COMPROMISSO COM VALORES UNIVERSAIS – UMA QUESTÃO DE SOBREVIVÊNCIA PARA TODOS (EMPRESAS, PESSOAS E GOVERNOS)

June 7, 2017 | Autor: Gisiela Klein | Categoria: Responsabilidade Social Empresarial RSE, Terceiro Setor
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Programa de Mestrado Profissional em Administração Disciplina: Administração Pública, Estado e Sociedade Professora: Clerilei Aparecida Bier Aluna: Gisiela Hasse Klein Seminário 5 – 08/04/2015 Perguntas 1. A autora Maria Célia Paoli é bastante crítica com relação à responsabilidade empresarial social e o terceiro setor por estarem submetidos à racionalidade econômica. Mas o aperfeiçoamento da gestão organizacional para padrões socialmente responsáveis, a fim de que sejam sustentáveis no longo prazo, não é uma racionalidade econômica nos dias atuais? 2. O terceiro setor opera com elementos da livre iniciativa como agilidade e eficiência no uso de recursos. Essa lógica é aplicável quando se fala em garantia de direitos fundamentais como saúde, trabalho, dignidade humana e até a vida, principalmente de populações mais vulneráveis?

COMPROMISSO

COM

VALORES

UNIVERSAIS



UMA

QUESTÃO DE SOBREVIVÊNCIA PARA TODOS (EMPRESAS, PESSOAS E GOVERNOS)

Valores universais como honestidade, justiça e compaixão deveriam, incontestavelmente, permear qualquer relação humana.

Não há ambiguidade neste

desejo. Mesmo assim, é fato que injustiça, exploração e crueldade estão presentes nas relações humanas desde que conhecemos nossa própria história. Nas empresas e governos não seria diferente. Empresas e governos são feitos por pessoas para pessoas. São instituições vivas que carregam toda sorte das sutilezas humanas. Proponho partimos desta premissa para analisarmos a responsabilidade social das empresas no Brasil. Paoli1 faz duras críticas ao empresariado afirmando que “a racionalidade econômica dos interesses privados deve comandar bem mais a filantropia empresarial do que o compromisso ético com a sociedade”. A afirmação pode ser respaldada na realidade de muitas empresas brasileiras. A chamada Responsabilidade

1

(Paoli, 2003)

Empresarial Social (RES)2 tem sido usada por muitas empresas na melhoria da sua imagem pública, na valorização da reputação e das ações da empresa e no aumento da motivação e produtividade dos empregados, relegando a responsabilidade social a uma estratégia de marketing (Alessio, 2003). Outra crítica à RES é quanto à substituição do papel do Estado. Cabe ao Estado a implantação das políticas públicas que garantam o desenvolvimento de todos e o respeito aos direitos fundamentais. A filantropia empresarial estaria diretamente ligada à ausência do Estado, transformando cidadãos de direito em receptores de favores e generosidades (Paoli, 2003). Uma conclusão otimista a que podemos chegar, no entanto, é de que somente o fato de haver uma pressão social para que as empresas sejam mais éticas e comprometidas com seus stakeholders é sintoma de uma sociedade civil mais organizada e participativa (Kliksberg, 2009). A racionalidade econômica mostra que a sobrevivência de uma empresa depende de todo o conjunto no qual ela está inserida. Se todos ganham, todos gastam. Se todos gastam de forma sustentável, haverá ganhos a longo prazo para todos. A

consciência

dos

cidadãos

(empresários,

empregados,

acionistas,

consumidores...) sobre a finitude dos recursos e da necessidade do equilíbrio social é a principal força estruturante para a RES. Essa consciência também deu origem a outra instituição nos tempos atuais – o chamado terceiro setor. Compreendem o terceiro setor todas as entidades que não fazem parte da máquina estatal, não visam lucro e não se afirmam com discurso ideológico, mas sim sobre questões específicas da organização social. (Naves, 2005)

As organizações não governamentais (ONGs) surgem quando o poder central revela-se inacessível aos interesses da população e a política deixa de ser o único caminho para o exercício dos direitos. Num primeiro momento, as ONGs aparecem no seio da sociedade civil ligadas a questões ambientais, direitos do consumidor e direitos das minorias. Logo, passam a ser financiadas por empresas que veem vantagens em se 2

(Kliksberg, 2009)

unir a determinadas causas (interesses econômicos, credibilidade junto ao consumidor, aos empregados e à comunidade...). O fato é que as ONGs passam a desempenhar papel de força junto a governos, representando os interesses de grupos da população. Esperase que possam cumprir papel transformador, propondo novas formas de tornar as políticas públicas mais eficientes e capazes de abarcar os direitos de todos. Esse cenário, que tende à publicização dos interesses privados, com cidadãos mais ativos e organizados em rede, pode ser pautado por valores como honestidade, justiça e compaixão ou por cobiça, exploração e injustiças. Educar os jovens e conscientizar os adultos para valores positivos pode resultar em empresas e governos éticos, transparentes e socialmente responsáveis. BIBLIOGRAFIA Alessio, R. (dezembro de 2003). Responsabilidade social das empresas no Brasil: reprodução de posturas ou novos rumos? Revista Virtual Textos & Contextos. Kliksberg, B. (2009). Una Agenda Renovada de Responsabilidad Empresarial para America Latina. En Publicación. Naves, R. (2005). Terceiro Setor. Novas posssibilidades para exercício da cidadania. In: J. P. Pinsky, História da Cidadania (pp. 564-583). São Paulo: Contexto. Paoli, M. C. (2003). Empresas e responsabilidade social: os enredamentos da cidadania no Brasil. In: B. d. Santos, Democratizar a democracia: os caminhos da democracia participativa (pp. 373-418). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

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