Conflitos, Resistências e militâncias: A participação de grupos de mulheres no Partido dos Trabalhadores em seu processo de formação (1979 - 1986)

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1 Conflitos, Resistências e militâncias: A participação de grupos de
mulheres no Partido dos Trabalhadores em seu processo de formação (1979 -
1986)[1]



ROGER CAMACHO BARRERO JUNIOR*


Com o processo de abertura política no Brasil, ocorrido no final da
década de 1970, possibilitou-se a criação de novos partidos políticos para
além do sistema binário então vigente (ARENA e MDB). Nesse sentido, grupos
e movimentos sociais passaram a atuar em prol da criação de um partido
político que os representasse, visto o distanciamento existente entre as
massas, o Estado e as demais instituições políticas então vigentes.
Dessa forma, o Partido dos Trabalhadores (PT) surge com a proposta de
representar e se organizar a partir de suas bases. Nesse projeto, não
apenas os trabalhadores aderiram à proposta do PT, mas também setores da
população que se viam identificados com a proposta do novo partido. Dentre
esses, destacamos nesta pesquisa a participação de grupos de mulheres na
constituição partidária, onde buscaram ser representadas.
Por outro lado, dentro da variedade de experiências e pontos de vista,
esses agentes levaram consigo também tensões e conflitos no que diz
respeito às demandas de outros grupos que compartilhavam o partido. Dentro
disso, também não podemos esquecer a resistência com a qual alguns setores
da esquerdas lidavam com pautas que fossem além das questões referentes à
luta de classes e às esferas da produção material. Pensando nessas
questões, a pesquisa e este texto oriundo dela, irão discorrer sobre essas
questões.


Reivindicações femininas e movimentos sociais.
Ao observar o processo de entrada de grupos de mulheres no PT, não
podemos ignorar a conjuntura de rearticulação dos movimentos sociais
brasileiros no final da década de 1970. Temos em mente que além dos
trabalhadores apoiados pelos sindicatos, há a presença de grupos oriundos
de outros setores da sociedade, estes que sofriam opressão também por
outros fatores e que adentram as discussões dos grupos sindicalistas por
meio das correntes vinculadas ao chamado Novo Sindicalismo, que defendiam a
defesa não apenas dos trabalhadores, mas também dos demais oprimidos
presentes dentro da sociedade. Nesse caso, podemos tomar como exemplo as
experiências dos negros e dos homossexuais. Os primeiros possuíam apoio
dentro de grupos vinculados às Comunidades Eclesiais de Base, no meio
operário e também nas esquerdas trotskistas que estavam se reorganizando no
final da década de 1970.
Já os homossexuais se apoiaram dentro das esquerdas, vista a oposição
dos grupos religiosos às suas pautas. Por outro lado, mesmo dentro desses
grupos políticos, esses agentes também encontravam resistência quanto às
suas pautas, bem como à sua presença dentro deles. Isso não foi diferente
no caso dos negros e muito menos nas questões referentes às mulheres. Por
terem contato com questões voltadas aos problemas da esfera da produção
material, muitos grupos de esquerda não lidavam bem com questões que fossem
além das pautas históricas defendidas no meio operário. Também, não podemos
esquecer a composição interclassista que esses movimentos possuíam, o que
também gerava conflitos e tensões dentro de setores da esquerda que
defendiam a ideia do protagonismo da classe operária nos processos
revolucionários (GREEN, 2003: 36).
Por outro lado, podemos notar por meio das fontes uma aproximação
entre esses setores (mulheres, negros e homossexuais) por meio da formação
de identidades construídas a partir de suas experiências frente à repressão
social e moral. Nisso, muitas vezes esses grupos dão apoio às pautas uns
dos outros, construindo entre si uma ideia de unidade pautada na concepção
de oprimidos (DOMINGUES, 2007: 114 - 115). Pensando nessa questão, e na
relação destes grupos com as esquerdas recém-reorganizadas, podemos notar
no seguinte excerto do jornal trotskista Em Tempo:

Inês: (...) Somos empurrados culturalmente à
heterossexualidade e reprimidos quando conseguimos escapar
à determinação cultural – mulher tem que ser passiva; o
homem tem que ser agressivo. (...) Eu diria que aí está a
essência de uma sociedade que busque ser democrática –
deve incluir negros, homossexuais, mulheres. (...)
Trevisan: (...) A mulher, o negro, o homossexual têm
alguns problemas específicos, outros comuns. Mas somos
todos igualmente definidos como minoria porque nossos
problemas, de um ponto de vista dogmático, são
considerados irrelevantes. (Em Tempo nº 56, 1978: 4)

