair as camadas mais novas da população estudantil para as escolas e as universidades combatendo desta forma o abandono e insucesso que marca de forma preocupante os nossos dias. A linguagem usada para comunicar ciência tem de ser adaptada consoante os interlocutores: políticos ou a sociedade. É necessário explicar os projectos de investigação numa linguagem técnica e rigorosa, mas compreensível para quem, não sendo cientista, pretende perceber a importância e oportunidade do projecto para o avanço do conhecimento e avaliar as áreas de investigação em que é mais importante apostar. Os políticos estão cada vez mais conscientes da necessidade de investir em ciência e tecnologia, isto é, na produção de conhecimento e na sua aplicação sabendo que é uma importante via para a promoção, o desenvolvimento e a competitividade entre as nações. No caso da comunicação com a sociedade, a adaptação da linguagem, torna-se muito mais complicada de levar a cabo por profissionais de ciência e tecnologia. É difícil conseguir a distância que permita reconhecer as dificuldades dos outros em compreenderem temas que parecem básicos para quem tem conhecimentos mais avançados. Com o intuito de captar alunos, as universidades realizam acções de promoção que visam dar a conhecer aos jovens

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estudantes o tipo e natureza da investigação que nelas se praticam, bem como os laboratórios e outros equipamentos que as distinguem.

Em geral não são os cientistas a comunicarem directamente com os interlocutores mencionados, políticos, órgãos de comunicação social e público, existem outros cientistas – divulgadores de ciência – que passaram a dedicar-se a esta tarefa. Esta é uma realidade recente, ainda não generalizada em Portugal e são eles, munidos de mecanismos próprios de comunicação a encetar este complicado processo. O que propomos nesta apresentação é mostrar o processo de comunicação iniciado em 2008 pelo Projecto Matemática Ensino recorrendo a técnicas de banda de desenhada. Com o objectivo claro de criar nos jovens o gosto pelas ciências este processo de comunicação levounos a reflectir sobre o que se produz nesta área. Pretendemos através de tiras de BD, com algum sentido de humor, levar os alunos a questionarem-se sobre diversos assuntos que estão a estudar nas escolas ou que já estudaram, mas que agora podem revisitar e quem sabe desta forma sentir a curiosidade de aprender mais sobre os assuntos tratados.

“Em Portugal, o ensino das ciências não está bem, mas a divulgação das ciência está a „atacar‟ esse problema. É preciso entrosar melhor o ensino com a divulgação. O espírito de curiosidade e a atitude de crítica que a melhor divulgação científica transmite deviam também ser veiculados pelo ensino!”,

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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{1] Entrevista concecida por Carlos Fiolhais a um grupo de alunos [Em linha] Disponível em . [Consultado em 25/07/2009]. [2] Iiyoshi, Toru, Vijay Kumar. (2008). Opening Up Education – The Collective Advancement of Education through Open Technology, Open Content, and Open Knowledge. Foreword by John Seely Brown, The MIT Press Cambridge, Massachusetts London, England, (ISBN 978-0-262-03371-8). [3] Olson, J. C.. (2008). The Comic Strip as a Medium for Promoting Science Literacy. California State University

Northridge.

[Em

linha]

Disponível

. 03/06/2009].

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[Consultado

em em

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