CONCELHO DE BARCELOS: História e Evolução

June 8, 2017 | Autor: Rafael Fernandes | Categoria: History, Public Administration, History of Public Administration, Evolution, Case Study, Barcelos
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Rafael Silva Fernandes - 110793044

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Concelho de Barcelos Rafael Silva Fernandes - 110793044

Faculdade de Letras da Universidade do Porto Licenciatura em Ciência da Informação História da Administração Pública

Porto – Dezembro de 2012

Faculdade de Letras da Universidade do Porto Porto – Novembro de 2012

Sumário

Introdução .......................................................................................................... 2 Desenvolvimento do trabalho ............................................................................. 3 Evolução do território concelhio e suas fases de composição ........................ 3 Evolução da população do concelho ................................................................ 17 Século XIX .................................................................................................... 17 Século XX ..................................................................................................... 18 Século XXI .................................................................................................... 19 Administração e tutela do concelho .................................................................. 19 Conclusão ........................................................................................................ 22 Referências bibliográficas ................................................................................ 23 Livros impressos ........................................................................................... 23 Páginas Web ................................................................................................. 23 Livros eletrónicos .......................................................................................... 24

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Introdução

Nesta segunda parte do trabalho irei tratar e aprofundar alguns aspetos importantes do concelho de Barcelos, nomeadamente a sua evolução territorial, tendo em conta as aglutinações e desmembramentos, a sua evolução populacional ao longo do tempo e também a sua evolução administrativa. Tudo dentro dos limites da documentação que consegui recolher no trabalho de pesquisa. Tive algumas dificuldades na recolha de informação para a última parte deste trabalho, que trata da evolução da tutela do concelho. Não existem monografias na Biblioteca Municipal de Barcelos nem na Biblioteca da Faculdade de Letras da Universidade do Porto que tratem deste assunto durante todos os anos. Para essa parte irei basear-me em pequenos dados que encontro nas monografias que referi na primeira parte do trabalho já entregue, também em recursos eletrónicos, como o site do município e outros, e no meu conhecimento geral da administração do concelho. Espero com este trabalho expandir os meus conhecimentos sobre o concelho onde vivo, desenvolver capacidades para a elaboração de futuros trabalhos académicos, e de pesquisa documental.

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Desenvolvimento do trabalho Evolução do território concelhio e suas fases de composição “D. Afonso Henriques rompe a luta nas desavenças com sua mãe, tomando os castelos de Neiva e Faria; foi em terras que constituem hoje o concelho de Barcelos que se soltou o primeiro grito da independência da pátria!”(1) Desta afirmação podemos retirar já que o território do concelho de Barcelos foi desde cedo importante na evolução da administração de Portugal, neste caso, da monarquia. Com a instituição da monarquia em Portugal forma-se uma grande comarca nas terras entre Douro e Minho, terras onde surgiria o concelho de Barcelos.(2) No início Barcelos era uma terra pequena que ficava entre Faria e Penafiel de Bastuço, e rodeado também por Prado, Tamel e Aguiar de Neiva. Recebeu por volta de 1177 a carta de foral da mão de D. Afonso Henriques, foral, este, confirmado em 1218 por D. Afonso II, e foral novo em 1515 concedido por D. Manuel I.(3) O território que é atualmente ocupado pelo conselho de Barcelos era antigamente dividido em julgados, os quais englobavam várias freguesias de conselhos diferentes. Com o passar do tempo foram-se dividindo estas freguesias pelos conselhos que lá surgiram, como Barcelos, Prado, Ponte de Lima, etc. Estes julgados eram: Julgado de Aguiar, Julgado de Neiva, Julgado de Prado, Julgado de Faria e Julgado de Penafiel de Bastuço.

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FONSECA, Teotónio da – O concelho de Barcelos Aquém e Além Cávado: Aquém - Cávado, pág. 14 FONSECA, Teotónio da – O concelho de Barcelos Aquém e Além Cávado: Aquém - Cávado, pág. 14 3 WIKIPÉDIA – Barcelos: http://pt.wikipedia.org/wiki/Barcelos 2

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Na altura da nacionalidade e da fundação do concelho de Barcelos, deduzo que apenas faziam parte deste terras do Julgado de Neiva, pois todas as outras freguesias de outros julgados foram-se juntando ao longo do tempo, nomeadamente em: 1372, 1401 e 1835. Inicialmente as freguesias de Barcelos (Julgado de Neiva) seriam as seguintes:(4) 

Abade de Neiva: Fundada em 1152 por D. Mafalda, mulher de D. Afonso Henriques. Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancta Maria de Abbade, de Terra de Nevia”.



Aldreu: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancto Jacobo de Palmi”.



Alheira: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: ”De Sancta Marina de Leira”. Era anexa à freguesia de Santiago de Nogueira, do concelho de Vila Nova de Cerveira.