Aqui podemos notar o diálogo existente entre os três grupos, onde uma
militante feminista e um militante homossexual abordam questões referentes
aos problemas dos grupos que seriam tidos como minorias, termo por eles
criticado por evocar a negligência com a qual eram tratados nos debates
políticos. Dentro dessa questão, podemos notar discussões referentes aos
mesmos problemas em exemplares de fontes produzidas por esses mesmos
agentes, como os jornais de grupos femininos: Brasil Mulher (Nº 11, 1978:
13; Nº 12, 1978: 4) e Mulherio (Nº 4, 1981: 3), bem como por fontes
produzidas por grupos de homossexuais, como o jornal Lampião da Esquina (Nº
11, 1979: 1; Nº 14, 1979: 2), entre outros não observados nessa pesquisa.
Ainda, devemos nos atentar para o espaço dado pelo grupo trotskista
Democracia Socialista (DS), responsável pelo jornal citado no excerto
acima, quanto às questões ali postas, visto o foco dado às reivindicações
desses movimentos. Mesmo assim, não podemos esquecer a existência de
tensões entre esses grupos e esses movimentos, vista a questão da
resistência do marxismo tradicional em tratar de problemas que fossem além
das pautas dos trabalhadores, como apontado anteriormente. Ao tratar da
questão das mulheres, o militante Trevisan ainda afirma na mesma
entrevista:

A concorrência, um comportamento patriarcal tão importante
na nossa sociedade capitalista, ainda existe no
socialismo, através da luta pelo poder, também como
produto cultural do patriarcado. (...) Nas análises
sociais geralmente feitas por aí as coordenadas giram em
torno da luta de classes. Caiu fora disso, não se sabe
mais o que dizer(...) Se eu for considerado pequeno-
burguês e não classe operária, então não tenho nada mais a
fazer senão curtir esse sentimento de culpa diante da
revolução (...) (Em Tempo nº 56, 1978: 4)

Nesse trecho da fonte aparece a questão acima posta do problema do
interclassismo desses movimentos, bem como da resistência de alguns setores
da esquerda com relação às reivindicações desses grupos que atuavam em
torno de questões voltadas para o simbólico, a moral e os direitos. No caso
acima posto há a crítica ao patriarcado presente não apenas na sociedade
capitalista, mas também dentro da esquerda. Nessa questão, devemos lembrar
o receio existente também dentro das esquerdas com relação à possibilidade
de divisionismos dentro do movimento. Para uma parcela desses grupos, ao ir
além das reivindicações de cunho material, criar-se-ia sub-grupos, os quais
acabariam se afastando das reivindicações tidas como da vontade geral das
massas (GREEN, 2003: 36 - 37).
Ainda, devemos lembrar que essas identidades, presentes entre esses
setores que se identificavam enquanto oprimidos, não os isentavam de
tensões entre si. Em um exemplar do jornal Lampião da Esquina (Nº 14, 1979:
8), produzido por grupos de homossexuais, podemos notar uma crítica ao
Movimento Negro Unificado por omitir a presença de homossexuais entre
aqueles que os apoiavam. Nesse sentido, há a discussão em torno da presença
de resistências e resquícios de discriminação entre os mesmos grupos, tidos
como minorias.
Dessa maneira, devemos ter em mente duas reflexões: primeiro que não
podemos homogeneizar esses movimentos por meio das categorias que os
representam, pois tal abordagem omite experiências específicas e agentes
que não concordavam com todas as pautas presentes dentro de um grupo (REIS,
1993). Isso nos leva a pensar que dentro dos grupos de mulheres, por
exemplo, podemos encontrar militantes contrárias a certas reivindicações,
como o aborto e a livre sexualidade, como Benedita da Silva e outras
favoráveis, como Tatau Godinho. O fato de ser religiosa não seria o único
motivo de essa militante ser contrária a essa pauta, vista a presença de
outras mulheres vinculadas a grupos religiosos que se mostravam mais
flexíveis a tais questões.
Em segundo lugar, devemos lembrar que determinadas formas de pensar
são cunhadas pelas classes dominantes, mas acabam adentrando as massas,
perdurando em seus discursos por longos períodos (THOMPSON, 2013). Isso nos
remete à resistência presente dentro das esquerdas, visto que para além da
questão classista e materialista de sua atuação, há também resquícios
dessas formas de pensar construídas muito antes da criação de tais grupos,
mentalidades essas que estariam espalhadas por toda a sociedade e não
apenas entre esses agentes.
Devemos ter em mente que essas discussões, bem como os apoios e
tensões surgidos delas acabaram adentrando ao Partido dos Trabalhadores em
1979, visto que muitos membros desses grupos e movimentos acabaram aderindo
ao PT por se identificarem com a sua proposta (SECCO, 2011: 26 - 31),
levando consigo suas experiências e pontos de vista, as quais interferiam
na forma como lidavam com essas questões. Nisso, não podemos pensar no
partido como uma instituição isolada, mas como parte de um processo maior
que tange a política e a sociedade do período em questão.


