CONHECENDO TOLEDO, NOSSO MUNICÍPIO - 4º Ano

May 26, 2017 | Autor: Leandro Crestani | Categoria: História, Toledo, Conquista Do Oeste
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SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO DE TOLEDO

CONHECENDO TOLEDO, NOSSO MUNICÍPIO

4º ANO 0

PREFEITURA MUNICIPAL DE TOLEDO SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO Luis Adalberto Beto Lunitti Pagnussatt Prefeito do Município de Toledo Adelar José Holzbach Vice-Prefeito Tania Elisete de Grandi Secretária da Educação do Município de Toledo Neusa Melânia Bacca Koval Diretora de Departamento de Ensino Carmem Ecilda Zasso Pozzebon Diretora do Departamento de Administração Escolar Leandro de Araújo Crestani Coordenador de História Anésio José Vitto Analista em Administração e Planejamento I (Organizadores) Francielli Hein Coordenadora de Educação Física Daline Ferrari Coordenadora de Arte Nádia Helena da Silva Chitolina Nogueira Coordenadora de Geografia Luci Graciela Kuhn Coordenadora de Educação Ambiental Rosane Behling Portela Coordenadora de Geografia Vaniria Lysyk Teixeira Bianchi Coordenadora de Ciências

(Equipe de Trabalho) Revisora Madalena Benazzi Meotti Coordenadora de Língua Portuguesa

CAPA Elaborador por Leandro de Araújo Crestani

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 6 1. OESTE DO PARANAENSE: CONTEXTO..................................................................... 7 1.1.A PRIMEIRA COLONIZAÇÃO E A PRESENÇA ESPANHOLA ................................... 7 1.2 A COLÔNIA MILITAR DE FOZ DE IGUAÇU .............................................................. 9 1.3 AS OBRAGES ........................................................................................................... 11 1.4 ALLICA E MATE LARANJEIRA ................................................................................ 15 1.5 O CONTROLE ESTRANGEIRO DO OESTE DO PARANÁ ........................................ 17 1.6 CICLO DO MATE E DA MADEIRA ........................................................................... 21 2. DISTRITOS DE TOLEDO .......................................................................................... 29 2.1 DISTRITO DE DEZ DE MAIO .................................................................................. 33 2.2 DISTRITO DE VILA NOVA ...................................................................................... 38 2.3 DISTRITO DE NOVO SARANDI.............................................................................. 42 2.4 DISTRITO DE SÃO LUIZ DO OESTE ...................................................................... 48 2.5 DISTRITO DE BOM PRINCÍPIO DO OESTE ........................................................... 53 2.6 DISTRITO DE SÃO MIGUEL................................................................................... 56 2.7 DISTRITO DE DOIS IRMÃOS ................................................................................. 59 2.8 DISTRITO DE CONCÓRDIA DO OESTE ................................................................. 62 2.9 DISTRITO DE NOVO SOBRADINHO ..................................................................... 65 2.10 DISTRITO DE VILA IPIRANGA.............................................................................. 68 3. ATIVIDADES PRODUTIVAS NO MUNICÍPIO DE TOLEDO ..................................... 74 3.1 FORMAÇÃO ECONÔMICA E SOCIAL DA ÁREA URBANA DE TOLEDO ................81 3.2 FATORES DO DESENVOLVIMENTO DE TOLEDO ................................................. 84 4. DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO DE TOLEDO. ...................................... 86 4.1 ATIVIDADES AGROPECUÁRIAS. ........................................................................... 86

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4.2 SETOR INDUSTRIAL .............................................................................................. 93 4.3 COMÉRCIO E SERVIÇOS ..................................................................................... 100 5. CONHECENDO OS MUSEUS DE TOLEDO ............................................................. 103 5.1 QUE É UM MUSEU? ..............................................................................................103 5.2 DOIS MUSEUS EM TOLEDO ................................................................................107 5.3 CONHECENDO O MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH ....................................... 110 5.3.1 UMA SEDE PRÓPRIA PARA O MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH ................ 113 5.3.2 CARACTERÍSTICAS DO ACERVO DO MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH ...... 115 5.3.3 PÚBLICO VISITANTE ......................................................................................... 116 5.3.3 OUTRAS AÇÕES DESENVOLVIDAS PELO MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH .................................................................................................................................... 117 6. QUESTÕES AMBIENTAIS NO OESTE DO PARANÁ E NO MUNICÍPIO DE TOLEDO .................................................................................................................................. 124 6.1 OESTE E SEU AMBIENTE ...................................................................................... 124 6.2 OUTRAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL .............................................. 127 6.3 RESERVAS PARTICULARES DO PATRIMÔNIO NATURAL EM TOLEDO – RPPNs .................................................................................................................................... 127 7. A TRANSFORMAÇÃO DO AMBIENTE E OS IMPACTOS NO SOLO ...................... 132 7.1 IMPACTO NO SOLO .............................................................................................. 136 7.2 MAS O QUE SÃO AGROTÓXICOS? ......................................................................138 8. O LIXO NOSSO DE CADA DIA ............................................................................... 141 8.1 COMO JOGAR FORA PILHAS, REMÉDIOS, ÓLEO DE COZINHA? ....................... 141 8.2 QUAL A DIFERENÇA ENTRE LIXÃO E ATERRO SANITÁRIO? ............................143 8.3 PROGRAMA LIXO ÚTIL ........................................................................................145 8.4 AMPLIAÇÃO DO BARRACÃO DA CENTRAL DE TRIAGEM DE MATERIAIS RECICLÁVEIS ............................................................................................................. 149 9. CONHECENDO A NOSSA CULTURA DO MUNICÍPIO DE TOLEDO ...................... 150

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9.1 ASPECTOS CULTURAIS ........................................................................................150 9.2 ORGANIZAÇÕES CULTURAIS .............................................................................. 152 9.2.1 CONSELHO MUNICIPAL DE POLÍTICAS CULTURAIS ....................................... 152 9.2.2 CLUBE DA POESIA ............................................................................................156 9.2.3 ACADEMIA DE LETRAS DE TOLEDO – ALT ......................................................158 9.3 ALGUNS ESPAÇOS CULTURAIS NO MUNICÍPIO ...............................................159 9.3.1 CAFÉ IMPERIAL, LOCAL DE FESTAS E LAZER ..................................................159 9.3.2 CLUBE DO COMÉRCIO E A PRIMEIRA BIBLIOTECA ....................................... 162 9.3.3 CINEMAS EM TOLEDO .....................................................................................163 9.3.3.1 CINE IMPERIAL ...............................................................................................163 9.3.3.2 CINE-TEATRO GUARANI ................................................................................165 9.3.3.3 CINE PANAMBI ............................................................................................. 166 9.4 PRAÇA CENTRAL E PARQUE ECOLÓGICO - ESPAÇOS DE ATIVIDADES CULTURAIS ............................................................................................................... 168 9.5 CENTRO CULTURAL “OSCAR SILVA” E BIBLIOTECA PÚBLICA ........................ 172 9.6 MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH .................................................................... 175 9.7 CENTRO CULTURAL ONDY HÉLIO NEIDERAUER – VILA PIONEIRO ................ 177 9.8 CONCHA ACÚSTICA ............................................................................................ 180 9.9 CENTRO DE EVENTOS ISMAEL SPERAFICO ...................................................... 180 9.10 TEATRO MUNICIPAL DE TOLEDO ..................................................................... 182 9.11 USINA DE CONHECIMENTO .............................................................................. 184 9.12 CIRCO DA ALEGRIA ............................................................................................185 9.13 CENTRO UNIFICADO DAS ARTES E DO ESPORTE - CEU ................................. 188 9.14 EVENTOS CULTURAIS DA CIDADE ................................................................... 190 9.14.1 ARTE, LUZ, PONTO E AÇÃO ............................................................................ 191 9.14.2 MOSTRA DE CIRCO ......................................................................................... 192

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9.14.3 FESTAS GASTRONÔMICAS ............................................................................. 192 9.14.4OUTRAS FESTAS TRADICIONAIS NO MUNICÍPIO ........................................ 194 9.15 OBRAS DE ARTE EM ESPAÇOS PÚBLICOS ........................................................195 9.16 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA CULTURA ............................................................. 202 10. ATIVIDADES ESPORTIVAS, DE LAZER E RECREATIVAS.................................... 207 REFERÊNCIAS ............................................................................................................223

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INTRODUÇÃO

O presente livro “Conhecendo Toledo, o nosso município”, do 4º ano, é um estudo que diz respeito à História, Geografia, Ciências e Educação da Ambiental e Cultural de Toledo. Este livro foi elaborado, especialmente, como mais um recurso pedagógico para os/as nossos/as alunos/as da rede municipal. O nosso objetivo é auxiliar os/as nossos/as alunos/as no conhecimento do município de Toledo, fazendo que os mesmos dominem os aspectos históricos, geográficos, culturais e ambientais. O livro é composto por 10 capítulos, constituindo-se numa tentativa de trabalho interdisciplinar para o conhecimento do nosso município. Nesse sentido, procuramos partir da realidade local, disponibilizando aos estudantes, em cada capítulo, a compreensão de como os sujeitos contribuíram para o desenvolvimento do nosso município.

Equipe de Trabalho.

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1. OESTE DO PARANAENSE: CONTEXTO

1.1.A PRIMEIRA COLONIZAÇÃO E A PRESENÇA ESPANHOLA

A exploração e colonização do Oeste do Paraná foi iniciada pelos espanhóis, em meados do século XVI, uma vez que o Tratado de Tordesilhas, existente entre Espanha e Portugal, garantia o direito de posse sobre essas terras do Brasil para a Espanha. Temos como primeiro núcleo populacional ONTIVEROS, de acordo com a história tradicional, fundado por Diego Vergara, no ano de 1554, próximo ao atual município de Foz do Iguaçu, na foz do Rio São Francisco. Na formação desse núcleo populacional ocorreu confronto com a população nativa, os indígenas que ocupavam esse espaço. O conflito entre o grupo de Diego Vergara e a população nativa, obrigou a transferência desse povoado, em 1557, para a foz do rio Piquiri, surgindo assim a CIUDAD REAL DEL GUAIRÁ. Às margens do rio Ivaí surgiria, logo depois, a Vila Rica do Espírito Santo.

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REDUÇÕES JESUÍTICAS DO GUAIRÁ

Fonte: MUSEU PARANAENSE (2016).

Fonte: PORTAL JORNALISTA JOSÉ WILLE (2016).

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O objetivo dos espanhóis era a dominação da população nativa para exploração da mão de obra. As tentativas infrutíferas levaram a confiar aos jesuítas esses índios, para catequese. Sendo criados 13 núcleos às margens dos rios Paranapanema, Ivaí, Piquiri, Tibagi e Iguaçu, onde o trabalho dos jesuítas se desenvolveu.

FONTE: PALUDO, Giovani Batista; BARROS, Darci Alda. Síntese da História do Paraná. Associação Educacional do Oeste do Paraná – ASSOESTE. s/d. p. 17-18

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1.2 A COLÔNIA MILITAR DE FOZ DE IGUAÇU

No início de 1888, o Ministério de João Alfredo (ainda na época do Império), nomeou a comissão encarregada de criar a Colônia Militar de Foz do Iguaçu, para garantir a presença brasileira na região Oeste do Brasil. O chefe da comissão era Belarmino Augusto de Mendonça Lobo, que escolheu Guarapuava como centro de operações. Para abrir uma picada até Foz do Iguaçu foi escolhido o Tenente José Joaquim Firmino. O trabalho iniciou-se em Chagu, a 120 quilômetros a oeste de Guarapuava. Os nomes dados aos acidentes geográficos ligavam-se a causa republicana: Benjamin Constant, Floriano Peixoto, Tiradentes. Após uns 200 quilômetros de picada, encontraram picadas de ervateiros argentinos que exploravam livremente as riquezas da Região.

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COLÔNIA MILITAR DE FOZ DO IGUAÇU

FONTE: http://www.zuccaratto.jor.br/blogs/historia-do-municipio-de-foz-do-iguacu-comeca-como-colonia-militar-em-1889/

No ano de 1889 a picada até Foz do Iguaçu ficou pronta e, no 13 de setembro de 1889, saiu a expedição de Guarapuava para a criação da Colônia Militar de Foz do Iguaçu. Essa expedição contava com 36 militares, 12 operários e 4 tropeiros, chegando no dia 22 de novembro de 1889, após 69 dias de caminho. O primeiro acampamento localizou-se nas proximidades da foz do rio Iguaçu. Depois, por dificuldades de acesso a água, mudou-se para o local da atual Cidade de Foz do Iguaçu. A atuação da Colônia Militar na região Oeste do Paraná foi mínima. Ao invés de imprimir costumes e leis brasileiras, dobrava-se aos exploradores estrangeiros da erva-mate e da madeira. Abandonada, naqueles confins, a Colônia dependia

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dos estrangeiros para sobreviver. A própria língua e a moeda nacionais não tinham força para se impor na região Oeste do Paraná. Em 1912, o Ministério da Guerra entregou a responsabilidade da Colônia ao Estado do Paraná, que ali instalou uma Agência de Rendas. A situação não melhorou. O titular da agência exercia o cargo “por favor” (ou seja, sem remuneração financeira pela função). Excluindo-se a péssima picada, a Colônia nada tinha de ligação com o restante do Brasil. Quem detinha então o domínio da Região Oeste? FONTE: PALUDO, Giovani Batista; BARROS, Darci Alda. Síntese da História do Paraná. Associação Educacional do Oeste do Paraná – ASSOESTE. s/d. p. 18-19.

1.3 AS OBRAGES

Principalmente a partir de 1881, obrageros argentinos (possuidores de propriedades e/ou exploração de mate ou madeira), de Corrientes e Misiones, invadiram o Oeste Paranaense. Para o governo do Paraná essa área era sertão desabitado. O núcleo populacional mais próximo do rio Paraná era Chagu, a 300 quilômetros. Os obrageros subiam o rio Paraná até Sete Quedas, estabelecendo dezenas de portos sob seu controle. Alguns compravam ou obtinham concessões. Outros simplesmente não possuíam qualquer documento que lhes assegurasse o direito de exploração.

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SETE QUEDAS

FONTE: https://riouruguaivivo.wordpress.com/2012/04/09/30-anos-da-morte-das-sete-quedas/

Se o patrão era argentino, a mão de obra predominante era paraguaia (descendentes de índios guaranis). Os trabalhadores eram chamados de Mensus (mensalistas). Eram proibidos de plantar qualquer produto agrícola, obrigando-se a comprar tudo no armazém do obragero. Não viam dinheiro. Em troca do trabalho recebiam apenas os produtos necessários para sobreviver, que eram fornecidos pelo armazém do obragero.

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MENSUS

FONTE: http://www.elterritorio.com.ar/nota4.aspx?c=5530367554222352

Algumas companhias adotavam moedas particulares (o boleto), que correspondiam a certa quantia de produtos. O mensu sempre estava devendo, forma esta de mantê-lo dependente e amarrado ao trabalho, pois só poderia deixar a obrage quando seu saldo fosse positivo. A fuga era quase impossível. O único caminho era o rio e, nesse, os portos eram dominados pelos patrões. Às vezes, para saldar dívidas, o peão entregava (vendia) a própria mulher aos capatazes.

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A capital daquela atividade era a cidade argentina de Posadas, para onde ia a produção. Para lá também iam os mensus que podiam deixar as obrages. Gastavam o que tinham na prostituição e na bebedeira, para depois, miseráveis e devendo a passagem de retorno, caírem novamente nas obrages. Qualquer contato do sistema obragero com estranhos era mal visto: risco de relatórios que levassem autoridades brasileiras a medidas coercitivas. Tais contatos eram, de fato, reduzidos. Ao norte havia a barreira natural das Sete Quedas (a Estrada de Ferro Guaíra-Porto Mendes só era utilizadas por pessoas autorizadas). A leste, a partir de 1889, a picada intransitável até Guarapuava, a 400 quilômetros. A única via plausível era o rio Paraná, controlado pela Argentina, com portos severamente vigiados. A criação da Colônia Militar de Foz do Iguaçu, como vimos, pouco mudou. Os brasileiros tinham nas obrages uma forma de melhorar seus péssimos vencimentos e exercer o contrabando. O governo pouco se preocupava. Uma tentativa isolada de trazer 200 famílias de origem alemã e italiana para Santa Helena fracassou.

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1.4 ALLICA E MATE LARANJEIRA

As obrages eram muitas. Dentre elas a Petry Meyer e Azambuja, Domingos Barth, Nuñez y Gibaja, Julio Tomas Allica e Mate Laranjeiras, destacaremos as duas últimas. JULIO TOMAZ ALLICA, DONO DA FAMOSA "OBRAGE" PORTO ARTAZA, NO OESTE DO PARANÁ

FONTE: Acervo ABC Color - Assunção - Paraguai

Dom Julio Tomas Allica, engenheiro argentino, explorava a erva-mate e madeira para o leste e sul do Paraná, até a região de Cascavel e a nordeste até Campo Mourão, incluindo os atuais municípios de Marechal Cândido Rondon, Santa Helena, Cascavel, Assis Chateaubriand, Campo Mourão, Goioerê, Alto Piquiri, Nova Aurora, Palotina, Medianeira, Céu Azul e demais municípios que compõem o Oeste do Paraná. Ao norte estava a obrage denominada Mate

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Laranjeira. Tais terras estavam tituladas à Brazil Railway Company, através de sua subsidiária BRAVIACO. A proprietária cobrava taxas pela exploração. Observa-se que a obrage típica era praticamente desvinculada da propriedade da terra e permanecia em determinado local enquanto houvesse interesse exploratório, depois, levantava acampamento. A propriedade legal de Allica, por exemplo, limitava-se a uma parte da Fazenda Britânia, às margens do Rio Paraná. Em sua obrage, Allica mantinha os mais bárbaros padrões de relacionamento com os mensus, eficientemente auxiliado por seu capaz Santa Cruz. E 1924, os revolucionários liderados peloTenente João Cabanas ocuparam parte do “Império de Allica”, saqueando, destruindo e queimando propriedades, libertando muitos mensus. Atingido pela revolução, Allica mantinha em 1934 apenas 60 dos seus 2000 homens. Tomás Laranjeiras, por sua vez, explorava erva-mate no Brasil, Paraguai e Argentina: primeira multinacional platina. Foi fornecedor de produtos ao Exército Brasileiro durante a Guerra do Paraguai. Após a Guerra, obteve concessão para explorar mate no sul do Mato Grosso (1882). A Mate Laranjeira exportava primeiro para Concepcion, no Paraguai e depois, através de Porto Murtinho, no rio Apá, contando com 22 quilômetros de ferrovia sobre a região pantanosa. No entanto, o transporte até Ponta Porã, onde estavam os ervais e até Porto Murtinho eram caros demais, dependendo de uma

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estrutura que envolvia 700 a 800 carretas ou alçapremas e, aproximadamente, 20.000 bois. Foi então que a Companhia, após estudos, optou pela exportação via rio Paraná, embora quase não explorasse erva-mate no território paranaense. O acesso das cargas até o rio Paraná era facilitado pelos inúmeros afluentes. Para vencer as Sete Quedas e as corredeiras abaixo desses saltos, a Mate Laranjeira construiu a ferrovia Guaíra-Porto Mendes, com 60 Km de extensão. Incialmente a tração sobre os trilhos era animal. Em Guaíra, a empresa construiu um porto, com depósitos e armazéns, em 1909. A ferrovia da Mate Laranjeira ficou concluída em 1907. Era particular. O tráfego público só funcionou após 1929. 1.5 O CONTROLE ESTRANGEIRO DO OESTE DO PARANÁ

A exemplo de outras regiões paranaenses a ocupação de novas terras pelas populações brancas, tanto europeias quanto brasileiras, ocorreu sobrepondo territórios nativos. Em fins do século XIX os espanhóis extraíam a erva-mate do Paraná e a exportavam para a Argentina e o Uruguai. Os obrageros controlavam alguns trabalhadores que contrabandeavam a erva-mate nos portos clandestinos, situados às margens do Rio Paraná (GREGORY, 2002).

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Na década de 1920, houve uma entrada significativa de imigrantes alemães e italianos, que se dirigiam principalmente para o Oeste Paranaense e se estabeleceram em pequenas propriedades familiares rurais, modelo de ocupação semelhante ao realizado Santa Catarina e Rio Grande do Sul (NADALIN, 2001). Na década de 1930, com o movimento denominado de ‘MARCHA PARA O OESTE’, o governo brasileiro incentivou a migração para a ocupação de terras fronteiriças e do interior do país. Construiu-se a concepção de ‘vazio demográfico’, quase despovoado, que deveria ser ocupado pela colonização pioneira. Até as duas primeiras décadas do século XX algumas regiões do Paraná ainda não haviam se integrado aos centros de decisão política e econômica do Estado. A conquista e ocupação de novas terras no Oeste do Estado começaram a tomar amplas dimensões no início da década de 1940, sob a perspectiva da busca do desenvolvimento e progresso do país, fomentada, sobretudo, no ideal politizado da ‘MARCHA PARA O OESTE’, no governo do presidente Getúlio Vargas que era gaúcho.

