como escrever um PROJETO DE PESQUISA EM HISTÓRIA

June 1, 2017 | Autor: Norma Côrtes | Categoria: Historia, Metodologias de Pesquisa
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como escrever um PROJETO DE PESQUISA EM HISTÓRIA Norma Côrtes*

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m projeto de pesquisa consiste numa apresentação detalhada e sistemática das nossas intenções de investigação histórica. Nele, apresentamos nossos planos de estudo para uma banca examinadora que além de aprovar, sanciona e (se for o caso) também financia o empreendimento da pesquisa. O projeto de pesquisa, portanto, é uma espécie de diálogo entre um jovem pesquisador e a comunidade profissional na qual ele quer ingressar. Ambos conversam sobre as novas formas e possibilidades de investigação da história e, principalmente, sobre a plausibilidade dessas investidas inéditas. O problema é que todo esse diálogo possui um formato. Quer dizer, ele não é livre. E embora admita fartas doses de coloquialidade, obedece a certas regras de apresentação. Então, é exatamente isso que você vai encontrar aqui: um guia que o ajudará a confeccionar seu primeiro projeto de pesquisa1.

O objeto de pesquisa A primeira coisa a definir é seu objeto de interesse. O que você quer investigar? Essa é a mais importante interrogação do projeto. Afinal, se você não sabe o que procura, também 1

www.artesdotempo.hpg.com.br ©2003 Norma Cortes

Existe uma vasta literatura em torno desse tema, Entre outros, cf Ciro F. Cardoso Uma introdução à História. São Paulo: Brasiliense, 1981. Ver particularmente Umberto Eco Como se faz uma tese. São Paulo: Perspectiva, 1988.

não saberá interpretar o que encontrar. Portanto, ao estabelecer seu objeto de estudo, seja extremamente preciso. Esclareça o tema da pesquisa e determine o ângulo que a investigação vai assumir. Quero dizer que não basta mencionar uma época, um assunto ou um episódio. É necessário fixar com bastante precisão os limites da perspectiva que você vai adotar ao compor seu objeto de pesquisa. Não esqueça que um único fato histórico guarda múltiplas possibilidades de abordagem. Isso porque a realidade é infinita possuindo uma pletora de dimensões, sentimentos, modos de ser, interesses, aspectos, relações, tipos humanos, valores, formas de existência, graus de percepção etc, etc. Portanto, ao estabelecer qualquer fato

histórico como alvo da sua curiosidade, você também deve determinar sob que aspecto essa realidade será tratada.

Se você só tem uma vaga idéia do seu interesse de pesquisa, ainda não está na hora de escrever o projeto. Estude mais. Não existe outro meio de refinar o foco da investigação. Identifique e leia os textos clássicos que também trataram do assunto; comece a fuçar os arquivos; procure os dicionários históricos, os manuais e as boas enciclopédias; vasculhe as revistas acadêmicas e os bancos de teses; faça buscas na internet; converse com vários professores; pesquise nos catálogos das bibliotecas; levante os guias de fontes e liste a bibliografia pertinente. Enfim, pesquise o tema que você quer investigar. O projeto é anterior à pesquisa — ele apresenta, antecipa e planeja o desenrolar do trabalho envolvido na investigação histórica propriamente dita —, contudo, você só conseguirá escrevê-lo se de

antemão souber aonde quer chegar. Muito bem. Para apresentar ao leitor seu objeto de pesquisa, faça uma exposição do tema escolhido. Mesmo que se trate de um assunto para lá de batido, é necessário que você exiba seus conhecimentos sobre a questão. Por isso, inicie com uma breve contextualização histórica que narre o fato a ser investigado. Descreva-o e tente caracterizá-lo de modo que o leitor compreenda como você construiu o conjunto de preocupações que cercam seu objeto de estudo e que vão configurar sua pesquisa, tornando-a singular. Em outras palavras, exponha os passos do seu raciocínio (como você chegou até aqui) e antecipe as suas intenções de análise (em que direção você pretende avançar). Quando acabar essa parte, também se pode fazer uma lista com os objetivos da pesquisa. Dê destaque gráfico a esse item. Tal como o resumo, ele permite que o leitor reconheça rapidamente a natureza da pesquisa. Estabeleça suas metas de investigação usando os verbos no infinitivo: analisar, compreender, narrar, reconstituir, identificar, examinar, resgatar, comparar, investigar, interpretar etc...

