Comunidade bacteriana do solo associada ao cultivo de palma forrageira sob diferentes manejos químicos

July 6, 2017 | Autor: A. J de Souza | Categoria: Pesticides, Ecolotoxicology and enironment
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Comunidade bacteriana do solo associada ao cultivo de palma forrageira sob diferentes manejos químicos Adijailton Jose de Souza , Bruno Augusto Phromann Tschoeke , Francis Henrique Tenório Firmino , Jéssica Rafaella de Sousa Oliveira , Júlia Kuklinksy-Sobral , Cesar Auguste Badji 1

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Graduando em Agronomia, UFRPE – UAG. [email protected] Prof. Adjunto IV UFRPE/UAST [email protected] Prof. Adjunto IV UFRPE/UAG [email protected]

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Resumo: Nas condições de semiárido da região nordeste do Brasil a palma forrageira é uma planta que tem uma importância significativa na atividade da pecuária nessa região. Sendo largamente cultivada para fins de alimentação de bovinos, caprinos e ovinos. O trabalhou objetivou avaliar os efeitos de manejos químicos recomendados da cochonilha do carmim sob a microbiota do solo cultivado com palma forrageira. Foram coletadas amostras compostas de solo próximo da raiz das plantas de palma, logo em seguida as amostras foram submetidas em solução tampão salina (0,85% de NaCl), e mantido sobre agitação durante 40 minutos a uma rotação de 120 rpm, e logo após foram inoculados 100μL da suspensão em placas com meio de cultura TSA 10% acrescido, e incubados á 28ºC por 48 horas. Observou-se que houve uma variação nas unidades formadoras de colônias (UFCs) por grama de solo entre 5,6 x 108 e 1,7 x 1011 UFC/g. O tratamento que apresentou maior quantidade de unidades formadoras de colônias foi o T4 (Thiamethoxam), com uma densidade bacteriana de ordem 1,7 x 10 11 unidade formadora de colônias por grama de solo, já os tratamentos T2 (Thiamethoxam + Lambda-Cialotrina) e T5 (Detergente) foram os que se mostraram com uma densidade populacional total inferior ao encontrado no controle, seus respectivos valores, 5,6 x 108, 1,5 x 109 e 3,2 x 1010 UFC/g, o que indica efeitos negativos destes tratamentos sobre a microbiota do solo cultivado com a palma e submetidos a esses produtos. Palavras–chave: Ecotoxicologia, microbiota do solo, pesticidas. Soil bacterial community associated with spineless cactus under different chemicals management Abstract: Under the conditions of semi-arid region of northeastern Brazil spineless cactus is a plant that has a significant importance in the activity of livestock in the region. Is widely cultivated for food for cattle, goats and sheep. This worked out to evaluate the effects of chemical handlings recommended cochineal carmine under the soil microbes cultivated with forage. Composite samples were collected from soil near the plant roots, palm immediately after the samples were in phosphate buffered saline (0.85% NaCl) and kept under stirring for 40 minutes at a speed of 120 rpm, and then after 100mL of suspension were inoculated on plates with culture medium plus 10% TSA, and incubated at 28 ° C for 48 hours. It was observed that there was a variation in colony forming units (CFU) per gram of soil between 5.6 x 108 and 1.7 x 1011 CFU / g. The treatment with the highest number of colony forming units was T4 (Thiamethoxam) with a bacterial density of order 1.7 x 1011 colony forming unit per gram of soil, since the treatments T2 (Thiamethoxam + Lambda-Cyhalothrin) and T5 (detergent) were those that showed up with a total population density lower than that found in control, their values, 5.6 x 10 8, 1.5 x 109 and 3.2 x 1010 CFU / g, which indicates negative these treatments on soil microbes cultivated with palm and subjected to these products. Keywords: Ecotoxicology, soil microbiota, pesticides.