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MAPA POLÍTICO - 1948

Fonte: http://www.itcg.pr.gov.br/arquivos/livro/mapas_itcg3.htm

No mapa anterior destaca-se o município de Foz do Iguaçu, em 1948, de cujo território desmembraram-se os municípios de Toledo e Cascavel. Na história oficial do Oeste do Paraná não aparece os outros sujeitos históricos: Índios; Nortistas; Paraguaios e Argentinos.

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CASAL DE TRABALHADORES PARAGUAIOS – TOLEDO- 1950

Fonte: Museu Histórico Willy Barth

Na imagem anterior, retrata um casal de trabalhadores paraguaios, nos anos de 1950, no trabalho de transformação da madeira, em uma serraria do município de Toledo. O braço forte dos trabalhadores paraguaios foi destacado no livro “Toledo no Paraná, de Ondy Hélio Niederauer (2004, p. 313), onde o autor cita a importância desses sujeitos, na fala de Wilson Carlos Kuhn, amigo do autor e exprefeito de Toledo: “É justo que se erga em Toledo um memorial em homenagem ao trabalhador paraguaio pelo que essa gente realizou, lado a lado, com os demais pioneiros no início da construção da nossa cidade, que foi o princípio e o exemplo de colonização do Oeste Paranaense”.

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1.6 CICLO DO MATE E DA MADEIRA

Toledo não sofreu ocupação conflitada ou desorganizada de suas terras, pois além de ser área de propriedade legal, denominada Fazenda Britânia, pertencente a ingleses, o município também viveu o ciclo da madeira e da ervamate, antes da colonização e da expansão da agropecuária e agroindústria. A erva-mate e a madeira foram até então as principais riquezas da região e atraíram grandes interesses estrangeiros para sua exploração, com exportação feita através do Rio Paraná e da Bacia do Rio da Prata. A estrada de ferro que contornava os saltos das Sete Quedas, em Guaíra, foi construída mais tarde, pela Companhia Mate Laranjeira, de propriedade de empresário brasileiro, mas também tinha a finalidade de facilitar o transporte fluvial. A Companhia de Maderas del Alto Paraná, pertencente a ingleses, que explorava a madeira e a erva-mate, no início do século XX, construiu e equipou o Porto Britânia, no Rio Paraná, fazendo-o ponto de partida de pequenas embarcações e jangadas de toras, que seguiam rio abaixo, até a Argentina. O clima da 2ª Guerra Mundial, com o rompimento das rotas mundiais de comércio, inclusive com países vizinhos, foram fatores que levaram os ingleses a abandonar a região e venderem as terras para companhia brasileira, criada por gaúchos em abril de 1946, que recebeu a denominação de Industrial Madeireira e Colonizadora Rio Paraná (Maripá). 21

PRINCIPAIS “OBRAGES” NO OESTE DO PARANÁ

FONTE: WACHOWICZ, 1982, p. 64 apud PERIS, S/D, p. 62 (ADPATADO).

Ao longo da picada Nuñez y Gibaja, no interior da Fazenda Britânia, foram construídos pousos ou acampamentos no interior da propriedade, destinados a abrigar temporariamente grupos de trabalhadores e tropas de muares e, assim, viabilizar e controlar a extração e escoamento da madeira e da erva-mate até os Porto Britânia.

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A ligação entre estes descampados era feita através de trilhas, pelos quais os muares tracionavam carretões de duas rodas, com 2,10 a 2,40m de diâmetro. Uma ponta de toras era amarrada sobre o carretão e a outra era arrastada pelo chão até um dos portos do Rio Paraná. A erva-mate era transportada pelos trabalhadores e no lombo dos animais. Porto Mendes era o ponto terminal do transporte de erva-mate, feito através da picada do Allica e estava ligado a Guaíra por estrada de ferro. A ferrovia foi construída para contornar as cachoeiras ou saltos das Sete Quedas, permitindo o transporte da erva-mate do então Estado do Mato Grosso até o porto fluvial, onde era embarcada para a Argentina. Na época, não havia outras estradas na região, a não ser trilha que acompanhava a linha telegráfica de Cascavel até Porto Mendes. Foi por esse caminho aberto na mata que os caminhões da Colonizadora Maripá ingressaram na Fazenda Britânia, a partir de 1946. Da então vila de Cascavel ao Pouso Toledo, os desbravadores levaram nove dias, abrindo ou alargando trilha de 48 km, para que o caminhão chegasse às margens do Arroio Toledo. No local foi implantado acampamento e depois construídas as primeiras casas, o que representou a fundação da cidade de Toledo. Em 1947, a então vila já possuía serraria, hotel, igreja, escritório da Maripá, conjunto de motores

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geradores de energia (movido a óleo diesel) e diversas moradias. EM 1948, iniciou a primeira a escola, em anexo ao prédio da Igreja Católica. Com a mudança na direção da Maripá, a partir de 1950, houve novo impulso no projeto de colonização com abertura de estradas, venda de terras, madeiras e fundação de vilas. A partir de 1951, a companhia preparou-se para colonizar o interior da Fazenda Britânia e, naquele mesmo ano, além da criação do município de Toledo, foram fundadas as localidades de General Rondon e Quatro Pontes, hoje municípios, e Dez de Maio e Novo Sarandi, atuais distritos de Toledo. MOTORISTAS DA MARIPÁ E CAMINHÕES CARREGADOS – INÍCIO DOS ANOS DE 1950

Fonte: Museu Histórico Willy Barth

A cena foi registrada na Rua 7 de Setembro, centro de Toledo, com motoristas e caminhões da Maripá, momentos antes da partida para o Porto

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Britânia. Os caminhões estavam carregados de madeira de pinheiro araucária serrada para exportação. PORTO BRITÂNIA NO RIO PARANÁ - 1952

Fonte: Museu Histórico Willy Barth

PORTO BRITÂNIA – CONSTRUÇÃO DE JANGADA COM AS TORAS

Fonte: Museu Histórico Willy Barth

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A imagem mostra trabalhadores paraguaios, na foz do rio São Francisco, dentro d’água, construindo as jangadas de toras para exportação. As toras eram amarradas umas as outras e depois rebocadas por barco até as cidades argentinas. Um barco rebocava cerca de 500 a 800 toras de uma vez. Durante a viagem, trabalhadores seguiam no barco e sobre as jangadas, onde construíam armações com tábuas para proteção do sol e das chuvas, pois a viagem durava vários dias. E 1952, foi instalado oficialmente o município de Toledo, e fundadas as localidades de Nova Santa Rosa e Mercedes, hoje municípios, e Vila Margarida e Três Passos, hoje distritos de Toledo e Marechal Cândido Rondon.

Fonte: Museu Histórico Willy Barth

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Para a emancipação do nosso município foi fundamental as visita do governador Bento Munhoz da Rocha Netto, em junho de 1951, quando Toledo era ainda uma vila de Foz do Iguaçu. Na imagem a seguir, além do governador e sua comitiva, estão presentes lideranças de Toledo. Ao fundo vemos a frente da Casa Paroquial, onde o Padre Antônio Patui recepcionou e hospedou o governador e sua comitiva.

Fonte: Museu Histórico Willy Barth

A partir de 1954 começaram a ser construídas as primeiras casas e primeiros prédios de tijolos ou alvenaria na área urbana de Toledo.

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MAPA DO MUNICÍPIO DE TOLEDO - 1957

Fonte: Museu Histórico Willy Barth

O mapa anterior apresenta toda a extensão territorial do município de Toledo, suas localidades, estradas, hidrografia, limites, conforme legenda e escala. O ano de 1957 é o início da gestão do segundo prefeito de Toledo – Egon Pudell.

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2. DISTRITOS DE TOLEDO O Município de Toledo, com área territorial total de 1.205,501 Km² (um mil, duzentos e cinco quilômetros e quinhentos e um centésimos de quilômetros quadrados), está organizado administrativamente em 11 distritos, sendo um distrito Sede, Toledo e 10 distritos na zona rural. No ano de 2016, pela Lei Municipal nº 65/2016, Bom Princípio deixou de fazer parte do distrito Sede e passou a ser o 11º distrito de Toledo, com o nome Bom Princípio do Oeste. Os distritos são compostos por uma área urbana e a zona rural com infraestrutura

organizada,

sendo

que

a

maioria

dos

distritos

têm

estabelecimentos de ensino, atendimento à saúde, pavimentação asfáltica para o seu acesso e na sede e moradia social. Nos distritos de Novo Sarandi, Vila Nova, Dez de Maio há agências bancárias. Contudo, a organização políticoadministrativa dos distritos continua atrelada ao distrito sede. O relevo dos distritos é ligeiramente ondulado, sendo que o ponto mais elevado fica entre a localidade de Gramado e o Distrito de São Luiz do Oeste, com a altitude de 687 metros. O clima é subtropical úmido-brando e o solo é o latossolo roxo. Um dado interessante a ser observado refere-se à construção de estradas já no período de colonização. Conta a história que a Colonizadora Maripá, tendo o conhecimento dos quatro espigões (áreas mais elevadas do terreno) e atentos à necessidade de escoamento nos períodos chuvosos, construiu as principais 29

estradas na porção mais elevada dos espigões. Estradas essas que deram origem a malha rodoviária do nosso município.

DISTRITOS DE TOLEDO DISTRITO

ÁREA em Km²

SEDE

556,47

DEZ DE MAIO

123,47

VILA NOVA

110,11

SÃO LUIZ DO OESTE

66,85

NOVO SARANDI

66,13

BOM PRINCÍPIO DO OESTE

60,58

SÃO MIGUEL

57,35

DOIS IRMÃOS

48,98

CONCÓRDIA DO OESTE

45,22

NOVO SOBRADINHO

43,53

VILA IPIRANGA

38,23

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Fonte: Secretaria Planejamento Urbano - Prefeitura Municipal de Toledo

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Fonte: Secretaria Planejamento Urbano - Prefeitura Municipal de Toledo

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2.1 DISTRITO DE DEZ DE MAIO PERÍMETRO URBANO DO DISTRITO DE DEZ DE MAIO

FONTE: LEI Nº 2.232, de 16 de setembro de 2016 que define perímetros das zonas urbanas e de expansão urbana do Município de Toledo.

Situado na parte oeste do município, Dez de Maio apresenta terras planas com moderada elevação ao sul do distrito, nas proximidades com o município de Ouro Verde do Oeste. A divisa entre Toledo e o município de Ouro Verde do Oeste é o rio São Francisco, que se encontra ao sul de Dez de Maio. Ao norte encontrase o Arroio Marreco que separa Dez de Maio de Dois Irmãos e Vila Ipiranga, também distritos de Toledo.

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Além da sede, o distrito de Dez de Maio é formado por outras localidades e linhas, como: Cerro da Lola, São Salvador e Quilômetro 41, e também as Linhas: Linha 14 de dezembro, União e General Osório. Os grupos étnicos que colonizaram Dez de Maio eram predominantemente os alemães e italianos que vieram da região missioneira e noroeste do Rio Grande do Sul, por volta de 1949 e, em menor número, brasileiros que vieram do norte do Brasil para ocupar este Distrito. Dez de Maio faz parte dos primeiros distritos criados em Toledo, isso ocorreu pela Lei Municipal nº 17, de 06 de julho de 1953, que também criava o distrito de Novo Sarandi. Contudo, o Distrito foi instalado em 26 de setembro de 1955, tendo como primeiro subprefeito Jacó Alfredo Kaefer.

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A agricultura baseada, predominantemente, na produção agrícola de soja, trigo e milho, a pecuária responsável pela criação de gado, suínos e aves de corte e o comércio local são responsáveis pelo crescimento econômico do distrito de Dez de Maio.

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CRIAÇÃO DE PORCOS NA PROPRIEDADE DE ALBINO TORETTA NO KM 41, 1951.

DICA DE PESQUISA Na Tabela: Aspectos geográficos e socioeconômicos dos distritos de Toledo você vai encontrar informações sobre distritos e nela os afluentes que abastecem os principais rios e arroios de cada um dos distritos. Faça sua pesquisa e complete a hidrografia do distrito de Dez de Maio. Dez de Maio nem sempre teve este nome já se chamou Angico. Descubra o que significa este nome e por que foi escolhido, mas não deixe de pesquisar os motivos que levaram a troca de nome e por que foi escolhido o nome que tem hoje. Pesquise no livro “Com licença, somos distritos de Toledo”, 2ª Ed., que há na biblioteca de sua escola ou na Biblioteca Pública.

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2.2 DISTRITO DE VILA NOVA PERÍMETRO URBANO DE VILA NOVA

FONTE: LEI Nº 2.232, de 16 de setembro de 2016 que define perímetros das zonas urbanas e de expansão urbana do Município de Toledo.

O distrito de Vila Nova encontra-se no extremo norte do município de Toledo, na divisa com o município de Palotina. Já ao sul suas terras fazem limites com os distritos de São Miguel e Novo Sobradinho, ao leste com o distrito sede Toledo e novamente Palotina. Ao oeste encontra-se com o distrito de Novo Sarandi e o município de Nova Santa Rosa. A altitude média é de 547 metros e está inserido num espigão que nasce nas imediações de Ouro Preto. O distrito é formado pela sede Vila Nova e pelo povoado de Dois Marcos e as Linhas Florida, São Pedro, Dezoito de Abril, Peabiru, Coppeti, Poletti, Alto Iguaçu, Cavalo Morto, Nova Brasília, Pérola e Três Irmão.

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No perímetro urbano passa a rodovia PR 239, originalmente era a Picada do Allica, estrada usada para transporte de erva-mate por empresários argentinos, antes da presença de colonizadores vindo do sul do Brasil. A hidrografia de Vila Nova tem como arroios principais Guaçu, Dezoito de Abril e Jaguarundi. Formada essencialmente por descendentes de alemães e italianos que deram origem a uma população responsável pelo desenvolvimento econômico, pautado na agropecuária, impulsionada pela suinocultura e a produção de soja, trigo e milho.

A história do distrito de Vila Nova teve início na década de 1950, quando a colonizadora Maripá construiu doze casas no local, sendo que o nome do distrito está ligado ao fato de que realmente se tratava de vila nova naquele tempo e

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lugar. Já o distrito de Vila Nova, foi criado pela Lei Municipal nº 194, de maio de 1960.

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2.3 DISTRITO DE NOVO SARANDI PERÍMETRO URBANO DO DISTRITO DE NOVO SARANDI

FONTE: LEI Nº 2.232, de 16 de setembro de 2016 que define perímetros das zonas urbanas e de expansão urbana do Município de Toledo.

Volte ao mapa político de Toledo e observe a noroeste de Toledo, na divisa com os municípios de Nova Santa Rosa e Quatro Pontes, o distrito de Novo Sarandi. Assim como os demais distritos de Toledo o relevo é formado por terras pouco acidentadas, contudo Novo Sarandi encontra-se numa altitude média de 460 metros, em um espigão que nasce próximo de Ouro Preto e segue em direção ao oeste, passando por Boa Vista, Linha Doutor Ernesto, Vila Flórida, Vila Nova e Novo Sarandi.

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O Arroio Guaçu banha ao sul e em todo o oeste do distrito de Novo Sarandi. Ao norte situa-se o lajeado Gavião que tem sua foz no arroio Guaçu. O lajeado Gavião tem suas nascentes e sua foz no território do distrito. CACHOEIRA ARROIO GUAÇU – NOVO SARANDI

MEMORIAL DA CERÂMICA.

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Os primeiros moradores de Novo Sarandi vieram do Rio Grande do Sul, mais especificamente da região de Sarandi, no ano de 1949. Eram em sua maioria descendentes de italianos e alemães que, assim que chegaram, iniciaram a derrubada da mata para construir suas casas e a plantação dos meios de subsistência como mandioca, arroz, milho, feijão entre outros. FUNDAÇÃO DE NOVO SARANDI - 1949

Aos poucos homens e mulheres, trabalhadores determinados a crescer e se desenvolver foram alterando a paisagem e a mata foi sendo substituída pelas lavouras, pelas serrarias, cerâmicas e o comércio local.

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A Lei Municipal nº 17, de 6 de julho de 1953, criou o distrito de Novo Sarandi, porém, essa lei só foi confirmada pela Lei Estadual nº 5.108 de 13 de maio de 1965. O primeiro subprefeito foi Ricardo Maccari. O distrito de Novo Sarandi é formado pela sede, Novo Sarandi e por localidades, entre elas Linha Arapongas, Fazenda Branca, Petroski, Gavião e Linha Giacomini. Assim como no Distrito vizinho de Vila Nova, pelo perímetro urbano de Novo Sarandi, passa a Rodovia PR – 239, antiga estrada para o Porto Mendes, no Rio Paraná, na época da extração da erva-mate.

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SAIBA MAIS. O que é um espigão quando falamos em topografia de um terreno (relevo)? É o ponto de uma linha mais alta onde se encontram duas ou mais linhas elevadas.

EXPLORANDO MAPAS. Os distritos de Novo Sarandi, Vila Nova, Dois Irmão, Vila Ipiranga e Dez de Maio formam a Região norte do Município de Toledo, ou então, podemos afirmar que estão na área situada à margem direita do Rio São Francisco. Use papel transparente do mesmo tamanho do mapa do Município de Toledo , que se encontra na página 21, copie o contorno do nosso município e destaque o Rio São Francisco, em seguida, com o lápis de cor azul marque cada um dos distritos copiando o seu nome e os rios e lajeados próximos da sede. Com o lápis de cor verde destaque os distritos que se localizam ao sul do nosso município destacando o nome, rios e lajeados próximo a sede.

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2.4 DISTRITO DE SÃO LUIZ DO OESTE PERÍMETRO URBANO DO DISTRITO SÃO LUIZ DO OESTE

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Localizado no Leste do município, ocupa área de maior altitude, 547 metros acima do nível do mar. O ponto mais elevado do terreno fica entre a localidade de Gramado e o Distrito de São Luiz do Oeste, com a altitude de 687 metros. Assim, com relevo mais elevado e ligeiramente ondulado o distrito de São Luiz do Oeste encontra-se numa altitude média de 640 metros. Também é importante destacar que São Luiz do Oeste faz parte da porção mais alta do espigão que se estende até o distrito de Novo Sarandi. Se considerarmos que as porções mais altas de um terreno (relevo) são divisores de água vamos logo associar que é no Distrito de São Luiz do Oeste que se encontra a nascente (área de ressurgência) de um importante rio do nosso município, o Rio Toledo que abastece a nossa cidade. São Luiz do Oeste é o Distrito que ao norte faz a divisa entre Toledo e Tupãssi e ao leste faz divisa com Cascavel. A hidrografia do distrito contempla ao norte o Arroio Guaçu, com três afluentes, a sanga Esperança, a sanga Cedro Marcado e a sanga Ipacarí e ao sul o rio Toledo e seus afluentes, sanga Perdida e sanga Colondrini. O distrito foi criado pela Lei Municipal nº 674, de 1972, sendo a sede do distrito São Luiz do Oeste, enquanto possui Sol Nascente como sula localidade, fundada ainda na década 1950 por descendentes de japonês.

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ALUNOS DA ESCOLA DA ESCOLA DE SOL NASCENTE – ANOS FINAIS DE 1950

Fonte: Museu Histórico Willy Barth

A imagem anterior mostra turma de alunos, descendentes de japoneses, na localidade de Sol Nascente. Nessa época, para esses alunos, a prioridade era aprender a Matemática e a Língua Portuguesa, já que conheciam apenas a língua de origem, falada na família. O primeiro nome dado à localidade foi Linha Floresta, sendo o povoado iniciado por Erno Rauber, todavia, quando Aloisio Anschau comprou essas terras iniciou efetivamente o processo de colonização. A partir de então a localidade passou a se chamar São Luiz do Oeste, em homenagem ao filho do colonizador que se chamava Luis, por ser a ser o nome da cidade origem de Aloisio Hanschau

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que viera de São Luiz Gonzaga, Rio Grande do Sul e também para se fazer menção ao Oeste do Paraná.

