Comunicação para a Cidadania e Popularização da Ciência: os Desafios da Divulgação da Ciência e da Extensão Universitária. In: Prêmio Jovem Extensionista 2014

Share Embed


Descrição do Produto

Universidade Federal do Pará Pró-Reitoria de Extensão

Prêmio Jovem Extensionista

Jornada de Extensão 2014

Direitos Humanos & Tecnologia

Prêmio Jovem Extensionista Editoração eletrônica Érika Maia Lima José Ailton Faro de Noronha Felipe Leite Nazareth José Peixoto da Costa Neto Editor Mauro José Guerreiro Veloso Maria Bernadete Souto do Nascimento Catalogação Jane do Socorro Sampaio

Maria Bernadete Souto do Nascimento Contatos Fone: 3201-8391 e 3201-7260 e-mail: [email protected]

Pró-Reitoria de Extensão da UFPA Endereço: Rua Augusto Corrêa, 1 Cidade Universitária Prof. José da Silva Netto – Campus Básico Telefones: (91) 3201-7260, 3201-8391, 3201-8812 e-mail: [email protected] © Direitos de cópia/copyright 2014 Por/by PROEX/UFPA

ISSN 2176-7246

Belém - PA 2014

Universidade Federal do Pará Pró-Reitoria de Extensão Reitor Carlos Edílson de Almeida Maneschy Vice-Reitor Horácio Schneider Pró-Reitor de Administração Edson Ortiz de Matos Pró-Reitora de Ensino de Graduação Maria Lúcia Harada Pró-Reitor de Extensão Fernando Arthur de Freitas Neves Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação Emmanuel Zagury Tourinho Pró-Reitora de Planejamento Raquel Trindade Borges Pró-Reitoria de Desenvolvimento e Gestão de Pessoal Edilziete Eduardo Pinheiro de Aragão Pró-Reitor de Relações Internacionais Flávio Sidrim Nassar

Coordenação Geral Fernando Arthur Freitas Neves Coordenação Executiva Mauro José Guerreiro Veloso Leonardo José Araujo Coelho de Souza José Maia Bezerra Neto Coordenação Multicampi Carlos Alberto Cordeiro e Neide Lobão (Bragança) Luiz Marcelo de Lima Pinheito (Breves) Doriedson Rodrigues (Cametá) Assunção José Pureza Amaral (Castanhal) Coordenação Acadêmica Maria Bernadete Souto do Nascimento, Jane do Socorro Sampaio, Thaís do Socorro Carvalho, André Luís Moraes, Jânio Maciel da Silva, Renata Andrade, José Peixoto Neto, Coordenação Serviços Ana Maria Barbosa Sena, Salomy Lobato, Tatiana de Melo Castelo Branco Sauma Coordenação Cultural Leonardo José Araujo Coelho de Souza, Antônio Cândido Neto, Odete Barbosa Gonçalves Coordenação de Comunicação Ailton Faro, Pedro Loureiro, Joana Sena, José Peixoto Neto, Dayanne Eguchi, Fernanda Libdy, Lucas Muribeca, João Loureiro, Lidia Saito Coordenação de Infra Estrutura e Logística Antônio Cândido, Maria Vilma Figueredo, Silvana Nascimento, Nélio Borges de Sousa, Kátia Limão, André Moraes, Rosângela Nunes, Cláudia Nóvoa Coordenação Tecnologia da Informação Érika Maia Lima, Robson Santos Silva, Priscila Sayuri Lameira, Suelen Braga Brabo, Felipe Leite de Nazareth Apoio Jânio Maciel da Silva, Renata Andrade, Carina Pereira, Maria da Graça Brito, Gedson Thiago Borges, Heliny da Silva Nogueira, Tatiany dos Reis

SUMÁRIO

1- Laboratório de Engenhocas no Ensino Médio de Tucuruí-PA: Incentivando a Formação de Futuros Engenheiros 2- Comunicação PARA a Cidadania e Popularização da Ciência: Os Desafios da Divulgação da Ciência e da Extensão Universitária 3- Libras e Cultura Surda: Identidade e Espaço para Comunicação 4- Estado Nutricional e Promoção de Alimentação Saudável Em uma Escola Pública da Cidade de Belém/PA 5- Laboratório de Desenvolvimento de Ideias Tecnológico 6- Ações Interdisciplinares: Possibilitando o Direito à Saúde na Terceira Idade da Comunidade Bom Jesus I, Belém-PA 7- Arqueologia e o Público no Engenho do Murutucu 8- PRADIME: Uma Proposta de Capacitação de Dirigentes Municipais de Educação 9- Caápuam do Combú – Autoavaliação da Saúde e Morbidade Referida pela População Ribeirinha do Arquipélago do Combú no Município de Belém – PA 10- O Cotidiano de Familiares de Pacientes Internados na UTI 11- Curso de Solidworks - Desenvolvimento de Desenhos 2D e 3D Voltado para Discentes de Engenharia e Para Alunos do Ensino Médio 12- Contribuição com a Vigilância Epidemiológica em Doença de Chagas no Estado do Pará 13- Programa de Capacitação em Regularização Fundiária de Interesse Social: Movimentos Sociais e Efetivação do Direito Humano à Moradia 14- Projeto Infância em Tela: Debatendo Direitos por Meio da Arte Cinematográfica 15- Empoderando Escolas Públicas de Belém-PA para o Enfrentamento da violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes Através de uma Educação com Viés em Direitos Humanos

3

LABORATÓRIO DE ENGENHOCAS NO ENSINO MÉDIO DE TUCURUÍ-PA: INCENTIVANDO A FORMAÇÃO DE FUTUROS ENGENHEIROS Educação e Meio Ambiente Patrícia Mota Milhomem Universidade Federal do Pará – Campus de Tucuruí (UFPA – CAMTUC) Autores: Patrícia M. Milhomem; Diorge de Souza Lima RESUMO Sabe-se que a engenharia se destaca por ser uma das profissões mais antigas, no entanto o seu desenvolvimento permanece de grande relevância para o progresso econômico e até mesmo sustentável de uma nação. Desta maneira, necessita-se da constante qualificação de profissionais para este segmento. Todavia, um dos obstáculos para adquirir tais resultados imprescindíveis no mercado de trabalho, está relacionado com à imensa dificuldade encontrada em diversas escolas públicas aos níveis fundamental ao ensino médio em incentivar os alunos a familiarizem-se com as matérias exatas, relevantes para a eficiência no decorrer da graduação em engenharia. Dessa forma, o presente artigo tem por objetivo demonstrar as atividades desenvolvidas pelos alunos do ensino médio participantes do projeto Laboratório de Engenhocas no Ensino Médio, sendo o projeto desenvolvido pelo Programa de Extensão Laboratório de Engenhocas localizado na Universidade Federal do Pará/Campus Tucuruí, o mesmo tem como intuito aprimorar a metodologia de ensino e aprendizagem e incentivar os alunos a profissionalizarem-se em uma das áreas da engenharia. Nessa perspectiva o projeto está sendo executado na escola estadual de nível médio Rui Barbosa, onde se trabalha diretamente com um grupo de alunos a execução de projetos científicos, com o intuito de aproximá-los da universidade. Dessa forma, o projeto já conquistou alguns resultados, dentre eles, trabalhos finalistas na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE12) e aprovações de alunos em cursos de engenharia. Palavras-chave: Ensino Médio, Atividades Experimentais, Engenharia.