Alvito (S. Martinho): Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: ”De Saneio Martino d'Alviti”.



Alvito (S. Pedro): Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancto Petro d'Alviti”.



Ginzo: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancto Salvatore de Genizo”. Anexada à freguesia de Alvito (S. Pedro) em 1860.(5)



Regoufe: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: «De heremita de Sancto Salvatore de Regaufi”. No entanto já não aparece nos Censos da população de 1527. Pensa-se que terá sido dividida entre Alheira e Alvito (S. Pedro) depois de 1504, e era já parte anexa da também extinta freguesia de Ginzo.



Arcozelo: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancto Mamete de Arcozelo”.

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Todas as freguesias citadas e respetivas informações foram consultadas, interpretadas e citadas dos dois volumes de: FONSECA, Teotónio da – O concelho de Barcelos Aquém e Além Cávado. 5 MUNICÍCPIO DE BARCELOS – Freguesia de Alvito S. Pedro: http://www.alvitospedro.maisbarcelos.pt/?vpath=/inicio/historia/.

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Barcelos: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancta Maria de Barcellos”.



Campo: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancto Salvatore de Campo”.



Carapeços: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancto Jacobo de Carapezos”.



Couto: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancto Jacobo de Tamial”.



Creixomil: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancto Jacobo de Creiximir”.



Feitos: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancto Jacobo de Eixati”. Esteve anexa à freguesia de Palme durante 60 anos, até 1905.



Fragoso: Mencionada por D. Afonso Henriques em 1127. Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancto Vincencio de Fragoso”.



Lijó: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancta Maria de Ligioo”.



Mariz: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancto Miliano de Maariz”.



Palme: Vem apenas nas inquirições de 1258 como: “Monasterio de Palmi”. Em 1834 foram anexadas as freguesias de S. Salvador de Palme e Sto. André de Palme, formando esta.



Perelhal: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Saneio Pelagio de Pereira anlal”.



Quiraz: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancto Salvatore de Quiraz”. Foi extinta e anexada à freguesia de Roriz em 1841.



Silva: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancto Juliano de Calendario”.



Tamel (Sta. Leocádia): Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancta Leocádia de Tamial”.

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Tamel (S. Fins): Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancto Felice de Tamia”.



Tregosa: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancta Maria de Torgoosa”. Entre esta freguesia e a de Fragoso existiu a freguesia de Cardoso, porém esta já estaria extinta no séc. XV. A sua área foi repartida entre as duas freguesias (Tregosa e Fragoso).



Vila Boa: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancto Johanne de Tamial”.



Banho: Nesta antiga freguesia existiu o mosteiro de S. Salvador de Banho, anterior à nossa nacionalidade, datando de 1067 a 1073. Foi anexada à de Vila Cova em 1840.



Vila Cova: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancta Maria de Villa Cova de Terra de Nevia”.



Vila Frescaínha (S. Martinho): Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancto Martino de Villa Fiscaia”.



Vila Frescaínha (S. Pedro): Não vem nas inquirições de 1220 e de 1258, nem nos censos de 1527, no entanto é referida uma Vila Frescaínha de S. Simão, como: “parrochia Sancti Martini et Sancti Simeonis de Villa Frescaina”, nesses censos, que se pensa corresponder hoje a esta recente freguesia.



Vilar do Monte: Não aparece nas inquirições de 1220 nem nas de 1258, contudo é referida nos censos da população de 1527 como: “Villar do Monto”. Esta era a possível constituição do concelho de Barcelos pela altura da

nacionalização do nosso país, no entanto não podemos ter certezas, é apenas a minha conclusão a partir deste estudo. Como já referi, com o passar do tempo várias terras de outros julgados se juntaram a Barcelos. Irei agora tratar dessas freguesias. Em 1372, mais precisamente no dia 5 de Fevereiro, grande parte das freguesias do julgado de Penafiel de Bastuço foram dadas ao concelho de Barcelos, e as restantes a Braga. Isto aconteceu por meio de uma carta a D. Afonso Telo, 4º conde donatário de Barcelos. 6

As freguesias que se juntaram a Barcelos por esse meio foram:(6) 

Areias de Vilar: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancto Johanne de Arenis, nas Terras de Penafiel de Bastuzo”. A freguesia de S. Salvador de Vilar de Frades foi extinta e anexada a esta em 1834.



Bastuço Sto. Estevão: Entre esta freguesia e a de Bastuço S. João existiu uma outra chamada São Paio de Bastuço que veio no censo de 1527 e ter-se-á anexado à de Sto Estevão entre esse ano e o século XVII.



Encourados: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Santo Jacobo de Encoirados de Cauto de Martim”.



Martim: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancta Maria de Martim”. Juntamente com Encourados formavam o Couto de Martim.