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2.5 DISTRITO DE BOM PRINCÍPIO DO OESTE PERÍMETRO URBANO DO DISTRITO DE BOM PRINCÍPIO DO OESTE

O distrito de Bom Princípio do Oeste é o mais novo distrito criado no município de Toledo, sendo desmembrado do distrito sede pela Lei Municipal nº 65, de 23 de junho de 2016. As divisas do novo distrito ficaram assim definidas: o ponto de partida é a foz da Sanga Manaus e o Arroio Toledo em direção ao sudeste até a nascente do Arroio Silvestre ou Memória. A partir daí, por uma linha seca em direção a sudeste até a nascente do Arroio Lopeí , até a BR 467. Fazem parte do distrito de Bom Princípio do Oeste as comunidades de Vista Alegre, a sede Bom Princípio e a Linha Gramado.

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A comunidade de Bom Princípio do Oeste tem como base econômica a agricultura e pecuária. Neste distrito acontece a Festa do Milho, que em 2016 já está na 20ª edição. MAPA DO DISTRITO DE BOM PRINCÍPIO DO OESTE

O acesso principal a sede do Distrito se dá pela BR 467, seguindo por Rodovia municipal até a sua área urbana. Esta Rodovia era a antiga estrada que ligava o município de Toledo à Cascavel. No período de extração da erva-mate por Companhia estrangeiras, havia uma picada pela qual no ano de 1946, passaram os primeiros moradores de Toledo responsáveis pela fundação do município de Toledo.

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CARAVANA DE COMPRADORES DE TERRAS NO INÍCIO DE 1950

Fonte: Museu Histórico Willy Barth

Na foto anterior, vemos a cena de um caminhão atolado, que transportava pessoas interessadas na compra de terras, com destino ao distrito de Dez de Maio. O atolamento ocorreu na estrada entre Toledo e Cascavel, próximo ao distrito de Bom Princípio do Oeste.

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2.6 DISTRITO DE SÃO MIGUEL PERÍMETRO URBANO DO DISTRITO DE SÃO MIGUEL

O distrito de São Miguel recebeu este nome em homenagem ao anjo São Miguel que, em 1956, teve sua imagem introduzida na capela da localidade que foi construída pela comunidade em 1952. Porém, esse nome foi escolhido posteriormente pela comunidade já que no início chamava-se Linha Guaçu e depois Novo Santo Ângelo (cidade da região missioneira, no noroeste do Estado do Rio Grande do Sul). Os pioneiros de São Miguel são de Santo Cristo também cidade do noroeste do Rio Grande do Sul.

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Este distrito encontra-se na região noroeste em relação à sede do município. Assim, Toledo encontra-se ao Sul de São Miguel, ao norte os distritos de Vila Nova e Novo Sarandi, a leste o Distrito de Novo Sobradinho e a oeste o distrito de Vila Ipiranga. SUGESTÃO Encontre o mapa Divisão Administrativa de Toledo, no início deste capítulo e localize cada um dos distritos de Toledo observando os pontos cardeais e colaterais.

O distrito apresenta terras planas ou levemente onduladas e, como todo município o solo é o latossolo roxo. Quanto à hidrografia o distrito é banhado no extremo-norte pelo arroio Guaçuzinho, atravessando o centro do distrito temos o lajeado Grande e no extremo leste o lajeado Socó-Boi. O distrito foi criado pela Lei Municipal 345, de 10 de novembro de 1964, sendo formado pela sede São Miguel.

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2.7 DISTRITO DE DOIS IRMÃOS PERÍMETRO URBANO DO DISTRITO DE DOIS IRMÃOS

O distrito de Dois Irmãos é o quarto distrito na ordem cronológica de criação, o que ocorreu em 1962, pela Lei Municipal nº 260. É composto pela sede, Dois Irmãos e pela Linha São João. Este distrito está a nordeste do distrito sede, Toledo. Dois Irmãos limita-se ao norte com o distrito de Novo Sarandi, ao sul como o distrito de Dez de Maio, ao leste com o distrito de Vila Ipiranga e ao oeste com o município de Quatro Pontes. O relevo de Dois Irmãos é plano, contudo integra o Espigão que parte da sede do município, passando por Três Bocas, Linha Santo Antônio e Vila Ipiranga. Procure visualizar esta área no mapa Município de Toledo na página 21.

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Um fato interessante sobre o distrito de Dois Irmãos refere-se à origem do seu nome. Os primeiros moradores deste distrito observaram que a sanga Verde e a sanga Tigre nasciam de uma mesma área de ressurgência (nascente), contudo seguiam em sentidos opostos. Para os pioneiros tratavam-se de córregos irmãos, por nascerem de uma mesma área de ressurgência, assim o nome do distrito de Dois Irmãos. Os moradores pioneiros deste distrito, em sua maioria alemães e italianos, vieram de Cerro Largo, RS e de Santa Catarina.

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2.8 DISTRITO DE CONCÓRDIA DO OESTE PERÍMETRO URBANO DO DISTRITO DE CONCÓRDIA DO OESTE

Os primeiros habitantes do distrito de Concórdia do Oeste chegaram por volta de 1950, vindos do Estado Santa Catarina das cidades de Mondaí, Joaçaba, Tangará e Concórdia e de Montenegro e Carazinho, as duas últimas do Rio Grande do Sul. Inicialmente foram construídas residências coletivas para abrigar as famílias (República), que tinham um tempo definido para desocupá-las, para que outras famílias pudessem ser acolhidas. Aos poucos as famílias foram construindo suas casas que eram de madeira e cobertas de tabuinhas. O primeiro nome dessa localidade foi Quati, por conta da sanga que tem esse nome. Mais tarde foi

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denominada de Vila Nova Concórdia. Esse nome foi dado pelo colonizador Santo Campagnolo, uma vez que ele veio de Concórdia, Santa Catarina.

O distrito Concórdia do Oeste limita-se ao norte com o distrito de Vila Ipiranga, ao sul com o município de Ouro Verde do Oeste, ao leste com o distrito sede, Toledo e a oeste com o distrito de Dez de Maio. O rio São Francisco é a divisa entre o distrito de Concórdia do Oeste e as sangas Quati, Encantado, Surunga, Angico, Palmito e Tarumã, bem como o arroio Marreco que constituem a hidrografia do distrito. Pela lei Municipal nº 26, de 20 de agosto de 1998, foi criado o distrito administrativo de Concórdia do Oeste que, efetivamente, foi instalado em 20 de setembro de 1998. 63

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2.9 DISTRITO DE NOVO SOBRADINHO PERÍMETRO URBANO DO DISTRITO DE NOVO SOBRADINHO

O distrito de Novo Sobradinho divide-se ao norte com o distrito de Vila Nova, ao sul e a leste com o distrito sede, Toledo, ao oeste com o distrito de São Miguel. O relevo é plano, levemente ondulado, estando ele na parte mais baixa do espigão que liga Boa Vista, Vila Flórida e Vila Nova. Ao norte o arroio Guaçu faz a divisa entre os distritos de Novo Sobradinho e Vila Nova, ao leste e ao sul o lajeado Barro Preto e a sanga Floriano dividem Novo Sobradinho e o distrito sede. A oeste, a sanga Palmeiral e os lajeados Grande e Socó-Boi fazem divisa com o distrito de São Miguel.

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Aproximadamente, no ano de 1951, famílias predominantemente de descendência alemãs, migraram de Sobradinho, Rio Grande do Sul para a área onde hoje se encontra o distrito de Novo Sobradinho. A realidade inóspita de mata fechada exigiu muita determinação para transformar essa área, primeiro em roças de subsistência e hoje lavouras comerciais somadas a produção pecuária, destacando-se a suinocultura e avicultura.

Novo Sobradinho passou à condição de distrito em 1980, pela Lei Estadual n º 7.296. O distrito é formado pela sede e quatro linhas sendo elas: Tatu, SocóBoi, Pinhalzinho e Barro Preto.

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2.10 DISTRITO DE VILA IPIRANGA PERÍMETRO URBANO DO DISTRITO DE VILA IPIRANGA.

FONTE: LEI Nº 2.232, de 16 de setembro de 2016 que define os perímetros das zonas urbanas e de expansão urbana do Município de Toledo.

A sede do distrito de Vila Ipiranga é vislumbrada de muito longe quando se viaja pela BR 163, entre Toledo e o município de Marechal Cândido Rondon, marcado pela bela e imponente igreja católica cuja construção iniciou em 1964, tendo como pedreiro Edgar Gauer e uma equipe de moradores que auxiliavam voluntariamente.

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IGREJA CATÓLICA

Fonte: arquivo sem identificaçao do autor.

IGREJA EVANGÉLICA DE CONFISSÃO LUTERANA NO BRASIL NO DISTRITO DE VILA IPIRANGA

Fonte: arquivo sem identificaçao do autor.

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A Vila Ipiranga nasceu a partir da chegada dos pioneiros moradores que vieram do Oeste de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, por volta de 1950. As etnias que formaram esta comunidade era de origem alemã, italiana e polonesa. O relevo de Vila Ipiranga é semelhante ao relevo do município, ou seja, áreas com uma relativa altitude e uma superfície mais ou menos plana, sobre um espigão que nasce em Três Bocas e passa por Santo Antonio e Dois Irmão. A altitude média é de 510 metros. A hidrografia do distrito é formada pelo arroio Guaçu ao norte, arroio Marreco ao sul, pela sanga Taquaruçu e a oeste existem as sangas 15 de Novembro e Macuco. O distrito administrativo foi criado em 24 de outubro de 1972, pela Lei Municipal nº 675/72 e é composto pela sede Vila Ipiranga, as linhas Santo Antônio e Três Bocas.

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ASPECTOS GEOGRÁFICOS E SOCIOECONÔMICOS DOS DISTRITOS DE TOLEDO

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TRABALHANDO COM MAPAS 01 - Anote em seu caderno o nome dos distritos que fazem divisa com Vila Ipiranga. Na tabela acima você vai encontrar as informações que precisa. Ao norte -.................

Ao sul -.....................

Ao leste -.................

Ao oeste -.................

02 – Pesquise junto aos mapas deste capítulo e escreva o nome dos distritos no mapa. Uma sugestão é a de copiar o mapa abaixo com papel transparente e anotar os nomes nele. Assim você poderá guardar uma cópia para você.

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3. ATIVIDADES PRODUTIVAS NO MUNICÍPIO DE TOLEDO O território de Toledo e região até Laranjeiras do Sul era ocupado pelos índios Guaranis, que tinham a maior aldeia da nação indígena junto às Cataratas do Iguaçu, até 1870, quando foi criado o Território Federal do Iguaçu.

MAPA DA FAZENDA BRITÂNIA

FONTE: NIEDERAUER, Ondy H. Toledo no Paraná: a história de um latifúndio improdutivo, sua reforma agrária, sua “colonização”, seu progresso. Toledo: Grafo-Set,1992.

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Nessa época, parte da região foi cedida pelo governo brasileiro para os ingleses em pagamento pela construção da ferrovia Sorocaba (SP) – Viamão (RS). A área passou então a chamar-se Fazenda Britânia e foi vendida à empresa Companhia de Maderas del Alto Paraná de proprietários ingleses, com sede na Argentina. Mais tarde, em 1945, foi adquirida por empresários gaúchos da Industrial Madeireira Colonizadora Rio Paraná (Maripá). Cada uma dessas empresas, em seu período e ocupação, exploraram a ervamate e madeiras nobres da floresta que cobriam o território, como araucária e o cedro. ERVA-MATE

FONTE: http://www.panoramio.com/user/4276861

A erva-mate era ensacada e os troncos de madeira eram amarrados e formando grandes jangadas para ser levadas a Buenos Aires. Desciam através do

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Rio Paraná, a partir dos Portos Britânia, Porto Mendes e outros, localizados abaixo das Sete Quedas. A Industrial Madeireira Colonizadora Rio Paraná (Maripá), em 1946, iniciou a colonização do território com a finalidade de ocupar definitivamente a área da Fazenda Britânia. CAMIONETE UTILIZADA PARA O TRANSPORTE DE PESSOAS PARA TOLEDO, INÍCIO DA DÉCADA DE 1950

Fonte: Museu Histórico Willy Barth

A imagem anterior apresenta um veículo utilizado pelos vendedores de terra (corretores de imóveis) que transportavam os agricultores interessados na compra de propriedades, principalmente, na região do distrito de Novo Sarandi. Os corretores eram Natal Zibetti e Aurélio Tissiani e, as crianças na foto, são da família deles.

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A iniciativa privada desenvolveu um arrojado projeto de colonização, com a venda de pequenas propriedades medindo entre 10 a 15 alqueires paulistas, a maioria com acesso a água. Como tinham poucos recursos, os colonizadores, em sua maioria, só compraram um lote, o que ajudou a impedir a formação de latifúndios na região. A venda de terras foi direcionada a pequenos agricultores do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, dando preferência aos descendentes de imigrantes italianos e alemães. A escolha não se deu por acaso, pois eles herdaram conhecimentos do continente europeu, em termos de tecnologia agrícola, diversificação da produção, consorciação da lavoura à pecuária e processo de transformação caseira de carnes, leite, frutas e hortaliças em derivados como salame, linguiça, morcilha, doces e conservas. A primeira caravana formada por 14 trabalhadores que chegou a Toledo em 27 de março de 1946, depois de 38 dias de viagem. Partiu de São Marcos, na Serra Gaúcha e chegou ao arroio Toledo abrindo a picada na mata, entre Toledo e Cascavel, para passagem do caminhão em que viajavam. O grupo acampou nas margens do então Arroio Toledo, que recebeu esse nome, a exemplo da cidade, porque próximo daquele local teria morado um argentino ou paraguaio, conhecido por Toledo. Sua função era a de capataz do

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Pouso Toledo, que pertencia à empresa argentina de exploração da erva-mate, Nuñez y Gibaja. DURANTE VIAGEM, UMA PAUSA PARA O ALMOÇO E DESCANSO.

FONTE: MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH

Na imagem anterior, pioneiros colonizadores durante parada para o almoço, na viagem de mudança para Toledo, nos anos de 1950. O forte da colonização se estendeu nos anos 50, com o município sendo criado em 14 de novembro de 1951. A instalação oficial ou emancipação formal, com posse do primeiro prefeito e vereadores, ocorreu em 14 de dezembro de 1952, juntamente com Cascavel, Guaíra e Guaraniaçu, todas do Oeste do Paraná.

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Graças a presença inicial de colonizadores gaúchos e catarinenses, o seu conhecimento e a estrutura fundiária com pequena propriedades, viabilizaram uma agropecuária forte e diversificada no município e região. Os agricultores já dominavam a moderna tecnologia da mecanização agrícola e tinham tradição na criação de suínos, aves e gado leiteiro, viabilizando a implantação de agroindústrias que transformaram Toledo e o Oeste do Paraná num dos maiores centros produtores e exportadores de alimentos do País. Toledo pode e deve orgulhar-se de haver sido ponto de encontro e de avanços de dois processos de ocupação destacados na expansão de duas fronteiras agrícolas, a frente “SULISTA” e a frente “NORTISTA” de ocupação, o que contribuiu para o crescimento e diversificação da produção de alimentos, suprindo a demanda do consumo interno, gerando excedentes para exportação e promovendo o desenvolvimento econômico e social do País. Como exemplo temos nomes de localidades como: Ouro Verde do Oeste (ex-distrito de Toledo) e Ouro Preto (pertencente a Toledo) que lembram o cultivo do café como parte das atividades econômicas do município. Em Toledo, o cultivo do café não se desenvolveu de acordo com as expectativas, sendo que essa atividade foi mais promissora no Norte do Paraná. Prevaleceu, na área rural, em nosso município, atividades como cultivo de milho, feijão, trigo, arroz e hortifrutigranjeiros, além da criação de suínos, galinhas e gado de leite.

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COLHEITA DO TRIGO EM TOLEDO

Fonte: Secretaria de Comunicação de Toledo (2014).

Fonte: Secretaria de Comunicação de Toledo (2014).

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No embalo da expansão da fronteira agrícola do Norte do Paraná, os colonos locais foram também deixando a atividade cafeeira e aos poucos se adaptando às novas alternativas da produção agropecuária do Oeste do Estado e de Toledo. 3.1 FORMAÇÃO ECONÔMICA E SOCIAL DA ÁREA URBANA DE TOLEDO

A abertura de novas fronteiras agrícolas no Paraná passou a necessitar de centros urbanos, prestadores de serviços à comunidade rural que se expandia, incorporando novas terras ao processo produtivo. Assim, os centros urbanos do Oeste, Sudoeste e Norte do Paraná, desde quando não passavam de pequenas vilas, ganharam a condição básica de centros prestadores de serviços aos produtores rurais, lhes fornecendo bens de consumo, desde ferramentas, sementes, medicamentos e até roupas, e adquirindo excedentes da produção de alimentos. Somente bem mais tarde passaram a também expandir atividades industriais e a localização desses centros era definida pela ocupação ou colonização de novas terras. A imagem a seguir é a região central de Toledo, final dos anos de 1960, com vista ao fundo da antiga Catedral Cristo Rei, demolida na década de 1970, para dar lugar a atual Catedral. A rua era pavimentada por pedras irregulares e a maioria dos prédios já era construída em alvenaria.

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Os centros urbanos do Oeste e Norte do Estado foram, em sua maioria, também projetados por companhias colonizadoras, com traçado de ruas e praças bem definido.

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MAPA DA REGIÃO OESTE DO PARANÁ

FONTE: O Paraná (2012) Apud Priori et. al 2012, p. 78

Assim, a área urbana de Toledo e de muitas cidades do Oeste, Sudoeste e Norte do Estado, com vocação inicial de atendimento à população e atividade rural, pouco a pouco foram também expandindo os estabelecimentos comerciais, bancários, atacadistas, hoteleiros e religiosos. Além disso, foram expandidos os serviços públicos com o atendimento: à educação, à saúde, à segurança, à cultura e ao meio ambiente.

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3.2 FATORES DO DESENVOLVIMENTO DE TOLEDO

Depois do aumento populacional, fenômeno típico da colonização de novas fronteiras agrícolas, o município de Toledo e a Região Oeste do Paraná esperavam a estabilização demográfica, em consequência da venda, ocupação e cultivo de todas as terras disponíveis. Além disso, em geral, a moderna tecnologia aplicada na agricultura, universalmente apresenta a tendência de expulsar pessoas do campo, seja para as novas fronteiras agrícolas ou as áreas e atividades urbanas. Ambos os fenômenos ocorreram em Toledo e na região. O primeiro fator de progresso do município, a agropecuária, foi crescendo em produção, diversificação e participação no desenvolvimento do município, mas sem ampliar espaços para novos contingentes de mão de obra em suas atividades no campo. PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA

FONTE: http://toledo.portaldacidade.com/noticias/2864-toledo-e-cascavel-lideram-ranking-de-desempenho-do-valor-bruto-de-producao-agropecuaria

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Para o bem do município, em todos os sentidos, o segundo fator passou a ser a agroindustrialização, agregando valores à produção primária e gerando empregos, renda, tributos e novas oportunidades de negócios na cidade. Em Toledo, o setor contou inclusive com a criação das Indústrias Comunitárias, nos anos de 1990, voltadas à promoção da industrialização do município e do desenvolvimento harmônio do campo e da cidade. O terceiro fator de desenvolvimento de Toledo, somado aos demais, é hoje a expansão do comércio e da prestação de serviços, com a implantação de indústrias de ponta ou de moderna tecnologia e instituições de ensino superior, públicas e privadas, todas voltadas à formação profissional e a melhoria da qualidade de vida da população.

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4. DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO DE TOLEDO.

4.1 ATIVIDADES AGROPECUÁRIAS.

Desde os primeiros colonizadores (1946) até os nossos dias Toledo vem construindo uma história de crescimento e desenvolvimento econômico arrojado. Vários elementos contribuíram para este desenvolvimento como: pessoas determinadas a transformar as dificuldades em conquistas, um solo fértil, a abundância hídrica, a topografia plana, de forma que, atualmente, Toledo possui o maior Valor Bruto de Produção Agropecuária do Paraná e da Região Sul (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná). No Brasil, em 2016, ocupa a 11º posição no índice de Valor Bruto de Produção. Isso dá a Toledo o título de Capital do Agronegócio do Paraná, com mais de 1,75 bilhão no Valor Bruto de Produção Agropecuária. São mais de 6 mil propriedades rurais, que somadas as 731 indústrias, 6 mil empresas, setor de serviços e comércio contribuem para o desenvolvimento econômico do município.