INTRODUÇÃO A engenharia é uma das mais antigas e importantes profissões do mundo, através do seu conhecimento o homem foi e é capaz de produzir e construir estruturas até então duvidosa aos olhos humanos. Além disso, sua relevância deve-se ao desenvolvimento econômico e social de um país, por isso o que se observa atualmente no mercado brasileiro é uma grande 4

demanda por profissionais qualificados nesse segmento, ou seja, profissionais capazes de trabalharem em equipe, que possuem atitude pró-ativa na resolução de problemas reais, consigam absorver e aplicar novas tecnologias desenvolva cultura empreendedora baseada na inovação tecnológica, responsabilidade socioambiental, ter bons conhecimentos teóricos especializados, treinamento em pesquisa, boa comunicação oral e escrita e pensamento inovador ao longo da vida profissional (LEHMANN, 2008 e SILVA, 2011). Entretanto, o que se observa é uma decadência na formação de engenheiros qualificados no Brasil decorrente na sua maioria do processo de ensino-aprendizagem. Conforme Campos et al., (2011) os currículos dos atuais cursos de engenharia no Brasil, estão estruturados de modo que os conhecimentos estão compartimentados em disciplinas estanques, não dão conta dessas demandas em razão multidisciplinaridade da formação exigida do engenheiro nos dias atuais. Outro motivo que justifica essa escassez de engenheiros qualificados está correlacionado ao Ensino Médio onde os alunos não são incentivados a gostar das matérias exatas, relevantes para a eficiência no decorrer da graduação em engenharia. Em vista disso, o presente artigo possui como objetivo demonstrar o trabalho que vem sendo realizado na Escola Estadual de Ensino Médio Rui Barbosa através do projeto “Laboratório de Engenhocas no Ensino Médio”, realizado pelo Programa de Extensão Laboratório de Engenhocas do Campus de Tucuruí. Onde já se obteve vários resultados e vem sendo realizadas várias atividades, como a realização de diversos treinamentos para aperfeiçoar a comunicação entre outras habilidades, simultaneamente a aptidão para as ciências exatas, a metodologia de ensino e aprendizagem, para posteriormente poderem adquirir eficiência ao ingressarem nas universidades. METODOLOGIA Como meio de levar para além dos limites da universidade a metodologia implantada pelo Laboratório de Engenhocas (UFPA-CAMTUC), ou seja, o desenvolvimento de atividades científicas que despertam nos alunos a afinidade às engenharias utilizando-se de uma metodologia que aborda conceitos físicos, químicos e matemáticos através da criação de experimentos com materiais reutilizáveis e/ou de baixo custo, além de ressaltar com os mesmos a conscientização da responsabilidade socioambiental (Silva, 2012). No ano de 2013 foram selecionados sete alunos da escola estadual de Ensino Médio Rui Barbosa para incentivá-los a obterem um nível superior em um curso de engenharia.

5

Almejando a conquista desse objetivo, várias atividades já foram executadas e outras continuam em andamento, a começar pela própria seleção dos bolsistas onde os mesmos participaram de um treinamento desenvolvido por integrantes do Laboratório de Engenhocas do CAMTUC, docentes e discentes da UFPA – Campus Tucuruí, ao término do treinamento os alunos apresentaram um experimento sendo possível analisar individualmente suas habilidades. Desenvolveram-se também relatórios científicos sobre o experimento apresentado, nesta fase foi realizado um minicurso para redações científicas e a ambientação na utilização de ferramentas computacionais, com intuito de inicialmente aprimorarem a caligrafia e ortografia. Desde a criação das equipes, definiu-se que os alunos do nível médio deveriam passar por todos os projetos desenvolvidos pelo Programa de Extensão Laboratório de Engenhocas do Campus Universitário de Tucuruí (CAMTUC), sendo estes: Engenhatube Camtuc, Jogoteca Tucunaré, Introdução a Nanotecnologia e Supercondutividade, Feira de Ciências e Introdução a Robótica, como já o fizeram. No ano de 2012 os alunos participantes do projeto, realizaram a II Feira de Ciências da Escola Estadual Rui Barbosa e desenvolveram projetos de pesquisa que foram apresentando na FEBRACE 12. Durante esse ano de 2013 as atividades continuam em andamento, foram selecionados mais alunos para participarem do projeto na escola Rui Barbosa, houve também treinamento de Metodologia Cientifica e como realizar e organizar uma Feira de Ciências para os professores e alunos da presente instituição como também da escola estadual Ribeiro de Souza, nesta ocasião, ocorreu a participação do Professor Gilberto Silva organizador da Feira de Ciências do Moju - Pa uma das Feiras credenciadas a FEBRACE, o mesmo, ministrou palestras de Iniciação Científica e relatou sobre a sua experiência na organização e realização de feiras científicas e a importância no desenvolvimento desses eventos para o progresso científico e tecnológico do país. Os alunos estão organizando a III Feira de Ciências da Escola Rui Barbosa, assim como a Feira Regional do Município de Tucuruí. Os mesmos estão desenvolvendo vários projetos de pesquisa como “O Iogurte Medicinal” onde será acrescento ervas medicinais na composição do mesmo, o outro projeto é o “Meu Peixe” onde irá utilizar as carcaças dos peixes de peixarias da região para ser acrescento como adubo orgânico na horta escolar, além dos projetos utilizando arduínos, o intuito é apresentar esses projetos na III Feira de Ciências da Escola Estadual Rui Barbosa assim como ser submetidos para a FEBRACE 13.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