Re-conhecendo os clássicos (revisão da bibliografia & quadro teórico) Essa parte do projeto é comumente chamada de revisão

bibliográfica ou de exposição do referencial teórico. Como sou historiadora, prefiro entendê-la tal qual uma visita de reconhecimento aos textos clássicos2 relativos ao seu assunto da investigação. Isso porque acredito que todo o

projeto de pesquisa encerra o diálogo intelectual entre uma tradição de pesquisa já consolidada e as novas investidas cognitivas. Você deve ter plena consciência disso:

seu projeto é um encontro entre os inúmeros estudos que ao longo do tempo se fixaram como paradigmas e a novidade que você pretende trazer para esse campo de conhecimento3. Mas além de expressar um elo cognoscente entre a inteligência antiga e a atual, o projeto de pesquisa em História também é um plano de investigação sobre os fenômenos do passado. Como é sabido, a História investiga o passado. Os historiadores, porém, não se lançam ao ontem saltando sobre um vácuo temporal4. Nosso regresso no tempo se realiza através do reconhecimento de toda a inteligência que ao longo da própria história foi sendo formalizada e que hoje nos aparece como uma tradição historiográfica, i.é, como um saber acumulado em torno do nosso objeto de interesse. Esta é a razão para você visitar tais textos consagrados. Afinal, eles não só transmitem informações e ensinamentos sobre os acontecimentos históricos, como 2

Encontre várias definições de textos clássicos em Ítalo Calvino. Por que ler os clássicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1993. 3

Sobre mudança dos padrões cognitivos, Thomas Kuhn. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 1974. 4

A propósito dessa noção de temporalidade, Norma Côrtes. Amnésia, o tempo

como construção. Disponível em www.artesdotempo.hpg.com.br

também e principalmente oferecem exemplos de abordagem e de configuração dos fatos. Esmiúce essas variedades cognoscentes, pois todos os livros de História exibem uma certa maneira de modelar os fatos cuja validade e força explicativa já tiveram (ou ainda têm) seu tempo e lugar. O que quero dizer é que tais obras não precisam ser lidas por guardarem a verdade, mas sim porque exprimem a mais genuína historicidade do conhecimento histórico. Então, quando for escrever o projeto, alimente o diálogo intelectual entre as suas intenções de pesquisa e os argumentos dos autores já consagrados que também trataram do assunto que hoje você quer estudar. Para isso faça um levantamento bibliográfico dos principais títulos da sua área temática. Veja bem: não basta transcrever uma lista de obras. Seja generoso e apresente as idéias desses autores lançando mão de paráfrases, citações, transcrições ipsis litteris etc para demonstrar como eles formularam e compuseram seus respectivos argumentos. É claro que não é preciso dar conta de todo o debate historiográfico que envolve seu objeto de pesquisa. Todavia, é fundamental

identificar e analisar as idéias dos principais autores que de um modo ou de outro contribuíram para formar a nossa inteligência sobre a questão. Explore mais detidamente aqueles que tenham relação direta com seu tema e demonstre por que eles servem (ou não) como seus modelos de inspiração. Caso os julgue ultrapassados — isso é bom e muitíssimo provável —, apresente os historiadores que você mais aprecia e justifique essa preferência. Quer dizer,

explique por que razões as novas abordagens (mesmo que tenham pouco a ver com o tema) tendem a ser mais adequadas à constituição do seu alvo de interesse. Enfim, tente fazer um primeiro esboço da moldura

conceitual e teórica que vai auxiliar a analisar suas fontes primárias e a compreender e compor seu objeto de pesquisa.

Mas não se afobe diante da exigência de justificar suas preferências teóricas e conceituais. Ninguém está pedindo um tratado epistemológico sobre as várias correntes historiográficas. Trata-se de algo simples, que se pode resumir na seguinte indagação: por que tal moldura teórica serve à paisagem histórica que eu quero investigar? Tenha essa pergunta em mente quando for escrever essa parte do projeto. Ela será útil para mostrar que os modelos teóricos não são escolhidos gratuitamente (logo não se pode preferir um a outro só porque aquele parece mais moderninho5) Escolhas cognitivas não são gestos livres, mas consistem em reflexões sobre o conhecimento histórico, que além de nos oferecerem um conjunto qualquer de instrumentos conceituais, são feitas em função do diálogo intelectual através do qual hoje nos aproximamos dos fatos passados. Daí que longe de ser algo postiço à sua pesquisa, a chamada moldura teórica decorre do modo como você avalia e interpreta as visões de história dos demais autores que antes de você já estudaram o mesmo assunto. (de resto, esta