Comunidades Eclesiais de Base e Movimentos de Mulheres.
Quando tratamos dos movimentos sociais, dentre os quais os de
mulheres, organizados nas décadas de 1970 e 1980 no Brasil, não podemos
esquecer-nos de tratar de duas instituições: a Igreja, no que toca aos seus
setores mais progressistas, e os sindicatos. Nessa questão, segundo Eder
Sader (1988: 194), os grupos e movimentos que se pautavam em questões de
cunho material, se apoiaram, em sua maioria nos sindicatos enquanto aqueles
que se voltavam para os problemas de ordem simbólica e cultural acabaram se
apoiando primordialmente na Igreja. Para Sader, essas instituições davam
força aos discursos, que acabavam por servir também de apoio daqueles
movimentos, visto que a repressão a qualquer tipo de manifestação
contestatória ainda vigorava no Brasil e essa instituição acabava servindo
de apoio para os mesmos. Nesse sentido, o autor afirma ainda que muitos
grupos de esquerda estariam espalhados dentro desses dois grupos, vista a
sua desarticulação no Brasil no final da década de 1960 e início da década
de 1970.
Mesmo assim, devemos lembrar que a partir do final dos anos 1970,
grupos trotskistas passam a se reorganizar e com eles, grupos e movimentos
sociais passam a ganhar espaço. Dentre eles, podemos citar a Democracia
Socialista (DS), a Organização Socialista Internacionalista (OSI) e a
Convergência Socialista (CS) (KAREPOVS, 2007), sobre as quais nos deteremos
mais adiante. Pensando nas questões acima postas, devemos ainda ter em
mente, como dito anteriormente, que os agentes oriundos desses dois grandes
grupos adentraram ao PT em 1979, levando consigo experiências e ideologias.

Pensando na relação entre a Igreja e os grupos de mulheres, devemos
lembrar que a Teologia da Libertação ganhava força entre setores
progressistas da Igreja Católica e sob essa corrente de pensamento surgiam
as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). Esses grupos possuíam autonomia e
flexibilidade quanto à hierarquia clerical e reunia, em sua composição,
moradores de bairros da periferia das capitais brasileiras, trabalhadores
fabris, donas de casa e camponeses e residentes das zonas rurais. Nisso,
devemos ter em mente que a participação feminina nas CEBs era expressiva,
visto que na composição de diversos grupos podemos notar o protagonismo de
muitas mulheres em sua composição, que chegavam inclusive a assumir cargos
de liderança (SANTOS, 2006: 33).
Pensando na parcela de mulheres presente nesses grupos, nota-se por
meio das fontes produzidas por religiosos e grupos pastorais, a defesa da
autonomia da mulher frente à sociedade, bem como à sua vida política. Em um
livreto produzido em uma paróquia, podemos notar:

Todas as quartas-feiras reúnem 12 mulheres em torno da
Palavra de Deus e discutem os problemas das suas vidas
(...) só as mulheres que participam daquela comunidade
(...) mulheres dispostas, conscientes, cheias de espírito
de luta e união. (...) todas as mulheres ali presentes
eram casadas e não havia nenhum dos seus maridos
participando do grupo. (PARÓQUIA, 1982: 13)

Nessa fonte podemos notar a valorização da atuação feminina no
questionamento dos problemas sociais. Nesse ponto, lembramos que a Teologia
da Libertação unia a doutrina católica às premissas do marxismo,
questionando assim as condições de vida dos trabalhadores e oprimidos da
sociedade por meio de uma visão cristã. Outra fonte, produzida pela Diocese
de Goiás, reforça essa ideia: "(...) lutando para construir um mundo
melhor, é que o cristão mostra o seu amor (...)" (DIOCESE, 1978: 5). Além
desse trecho, em outros livretos podemos notar alusão à participação
política das massas, dentre as quais a autonomia da mulher em poder
contestar suas condições de vida, bem como de sua família (EQUIPE, 1979).
Nesse sentido, percebe-se aqui a presença de ideias oriundas do marxismo,
as quais confluem com os princípios cristãos da solidariedade com os demais
indivíduos.
Essa defesa da liberdade sócio-política feminina aparece em fontes
oriundas de grupos e movimentos de mulheres paralelos aos núcleos
religiosos. Neles há a discussão em torno da contribuição das CEBs para a
conscientização e maior atuação políticas das mulheres dentro da sociedade
brasileira. Nesse ponto, remetemos à questão da relação existente entre
esses dois pontos, visto que membros de movimentos religiosos poderiam
participar de grupos femininos e vice-versa, o que torna necessário, para
esse estudo, o rompimento com as categorias fixas que isolam os grupos e
omitem as experiências específicas ali presentes (REIS, 1993).
Por outro lado, mesmo ao defender maior liberdade da mulher dentro da
política e dos espaços de trabalho, bem como ressaltar sua liderança dentro
dos núcleos familiares, podemos notar a presença de resquícios de
mentalidades que colocam o homem como chefe da residência (EQUIPE, 1979:
3). Nesse sentido é importante notar a contradição presente entre a defesa
da participação política da mulher, sua autonomia na sociedade e sua
liberdade individual, no que tange questões como a maternidade e a
sexualidade feminina, temas que conflitavam com a doutrina católica, a qual
considerava o corpo como templo divino. Sendo assim, devemos lembrar que
esses pontos geravam polêmica entre membros de grupos religiosos. Tomando
como exemplo os anticoncepcionais e o aborto, Hélio Bicudo, membro de
grupos vinculados às CEBs que adentrou ao Partido dos Trabalhadores em seu
período de formação, diz:

