Começar no Fim, Acabar no Início - Rei Édipo de Sófocles e as suas Adaptações para Cinema

May 24, 2017 | Autor: Filipe Nunes | Categoria: Cinema, Tragedia griega clásica, Tragédia
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FACULDADE DE LETRAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA

Começar no Fim, Acabar no Início: Rei Édipo de Sófocles e as suas Adaptações para Cinema

Mestrado de História Antiga Metodologia do Trabalho Científico Docente: Profª Maria de Fátima Reis

Realizado por: Filipe Miguel Nunes nº 46378

Lisboa, 5 Janeiro De 2017 Ano Lectivo 2016/2017

As fontes deste trabalho, para além da peça do século V a.C., serão os filmes: Oedipus Rex (1957); Edipo Re (1967); Oedipus the King (1968). As duas adaptações de produtoras e colaboradores britânicos são representações teatrais filmadas que são bastante fiéis ao texto original. A produção italiana respeita mais a linguagem cinematográfica, tendo características de filme de autor inerentes a si. Deste modo, o objectivo do trabalho será perceber o porquê de, passados mais de dois mil anos, esta peça continuar a ser reproduzida e reinterpretada. Algo que se explica através das análises críticas das personagens e temas seguintes. O mito ao qual Sófocles vai buscar inspiração não será tanto o homérico1, mas sim a história presente na Edipodia2 que se mistura com versões mitológicas locais. Tal como acontece com os trabalhos cinematográficos indicados, também Sófocles teve de adaptar uma história anteriormente conhecida e cujos temas3 haviam já sido trabalhados. É original em Sófocles o efeito dramático imposto à cena final do êxodo, quando um pai se despede das suas filhas; a construção do mito através de um processo que leva ao reconhecimento da situação-identidade, pelo uso (ou não) dos elementos da tradição, de forma a potenciar o drama; a criação de uma narrativa de perseguição criminosa devido ao oráculo presente no Episódio I4; o confronto entre Tirésias e Édipo; e a chegada do coríntio com a derradeira mensagem. Todos estes elementos partilham uma ironia trágica que realça o carácter ilusório do que é conhecido por Édipo até ao revelar da verdade. É portanto, não na criação de uma história original, mas sim na ordenação de acontecimentos em torno de um núcleo dramático que Sófocles se destaca5. Tanto a peça como os dois filmes anglo-saxónicos movem a sua acção através de diálogos-confronto, sobretudo com Tirésias e Creonte, sendo as reacções provocadas em cadeia e enquadradas num forte clima emocional até se atingir clímax. A posição moral de Édipo, como firme e confiante, só é quebrada no fim. É este o pilar da peça que se suporta pela confiança que os tebanos depositam em si6. Estas características, contudo, podem levar à cegueira do ajuizamento apriorístico, não ouvindo outra voz que não a 1

Ver HOMERO, Ilíada; Canto XXIII, Vv. 677-680; onde se menciona que Édipo morreu em combate, e que na sua cidade de Tebas lhe dedicaram jogos fúnebres dignos de um monarca. E Odisseia; Canto XI, vv. 271-280. 2 Poema extenso do qual apenas temos conhecimento dos temas que abordava. 3 Ver SÓFOCLES; FIALHO, Maria do Céu Zambujo (trad., notas e intr.); Rei Édipo; INIC, CECHUC; Coimbra; 1979; p. 12. Ver como trabalhos antecessores ao de Sófocles: ÉSQUILO,; Os Sete Contra Tebas; EURÍPIDES; As Fenícias e As Suplicantes. 4 Cf.; SÓFOCLES; Op. Cit.; Vv. 222-275. 5 É precisamente a forma que é reverenciada por ARISTÓTELES; Poética. A peça é referida nove vezes fazendo decorrer nela as normas da tragédia ideal e instituindo-a como paradigma. 6 KNOX; Oedipus at Thebes; p. 21.