é a principal razão para os reler) Por isso não adianta sacar a primeira teoriazinha que estiver por aí dando sopa. O importante é demonstrar como as novas abordagens teóricas e os seus respectivos instrumentos conceituais servem e se aplicam ao estudo, modelando o entendimento do seu objeto da pesquisa. Resumindo, siga estas instruções: a) apresente os argumentos daqueles autores que são referência obrigatória para quem quer estudar seu tema de investigação; b) mostre a ligação (positiva ou negativa) entre essa bibliografia e seus interesses de pesquisa; c) descreva o instrumental conceitual que você pretende mobilizar para interpretar seu objeto de estudo; d) explique por que razões você preferiu adotar tal modelo teórico e não um outro concorrente que eventualmente esteja disponível; e) finalmente, esclareça qual rendimento interpretativo você espera obter. Quanto a esse último ponto, não se preocupe em estabelecer hipóteses teórico-científicas. É absolutamente improvável que você consiga testar conjecturas dedutivas ou validar contra-factuais manuseando historicamente com fontes históricas; daí que nem se aborreça com isso6. Cuide apenas de antecipar as suas suspeitas de interpretação. Só lembre de mais uma coisa: a Historia não é uma ilustração comprobatória das suas convicções (sejam teóricas, políticas, religiosas ou outras). 6

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Uma bem humorada crítica a tais modismos se encontra em José Murilo de Carvalho.“Como escrever a tese certa e vencer”. O Globo, 16/12/ 1990.

Em Maria Pilar Vieira et alii. A pesquisa em História. São Paulo: Ática, 2000, p 37-53. há uma rápida diferenciação entre método e hipótese segundo a ortodoxia científica e o atual entendimento da prática de pesquisa histórica.

Metodologia e Cronograma de Atividades A escolha do método depende das suas intenções de pesquisa. Literalmente, método significa travessia, caminho7. E você só saberá definir seu caminho se previamente souber aonde vai. Insisto e repito: o mais importante é estabelecer o que você quer investigar. Todavia, não pense que é desnecessário esclarecer sua abordagem metodológica. A rigor, esta é uma das partes mais decisivas para a aprovação do projeto, pois a partir dela a banca examinadora também avalia a plausibilidade da pesquisa. Por isso, apresente uma descrição minuciosa dos procedimentos, meios, instrumentos e atividades que você julga necessários para realizar sua investigação. E depois justifique a escolha dos métodos descrevendo o tipo de evidência e de registro histórico que você vai manusear. Você vai trabalhar com quais documentos8 primários? Imagens, ou artigos de jornais? Com textos literários, ou escritos filosóficos? Vai lidar com objetos decorativos? Com pautas musicais? Ou sua pesquisa prevê a análise de processos jurídicos? Você resolveu se inspirar na microhistória e quer explorar relatos autobiográficos e diários 7

Etimologia: Méthodos. de metá 'atrás, em seguida, através' + hodós 'caminho'. Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa 1.0, São Paulo: Objetiva, 2001. 8

H-I. Marrou. “A História faz-se com documentos”,

Histórico. Lisboa: Martins Fontes, s/d.

Do Conhecimento

íntimos? Ou, ao contrário, vai mexer com documentos diplomáticos e governamentais? Seja lá o que for, não esqueça que cada uma dessas opções admite um procedimento de pesquisa distinto e você deve explicar como vai aplicá-los. Além disso, responda também: suas fontes primárias estão disponíveis em um arquivo público ou é preciso coletar dados dispersos? Como você imagina reunir e analisar esse material? Será preciso mobilizar alguma linguagem particular ou um instrumental simbólico e conceitual específico? Você está habilitado para fazer isso? E caso você queira se aproximar das personagens históricas à moda da História Oral, como planeja suas entrevistas? Enfim, descreva e justifique os procedimentos técnicos a serem adotados durante a investigação. Planeje as atividades da pesquisa em relação ao tempo disponível. É bom apresentar um cronograma (como o exemplo abaixo) para ajudar a fixar visualmente o desenvolvimento das etapas do trabalho.