Não é a pílula ou o aborto que irão libertar a mulher, mas
será ela própria que se libertará, a partir do instante em
que tiver presente a sua missão na sociedade, que não é
diferente da do homem (...). Existem bens que recebemos,
dos quais não podemos dispor, a não ser em circunstâncias
extremas. (Em Tempo nº 100, 1980: 17)

Quanto a isso, Frei Betto, o qual também apoiou o partido em seus anos
iniciais, ainda escreve:

(...) estes temas não estão sendo debatidos pelos setores
populares; são temas da classe média e alta. (...) Tomemos
o caso do aborto: trata-se da legalização da imperfeição
do sistema capitalista (...). A legalização do aborto vem
para nos cegar na busca desta causa mais profunda do
problema. (...) elas desviam a atenção das questões que
hoje interessam ao movimento popular; que, no caso, não é
a questão do uso do corpo, mas a questão de como vestir e
alimentar o corpo. (Em Tempo nº 157, 1982: 18)

Nos dois casos podemos notar que o choque entre as pautas oriundas de
grupos feministas e a doutrina católica é notório. A autonomia política e
social femininas não é negada, bem como sua igualdade perante o homem na
vida cotidiana, mas a ideia de que sua natureza materna, dentro da
concepção cristã de família, interfere na maneira de viver, aparece como
ponto central em ambos os casos. Porém, no segundo excerto, há, de maneira
mais explícita, a resistência a tais questões baseada em premissas da
esquerda, visto como o questionamento foi em direção ao foco dado aos
problemas de esfera material, colocando para segundo plano os pontos que
não seriam provenientes dessas questões. Havia na fala de Frei Betto o
receio de essas reivindicações desviarem o foco das pautas que seriam tidas
como da vontade geral das massas, como apontado anteriormente nesse texto.
Também, podemos notar o problema quanto ao interclassismo presente
entre militantes de grupos de mulheres que defendiam tais pautas, o que
aparece como oposto à vontade das classes populares, na visão de Frei
Betto. Nesse ponto, devemos ter em mente que setores tradicionalistas das
esquerdas conflitavam com questões que iam além da luta de classes por
considerarem que o processo revolucionário deveria ser feito pela classe
operária com a supressão das desigualdades, o que tencionaria, segundo
esses pontos de vista, com a presença de setores da classe média e da
burguesia ali presentes, os quais apareceriam como divisionistas do
movimento, como apontado anteriormente (GREEN, 2003: 37).
Nesse sentido, ao pensar na relação entre as CEBs e os movimentos e
grupos de mulheres, como afirma Ana Maria Doimo (1983: 24), não podemos
esquecer de que apesar de expor a doutrina católica de maneira flexível,
pode-se notar nas CEBs a presença de uma espécie de reafirmação da Igreja
Católica enquanto instituição, visto que ela se utilizaria desses grupos
para ampliar sua influência sobre os movimentos sociais em uma tentativa de
impedir que eles tomassem totalmente a liderança de suas atuações dentro da
sociedade. Ainda assim, não podemos negar a conscientização promovida pelas
CEBs a determinados setores da sociedade, bem como o auxílio dado por esses
grupos às mobilizações populares ocorridas nesse período, como nos mostra
Eder Sader (1988).


