CONCEPÇÕES E PRÁTICAS SOBRE ESPIRITUALIDADE NAS ORGANIZAÇÕES: a visão de acadêmicos, gestores e subordinados

May 24, 2017 | Autor: R. Periódico dos ... | Categoria: Administração, Espiritualidade Nas Organizações, Espiritualidade
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CONCEPÇÕES E PRÁTICAS SOBRE ESPIRITUALIDADE NAS ORGANIZAÇÕES: a visão de acadêmicos, gestores e subordinados Fabíola Gomes Farias1 José Maria Gonçalves Nunes de Melo2 Fábio Nóbrega de Lima3 Resumo Esta pesquisa tem como objetivo geral compreender as concepções e práticas ligadas à espiritualidade nas organizações de trabalho, nas visões heterogêneas da academia – professores universitários – e do mercado – representado por gestores e subordinados. Para obter tal escopo, estabelece-se como objetivos específicos identificar as concepções de acadêmicos de administração, gestores e subordinados sobre espiritualidade; identificar as concepções de espiritualidade nas organizações na visão dos mesmos atores e descrever as práticas ligadas à espiritualidade nas organizações. A pesquisa é exploratória, descritiva e qualitativa, com instrumento semiestruturado, focando no entendimento dos fenômenos sociais e em um maior conhecimento sistematizado. Mediante análise das entrevistas em profundidade, conclui-se que a concepção de espiritualidade é diversificada tanto de forma individual, como nas organizações, tendo dois significados distintos: um ligado às crenças, religiões e mitos e outra relacionada à sinergia e interação entre os seres humanos, sem a presença necessária do sagrado. Quanto às práticas ligadas à espiritualidade, além de terem sido citadas várias como exemplo, descobriu-se que estas contribuem diretamente para a melhoria dos resultados empresariais. Palavras-chave: Espiritualidade. Espiritualidade nas organizações. Práticas de espiritualidade nas organizações.

SPIRITUALITY IN WORK ORGANIZATIONS: concepts and practices in professors, managers and subordinates visions Abstract The main objective from this research is to understand the concepts and practices related to Spirituality in work organizations, in both visions: professors from university and managers and subordinates from job market. To achieve this goal, it is established specific

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Mestre em Administração – Universidade Estadual do Ceará. Mestre em Administração – Universidade Estadual do Ceará. 3 Mestre em Administração – Universidade Estadual do Ceará. 2

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objectives to identify the Spirituality conceptions from administration’s professors, managers and subordinates; identify Spirituality concepts in organizations in view of the same actors and also describe the practices related to Spirituality in these organizations. The research is exploratory, descriptive and qualitative and used a semistructured instrument, that focusing on understanding of social phenomena and more systematized knowledge. After analysis of the interviews, it is concluded that the concept of Spirituality is diversified both individually, and in organizations with two distinct meanings: one linked to the beliefs, religions and myths and other related synergy and interaction between humans without the necessary presence of the sacred. Concerning the practices related to Spirituality, it have been cited several as an example and it was found that these practices also contribute directly to the improvement of business results. Keywords: Spirituality. Spirituality in organizations. Spirituality organizations practices. INTRODUÇÃO Um debate recorrente na área da administração organizacional é a tentativa de integração da vida profissional e pessoal dos colaboradores dentro das organizações (OVERELL, 2002). Uma vertente atualizada desse debate, que se destaca em diversas publicações de cunho jornalístico, é a crescente preocupação sobre o significado e propósito do trabalho associado à dimensão espiritual no contexto organizacional contemporâneo: a vida não tem sentido sem o trabalho, mas o trabalho sem a alma é vida destruída (EBRAHIMI; KAZEMI, SALAJEGHEH, 2016). No âmbito acadêmico, a espiritualidade nas organizações tem se tornado um tema de interesse cada vez mais abordado e expressivo em periódicos científicos internacionais, que dedicaram números especiais ao tema e deram origem a um corpo de literatura disponível à comunidade científica e a gestores organizacionais (SILVA, 2012). Por outro lado, a temática ainda se mostra tímida nas publicações acadêmicas brasileiras, sendo emergente e passível de exploração, tanto no tocante à quantidade de produções, quanto no que se refere ao conteúdo teórico-empírico socializado (BARRETO; THOMPSON; FEITOSA, 2011; REGO; SOUTO; CUNHA, 2007). Tecchio e Brand (2016) consideram o estudo da espiritualidade nas organizações como um tema em estágio inicial de abordagem teórica. A espiritualidade nas organizações é um tema da gestão contemporânea, associado à contínua busca das empresas por novas formas e instâncias para alcançar a excelência. O alvo das ações organizacionais passa a ser não só seu sistema produtivo, financeiro ou sua responsabilidade social, mas sim as pessoas, até então pouco consideradas no contexto laboral. Essas pessoas inicialmente destituídas de importância, consideradas mão de obra por uma visão desfragmentada, reducionista e economicista, passam a ser reconhecidas, isoladamente ou em grupos de trabalho, pelas capacidades emocionais,

