Compreensão do video Circle of Life

August 21, 2017 | Autor: Adriana Marinho | Categoria: Fenomenología
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Produção escrita de minha compreensão do filme: "Circle of life" de Lars Nilssen e da Feira de Criatividade, ambas atividades oferecidas na disciplina de teoria fenomenológica existencial da personalidade lecionada pela professora Josélia Quintas

Adriana Carla Marinho Pereira Schulten*


Qual o significado de tudo isso para nossa vida? Ocupei-me durante as últimas semanas em pensar sobre o que a feira de criatividade e o filme "circle of life" representaram para nós da turma e particularmente para mim como pessoa. Tentei pelo caminho da percepção compreender essas atividades num contexto de um "Dasein in der Welt"...Ser-no-mundo e experienciar minhas diversas condições humanas com o outro Ser que está lançado como Eu neste mundo de possibilidades.
Durante o passar do vídeo, fui anotando o que eu ia percebendo naquele momento, principalmente as coisas que mais me afetavam e tocavam. Primeiramente o raiar de um dia de inverno, onde a natureza ia se acordando aos poucos para recepcionar as pessoas que por aquele parque transitam diariamente. Ao ver as árvores "despidas" de suas folhas nesta estação e a caída da neve silenciosa relembrei-me dos quinze invernos que vivi na Alemanha na região norte-vestfálica e bateu aquela saudade e vontade de estar passeando naquele parque para contemplar a chegada da estação fria! Mas, daí então, passei a escutar a melodia repetitiva do violão que me levava a comtemplar as esculturas de diversos formatos que estampavam sentimentos tanto de alegria quanto de tristeza achando interessante ver em esculturas de granito, bronze a pluralidade do ser humano na criança, no adulto e no idoso.
Aquelas tantas esculturas vistas naqueles 12 minutinhos me levaram a reconhecer algumas de nossas condições humanas como a solidão, a felicidade, a liberdade, a morte, a existência, a culpa e outras que estão ali constantemente me circulando e que eu posso a qualquer momento percebê-las e vivenciá-las de algum modo e em intensidades que caberão a mim escolher no decorrer de minha existência. Naquele momento as pessoas no vídeo puderam estar contribuindo com sua existência convidando-nos a nossa própria reflexão do nosso Aqui e agora.
O anoitecer e o raiar do dia fechavam o círculo de uma estação dando espaço para a chegada de uma nova. Esta com suas características peculiares como as flores e tulipas representando a primavera, a água, que reporta uma sensação de frescor e vida no verão quente e as diversas tonalidades (amarela, laranja, vermelha) das folhas que caem no outono. Isso me dá a sensação de que somos limitados numa devida temporalidade.
O que mais me chamou a atenção foram as pessoas do vídeo e como se comportavam, se vestiam, se divertiam, agiam...elas estavam em seus diversos modos de SER! Tive a sensação que as ações de movimento dessas pessoas eram vividas na intensidade daquele momento, assim como eu refletia durante o vídeo numa espécie de diálogo silencioso comigo mesma. Ao mesmo tempo percebia-me dentro de um espaço acadêmico com meus colegas de sala de aula que estavam também em busca de suas reflexões. Algumas esculturas e formas de agir das pessoas que pude ver rapidamente no vídeo, me fizeram associar temáticas que abordamos durante o curso como gênero e sexualidade, desejo de consumo, papel da família, fases da vida desde a nossa infância, vínculos, sofrimento humano, conflitos...etc.
Um momento que eu achei especial foi quando deu para ver o parque arquitetônico de Oslo de uma perspectiva do ar. Com a vista do alto as figuras humanas esculpidas parecem estar tão sintonizadas e as largas avenidas instigam a ver o leque de possibilidades do nosso caminhar corajosamente no labirinto da vida. Também esse olhar de cima, me passa uma impressão de conforto espiritual de um saber subjetivo de que devo ser responsável pelo sentido de minha existência e que passarei por diversos caminhos por onde terei de tomar coragem de decidir a escolha de minha condição como ser livre. Para mim é bom saber que Deus está em tudo que transcende e que me auxilia no arrecadar forças para tomar minhas próprias decisões enquanto a finitude de minha existência no mundo não chega, pois estou consciente de que o círculo de minha vida, e minhas possibilidades de SER no mundo tem seu limite e este chama-se morte.
Mas, como sou ainda um Ser de possibilidades, que ama a sua existência estando consciente de que vivencio e vivenciarei a angústia em face desse Eu Ser também Para Morte, achei a atividade da feira de criatividade bastante adequada para dar início a uma pré-reflexão sobre o meu Ser- com- o- outro -no -mundo. Na feira tivemos diversas maneiras de trabalhar o Como fazê-la. Os pensamentos foram chegando e pudemos sair do mundo da teoria, desse nosso funcionamento de sempre tentar responder aos Porquês de nossa existência de forma científica, ou seja, fugimos dos padrões do Ser apenas racional e Ser apenas realidade.
Assumimos o risco de compreender a nossa condição humana de FELICIDADE dentro de um grupo formado por cinco singularidades e depois no conjunto de pelo menos outras trinta personalidades e tive o maior prazer em experienciar novos modos de meu agir no mundo e de ver no desenvolvimento do trabalho o modo do outro que chamo de TU.
Um dos momentos importantes para mim foi essa troca entre o Eu e o TU numa vivência limitada de grupo. Cada um de nós também pôde Ser, digamos que "irrigado" pela chuva como as figuras humanas do vídeo para uma percepção de que somos seres de RELAÇÕES e que teremos constantemente de submeter-nos a uma vivência de sociedade para tocar para frente o nosso projeto existencial. Acho que é na possibilidade de nos impormos qualquer uma dessas condições humanas em nossas vidas que começamos a abordar na feira de criatividade que expressamos formas de sobreviver. O sentido da feira para mim agora foi o de proporcionar uma percepção de somos todos lançados ao mundo, metaforizando o parque como tal mundo a que somos lançados como pessoa. E estamos alí e agora no centro desse mundo, como aquele obelisco de grande altura também está. Estou existindo suportando estações frias e quentes, tempestades e ventos fortes, mas também sentindo a suave brisa da primavera. Tudo vai depender de minha luta pela minha existência nesse elo humano e de minha capacidade de transcender de minha vida cotidiana e dessa minha repetição cíclica.
Gostaria de concluir minha breve produção agradecendo a oportunidade de estar podendo sair daquele enfoque Corpo e Mente para poder compreender o sujeito na sua construção de GESTALT(Figura) existencial criando uma visão e aplicando a nós mesmos os questionamentos de que nunca estamos prontos e que estamos constantemente em um processo e que minha personalidade dentro desse mundo, se torna num modo meu de Ser que é relativo e circunstancial. Aguardo ansiosa novas intervenções acadêmicas que nos levem a um diálogo cheio de tonalidades em que todos na sala de aula aprimorem sua capacidade de espacializar no tempo, cada um dentro de suas singularidades e de suas dimensões históricas.

*Estudante do curso de Psicologia no 5 Período pela Faculdade Frassinetti do Recife, FAFIRE.

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