Pousa: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 que “«na quintana de Ulgoso que pousava o Rico Homem”. Atualmente a freguesia compreende duas outras antigas, nomeadamente: S. Salvador de Reguela e Sta. Cristina de Ulgoso). E foi com a aglutinação destas 5 freguesias que o concelho de Barcelos

começou a crescer e a ficar mais perto do que é nos tempos de hoje. Depois da junção das freguesias do Julgado de Penafiel de Bastuço seguiram-se as do Julgado de Faria, no dia 8 de Novembro de 1401, por via de uma carta de doação e confirmação a D. Afonso, 1º Duque de Bragança. Foram doadas estas freguesias deste Julgado:(7) 

Airó (São Jorge): Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancto Georgeo de Couto de Várzea”. A esta freguesia está incorporado outra, a de Airó (S. Martinho), que não se sabe porquê, não

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Todas as freguesias citadas e respetivas informações foram consultadas, interpretadas e citadas dos dois volumes de: FONSECA, Teotónio da – O concelho de Barcelos Aquém e Além Cávado. 7 Todas as freguesias citadas e respetivas informações foram consultadas, interpretadas e citadas dos dois volumes de: FONSECA, Teotónio da – O concelho de Barcelos Aquém e Além Cávado.

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vem nas inquirições de 1220, mas no censo da população 1527 vem já unida a esta de S. Jorge. 

Adães: É referenciada pela primeira vez num documento de venda de uma propriedade em “Vila de Adalanes”.Vem apenas nos censos da população de 1527.



Alvelos: Vem já nas inquirições de Afonso II em 1220. Parece também provável que tenha pertencido ao couto da Várzea, pois era anexa ao Convento Beneditino da Várzea.



Barcelinhos: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancto Andrea de Mareces”.



Barqueiros: Era antigamente do termo e comarca de Barcelos enquanto também tinha um lugar que pertencia ao Couto da Apúlia (Esposende). Devido a isso esta freguesia foi mudada para o concelho de Esposende em 1835, e em 1836, no ano seguinte, foi novamente parte integrante do concelho de Barcelos. Mas não se ficou por aqui, em 1867 foi novamente mudada para o concelho de Esposende, e pouco tempo depois foi incorporada no de Barcelos, onde permanece até hoje.



Bastuço S. João: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancto Johanne de Bastuzo”.



Carvalhal: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancto Pelagio de Cavalal”.



Chorente: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancto Michaele de Chorenti”.



Courel: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancto Martino de Coirel”.



Cristelo: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancto Salvatore de Crastelo”.



Faria: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancta Maria de Faria Antiga”. Esta freguesia esteve anexa à sua freguesia vizinha de Milhazes durante alguns anos, mas voltou a ter a sua independência mais tarde.



Fonte Coberta: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancto Romano de Fonte Cooperta”. Pela sua pouca 8

importância esta freguesia foi anexa à freguesia de Silveiros no início do século XVII. 

Fornelos: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancto Salvatore de Fornelos”.



Gamil: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancto Johanne de Guaamir de Couto de Várzea”. No censo população de 1527 vem esta freguesia incorporada no Julgado de Penafiel.(176)



Gilmonde: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancta Maria de Gesmundi”.



Góios: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancta Maria de Gouvios”.



Grimancelos(8): Não vem nas inquirições de 1220. Pertencia à Comenda da Ordem de Cristo de Minhotães, no tempo do liberalismo baronato.



Gueral: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancto Pelagio de Carvalial”. Pertenceu provavelmente à Comenda dos Templários, sendo anexada à Ordem da Comenda de Cristo.



Macieira de Rates: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancto Adriano de Mazieira”.



Midões: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancto Pelagio de Midões”.



Milhazes: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancto Romano de Milazes”. Pertencia ao Almoxarifado de Ponte de Lima.



Minhotães: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancto Salvatore de Miotaes”. Tal como Gueral e outras freguesias, Minhotães também pertenceu à Comenda dos Templários até à sua extinção em 1311, passando depois para a Ordem de Cristo. Esta Comenda foi criada em Jerusalém em 1118 para proteger os peregrinos.

Sabemos que é deste julgado pois aparece em: CAPELA, José Viriato – A Câmara, a Nobreza e o Povo do Concelho de Barcelos, pág. 55 8

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Monte de Fralães: Esta hoje freguesia foi antes uma Honra, e em conjunto com Viatodos formavam a Honra de Fralães. Foi assim até 1820, ano em que Marquês de Pombal extinguiu as Honras por completo.



Moure: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancta Maria de Mauri de Couto de Várzea”. Esta fez parte do Couto da Várzea até este ser extinto, depois passou para o de Vilar de Frades no Julgado de Penafiel.



Negreiros: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancta Eolalia de Mazieira”.



Paradela: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancta Marina de Paradela”.