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cognitivas e humanas e pela busca de realização no trabalho que vão além das relações interpessoais (CALDEIRA; GOMES; FREDERICO, 2011; SANTOS; SOUZA-SILVA, 2013). Segundo Silva (2012), essa busca traz consigo uma preocupação crescente com o bem estar emocional e a motivação dos trabalhadores, o que, em parte, pode estar associado à tentativa de reparação de erros cometidos em relação ao fator humano no trabalho ao longo da história da administração. Pinto (2009) afirma que a espiritualidade nas organizações encontra-se entre os temas associados à visão holística da empresa, sendo uma vertente mais contemporânea, que converge diretamente com as tradicionais visões mecanicista e econômica, dominantes até meados do século XX. A defesa de uma visão holística – mais complexa e diversificada – traz à pauta conceitos como ética, valores, importância da sociedade, respeito pelo talento humano, solidariedade e compaixão (PINTO, 2009). É nessa nova pauta, que busca explicar o trabalho nas organizações, que a espiritualidade ocupa lugar destacado. Santos e SouzaSilva (2013) destacam que ponderar o trabalho como sendo um componente de algo que, para além dos aspectos materiais, contempla também as dimensões psíquica, social e espiritual inerentes ao ser humano, passou a ser um grande desafio. Diversos autores argumentam que a espiritualidade nas organizações impacta diretamente na relação destas com o ambiente interno e externo, encorajando ações de transformação através de mudanças de concepções e práticas (ELY, 2006; OLIVEIRA, 2001). Autores como Ferrage (2012, p. 112) colocam o tema numa perspectiva instrumental ao argumentar que “o fato relevante a salientar é que os princípios, uma vez seguidos, conduzem a um estado de espírito elevado na vida e, consequentemente, a um maior comprometimento com a organização”. Contra este pano de fundo, desenvolveu-se um estudo teórico-empírico, tendo como objeto de estudo as concepções e práticas ligadas à espiritualidade nas organizações contemporâneas. O objetivo geral da pesquisa foi compreender as concepções e práticas ligadas à espiritualidade nas organizações de trabalho, sob dois pontos de vista: da academia – professores universitários – e do mercado de trabalho, representado por gestores e subordinados. O campo de estudo elegeu estas duas esferas por considerá-las pilares para o aprofundamento e a compreensão do tema. Como objetivos específicos, buscou-se (i) identificar as concepções sobre espiritualidade na visão de acadêmicos, gestores e subordinados; (ii) identificar as concepções de espiritualidade nas organizações na visão dos mesmos atores e (iii) descrever as práticas ligadas à espiritualidade nas organizações, caso existam. Além desta V.10, nº1, jan./abr. 2017.

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introdução, o artigo apresenta revisão de literatura, metodologia, análise e discussão dos resultados e considerações finais. 1

REVISÃO DE LITERATURA 1.1 SENTIDOS DE ESPÍRITO OU ESPIRITUALIDADE No hebraico, grego, latim e no Antigo Testamento, o termo espírito tem o mesmo