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PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA DO MUNICÍPIO DE TOLEDO EM 2014 COMPONENTE

PRODUÇÃO

SUÍNOS

710.512 animais

FRANGOS

6.298.766 aves

GADO LEITEIRO

19.260 vacas para produção de leite de 98.803 mil litros

PEIXES

5.087.850 quilos

SOJA

346.200 toneladas em 61 mil hectares cultivados

MILHO

346.200 toneladas em 61 mil hectares cultivados

TRIGO

19.200 toneladas em oito mil hectares plantados

HORTIFRUTIGRANJEIROS

1.634 toneladas

FONTE: Plano Diretor de Toledo (2016).

Observe a quadro abaixo com a produção agrícola de Toledo em 2015, comparando-o com a produção da região Oeste e do Paraná. PRODUTO AGRÍCOLA

FONTE ANO MUNICIPIO

Produção Agrícola - Soja IBGE

REGIÃO

PAÍS

2015

252.000

1.606.339 17.229.378

2015

455.000

2.745.931

15.777.409

2015

14.400

72.710

3.330.589

(em grão) (toneladas) Produção Agrícola - Milho IBGE (em grão) (toneladas) Produção Agrícola - Trigo IBGE (em grão) (toneladas) FONTE: Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico http://www.ipardes.gov.br/perfil_municipal/MontaPerfil.php?codlocal=184&btOk=ok

e

Social-IPARDES.

Disponível

em:

Historicamente, após a instalação do município, duas situações colocavamse como entraves para o crescimento econômico; a necessidade de energia elétrica e a adequação da estrada de acesso a Toledo e escoamento de produção agropecuária e industrial.

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Mobilizados, poder público e população, reuniram os recursos financeiros necessários para a construção da primeira usina hidrelétrica que foi construída no Rio São Francisco, em 1956, com o nome de USINA CARLOS MATHIAS ALOYSIO BECKER. Somou-se a ela construção de mais duas usinas no Arroio Guaçu. A primeira em Novo Sarandi, em 1960, e a Usina de Novo Sobradinho, em 1968. O município crescia e a demanda por energia também, assim em 1970 a Companhia Paranaense de Energia – COPEL passou a fornecer energia elétrica para o município, atendendo as necessidades do comércio e da indústria que cresciam em nosso município. Outra dificuldade era o escoamento da produção agropecuária de Toledo, uma vez que a estrada entre Toledo e Cascavel não era pavimentada e nos períodos de chuva impedia o tráfego de caminhões. Em 1977, a estrada entre esses dois municípios, hoje BR 467, foi asfaltada, agilizando o transporte. IMPORTÂNCIA DO TRANSPORTE AÉREO É importante destacar a relevância do transporte aéreo, desde a inauguração do aeroporto de Toledo, em 1954. O aeroporto foi construído através de mutirão, em apenas 52 horas de trabalho de homens e máquinas, em revezamento dia e noite, com o apoio decisivo da Colonizadora Maripá. Inicialmente, servia para o transporte de passageiros interessados em conhecer e investir no município e também atendia serviços de Correios. Numa época em

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que as estradas eram poucas e não pavimentadas, o transporte aéreo foi fundamental para o desenvolvimento de Toledo. INAUGURAÇÃO DO AEROPORTO – 17 DE AGOSTO DE 1954

Fonte: Museu Histórico Willy Barth

Na época, havia voos diários para as capitais Curitiba (PR), Porto Alegre (RS) e outras cidades de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Norte do Paraná como Maringá e Londrina.

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AVIÃO DA SADIA TRANSPORTES AÉREOS – ANOS DE 1960

Fonte: Museu Histórico Willy Barth

Na imagem anterior o registro de um acidente, sem gravidade, quando da aterrissagem na pista ainda de terra, no aeroporto de Toledo.

Já no século XXI, os desafios para o desenvolvimento econômico são outros, como o desenvolvimento de tecnologias para o aumento da produção por área plantada, somado ao compromisso com a preservação ambiental, a

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geração de energia alternativa e a logística de transporte. Enfrentar esses desafios se faz necessário porque Toledo tem sua economia fortemente atrelada à agroindústria (conjunto de atividades relacionadas à transformação de matérias-primas provenientes da agricultura, pecuária e piscicultura) e ao agronegócio no setor industrial. Toledo sedia o maior abatedouro de suínos e frangos do País, que exporta carnes e derivados para mais de 100 países e gera mais de oito mil empregos diretos (PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO TOLEDO – 2050). SUINOCULTURA

Fonte: Secretaria de Comunicação de Toledo (2014).

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AVIÁRIO

Fonte: Secretaria de Comunicação de Toledo (2014).

PISCICULTURA

Fonte: Secretaria de Comunicação de Toledo (2014).

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ATIVIDADE Transforme as informações dos quadros de PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA DO MUNICÍPIO DE TOLEDO EM 2014 e de 2015 em gráfico e descubra qual a participação de cada um dos produtos na economia do nosso município. Interessante fazer dois quadros, um com os produtos agrícolas e o outro com os produtos da pecuária. 4.2 SETOR INDUSTRIAL

O município de Toledo tem sua atividade industrial ligada à agroindústria, ou seja, transforma a matéria-prima produzida pela agricultura, suinocultura, avicultura e piscicultura. Para cada uma dessas matérias-primas, a agroindústria tem um segmento da cadeia que vai desde o fornecimento de insumos agrícolas até o consumidor. A Colonizadora Maripá deu início à industrialização em função da necessidade de construção de moradias para os primeiros habitantes de Toledo e de manutenção do maquinário que era usado no processo de colonização. A primeira empresa instalada foi a Auto Mecânica Toledo Ltda, seguida pela Beneficiadora de Madeiras que atuava como carpintaria, marcenaria e fábrica de móveis. Em 1954, foi criada a empresa Industrial de Máquinas Toledo Ltda, que era oficina mecânica de precisão, com serviços de tornos, fábrica de ferramentas agrícolas, conserto de máquinas e fundição de ferro, alumínio e bronze. Foi instalada em 1954, atendendo os serviços que antes só eram feitos em Curitiba e

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em pouco tempo contava com absoluto êxito, com clientes em todo o Oeste Paranaense (PLANO DIRETOR, 2016). Em 1952, foi fundada a Cerâmica São Francisco responsável pela produção de tijolos e telhas. Na história do município o maior número de olarias esteve concentrado no distrito de Novo Sarandi onde está instalado o Memorial das Cerâmicas. Durante a década de 1950, houve uma significativa produção de suínos e de gado de corte para consumo interno e a parcela não consumida pelas famílias era comprada pelo comércio local, como O Empório Toledo Ltda e Ivo Welter & Cia Ltda. Com o aumento da produção de suínos as duas empresas passaram a vendê-los para Ponta Grossa, Curitiba e São Paulo o que se transformava em sério problema em períodos de chuva já que as estradas não eram asfaltadas e os caminhões que transportavam os suínos atolavam ou então, não saíam de Toledo. Em 1956, suinocultores do município passaram a estudar a viabilidade da construção de um frigorífico em Toledo. Assim, em 1958, foi inaugurado o Frigorífico Pioneiro com capacidade de abate diário de 200 a 250 suínos e de 10 a 25 bois.

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Mais tarde, o Frigorífico Pioneiro foi adquirido pela Sadia que iniciou seus trabalhos em Toledo no ano de 1964.

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Pelas pegadas de um passado de forte desenvolvimento econômico Toledo seguiu sua vocação de município agroindustrial e, atualmente, ocupa posição de destaque no cenário industrial paranaense. A indústria toledana é a 5ª maior do Estado em número de empregos e estabelecimento. Os setores de alimentos, construção, vestuário, medicamentos e acessórios, são os mais relevantes. O Produto Interno Bruto (PIB) Industrial do Oeste é o 2º maior do Estado, representando 15,7% da atividade. Os empregos industriais da região representam 11,3% e os setores que mais empregam são os de alimentos, construção, medicamentos, vestuário e acessórios.

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Fonte: IBGE, em parceria com os Órgãos Estaduais de Estatística, Secretarias Estaduais de Governo e Superintendência da Zona Franca de Manaus – SUFRAMA

O PIB Industrial de Toledo é o 12º do Estado do Paraná. Além da força observada no mercado interno, a indústria toledana vem aumentando sua participação nas exportações paranaenses. Atualmente, negocia com diversos países, como China, Argentina, Holanda, Estados Unidos, Alemanha, entre outros.

Fonte: IBGE, em parceria com os Órgãos Estaduais de Estatística, Secretarias Estaduais de Governo e Superintendência da Zona Franca de Manaus – SUFRAMA

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PRODUTO INTERNO BRUTO DE TOLEDO - 2015

Fonte: IBGE em parceria com os Órgãos Estaduais de Estatística, Secretarias Estaduais de Governo e Superintendência da Zona Franca de Manaus - SUFRAMA, 2013.

No ramo de medicamentos Toledo abriga uma das maiores indústrias de medicamentos genéricos do Brasil e o maior frigorífico da América Latina com capacidade de abate de 400 mil aves por dia e 7 mil suínos/dia. O Parque Industrial de Toledo abriga 784 indústrias, entre elas: a BRF/Sadia, com Valor Adicionado superior a 1 bilhão de reais; o Laboratório Farmacêutico Prati-Donaduzzi, um dos maiores no setor de medicamentos genéricos do Brasil e fomentador do Parque Científico e Tecnológico de Biociências – BIOPARK. E a Fiasul, indústria têxtil que atende o mercado nacional e países da Europa e América do Sul.

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O Valor Adicionado – VA – ou no caso dos municípios o Valor Adicionado Fiscal – VAF - refere-se ao valor que é somado às operações de entradas/saídas (compra e venda) de mercadorias e/ou prestações de serviços de transporte e de comunicação, em determinado ano civil e depois retorna ao município pela restituição do Imposto Sobre Circulação De Mercadorias e Serviços - ICMS. Isso corresponde às riquezas geradas pelas empresas que compõem um município, em determinado período e a arrecadação de impostos gerados sobre essas riquezas.

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4.3 COMÉRCIO E SERVIÇOS

Toledo conta com a presença de outras importantes empresas que atendem o mercado nacional e internacional. PRODUTOS TECNOLÓGICOS NUTRIÇÃO E SAÚDE ANIMAIS AGROINDÚSTRIA BEBIDAS INDÚSTRIA CALÇADISTA BRINQUEDOS ALIMENTÍCIAS

DE Tectron, Nutron e De Heus Multipet Sopradoras; Cotriguaçu, Globoaves, Globosuínos, I.Riedi e Primato Água Mineral Sferriê, Cervejaria Colônia. Vinícula Dezem. Bompel Calçados Carlu Brinquedos Chocolates Roma, Laticínio Lacto Bom, Laticínio Pereira, Laticínio Du Campo.

Para fomentar o crescimento econômico, o município conta com cooperativas de crédito entre elas Cresol, Sicoob, Sicredi e Uniprime. Além do comércio local, encontramos as redes de departamento como Casas Bahia, Casas Pernambucas, Colombo, Havan, Lojas Americanas, Magazine Luiza, Marisa, Muffato, Ricardo Eletro, entre outras. O município de Toledo abriga 8 Instituições de Ensino Superior (IES), entre elas:  Universidade Federal do Paraná (UFPR) com o curso de medicina;  Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR);  Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE);  Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR);  Universidade Paranaense (UNIPAR); 100

 Centro Universitário Assis Gurgacz (FAG, antiga FASUL);  Universidade do Norte do Paraná (UNOPAR);  Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). Ao todo são 56 cursos de graduação, 47 cursos de especialização, 8 cursos de mestrado e 2 de doutorado (no ano de 2016). Desde sua fundação Toledo conta com uma população que, com seu trabalho e determinação, tem contribuído para que nosso município possua um Índice de Desenvolvimento Humano-IDH de 0,768, índice esse que varia de 0 (zero) a 1(um). AS 20 CIDADES CAMPEÃS NO RANKING DE IDH DO PARANÁ

FONTE:http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/07/29/as-20-cidades-com-os-melhores-idhs-do-parana.htm Em 18/11/16

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O objetivo do IDH é medir o grau de desenvolvimento econômico e a qualidade de vida oferecida à população. Para definir o IDH de um país, Estado ou município são utilizados critérios indicadores de educação (alfabetização e taxa de matrícula), longevidade (esperança de vida ao nascer) e renda (PIB per capita) e cabe ao Instituto de Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE- pesquisar e definir o IDH.

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5. CONHECENDO OS MUSEUS DE TOLEDO

5.1 QUE É UM MUSEU?

A palavra “museu” tem a sua origem no latim, vem de MUSEUM. Esse vocábulo por sua vez deriva do grego MOUSEION, que significa “próprio das musas” e refere-se ao templo onde residem as musas – divindades da mitologia grega que inspiravam todas as formas de artes. No Egito, no reinado de Ptolomeu I, ele deu o nome de “museum” a parte do seu palácio em Alexandria, onde se reuniam os sábios e filósofos que mais se destacavam no seu tempo, para se entregarem ao estudo de letras e ciências, tendo a sua disposição uma biblioteca que se tornou famosa na antiguidade, a Biblioteca de Alexandria, ao norte do Egito, na África. Foi esse então, o primeiro estabelecimento cultural que recebeu o nome de Museu. PTOLOMEU I

FONTE: Centro de Pesquisas da Antiguidade (2016).

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O Conselho Internacional de Museus (ICOM) define como Museus toda instituição permanente, sem fins lucrativos, aberta ao público que adquire, conserva, pesquisa e expõe coleções de objetos de caráter cultural ou científico para fins de estudos, educação e entretenimento. Podemos incluir também como definição de Museu, Centros de Arquivos e Documentação, desde que tenham constantemente salas de exposições. Os Museus possuem salas específicas para o acondicionamento do acervo como sala de reserva técnica e salas de exposições, auditório e outras para o desenvolvimento de atividades educativas. Todo seu espaço deve ser projetado e planejado para atender a essas expectativas. Para o desenvolvimento das ações educativas nos museus é necessária a presença do educador, profissional que deve dialogar com o público visitante, pronto a mostrar o seu ponto de vista, mas também aceitar a visão do público. O termo ‘guia’ ou ‘monitor’ de museu remete a um modelo antigo e ultrapassado de atendimento ao público em exposições, em que o profissional pouco dialoga com os visitantes e fala sem parar, repetindo uma série de informações. O profissional educador é um mediador, com conhecimento sobre o acervo do museu, sobre os temas das exposições e capacidade de comunicação, onde por meio de reflexão “pode tornar uma visita à instituição uma experiência muito mais rica e complexa do que a simples e silenciosa contemplação individual do

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acervo. O profissional pode instigar a imaginação e a curiosidade, acrescentando às reflexões do público novos questionamentos” (Revista CheckUP ano 7, nº 38 p. 40).

PARTICIPANTES DE ENCONTRO DE FORMAÇÃO DE EDUCADORES DE MUSEUS MUSEU CASA PADRE DE TOLEDO, EM TIRADENTES – MG

FONTE: em Acessado em 21 de nov de 2016.

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VISITA DE IDOSOS, MEDIADA POR EDUCADORA NA PINACOTECA DIÓGENES DUARTE PAES, EM 2014, JUNDIAÍ- SÃO PAULO. Visitação

a

museus

é

me

FONTE: https://www.jundiai.sp.gov.br/noticias/2015/03/30/museu-historico-e-cultural-espaco-de-inclusao-sociocultural/acesso 21 de novembro de21016

.

Os museus são espaços culturais dinâmicos, interativos, de educação informal, onde acontecem eventos como exposições, palestras, etc. Os espaços museológicos também são locais de pesquisa e destinados ao estudo das ciências e das artes, lugares onde se reúnem curiosidades de qualquer espécie ou exemplares científicos, artísticos e coleções variadas.

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5.2 DOIS MUSEUS EM TOLEDO

O município de Toledo possui dois espaços culturais denominados museus, sendo um público e outro de iniciativa particular. Ambos integram o Cadastro do Ministério da Cultura, registrados junto ao Instituto Brasileiro de Museus- IBRAM. O primeiro museu do nosso município foi criado pela Lei Municipal nº 834, de 23 de agosto de 1976, sancionada pelo Prefeito Wilson Carlos Kuhn. No mês seguinte, passa a ser denominado Museu Histórico Willy Barth - MHWB, pela Lei Municipal nº 844, de 29 de setembro de 1976, em homenagem ao pioneiro colonizador, diretor da MARIPÁ e prefeito eleito de Toledo, que faleceu repentinamente em 02 de abril de 1962, durante exercício do cargo. Na época, Willy Barth era considerado a maior liderança política no Oeste do Paraná e foi necessário fazer nova eleição, pois não existia o cargo de vice-prefeito. Embora criado e nomeado oficialmente, o Museu Histórico Willy Barth só foi instalado oito anos depois, em 1984. Está vinculado à Secretaria de Cultura e tem como missão principal preservar e divulgar a Memória e História do Município de Toledo e região. Lembramos, no entanto, que antes da existência dos museus citados, existiu em Toledo o Museu da Imagem e do Som, uma iniciativa de Ondy Hélio

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Niederauer, em sua residência, cujo acervo doou para o Museu Histórico Willy Barth.

A imagem anterior é utilizada como logotipo do Museu,

baseada no

monumento instalado no Parque dos Pioneiros, que representa imigrantes pioneiros, onde a mulher segura criança no colo. 108

casal de

Todo o acervo do Museu é constituído por doações da sociedade, a partir de campanhas de sensibilização para preservação da Memória e História junto à população de Toledo. Desde a época da sua implantação, em 1984, foram realizadas campanhas solicitando doações para constituição do acervo, sendo os pioneiros da colonização os maiores doadores. O segundo museu instalado em Toledo é de iniciativa particular e denomina-se Museu de Antigas Máquinas Manuais de Costurar (MAMC), com um acervo exposto com cerca de 200 antigas máquinas.

VISTA PARCIAL DE EXPOSIÇÃO NO MUSEU DE ANTIGAS MÁQUINAS MANUAIS DE COSTURAR

FONTE://www.tri https://www.tripadvisor.com.br Acesso em 16 de novembro de 2016.

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Instalado na residência do proprietário na estrada Mona Lisa, s/n, Zona Rural, possui espaços próprios de museu, como salas de reserva técnica, oficina de restauro e manutenção, aberto a visitação mediante agendamento. O acervo pertence ao colecionador Darlou D'Arisbo, professor de ergonomia e antropometria, neto de alfaiate (imigrante italiano), teve nas máquinas de costurar do avô a inspiração por esses instrumentos mecânicos, iniciando a coleção em 1972, em Porto Alegre/RS. Residente em Toledo/PR desde 1974, como professor universitário, Darlou teve a oportunidade de desenvolver Projeto de Pesquisa sobre a evolução histórica, mecânica e social da máquina de costurar e desenvolve pesquisa na evolução mecânica e social deste importante instrumento mecânico, com abrangência no intervalo entre 1850 e 1950.

5.3 CONHECENDO O MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH

As atividades do primeiro Museu em Toledo iniciaram em uma sala provisória na Casa da Cultura, em fevereiro de 1984. Em novembro de 1985, o Museu foi transferido para o 1º andar do Centro Cultural Oscar Silva, onde passou a dividir o espaço com a Biblioteca Pública Municipal. Ali permaneceu instalado até o início da década de 1990, quando o Município de Toledo cedeu o Centro

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Cultural Oscar Silva, pelo prazo de dois anos, para a instalação da Universidade Paranaense - UNIPAR. Assim, com o prédio do Centro Cultural cedido, o acervo do Museu foi transferido para imóvel próximo, na esquina da Rua 7 de Setembro com a Rua Barão do Rio Branco (prédio do antigo Banco Meridional). Lá não houve atendimento ao público, pois o acervo permaneceu em salas fechadas nos andares superiores do edifício, enquanto no térreo funcionou a Biblioteca Pública, também transferida para o local. A mudança seguinte do Museu Histórico Willy Barth ocorreu pouco tempo depois, em 1994, quando seu acervo foi transferido para o prédio do Fórum Juiz Vilson Balão (prédio tombado pela Coordenadoria do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Paraná em Toledo). Neste local foram montadas exposições e o Museu passou a receber visitantes novamente. Alguns anos depois, no início de 1998, houve a quarta mudança do acervo. O Museu retorna ao Centro Cultural Oscar Silva e, desta vez, passa a atender o público no piso superior da Biblioteca Municipal, onde permaneceu instalado por 15 anos. A imagem a seguir mostra cenário de uma das últimas exposições montadas no Museu, no Centro Cultural Oscar Silva, antes da mudança do acervo para sua sede própria.

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VISTA DE EXPOSIÇÃO DO MUSEU NO CENTRO CULTURAL OSCAR SILVA

FONTE: acesso em 16 de novembro de 2016.