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própria. Ele é totalmente impiedoso. Esta “cegueira” e “surdez” só podem ser quebradas com a verdade visível apenas aos deuses, atingível com o tempo e a vontade de saber. Até chegar aí resta-lhe a suspeita e ira que o levam cada vez mais ao afastamento da razão. Édipo só será convencido pela afecção íntima. Depois de perder os dois elementos que são o seu ser: Jocasta e os cidadãos tebanos (aqui representados pelo coro) é que o protagonista consegue finalmente “ver”. Antes de atingir este estado ele é o réu da sua própria sentença7. Ele é um homem que vive para a sua família o que se denota quando se afasta de Corinto, e com as suas palavras finais8. Esta personagem é a personificação da certeza e da determinação, mesmo depois de cair, continua a tomar decisões imediatas e irrevogáveis, algo demonstrado tanto na sua cegueira cheia de metaforismo como nos pedidos que faz a Creonte, “mesmo na sua dor mais profunda, Édipo conserva ainda a sua capacidade de autodeterminar-se”9. Estes são os principais traços de Édipo presentes na peça de Sófocles e nas adaptações literais cinematográficas. Cinematograficamente Édipo começa por ser iluminado e vestido com mais claridade e brancura, passando, na sua fase final, para um obscurecimento representador da mensagem narrativa. Em todos os filmes as suas roupas passam de claras para negras. Pasolini talvez seja o que representa uma maior diferença, perdendo a sua voz altiva e teatral, o realizador traz a personagem para a actualidade, representando-a, por vezes, como indecisa, amedrontada e frágil. Entre os três filmes e a peça existe uma dissemelhança na relação de Jocasta e Édipo. A explicação para tal ocorrência é simples, na Antiguidade o casamento era um contracto entre duas pessoas, existindo mesmo uma diferenciação linguística entre eros (amor) e os diferentes tipos de casamento possíveis nesta sociedade. Na sociedade contemporânea ocidental casamento é sinónimo de paixão, pelo que, mesmo na adaptação mais fiel (a de 1957), Jocasta e Édipo partilham gestos de eros entre si. Edipo Re sugere mesmo uma paixão que se sobrepõe à situação incestuosa. Contudo, o casamento não impedia que houvesse uma “paixão” ou uma enorme fidelidade para com o esposo. Assim, a verdadeira força de Jocasta nasce do seu poder de sedução que utiliza na linguagem afectiva de esposa dedicada e submissa, usando esta forma de comunicação para guiar Édipo no sentido que pretende. Ela é 7

Vv. 859-860. “Não, não mas tires”. Vv. 1522. Estas são as palavras finais da peça, quando Édipo falando para Creonte se refere às suas filhas. O único momento em que Édipo quebra, na sua perspectiva a sua dignidade e justiça. 9 POHLENZ, Max; La tragedia greca I; p. 253. 8

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completamente devota ao bem-estar do seu marido, seja ele Laio ou Édipo. Ironicamente trágicas são as suas duas grandes acepções de rejeição do seu filho Édipo, por amor a Laio, e de Laio vingado, por lealdade a Édipo10. Mais se acrescenta que Jocasta se caracteriza em todas as adaptações como uma mulher nobre e respeitada11. Um último traço interessante de Jocasta é o seu cepticismo perante os oráculos, chegando mesmo a questionar o poder de Apolo12, o que, segundo Kitto13, implicaria um universo sem lei, deixado ao acaso. Ao ser arrebatada pela verdade dos deuses, destruída na sua razão afectiva, deixa de ter razões para viver. Quanto ao irmão de Jocasta, Creonte, está nele representada a imagem de governante insensível onde a razão impera. Isto é especialmente visível no primeiro confronto. Não apenas na peça, que apesar de o apresentar como firme, nunca o demonstra como igual a Édipo. Nas duas peças teatrais filmadas, ele é apresentado como igual, antevendo a obtenção do trono, moralmente, podemos vê-lo mesmo como superior a Édipo pois tem a razão do seu lado14. Só na adaptação de 1967 é que vemos a representação de um Creonte, submetido à vontade de Édipo, desgraçado. Neste filme Creonte não chega a ser rei, permanecendo apenas esta sua imagem degradante. Geralmente, o nascimento de Édipo é interpretado como um castigo divino ao qual se associa a ideia do oráculo e da impiedade de Édipo como causas da tragédia final. Contudo, destes três propulsores, o oráculo é o que desempenha um papel subsidiário justificado na disposição estético-dramática de conferir, por si só, sentido à peça. Referimo-nos ao oráculo apresentado, não só a Édipo, mas também a Laio, é a sua reacção que vai activar a possibilidade de ocorrência da profecia. Os oráculos têm assim o papel duplo de revelar e impulsionar acções que os tentam repelir. Apesar de aparentemente convidarem à prudência, acabam por levar à fatalidade. Tanto a peça como os filmes exploram as duas causas de ocorrência de mal respeitante ao homem: seja por culpa divina, uma culpa herdada15, ou por simples acaso, sugerindo-se ainda a hipótese de metamorfose entre as duas situações.