Introdução

A palma forrageira é uma cactácea de enorme importância na alimentação dos rebanhos no semiárido nordestino, sendo as variedades mais cultivadas a “palma miúda” (Nopalea cochenillifera (L.) e a “palma gigante” (Opuntia ficus-indica Mill.). Esta última é acometida com o ataque da cochonilha do carmim (Dactylopius opuntiae). No Sertão pernambucano, a palma forrageira é reconhecida como um dos principais recursos para a subsistência da pecuária no semiárido, uma vez que se desenvolve em condições ecológicas desfavoráveis para outras espécies forrageiras (Medeiros et al., 1981). Nos últimos anos, nas cactáceas forrageiras vem ocorrendo um inseto que, com pouco tempo de instalado na planta, multiplica-se rapidamente, atingindo status de praga (Arruda Filho & Arruda 2002). O fato vem se repetindo sucessivamente, ano após ano, em quase todo Nordeste. A praga da palma é uma cochonilha, que infesta a planta recobrindo as raquetes, com suas colônias. As formas jovens e adultos sugam a planta, causando inicialmente clorose e, em seguida, apodrecimento. Em decorrência desta situação, acontece a queda das raquetes até o completo estiolamento da touceira da cactácea. A contínua utilização do controle químico, baseado apenas na aplicação de pesticidas, é tecnicamente incorreta, podendo ocasionar desequilíbrios populacionais de inimigos naturais da praga e impactos em organismos não alvos da aplicação química. Os efeitos adversos advindos do uso abusivo de agroquímicos poderão ser atenuados com a utilização de produtos naturais extraídos de plantas e/ou fontes minerais, devida algumas características benéficas relativas à seletividade, e baixa toxicidade. Neste contexto, o trabalhou objetivou avaliar os efeitos de manejos químicos recomendados da cochonilha do carmim sob a microbiota do solo cultivado com palma forrageira. Material e Métodos O trabalho foi realizado no município de Paranatama – PE, distante 23,3 km da Unidade Acadêmica de Garanhuns/Universidade Federal Rural de Pernambuco, em propriedade particular, contendo plantios de palma gigante, altamente infestados pela cochonilha-do-carmim, durante o período de 02/05 a 16/05/2012. Os tratamentos foram aplicados em blocos inteiramente casualizado, três blocos com cinco parcelas (T1= Controle; T2 = Thiamethoxam + Lambda-Cialotrina, na razão 0,5 mL /L de calda; T3 = Lambda-Cialotrina 0,212 mL /L de calda; T4 = Thiamethoxam 0,282 g /L de calda; T5 = Detergente 50 mL / L de Calda). Após 15 dias da aplicação, realizou-se a coleta de solo, próximo a rizosfera da palma, 4 pontos de coleta por tratamento/bloco, as amostras foram encaminhadas ao Laboratório de Genética e Biotecnologia Microbiana, UAG/UFRPE, onde se processou o isolamento. O isolamento consistiu da pesagem de 5g de solo, de cada tratamento, acrescido a 20 mL de solução tampão Salina (0,85% de NaCl). Manteve-se as amostras sob agitação constante (120 rpm) por 40 minutos. Após esta etapa, amostras de 100 μL da suspensão da solução foram inoculadas em placas de Petri com meio de cultura TSA (Trypcase Soy Agar) sólido, acrescido de 50μg/mL de Cercobin (Thiophanate Methyl), fungicida sistêmico. As placas foram incubadas a 28ºC, durante 48 horas. A população bacteriana por grama de solo (UFC/g) foi estimada pela contagem de colônias cultivadas em meio TSA. Resultados e Discussão A densidade populacional das bactérias do solo da área cultivada com palma forrageira tratada com os controles químicos variou. A quantidade de unidades formadoras de colônias (UFCs) por grama de solo oscilou entre 5,6 x 108 e 1,7 x 1011 UFC/g. O tratamento que apresentou maior quantidade de unidades formadoras de colônias foi o T4 (Thiamethoxam), com uma densidade bacteriana de ordem 1,7 x 10 11 unidade formadora de colônias por grama de solo, já os tratamentos T2 (Thiamethoxam + Lambda-Cialotrina) e T5 (Detergente) foram os que se mostraram com uma densidade populacional total inferior ao encontrado no controle, seus respectivos valores foram 5,6 x 10 8, 1,5 x 109 e 3,2 x 1010 UFC/g, o que indica efeitos destes tratamentos sobre a microbiota do solo cultivado com a palma e submetidos a esses produtos. Enquanto no T3 (Lambda-Cialotrina), a densidade de bactérias foi de 2,0 x 10 10 unidades formadoras de colônias por grama de solo, estando bem próximo ao encontrado no controle. Avaliando os