significado: sopro, vento, hálito, fôlego de vida. Porém, segundo Andrade (1998, p. 141), espírito vai muito além, sendo a “parte imaterial que o Supremo Ser insuflou no ser humano, transmitindo a vida, o movimento e a semelhança com a divindade”. No Novo Testamento, o espírito distingue-se de seu próprio caráter natural, sendo separado do corpo depois da morte (WEGNER, 2007). O termo espiritualidade, a partir de sua etimologia no latim – spitualitatem – é definido como qualidade do que é espiritual, que transcende ou está para além das tendências da carne, posto que mais sublime e elevado (ANDRADE, 1998; HOUAISS, 2001). Cavanagh (1999) afirma que a espiritualidade está ancorada na religião sem estar, contudo, atrelada a nenhuma tradição religiosa específica. Três visões diferentes definem o conceito de espiritualidade: a relacionada aos aspectos de experiência interior e pessoal; a relacionada aos princípios, virtudes, emoções, sabedoria e ética; e uma terceira que trata da convergência das anteriores emergindo através de princípios, práticas e manifestações externas (HASSAN; NADEEM; AKTHER, 2016; SCHMIDT-WILK; HEATON; STEINGARD, 2000). Kinjerski e Skrypnek (2004) mencionam que a espiritualidade pode ser descrita por uma perspectiva tanto religiosa, onde o foco está na conexão com Deus, como na perspectiva metafísica, onde o foco está em crer em uma força maior que si mesmo, ou ainda humanística, onde o foco está na as relações fora do aspecto religioso. Para Boff (2006) e Murad (2008) a espiritualidade é entendida através da expressão de valores específicos, tais como amor, paciência, tolerância, capacidade de perdoar, responsabilidade, harmonia, bem-estar e fé. Por outro lado, autores como Burach (1999), Menegat (2010) e Saks (2011) fazem clara distinção entre espiritualidade e religião, afirmando que espiritualidade é uma dimensão antropológica, própria da pessoa, independente da religiosidade praticada e atribuída às religiões, não tendo relação com nenhum sistema de crenças. Já para Singh e Mishra (2016), a espiritualidade é um conceito amplo que inclui um sentimento de se

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pertencer a algo maior que o ser humano, sagrado, transcendente, uma experiência espiritual, envolvendo uma busca de sentido na vida através da experiência humana como estudar, viver ou agir, ou simplesmente, uma profunda sensação de vitalidade e de interligação com o sobrenatural e o natural. No entendimento de Caldeira, Gomes e Frederico (2011, p. 28) “falar de espiritualidade é falar em espírito”. Os autores argumentam que a espiritualidade da pessoa humana não é definida de maneira única, sendo individual, universal, dinâmica, multidimensional e integradora, conferindo significado e coerência à vivência humana através da reflexão da vida. 1.2 ESPIRITUALIDADE NAS ORGANIZAÇÕES A busca das pessoas por um significado de trabalho que transcenda ao mero ganho econômico faz com que o tema venha ganhando força, sendo tratado com mais naturalidade por empresários, executivos e trabalhadores, através da interação entre as pessoas e o caminho para alcançar o crescimento pessoal, incluindo a experiência de vida interior e sentimentos de plenitude e alegria (ARRUDA, 2005; DUCHON; PLOWMAN, 2005; GREGORY; KONZ, 1999). Sinais da preocupação com a espiritualidade nas organizações foram aparecendo em diversos lugares: das salas de reuniões para refeitórios de empresas, de conferências de negócios para a gestão de boletins informativos, de empresas de consultoria e gestão para as escolas de negócios, etc. Fenômenos recentes no mundo dos negócios tentam entender como a espiritualidade influencia os trabalhadores a buscarem mais do que o dinheiro, almejando uma maior autonomia e participação nas organizações (DHIMAN; MARQUES, 2011). A partir do momento em que há a mudança de foco restrito em ganhos econômicos para o crescimento humano é possível observar que tanto trabalhadores como gestores não estão mais somente à procura de dinheiro, mas buscam, cada vez mais, outros valores, tais como significado pessoal, crescimento profissional e, inclusive, crescimento espiritual no local de trabalho (TISCHLER, 1999). Autores como Burkhard e Moggi (2009), Pierce (2006), Solomon (2003) e Vasconcelos (2008) entendem a espiritualidade de forma holística, como qualquer valor religioso ou ético concretizado na forma de uma atitude oriunda das ações humanas. Para Kinjerski e Skrypnek (2004), a espiritualidade descreve a experiência dos trabalhadores que estão apaixonados e energizados pelo trabalho, que encontram significado e propósito V.10, nº1, jan./abr. 2017.