Pedra Furada(9): Esta freguesia era do Padroado do Mosteiro da Várzea, e tal como as outras, após a sua extinção passou para Vilar de Frades.



Pereira: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancto Salvatore de Pereira”.



Remelhe: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancta Marina de Remeli”. Esta freguesia incorporou outra antiga, a de Moldes depois de 1527, pois no censo desse ano ainda é referida.



Moldes: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Santo Jacobo de Molnes” Como já referi esta freguesia teve vida independente pelo menos até 1527, pois é referida no censo desse ano, sendo depois anexada a Remelhe.



Rio Côvo Sta. Eugénia: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancta Eugenia de Couto da Várzea”. No censo da população de 1527 é referida como sendo do Julgado de Penafiel.



Rio Côvo Sta. Eulália: Vem também nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220. Pertenceu à ordem dos Templários, e teve o mesmo destino das outras freguesias, quando extinta passou para a Ordem de Cristo.

Sabemos que é deste julgado pois aparece em: CAPELA, José Viriato – A Câmara, a Nobreza e o Povo do Concelho de Barcelos, pág. 55 9

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Sequeade: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancto Jacobo de Ciquiad”. Incorpora hoje o que era antigamente outra freguesia, a de S. Pedro de Sá.



S. Pedro de Sá: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancto Petro de Saa”. Terá sido no século XVII e anexada a Sequeade.



Silveiros: Foi pela primeira vez referenciado em 965 no documento nº91 no Portugaliae Monumenta Histórica

– Diplomatae et Chartas.

Atualmente Silveiros compreende o que foram duas freguesias distintas, a de S. João Baptista e a de S. Salvador, as duas referenciadas nas inquirições de 1220 e ainda nos censos de 1527, o que leva a crer que devem ter sido unidas por volta do século XVII. 

Várzea: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Monasterio de Várzea”. Era Couto do qual pertenciam: e Crujães, S. Jorge de Airó, S. João de Gamil, Santa Eugenia de Rio Covo, Santa Maria de Moure e Vilar de Frades.



Viatodos: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancta Maria de Beatodos”



Vila Seca: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancto Jacobo de Vila Sicca”.



Vilar de Figos: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancto Pelagio de Principaes”.



Carvalhas: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancto Martino de Carvalias”.



S. Salvador de Vilar de Frades: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Vilar de Frades de Couto de Várzea”. Quando se extinguiram os conventos em Portugal, em 1834, esta freguesia foi extinta e anexada a Areias de Vilar. Depois desta junção, houve um período de calma nas expansões

territoriais de Barcelos, mantendo-se assim até ao ano de 1835.

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Nesse ano, mais precisamente no dia 21 de Março, deram-se as reformas liberais. Com estas, várias freguesias do concelho de Barcelos passaram a fazer parte de outros concelhos e vice-versa.

No que diz respeito a aglutinações, juntaram-se a Barcelos freguesias dos julgados de Prado e de Aguiar. Foram estas: De Prado:(10) 

Areias S. Vicente: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancto Vicentio de Arenis”.



Galegos Sta. Maria: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancta Maria de Galegos”.



Galegos S. Martinho: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancto Martino de Gallecos”.



Igreja Nova: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancta Maria de Ecclesia Nova”.



Lama: Esta é formada por duas antigas freguesias: S. Salvador da Lama e S. Salvador de Sandim. Não há muito tempo foram reavaliados os terros da freguesia da Lama e de Areias S. Vicente, e a partir daí foi dada a extinta freguesia de Sandim à da Lama. Em compensação foram dados algums terrenos da Lama a Areis S. Vicente. Formou em conjunto com algum lugares de S. Romão da Ucha e de Oliveira o couto de Azevedo. Vem nas inquirições de 1258 como: “parrochia Sancto Salvatore de Lama”.



S. Salvador de Sandim: Vem nas inquirições de 1258 como: “Sancto Salvatore de Sandim”. Foi extinta antes de 1527, pois já não apareceu nos censos da população desse ano, e foi dada à freguesia da Lama como referi anteriormente.



Manhente: É pela primeira vez referida por D. Afonso Henriques quando este fez o couto ao mosteiro de manhente, enquanto estava no castle de Faria em 1126. Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220

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Todas as freguesias citadas e respetivas informações foram consultadas, interpretadas e citadas dos dois volumes de: FONSECA, Teotónio da – O concelho de Barcelos Aquém e Além Cávado.

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como: “De Sancto Martino de Manenti de Monasterio”. Formava um couto com parte da freguesia de Tamel S. Veríssimo, Galegos Sta. Maria e Areias S. Vicente. 

Oliveira: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancta Eolalia de Ulveira”. Esta em conjunto com a Ucha faziam o couto de Azevedo.



Roriz: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancto Michaele de Rooriz”. Desde 1841 tem anexada a si a antiga freguesia de Quiraz.