efeitos do inseticida fipronil sobre a comunidade bacteriana do solo associado ao cultivo de cana-de-açúcar, Souza et al. (2011), verificaram que concentrações deste inseticida, abaixo e acima da dose recomendada para aplicação em campo (200g / ha), não apresentaram diferenças sobre a densidade populacional bacteriana do solo. Os mesmos autores sugerem que pode ter ocorrido uma pressão seletiva e selecionado grupos bacterianos específicos, já que ocorreu o aumento da densidade populacional com tempo de exposição ao microcosmo, levantado a hipótese de que alguns podem ser grupos tolerantes ou que utilizem o fipronil como fonte de carbono. Silva et al. (2009), avaliando a taxa respiratória de micro-organismos do solo, observaram que houve um redução na atividade microbiana quando a amostra de solo submetida é submetido ao tratamento com detergente. Os resultados encontrados apontam que o tratamento com o Thiamethoxam foi que exerceu menos influência na comunidade bacteriana do solo, o que pode levar a inferir que esse inseticida está favorecendo um determinado grupo de micro-organismos. Já o detergente e o Thiamethoxam + Lambda-Cialotrina se mostraram muito negativos para a comunidade bacteriana do solo, possivelmente no caso do inseticida, esse fator deve-se por ele ser de amplo espectro, e não permitir a seleção de grupos distintos de micro-organismos. Enquanto que para efeitos do detergente, tem-se a hipótese que esse xenobiótico haja diretamente na célula microbiana, fazendo com que o material intracelular extravase pelo processo conhecido por lise celular, ocorrido por rompimento da membrana da celular. Porém ainda são necessários estudos complementares a fim de avaliar essa interação micro-organismo-solo-xenobióticos. Conclusões O inseticida Thiamethoxam foi o que menos alterou a comunidade bacteriana do solo. O detergente e a mistura Thiamethoxam + Lambda-Cialotrina alteram a dinâmica da comunidade bacteriana do solo. Trabalhos mais detalhados tem que ser realizados na avaliação ecotoxicológica dos pesticidas usados no controle das pragas da palma forrageira. Agradecimentos Aos produtores de palma forrageira que disponibilizaram as áreas para o estudo. Literatura citada ARRUDA FILHO, G. P.; ARRUDA. G. P. Manejo integrado da cochonilha Diaspis echinocacti praga da palma forrageira em Brasil. Costa Rica, Manejo Integrado de Plagas y Agroecologia. 64 p. (Hoja Tecnica, 41). 2002. MEDEIROS, A.A.; VASCONCELOS, S.H.L.; BARBOSA, L. Cactáceas; forrageiras para o semi-árido. Natal, EMPARN. 28p. (EMPARN, Boletim Técnico, 8). 1981. SILVA, C. A. D.; VIANA, E. G. H.; SOUZA FILHO, J. S.; PEREIRA, A. P. A.; ALMEIDA, A. V. D. L.;CARNEIRO, E. L.; SILVA FILHO, L. A.; GOMES, L. R.; BADJI, C. A. Impacto de detergente na taxa respiratória de microrganismo do solo. In: IX Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão, Recife, 2009. SOUZA, A.J. TSCHOEKE, B.A.P., RAMOS, A.P.S., FREIRE, F.J., SOBRAL, J.K. Influência do inseticida fipronil sobre a comunidade bacteriana do solo cultivado com cana-de-açúcar em Pernambuco. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO, 33., Uberlândia,. Anais. Uberlândia, Sociedade Brasileira de Ciências do Solo. 2011.

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