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dentro das organizações através da expressão de suas identidades e das conexões com aqueles com quem trabalham. Ashmos e Duchon (2000) e Saks (2011) afirmam que a espiritualidade nas organizações pode ser associada a um número de dimensões-chave, como o senso de comunidade, a conexão com os outros, um significado e propósito, reconhecendo que os empregados possuem uma vida interior que alimenta e é alimentada por um trabalho significativo, tanto nas comunidades, como nas organizações. Já para Pfeffer (2010), a espiritualidade nas organizações possui não três, mas quatro dimensões, a saber: (i) o trabalho, que precisa ser interessante e que permita que os indivíduos aprendam, desenvolvam e obtenham um senso de competência e domínio; (ii) significado, que seja capaz de proporcionar algum sentimento de propósito; (iii) senso de conexão e relações sociais positivas com os colegas de trabalho e, por fim, (iv) a capacidade de viver uma vida integrada, de modo que os papéis de trabalho e outros papéis não estejam inerentemente em conflito. Burack (1999) e Gregory e Konz (1999) consideram que a espiritualidade nas organizações deve ser anunciada e apresentada em termos que sejam facilmente compreendidos por todos os seus membros através da sua missão, visão, valores e filosofia, meios capazes de gerar sinergia e engajamento dos trabalhadores. Embora a espiritualidade nas organizações e o engajamento venham se desenvolvendo de forma independente nas organizações, ambos compartilham claramente muitas semelhanças, podendo existir simultaneamente. À medida que as organizações adotam a espiritualidade no local de trabalho, facilitam e permitem que os funcionários desenvolvam plenamente suas funções. Esse desenvolvimento está alicerçado na tolerância, na paciência, na sensação de interconectividade, propósito e aceitabilidade das normas da organização em interação com os valores pessoais (AFSAR; REHMAN, 2015; SAKS, 2011). Por fim, corroborando com o que foi apresentado sobre o tema, Kolodinsky, Giacalone e Jurkiewicz (2008) constataram que a espiritualidade organizacional pode ser positivamente relacionada ao envolvimento com o trabalho, à identificação dos trabalhadores com a organização, às recompensas e à satisfação, bem como pode ser relacionada negativamente à frustração organizacional. As organizações estão sendo desafiadas a criar e manter um nível de espiritualidade aliada à gestão para que haja equilíbrio entre os fatores humanos e os fatores econômicos (MILLER, 1998). A literatura existente na Administração revela que há diferenças na compreensão do sentido e do significado atribuído ao termo. Construtos como criatividade,

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honestidade, confiança, realização pessoal, comprometimento organizacional, satisfação e desempenho de equipe são associados à espiritualidade nas organizações, porém o termo segue sem consenso quanto ao significado (GREGORY; KONZ, 1999; SAKS, 2011). 2

METODOLOGIA Para o alcance dos objetivos geral e específicos, realizou-se uma comparação

sobre o que é inferido na teoria sobre o tema e o que pôde ser observado na prática, através de uma pesquisa exploratória, descritiva e qualitativa, com instrumento semiestruturado, focando no entendimento dos fenômenos sociais e em um maior conhecimento sistematizado. A pesquisa qualitativa explica o fenômeno social com o menor afastamento possível do ambiente natural, através da concepção dos agentes, daquilo que os levou a agir singularmente como agiram a partir de sua lógica e exposição de suas razões (GODOI; BALSINI, 2010; RICHARDSON, 1985; VERGARA, 2000). O campo empírico foi composto por gestores e subordinados de uma empresa de Tecnologia da Informação (T.I) aqui denominada empresa Alfa, com sede em Fortaleza e filiais em outras duas capitais do Nordeste do Brasil, e por docentes de uma universidade estadual situada também no Nordeste do Brasil, aqui denominada Gama. A Alfa atua no mercado desde 1996, tendo sido indicada por cinco anos consecutivos como um dos melhores locais para se trabalhar em seu setor de atuação (INFOBRASIL, 2015). Já a universidade Gama foi fundada em 1973, possui 7 campi e mais de 100 cursos de graduação e pós-graduação, sendo os entrevistados docentes e doutores do curso de Administração de Empresas, um dos cursos mais antigos do Brasil em sua área, com enorme tradição junto ao mercado. As entrevistas, semiestruturadas e com elementos estímulos, direcionaram o sujeito a partir de um roteiro previamente elaborado, composto por perguntas abertas, permitindo uma organização flexível e ampliação dos questionamentos conforme o desenvolvimento da entrevista. A técnica de entrevista em profundidade propicia a emergência de narrativas que se abrem como textos passíveis de compreensão, originados nas falas individuais dos sujeitos e permite a obtenção de vasta riqueza informativa, tendo a vantagem de gerar pontos de vista, enfoques, hipóteses e outras orientações úteis para o desenvolvimento do trabalho. Além disso, proporciona ao investigador um maior esclarecimento entre perguntas e respostas, permitindo que este interaja de forma direta e flexível com o entrevistado (GODOI; MATTOS, 2010). Ao todo, dez pessoas foram entrevistadas, sendo três gestores, três subordinados V.10, nº1, jan./abr. 2017.