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Algo que é especialmente evidente quando tenta demover Édipo da procura pela verdade que ela já apreendeu. Vv. 1056-1057. 11 Podendo por tal ser moderadora do conflito entre Creonte e Édipo. Jiménez sugere mesmo que ela é “o instrumento que lhe dá poder”, ver: JIMÉNEZ; PP 12 Apolo seria o injuriador que teria colocado uma maldição a Lábdaco e à sua descendência. Isto pode ser observado nos Vv. 848-858. 13 KITTO; “The Idea of God in Aeschylus and Sophocles”; in Entretiens sur l’Antiquité I; Paris; 1954; pp. 178-179. 14 Algo que até o coro percebe, ver: Vv. 615-618. 15 RUIPÉREZ; El mito de Edipo; pp. 50-51 e 85-87.

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A culpa de Laio não estaria no abandono do filho (ekthesis) que seria possível se os pais não o aceitassem em sete dias (amphidromia), mas sim no facto de Laio ter tido um filho, contra a vontade de Apolo16. Versão que Sófocles decide não aprofundar17. A cegueira representa o assumir da responsabilidade do herói. É um jogo de dicotomias metafóricas entre luz e trevas, um dos factores primordiais da ironia trágica, o protagonista situa-se nas trevas de uma realidade total que não conhece, toma as certezas humanas como verdades únicas. Coloca a sua fé no mundo do que é aparente18. Esta autoflagelação é também um modo do herói não ver os seus pais no Hades (tendo também a vontade de não ouvir, eliminando os sentidos que fazem de nós humanos). Assim, o drama de Édipo não é só sobre a liberdade e destino do homem, mas também sobre as limitações do conhecimento humano. Rei Édipo é uma tragédia da condição humana, onde a certeza pessoal, suporte de toda uma personalidade, cria um orgulho que se vem a perceber como sendo vão e frágil. Os oráculos funcionam como pano de fundo da existência absoluta, contra o qual se destaca Édipo, conhecedor limitado, cognoscente de um plano paralelo. Tem mais impacto para o espectador quando a realidade total e humana se revelam. Esta tragédia é o “espelhar do mistério da natureza humana”19, a cada leitura, representação, ou visualização, este mistério traz novas ideias, verdades e falsidades, “há sempre uma dimensão que escapa”20. Muito disto se deve a alguma ambiguidade que também está presente nestas quatro adaptações. Este elemento que deixa espaço para interpretação deve ser não só aceitável, mas também dramaticamente válido21. O intuito de Sófocles é o de mostrar o homem a ultrapassar a sua queda total provocada por ele mesmo no pior dos cenários. Não deixando, contudo, de restabelecer o equilíbrio ao que é justo, e por tal, recuperando alguma dignidade própria de um herói. Édipo, ao chegar a Tebas, passa de herói, a vilão, e a redentor, engrandecendo a sua figura devido à responsabilização que aceita. Os valores de Édipo mantêm-se.