Sindicatos e Movimentos de Mulheres.
Quando tratamos do processo de formação do Partido dos Trabalhadores,
não podemos deixar de observar os grupos vinculados aos sindicatos. No
período, correntes denominadas como Novo Sindicalismo questionavam a
relação entre os trabalhadores e seus representantes, defendendo que a
escolha destes fosse feita pela classe trabalhadora e não por meio de
indicação estatal. Também, defendiam a discussão sobre os problemas dos
demais oprimidos da sociedade, expandindo suas reivindicações para além dos
espaços de trabalho (GIULIANI, 2007: 643). Nesse processo, não podemos
esquecer a contribuição de setores relacionados às CEBs quanto à
mobilização desses trabalhadores. Por meio de ações pastorais, religiosos
baseados nas ideias da Teologia da Libertação discutiam e questionavam as
condições de vida e trabalho dessas pessoas, como apontado anteriormente.
Sendo assim, remetemos ao apoio dado por setores da Igreja Católica, os
quais davam apoio às mobilizações dos movimentos de trabalhadores (REZENDE,
2007: 3).
É importante lembrar que, nesse período, também devemos atentar que a
proporção de mulheres nos postos de trabalho aumentou significativamente,
tanto nas indústrias, como em outros setores econômicos. Estas
trabalhadoras adentraram em espaços até então predominantemente masculinos,
lembrando que o número de mulheres sindicalizadas também aumentou
proporcionalmente nas décadas de 1970 e 1980. Mesmo ocupando cargos iguais
aos de seus colegas de trabalho do sexo masculino, essas trabalhadoras
tinham o problema de receberem menos que eles. Segundo Eder Sader (1988: 85
- 86), essa disparidade nos pagamentos se dava pelo fato de existir uma
concepção de que o trabalho feminino era complementar ao masculino,
entendendo que as mulheres apenas seriam agentes complementares na renda
familiar, não se sobrepondo aos seus maridos.
Também, não podemos esquecer outros problemas decorrentes do processo
de adaptação dos espaços de trabalho e ao número crescente de mulheres ali
presentes: além de trabalharem em locais que não eram adaptados para suas
necessidades, como altura e fisiologia, o problema da falta de creches, bem
como do uso livre de banheiros aparece em discussões realizadas por grupos
de mulheres, bem como das esquerdas trotskistas.
Com o crescimento do número de mulheres nos postos de trabalho, bem
como nos sindicatos, estas instituições passaram a discutir as
reivindicações femininas, bem como tentaram agregá-las dentro de suas
pautas. Nesse sentido, reuniões e congressos foram realizadas a fim de
debater tais questões, como por exemplo, o I Congresso da Mulher
Metalúrgica de São Bernardo do Campo e Diadema, em 1978. Quanto a esse
evento, podemos notar em uma fonte produzida por um grupo trotskista:

Um Congresso, onde armadas de coragem viemos lutar pelos
nossos direitos de trabalho... Nós metalúrgicas, não nos
conformamos com os inúmeros erros que existem dentro das
fábricas que trabalhamos. De sermos inferiorizadas nos
salários quando produzimos muitas vezes bem mais que
muitos homens. De não termos creches para nossos filhos.
De sermos exploradas nas produções que devemos dar... (Em
Tempo nº 2, 1978: 7)

O problema da adaptação dos sindicatos às necessidades femininas
também aparece em jornais feministas, os quais apontam para a importância
da incorporação dessas trabalhadoras em suas mobilizações. Como podemos
observar:

O número de trabalhadoras no setor metalúrgico vem
aumentando sensivelmente. Isto se deve a vários fatores,
sobretudo ao custo mais baixo da mão-de-obra feminina. Mas
isso não significou sua maior e mais ativa participação no
sindicato (...) o contingente feminino é bastante grande
e, ao sindicato, muito interessante: a entidade precisa
dessas mulheres(...) (Brasil Mulher nº 11, 1978: 5)

Por outro lado, como dito anteriormente, a falta de contato com
questões que iam além da luta de classes acabava gerando conflitos não
apenas entre as classes dominantes e as necessidades das mulheres
trabalhadoras, mas também entre líderes sindicais e colegas de trabalho com
relação aos grupos de mulheres. O jornal Brasil Mulher (Nº especial, 1979:
4) atentava para o problema do assédio sofrido por essas trabalhadoras nos
espaços de trabalho, problema este decorrente também do comportamento de
colegas de trabalho, que segundo as editoras do jornal, viam a mulher como
objeto de desejo. Nesse sentido, aquelas que eram mães solteiras acabariam
sendo criticadas, segundo as redatoras do jornal.
Dessa forma, devemos lembrar a permanência de mentalidades, apoiadas
em pressupostos religiosos e científicos, as quais delegavam à mulher um
papel passivo diante da sociedade, devendo se resguardar do mundo externo,
preservando seus corpos. Nesse caso, remetemos a Dorothy Thompson (2013), a
qual diz que muitas mentalidades construídas pelas classes dominantes
acabavam adentrando as massas, interferindo em seus discursos, o que aqui
se refere à questão da submissão feminina. Quanto ao assédio, há também a
concepção de que o trabalhador deveria prezar por sua virilidade, o que
pressupunha formas de agir que delegavam às mulheres comportamentos
submissos, colocando o corpo feminino obrigatoriamente como objeto de
desejo (REZENDE, 2007: 7). Nisso, devemos ainda ter em mente que a ideia de
rudeza estava muitas vezes associada à uma concepção de gênero que colocava
esse comportamento como algo essencial para definir a liderança masculina
dentro dos postos de trabalho, bem como da sociedade (SILVA, 2004).
Outro ponto que não podemos deixar de tratar no que tange a relação
entre as reivindicações femininas e os sindicatos é a presença de ideias
oriundas de setores tradicionalistas da esquerda dentro de seus discursos.
Podemos notar nas fontes resistências não apenas morais às reivindicações
provenientes de grupos de mulheres, mas também classistas, no que tange o
receio do divisionismo da classe operária devido a questões tidas como
específicas. Nesse sentido, o então presidente do sindicato dos
metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema, Luís Inácio da Silva, o
Lula, uma das lideranças que construíram o projeto do Partido dos
Trabalhadores entre 1978 e 1979, diz:

"Quanto a esse negócio de equiparação da mulher ao homem,
no caso do trabalhador, eu acho que o homem é que tem que
brigar para se equiparar à mulher. Porque a lei protege
muito mais a mulher que o homem." Essa declaração
surpreendente é do famoso Lula, presidente do Sindicato
dos Metalúrgicos de S. Bernardo do Campo, quando fomos
saber o que tinha acontecido na vida profissional das
metalúrgicas depois da realização do seu congresso (...)
Eu acho que os problemas delas terão solução rápida a
partir de sua participação efetiva nas nossas reuniões de
fábrica (...) (Brasil Mulher, nº especial, 1979: 4 – 5)

Nesse ponto, podemos notar o receio de Lula quanto ao foco dado às
reivindicações femininas dentro dos sindicatos. Em fala presente em outro
exemplar do mesmo jornal, há a frase: "um Departamento Feminino viria
dividir a luta dos trabalhadores" (Brasil Mulher nº 11, 1978: 5). Em
matéria de outro periódico, uma frase do líder sindical foi colocada em
destaque, a qual diz: "feminista pra mim é desocupada" (Lampião da Esquina
nº 14, 1979: 10). O jornal oriundo de grupos de militantes homossexuais
ainda publica uma entrevista do vice-presidente do sindicato, Rubens
Teodoro de Arruda, o Rubão, o qual também contribuiu no processo de
formação do PT, atuando dentro do partido. No texto, podemos observar:

Se é um movimento de mulheres da classe média, preocupadas
em lutar contra os "carrascos" de nossa sociedade, ou
seja, os homens, podemos afirmar que não existe feminismo
aqui, e desejamos que nunca nos chegue tal praga. Mas se
você se refere à luta da mulher por melhores condições de
vida para todos (...) nosso inimigo é um só, e a luta é a
mesma luta de todos os trabalhadores por melhores
condições de vida e de trabalho. (Lampião da Esquina nº
14, 1979: 10)

Nessa segunda fala notamos o receio quanto ao multiclassismo dos
movimentos de mulheres e do foco dado às suas pautas. A preocupação quanto
ao desvio do foco das reivindicações da classe operária surge aqui como
fator que gera repulsa a esses movimentos. Assim como na fala de Frei Betto
acima exposta, percebemos a crítica pautada no argumento de que as
militantes feministas seriam oriundas das classes médias e da burguesia, o
que não representaria a vontade geral das massas. Como afirmado
anteriormente, essa característica esteve presente diversas vezes dentro
das esquerdas tradicionais, mas também possuía resquícios entre aqueles
grupos que se denominavam como herdeiros das discussões gestadas durante a
década de 1960 (ELEY, 2005: 421 - 422).
Por fim, há a crítica de grupos feministas quanto à falta de mulheres
entre as lideranças sindicais, o que também é notado por meio dos
Congressos acerca das reivindicações femininas, onde, segundo membros
desses grupos, não existem mulheres na mesa diretora do evento. Nesse caso,
por meio de fotografias, elas atentam para o fato de que há seis homens
dirigindo as discussões, enquanto as mulheres aparecem apenas em cargos de
secretárias ou redatoras (Brasil Mulher nº 11, 1978: 5). Nisso, remetemos
ao processo de adaptação dos sindicatos ao crescimento da participação
feminina em seus espaços. A falta de mulheres em suas direções não é apenas
por uma imagem que associa os cargos de liderança aos homens, mas também
devido à composição de uma instituição predominantemente masculina
(GIULIANI, 2007: 643).
Pensando na relação entre o meio sindical e as reivindicações de
mulheres, não podemos deixar de notar que há a defesa da participação
feminina dentro da vida política dos sindicatos, bem como de equiparar suas
condições de trabalho com as de seus colegas do sexo masculino. Por outro
lado, os conflitos surgem quando adentram a questão da presença feminina
entre as lideranças sindicais, bem como na secundarização de pautas que
fossem além da questão da luta de classes. Mesmo assim, devemos ter em
mente que os grupos e movimentos de mulheres questionaram esses pontos,
visto que ao tentar agregar pautas específicas dos problemas de gênero, os
sindicatos acabavam muitas vezes negligenciando reivindicações referentes a
problemas relacionados ao corpo e ao cotidiano dessas mulheres (REZENDE,
2007: 2 - 3).