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e quatro docentes doutores, conforme Quadro 1. Os nomes reais foram omitidos a fim de preservar a identidade dos entrevistados. Quadro 1 - Sujeitos da pesquisa Entrevistado Ana Maria João Marta Clara Lucas Paulo Célia Silvia Pedro

Idade 30 20 33 39 30 36 35 38 45 60

Cargo Subordinado Subordinado Subordinado Gestor Gestor Gestor Professor Professor Professor Professor

Tempo de Empresa 4 anos 3 anos 7 anos 6 anos 4 anos 10 anos 3 anos 2 anos 10 anos 20 anos

Fonte: Elaborado pelos autores.

As entrevistas foram gravadas em meio eletrônico e depois transcritas na íntegra. Tal procedimento objetivou a ampliação do poder de registro e a captação de elementos de comunicação de extrema importância, pausas de reflexão, dúvidas ou entonação da voz, aprimorando a compreensão da narrativa (SCHRAIBER, 2006). O instrumento de pesquisa foi elaborado tomando por base a literatura sobre o assunto e a entrevista com os gestores e subordinados foi iniciada através da apresentação de palavras em sequência para evocação do tema e abertura do discurso. Aos gestores e subordinados apresentou-se no início de cada entrevista a palavra ESPIRITUALIDADE e solicitou-se que eles articulassem duas outras palavras que viessem à mente quando desse estímulo visual. Em seguida foi solicitado que eles explicassem o porquê das palavras escolhidas e a relação que estas tinham com a Espiritualidade. Depois da explicação, apresentou-se a segunda palavra, TRABALHO, e foi solicitado aos entrevistados que dissessem se havia relação entre as duas palavras. A entrevista prosseguiu tomando por base o roteiro semiestruturado, permeando o discurso através das palavras evocadas pelos entrevistados na empresa Alfa. O roteiro de entrevista dos docentes foi estruturado de forma diferente. Não existiram palavras para evocação do discurso e sim uma imersão direta dentro do instrumento de pesquisa. O conteúdo da entrevista buscou ouvir dos docentes o entendimento sobre o tema, a visão que possuem sobre este, sua relação com a Espiritualidade, a existência ou não de empresas espiritualizadas e, caso existam, como se dá a formação de tais empresas, o ambiente, a interação com os funcionários, entre outros temas pertinentes. Em seguida, realizou-se a análise de conteúdo, cuja técnica de pesquisa analisa as

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comunicações, utilizando procedimentos sistemáticos e objetivos da descrição de conteúdo das mensagens (BARDIN, 1977; BERELSON, 1984). Para tanto, cada entrevista foi identificada e nelas foram separadas as unidades de sentido. Estas foram agrupadas em subtemas e depois aglutinadas dentro dos grandes temas do artigo: Espiritualidade, Espiritualidade no Trabalho e Espiritualidade nas Organizações. 3

ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS O processo analítico da narrativa sobre o objeto de estudo permitiu a identificação

de várias unidades de sentidos, identificadas na Figura 1, que juntas são estruturantes dos temas que norteiam esta análise. Estes temas são apresentados e discutidos como dimensões empíricas, já que emergiram dos dados coletados em campo e não de dimensões teóricas escolhidas a priori. Figura 1 – Word Clouds: unidades de sentido da pesquisa.

Fonte: Elaborado pelos autores.

Desse processo, emergiram três temas, a saber: Espiritualidade, tratando das concepções dos acadêmicos, gestores e subordinados sobre o tema; Espiritualidade e Organizações, tratando da interação entre ambos e Práticas da Espiritualidade nas Organizações, que abrange exemplos de práticas organizacionais ligadas à espiritualidade. 3.1 ESPIRITUALIDADE V.10, nº1, jan./abr. 2017.