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GUIDORIZZI; BETTINI; El mito de Edipo; p. 37. Isto apesar da peça, e consequentemente os dois filmes britânicos, referirem esta culpa divina, nomedamente de Apolo no verso 1330. A ideia que há uma divindade que investe na desdita do homem, era algo comum na tragédia. 18 REINHART; Sophocle; pp. 137-181. 19 Rei Édipo, p. 36. 20 LATTIMORE; “Sophocles”; The Poetry of Greek Tragedy; pp. 100-101. 21 Pelo menos é o que nos diz KIRKWOOD; “The Dramatic Role of the Chorus in Sophocles”; Phoenix, número 8; 1954; p. 16. 17

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“Porque há-de o homem temer, se está sujeito à lei do acaso e em nada lhe é possível uma presciência clara? Melhor é viver à deriva como cada um puder”22, quando não se conseguia explicar as causas de um evento, este era atribuído à tychê23, “a lei do acaso”. Segundo Jebb24, esta ideia não implica necessariamente a negação de uma ordem divina, o que Jocasta sugere é que a adivinhação e os oráculos não têm validade, uma vez que só as leis da necessidade (anankê)25, e não o acaso, são previsíveis. Foi ao ler os versos seguintes26 que os psicanalistas foram buscar a fonte clássica para construir a teoria do complexo de Édipo27. O mito de Édipo, desde as suas origens mais profundas até à sua releitura freudiana, dissemina-se por toda a cultura ocidental28. Prova disso são os filmes que temos vindo a referir e onde estes temas e personagens são desenvolvidos29. As quatro obras inserem-se em contextos dissemelhantes. O filme de 1957 tenta reproduzir fielmente não só o texto, mas também a ambiência do que seria actuar no teatro antigo, usando-se mesmo máscaras trágicas. Algo similar acontece com o filme de 1968, onde toda a acção se passa nas ruínas de um teatro. Em ambas as obras vemos alguns elementos que ajudam a definir e distinguir as personagens, nomeadamente jogos de cor, o uso de guarda-roupa e adereços, bem como o movimento estratégico dos actores coadjuvando-se com os planos da câmara. Onde os dois filmes se afastam do cinema convencional é nos espaços de filmagem (sets) e no argumento, que se encontram limitados pela ideia de fidelidade total à peça de Sófocles. O mesmo não acontece com o filme de Pasolini. É importante percebermos a diferença entre a história apresentada como especificidade e a história apresentada como um todo. Este filme desenvolve o mito de Édipo e não apenas o espaço narrativo da peça Édipo Rei. O realizador e argumentista começa por narrar visualmente a história das origens e causas (passada entre Corinto e Delfos) que levaram Édipo à sua terra natal. Só depois de chegar a Tebas é que o filme se torna mais dialogante, e traz um ritmo acelerado. Isto é muito curioso, parecendo deixar uma linha que separa a história mitológica, da

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Vv. 977-978. POLÍBIO; The Rise Of The Roman Empire; Penguin; [s.l.]; 1979; p. 29. A Tique era também uma deusa, cujo nome significa “sorte”, equivalente à deusa romana Fortuna. 24 Ver JEBB 25 BOWRA, C. M; The Greek Experience; W. P. Publishing Company; Cleveland e Nova Iorque; 1958; p. 61. 26 Vv. 981-982. 27 O desejo de união inconsciente da criança com o progenitor do sexo oposto 28 Para uma visão concisa sobre o precurso do mito ao longo dos tempos ver: EDMUNDS, Lowell; Oedipus; Routledge; Londres e Nova Iorque; 2006. Ver também: GUAL, Carlos García; Enigmático Edipo. Mito e tragedia; Fondo de Cultura Económica; México; 2012. 29 BERTI, I.; MORCILLO, M. G. (org.); Hellas on screen; Franz Steiner Verlag; Estugarda; 2008. 23