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5.3.1 UMA SEDE PRÓPRIA PARA O MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH

Em 2012 deu-se início a construção da sede própria do Museu, uma obra aguardada desde sua criação em 1976, uma espera de mais de 30 anos. PROJETO ARQUITETÔNICO DO MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH

Com a obra finalizada, foi possível fazer a mudança definitiva do acervo para a sede própria, a quinta na história do Museu. O novo prédio foi inaugurado na noite de 01 outubro de 2015, com apresentações artísticas e exposições ao público.

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VISTA EXTERNA DO MUSEU E PÚBLICO NA SUA INAUGURAÇÃO

FONTE:https://www.tripadvisor.com.br/Attraction_Review-g1023659-d4377646-Reviews-Willy_Barth_History_MuseumToledo_State_of_Parana.html > acessado em 16 nov de 2106.

VISTA PARCIAL DO PÚBLICO NA CERIMÔNIA DE INAUGURAÇÃO

. A conquista do novo espaço colocou um ponto final na sequência de FONTE: Acervo Museu Histórico Willy Barth, em novembro de 2016

mudanças a que foi submetido o acervo Museu Willy Barth, desde sua instalação na Casa da Cultura, em 1984. Deslocado do Centro da cidade para o Bairro da Vila Becker, o novo endereço do Museu é a rua Guarani, nº 3843, com amplo estacionamento para os visitantes, próximo a universidades e Hospital Regional. 114

5.3.2 CARACTERÍSTICAS DO ACERVO DO MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH

O acervo do Museu constitui-se de objetos diversos, relativos ao início da colonização, imagens (fotos), documentos manuscritos e impressos como mapas, cartas, jornais, relatórios, planos e relatórios da colonização, documentos pessoais, livros, revistas, telas de artistas locais, biografias, trabalhos acadêmicos como monografias, teses e outros, entrevistas gravadas (história oral) que somados totalizam milhares de itens arquivados. IMAGEM DE EXPOSIÇÃO DO MUSEU EM SEU NOVO ENDEREÇO

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5.3.3 PÚBLICO VISITANTE

A clientela do Museu é formada por visitantes como estudantes, pesquisadores e curiosos, atraídos pela montagem de exposições permanentes, temporárias e itinerantes, que tratam de diversos aspectos sobre o processo de colonização do município. A maior parte do público visitante é constituída por estudantes de escolas da rede pública e privada de Toledo e região. ESTUDANTES E PROFESSORA VISITAM EXPOSIÇÃO TEMPORÁRIA

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ESTUDANTES EM VISITA AO MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH

Em parceria com a Secretaria Municipal da Educação o Museu Histórico Willy Barth integra o Programa Conhecendo Toledo, desde 1998, e atende a cerca de dois mil estudantes por ano, somente das escolas municipais. Mediante agendamento, outros grupos organizados são recebidos como de mulheres, idosos, universitários, além da comunidade em geral, especialmente os pioneiros da colonização. 5.3.3 OUTRAS AÇÕES DESENVOLVIDAS PELO MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH

Em sua trajetória o Museu tem desenvolvido ações, de acordo com sua missão, destacando-se na sociedade como espaço de educação alternativa e de valorização do ser humano. Desenvolve atividades que se estendem desde a

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recepção, arquivamento e preservação do acervo museológico, até a pesquisa e divulgação da História de Toledo, com exposições permanentes, temporárias e itinerantes. Destaca-se o atendimento ao público em pesquisa no setor de documentos e fotografias, prestação de serviço que contribui sobremaneira na valorização de nossa Memória e História. Ao longo da sua história, além da oferta de exposições ao público e atendimento a pesquisadores e recebimento de doações, o Museu Histórico Willy Barth participou da construção de espaços públicos e publicações na valorização da Memória e História de Toledo. Espaços como: - Memorial dos 50 Anos de Toledo (em frente ao prédio da Prefeitura); - Praça do Expedicionário (Jardim Gisele); - Memorial da Usina Hidrelétrica (Parque dos Pioneiros); - Memorial do Pioneiro Colonizador (Largo São Vicente de Paulo); - Memorial da Cerâmica (Distrito de Novo Sarandi); - Galeria dos Prefeitos (Prefeitura Municipal); - Tótens da Praça Willy Barth (Praça Willy Barth). O Museu apoia a Secretaria Municipal de Educação na produção de livros didáticos sobre a história do município e atuou nas pesquisas para publicação do livro Ruas de Toledo - Identidades que se Cruzam, numa parceria com a Universidade do Oeste do Paraná.

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LIVRO COM HISTÓRICO DAS RUAS DE TOLEDO, PULICADO EM 2012.

Uma das ações mais antigas do Museu é a realização do Encontro de Pioneiras e Pioneiros de Toledo, realizado desde 1987, sempre no dia 27 de março, data em que se comemora a fundação de Toledo e o dia dos Pioneiros. O evento é uma homenagem aos moradores do início da colonização com apresentações artísticas, exposições, almoço seguido de tarde dançante (matinê).

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27° ENCONTRO DE PIONEIROS E PIONEIRAS DE TOLEDO, MARÇO DE 2014.

Fonte: www.facebook.com/museuhistoricowillybarth/ Anualmente, o Museu oferta ao público exposição permanente, exposições temporárias e itinerantes. Na sua missão de valorizar a memória e divulgar a história recebe grupos de visitantes do Projeto “Meu Município, Minha História”, do Programa Idoso em Movimento da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer; em parceria com a Rádio Guaçu são realizadas entrevistas com Pioneiros/as aos sábados, na emissora, ao vivo.

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CASAL DE PIONEIROS DE TOLEDO CONCEDEM ENTREVISTA EM EMISSORA DE RÁDIO DA CIDADE.

Fonte: www.facebook.com/museuhistoricowillybarth/ Outras ações desenvolvidas pelo Museu são os Projetos “Encontro com o Passado”, “Uma Noite no Museu” e, em 2016, realizou “Concurso Literário de Memórias, Relatos e Narrativas do Pioneirismo de Toledo”.

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CRIANÇAS EM ATIVIDADE NO PROJETO “UMA NOITE NO MUSEU”

Fonte: www.facebook.com/museuhistoricowillybarth/ CRIANÇAS DORMEM APÓS ATIVIDADES EM “UMA NOITE NO MUSEU”

Fonte: www.facebook.com/museuhistoricowillybarth/ 122

O Museu fica aberto ao público de 2ª à 6ª feira, no horário de expediente da Prefeitura e no primeiro sábado de cada mês, das 14h às 18h.

Sugestão de atividades 1.

Os museus de Toledo valorizam a história e a memória, por isso, são

denominados museus históricos. Você sabia que existem outros tipos de museus? Pesquise na internet e descobrirá vários tipos de museus.

2.

Faça uma visita virtual aos museus de Toledo. O que você achou de

interessante nesses museus? Comente com seus colegas e professor/a.

3.

Você visitaria novamente o museu? Quem você convidaria para te

acompanhar nessa visita? Por quê?

4.

Em sua casa e/ou casa de parentes possui algum objeto antigo? O que é? De

que época? Comente com seus colegas e professor/a.

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6. QUESTÕES AMBIENTAIS NO OESTE DO PARANÁ E NO MUNICÍPIO DE TOLEDO 6.1 OESTE E SEU AMBIENTE O Oeste do Paraná, com a chegada dos migrantes no final dos anos de 1940, foi a última região do Estado a ser colonizada. Essa colonização foi marcada pela exploração extrativista da madeira e, na sequência, pela agricultura e pecuária. Toda essa região era uma extensa floresta de mata Atlântica, com Pinheiros do Paraná (araucária), peroba, cedro, cabriúva, louro, pau d’alho, ipê, entre outras espécies nativas. Existia também uma fauna exuberante formada por onças, antas, tatus, veados, porcos do mato, preás, lagartos, cobras, jacutingas, jacus, papagaios, tucanos, entre outros. Essas grandes variedades de animais encontrados pelos colonizadores na região não existe mais neste espaço ou estão reduzidos a um pequeno número nos parques e reservas florestais. A floresta que servia de morada a tantas espécies de animais, foi derrubada pela motosserra, dando lugar a áreas urbanas, agricultura e pecuária, restando hoje apenas alguns parques e áreas de preservação ambiental, dos quais podemos destacar o Parque Nacional do Iguaçu e a reserva do Lago de Itaipu.

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PARQUE NACIONAL DO IGUAÇU

PARQUE NACIONAL DO IGUAÇU – PATRIMÔNIO NATURAL DA HUMANIDADE Dirigido pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão federal responsável pela gestão das Unidades de Conservação do Brasil, o Iguaçu é exemplo de integração entre a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais. O Parque nacional do Iguaçu, criado em 1939, pelo Decreto n° 1.035, abriga o maior remanescente de floresta Atlântica (estacional semidecídua) da região sul do Brasil. O Parque protege uma riquíssima biodiversidade, constituída por espécies representativas da fauna e flora brasileiras, das quais algumas ameaçadas de extinção, como onça-pintada, puma, jacaréde-papo-amarelo, papagaio-de-peito-roxo, gavião-real (Harpia), peroba-rosa, ariticum, araucária, além de muitas outras espécies de relevante valor e de interesse cientifico. Essa expressiva variedade biológica somada à paisagem singular de rara beleza das Cataratas do Iguaçu, fizeram do Parque Nacional do Iguaçu a primeira Unidade de Conservação do Brasil a ser instituída como Sítio do Patrimônio Mundial Natural pela UNESCO, no ano de 1986. Unido pelo rio Iguaçu ao Parque Nacional Iguazú, na Argentina, o Parque integra o mais importante contínuo biológico do Centro-Sul da América do Sul, com mais de 600 mil hectares de áreas protegidas e outros 400 mil em florestas ainda primitivas, responsabilidade ímpar para ações conjuntas entre brasileiros e argentinos nos esforços de preservação deste tão importante patrimônio mundial. Fonte: http://www.cataratasdoiguacu.com.br/parque-nacional-do-iguacu/sobre-o-parque

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Reserva do Lago de Itaipu

Com a construção da Usina de Itaipu um enorme rio trasformou-se em um enorme lago de 1350 Km², alagando uma faixa regional que vai desde o município de Foz do Iguaçu até Guaíra. A formação deste lago afetou toda a ecologia da região, a fauna e a flora existentes foram drasticamente afetadas pelas águas da represa. Sendo assim, foi necessário realizar a recuperação e preservação deste espaço com plantio de árvores na faixa de proteção do reservatório e este espaço ficou conhecido como reserva ao lago de Itaipu, que é composto além da extensão de reserva as margens do lago, por ilhas, refúgios biológicos e o corredor da biodiversidade, que liga o parque nacional do Iguaçu ao lago de Itaipu.

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6.2 OUTRAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL

Existem também pequenas áreas de preservação ambiental nas propriedades rurais que são destinadas a conservação e reabilitação da fauna e flora nativa chamadas de reservas legais. Essas reservas cumprem regras estabelecidas pela legislação ambiental.

Alguns proprietários também têm

espaços destinados a preservação da fauna nativa, são as Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN), que é uma categoria de Unidade de Conservação particular criada em área privada, por ato voluntário do proprietário, em caráter perpétuo, instituída pelo poder público. Como depende da vontade do proprietário é ele quem define o tamanho da área a ser instituída como RPPN.

6.3 RESERVAS PARTICULARES DO PATRIMÔNIO NATURAL EM TOLEDO – RPPNs

As Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPNs) são de grande importância para o município, em termos de conservação de espaços naturais e refúgios para a fauna local. No Paraná, essas áreas são regidas pelo Decreto Estadual nº 1.529, de dois de outubro de 2007, que dispõe sobre o Estatuto Estadual de Apoio à Conservação da Biodiversidade em Terras Privadas. O controle e vistorias periódicas das reservas são realizados pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP).

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RPPN Oswaldo Hoffmann

Fonte: Secretaria de Comunicação – Prefeitura Municipal de Toledo Localizada em parte na área rural, a reserva tem 17,54 hectares de vegetação nativa, caracterizada como Floresta Estacional Semi-Decidual, pertencente ao bioma da Mata Atlântica. A reserva apresenta unidades de araucária e imbuia, ambas espécies florestais consideradas ameaçadas de extinção. Foi também constatada no espaço a presença de diversos animais e pássaros, como macaco-prego, tucano, araçari, jacupemba e periquito-rei, entre outros.

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RPPN Augusto Dunke

Localizada na área rural no município, mais precisamente no distrito de Novo Sobradinho, a reserva tem 14,52 hectares de área verde e foi implantada em 1997. A importância da área é ampliada pela presença do Arroio Lajeado Grande que representa uma atração a mais para diversas espécies da flora e fauna silvestres.

RPPN Wilson Eugênio Donin e Leonildo Donin

Localizada na área urbana, no Jardim Concórdia, instituída em 1997, a reserva possui 15,38 hectares e é composta por dois espaços conectados, criados em momentos distintos e que passaram a compor um mesmo parque. Banhada em seu perímetro por afluente do Rio Toledo, a reserva popularmente conhecida como Mata dos Donin constitui remanescente florestal de transição entre Floresta Estacional Semi-Decidual e Floresta de Araucárias. Diversas espécies de animais e pássaros como cotias, pacas, saracuras, sabiás, corujas e graxains já foram vistas na reserva.

129

RPPN Mitra Diocesana

Localizada na área rural, na comunidade de Linha Marreco, tem área de 20,08 hectares e pertence à Mitra Diocesana de Toledo. A reserva foi implantada em 1997. RPPN Recanto Verde

Fonte: Secretaria de Comunicação – Prefeitura Municipal de Toledo De propriedade de Elton Jurach e família trata-se da mais recente reserva particular do patrimônio natural do município, instituída no ano de 2011. Está localizada no perímetro urbano, com acesso pela Rua 13 de Abril, próxima ao Parque do Povo Luiz Cláudio Hoffmann e às margens do Arroio Marreco, essa reserva possui área de 2,66 hectares. Nesse espaço já foi registrado a presença de animais e pássaros como macaco-prego, araçaris e jacus, entre outros. Embora a 130

área seja relativamente pequena, é muito relevante para a preservação da natureza até pela sua localização, pois contribui com a formação de corredor ecológico entre o Parque do Povo e a Área de Proteção Permanente do Rio Marreco, ampliando assim o espaço de ocupação de fauna nativa.

131

7. A TRANSFORMAÇÃO DO AMBIENTE E OS IMPACTOS NO SOLO A partir da década de 1980 nossa cidade passou por uma série de transformações. Veja as imagens a seguir.

VISTA PARCIAL DE TOLEDO (década de 80)

Fonte: Arquivo da Secretaria de Comunicação de Toledo

132

VISTA PARCIAL DE TOLEDO - 2008

Fonte: Arquivo da Secretaria de Comunicação de Toledo

As mudanças observadas nas fotos anteriores ocorreram devido ao crescimento da população, criando a necessidade de aumentar a produção de alimentos para a subsistência. Como nossa região apresenta um solo plano e fértil foi propício para o plantio de soja, milho, feijão, trigo, arroz, tabaco, batatas e outros, com fins de comercialização dentro do município. A utilização do solo para produção vegetal foi decisiva e importante para o desenvolvimento econômico do município, que acabou por determiná-lo como referência de produção agrícola. Com o passar do tempo, muitos agricultores ampliaram suas atividades com a implantação da pecuária voltadas para produção de suínos, frangos e produção de leite. Como vemos nas imagens a seguir todo o processo

133

de plantio, colheita, armazenamento da produção de grãos era um processo árduo, porque era totalmente manual. Não existia trator, plantadeira ou ceifadeira mecanizada para colher a produção. CARROÇA UTILIZADA POR AGRICULTORES NO INÍCIO DE TOLEDO

FONTE: MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH

134

Instrumentos manuais utilizados para plantação Plantadeira manual

Plantadeira manual simples

MATRACA COM CAIXA DUPLA, UMA PARA COLOCAR SEMENTES E A OUTRA PARA COLOCAR FERTILIZANTES.

FONTE: MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH

135

ATIVIDADE 1. O capítulo 5, que trata dos museus, nos traz informações a respeito das definições e a importância histórica desses ambientes. Para compreender a dinâmica desse espaço, organize com seu professor uma exposição de ferramentas antigas. Lembre-se de fazer a identificação dos objetos, como tempo de utilização, nome do proprietário e a sua utilidade.

7.1 IMPACTO NO SOLO

Como vimos, o crescimento do nosso município foi significativo, aumentando as áreas de cultivo. Esse processo trouxe algumas consequências ao meio ambiente como o empobrecimento do solo, erosão e utilização de produtos químicos para aumentar a produção agrícola. O empobrecimento do solo pode ser corrigido com o uso de fertilizantes e adubos e com a prática de um processo chamado plantio direto e rotação de cultura. Já, a erosão, pode ser evitada com a construção e manutenção de curvas de nível. A utilização de produtos químicos se refere ao uso de agrotóxicos, também conhecidos como veneno.

136

Plantio direto

Curvas de nível

https://3rlab.wordpress.com

http://www.elmtopografia.com.br/

O uso de agrotóxicos nas lavouras é uma prática comum e difundida, pela necessidade do controle de pragas, garantindo a produção de alimentos suficiente para a população mundial que a cada dia cresce e exige grande demanda (Fábio Rahmeier, 2015). Essa prática, nas áreas rurais, causa a poluição do solo, das águas de rios, dos açudes, dos lençóis freáticos e dos animais que se alimentam

da

vegetação,

inclusive

do

próprio

alimento

produzido,

desenvolvendo um ciclo de contaminação. Nos humanos o uso dessas substâncias está altamente associado à incidência de doenças como o câncer entre outras.

137

7.2 MAS O QUE SÃO AGROTÓXICOS?

Os agrotóxicos são produtos utilizados na agricultura para controlar insetos, doenças, ou plantas daninhas que causam danos às plantações. Os agrotóxicos também podem ser chamados de defensivos agrícolas ou agroquímicos, sem alterar o seu significado. A maior problemática do uso de agrotóxicos se iniciou devido às incertezas quanto a sua segurança para a saúde humana e animal, bem como para o meio ambiente.

FONTE:http://www.organicsnet.com.br/

138

Leia o quadro a seguir:

FONTE: https://www.ecodebate.com.br

Podemos observar que após a aplicação dos agrotóxicos, além do solo, os alimentos também ficam contaminados e o simples fato de lavá-los antes do consumo, não diminui a quantidade de agrotóxico demonstrada no quadro acima.

139

Analisando o gráfico:

Responda as seguintes questões. a) Dos alimentos apresentados, qual deles você mais consome? b) Qual dos alimentos possui mais agrotóxico? c) Qual alimento possui menos agrotóxico?

Existem algumas alternativas como forma de prevenção para a utilização e consumo de alimentos contaminados por agrotóxicos, como por exemplo, utilizar o uso de técnicas avançadas como controle biológico de pragas e consumir alimentos orgânicos.

140

8. O LIXO NOSSO DE CADA DIA Você já parou para pensar quanto lixo cada um de nós produz diariamente? E o volume de lixo produzido na sua rua, em seu bairro, ou em sua cidade, você sabe quanto é? Já imaginou qual o destino final de todo esse lixo? Você sabe para onde ele vai? Alguma vez você já se perguntou sobre as consequências negativas que o lixo produz ao meio ambiente?

Com alguns cuidados, podemos diminuir a quantidade de lixo que produzimos e que descartamos no meio ambiente. Você conhece os 3 Rs? Conheça esses “Rs” – Reduzir, Reutilizar e Reciclar – e ajude a diminuir os efeitos do aquecimento global. http://ambientelegal.mp.am.gov.br/

"R" DE REDUZIR

R" DE REUTILIZAR

R" DE RECICLAR

O primeiro passo para diminuir a quantidade de lixo é, sem dúvida,reduzir o que consumimos. Muitas vezes, compramos coisas das quais não precisamos e ficamos dias, meses e anos acumulando um monte de objetos. Um belo dia, decidimos renovar e jogamos tudo fora. O que aumenta o lixo caseiro é que, muitas vezes, não percebemos e compramos produtos revestidos de muitas embalagens que são jogadas fora por não serem recicláveis.

Além de reduzirmos o que consumimos, podemos, também, reutilizar objetos e materiais antes de jogá-los fora. Podemos reaproveitar, por exemplo, os potes de sorvete para guardar comida ou, ainda, fazer arte com garrafas de refrigerante. Se conseguirmos utilizar mais de uma vez tudo o que consumimos, estaremos diminuindo o lixo caseiro.

Agora é hora de reciclar! Muitos materiais podem ser reciclados. Cada um, utilizando-se uma técnica diferente. A reciclagem permite a menor exploração dos recursos naturais. Muitas vezes é um processo bem mais barato do que a produção de um material a partir da matéria-prima (recursos naturais).