6

Desde o início do projeto já foram realizadas várias atividades com o intuito de motivarem os bolsistas pelas disciplinas fundamentais em um curso de engenharia, como matemática, física e química. Essa motivação deve-se principalmente pelo desenvolvimento de projetos que utilizam materiais alternativos, como também da aproximação e interação entre eles e a universidade. A título de informação foi realizado um debate com os bolsistas a respeito do andamento do projeto, a influência do mesmo na sua carreira profissional, as habilidades desenvolvidas e adquiridas até então e como gostariam que fossem ministradas as aulas de física, química e matemática na sua escola, além de opinarem a respeito do papel do professor e do aluno. O debate foi surpreendente, os alunos agradeceram pela oportunidade concedida, outros relataram que antes de participar do projeto não refletiam a respeito de prestar vestibular, mas após executar algumas atividades e se aproximar do ambiente universitário, começaram a se planejar e dedicar a maior parte do tempo para estudar, com intuito de obter bons resultados no vestibular. Outros enfatizaram o seu desenvolvimento na comunicação com o público, que atualmente apresentam os trabalhos escolares com mais segurança e determinação. No entanto, o comentário enfatizado com unanimidade foi referente às aulas de exatas todos argumentaram a relevância de relacionar a teoria com a prática, pois assim haverá motivação e dedicação dos alunos em aprender ciência em geral. Outros foram mais adiante em relatar que a prática da experiência facilita o entendimento dos fenômenos físicos e químicos que acontecem no cotidiano. Além, de tornar as aulas mais prazerosas, uma vez que as experiências podem ser apresentadas com caráter lúdico. Para comprovar a eficácia do projeto foi encaminhado ao Prêmio Jovem Cientista no ano de 2012 o projeto de pesquisa realizado pelos bolsistas do Colégio Rui Barbosa, cujo título “Índices da qualidade da água em bairros de Tucuruí – Pa – Criação de um Filtro Ecológico”. Os alunos do projeto também submeteram relatórios à FEBRACE 12, onde obtiveram 3 projetos finalistas, sendo eles: “Implantação de um Aquecedor Solar de Baixo Custo na Amazônia”, “Proposta de produção de um gerador de Van de Graaff de baixo custo destinado ao laboratório multidisciplinar da EEEM Dep. Raimundo Ribeiro de Souza”, “Qualidade da água na zona urbana de Tucuruí e a proposta de criação de um filtro de baixo custo”. Para as discentes de graduação orientadoras do projeto, as mesmas conseguiram publicar o artigo “Uma abordagem de ensino-aprendizagem baseada na proatividade dos alunos de ensino médio em Tucuruí” publicado em anais do XLI Congresso Brasileiro de

7

Educação em Engenharia - COBENGE – 2013 (MILHOMEM et al., 2013), como também no International Symposium on Project Approaches in Engineering Education – PAEE 2014 através do artigo “Estratégias Ativas de Aprendizagem Aplicadas em Escola de Ensino Médio na Região Amazônica” (MILHOMEM, et al., 2013).

CONCLUSÃO Nessa perspectiva o intuito do trabalho foi demonstrar a iniciativa do Programa de Extensão Laboratório de Engenhocas junto aos professores das escolas estaduais do município de Tucuruí que almejam fomentar nos alunos a vontade de obter o nível superior em um curso de engenharia. REFERÊNCIAS LEHMANN,M; CHRISTENSEN,P.; du, x. E thrane, t (2008). Problem oriented and project based learning as an innovative learning strategy for sustainable development in engineering education. European journal of engineering education, v. 33, n. 3, pp. 281- 293. CAMPOS, L. C., DIRANI, E. T., & MANRIQUE, A. L. (2011). Educação em Engenharia. Novas abordagens. (p. 280). São Paulo: EDUC. MILHOMEM, Patrícia M., BEZERRA, Waldson M., SOUZA, Daniel A., FONSECA, Wellington d., BARROS, Fabrício B. (8-9 de July de 2013). Aplicando a metodologia PBL na região Amazônica para incentivo ao Estudo em Engenharia. International Symposium on Project Approaches in Engineering Education - PAEE 2013. MILHOMEM, Patrícia M., SILVA, Jéssica L M., LIMA, Diorge de S., FONSECA, Wellington da S. Uma abordagem de ensino-aprendizagem baseada na proatividade dos alunos de ensino-médio em Tucuruí. In: Anais do XLI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO EM ENGENHARIA. Gramado – RS: UFRGS, 2013. SILVA, D. C. (novembro de 2012). Laboratório de Engenhocas: Incentivando a formação de engenheiros com o uso de experimento de baixo custo na Amazônia. XV Jornada de Extensão da UFPA, pp. 1-6. MILHOMEM, P. M., DIORGE S. L., FONSECA, W. d., BARROS, F. B. & CARDOSO, M. N., (8-9 de July de 2013). Estratégias Ativas de Aprendizagem Aplicadas em Escola de Ensino Médio na Região Amazônica. International Symposium on Project Approaches in Engineering Education - PAEE 2014.

8

COMUNICAÇÃO PARA A CIDADANIA E POPULARIZAÇÃO DA CIÊNCIA: OS DESAFIOS DA DIVULGAÇÃO DA CIÊNCIA E DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA Área Temática: Comunicação Responsáveis pelo Trabalho: Kleyton Silva Orientação: Profa. Dra. Rosane Maria Albino Steinbrenner Unidade Acadêmica: Instituto de Letras e Comunicação (ILC) Nome dos Autores: Kleyton Silva1; Lidyane Albim2; Tarcízio Macedo3 RESUMO: O presente trabalho é uma síntese das atividades e resultados que envolvem a comunicação estratégica para o fortalecimento da cidadania, por meio da popularização da Ciência e da Extensão Universitária, realizados pelo projeto de extensão da Faculdade de Comunicação (FACOM), da Universidade Federal do Pará (UFPA) intitulado Comunicação para a Cidadania e a Popularização da Ciência, que integra as ações da Agência Cidadã de Comunicação da FACOM. Foram realizadas ações para três eventos: o 9º Colóquio de Fotografia e Imagem; o Seminário Nacional "Rádios Comunitárias para Todos os Povos"; e o 6º Congresso Brasileiro de Extensão Universitária (CBEU). Foi possível perceber nas ações desenvolvidas o enorme desafio que em especial a popularização da Extensão enfrenta para dar visibilidade a um setor permeado por escassez de informações e de recursos, que ainda muito carece de reconhecimento institucional e social. Palavras-chave: Comunicação Estratégica; Extensão Universitária; Popularização da ciência. INTRODUÇÃO Promover o diálogo inclusivo e democrático entre saberes por meio da comunicação estratégica. Esta ideia, em síntese, foi o que moveu a articulação do projeto “Comunicação para a Cidadania e a Popularização da Ciência, aprovado em Edital Transversal, como ação integrada e segunda etapa da Agência Cidadã de Comunicação, projeto desenvolvido por alunos e professores da Faculdade de Comunicação da UFPA. Neste resumo, o que buscaremos apontar é , primeiramente, o contexto epistemológico no qual se situam as tensões e desafios da divulgação científica e da própria Extensão Universitária em si, principal foco das ações desenvolvidas pelo projeto de junho de 2013 à junho de 2014. Na sequ6encia, apresentaremos os resultados obtidos e as perspectivas e dilemas enfrentados. 1