Tamel S. Veríssimo: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancto Veríssimo de Cauto de Mankenti”. Parte desta freguesia fazia parte do couto de Manhente como já referi anteriormente.



Ucha: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancto Juliano de Ucha”. De Aguiar:(11)



Aborim: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancto Martino de Vorim”.



Aguiar: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancta Lugricia”.



Balugães: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancto Martino de Barugaes — in Terra de Aguiar de Ripa Limia”.



Durrães(12): Esta freguesia em conjunto com a de Carvoeiro, já no concelho de Viana do Castelo, formaram o couto de Carvoeiro.



Panque: Aparece apenas nas inquirições de 1258 como: “parrochia Sancte Ovaye de Paanqui”. No censo de população de 1527 pode-se notar que existiam duas freguesias: Panque e Mondim, as duas independentes. Até que em 1834 seriam agregadas, e formariam uma só freguesia, a atual freguesia de Panque.

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Todas as freguesias citadas e respetivas informações foram consultadas, interpretadas e citadas dos dois volumes de: FONSECA, Teotónio da – O concelho de Barcelos Aquém e Além Cávado. 12 Sabemos que é deste julgado pois aparece em: CAPELA, José Viriato – A Câmara, a Nobreza e o Povo do Concelho de Barcelos, pág. 58

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Mondim: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancto Martino de Mondini”. Como referi acima esta viria a agregar-se a Panque em 1834.



Quintiães: Vem nas primeiras inquirições de Afonso II em 1220 como: “De Sancta Maria de Quintiães”. Após estas aglutinações há também a registar algumas outras que

pertenciam à Sé de Braga, apesar de a sua jurisdição estar integrada no termo de Barcelos, foram estas:(13) 

Cambeses: Era um couto da Sé de Braga, com jurisdição no termo de Barcelos, como refere o censo da população de 1527: “Este Couto de Cambeses he da See de Bragua e toda a Jurdiçom e Jaz metido no termo de Barcellos”.



Carreira: “doada por D. Afonso Henriques a Pedro Anes e este, por sua vez, doou-a, em 1159, à Sé de Braga.”(14)



Chavão: Foi comenda da Ordem de Malta. “Esta Ordem compunha-se de cavaleiros, de capelães conventuais e de obediência e de serventes de armas, havendo ainda os pagens do Grão Mestre e os serventes de estágio.” Fez parte também de Barcelos grande parte do julgado de Vermoim, no

entanto existe muito polémica por de trás disto. Em 1220 este julgado tinha 80 freguesias. Em 1368 D. Fernando integrou estas freguesias no concelho de Guimarães. A partir de 1372 foi sucessivamente doado e acabou por em 1410 ser dado ao termo de Barcelos, sendo oficialmente anexado em 1513 com o Foral Novo de Barcelos. Porém com a reforma de Mouzinho da Silveira houve uma nova divisão territorial, e em 1835 grande parte do Julgado de Vermoim foi convertido no que é agora Famalicão, com todas as suas freguesias outrora de Barcelos, e das restantes freguesias, algumas foram extintas e outras dadas ao concelho de Guimarães.

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Todas as freguesias citadas e respetivas informações foram consultadas, interpretadas e citadas dos dois volumes de: FONSECA, Teotónio da – O concelho de Barcelos Aquém e Além Cávado. 14 MUNICÍPIO DE BARCELOS – Carreira: http://www.carreira.maisbarcelos.pt/?vpath=/inicio/historia/

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Com este desmembramento, Barcelos perdeu as seguintes freguesias: 

Aguçadoura, Beiriz, Amorim, Argivai, Balasar, Laúndos, Navais e Aver-oMar: Todas estas foram transferidas para o concelho de Póvoa de Varzim.



Todas as freguesias que constituem agora o concelho de Vila Nova de Famalicão: Abade de Vermoim, Antas, Avidos, Bairro, Bente, Brufe, Cabeçudos, Calendário, Carreira, Castelões, Cavalões, Cruz, Delães, Esmeriz, Fradelos, Gavião, Gondifelos, Jesufrei, Joane, Lagoa, Landim, Lemenhe, Louro, Lousado, Mogege, Mouquim, Nine, Novais, Outiz, Pedome, Portela, Pousada de Saramagos, Requião, Riba de Ave, Ribeirão, Ruivães, Santa Eulália de Arnoso, Santa Maria de Arnoso, Santa Maria de Oliveira, São Cosme do Vale, São Martinho do Vale, São Mateus de Oliveira, São Miguel de Seide, São Paio de Seide, Sezures, Telhado, Vermoim, Vila Nova de Famalicão e Vilarinho das Cambas. Todas estes lugares pertenceram outrora ao concelho de Barcelos. (15)(16)



Sequeade: pertenceu ao concelho de Barcelos até 1841, passando depois para Braga.(17)(18)