Atividades levantamento das fontes e bibliográfico análise & leitura Entrevistas Redação

Meses 1 2 3 4 //////////////////

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Orçamento Em geral, o primeiro projeto de pesquisa de nossas vidas se destina à Monografia de Bacharelado que, salvo raras exceções, não obtém financiamento dos órgãos de fomento à pesquisa. Contudo, é importante saber planejar os custos de uma pesquisa. Todo empreendimento intelectual envolve gastos e recursos materiais. E em breve você vai começar a participar de concursos, concorrer a premiações e apresentar projetos para a pós-graduação. Por isso, a seguir dou uma rápida explicação sobre previsão orçamentária. O orçamento consiste numa projeção expressa em moeda corrente dos valores necessários à instalação e execução da pesquisa. Nele se cruzam duas variáveis relevantes: quanto & quando. Quer dizer, você planeja o volume e o fluxo dos gastos da pesquisa. Além disso, é necessário descrever detalhadamente a natureza dos empenhos. Para simplificar, faça uma ou mais tabelas, discriminando os vários tipos de recursos necessários e os seus respectivos valores. Depois, relacione a soma parcial desses valores com o prazo de uso ou o período de liberação das verbas. E por fim, reúna numa única tabela a consolidação orçamentária (veja exemplo anexo) cruzando todas essas informações. Só para você ter uma idéia, abaixo estão alguns itens que comumente aparecem nos projetos de pesquisa.

Cópias, reproduções, microfilmagem. Digitação, copy-desk, programação visual. Restaurações. Viagens, estadias, diárias etc. Instalação, Infra-estrutura de instalação (mesas, equipamentos e aparelhos de fax etc). material Computadores, scanner, máquinas permanente. fotográficas digitais, filmadoras etc. Papelaria, refil do material de informática, telefonia e ótica. Material de consumo Material de laboratório, reagentes químicos etc. Pagamento de serviços a terceiros

Fontes e Bibliografia A última parte do projeto é uma listagem inicial das fontes primárias e de todas as referências aos títulos da bibliografia secundária que você pretende usar durante a pesquisa e já dispõe. Não se trata de indicar apenas os poucos textos que você leu para confeccionar o projeto, mas de exibir a mais completa relação de títulos pertinentes à realização do seu estudo. Ao confeccionar essa listagem, caso não haja outra indicação específica e contrária, adote as regras da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) como padrão de

referência bibliográfica e documental9. Padronizada, uma bibliografia bem organizada também deve discriminar os vários tipos de documentação e de títulos que possui. Quer dizer, tente agrupar seus elementos por qualquer proximidade eletiva que você consiga estabelecer. Separe as fontes primárias da bibliografia secundária e apresente aquela obedecendo à ordem cronológica. Lembrese: mesmo que você trabalhe com edições posteriores, nas fontes primárias é absolutamente necessário indicar a datação original. Além de não confundir os tempos, também é de bom tom não misturar os diferentes tipos de documentação histórica. Por isso agrupe em subitens correspondentes os manuscritos, as imagens, os periódicos, os livros, as coleções jurídicas, os registros áudio e visuais etc. Depois organize a bibliografia secundária e (se for possível) adote qualquer um destes princípios como subitem: época, assunto, área disciplinar, debates teóricos, correntes e abordagens historiográficas etc. Finalmente, liste em separado o material de apoio que você também pode vir a usar (refiro-me às obras de consulta como os dicionários históricos ou etimológicos, os léxicos temáticos, atlas históricos e geográficos, as enciclopédias, tábuas cronológicas, guias etc).

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Visite o site da ABNT: www.abnt.org.br Ver também a apostila didática das professoras Maria Bernadete Alves e Susana M. Arruda Como fazer referências bibliográficas, eletrônicas e demais formas de documentos. Disponível em www.usp.br/eef/lob/md/efb128abntref2.pdf

Últimas dicas

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Simplifique. A elegância agradece. Escreva na primeira pessoa. Plural majestático é cafona. As regras de edição do projeto seguem o padrão de apresentação dos textos acadêmicos. Cause boa impressão apresentando um trabalho organizado e limpo. Projeto tem capa com autor, título, nome do orientador, instituição, cidade e ano. Nomeie o projeto considerando as intenções da pesquisa. Definitivamente, esqueça as licenças poéticas. Nem todos são sagazes para entender metáforas, ironias ou figuras de linguagem semelhantes. Seja direto e preciso. No centro da segunda folha, apresente logo um resumo do projeto com aproximadamente dez linhas; também é útil listar umas cinco palavras chaves e/ou os principais assuntos. Antes de entregar, faça uma revisão do texto. Então, elimine os excessos e declare guerra à afetação retórica e ao exibicionismo teórico bobo. Acredite: quem é bom é simples. Use a criatividade, abuse da autocrítica. Não espere que seu orientador resolva seus problemas. Mas confie nele; ele só levará seu projeto à banca examinadora se o puder defender.