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Das concepções sobre o conceito de Espiritualidade emergiram conteúdos relacionados a sentimentos, empatia (preocupação e respeito com o próximo) e religião (crenças e aspectos doutrinais). Para os acadêmicos de Administração, a Espiritualidade é a forma como o ser humano relaciona-se com Deus e com as entidades espirituais, existindo, nesse caso, diferença entre espiritualidade pessoal e aquela que, porventura, exista nas organizações. Por outro lado, alguns sujeitos afirmam que, porque a Espiritualidade pode levar o ser humano a algo incontrolável, relacionado a mitos, religião e crenças, seria mais coerente relacioná-la com conhecimento tácito, interno, o potencial inerente a cada ser humano, o que pode trazer amabilidade no trato com terceiros, uma melhor interação com mudanças, uma melhor socialização e uma melhor aprendizagem. Para os gestores, a Espiritualidade é traduzida como sendo um conjunto de processos inerentes ao ser humano, através das atividades colocadas em ordem, energias recarregadas, busca pela tranquilidade e captação de energias que os sujeitos julgam serem positivas; remete à fraternidade, ao desenvolvimento espiritual das pessoas, cada uma com sua própria fé, com seus próprios dogmas, com sua própria forma de ver a vida. Tal concepção é limitante das ações humanas, gerando relações sociais harmoniosas, pois pessoas que não acreditam em nada são capazes de fazer o mal a todos, simplesmente por não terem nenhum tipo de compromisso com seus atos ou com suas possíveis consequências. Nesse ponto, os indivíduos dividem-se entre aqueles que acreditam que a Espiritualidade tem relação direta com a fé em Deus e tal crença faz com que a pessoa aja de forma melhor no tratamento de seus semelhantes, evocando a ética e a moral, respeitando as diferenças de crenças e opiniões e entre aqueles que acreditam não ser necessário crer em Deus para ter um lado espiritual; para estes, basta que haja conexão com outros seres humanos, não necessitando obrigatoriamente de um Deus para interagirem e serem felizes. Para os subordinados, Espiritualidade é definida como a paz, seja ela interior ou em relação ao ambiente; com o sentir-se bem, o que, segundo eles, favorece a certeza de uma melhor escolha na vida e resulta em felicidade, calma e sossego. Nesse sentido, os sujeitos expressaram que, para estar em sintonia com a Espiritualidade, o ser humano precisa ter equilíbrio emocional, profissional e familiar e que esta se origina da tranquilidade como resposta às indagações da vida, sendo uma questão de sintonia e sinergia, tendo relação direta com a fé, com o acreditar que as coisas podem dar certo,

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com o seguir em frente, com o persistir e com o alcance dos objetivos. 3.2 ESPIRITUALIDADE NAS ORGANIZAÇÕES Em relação ao contexto das organizações, a Espiritualidade foi analisada de diferentes formas. Para os acadêmicos, há relação direta entre ambas, pois, sendo a pessoa espiritualizada, seu rendimento tenderia a melhorar, o que – por consequência – aumentaria sua autonomia e produtividade e influenciaria nos resultados organizacionais, inclusive no lucro. Este processo passa pelo fornecimento de condições adequadas para que o funcionário se desenvolva e atinja os objetivos pessoais e organizacionais; ao enfatizar os valores espirituais e não apenas materiais, as organizações podem sobreviver e potencializar o acúmulo de riquezas, finalidade principal de um sistema capitalista. Para Vinithi (2016), ao melhorar o clima organizacional favorecendo a espiritualidade, os gestores promovem o comprometimento dos funcionários, refletindo na melhoria do desempenho individual e da organização como um todo. Para os gestores, a Espiritualidade nas organizações parte, prioritariamente, da própria estrutura organizacional (empresários, diretores e gerentes), mas para que seja efetivada é necessária a presença de funcionários espiritualizados, o que se traduz através de bons relacionamentos interpessoais e reflete no desempenho empresarial. A empresa é um lugar propício para a prática da espiritualidade, pois é constituída por gente e o fator espiritualidade está presente em todos os seus domínios, dirigindo o rumo das decisões e ações. Guillory (2000) destaca que a espiritualidade é a consciência interior do indivíduo, uma fonte de inspiração, criatividade e sabedoria que vem de dentro e transcende crenças e valores programados ao longo do tempo. Os sujeitos argumentam sobre a ligação direta entre pessoas espiritualizadas e a geração de bons resultados, pois para eles, uma pessoa sem espiritualidade, onde quer que seja colocada, não conseguirá fazer um bom trabalho, por melhor que sejam as condições do exercício de sua função. As falas dos subordinados corroboram com as falas dos gestores, quando estes afirmam que a empresa lhes disponibiliza um espaço aberto para a espiritualidade, sendo esta percebida por eles como a valorização pessoal, o tratamento diferenciado, a motivação e a alta produtividade, fruto de tais variáveis. Além disso, os gestores são vistos como profissionais de fácil acesso, que lideram com respeito e educação, proporcionando um ambiente de trabalho leve e coeso. Neste caso, as variáveis fazem parte da estrutura organizacional da empresa, porém há a liberdade para discussão de variados assuntos e V.10, nº1, jan./abr. 2017.

