Como deveria ser um advogado?

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Como deveria ser um advogado? Ad Vocatus, palavra que dá origem ao termo “advogado” carrega o sentido nobre da profissão: é aquele que é chamado para ajudar. Adjudar a quem? A quem, por ventura precisar de tal demanda. Pessoas, indivíduos, pessoas jurídicas, trabalhadores, várias formas e agrupamentos humanos (e até não humanos) precisam e reclamam pelos serviços advocatícios. Infelizmente advogados se formam aos montes e sem vocação transformando a moral, contida em seus Códigos de Ética, em formas fáceis de ganhar dinheiro. A imagem do advogado hoje não é das melhores pelos desfeitos e desmandos que conseguiram colecionar todo esse tempo. Todavia, nem tudo são espinhos. O Advogado continua sendo uma das mais indispensáveis profissões num mundo jurídico e, até mesmo, fático. Um indivíduo não pode, em muitas ocasiões, ir a juízo sem que tenha a companhia desse privilegiado “ajudante”. Ele é parte do chamado devido processo legal e da chamada ampla defesa que todas pessoas têm direito e podem contar sempre que puderem. O advogado, na verdade, é aquilo que se pode chamar de elemento essencial ao direito. Talvez caso houvesse consciência deste fato, os demais advogados pudessem suportar melhor sobre seus ombros o peso que representam. A minha escolha profissional vindoura é pela advocacia por estes motivos que a concentram em sua origem. A advocacia é a melhor propaganda para que se tenha efetivamente direito em funcionamento e em movimento. Se não existisse o contraponto advocatício ao império do Estado, de que forma far-se-ia justiça? Para o indivíduo é especial que ele conte com um ente que está constitucionalmente equiparado aos outros operadores do direito de seu lado. A libra da justiça assim fica mais equilibrada, apesar de todos os pesares práticos. Não é questão de acreditar ou de uma mera crítica vazia, sem advogados o direito seria efetivamente pobre e moribundo. É uma função de rara felicidade e providência para os que mais precisam, sobretudo em países com pobreza em graus altos como o nosso. A advocacia é um grande dosador de império e por isso tem uma função quase catártica entre o rei e o reino, serve-se de uma equiparação com uma assembleia cuja representação estabiliza e conduz bem todos os organismos possíveis da sociedade. Não é mero falatório nem articulação aquilo que digo. Até réus que sejam condenados

precisam dessa postura do advogado a seu lado. Não é fácil, mas é preciso desmistificar a questão pessoal e suas crenças do que se faz enquanto atividade. Só por este pormenor o advogado faz aquilo que ninguém se dispõe a fazer e tende a ser eficiente nisto. Ele, o advogado, não pode ser marginalizado nem discriminado dentro do meio jurídico. Enquanto mais de 50% dos estudantes de direito optam por concursos dentro ou fora da área jurídica e enxergam a promotoria e a magistratura como ápices de sua carreia, poucos, dentre os quais me incluo, se importam com a manutenção da função advogado em pleno vapor sem pretensões próximas. A advocacia e o magistério do Direito encantam-me por guardar um elemento em comum: eles deveriam ser o pórtico do Direito. O espaço através do qual se conhece e se introduz o Direito no seio da sociedade. No mais é perigoso crer que a realidade faça problemas com a maioria dos profissionais estigmatizar toda uma gama de pessoas probas e morais que escolhem a advocacia. De minha parte farei o máximo para ser bom no que faço e ajudar àqueles que vierem a meu encontro, como iniciei o texto dando a etimologia da palavra. Que assim seja.

Eustáquio Silva.

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