Graduando do 8º semestre de Comunicação Social, habilitação em Jornalismo, da Universidade Federal do Pará. Graduando do 6º semestre de Comunicação Social, habilitação em Jornalismo, da Universidade Federal do Pará. 3 Graduando do 6º semestre de Comunicação Social, habilitação em Jornalismo, da Universidade Federal do Pará. 2

9

Racionalidade científica e senso comum O que moveu durante séculos a chamada ciência moderna foi o modelo de racionalidade, surgido a partir da revolução científica do século XVI e melhor desenvolvido nos séculos seguintes, no qual o domínio permaneceria concentrado nas ciências naturais. Quando tal modelo de racionalidade aproximou-se das ciências sociais emergentes do século XIX, tornando-se global, impõem-se uma fronteira visivelmente vigiada para tentar se defender de duas formas de conhecimento não científico, intrusas e desnorteadoras (consideradas irracionais): o senso comum e os estudos humanísticos ou humanidades (SANTOS, 1987, p. 10). Essa característica da ciência moderna fez com que um novo paradigma surgisse, o de uma ciência pós-moderna que, ao contrário de sua antecessora, sabe que nenhuma forma de conhecimento detém a racionalidade em si própria, que só é possível alcançá-la por meio do diálogo com as várias formas de conhecimento, sobretudo o saber comum, que orienta as ações e confere sentido às vidas. É sabendo disso que essa ciência pós-moderna procura reconhecer o senso comum, procurando nele virtualidades para compreender a nossa relação com o mundo. O dever da divulgação científica é o de “sensocomunizar” a ciência, popularizá-la e traduzir o conhecimento científico para um saber prático, em um autoconhecimento que se deve transcrever em sabedoria de vida, acessível a qualquer pessoal, pois, conforme Souza, “todo conhecimento científico visa constituir-se em senso comum” (1987, p. 55), convertendo-se em um benefício social compartilhado com a sociedade. Ao analisar a relação de trabalho entre os camponeses e o agrônomo, ao qual foi atribuída a função de “extensionista”, o pesquisador Paulo Freire (1983) afirmou que objetivo da extensão “não é estender suas mãos, mas seus conhecimentos e suas técnicas”, e de que só há sentido se a presença humana for levada em consideração. O mesmo conceito se aplica à educação, uma vez que o conhecimento adquirido dentro das Universidades não pode ser guardado a sete chaves, mas compartilhado e edificado com a participação da comunidade. É nesse sentido que o projeto Comunicação para a Cidadania e a Popularização da Ciência, que integra as ações da Agência Cidadã de Comunicação da Faculdade de Comunicação da UFPA, buscou promover a divulgação da ciência e das atividades extensionistas, visando ao fortalecimento da cidadania. A Agência Cidadã de Comunicação é um projeto de Extensão da Universidade Federal do Pará que, em sua fase inicial, em 2012, surgiu com o propósito de implantar os conceitos de Comunicação

Institucional

em

empreendimentos

econômicos

solidários

(agenciacidadaufpa.blogspot.com.br) e, assim, promover a transformação social que é o centro da Extensão Universitária. Após essa primeira fase, voltou-se à elaboração e ao desenvolvimento do

10

planejamento da comunicação para a cidadania e a popularização da ciência, constituindo um projeto específico para este fim, aqui apresentado, e que atuou efetivamente na comunicação estratégica de dois eventos nacionais e um local: o 9º Colóquio de Fotografia e Imagem, em junho de 2013; o Seminário Nacional "Rádios Comunitárias para Todos os Povos", em novembro de 2013; e o 6º Congresso Brasileiro de Extensão Universitária (CBEU), evento nacional realizado pela UFPA, em maio de 2014. Os eventos acima tiveram como foco central a popularização das atividades relacionadas à atividades científicas ou extensionistas, dentro ou fora da universidade. Sobre esse assunto, é importante pensar qual o propósito que se pretende alcançar, já que, conforme Marcelo Germano (2006) há diferentes formas de se abordar a temática científica, cujos termos são frequentemente tratados como se fossem análogos: vulgarização da ciência, divulgação científica, alfabetização científica e popularização da ciência. O foco que adotamos aqui é a popularização científica, cujo objetivo é colocar a ciência “no campo da participação popular e sob o crivo do diálogo com os movimentos sociais”, ou como explica o autor,“é convertê-la ao serviço e às causas das maiorias e minorias oprimidas numa ação cultural que, referenciada na dimensão reflexiva da comunicação e no diálogo entre diferentes, oriente suas ações respeitando a vida cotidiana e o universo simbólico do outro” (GERMANO, 2006, p. 20). Entende-se, portanto, que, para aproximar os saberes tradicionais e acadêmicos, é preciso adotar uma linguagem que seja compreensível a ambos para a construção de um conhecimento único e edificante. MATERIAL E METODOLOGIA A equipe, formada por alunos do Curso de Comunicação Social – Jornalismo e Publicidade e Propaganda - um bolsista, três voluntários regulares e cerca de dez voluntários episódicos durante os eventos, tanto da FACOM/UFPA quanto do Curso de Jornalismo da FAP/Estácio - centrou-se na organização comunicacional de três eventos principais destacados a seguir, desenvolvendo o planejamento e a execução da comunicação estratégica em vários suportes midiáticos – material impresso, audiovisual e on line (site e redes sociais). Para atender o princípio da comunicação integrada que prevê a participação de várias áreas da comunicação em organizações (KUNSH, 2003), o projeto estabeleceu parceria com a Oficina de Criação, laboratório extensionista do curso de Publicidade e Propaganda da Faculdade de Comunicação da UFPA. 9º Colóquio Fotografia e Imagem: Autografias A Associação Fotoativa foi o primeiro evento para o qual o projeto desenvolveu ações de comunicação institucional, visando à realização da 9ª edição do Colóquio Fotografia e Imagem, 11