Cabreiros: pertenceu a Barcelos até ao dia 24 de Outubro de 1853, quando foi decretado que seria parte integrante de Braga.(19) Foi então por esta altura que o território de Barcelos ficou bem definido,

e desde então não sofreu alterações às suas freguesias, chegando até hoje com 89 freguesias, ainda assim, o concelho com mais freguesias de Portugal. Relembro que chegou a ter cerca de 201 freguesias nos finais do século XVII.(20) As atuais freguesias são: Abade de Neiva, Aborim, Adães, Aguiar, Airó, Aldreu, Alheira, Alvelos, Alvito S. Martinho, Alvito S. Pedro, Arcozelo, Areias S. Vicente, Areias de Vilar, Balugães, Barcelinhos, Barcelos, Barqueiros, Bastuço

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WIKIPÉDIA – Barcelos: http://pt.wikipedia.org/wiki/Barcelos WIKIPÉDIA – Vila Nova de Famalicão: http://pt.wikipedia.org/wiki/Vila_Nova_de_Famalicão 17 WIKIPÉDIA – Barcelos: http://pt.wikipedia.org/wiki/Barcelos 18 MORAIS, Sandra e MAGALHÃES, Vera – Eb1 de Carvalho: http://www.eb1-carvalho-sequeira.rcts.pt/ 19 FREGUESIA DE CABREIROS – Freguesia de Cabreiros: http://jfcabreiros.pt/site/artigo.asp?idCanal=40&idRegisto=42 20 CÂMARA MUNICIPAL DE BARCELOS – Barcellos-Revista, pág. 220-221 16

15

St.º Estevão, Bastuço S. João, Cambeses, Campo, Carapeços, Carreira, Carvalhal,

Carvalhas,

Chavão, Chorente,

Cossourado,

Courel,

Couto,

Creixomil, Cristelo, Durrães, Encourados, Faria, Feitos, Fonte Coberta, Fornelos, Fragoso, Galegos Sta. Maria, Galegos S. Martinho, Gamil, Gilmonde, Góios, Grimancelos, Gueral, Igreja Nova, Lama, Lijó, Macieira de Rates, Manhente, Mariz, Martim, Midões, Milhazes, Minhotães, Monte de Fralães, Moure, Negreiros, Oliveira, Palme, Panque, Paradela, Pedra Furada, Pereira, Perelhal, Pousa, Quintiães, Remelhe, Rio Côvo Sta. Eugénia, Rio Côvo Sta. Eulália, Roriz, Sequeade, Silva, Silveiros, Tamel Sta. Leocádia, Tamel S. Pedro Fins, Tamel S. Veríssimo, Tregosa, Ucha, Várzea, Viatodos, Vila Boa, Vila Cova, Vila Frescaínha S. Martinho, Vila Frescaínha S. Pedro, Vila Seca, Vilar de Figos, Vilar do Monte. Estão estas freguesias compreendidas em 378,7 km² de área. “O município é limitado a norte pelos municípios de Viana do Castelo e Ponte de Lima, a leste por Vila Verde e por Braga, a sueste por Vila Nova de Famalicão, a sudoeste pela Póvoa de Varzim e a oeste por Esposende. O ponto mais elevado do concelho situa-se no alto de São Gonçalo, a 488 metros de altitude, na freguesia de Fragoso.”(21)

21

WIKIPÉDIA – Barcelos: http://pt.wikipedia.org/wiki/Barcelos

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Evolução da população do concelho

No que diz respeito à evolução da população de Barcelos ao longo dos tempos, foi-me impossível encontrar informações na Biblioteca Municipal que me ajudasses a determinar esses números para anos anteriores ao de 1801. No entanto tive acesso aos censos na internet e também a várias informações da época compreendida entre o século XVII e XX num dos livros que lá encontrei.

Século XIX

Para o ano de 1801 e 1802 encontrei vários valores populacionais, entre eles 78 934(22) e 123 183(23), sem saber em qual acreditar, aqui divulgo estes dois. A população estava dividida pelos vários julgados e pela freguesia da vila, nomeadamente: 3,8% pertencia à vila; 6,9% ao Julgado de Aguiar; 11,1% ao de Penafiel; 22% ao de Neiva, 27,3% ao de Vermoim e 28,6% ao de Faria.(24) Cerca de 50% da população tinha menos que 20 anos e apenas 30% tinha mais de 30. A percentagem de menores de 7 anos era também de 18,2%, uma população muito nova.(25) 46,4% da população ativa trabalhava na agricultura, 0,8% no mar e pescarias, 19% em fábricas, 0,6% exercia atividades eclesiásticas e 33,8% era distribuída por diversos serviços e empregos, tal como o comércio, e também incluía a fidalguia e a nobreza.(26) Em 1849 são registados um total de apenas 40 859 habitantes no concelho de Barcelos. Isto deve-se ao facto de ter perdido em 1835/36 grande