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adaptação teatral de Sófocles à qual, apesar de mudar o texto, não lhe deixa de ser fiel, explorando as principais acções sem as misturar ou corromper em demasia. O filme de Saville também altera algum do aspecto textual original. O autor não se consegue afastar da mesma especificidade num todo, que a peça original e seus “descentes” fílmicos exploram. A mensagem que podemos interpretar do texto original, e consequentemente das duas produções britânicas, terá mais a ver com o contexto onde a peça se inseria. Como se percebe a arte pode ser influenciada pelo seu tempo, e partilhamos a ideia de que tal ocasião acontece com a produção de Rei Édipo. Na primeira metade do século V a.C., grassou em Atenas uma epidemia pestífera que vitimou o próprio Péricles. Assim se percebe que o intuito da peça seja mostrar um grande herói e a sua queda, auto-infligida, detentora da “suprema vergonha da humanidade” 30 . Apresenta-se deste modo um cenário com um protagonista facilmente identificável que apesar de tudo o que sofre se deve manter digno e justo. Algo que também explica o porquê de não se explorar muito o tema da culpa divina. A certeza de quem é o culpado será sempre uma incógnita. O último tema que será indicado, para além de dar o nome ao trabalho, é partilhado pelas quatro obras. Relaciona-se com o facto do texto teatral começar no fim, nomeadamente com a profecia divulgada por Tirésias, e terminar com a concretização desta profecia, e portanto, terminar no início31. Pasolini percebeu esta ideia, fazendo-nos voltar ao mesmo espaço onde Édipo nasceu, mas quis subvertê-la para uma mensagem pessoal. Oferece uma conclusão (o único ponto temático que decide contrariar) trazendo a história para a sua contemporaneidade, talvez querendo dizer com isso que esta, sendo uma história cheia de humanidade, é uma história muito actual. Nota-se um fascínio tão grande pelo texto de Sófocles que nem o “autor”, se quis desfazer de uma mesma apresentação estrutural da narrativa sofocliana. Estes são os principais temas e personagens que, devido ao que aqui apontámos sobre eles, tornam possível uma influência sua nas águas do nosso presente e, possivelmente, do futuro. É esse o poder da arte, não só representar os seus tempos, mas também influenciar o que está para vir.

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Vv. 1409. Esta ideia de começar no fim e acabar no início é explorada no Cinema. Usa-se subtilmente com o espelhar de planos similares no início e fim do filme (The Searchers; 1956), ou com o iniciar o filme numa das cenas finais (Reservoir Dogs; 1992). Contudo também existem filmes que incorporam esta ideia no seu próprio enredo, tal como fazem as narrativas sofoclianas, com especial destaque para o filme Memento (2000) de Christopher Nolan e para Arrival (2016) de Denis Villeneuve. 31

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BIBLIOGRAFIA

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Oedipus Rex; Realizado por Tyrone Guthrie; Escrito por E. S. Watling (diálogo adicional), William Butler Yeats (trad.); Oedipus Rex Productions; 1957. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ZZUCgq8LfhY&t=84s; retirado a 25/11/16. 1

Edipo Re; Escrito e Realizado por Pier Paolo Pasolini; Arco Film, Somafis; 1967. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=IR1tKhMi6rg; retirado a 20/11/16. 1

Oedipus the King; Realizado por Philip Saville; Escrito por Michael Luke e Philipe Saville, Paul Roche (trad.); Crossroads World Film Services, Universal Pictures; 1968. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=6lSMs3CSyNQ; retirado a 12/12/16.

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https://www.google.pt/search?q=movies+influenced+by+edipus+myth&oq=movies+influence d+by+edipus+myth&aqs=chrome..69i57j0l5.14983j0j4&sourceid=chrome&ie=UTF8#q=movies+influenced+by+oedipus+myth http://www.tasteofcinema.com/2015/the-15-best-movies-with-an-oedipus-complex/2/ https://en.wikipedia.org/wiki/Oedipus_Rex_(1957_film) https://en.wikipedia.org/wiki/Oedipus_Rex_(1967_film) https://en.wikipedia.org/wiki/Oedipus_the_King_(1968_film) https://en.wikipedia.org/wiki/Oedipus_Mayor https://en.wikipedia.org/wiki/Funeral_Parade_of_Roses https://en.wikipedia.org/wiki/The_Man_Who_Smiles https://en.wikipedia.org/wiki/Night_Warning https://en.wikipedia.org/wiki/Voyager_(film) http://www.filmaffinity.com/es/film739723.html http://www.locopelis.com/pelicula/9130/edipo-alcalde.html http://tvbrasil.ebc.com.br/cineibermedia/episodio/edipo-alcalde

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