que ocorreu de 19 a 22 de junho de 2013. Optou-se pelo uso de ferramentas comunicacionais em diversas mídias, priorizando as de mídias digitais (texto, áudio e vídeo em redes sociais na internet). Os bolsistas participaram de oficinas de formação e treinamento em comunicação, buscando-se especialmente a popularização da ciência, a partir dos objetivos e públicos-alvo. Seminário Nacional "Rádios Comunitárias para Todos os Povos" Promovido pela Associação Mundial de Rádios Comunitárias - AMARC Brasil, o seminário foi realizado em 29 de agosto de 2013, abordando o direito à comunicação de populações indígenas, comunidades tradicionais e em áreas rurais do País e assim garantir o acesso pleno à comunicação desses grupos. Foram desenvolvidas as ações de administração das redes sociais; cobertura fotográfica e audiovisual; identidade visual e peças (banner; cartaz; backdrop); clipping; release; convite virtual; estrutura; produção; assessoria; edição. 6º Congresso Brasileiro de Extensão Universitária – CBEU Realizado pela Pró-Reitoria de Extensão da UFPA, a sexta edição do Congresso Brasileiro de Extensão Universitária (CBEU) foi o terceiro e mais maior cliente do projeto. A ação foi voltada à prestação de assessoria institucional ao evento nacional, realizado entre 19 e 22 de maio de 2014, em Belém.O congresso, que reuniu cerca de 4 mil participantes, teve como tema os “Diálogos da Extensão: saberes tradicionais e inovação científica” e permitiu a socialização e troca de experiências, bem como contribuiu para a elaboração de estratégias para o futuro da Extensão Universitária no Brasil. A Agência Cidadã, como projeto matriz, integrou a Comissão de Comunicação do 6º CBEU, com o apoio da Proex e Instituições parceiras. As ações promovidas objetivaram a visibilidade e promoção da Extensão Universitária, dentre elas, destacam-se a elaboração do plano de Comunicação; releases; produção do conteúdo do site; criação e administração das redes sociais digitais; convite virtual; produção de boletins quinzenais; organização de pré-eventos; publicação de matérias veiculadas nos jornais locais com produção de fotografias; levantamento de contatos de Instituições de Ensino Superior do Brasil para a construção do mailing do projeto; levantamento de publicações sobre o evento em sites e consequente produção de matérias sobre algumas dessas publicações. RESULTADOS E DISCUSSÃO É importante ressaltar que a participação como bolsistas e voluntários no projeto Comunicação para a Cidadania e Popularização da Ciência/Agência Cidadã nos possibilitou desenvolver o tripé ensino-pesquisa-extensão, dando-nos a oportunidade de vivenciar mais especialmente a realidade da Extensão Universitária. Foi possível perceber que há, nesse aspecto, um longo caminho a se percorrer, já que a comunicação pública das ações da Extensão está

12

contingenciada por desafios estruturais que desvendam um cenário de precariedades, marcado por dificuldade de acesso à informação, escassez de publicações específicas sobre o tema, bem como pelo baixo investimento financeiros no setor4. A experiência mostrou o enorme desafio e, portanto, a relevância da comunicação estratégica para a superação de certa invisibilidade institucional, e consequentemente, social, que afeta a Extensão Universitária no país. Este trabalho pode e deve contribuir para refletir-se sobre o processo de ensino-aprendizagem e o papel da comunicação na sociedade para popularizar a ciência e engrandecer o conhecimento tradicional. Dentre os resultados obtidos pelo projeto, destaca-se ainda a contribuição para a obtenção da premiação do 9º Colóquio Fotografias e Imagens que levou o primeiro lugar na terceira edição nacional do edital Conexão Artes Visuais, promovido pelo Ministério da Cultura, Fundação Nacional de Arte e Petrobrás. CONSIDERAÇÕES FINAIS Fortalecer a cidadania por meio da popularização da ciência é uma tarefa que exige dedicação contínua. A Extensão Universitária em especial, foco central das ações do projeto aqui apresentado, ainda carece de investimentos financeiros, reconhecimento institucional e visibilidade social, porém esbarra na dificuldade primeira de escassez de informações oficiais sobre o setor – há censos sobre o Ensino e a Pesquisa no país, mas ainda nada integrado e sistematizado nacionalmente sobre a Extensão no Brasil - além de poucas publicações específicas da área. O papel que o projeto de Comunicação para a Cidadania e Popularização da Ciência, vinculado à Agência Cidadã, buscou justamente articular a construção de um conhecimento mais acessível, que respeite e contribua para o reconhecimento da necessidade do diálogo entre os saberes científico e tradicionais para a transformação social. REFERÊNCIAS FREIRE, Paulo. Educação e mudança. 11. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. FREIRE, Paulo. Extensão ou Comunicação? Disponível em Acesso em: 22 set. 2014. GERMANO, Marcelo Gomes. Popularização da Ciência: uma revisão conceitual. Disponível em Acesso em: 22 set. 2014. KUNSCH, Margarida M. Krohling. Planejamento de relações públicas na comunicação integrada. São Paulo: Summus, 2003. STEINBRENNER, Rosane Maria Albino. Projeto “Agência Cidadã de Comunicação”. Belém, No prelo 2010. SANTOS, Boaventura de Sousa. Um discurso sobre as ciências. Lisboa: Edições Afrontamento, 1987. 4

O aumento em 2015 do valor de recursos destinados ao principal edital financiador da Extensão no Brasil - o Programa de Extensão Universitária (ProExt 2015), com um montante total estimado em R$ 85 milhões - significa em si um avanço nas políticas públicas para a extensão, porém ainda pequeno se comparado aos investimentos em pesquisa no país – R$ 2,2 bilhões em 2013, somente de recursos do CNPq - e longe de atender às demandas da extensão universitária no Brasil.

13

Título: Libras e cultura surda: identidade e espaço para comunicação

Área Temática Principal: Comunicação/Educação Coordenador (a): Prof. Francisco Arimir Alves Cunha Filho Unidade Acadêmica: Campus do Marajó Breves Autora: Renata Kelly Palha Modesto

Resumo: O projeto Libras e cultura surda: identidade e espaço para comunicação tem como meta desenvolver atividades que permitam criar hábito ligados à cultura surda que, ao longo do tempo, estabeleçam, resolutamente, um espaço interacional e físico para a livre manifestação da língua brasileira de sinais. O mesmo se define, inicialmente, como, desenvolvendo práticas pedagógicas que insiram a comunidade acadêmica e citadina nessa nova forma de comunicação gestual. Mais a frente, lança-se à criação espontânea e marcada de práticas efetivamente comunicativas que possam se desenrolar no Campus do Marajó Breves. Os discentes do curso de Letras tem demonstrado grande interesse por essa nova forma de comunicação e se conscientizam que se trata de uma maneira de incluir o sujeito desprovido da audição, promovendo inclusão social. Ao contar com esses elementos e intenções, elaboram-se estratégias por meio de materiais didáticos, constituição de aulas e momentos culturais que promovam a expansão do número de sujeitos falantes de Libras e desenvolvam competência comunicativa gestualmente. Palavras-chave: LIBRAS – comunidade surda – educação especial – inclusão

INTRODUÇÃO O projeto “Libras e cultura surda: identidade e espaço para comunicação” tem como objetivo promover a Língua Brasileira de Sinais no Campus do Marajó Breves para comunidade acadêmica e geral, assim como desenvolver práticas pedagógicas adequadas para formar sujeito usuário de LIBRAS. Tenciona-se, igualmente, com essa ação envolver os discentes do curso de letras para atuarem como professores de LIBRAS, e iniciar a criação de material didático no formato de língua estrangeira voltado para falantes ouvintes que queiram aprender LIBRAS. Neste afã, incluir os sujeitos surdos da cidade é um dos nossos grandes objetivos, para isso haverá a promoção de manifestações artísticas em LIBRAS como teatro e música pelos alunos que participarem de nosso projeto.

