Como nos afastar do precipício nuclear

June 1, 2017 | Autor: Leonam Guimaraes | Categoria: Peace and Conflict Studies, Nuclear Weapons, Nuclear Energy
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Como nos afastar do precipício nuclear Author : Leonam Guimarães - Colaborador Voluntário Sênior Categories : ANÁLISES DE CONJUNTURA, Sociedade Internacional Date : 30 de junho de 2016

As relações entre a Rússia e algumas potência ocidentais tem se degradado nos últimos anos a níveis históricos da Guerra Fria. As esperanças de uma cooperação sustentada e abrangente têm diminuído significativamente e a concorrência e cooperação seletiva se tornaram o atual padrão de relacionamento. O principal objetivo para os próximos anos deveria ser limitar o potencial de incidentes militares perigosos que podem escalar fora de controle. Nesse sentido, a Federação Russa e as potências ocidentais precisam se afastar da beira do precipício em que se encontram e, para tanto, esses países necessitam gerenciar melhor seu relacionamento conflituoso, pois a contenção e o diálogo são agora mais necessários do que nunca. O terceiro relatório da Comissão “Deep Cuts” recomenda a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e à Rússia uma série de medidas de controle de armas e de construção de confiança, a fim de evitar uma exacerbação ainda maior da situação. Ele contém quinze recomendações fundamentais e identifica uma série de medidas adicionais que poderiam ajudar a resolver os problemas de segurança mais graves na Europa, sobretudo ao longo da fronteira entre a Rússia e os Estados membros da OTAN na área do Báltico, a fim de evitar uma maior exacerbação da cada vez mais tensa e perigosa 1/3

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relaçãohttp://www.jornal.ceiri.com.br entre a Rússia e essas Potências. Este relatório apresenta 15 recomendações para ajudar a resolver os problemas de segurança mais graves na Europa, aumentando a transparência e previsibilidade nuclear dos EUA e da Federação Russa. Elas incluem: A fim de reduzir as preocupações de segurança atuais na área do Báltico, a OTAN e a Rússia deveriam iniciar um diálogo sobre possíveis medidas de mútua restrição. Todos os Estados deveriam aderir ao Ato Fundador OTAN-Rússia. O diálogo deve ter por objetivo reforçar a segurança de todos os países da região do Báltico, abrangendo compromissos recíprocos e verificáveis. Um regime de controle de armas sub-regional poderia consistir de elementos de intertravamento, como compromissos com restrições e limitações, bem como um mecanismo de resposta e prevenção de incidentes sub-regional. À luz dos perigos crescentes de incidentes militares entre a Rússia, os Estados Unidos e outros Estados membros da OTAN, norte-americanos e russos devem reavivar um diálogo sobre medidas de redução de riscos nucleares, capazes de enfrentar em tempo real os riscos colocados pelos diferentes tipos de emergências. Os EUA e a Federação Russa poderiam considerar a criação de uma Célula Conjunta de Prevenção e Comunicações de Incidentes Militares, com uma ligação telefônica direta entre os Estados-Maiores norte-americano, russo e o QuartelGeneral Supremo das Potências Aliadas na Europa da OTAN. Tal célula poderia estar ligada a uma novo Centro Europeu de Redução Riscos, a ser estabelecido em paralelo. Os Estados participantes do Tratado “Open Skies” devem prestar mais atenção ao seu funcionamento contínuo. Eles devem reforçar a sua operação, dedicando recursos equivalentes à atualização dos equipamentos de observação. Os participantes da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) devem considerar medidas para a aplicação do princípio da não intervenção nos assuntos internos. Para este efeito, a OSCE poderia criar uma Comissão que analisasse cuidadosamente a questão de um ponto de vista legal e explorasse as possibilidades de um novo mecanismo, baseado nessa própria organização. Além disso, os Estados da OSCE devem se preparar para um esforço de longo prazo, levando a uma conferência, como a de Helsinki, com o objetivo de revigorar e fortalecer os princípios orientadores da segurança da Europa. Os Estados Unidos e a Rússia devem se comprometer a tentar resolver as questões de conformidade das partes com o Tratado sobre Forças Nucleares de alcance intermediário (INF), completando o diálogo diplomático em curso com conhecimentos técnicos, seja por convocação da Comissão de Verificação Especial ou de um grupo de peritos bilateral. Mais adiante, ambos devem abordar a questão de complementar o Tratado, tendo em conta os desenvolvimentos tecnológicos e políticos que ocorreram desde sua entrada em vigor. Os Estados Unidos e a Rússia devem abordar os efeitos desestabilizadores da proliferação de mísseis de cruzeiro com armas nucleares, acordando medidas específicas de fortalecimento da confiança. Juntamente com outras nações, eles 2/3

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devem enfrentar os desafios da proliferação horizontal de mísseis de cruzeiro, http://www.jornal.ceiri.com.br reforçando as restrições do Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis e endossando a inclusão de mísseis de cruzeiro de ataque terrestre e veículos aéreos de combate não tripulado no Código de Conduta contra a Proliferação de Mísseis Balísticos. Moscou e Washington devem conter seus programas de modernização de suas forças nucleares, mantendo-se dentro dos limites do novo START, e agir de acordo com a intenção do Tratado. Os Estados Unidos devem renunciar ao desenvolvimento do LRSO e a Rússia deveria retribuir, desativando novos ALCMs com armas nucleares. Os Estados Unidos devem mostrar moderação nas novas implantações de mísseis balísticos, que precisam ser consistentes com a sua política de defesa contra ameaças limitadas. A OTAN necessita seguir com seu compromisso de adaptar as suas implantações de mísseis balísticos, de acordo com a redução das ameaças de proliferação. A Federação Russa e os Estados Unidos devem trabalhar para as primeiras discussões sobre uma possível extensão do Tratado de Redução de Armas Estratégicas, sendo capazes de prever reduções a um nível de 500 veículos de lançamento posicionados e 1.000 ogivas estratégicas durante a próxima década. Estes debates precisam explorar opções para a troca de medidas de contenção recíproca e devem abordar outras questões de interesse mútuo no âmbito de um amplo debate combinado sobre a estabilidade estratégica. Além destas recomendações, os peritos identificam uma série de medidas adicionais que possam promover a confiança e manter o foco no objetivo de um maior desarmamento nuclear. O Relatório completo está disponível online. ----------------------------------------------------------------------------------------------Imagem (Fonte): https://en.wikipedia.org/wiki/Russia–United_States_relations ----------------------------------------------------------------------------------------------Fonte Consultada: Avaliação de Leonam dos Santos Guimarães: Doutor em Engenharia, Diretor de Planejamento, Gestão e Meio Ambiente da Eletrobrás Eletronuclear e membro do Grupo Permanente de Assessoria do Diretor-Geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

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