Esquerdas Trotskistas e mulheres.
Quando falamos do processo de formação do Partido dos Trabalhadores,
devemos lembrar que o PT fora constituído também por meio de correntes, ou
tendências internas, as quais davam aporte teórico marxista às discussões
desenvolvidas dentro do partido. O PT fora composto essencialmente por
setores da esquerda pertencentes a correntes vinculadas à Quarta
Internacional e ao trotskismo (KAREPOVS, 2007).
A esquerda estava desarticulada no Brasil após o endurecimento do
regime autoritário em 1968 e a dissolução dos grupos armados em 1974,
porém, militantes oriundos desses setores se espalharam por outros grupos,
movimentos e instituições, dentre os quais a Igreja e os Sindicatos (SADER,
1988: 170). Com o relativo abrandamento do regime, bem como pela
reorganização das organizações trotskistas na Europa, a partir de 1977 os
trotskistas começam a se rearticular e voltam a se reunir por meio de
grupos, produzindo dentro deles jornais e circulares.
Compostas por setores do meio estudantil e intelectuais de esquerda,
tais correntes se mostravam mais flexíveis quanto a questões levantadas por
movimentos sociais não vinculados ao meio operário, agregando dentro de si
militantes vinculados a grupos religiosos e de setores oprimidos da
sociedade. Nesse caso, deve-se ter em mente ainda que esses grupos tiveram
influência na construção da carta de princípios do PT, vista a presença de
seus membros no processo de formação do partido (FARIA, 2005: 250 - 251).
Podemos notar no jornal O Trabalho, produzido pela Organização Socialista
Internacionalista (OSI) a valorização da atuação feminina nos movimentos de
contestação presentes no Brasil e no mundo.
Ao tratarem de processos revolucionários, frequentemente retratam
mulheres em meio às fileiras junto aos demais militantes. Na questão
trabalhista, há a elevação de agentes como Clara Ant e Cleusa Turra, ambas
sindicalistas, o que nos remete à forte ligação que essas organizações de
cunho trotskista possuíam com os setores sindicais vinculados ao Novo
Sindicalismo. Nesse ponto, podemos tomar como exemplo o foco dado à atuação
de Tita, militante presente na direção do sindicato dos bancários de São
Paulo (O Trabalho nº 138, 1982: 3). Os redatores do jornal chegam a
ressaltar sua atuação enquanto mulher, bem como sua militância em prol das
questões de gênero, como se pode notar na apresentação da candidata à
vereadora, Cleusa Turra:

Não sei se vocês viram a extraordinária participação da
mulher e da juventude neste comício. Como disse o
companheiro Lula, o PT é um partido onde não existe
discriminação entre homem e mulher e a presença da
juventude é a expressão do eco que a luta do PT entre os
estudantes, os secundaristas e a juventude operária. (O
Trabalho nº 177: 5)

Nesse caso, nota-se a tentativa de aproximação existente entre a
organização e grupos voltados às reivindicações femininas, porém, não
tratam de questões tabus para a sociedade no que tange os problemas de
gênero. Apesar de ressaltar a participação feminina dentro da organização e
do partido, a OSI coloca o discurso de suas militantes dentro da questão da
vontade geral das massas. Há a omissão quanto aos pontos voltados aos
direitos, bem como a negação da existência de discriminação entre os
militantes, o que omitia as tensões que ali existiam. Tal questão nos
remete ao receio de divisionismo presente nas esquerdas (GREEN, 2003: 36),
visto que a OSI não nega a participação feminina na esquerda, muito menos a
importância dessas agentes no processo revolucionário, mas secundariza
questões mais voltadas ao feminismo, como podemos notar em exemplar
anterior à consolidação do PT, mas importante para pensarmos nos
posicionamentos adotados pelo grupo, o qual põe militantes do sexo feminino
como necessariamente atuantes em defesa principalmente das causas
pertencentes à classe operária (O Trabalho nº 20, 1979: 5).
Quanto à Democracia Socialista (DS), notamos maior flexibilidade ao
tratar de questões oriundas de grupos tidos como minoritários na sociedade.
Em seus exemplares, é constante ver seções que tratam exclusivamente de
grupos e movimentos sociais de negros, mulheres e homossexuais, como é de
se observar nas citações anteriores presentes nesse texto (Em Tempo nº 25,
1978: 4; 38, 1978: 10; 56, 1978: 4 - 5). Porém apesar de ressaltar essas
pautas, pode-se notar uma forte separação entre o que seria defendido por
esses agentes e o que aparece nos discursos do PT. Ao relatar a fundação de
um diretório em Contagem, a DS trata da reivindicação de creches e salários
iguais entre homens e mulheres, porém deixa de apontar para o protagonismo
dos movimentos de mulheres nessa atuação (Em Tempo nº 103, 1980: 5), o que
gera críticas em um número posterior:

Companheiros do jornal Em Tempo: Como participantes do
setor feminino do PT – MG, viemos na obrigação de
retificar algumas questões referentes à matéria "Minas –
Encontro Estadual consolida o Partido"(...) – No que se
refere especificamente à luta das mulheres: (...) pedimos
à redação do jornal que publique a nossa proposta, onde se
verá também que a questão da criação de creches,
lavanderias e restaurantes públicos deve estar relacionada
principalmente com a luta das mulheres. (Em Tempo nº 106,
1980: 9)