14

Com isso, pretende-se materializar os objetivos acima na forma das seguintes ferramentas: - o registro de padrões metodológicos de ensino no que se refere a LIBRAS; - a promoção de um espetáculo que reúna, no mínimo, três peças de teatro em LIBRAS para comunidade surda; - a publicação de pelo menos 02 (dois) artigos sobre a prática pedagógica de LIBRAS para o público ouvinte; - o início de produção de um livro didático com o suporte de registro visual (vídeo).

MATERIAL E METODOLOGIA O nosso lócus de trabalho para o atendimento ao público e as reuniões entre a equipe técnica ocorre nas dependências do Campus do Marajó – Breves, voltado para comunidade em geral do Município de Breves e sua comunidade acadêmica, na forma de 60 vagas. Apresentamos a seguir as etapas ou fase que farão parte do nosso plano de trabalho a fim de conseguirmos contemplar os objetivos já acima mencionados: FASE 1:      

Encontros entre o coordenador e equipe de monitores; Seleção dos Discentes; Explicitação do projeto e sua execução; Discussão do embasamento teórico norteador das práticas didáticas; Estabelecimento das primeiras turmas de LIBRAS, ECLEB e período regular; Procedimento efetivo das aulas

FASE 2:     

Escolha de elenco e intérpretes de música; Definição das peças; Elaboração de relatórios ao final de cada Etapa; Ensaios das apresentações artísticas; Apresentação de das peças em LIBRAS.

FASE 3:      

Reuniões para discussão e avaliação das dinâmicas e procedimentos pedagógicos; Leitura de texto da área metodológica e de base comunicativa e acional; Produção de artigos que discutam a realidade pedagógica de LIBRAS; Iniciar a produção do livro didático de LIBRAS; Divulgação dos Resultados Apresentação de Relatório Final do Projeto

15

Essas três fases se desenrolarão na corrente do tempo, assumindo a seguinte configuração cronológica para o ano de 2014: Janeiro: Início da Fase 1 e Fase 2 Definição dos Discentes voluntários que farão parte da Equipe técnico-pedagógica do projeto; estabelecimento da orientação teórica, diretrizes do projeto e a divisão de atividades para cada membro integrante; início das oficinas de LIBRAS a começar pelo ECLEB. Preparação para implantação dos cursos livres para o período regular. Definição de espaço e horários para realização dos cursos livres junto a Administração do Campus. Início da escolha de elenco e de narrativas a serem desenvolvidas na forma de teatro. Fevereiro: Continuação da fase 1e fase 2- Divulgaremos na mídia local do oferecimento de 60 vagas para o curso livre gratuito de LIBRAS. Abertura para o procedimento de matrícula e lotação de turmas. Fechamento dos conteúdos e das competências a serem desenvolvidas. Início do funcionamento das aulas do curso livre de LIBRAS. Definição do roteiro da história e adaptação para linguagem gestual para primeira peça.

Março: Continuação da fase 1, fase 2 e início da fase 3- para o mês acima planejam-se 08 aulas, com duração de 2h/a cada, para cada uma das três turmas montadas. No final do mês, acontecerá nossa primeira reunião sobre o desenrolar das atividades e as discussões sobre a condução das aulas programadas para o mês corrente. Daremos inicio às proposições sobre a montagem e confecção do livro didático para ouvintes desejosos de aprenderem LIBRAS. Definição do roteiro da história e adaptação para linguagem gestual para segunda peça. Abril: Continuação da fase 1e fase 2 - para o mês acima planejam-se 09 aulas, com duração de 2h/a cada, para cada uma das três turmas montadas. Procederemos com as primeiras avalições juntos aos alunos que fazem parte das turmas do curso livre. As aulas passarão a ter um registro audiovisual para fins de reflexão no mês vindouro. Definição do roteiro da história e adaptação para linguagem gestual para terceira história. Maio: Continuação da fase 1, fase 2 - para o mês acima planejam-se 08 aulas, com duração de 2h/a cada, para cada uma das três turmas montadas. Continuaremos a registrar as aulas no formato audiovisual visando discutirmos algumas possibilidades de melhorar as interações em sala. Procederemos com o ensaio das três peças de teatro em linguagem de sinais. Para isso, reservaremos o auditório do campus ou alguma sala para a passagem de falas e adaptação ao espaço, levando em consideração a montagem de cenário.

16

Junho: Continuação da fase 1, fase 2 e fase 3- para o mês acima teremos um número reduzido de aulas haja vista ser um mês com vários festejos. Planejam-se 04 aulas, com duração de 2h/a cada, para cada uma das três turmas montadas. Na segunda quinzena do mês, acontecerá nossa segunda reunião sobre o desenrolar das atividades e as discussões sobre a condução das aulas programadas para o mês corrente. Definiremos as avaliações para finalização do primeiro nível de LIBRAS. Retomaremos as proposições sobre a montagem e confecção do livro didático para ouvintes desejosos de aprenderem LIBRAS. Apresentaremos nosso espetáculo teatral para o público que vivencia a cultura surda Agosto: Retomada da Fase 1 e Fase 3: Neste mês, o curso livre de LIBRAS se encontra em recesso. O tempo será aproveitado para retomarmos alguns aspectos apresentados no ano de 2013, dando ênfase as metodologias que, de fato, contribuíram para desenvolver competência comunicativa em língua de sinais. Traçaremos os rumos para novas turmas do curso livre, reunindo os alunos do ano anterior e abrindo novas turmas. Discutiremos os caminhos que devem tomar o nível 2 de um curso livre de LIBRAS. Partiremos para as gravações que comporão os diálogos formadores das primeiras lições de nosso livro didático.