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não somente os de interesse direto de uma organização, como o lucro, por exemplo. Os sujeitos argumentaram ainda que é importante a organização investir na espiritualidade, pois nem tudo é dinheiro. Existem elementos importantes dentro do contexto interno organizacional como o prazer pelo trabalho, o desenvolvimento pessoal, as relações interpessoais, melhoria no ambiente interno da empresa e as relações externas à organização que merecem atenção e que, em sinergia, produzem efeitos concretos, positivos e holísticos. Chanlat (2000) menciona que a visão de lucro por partes das empresas, no século XXI, cederá cada vez mais espaço para as relações sociais e preservação da natureza pautada em reflexões éticas sobre as relações organizacionais. Para Caldeira, Gomes e Frederico (2011), as pessoas formam a base fundamental da existência organizacional, pois delas emergem o desenvolvimento, dinamismo, criação, transformação e abertura aos novos tempos e aos novos desafios. Tais ações propiciam a demonstração clara e objetiva do valor pessoal de cada um, permitindo a realização como ser humano e possibilitando a oportunidade de encontrar na organização um sentido transformador para a sua existência, colaborando com a espiritualidade organizacional, enquanto integrante de um grupo de pessoas com objetivos laborais comuns, mas, acima disso, iguais em dignidade e humanismo (CALDEIRA; GOMES; FREDERICO, 2011).

3.3 PRÁTICAS DE ESPIRITUALIDADE NAS ORGANIZAÇÕES Para os acadêmicos de administração, a Espiritualidade nas Organizações pode ser percebida de forma concreta a partir do momento em que a empresa oferece um ambiente propício ao desenvolvimento do funcionário, mantendo diálogo constante e reuniões periódicas para troca de informações, acatando sugestões e até mesmo oferecendo espaços para relaxamento após as refeições, que proporcionam tranquilidade e potencializam o desempenho dos profissionais na execução de suas tarefas, Ainda que a organização não queira, com tais práticas, promover um ambiente espiritualizado, estará promovendo o bem estar e este fará com que as pessoas galguem outros patamares. Segundo Caldeira, Gomes e Frederico (2011), o processo de realização das pessoas se dá através da interação umas com as outras em encontros e relações que promovem a transformação e evolução do ser. É o que Kolodinsky, Giacalone e Jurkiewicz (2008) chamam de nível interativo da espiritualidade organizacional que se baseia na interação dos valores espirituais individuais com os valores espirituais

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reconhecidos na organização. Para os gestores, as práticas organizacionais mais citadas que caracterizam a empresa como espiritualizada são: momentos de integração, como o Casual Day e encontros anuais entre diretores e funcionários, com a tônica de acesso direto e diálogo aberto entre ambos. Além disso, citou-se a prática de realização de pesquisas trimestrais de satisfação, realizadas há mais de uma década, com resultados concretos que advêm das propostas dos colaboradores e o incentivo constante para que a empresa – através de ações de seus colaboradores – engaje-se em ações sociais de diversas naturezas. Visando a qualidade de vida do funcionário, a organização finda por trabalhar uma característica premente de espiritualidade: o zelo por um ambiente saudável, onde o ser humano não vive exclusivamente para o trabalho, ou seja, uma pessoa espiritualizada consegue transformar uma empresa em um ente espiritualizado, gerando resultados melhores e, consequentemente, lucros maiores. De acordo com Hassan, Nadeem e Akther (2016), a espiritualidade relacionada aos gestores ajuda a organização, juntamente com os funcionários, a cumprirem a meta de eficácia estabelecida. Quando o gestor ou o líder é espiritualmente forte em uma organização gera uma cultura saudável agindo como uma ponte de interação, comunicando de forma aberta e eficaz com os atores organizacionais, provendo um ambiente espiritualmente benéfico. Os subordinados corroboram com os acadêmicos de Administração ao afirmarem que os momentos de interação e diálogos são imprescindíveis para o desenvolvimento da espiritualidade organizacional, pois são nesses momentos que as sinergias entre os profissionais acontecem e onde surgem novas ideias e projetos para o futuro. Caldeira, Gomes e Frederico (2011) mencionam que ambientes organizacionais espiritualmente ricos, que permitem aos colaboradores realizar trabalho com significado para a vida, podem conduzir a desempenhos individuais e organizacionais mais elevados. Os subordinados destacaram ainda outras práticas organizacionais que promovem um ambiente propício ao desenvolvimento da espiritualidade organizacional, tais como: pesquisa de satisfação, pesquisa de clima organizacional, criação de condições para que o funcionário possa tratar algum assunto particular fora do ambiente empresarial sem maiores preocupações com faltas ou advertências, licença maternidade de seis meses, facilidade no acesso aos diretores e gerentes para discussão de assuntos dentro da organização e incentivos a trabalhos sociais, como campanhas para arrecadação de alimentos, agasalhos, etc.; atenção maior aos trabalhadores em datas comemorativas, como o dia do aniversário e o dia da profissão do trabalhador. Isso promove a reação das V.10, nº1, jan./abr. 2017.