22

WIKIPÉDIA – Barcelos: http://pt.wikipedia.org/wiki/Barcelos CAPELA, José Viriato – A Câmara, a Nobreza e o Povo do Concelho de Barcelos, pág. 15 24 CAPELA, José Viriato – A Câmara, a Nobreza e o Povo do Concelho de Barcelos, pág. 16 25 CAPELA, José Viriato – A Câmara, a Nobreza e o Povo do Concelho de Barcelos, pág. 18 26 CAPELA, José Viriato – A Câmara, a Nobreza e o Povo do Concelho de Barcelos, pág. 18-19 23

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parte das suas freguesias, incluindo todo o Julgado de Vermoim, que constituía, como já tinha dito, cerca de 27,3% da população total. (27) A partir de 1835/36 o concelho estabilizou no que diz respeito aos constantes desmembramentos e aglutinações, e com o tempo Barcelos começou a crescer novamente a nível populacional.

Século XX

O início do século XX marcou um ponto de viragem para o crescimento de Barcelos. Em 1900 o concelho já tinha cerca de 46 953 habitantes(28), um aumento de cerca de 13% desde 1849. Em 1930 Barcelos contava com cerca de 58 360 habitantes, um aumento significativo de cerca de 20% desde 1900. Em 1960 a população do concelho crescia cada vez mais e atingia agora cerca de 83 211 habitantes, um aumento incrível de cerca de 30% desde 1930. Barcelos começava agora a parecer-se mais com o antigo concelho em termos populacionais. A partir deste ano o aumento exponencial da população vai diminuindo de ritmo, como seria de esperar. No entanto em 1981 ultrapassava já a marca dos 100 mil habitantes com 103 773, ao que corresponde um aumento de cerca de 20% em relação ao ano de 1960. Aquando do ano de 1991 a população era de cerca de 111 733 habitantes, que fazendo as contas resulta num crescimento de cerca de 7% desde o ano de 1981.

CAPELA, José Viriato – A Câmara, a Nobreza e o Povo do Concelho de Barcelos, pág. 71 A partir deste ponto irei referir-me aos números da população referentes a: WIKIPÉDIA – Barcelos: http://pt.wikipedia.org/wiki/Barcelos, pois foram retirados a partir dos censos. 27 28

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Século XXI Chegava o ano de 2001, e o inicio do século XXI, e a população de Barcelos continuava a crescer, atingindo agora os 122 096 habitantes, ao que advém um crescimento de cerca de 8.5% desde o ano de 1991. Contudo, com a chegada do ano de 2011, Barcelos perdeu habitantes, estando agora com cerca de 120 391, o que representa uma diminuição na ordem dos 1,4% em relação ao ano de 2001.

Administração e tutela do concelho

Como já referi na nota introdutória deste trabalho, esta parte foi a que mais me deu a volta à cabeça, pois não consegui, apesar de vários esforços, reunir documentação suficiente para a redigir o mais completo possível. Comecemos pelo início. Barcelos recebeu a sua carta de foral das mãos de D. Afonso Henriques por volta de 1177. A partir daí, e por isso, se tornou Vila Régia. Com esse estatuto Barcelos estava sujeito à jurisdição do Rei e impostos bem definidos para o reino. Em 1298, no dia 8 de Maio, Barcelos deixa este estatuto e passa a Vila Condal. Isto porque D. Dinis deu o estatuto de Conde de Barcelos a D. João Afonso Telo de Meneses, na altura Senhor de Albuquerque, como recompensa por este ter feito as “diligências para a definição das fronteiras, aquando do Tratado de Alcanices”(29). Barcelos seria sede do primeiro condado territorial português. Com o ganho deste novo estatuto, a Vila Condal de Barcelos adquire estatuto e jurisdição autónoma, destacando-se das terras circundantes. O 29

MUNICÍPIO DE BARCELOS – Freguesia de Barcelos: http://www.barcelos.maisbarcelos.pt/?vpath=/inicio/historia/historia/

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Conde de Barcelos tinha também o direito de transmitir os poderes aos seus descendentes, o que assegurava um bom futuro para o concelho. Até porque com isto, Barcelos assegurava também lugar de relevo nas Cortes.(30) Foram Condes de Barcelos até 1640:(31)(32) 

João Afonso de Meneses



Martim Gil



Pedro Afonso



João Afonso Teles de Meneses



Afonso Telo Meneses



João Afonso Telo de Meneses, irmão de Leonor Teles: Morre na Batalha de Aljubarrota, e então D. João I deu este condado ao “seu amigo e condestável do reino”: Nuno Álvares Pereira.



D. Nuno Álvares Pereira



D. Afonso, depois 1.º Duque de Bragança, “recebe o condado como dote de casamento com D. Beatriz, filha de D. Nuno Álvares Pereira.”