8.1 COMO JOGAR FORA PILHAS, REMÉDIOS, ÓLEO DE COZINHA?

Há algumas coisas que não podemos simplesmente colocar no lixo. Você sabe o que fazer com esses produtos? Leia os textos abaixo e aprenda a forma correta de descartá-los.

141

Tubinho Perigoso! As lâmpadas fluorescentes contêm mercúrio, um metal perigoso. Elas devem ser devolvidas nos locais em que foram compradas. Venceu! E agora? Quando um remédio vence ou acaba, devemos jogá-lo na lixeira, certo? Errado! Remédios contaminam o solo. Os remédios vencidos devem ser entregues em farmácias ou postos de saúde. Sobras de remédio que não estão vencidos podem ser doados nos postos de saúde. A Bateria arriou? Baterias de celulares, telefones sem fio e filmadoras possuem compartimentos recheados de materiais que podem se romper e poluir o solo e a água. Além disso, elas contêm metais que podem ser reaproveitados. Lojas de celulares costumam coletar baterias.

De olho no óleo O óleo de cozinha não deve ser jogado na pia da cozinha, ele entope canos, contamina peixes dos rios e dificulta a absorção da água das chuvas no solo. Espere esfriar, guarde-o em garrafas de refrigerante e leve-o apostos de coleta.

142

8.2 QUAL A DIFERENÇA ENTRE LIXÃO E ATERRO SANITÁRIO?

Lixão - Local em que o lixo é depositado sem qualquer tipo de tratamento. Isso significa que nada é planejado para receber os resíduos sem agredir o meio ambiente. O lixão é

fonte

de poluição:

o chorume liberado

pelo lixo e

outras

substâncias podem contaminar o solo e a água. Os resíduos a céu aberto favorecem a proliferação de ratos e insetos no local.

FONTE: http://www.agenda21comperj.com.br/noticias/aterro-sanitario-e-lixao-qual-diferenca

143

Aterro

Sanitário

-

local

preparado

para

receber

o

lixo

com

impermeabilização do solo (impede o vazamento do chorume) e captação do gás metano (liberado pela decomposição da matéria orgânica e que pode ser transformado em energia). Longe dos insetos e com as substâncias contaminantes controladas, o lixo deixa de ser um problema para a população, principalmente de saúde das pessoas.

144

ATERRO SANITÁRIO DE TOLEDO

Fonte: Secretária de Comunicação – Prefeitura Municipal de Toledo

8.3 PROGRAMA LIXO ÚTIL

145

Como funciona esse programa: 1 - Separação do material reciclável: O início do processo da coleta acontece na casa de cada cidadão, quando esse separa os materiais possíveis de serem reciclados, em caso de algumas embalagens é necessário que sejam lavadas, para que as mesmas não contaminem o restante do material que foi acomodado junto. 2- Disposição adequada: O material reciclável deverá ser acomodado em local seco e descartado nos containeres amarelos que estão distribuídos em alguns pontos estratégicos do município, ou deixados em frente à casa, observando os dias de coleta no bairro e ou distrito. 3- Recolhimento: O recolhimento do material é feito por caminhões compactadores, cujos braços mecânicos elevam o container e despejam o material no caminhão sem danificar o material, possibilitando a posterior triagem dos resíduos, ou por caminhões cedidos pela prefeitura nos pontos que não têm container amarelo ou até mesmo por agentes de reciclagem que passam em alguns bairros. 4- Triagem do material: O material reciclável é recebido na associação dos catadores, anexa ao Aterro Municipal, onde é separado, enfardado e vendido para empresas que realizam a reciclagem.

146

ATERRO SANITÁRIO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS NO MUNICÍPIO DE TOLEDO O aterro sanitário de Toledo-PR é licenciado pelo órgão ambiental do Estado do Paraná como aterro sanitário de resíduos domiciliares. Está localizado na rodovia PR-317 Toledo - Ouro Verde do Oeste, km 10. Iniciou efetivamente sua operação a partir de dezembro de 2002, no terreno onde havia o antigo lixão municipal. Este local é gerenciado pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente que realiza o controle a gestão e as atividades de operação do mesmo. Para controlar a quantidade de resíduos a serem dispostos no aterro sanitário, há uma balança rodoviária. O controle qualitativo é realizado para avaliar as características dos resíduos a serem dispostos, de acordo com o licenciamento do aterro sanitário. A média diária de resíduos domiciliares que são dispostos no aterro sanitário é de 80 toneladas/dia. O aterro deve receber exclusivamente os resíduos domiciliares, além dos resíduos de varrição urbana e de poda e capina. Os resíduos sólidos domiciliares e os de varrição urbana são transportados individualmente em caminhões coletores compactadores, realizados por uma empresa terceirizada. Os resíduos de poda e capinação transportados em carrocerias de caminhões e caminhonetas de empresas terceirizadas, órgãos públicos, ou ainda por particulares.

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Em 2013, Toledo declarou de utilidade pública a área a ser adquirida para implantação do novo Aterro Sanitário, através do Decreto Municipal nº 159, de 08 de agosto de 2013. Um ano depois, em agosto de 2014, foi celebrada a compra da área, em negociação entre a Prefeitura de Toledo e a Brasil Foods S/A. Após a licença prévia da área adquirida, foi implantado o novo Aterro Sanitário. Para a renovação da licença ambiental do atual Aterro Sanitário, que estava vencida desde agosto de 2012, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente encaminhou o processo de dispensa de licitação junto a Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano e Rural (Emdur), com recursos próprios, para execução do projeto de drenagem de águas pluviais da primeira etapa do local. O projeto contemplou a execução de canaletas, caixas de passagem, rampas de descida e tubulações de drenagem das águas pluviais sobre as células da 1ª etapa do Aterro Sanitário. Após a conclusão da obra o município obteve a renovação da licença ambiental em 20 de novembro de 2013. Para a melhoria das condições de tratamento do chorume, foi realizada a troca da geomembrana de uma das quatro lagoas. Em maio de 2014, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente contratou, com recursos próprios, a execução dos serviços de drenagem de chorume e gases da última célula do aterro sanitário, da 3ª etapa. O sistema é constituído de drenos horizontais, principais e secundários,

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para coleta de chorume e de drenos verticais, também chamados de chaminés, para a retirada do gás metano. A partir da conclusão da obra, em junho de 2014, foi possível concluir a célula para iniciar a disposição de resíduos domiciliares, em julho de 2014. A vida útil do Aterro existente acaba em 2016.

8.4 AMPLIAÇÃO DO BARRACÃO DA CENTRAL DE TRIAGEM DE MATERIAIS RECICLÁVEIS

O barracão da Central de Triagem de Materiais Recicláveis, onde funciona também a Associação de Catadores, possuía 1.293,3 m² e necessitou de ampliação para aumentar a capacidade de recebimento e estoque de material coletado no Programa Lixo Útil. O barracão pertence ao município e está cedido em comodato à Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis, para que realize a separação, prensagem, enfardamento e comercialização dos materiais. No início de 2014, foi elaborado e concluído o projeto de ampliação, prevendo ainda a instalação de sistema de hidrantes para combate a incêndios.

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9. CONHECENDO A NOSSA CULTURA DO MUNICÍPIO DE TOLEDO

9.1 ASPECTOS CULTURAIS

Todo o povo, no transcorrer de sua História, constrói uma identidade através de suas ações e realizações. No entanto, esta identidade, para não se esvaecer no tempo, requer uma consciência coletiva que pense a si mesma como um organismo, existindo em constante movimento. Desde o início da Colonização, 27 de março de 1946, autores e grupos anônimos contribuíram para que Toledo se tornasse Polo Cultural da Região. Várias atividades como teatro, coral, concursos, festejos ou as improvisadas canções entoadas pelos pioneiros, serviram para preservar seus traços étnicos. Em Toledo, diferentemente de outras comunidades paranaenses, indivíduos oriundos de uma mesma região, preferiram adquirir suas propriedades em locais onde houvesse famílias que falavam a mesma língua, aos mesmos usos e costumes, cada um com sua contribuição cultural. Portanto, as raízes étnicas, o espírito empreendedor e a unidade do povo toledano, contribuíram muito para a evolução cultural do Município. Os costumes, tradições, festas e reuniões populares são responsáveis pela formação sociocultural da população toledana. 150

De acordo com o Plano Diretor do Município, aprovado em 2016, os costumes, hábitos, a música, a dança, a coreografia e as festas dos desbravadores e

colonizadores

determinaram

o

surgimento

de

grupos

folclóricos

tradicionalistas, como os Centros de Tradições Gaúchas- CTGs, sendo que o primeiro CTG de Toledo, fundado em 1965, denominava-se Três Fronteiras. Em 2015, o Município passou a contar com dois CTGs, Chama Crioula e Estância da Liberdade, que divulgam a literatura sul-rio-grandense, reunindo todas as correntes étnicas, com organização de atividades com fins culturais, peculiares à vida dos gaúchos. Da mesma forma, como representante da cultura de grupos étnicos, a colônia japonesa havia fundado, em 1962, a Associação Cultural e Esportiva de Toledo- CEATO, com atividades nas áreas de teatro, esporte, preservação da língua, e divulgação da culinária japonesa, com destaque para o Sukiyaki, servido no inverno. Para valorizar as tradições e a cultura italiana, um grupo de descendentes fundou, em 1991, o Centro Cultural Ítalo-Brasileiro de Toledo, que em 1997 criou sua festa típica, conhecida como “Festa di São Pietro”, que chegou a integrar o Calendário de Eventos do Município, marcado com muita animação musical, danças, jogos, trajes e pratos típicos. Foi a partir de 1973, com a reorganização da Prefeitura e criação da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, que o poder público passou a

151

valorizar de maneira mais convincente as iniciativas culturais populares, imprescindíveis na formação de uma identidade para o povo toledano. 9.2 ORGANIZAÇÕES CULTURAIS

9.2.1 CONSELHO MUNICIPAL DE POLÍTICAS CULTURAIS O Conselho Municipal de Cultura de Toledo - CMC foi criado pela Lei Municipal nº 772/74, de maio de 1974, sendo o primeiro Conselho Municipal de Cultura organizado no Estado do Paraná. Inicialmente, constituído por nove conselheiros, funcionava como órgão normativo e consultivo da política cultural a ser adotada pelo Município. As reuniões do Conselho eram realizadas no prédio da Prefeitura Municipal e na Fundação Educacional de Toledo- FUNET, e depois os Conselheiros passaram a se reunir na Casa da Cultura, após sua inauguração em 1976.

PRIMEIRO LIVRO ATA DO CONSELHO MUNCIPAL DE CULTURA

Fonte: Conselho Municipal de Políticas Culturais, 2106.

152

ATA Nº01, DE 20 DE SETEMBRO DE 1974

Fonte: Conselho Municipal de Políticas Culturais, 2106.

Em 2011, aprovado pela Câmara Municipal de Toledo, foi criado o Conselho Municipal de Políticas Culturais (CMPC), um órgão coletivo, com participação do

153

poder público e da sociedade civil, que colabora na elaboração, execução e fiscalização da política cultural do Município, baseado no princípio da transparência e democratização da gestão cultural, constituindo-se instância permanente de intervenção da sociedade civil na política cultural. Pela nova lei, o Conselho passou a ter doze (12) membros, com cinquenta por cento dos integrantes representados pela sociedade civil e o restante pela Administração Municipal. Em 2014, houve a opção pela ampliação do CMPC, decisão tomada durante a II Conferência Municipal de Cultura. Um dos apontamentos dos conferencistas foi a necessidade de ampliar o número de representantes dos segmentos no órgão. A deliberação resultou na sua reestruturação, a partir da Lei 2.201, de 13 de julho de 2015, e incluiu mais linguagens artísticas, sendo 14 representantes da sociedade civil e 14 servidores indicado pelo governo municipal. Dessa forma, o CMPC passou a eleger representantes da Sociedade Civil nos segmentos de: Universidades públicas; Instituições privadas de ensino; Artesãos; Literatura; Artes plásticas; Conjunto do audiovisual, da fotografia e das artes gráficas;

154

Música; Teatro; Dança; Circo; Tradições e festejos, gastronomia e cultura popular; Arquivos, salas de memória, centros culturais e coleções particulares, historiografia, incluindo produções de outros campos do conhecimento, como antropologia, geografia, sociologia, entre outros; Movimentos sociais, urbanos e cidadãos. A outra metade dos conselheiros são servidores municipais que representam: A Secretaria da Cultura; Secretaria da Educação; Secretaria da Comunicação; Secretaria da Assistência Social e Proteção à Família; Secretaria de Esportes e Lazer; Secretaria da Juventude; Secretaria da Fazenda; Secretaria de Políticas para Mulheres; 155

Secretaria da Saúde; Secretaria do Meio Ambiente e Núcleo Regional de Educação de Toledo. A

ampliação

do

número

de

cadeiras,

além

de

aumentar

a

representatividade, imputa mais responsabilidade aos segmentos, onde todas as deliberações precisam da maioria dos conselheiros para ser aprovada. 9.2.2 CLUBE DA POESIA

Criado no dia 27 de agosto de 2007, o Clube da Poesia de Toledo reúne mais de 50 poetas, escritores e apreciadores das artes de escrever, interpretar, declamar ou apenas ler bons poemas e belas prosas da cidade e região. O clube realiza Saraus de Poesias de Natal e do Dia das Mães, reuniões mensais e outros eventos, como oficinas, palestras e minicursos sobre literatura, poesia e outras atividades artístico-culturais, em colaboração com as Secretarias Municipais de Cultura e da Educação. Entre os projetos de curto e médio prazo, além do lançamento de Antologia Poética anual, após a 1ª edição, em 2012, está o levantamento de poetas de Toledo e região, realização de varais de poesias em logradouros e prédios públicos, bibliotecas públicas, instituições de ensino superior e eventos comunitários, produção de materiais de divulgação, busca de maior apoio do poder público, entidades e empresas privadas e formação de grupos de apreciadores da poesia.

156

O Clube da Poesia de Toledo tem como sede provisória a Biblioteca Pública Municipal de Toledo, onde realiza reuniões e oficinas literárias para associados e convidados. SARAU DE POESIAS NA BIBLIOTECA PÚBLICA, SETEMBRO DE 2011

FONTE: http://jornalistapaulo.blogspot.com.br/p/poemas-de-natal-clube-da-poesia-de.html, acessado em 23 de novembro de 2016.

A imagem anterior é do evento comemorativo ao 4º Aniversário do Clube da Poesia de Toledo, com Recital de Poesias a cargo de alunos da Escola Estadual Jardim Gisela e das Escolas Municipais Norma Belotto e Borges de Medeiros. As apresentações reuniram cerca de duas dezenas de estudantes, de 4 a 15 anos de idade, muitos dos quais recitando poemas de sua própria autoria a um público de cerca de 100 pessoas.

157

9.2.3 ACADEMIA DE LETRAS DE TOLEDO – ALT Criada em 20 de junho de 2011, num encontro histórico na Casa da Cultura, instalada no mês de outubro do mesmo ano, a Academia de Letras de Toledo (ALT) reúne escritores, poetas, professores, intelectuais e apreciadores da literatura e cultura em geral da cidade e municípios vizinhos.

MEMBROS DA ACADEMIA DE LETRAS DE TOLEDO-ALT

FONTE: https://www.facebook.com/AcademiaDeLetrasDeToledo. Dia 16 de novembro de 2016.

Para sua criação, a ALT contou com apoio decisivo do Clube da Poesia de Toledo, pois a formalização da instituição estava entre suas metas desde a fundação, em 27 de agosto de 2007.

As primeiras reuniões da ALT foram

realizadas na Casa da Cultura, e depois a entidade fixou sede na Galeria Cultural e Esportiva de Toledo. 158

Entre as finalidades da Academia de Letras está o cultivo, o estudo, a preservação e a divulgação do vernáculo e da literatura, em seus aspectos científico, histórico, literário e artístico, em toda sua área de atuação. Luiz Alberto Martins da Costa, escritor e poeta, integra a Academia de Letras desde sua fundação, e elaborou catalogo denominado “Memória Literária de Toledo” onde estão relacionados todos os livros lançados em Toledo e/ou obras de autores toledanos,

o que soma um total de 289 obras e títulos

catalogados e 98 autorias individuais e coletivas. A ALT apoia e participa de iniciativas voltadas ao desenvolvimento cultural e social do município e região, através da edição de publicações, organização de eventos e promoção da obra dos acadêmicos e tornou-se uma instituição literária conhecida e respeitada em todo o Estado.

9.3 ALGUNS ESPAÇOS CULTURAIS NO MUNICÍPIO 9.3.1 CAFÉ IMPERIAL, LOCAL DE FESTAS E LAZER Primeiro espaço de eventos culturais e sociais da Vila Toledo, localizado na esquina da Rua 7 de Setembro com Rui Barbosa, era o ponto de encontro da sociedade da época. O espaço era utilizado para bailes, festas de casamento, aniversários, festas da Igreja, primeiras sessões de cinema e abrigou a primeira emissora de rádio. Era de propriedade particular e foi inaugurado em 10 de novembro de 1950.

159

CAFÉ IMPERIAL, INÍCIO DA DÉCADA DE 1950.

FONTE: Acervo Museu Histórico Willy Barth de Toledo.

A imagem anterior é uma vista do Café Imperial e moradores posando para foto em dia de festa de carnaval. Nesse local, os moradores da Vila Toledo recepcionaram o Governador Bento Munhoz da Rocha Netto, em junho de 1951, na visita que foi determinante para a criação do Município. Ondy Hélio Niederauer, morador na época, relata que o prédio “era feito em madeira de pinho com tábuas na vertical, todo pintado em amarelo-ouro [....] no andar de cima um enorme salão [...] em toda volta do salão pequenas mesinhas rodeadas de cadeiras de palha, tipo colonial. Um pequeno estrado para a bandinha [...] não havia sinais de auto falantes [...] dançava-se ao som de musica ao vivo” (NIEDERAUER, 1990, p. 281-282). Conta também que na abertura de suas portas

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ao público, foi inaugurada “... a primeira máquina de sorvetes e picolés da vila Toledo [...] ela estava acoplada a um balcão frigorífico. A partir de então passou-se a dispor de cerveja e refrigerantes gelados [...] uma conquista porque até então as bebidas eram refrescadas no porão” (NIEDERAUER, 1990, p.281-282). Na medida em que progredia o processo de colonização, vilas foram sendo fundadas em todo o interior da Fazenda Britânia, território inicial do Município. Em cada localidade foram construídos clubes sociais, esportivos e recreativos, espaços onde eram desenvolvidas atividades culturais, apresentações de teatro, danças, apresentações de filmes e etapas do Festival de Inverno. CURIOSIDADE SOBRE O CARNAVAL EM TOLEDO As festas de carnaval também constam nos registros da cultura local. Os eventos carnavalescos de maior adesão eram realizados nos clubes, somado ao carnaval popular organizado pelo poder público nas ruas e ginásios de esportes, com programações para adultos e crianças. A primeira apresentação de carnaval de rua foi na década de 1970, com a escola de samba Passos de Ouro, tendo por local a Avenida São Vicente de Paulo, em frente à Praça Willy Barth. Na década de 1980, com apoio da Prefeitura houve concurso de carnaval, onde desfilaram duas escolas de samba, a "Véio Ivo" e "Unidos da Vila Pioneira”. Eram realizadas duas as apresentações, uma noite na Avenida São Vicente de Paulo, Centro e, outra, na rua 1º de Maio, Bairro da Vila Pioneiro. As últimas edições do carnaval de rua foram na década de 1990, quando gradativamente, diminuiu o entusiasmo dos foliões com o evento, passando a ser realizado em alguns clubes particulares e sem a participação infantil.

161

9.3.2 CLUBE DO COMÉRCIO E A PRIMEIRA BIBLIOTECA

Foi o segundo clube social da cidade, inaugurado em 25 de julho de 1953. A maioria de seus sócios eram funcionários da MARIPÁ, pessoas ligadas ao comércio e profissionais liberais. A partir de uma campanha para arrecadação de livros foi criada a primeira biblioteca de Toledo, instalada numa sala do Clube, com cerca de 800 volumes.

