Com política não se brinca? As interações dos usuários com a fan-page da Prefeitura de Curitiba no Facebook

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A linguagem empregada na comunicação política institucional tradicionalmente adota tom sóbrio, rebuscado e formal. Contudo, o desenvolvimento dos meios de comunicação, das técnicas de marketing e da imprensa adicionou elementos que apelam às emoções do público, como em talk shows, em peças publicitárias e na dramatização jornalística. A lógica discursiva política, assim, foi transformada pelos atores de acordo com as características do veículo, da audiência e da estratégia elaborada. Esse processo intensificou-se nas redes sociais, pois são mídias convergentes de uso cotidiano que criam narrativas personalizadas, inerentes às ligações e aos contatos dos perfis. Partindo do método da observação não participante, analisa-se a fan-page da Prefeitura de Curitiba no Facebook, com foco na utilização de recursos de humor e de entretenimento na comunicação política e na interação dos usuários com o conteúdo, formando grupos contrapostos de lovers e haters. Com isso, pretende-se contribuir com a compreensão do uso das redes sociais por instituições oficiais e suscitar problematizações acerca das tensões que a linguagem do entretenimento provoca no debate político. A página da Prefeitura de Curitiba assume abordagem cool, fazendo referências a objetos da cultura jovem, presentes em jogos, seriados de televisão, músicas e filmes, para tratar assuntos de interesse público. Ao mesmo tempo em que atende demandas dos cidadãos, preocupa-se em informar e em divertir os seguidores, divulgando mensagens de forma descontraída e divertida.  A ação incentiva o engajamento dos usuários e recebe muitos elogios dos fãs. No entanto, grupos contrários se manifestam com críticas à linguagem e às brincadeiras da fan-page, relacionando política ao mito da esfera pública clássica do debate racional.
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