D. Fernando I de Bragança, 2.º Duque de Bragança



D. Fernando II de Bragança, 3.º Duque de Bragança



D. Jaime I de Bragança, 4.º Duque de Bragança



D. Teodísio II de Bragança, 5.º Duque de Bragança

Durante este intervalo de tempo Barcelos esteve sob jurisdição autónoma como terra Condal. É então que em 1640 Barcelos perde este estatuto e volta a ser Vila Régia. Isto sucede com a ascensão da Casa de Bragança ao reino, o que não é uma coisa má, pois garante alguns privilégios, tal como a autorização para

30

MUNICÍPIO DE BARCELOS – Freguesia de Barcelos: http://www.barcelos.maisbarcelos.pt/?vpath=/inicio/historia/historia/ 31 WIKIPÉDIA – Duque de Barcelos: http://pt.wikipedia.org/wiki/Duque_de_Barcelos 32 MUNICÍPIO DE BARCELOS – Freguesia de Barcelos: http://www.barcelos.maisbarcelos.pt/?vpath=/inicio/historia/historia/

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realização de um imposto à água durante 2 ou 3 anos. Este dinheiro seria para a realização de algumas obras, criação de igrejas, mosteiros e hospital.(33) Entretanto o título de Conde de Barcelos foi mudado para Duque de Barcelos após D. Teodísio, e existe ainda até aos dias de hoje, sendo D. Duarte Pio de Bragança o atual detentor deste estatuto, claro está, sem os poderes de outrora.(34) Foi necessário esperar pela Revolução liberal de 1820 e as reformas de Mouzinho

da

Silveira

em

1834

para

Portugal

se

reorganizar

administrativamente, e Barcelos não foi exceção. Passando a Câmara de Barcelos (ouvidoria da Casa de Bragança) a ser um órgão de administração, com poderes legislativos e judiciais.(35) A câmara tinha um presidente, normalmente um juiz de fora, vereadores, um procurador e um tesoureiro. Na vereação municipal de Barcelos eram tratados vários assuntos, entre muitos, as datas dos ajuizamentos de condenações, anúncios e organização das funções régias e municipais, e distribuição de éguas de criação. Como Barcelos era tão grande eram necessárias 2 sessões semanais, o que resultava em 100 sessões anuais.(36) Atualmente o presidente da câmara municipal é eleito por votos da população e é ele que tutela o concelho em conjunto com os diversos departamentos da Câmara.(37) Estas eleições autárquicas são feitas, agora, a cada 4 anos. Até 1985 eram feitas a cada 3 anos.(38)

33

MUNICÍPIO DE BARCELOS – Freguesia de Barcelos: http://www.barcelos.maisbarcelos.pt/?vpath=/inicio/historia/historia/ 34 WIKIPÉDIA – Duarte Pio de Bragança: http://pt.wikipedia.org/wiki/Duarte_Pio_de_Bragança 35 CAPELA, José Viriato – A Câmara, a Nobreza e o Povo do Concelho de Barcelos, pág. 89 36 CAPELA, José Viriato – A Câmara, a Nobreza e o Povo do Concelho de Barcelos, pág. 99 37 MUNICÍPIO DE BARCELOS – Organograma - Município de Barcelos 38 WIKIPÉDIA – Eleições Autárquicas de Portugal:http://pt.wikipedia.org/wiki/Eleições_autárquicas_de_Portugal

21

Conclusão Como principal conclusão deste trabalho, podemos retirar o facto de Barcelos ter evoluído de forma diferente, pois teve bastante influência da Casa de Bragança, o que lhe deu alguns privilégios e um estatuto diferente dos outros concelhos de Portugal. Neste concelho ocorreram inúmeras alterações territoriais, com muitas aglutinações e desmembramentos de freguesias, o que também dificultou muito o meu trabalho e me cansou bastante. Com este trabalho acho que desenvolvi várias capacidades, tal como as capacidades de pesquisa e investigação de documentação e de organização da mesma. Mas mais importante, desenvolvi competências no âmbito desta unidade curricular de História da Administração Pública, pois fiquei a ter uma noção completamente diferente do que se passou e passa administrativamente no nosso país e, em concreto, no mui nobre concelho de Barcelos. Penso que os objetivos propostos foram quase todos atingidos. Tentei sempre fazer o meu melhor na recolha de informação, mas nem sempre consegui obter os resultados que pretendi. No entanto estou satisfeito e confiante que o trabalho que realizei é de qualidade. Agradeço desde já por ter tido esta oportunidade de investigar o meu concelho mais a fundo, pois talvez nunca o tivesse feito se não fosse esta unidade curricular. Resta dizer que estaria a perder bastante desta vasta cultura que tem o concelho de Barcelos.

22

Referências bibliográficas

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Disponível

na

internet:. 24

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