FONTE: ACERVO MUSEU HISTORICO WILLY BARTH

Os bailes eram os principais eventos do Clube, além das recepções às autoridades visitantes, era o cartão de visita da cidade. Poucos anos depois da sua inauguração, o Clube que era todo construído em madeira, sofreu um

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incêndio de madrugada. Os móveis e todos os livros da biblioteca desapareceram entre as cinzas. O Clube foi reconstruído em alvenaria e funcionou por várias décadas, até que por decisão de seus sócios foi vendido, e no local está instalado o Campus II da Universidade Paranaense - Unipar. 9.3.3 CINEMAS EM TOLEDO

9.3.3.1 CINE IMPERIAL Localizava-se na Rua Barão do Rio Branco, esquina com a Largo São Vicente de Paulo, o primeiro de Toledo. As sessões eram geralmente à noite, numa época em que a energia elétrica era produzida a partir do funcionamento de dois pequenos conjuntos geradores, que consumiam combustível. Funcionavam das 8h às 22h, de segunda à sexta-feira. Nos domingos, das 19 às 22h. Caso a sessão se estendesse para além desse horário era necessário uma autorização prévia junto à Companhia Colonizadora - MARIPÁ, responsável pelo funcionamento dos motores.

163

CINE IMPERIAL, 1951.

FONTE: ACERVO MUSEU HISTORICO WILLY BARTH

CONSTRUÇÃO DO NOVO PRÉDIO DO CINE IMPERIAL, DECÁDA DE 1960.

FONTE: ACERVO MUSEU HISTORICO WILLY BARTH

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A imagem anterior mostra o novo prédio de alvenaria do Cine Imperial, em construção no Largo São Vicente de Paulo. Na mesma cena

trabalhadores

colocam pedras irregulares na rua em frente ao prédio. O novo Cine Imperial foi inaugurado em 1966 e, além de cinema, serviu para realizações de solenidades, formaturas, palestras e durante vários anos foi espaço para realização do FESTIN, até o início da década de 1990. Com a decadência no setor cinematográfico no Brasil, muitos cinemas foram vendidos e outros alugados. Em Toledo, o prédio do Cine Imperial foi adquirido pela Igreja Universal do Reino de Deus, instalada no local desde 1994.

9.3.3.2 CINE-TEATRO GUARANI Na imagem a seguir temos uma vista aérea parcial do Centro de Toledo, com destaque para o Cine -Teatro Guarani, construído em 1965, tendo em sua frente a Praça, próximo a Igreja Catedral. Tinha 800 poltronas e o nome foi uma homenagem aos índios guaranis, primitivos habitantes da região e antes do início das sessões de filmes ouvia-se os acordes da abertura da opera “O Guarani”, de Carlos Gomes.

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CINE TEATRO GUARANI, EM FRENTE À PRAÇA CENTRAL, 1968

Nesse espaço cultural foi realizado o 1º Festival de Inverno de Toledo FESTIN, em 1975, quando houve concurso de Teatro e Canção. Alguns anos depois o prédio do Cinema, em alvenaria, concebido especificamente para finalidade cultural foi demolido e no local construído novo prédio, onde foi instalada uma agência bancária. 9.3.3.3 CINE PANAMBI Desde 1999, o Município de Toledo conta com o Cine Panambi, localizado no shopping de mesmo nome, próximo ao Parque Ecológico Diva Paim Barth.

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Iniciou com uma sala de projeção com 196 lugares e, a partir de maio de 2006, passou a contar com duas salas, uma de 150 poltronas e outra com capacidade para 250 poltronas. Até abril de 2104 no Cine Panambi o filme era projetado a partir de fita (película) de 35 mm. Após essa data a projeção passou a ser digital e os filmes podem ser assistidos em três dimensões -3D. SALA DE PROJEÇÃO DO CINE PANAMBI

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9.4 PRAÇA CENTRAL E PARQUE ECOLÓGICO - ESPAÇOS DE ATIVIDADES CULTURAIS

Inicialmente era denominada de Praça Barão do Rio Branco, a Praça Willy Barth mudou de nome em homenagem ao pioneiro colonizador e prefeito de Toledo, que faleceu durante o exercício do cargo, em abril de 1962. PRAÇA WILLY BARTH , 1968

Na imagem anterior, temos uma vista da Praça Willy Barth, a Igreja Matriz ao fundo, e o público presente em desfile cívico no Largo São Vicente de Paulo.

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O espaço da praça havia sido projetado ainda em 1947, quando houve da definição da área urbana da Vila Toledo. Na época, foram traçadas as primeiras ruas e reservando um espaço para a Praça Pública. Além dos primeiros desfiles cívicos a Praça foi o local da apresentação do primeiro circo, quando Toledo ainda não era Município, o circo Ginóca1, que ficou instalado por cerca de dois meses no espaço onde hoje é a Praça Willy Barth. Até metade da década de 1990, a Praça foi espaço marcante na história como local de realizações de eventos artísticos, políticos e sociais, com grande concentração da população prestigiando esses eventos. À noite e finais de semana o local era espaço de encontro dos jovens, principalmente após as celebrações de missa na Igreja católica em frente e das sessões de filmes, no Cine Imperial e Cine - Teatro Guarani, então, os jovens e casais combinavam as saídas para os bailes nos clubes das localidades do interior do município e cidade de Toledo. Com a construção do Parque Ecológico Diva Paim Barth, inaugurado em 1988, esse passou a ser o local escolhido para a realização de eventos públicos, com grande concentração de público como desfiles cívicos, Reveillon Popular, Festa de Aniversário do Município e Virada Cultural, Festa dos Trabalhadores. Nesse Parque também ocorrem atividades de recreação, cultura, esporte, educação, feiras e outros.

1

Niederauer (2004), na obra “Toledo no Paraná”, p. 291 a 294, trata sobre a vida desse grupo circense.

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VISTA DO PARQUE DIVA PAIM BARTH, CARTÃO POSTAL DE TOLEDO (2012)

FONTE: Prefeitura de Toledo, 2016

Nesse Parque, além dos eventos tradicionais, é procurado para caminhadas, pedaladas, visita ao Parque das Aves e Aquário Municipal e pelas crianças que brincam no seu Parquinho. É também espaço de lazer e de encontro de famílias e amigos nos finais de tarde, sendo que à noite é mais frequentado pela população jovem, atraindo a atenção de visitantes de outras cidades.

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9.7 CASA DA CULTURA

Criada pela Lei Municipal nº 732/73, a Casa da Cultura de Toledo foi a primeira no Paraná e segunda inaugurada no País (a primeira em Joinville - SC). Projeto idealizado pelo saudoso Professor Edílio Ferreira, foi inaugurada em 14 de dezembro de 1976, quando o Município comemorava 24 anos de emancipação político-administrativa. CASA DA CULTURA

Fonte: Prefeitura de Toledo, Secretaria de Comunicação Social, 2015.

Inicialmente, a Casa da Cultura foi constituída dos seguintes órgãos: Biblioteca Pública, Conservatório de Música, Seção de Balé e Ginástica Rítmica, Ateliê de Pintura, Auditório e Sala de Exposições.

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O prédio passou a ser a Sede da Secretaria Municipal da Cultura, após sua criação por meio da Lei Municipal nº 1.800, em 14 de julho de 1997. A Casa da Cultura oferta, gratuitamente, cursos e oficinas de Pintura em Tela, Desenho, Teclado, Violão, Guitarra, Técnica Vocal, Teatro, Violino, Viola Clássica, Violoncelo, Flauta Transversal, Saxofone e Clarinete.

9.5 CENTRO CULTURAL “OSCAR SILVA” E BIBLIOTECA PÚBLICA

Com a finalidade de ampliar os espaços públicos destinados as atividades culturais, a Prefeitura do Município de Toledo, após consulta popular, adquiriu, em 1985, o antigo prédio do Banco do Brasil para a instalação do Centro Cultural, que foi inaugurado em 23 de novembro do mesmo ano. O novo espaço cultural passou a abrigar a Biblioteca Pública Municipal, Museu Histórico Willy Barth, Conselho Municipal da Cultura, Conselho Municipal de Desportos e sala de exposições. No início da década de 1990, o poder público municipal cedeu o Centro Cultural para a instalação da Universidade Paranaense –UNIPAR em Toledo e, com isso, a Biblioteca foi transferida para um prédio na esquina da Rua 7 de Setembro com a Rua Barão do Rio Branco-Centro, antiga sede da agência do Banco Meridional, onde passou a atender o público. Dois anos depois, terminado o prazo de empréstimo do Centro Cultural para a Universidade, a Biblioteca

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retorna ao seu endereço, na Avenida Tiradentes, nº1165, próximo a Praça Willy Barth, Centro.

VISTA PARCIAL DO CENTRO CULTURAL OSCAR SILVA

Fonte: Prefeitura de Toledo, Secretaria de Comunicação Social, 2015.

Lei Municipal nº 1.685, de 21 de outubro de 1991, alterou a denominação do Centro Cultural de Toledo para Centro Cultural Oscar Silva, em homenagem ao cidadão brasileiro, nordestino, residente em Toledo desde 1963, como “[...] escritor, historiador e jornalista, por sua atuante participação na vida política, social, cultural e educacional do Município, o reconhecimento e gratidão da comunidade toledana” (extraído da Lei Municipal nº 1.685/91).

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Em 2015, no dia 16 de janeiro, a Prefeitura de Toledo fez nova homenagem, em virtude do centenário da data de nascimento de Oscar Silva. A solenidade contou com a presença de três filhos do escritor, além de netos, bisnetos e familiares que vieram de outras cidades para acompanhar a homenagem. CERIMÔNIA DE ENTREGA DE PLACA EM HOMENAGEM AOS 100 ANOS DO NASCIMENTO DE OSCAR SILVA, JANEIRO DE 2016.

FONTE: http://www.toledo.pr.gov.br/noticia/toledo-homenageia-escritor-oscar-silva-em-seu-centenario-de-nascimento, acessado em 24 de novembro de 2016.

A Biblioteca Pública Municipal foi criada, oficialmente, em 12 de dezembro de 1960, pela Lei nº 206 e registrada no Instituto Nacional do Livro em 1974, mas foi uma realidade a partir da inauguração da Casa da Cultura, onde iniciou o atendimento em 1977. Tem sua sede no centro Cultural Oscar Silva, no centro da cidade e possui um acervo de cerca de 30 mil livros e 2 mil gibis.

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Além do atendimento ao público de leitores a Biblioteca tem participação direta na realização do Concurso de Contos Paulo Leminski, desde seu início em 1989, uma atividade conjunta entre a Prefeitura de Toledo e a Unioeste - Campus de Toledo. Esse evento tem repercussão na área cultural e literária da cidade, da região e do Brasil com participantes de outros países.

VISTA INTERNA DA BIBLIOTECA PÚBLICA MUNICIPAL

FONTE: https://www.facebook.com/bibliotecamunicipal.detoledo. acesso em 23 de novembro de 2016.

9.6 MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH Como vimos no capítulo 5, o Museu Histórico Willy Barth de Toledo, foi criado em 1976, através da Lei Municipal nº 834 e iniciou suas atividades em 1984. Com o objetivo de preservar e divulgar a memória histórica da sua gente, desde a sua instalação, o Museu desenvolveu trabalho de conscientização para a valorização da História local e regional, tendo recebido doações da comunidade 175

para constituição do seu acervo, que totaliza milhares de itens. Mantém um acervo que conduz o visitante a uma compreensão da nossa História, retratada em documentos, fotografias, objetos e audiovisuais que remetem à memória de nossos antepassados.

CENÁRIO DE EXPOSIÇÃO NO MUSEU NO CENTRO CULTURAL OSCAR SILVA

FONTE: Museu Histórico Willy Barth, Portal do Município de Toledo – Paraná, acesso em 21 de novembro de 2106.

O Museu reúne os símbolos mais expressivos remanescentes da colonização desta Região, verdadeiro relicário, que traz à lembrança o entusiasmo, os sonhos e a obstinação dos pioneiros colonizadores que para Toledo migraram e aqui dedicaram parte de sua vida e seu trabalho, mantendo viva a História às futuras gerações.

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CONVITE PARA UMA ATIVIDADE NO MUSEU

FONTE: Museu Histórico Willy Barth, 2016.

9.7 CENTRO CULTURAL ONDY HÉLIO NEIDERAUER – VILA PIONEIRO O Centro Cultural Ondy Hélio Niederauer, está situado a Rua Doutor Cyro Fernandes do Lago, nº 85, Bairro da vila Pioneiro, inaugurado no dia 25 de junho de 2004.

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O nome Ondy Hélio Niederauer é uma das homenagens do Município de Toledo ao Contador, que em 1950, migrou para Vila Toledo com esposa e filhos, para trabalhar no Escritório da Colonizadora MARIPÁ, função que exerceu durante 10 anos seguidos. Foi eleito vereador na 1ª legislatura e participou ativamente na criação da Comarca de Toledo. Participou do lançamento do primeiro jornal local, “O OÉSTE”, e nele publicava notas e crônicas semanais. Em 1992, lançou seu livro “Toledo no Paraná: a história de um latifúndio improdutivo, sua reforma agrária, sua colonização, seu progresso”.

CENTRO CULTURAL ONDY HELIO NIEDERAUER

FONTE: Biblioteca Pública Municipal

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No Centro Cultural Ondy Hélio Niederauer, além de auditório e salas administrativas, está instalada a Biblioteca – Extensão Vila Pioneiro, criada pela Lei nº 1.433 e institucionalizada em 30 de junho de 1988. Assim como as demais bibliotecas públicas do Município de Toledo, em 2002, passou a fazer parte da Secretaria Municipal de Educação. Em 2016, a biblioteca tem um acervo de 13.746 títulos cadastrados, além de 4.564 gibis. 4.412 leitores cadastrados e uma média de 600 leitores ativos. A média de empréstimo mensal é de 1.000 livros. Além da oportunidade de leitura de livros e jornais, oferta à comunidade em geral, o acesso à Internet. BIBLIOTECA – EXTENSÃO VILA PIONEIRO

Fonte: Biblioteca – Extensão Vila Pioneiro

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9.8 CONCHA ACÚSTICA

Inaugurada em 1992, denominada Concha Acústica Bonifácio Dewes, era um espaço cultural, localizado no Parque Ecológico Diva Paim Barth, onde eram realizadas diversas manifestações culturais de artistas locais e de outros municípios, hoje dá lugar ao Aquário Municipal da cidade de Toledo.

9.9 CENTRO DE EVENTOS ISMAEL SPERAFICO

O Centro de Eventos Ismael Sperafico, com área superior a 33.000 m², conta com um pavilhão de exposições industriais/comerciais e de prestação de serviços, centro gastronômico com cozinhas e churrasqueiras, arena de rodeios com capacidade aproximada de oito mil pessoas, complexo agropecuário contendo 11 pavilhões para gado de corte, gado leiteiro, equinos e suínos, centro de hipismo, pavilhão para leilões, centro de apoio para pequenos animais, centro de treinamento, local específico para inspeção sanitária e sede da Casa do Agricultor.

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CENTRO DE EVENTOS ISMAEL SPERAFICO

O complexo recebe todos os anos grandes feiras do comércio e da agropecuária, como a Feira Shopping e Expo Toledo. Entre as atividades culturais realizadas no local está o Festival Toledense de Artes e Tradições Gaúchas FESTOART - com rodeios, shows artísticos, entre outros.

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VIII FESTOART REÚNE PÚBLICO – JUNHO DE 2014

Fonte: Secretaria Municipal de Comunicação - Toledo

9.10 TEATRO MUNICIPAL DE TOLEDO

Em dezembro de 1997 iniciou-se a obra do Teatro Municipal de Toledo e no dia 26 de novembro de 1999, foi inaugurado o segundo maior do interior do Estado do Paraná.

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TEATRO MUNICIPAL DE TOLEDO

A obra tem uma área total construída de 2.974,18 m², entre palco, plateia, camarins, salas de ensaio, salas administrativas e demais dependências. O Teatro Municipal de Toledo recebe companhias teatrais, orquestras e espetáculos de dança nacionais e internacionais. A grandiosidade da obra exigiu uma série de cuidados para garantir a acústica e a estética do ambiente. O forro, as paredes e o piso são com materiais especiais para garantir a absorção de ruídos e a propagação do som. O palco tem 450m, oferecendo um espaço privilegiado para a apresentação dos artistas. Conta com amplos e modernos camarins. Possui 1.022 poltronas 777 na parte inferior e 245 na parte superior.

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9.11 USINA DE CONHECIMENTO

O Plano Plurianual do Governo do Estado do Paraná 1996-1998 abriu capítulos para o Desenvolvimento Humano, onde estava claramente colocada a intenção do Governo em “promover uma identidade cultural que permeie todos os paranaenses”. Com isso, o Governo lançou o Programa Usina de Conhecimento, a fim de promover o desenvolvimento humano no Paraná de forma prioritária.

USINA DO CONHECIMENTO EM TOLEDO

Fonte: Secretaria de Comunicação, Prefeitura de Toledo, novembro de 2016.

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A Usina de Conhecimento foi entregue a Toledo, pelo Governo do Estado, em outubro de 1998, com prédio e equipamentos. A inauguração Oficial ocorreu no dia 01 de julho de 1999. Com a finalização das atividades do programa estadual, o terreno e o prédio foram novamente integrados ao patrimônio do Município, onde por um período funcionou a Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

9.12 CIRCO DA ALEGRIA

A arte circense teve início em Toledo, em 1992, a partir de Oficina sob o comando de um artista cearense e tem o objetivo de educar através da arte. Recebeu a atenção do poder público para a construção de espaço próprio para pratica circense, envolvendo alunos de escolas públicas no contraturno escolar. Foi fundada a Trupe Circo da Alegria na Escola Municipal Anita Garibaldi com atividades no contraturno escolar. O Circo da Alegria é um projeto social sem fins lucrativos presente na cidade de Toledo - PR que tem nos últimos 20 anos levado a prática e a cultura do circo para um contato direto com crianças e adolescentes.

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CIRCO DA ALEGRIA - APRESENTAÇÃO

A participação no projeto é aberta a todos os públicos, não existindo, portanto, a restrição ou discriminação de classe social, religião, cor ou idade. Todas as atividades desenvolvidas pelo projeto são oferecidas gratuitamente.

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CIRCO DA ALEGRIA - APRESENTAÇÃO

O projeto tem como intuito primeiramente de utilizar a arte circense para conscientizar, educar, e formar cidadãos aptos a viverem em sociedade que respeitem uns aos outros e colaborem para uma sociedade melhor e, em segundo momento, de descobrir novos talentos e incentivar, apoiar e estruturar na preparação e formação desse como artista, gerando a possibilidade de inserção profissional no mercado de trabalho. Na sua trajetória o Circo da Alegria reúne premiações e homenagens como: 

Menção Honrosa no Prêmio Itaú-Unicef 2003;



Semifinalista do Prêmio Itaú-Unicef 2005;

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Profissional do Ano 2006, concedido pelo Rotary Club de Toledo;



Manifestação de Voto de Louvor, concedido pela Câmara Municipal de Toledo, em 2007;



Semifinalista do Prêmio Itaú-Unicef 2007;



Manifestação de Voto de Louvor e Congratulações, concedido pela Câmara Municipal de Toledo, 2010;



Vencedor do Prêmio da EMBRACON Abrace uma Vida 2010;



Vencedor regional do Prêmio Itaú-Unicef 2011;



Vencedor Nacional do Prêmio Itaú-Unicef 2011, categoria Micro-porte; Em Toledo e região são 20 municípios com projetos circenses e mais de 2000

mil crianças fazendo aulas de circo, oportunidade de empregabilidade para os jovens circenses. No ano de 2015, foi inaugurado o Circo Magia, com prédio próprio, na Escola Municipal Eng. Waldyr Luiz Becker.

9.13 CENTRO UNIFICADO DAS ARTES E DO ESPORTE - CEU O Centro de Artes e Esportes Unificados - CEU foi inaugurado em 14 de dezembro de 2012, data em que o município de Toledo completava 60 anos. Iniciou suas atividades em janeiro de 2013. O objetivo dos CEU's - Centros de Artes e Esportes Unificados é integrar num mesmo espaço físico, programas e ações culturais, práticas esportivas e de

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lazer, formação e qualificação para o mercado de trabalho, serviços sócioassistenciais, políticas de prevenção à violência e inclusão digital, de modo a promover a cidadania em territórios de alta vulnerabilidade social. O equipamento entregue em Toledo conta com cine teatro, para 90 pessoas; biblioteca com telecentro, um CRAS (Centro de Referência de Assistência Social), quadra poliesportiva, salas para oficinas, pistas de skate e de caminhada. A Biblioteca possui um acervo em torno de 2.500 livros. O Cine teatro que serve como espaço para apresentações e ainda sala de cinema, com um acervo em torno de mil títulos, entre eles filmes brasileiros, documentários e musicais. Telecentro equipado com 12 computadores de uso livre para a comunidade. CENTRO UNIFICADO DAS ARTES E DO ESPORTE - CEU

FONTE: Disponível em https://www.google.com.br/search?q=CEU+das+artes+de+Toledo&espv Acesso em 06/12/2016.