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pessoas em virtude das necessidades espirituais satisfeitas, resultando em uma sensação de segurança psicológica, certeza de valorização como seres humanos e sentidos de experiência (VINITHI, 2016).

CONSIDERAÇÕES FINAIS Na parte final deste estudo são retomados os objetivos definidos inicialmente. Nos parágrafos seguintes, apresentar-se-á uma síntese das principais evidências observadas no desenvolvimento da pesquisa. Também são expostas as implicações do trabalho direcionadas à teoria e prática das organizações. Em seguida, são apontadas suas limitações e sugestões para pesquisas futuras. O primeiro objetivo específico do trabalho consistia em identificar as concepções sobre espiritualidade na visão de acadêmicos, gestores e subordinados. Nas dez entrevistas realizadas, observou-se que, das concepções sobre o conceito de Espiritualidade, emergiram conteúdos relacionados a sentimentos, empatia e religião. A Espiritualidade é entendida sob dois aspectos distintos: a forma como o ser humano relaciona-se com Deus e as entidades espirituais, mitos, religião e crenças; e a não obrigatoriedade de uma crença em Deus para que o ser humano possua um lado espiritual, bastando uma conexão com outros seres humanos para que haja interação e felicidade. Para os entrevistados, Espiritualidade tanto pode ser definida como paz interior (ou em relação ao ambiente), felicidade, calma, sossego, equilíbrio emocional, profissional, familiar e tranquilidade às indagações da vida; como pode ser entendida também como uma questão de sintonia e sinergia, o seguir em frente, o persistir e o alcance dos objetivos. O segundo objetivo específico buscava identificar as concepções de espiritualidade nas organizações na visão dos mesmos atores, sendo esta também analisada de diferentes formas. Os acadêmicos relacionaram de forma direta a espiritualidade às organizações, levantando fatores como rendimento, autonomia, produtividade e resultados. Os gestores também o fizeram, porém levantando outros fatores como relacionamentos interpessoais, desempenho individual e organizacional, inspiração e criatividade. Para ambos, a ligação direta entre pessoas espiritualizadas e geração de bons resultados é tangível e concreta. Por outro lado, porém não de forma totalmente antagônica, os subordinados afirmaram que há relação entre espiritualidade e organizações, à medida que há

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valorização pessoal, tratamento diferenciado e motivação, tudo isto levando a uma melhor produtividade, aqui residindo o ponto convergente entre os entrevistados. Para os subordinados, outros elementos importantes conectam espiritualidade às organizações, como o prazer pelo trabalho e o desenvolvimento pessoal, que, da mesma forma que os fatores mencionados inicialmente, produzem efeitos concretos, positivos e holísticos. Finalmente, o terceiro objetivo visava a descrição das práticas ligadas à espiritualidade nas organizações. Aqui, houve coincidência de respostas, pois os entrevistados citaram, de forma geral, os diálogos abertos em reuniões e encontros periódicos, a liberdade de expressão e a promoção do bem estar social, independente do tipo de ação promovida pela empresa. De forma específica, as práticas mais citadas vão desde a realização de pesquisas de satisfação e clima organizacional, passando por benefícios estendidos, até a prática de doações em ações sociais de diversas naturezas. Uma vez que essas considerações finais já enumeraram o alcance dos objetivos específicos deste trabalho, considera-se que o objetivo geral também foi atendido. Como implicações do trabalho, cita-se aqui o levantamento de fatores organizacionais que podem ser levados em consideração por empresas que primam por um ambiente espiritualizado e buscam maneiras práticas de trilhar esse caminho. Como principal limitação, o estudo restringiu-se a entrevistar gestores e subordinados de uma única organização, o que pode significar um viés amostral. Neste caso, para estudos futuros, sugere-se a ampliação do campo empírico pela inserção de empresas de mais de um setor ou, até mesmo, de mais de uma localização geográfica.

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