Setembro: Continuação da Fase 3: Aproveitaremos o momento de recesso para agilizarmos um pouco mais a confecção de nosso material didático para isso vamos precisar contar com a estrutura mínima de instrumentos de captação de imagem e edição. Coletaremos todo o material possível para já realizarmos alguma divulgação na instituição e fora dela. Produziremos um artigo que tratará dessa questão do ensino de LIBRAS para alunos ouvintes. Outubro: Continuação da Fase 1: Divulgaremos a reabertura, na mídia local, para oferecimento de 40 vagas para o curso livre gratuito de LIBRAS. Procederemos novamente com as matrículas, lotação de turmas e fechamento dos conteúdos e das competências a serem desenvolvidas. Reinicia-se o funcionamento das aulas do curso livre de LIBRAS. O curso livre oferecerá para cada turma 4 aulas de 2h/a para cada turma já que retomaremos as aulas efetivamente na segunda metade do mês acima. Iniciaremos o processo de produção de um sarau musical com interpretação da música em linguagem gestual.

Novembro: Continuação da Fase 1e Fase 2: Para o mês acima planejam-se 08 aulas, com duração de 2h/a cada, para cada uma das três turmas montadas, podendo aumentar essa oferta dependendo da demanda de alunos. No final do mês, acontecerá nossa primeira reunião do ano corrente para analisarmos o desenrolar das atividades e as discussões sobre a condução das aulas programadas para o mês corrente. Retomamos a produção de mais duas lições para confecção de nosso livro didático. Depois da escolha do repertório, inicia-se o ensaio para a execução do sarau de LIBRAS programado para o mês de junho. 17

Dezembro: Continuação da Fase 1 e Fase 2: Para o mês acima planejam-se 08 aulas, com duração de 2h/a cada, para cada uma das três turmas montadas. Continuaremos a registrar as aulas no formato audiovisual visando discutirmos algumas possibilidades de melhorar as interações em sala. Intensificaremos os ensaios para a execução das músicas no Sarau já que a sua realização se dá no mês vindouro. Para isso, reservaremos o auditório do campus ou alguma sala para a adaptação ao espaço, levando em consideração a montagem de cenário. Janeiro: FASE 3 - Reuniões para avaliação da Equipe Técnica e das práticas pedagógicas dos Discentes Voluntários; Elaboração de Relatório de Projeto; Divulgação dos Resultados e do livro didático em caráter experimental, com a participação da comunidade participante no projeto.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Nível de ensino 1º nível 2º nível Total

Nº de turmas 5 1 6

Nº de alunos 100 20 120

Durante o desenvolvimento do projeto participaram mais de 120 pessoas, como demonstrado na tabela acima, pessoas tanto do meio acadêmico quanto da comunidade que ao decorrer do curso obtiveram a competência comunicativa em LIBRAS, afirmando os objetivos desejados do projeto, visto que os participantes entraram no projeto sem nenhum conhecimento em LIBRAS. Os alunos que tiveram bons resultados no nível 1(um) passaram para o nível 2(dois), como previsto na metodologia do projeto. A metodologia usada nas aulas pelos monitores no nível 1, se baseia em trabalhar situações cotidianas onde os diálogos serão apresentados em LIBRAS, o objetivo das aulas não é o aluno aprender sinais isolados e sim contextualizados em situações reais. Os materiais usados são apostilas de LIBRAS, além de construção de diálogos gravados pelos monitores, teatros e outros, sempre seguindo a proposta do ensino ser através de apresentação de situações cotidianas.

18

No nível 2(dois) trabalhamos gramática de LIBRAS e os diálogos são mostrados em vídeos gravados pelos monitores responsáveis, além de construção autônoma de diálogos pelos alunos. A avaliação de desenvolve em duas fazes tanto para o nível 1 quanto para o nível 2, o participante tem que entender a mensagem em LIBRAS, então é passado uma situação em Libras e os participantes têm que escrever a mensagem entendida, em seguida, o participante tem que mostrar que consegue passar uma informação

apresentando uma situação em

LIBRAS. O projeto não se desenvolve de forma fechada, sempre os monitores socializam com os alunos sobre o desenvolvimento das aulas, pois é importante a opinião dos alunos, pois assim averiguamos se os objetivos estão sendo alcançados.

CONCLUSÃO O projeto tornou-se muito importante, pois o público maior são pessoas da comunidade, visto que na cidade tem um número significativo de pessoas surdas e a necessidade e importância do ensino/aprendizagem da LIBRAS se faz necessário para interação com esses indivíduos. Muito tem que ser feito em relação à inclusão do surdo no contexto social, partindo do principio que a língua de sinais é de fundamental importância para que isso ocorra, com a ação do projeto, não só ensinamos a Libras para afins comunicativos, mas estamos contribuindo para que o surdo possa ter com quem interagir podendo assim agir como sujeito social. De acordo com os resultados e metas construídas, percebemos que os objetivos foram e estão sendo alcançado, quando percebemos nas aulas as pessoas que não sabiam nada de Libras inicialmente, construírem discursos mesmo pequenos de forma autônoma. A experiência em participar desse projeto está sendo muito importante para meu amadurecimento profissional, em vista que minha área de atuação é LIBRAS, além de poder está compartilhando meus conhecimentos adquiridos na academia com a comunidade.

19

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDERSON, Y. 1994. A língua de sinais e cultura dos surdos'. Palestra proferida no VI Encontro Nacional de Pais e Amigos de Surdos - ENPAS / IV Encontro Nacional dos Surdos. Rio de Janeiro. BAGNO, M. 2001. Norma linguística. São Paulo: Loyola. BROWN, H. D. 1994. Principies of language learning and teaching. San Francisco, Prentice Hall. CALVET, L.-l. 2001. Três espaços linguísticos perante os desafios da mundialização. Colloque international, Paris, 20 et 21 mars. Organization Internationale de la Francophonie, OEI, União Lati- na, SEC1B, CPLR p. 244-5. ELLIS, R. 1999. Learning a second language through interaction. Studies in Bilingualism, 17. Amsterdam/Philadelphia, John Benjamins. FELIPE, T. A. 2001. LIBRAS em contexto: curso básico. Livro do estudante. Brasília, Ministério da Educação/Secretaria de Educação Especial. FENEIS. 1999. 'Grupo de Pesquisa de LIBRAS e Cultura Surda Brasi- leira da FENEIS'. Revista da FENEIS. ano 1, n. 3, julho/setembro, p. 8, 14-15. FERNANDES, E. 2002. Linguagem e surdez. Porto Alegre, Artmed. FERRE1RA-BRITO, L. 1995. Por uma gramática de línguas de sinais. Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro. FINOCCHIARO, M. &C. BRUMFIT. 1983. The functional-notional approach: form theory to practice. Oxford, University Press. FODOR, J. 1983. The modularity of mind. Cambridge, Mass., MIT/Bradford Press. GÓES, M. 1996. Linguagem: surdez e educação. Campinas, Autores Asso- ciados. HYMES, D. 1979. 'On communicative Competence'. In BRUMFIT, C. J. & K. IOHNSON (orgs.). The communicative approach to language teaching. Oxford, University Press. PIMENTA, N. 2001. 'Oficina-palestra de cultura e diversidade'. Anais do Seminário do INES, 19 a 21 de setembro. SKLIAR, C. (org) 1997. Educação e Exclusão: Abordagens sócio-antropológicas em educação especial. Porto Alegre: Mediação. ____ 1998. A surdez: um olhar sobre as diferenças. Porto Alegre, Mediação.