Essa crítica foi assinada pelas militantes petistas Suzane F. Lévy e
Marília Carvalho, as quais militavam em Contagem. A mensagem vem seguida do
projeto partidário com relação às pautas femininas em forma de retratação
por parte da DS, porém isso não exclui a presença de uma secundarização da
atuação feminina na formação do PT dentro do jornal, visto que em outros
momentos não questionam a presença absoluta masculina em suas direções, bem
como dos cargos atribuídos às militantes dentro de seus eventos. Isso nos
leva a pensar no posicionamento de militantes específicos ali presentes,
visto que a matéria então criticada fora assinada pela direção do jornal,
bem como de resquícios de mentalidades que delegam a liderança a figuras
masculinas (SILVA, 2004).
No que tange a Convergência Socialista, as pesquisas de onde se
originaram esse texto ainda estão sendo focadas nesse órgão, mas por meio
de uma observação prévia, pudemos notar uma tentativa de aproximação com os
movimentos sociais dos grupos oprimidos, dentre os quais as mulheres
(FARIA, 2005: 232 - 233). Por outro lado, isso não exclui a possibilidade
da existência de tensões nesse grupo, vista a pluralidade de vozes e pautas
que também eram postas dentro dela. O que devemos ter em mente nesse ponto
é que as correntes trotskistas formadoras do PT não deixam de discutir
questões referentes aos denominados novos movimentos sociais, porém, a
presença de certas mentalidades, bem como o processo de adaptação de suas
teorias com as novas vozes então surgidas, trazem conflitos e contradições
dentro de seus debates, o que acaba também influenciando na maneira como o
PT lidou com tais agentes em seu processo de formação, questão que terá seu
foco posteriormente dentro da dissertação fruto dessa pesquisa.


Considerações Finais.
Devemos ter em mente que a entrada de mulheres no PT, assim como nos
demais grupos ou partidos de esquerda foi um processo duradouro. A inserção
de suas pautas e reivindicações sofreu tensões e resistências durante a
adaptação desses agentes à entrada cada vez maior de militantes do sexo
feminino dentro de suas discussões. Nesse sentido, devemos ter em mente que
fatores como mentalidades oriundas de ideologias cunhadas anteriormente
pelas classes dominantes, bem como premissas que definiam o processo
revolucionário como fator exclusivo da classe trabalhadora, contribuíram
para o surgimento de conflitos dentro desses grupos de esquerda. Sendo
assim, também devemos ter em mente que não podemos categorizar os agentes
ali presentes por meio de definições fixas, colocando-os necessariamente
dentro de um consenso quanto a determinadas questões. Como afirma João José
Reis (1993), o pesquisador deve atentar para a variedade de experiências
existente dentro de um mesmo grupo, visto que ela contribui para a formação
de diferentes concepções e pontos de vista acerca de uma mesma questão, o
que ajuda a compreender a existência de conflitos e tensões entre sujeitos
pertencentes a um mesmo setor político ou social.
Nesse sentido, temos em mente que as questões religiosas referentes ao
corpo feminino não eram necessariamente defendidas por todos os militantes
oriundos de grupos religiosos. Também, não podemos dizer que todos os
agentes pertencentes a grupos tradicionalistas de esquerda secundarizavam
as reivindicações femininas. Muito menos, podemos dizer que não havia
divergência entre as próprias militantes presentes dentro dos grupos de
mulheres. O que deve ser levado em consideração é que os conflitos
presentes dentro de grupos e movimentos sociais não deixaram de existir com
a adesão destes ao partido. Também, que dentro de variadas experiências e
pontos de vista, resquícios de mentalidades acabam se fazendo presentes nos
discursos de muitos militantes. Nesse sentido, a mudança ocorrida nessas
formas de pensar se dá a passos lentos, o que gerou e gera tensões por
muito tempo além do processo de formação do PT.
Fontes:
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Fundo Democracia Socialista – Jornal Em Tempo
Fundo Organização Socialista Internacionalista – Jornal O Trabalho
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Coleção Periódicos - Jornal Brasil Mulher; Jornal Mulherio; Jornal Lampião
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Cristo Luz dos Povos. Livreto Participe. Belo Horizonte, dezembro de 1982.
Coleção Movimentos de Mulheres – EQUIPE de Direitos Humanos da Diocese de
São Miguel Paulista. Mulher: Uma Luta rumo à Libertação. Março de 1979.

Bibliografia:
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2000. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2005.
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GREEN, James N. "A luta pela igualdade: desejos, homossexualidade ea
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00004&lapt Última visualização em: 06/07/2014, às 04:15 hs.
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[1] Este texto é produto das pesquisas realizadas em um projeto que visa
estudar a recepção e a influência das pautas de grupos de mulheres no
Partido dos Trabalhadores (PT) entre 1978 e 1987, em especial do primeiro e
parte do segundo capítulos da Dissertação: E as companheiras? A recepção e
influência das pautas femininas no Partido dos Trabalhadores (PT) (1978 –
1987), da qual produzimos este texto.
* Mestrando em História pela Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
da Universidade Federal de São Paulo (EFLCH – UNIFESP), sob orientação do
Professor Dr. Luigi Biondi. Bolsista CAPES.
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