Glossário Clássicos: Diz-se das obras formadoras do nosso modo de

pensar e escrever sobre um determinado assunto. Pois assim como os artistas plásticos contemporâneos não se voltam mais à natureza para pintar seus quadros — antes de mirarem as belezas naturais, retornam à tradição das formas e técnicas da pintura, elaborando suas obras como reações inteligentes às antigas práticas da representação pictórica —, os historiadores quando investigam o passado também

regressam aos clássicos para formularem seus modos de perceber e enquadrar a realidade histórica. Correntes historiográficas: Escolas de historiadores que

comungam das mesmas visões acerca do estatuto do conhecimento histórico. Mesmo sem vínculos institucionais ou forte sistematicidade, tais comunidades intelectuais partilham idéias bastante similares sobre os métodos, a natureza dos objetos, as formas da escrita, a fundamentação teórica e as práticas disciplinares da História. Como exemplos mais ou menos recentes, pode-se citar a Escola dos Annales, os historiadores ingleses próximos ao marxismo, as correntes da nova História Cultural, a Micro-História ou as inclinações hermenêuticas e pós-modernas dos atuais estudos históricos.

Documento histórico: Expressão tangível e demonstrável de

toda e qualquer manifestação da realidade e da inteligência humana. Registros textuais, objetos utilitários ou pinturas rupestres, os documentos históricos testemunham o modo de ser, viver e pensar dos homens.

Evidência histórica: veja documento e fonte primária. Fato histórico: Todo e qualquer elemento da realidade

humana cuja existência — abstrata (idéias, símbolos, sentimentos, crenças etc) ou concreta (guerras, regimes climáticos, movimentos migratórias, utensílios domésticos etc) — é historicamente explicável e compreensível.

Fonte ou bibliografia secundária: Conjunto de obras e

registros textuais, pictóricos ou sonoros produzidos numa época posterior aos fatos históricos que investigamos, mas que versam sobre esses episódios. As fontes secundárias não só narram os acontecimentos, como também exibem variações nas formas de analisar e compreender o passado. (cf. clássicos)

Fontes

primárias:

Documentação gerada no contexto histórico e produzida pelos protagonistas à época que visamos investigar. Embora os limites de duração dos contextos históricos não possam ser determinados a priori, as fontes são consideradas primárias quando são documentos originais, genuínos do período a ser pesquisado, que compartilham de um universo temático comum e da mesma ambiência social e cultural.

Anexo I Exemplo de tabela para ORÇAMENTO CONSOLIDADO

Glossário: rol de palavras que todos usam, mas como não

sabem bem os seus significados, precisam redefini-las cada vez que as empregam.

Professor orientador: criatura persecutória que faz você trabalhar.

Quadro ou moldura teórico-conceitual: Espécie de caixa de

ferramentas intelectuais que você utiliza para moldar e analisar os fenômenos históricos. A teoria consiste na disposição que divide e organiza a caixa em vários compartimentos, e os conceitos são as ferramentas propriamente ditas. A questão é saber como e quando usar tais utensílios. Afinal, chaves de fenda não servem para pregar pregos.

DESPESA

1º 2º 3º 4º semestre semestre semestre semestre AF1 AF2 AF1 AF2 AF1 AF2 AF1 AF2

TOTAL

Material de consumo Viagens, passagens, diárias e afins. Serviços de terceiros Equipamentos e material permanente TOTAL

Órgãos de fomento

VOLUME TOTAL DE RECURSOS Ano 1 Ano 2 TOTAL

(AF1) AGÊNCIA FINANCIADORA 1 (AF2) AGÊNCIA FINANCIADORA 2 *

Não entendeu? Escreva para mim: [email protected] Norma Côrtes

Historiadora, Mestre em História Social pela PUC-Rio e Doutora em Ciências Humanas (ciência política) pelo IUPERJ. É bolsista recém-doutor pelo CNPq junto ao Departamento de História e ao PPGH da UERJ, onde leciona disciplina na área de Teoria e Metodologia da História e desenvolve pesquisa sobre Nelson Werneck Sodré e João Cruz Costa.

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