20

ESTADO NUTRICIONAL E PROMOÇÃO DE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL EM UMA ESCOLA PÚBLICA DA CIDADE DE BELÉM/PA

Área Temática: Nutrição e Saúde Pública Orientadora: Claudia Daniele Tavares Dutra Unidade Acadêmica: Faculdade de Nutrição (FANUT) – Instituto de Ciências da Saúde (ICS)- Universidade Federal do Pará (UFPA)

Autores: Fabrício Medeiros, Amanda Laís Ferreira de Moraes, Reiko Sayuri Yokosawa Carneiro Silva

Resumo A obesidade infantil é um problema de saúde pública, que pode desencadeiar várias problemas de saúde à vida adulta. Objetivo: realizar a avaliação nutricional e promover ações de educação alimentar e nutricional aos escolares de uma escola pública do município de Belém-Pará. Método: estudo transversal, com participação de todas as crianças matriculadas no 2º ao 5º ano, do ensino fundamental. Para a coleta de dados foi utilizado um protocolo semiestruturado para avaliação dos dados sociodemográficos e realizado a aferição das medidas antropométricas (peso e estatura). O estado nutricional foi avaliado conforme os índices P/I e IMC/I. Para promoção da educação nutricional foram realizadas palestras, dinâmicas e atividades lúdicas. Resultados: Foram avaliados 512 escolares, na faixa etária entre 7 a 16 anos, sendo 49,6% meninas e 50,4% meninos. Na análise da avaliação do estado nutricional observou-se que a maioria dos escolares apresentou: E/I adequada (95,7%) e IMC/I adequado (64,6%). A magreza foi identificada com um percentual baixo entre os escolares (IMC/I= 2,0%). Entretanto foi observado 33,5% (IMC/I) de excesso de peso. As ações educativas foram realizadas com os escolares de forma lúdica e interativa. Conclusão: Observou-se que a maioria dos escolares apresentou estado nutricional adequado, entretanto foi observado um percentual considerável de excesso peso. Estes resultados servem de incentivo à implantação de políticas públicas que possam promover a educação alimentar e nutricional e reduzir a prevalência de doenças crônicas na vida adulta.

Palavras-chave: Estado nutricional, Escolares, promoção da saúde

21

Introdução

A obesidade infantil é um problema de saúde pública, pois frequentemente se estende à vida adulta, além de estar associada a outras situações adversas como hipertensão, dislipidemias, inflamação crônica, hiperinsulinemia e outras doenças, assim como profundas consequências psicossociais (PADEZ, 2004). Seu manejo nesta fase da vida pode ser ainda mais difícil, pois está relacionada à mudança de hábitos, a disponibilidade dos pais, além da falta de entendimento da criança quanto aos danos da obesidade (MELLO, LUFT & MEYER, 2004). O comportamento alimentar dos indivíduos é construído por meio das relações sociais, inicialmente com a família e depois, na escola. Embora os hábitos alimentares estejam condicionados às práticas familiares, a escola é um espaço importante de socialização e de construção do conhecimento do cidadão, constituindo-se um espaço privilegiado para a formação dos hábitos alimentares mais saudáveis (VARGAS & LOBATO, 2007). Assim, deve ocupar papel de destaque em relação à orientação de hábitos alimentares, por meio de incentivo de políticas públicas e ações da iniciativa privada com o intuito de modificar o quadro atual de obesidade dos escolares (COSTA, CINTRA & FISBERG, 2006). Este trabalho tem como objetivo realizar a avaliação nutricional e promover ações de educação alimentar e nutricional aos escolares de uma escola pública do município de Belém-Pará.

Metodologia Estudo transversal, desenvolvido em uma escola pública da rede municipal de ensino da cidade de Belém/PA. Participaram do estudo todas as crianças matriculadas no 2º ao 5º ano, do ensino fundamental. Para a coleta de dados foi utilizado um protocolo semiestruturado para avaliação dos dados sociodemográficos. Foram estudados: sexo (masculino e feminino), idade (dividida em faixas etárias de 7 a 9 anos, crianças; e de 10 a 16 anos, adolescentes) e escolaridade. As características antropométricas foram determinadas a partir da aferição de peso e estatura. Sendo o peso aferido em balança digital da marca SECA® e a estatura em estadiômetro vertical portátil da marca ALTUREXATA®, com precisão,

22

respectivamente, de 50 gramas e 1mm. Foi utilizado o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC) para classificação do estado nutricional em baixo peso, adequado, sobrepeso e obesidade, sendo estes analisados por meio dos indicadores, Estatura para Idade (E/I) e IMC para Idade (IMC/I), conforme as recomendações da Organização Mundial de Saúde (2007) . A variável excesso de peso foi constituída pela somatória dos dados de sobrepeso e obesidade. Para análise dos dados foram utilizados os programas WHO AnthroPlus versão1.0.3, Epi Info versão 3.5.2 e Bioestat versão 5.0, foi considerado valor de p≤ 0,05 e Intervalo de Confiança de 95%. Para as ações de educação alimentar e nutricional foram convidadas as crianças diagnosticadas com alteração do estado nutricional e seus respectivos pais. As ações educativas constaram de palestras e dinâmicas, atividades lúdicas e aulas interativas.

Resultados e Discussão Foram avaliados 512 escolares do ensino fundamental do 2º ao 5º ano, na faixa etária entre 7 a 16 anos, correspondendo, no total, a 49,6% meninas e 50,4% meninos. Foi observado que 58,2 % eram crianças e 39,9 % adolescentes. Na análise da avaliação do estado nutricional observou-se que a maioria dos escolares apresentou: E/I adequada (95,7%) e IMC/I adequado (64,6%). A magreza foi identificada com um percentual baixo entre os escolares (IMC/I= 2,0%). Entretanto foi observado 33,5% (IMC/I) de excesso de peso (Tabela 1), com diferença estatística entre os sexos (p
Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.