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9.14 EVENTOS CULTURAIS DA CIDADE  Encontro dos Pioneiros de Toledo;  Virada Cultural de Toledo;  Feira de Arte e Artesanato no Lago;  Encontro Municipal de Corais;  Concurso de Contos Paulo Leminski  Mostra de Teatro;  Semana Farroupilha de Toledo;  Comemorações do Aniversário do Teatro Municipal;  Recital dos Alunos da Secretaria da Cultura;  Cantatas Natalinas;  Arte na Praça;  Arraial no CEU;  Festival de Curta Metragens – Curta Toledo;  Exposição de Artes dos alunos da Casa da Cultura;  Exposição Itinerante “Toledo, Cidade Labor”;  Projeto Semeando Sonhos;  Concurso De Crônicas e Poesias Edy Braun;  Festival da Música Gospel;  Festival de Inverno – FESTIN;  Entre outros.

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9.14.1 ARTE, LUZ, PONTO E AÇÃO Este evento surgiu para evidenciar a importância da articulação de práticas que enfoquem o conhecimento da arte e da cultura, disseminando as diferentes linguagens e as expressões artísticas, além de favorecer a integração entre educandos e profissionais da rede municipal de ensino, criando um espaço cultural legítimo, aberto à reflexão, à crítica e à experimentação. O momento também oportuniza a valorização das produções e apresentações de alunos realizadas nas escolas municipais, compartilhando valores, símbolos e significados e favorecendo a construção de uma visão de mundo mais sensível. ESCOLA MUNICIPAL NO EVENTO ARTE, LUZ, PONTO E AÇÃO – TEATRO MUNICIPAL

Fonte: Secretaria Municipal da Educação

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Na imagem anterior, alunos da Educação Infantil da Escola Municipal Miguel Dewes, em apresentação durante o evento Arte, Luz, Ponto e Ação, de 2016.

9.14.2 MOSTRA DE CIRCO Anualmente é realizada a MOSTRA DE CIRCO e o FESTIVAL NACIONAL DE CIRCO SOCIAL DE TOLEDO, no Teatro Municipal de Toledo, em parceria com a Escola Municipal Anita Garibaldi e Prefeitura Municipal de Toledo, envolvendo um público superior a sete mil espectadores, durante os três dias de evento. O mesmo tem por objetivo promover e divulgar a arte do circo, de Toledo e região, realizando intercâmbio entre as trupes circenses, onde os grupos têm a oportunidade de trocar experiências e, dessa forma, a Mostra proporciona uma melhoria no trabalho desenvolvido, incentivando assim, a formação de novas trupes de circo, tornando o município de Toledo um polo em arte circense.

9.14.3 FESTAS GASTRONÔMICAS A festa gastronômica mais antiga registrada no município é a Festa Nacional do Porco no Rolete, realizada pelo Clube Caça e Pesca, iniciada em 1974. A seguir a imagem da edição da segunda Festa, quando o porco no rolete era ainda assado girando manualmente uma manivela, ocorrendo o revezamento entre os assadores para suportar o calor. 192

FONTE: MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH

Toledo é considerado Polo Gastronômico, oferecendo uma variedade de pratos à base de carne suína, bovina, aves, que fazem parte do Calendário Oficial do Município, tais como:  Festa do Milho: realizada em Bom Princípio do Oeste.  Festa do Peru Assado e Recheado: realizada em Cerro da Lola.  Festa do Leitão à Sarandi: realizada no Distrito de Novo Sarandi.  Festa do Porco recheado e assado ao Forno: realizada em Linha São Paulo.  Ipirangafest: Festa popular anual no Distrito de Vila Ipiranga.  Festa do Leitão Desossado à Xaxim: realizada na Comunidade de Xaxim.

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 Concórdia Fest: realizada no Distrito de Concórdia do Oeste.  Noite Italiana: realizada pela comunidade de Linha Tapuí.  Festa do Costelão à Km 41: realizada pela comunidade de Km 41.  Festa Nacional do Frango: realizada no Socedema – Sociedade Cultural e Esportiva de Dez de Maio- Comunidade de Dez de Maio.  Festa Nacional do Porco no Rolete: realizada no Clube de Caça e de Pesca de Toledo, no mês de setembro.  Michel’sFest: realizada no Distrito de São Miguel.  Festa do Leitão assado na Estufa: realizada no distrito de Vila Nova.  Festa da Ovelha e Costelão à Fogo de Chão: realizada no Distrito de São Luiz do Oeste. 9.14.4OUTRAS FESTAS TRADICIONAIS NO MUNICÍPIO

 Festa Natalina – Toledo, Cidade de Amor e Luz: em dezembro, Toledo se enfeita para o Natal, com lâmpadas na decoração da cidade.  Festa do aniversário de Toledo: no dia 14 de Dezembro é realizada em espaço aberto (praça e/ou parque) com o corte do bolo comemorativo ao aniversário do Município, que é servido à população. O comprimento do bolo, em metros, é igual à idade da cidade. Sempre acontecem shows populares, com grande concentração de público.  Reveillon Popular: No Parque Ecológico Diva Paim Barth, reúne público de cerca de quarenta mil pessoas para a virada de ano, com queima de fogos de artifício, música e outras atrações.

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 Festa do Trabalhador: No Parque Ecológico Diva Paim Barth, no dia primeiro de maio com shows musicais em homenagem ao trabalhador.

9.15 OBRAS DE ARTE EM ESPAÇOS PÚBLICOS Como forma de valorizar a identidade cultural do povo toledano preservase no acervo do Museu Histórico Willy Barth telas de artistas locais e espalhados pela cidade encontram expostas obras artísticas como as seguintes: PAINEL MEMORIAL DO AGRICULTOR – OBRA DA ARTISTA ADRIANA GREZZI

FONTE: SECRETARIA DA COMUNICAÇÃO DE TOLEDO (2013).

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MEMORIAL GÊNESIS - OBRA DO ARTISTA NELSON BUCALÃO

FONTE: SECRETARIA DA COMUNICAÇÃO DE TOLEDO (2013).

ESTATUA DA FAMÍLIA – OBRA DO ARTISTA ALDO BELO

FONTE: SECRETARIA DA COMUNICAÇÃO DE TOLEDO (2013).

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ESTÁTUA DO PADRE ANTONIO PATUÍ – OBRA DO ARTISTA ALDO BELO

FONTE: SECRETARIA DA COMUNICAÇÃO DE TOLEDO (2013).

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O SEMEADOR – ARTISTA BELLOCCHIO

FONTE: SECRETARIA DA COMUNICAÇÃO DE TOLEDO (2013).

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OBRA NA UNIOESTE – ARTISTA TAYA

FONTE: SECRETARIA DA COMUNICAÇÃO DE TOLEDO (2013).

OBRA JACARÉ (EXPOSIÇÃO CRIATURA) DO ARTISTA PLÁSTICO NEYMAR PROENÇA

FONTE: SECRETARIA DA COMUNICAÇÃO DE TOLEDO (2013).

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Circulando um pouco mais pela área urbana do município de Toledo deparamo-nos com outros monumentos que fazem referência ao Trabalhador, à Produção Agrícola e à Mulher. O TRABALHADOR – ROTATÓRIA NA RUA 1º DE MAIO

FONTE: SECRETARIA DA COMUNICAÇÃO DE TOLEDO (2013).

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HOMENAGEM À PRODUÇÃO AGRÍCOLA – AVENIDA MARIPÁ, PRÓXIMO AO IML

FONTE: SECRETARIA DA COMUNICAÇÃO DE TOLEDO (2013).

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PRAÇA DA MULHER – BAIRRO DA VILA INDUSTRIAL

FONTE: SECRETARIA DA COMUNICAÇÃO DE TOLEDO (2013).

9.16 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA CULTURA

A seguir apresentamos evolução histórica com os principais fatos, eventos e ações que envolveram a cultura no Município de Toledo, ao longo de sete décadas de sua existência.  1946 - Início da assistência religiosa com a celebração da primeira missa.  1948 - Fundado o Coral da Igreja, depois "Voz das Torres" e a partir de 1977 denominado “Coral Cristo Rei".  1951 - Realizado 1º culto em residência de membro da Comunidade Evangélica de Confissão Luterana no Brasil; Inauguração do Cine Imperial.

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 1953 - Instalada a 1ª Biblioteca de Toledo no Clube do Comércio; Circula a 1ª edição do jornal "O OÉSTE", o primeiro na região.  1955 - Entra no ar a 1ª emissora de rádio de Toledo, Rádio Colméia.  1959 - Instalação da Diocese, primeira no Oeste do Paraná.  1960 - Lançado livro “Toledo - Um Município da Fronteira Oeste do Paraná". 1965 - Fundado 1º Centro de Tradições Gaúchas (CTG), denominado Três Fronteiras. 

1968 - Lançado o livro “Água do Panema”, do escritor Oscar Silva, de Toledo. É o 1º lançamento literário da cidade.



1974 - Criado o Conselho Municipal de Cultura de Toledo, o primeiro do Paraná; Lançada 1ª Festa do Porco Assado no Rolete.

 1975 - Primeira edição do Festival de Inverno (FESTIN) no Cine-Teatro Guarani.  1976 - Lei Municipal declara a marcha-rancho “Toledo Cidade- Labor”, Hino de Toledo; Inaugurada a Casa da Cultura de Toledo, a 1ª do Paraná e 2ª do Brasil.; Lei Municipal nº 834 cria o Museu Histórico de Toledo, em seguida denominado de Willy Barth.  1980 - Inaugurada a 1ª Feira Livre de Toledo, na Praça Willy Barth.

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 1982 - Instalado o Conservatório Municipal de Música de Toledo, na Casa da Cultura.  1983 - Decreto Municipal 956/83 cria o Projeto História de Toledo; Realizado o 1º Fórum Cultural de Toledo.  1984 - Realizada 1ª edição do programa Tempo de Cultura, com duração de 30 dias.  1985 - Criação da Secretaria de Cultura e Esportes; Inaugurado Centro Cultural Oscar Silva, no Centro; Aberto 1º Festival Infanto-Juvenil da Canção de Toledo (Fescrian).  1987 - Realizado 1º Encontro de Pioneiros de Toledo.  1988 - Lançado livro Toledo e Sua História, pelo Projeto História.  1989 - Instalado Centro de Criatividade Irmã Philomena Stopa.  1991 - É inaugurado o prédio da Biblioteca do campus da Unioeste de Toledo.  1992 - Oficina com artista cearense marca o início da arte circense no Município.  1999 - Inaugurado Teatro Municipal de Toledo, 2º maior do interior do Paraná.

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 2004 - Inaugurado Centro Cultural Ondy Hélio Niederauer, no Bairro da Vila Pioneiro.  2007 - Fundado Clube da Poesia de Toledo e inaugurado o Memorial dos 50 Anos de Toledo, em frente ao prédio da Prefeitura.  2010 - Inaugurada a Galeria Alkindar Sardo, destinada às exposições de artes plásticas.  2011 - 1ª edição da Virada Cultural e instalada a Academia de Letras de Toledo (ALT), com a posse de 22 acadêmicos.  2012 - Instalado Memorial dos Pioneiros da Colonização; Inaugurado Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU); Lançado o livro “Ruas de Toledo, Identidades que se Cruzam” e Criado Sistema Municipal de Cultura.  2013 - Festa Nacional do Porco no Rolete e declarada patrimônio histórico cultural e imaterial de Toledo.  2015 - Inaugurada sede própria do Museu Histórico Willy Barth; Decreto Municipal nº656, declara o Festival de Inverno (FESTIN) patrimônio histórico cultural e imaterial do Município. Toledo, para a satisfação de suas lideranças e população, é a Capital da Cultura do Oeste do Paraná, graças à sua identidade, atividades e espaços culturais. Apesar do crescimento da população e da cidade, a identidade cultural continua baseada nas tradições e nos costumes dos colonizadores e no potencial da

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agropecuária local, como são os casos da gastronomia, tradição gaúcha, literatura e música.

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10. ATIVIDADES ESPORTIVAS, DE LAZER E RECREATIVAS Um dos primeiros esportes praticados em Toledo foi o da caça e da pesca. Porém, com aspecto contraditório, uma vez que, ele se embebia na dimensão da necessidade da obtenção da carne para a sobrevivência. No entanto, também estava marcado pelo aspecto da diversão e do lazer, enquanto atividade esportiva. Entre as espécies mais caçadas podemos destacar as pacas, os catetos e as antas, assim como, uma grande quantidade de espécies de peixes, de acordo com o livro TOLEDO UM MUNICÍPIO DA FRONTEIRA OESTE DO PARANÁ, de 1960, publicado no Rio de Janeiro. CAÇA E PESCA (final da década de 1940)

FONTE: Acervo do Museu Histórico Willy Barth

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No município existiam também, ainda, de acordo com o estudo carioca, o Café Imperial e outro clube esportivo situado na Vila Operária. Não sendo referendado há esses ligações com as instituições religiosas. Porém, o número de sócios era significativo. Realizava-se nesse espaço bailes, que, aliás, podemos destacar mudanças históricas muito marcantes, como por exemplo, o horário de início dos mesmos, que geralmente, estava previsto para às 19 horas e o término se dava quando o último casal parasse de dançar. Eram realizadas ainda, outras atividades nesses espaços, como promoções, atividades sócio recreativas, transmissões radiofônicas e festas populares. Na década de 1950, Toledo já possuía o Clube do Comércio de Toledo, com um salão de danças, circundado por uma plataforma elevada, com mesas. Além disso, possuía um grande bar, um salão de bilhar e uma biblioteca pública, aliás, a primeira biblioteca que Toledo teve na sua história, viabilizada pelos próprios moradores da cidade, que por meio de doação reuniram um acervo significativo para a época (No capítulo 9 há mais informações sobre esse local). De acordo com o Plano de Colonização da Companhia Maripá, o Clube do Comércio de Toledo, foi financiado pela própria colonizadora já que as pessoas que aqui viviam, sentiam falta da vida social que já possuíram outrora. Dessa forma, o Clube foi fundado em 25 de janeiro, e inaugurado em 25 de julho de 1953. Para se associar, havia a obrigatoriedade de ser sócio das empresas coligadas à Maripá.

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CHEGADA DA PRIMEIRA MARATONA (1954)

FONTE: Acervo do Museu Histórico Willy Barth

A primeira maratona que se realizou em Toledo foi no dia 7 de setembro de 1954, com expressiva quantidade de pessoas que participaram. Assim como a caça e a pesca, que se fizeram marcantes no início da história de Toledo, a bocha e o bolão são atividades esportivas que sempre tiveram muitos adeptos a sua prática, uma vez que foram trazidas, juntamente com seus primeiros ocupantes nas raízes culturais, de alguns povos que por aqui estavam. Entretanto, os jogos de carta e dados também faziam parte das atividades que aconteciam nos bares da cidade e, ainda, nas casas dos moradores, com a prática do “escova”, “quatrilha”, “truco”, “buraco”, “poker” e canastra com as cartas, o “general”, “pontinho” entre outros jogos com os dados.

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Considerando o público infantil, Dolair Augusta (ASSOESTE, 1983), destaca as brincadeiras que as crianças desfrutavam, como por exemplo, usar abóboras e espigas de milho como bonecas. À noite os pais podiam acompanhar nas brincadeiras de crianças, como, pega-pega, esconde-esconde e cantigas de roda, ainda poderiam contar “causos”. UTILIZAÇÃO DOS LOGRADOUROS PÚBLICOS PARA DIVERSÃO (década de 50)

FONTE: Acervo do Museu Histórico Willy Barth.

Nas escolas, verificavam-se as brincadeiras de roda e pular corda no recreio escolar. Mais tarde, haviam brinquedos para serem comprados nas lojas da cidade.

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FESTA DE FINAL DE ANO, MORADORES EM FRENTE AO HOTEL NARDI, 1950.

FONTE: Acervo do Museu Histórico Willy Barth.

Em épocas iniciais, Toledo tinha em seus logradouros públicos adequados ao descanso e a tranquilidade, bem como a prática de atividades de lazer e de descontração. Porém, com o crescimento de certa forma, desorganizado, houve prejuízos a esses locais e uma alternativa para uso público de espaço de convivência e de lazer. A criação do que foi denominado na época “Recanto Municipal”, espaço esse que projetado e construído com a desapropriação de 12 mil metros quadrados, através da Lei 469/1968, de 14 de novembro de 1968, em área localizada nas proximidades da confluência dos rios São Francisco e Toledo, na rodovia que ligava naquela época ao distrito de Ouro Verde. Sua proximidade a

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área verde, suas águas limpas e correntes, bem como, toda a estrutura que havia naquele local, com banheiros, churrasqueiras, mesas, ajudaram a tornar o Recanto Municipal em um dos pontos regionais mais visitados e de extrema importância para Toledo. Destaca-se os momentos de lazer que aconteciam entre as famílias ao ar livre, no Recanto Municipal. Segue algumas fotos.

ENTRADA DO RECANTO MUNICIPAL (década de 70)

FONTE: Acervo do Museu Histórico Willy Barth.

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PÚBLICO DESFRUTANDO DO RECANTO MUNICIPAL - 1

FONTE: Acervo do Museu Histórico Willy Barth

PÚBLICO DESFRUTANDO DO RECANTO MUNICIPAL - 2

FONTE: Acervo do Museu Histórico Willy Barth

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PÚBLICO DESFRUTANDO DO RECANTO MUNICIPAL - 3

FONTE: Acervo do Museu Histórico Willy Barth

Da mesma forma, como acontecia em todo o território brasileiro, na década de 1950, o futebol, se tornou mania nacional, portanto, a construção do estádio municipal se efetivou, a partir da doação de terreno por parte da Companhia Maripá (1955), local onde hoje se encontra localizado o Terminal Rodoviário Alcido Leonardi, de Toledo. No projeto do estádio já nomeado: 14 de dezembro

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naquela ocasião, já haviam sido projetado que o campo de futebol ficasse recuado a aproximadamente 40 metros, com a possibilidade de ser construída também, uma quadra de tênis de campo e piscina, efetivando-o como um complexo esportivo. Um ponto muito relevante a ser comentado é a maneira como foi iniciada a construção desse estádio. TIME POSICIONADO PARA O INÍCIO DO JOGO, NO ESTÁDIO EM CONSTRUÇÃO

FONTE: Acervo do Museu Histórico Willy Barth.

A Liga Esportiva de Toledo providenciou a construção de uma cerca de madeira, ao redor do mesmo, viabilizando dessa forma, a cobrança de entradas, para auxiliar no término dessa edificação. Naquele espaço eram realizadas festas de danças, sendo que o ingresso se pagava com tábuas e pregos. Dessa forma,

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esses materiais seriam usados para a construção das arquibancadas, dos vestiários e demais instalações necessárias. TIME POSICIONADO PARA O INÍCIO DO JOGO, NO ESTÁDIO COM ARQUIBANCADA

FONTE: Acervo do Museu Histórico Willy Barth

Os sócios do Esporte Clube Internacional de Futebol de Toledo, bem como a população em geral, doaram dias de trabalho para ajudar na construção do Estádio Municipal 14 de Dezembro, que foi inaugurado em 1967, de acordo com o livro Toledo e sua História. Em 1982, foi inaugurado o estádio 14 de dezembro no seu endereço atual, próximo a Unioeste, campus Toledo, sendo que esse novo estádio foi projetado para comportar 20 mil pessoas, um acréscimo de 15 mil espectadores em relação ao primeiro espaço. Há que se referenciar a tentativa da alteração do nome desse estádio para “Ministro Ney Braga”, porém, após

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consulta popular, retornou-se para Estádio Municipal 14 de dezembro, pela Lei 1179/84, de 26 de abril de 1984. VISTA AÉREA DO ESTÁDIO 14 DE DEZEMBRO NO BAIRRO SANTA MARIA

FONTE: Acervo do Museu Histórico Willy Barth.

FONTE: Acervo do Museu Histórico Willy Barth.

Na década de 1980, o Recanto Municipal deixou de ser o espaço de convivência da população toledana. A ideia da proteção do meio ambiente é a condição de um desenvolvimento duradouro, destaca Cliceira Maria Schmidt e acrescenta o papel do topógrafo pioneiro de Toledo, Henrique Isernhagem, como idealizador do projeto de construção de um parque ecológico, com a intenção de um melhor desenvolvimento urbano, juntamente com seu irmão Carlos Isernhagem. Ainda na administração do prefeito Avelino Campgnolo, efetivou-se

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a desapropriação da área de terra para a viabilização do projeto, porém, no governo posterior, essa desapropriação foi considerada inválida. Em 1979, Enio Luiz Perin, então estudante de arquitetura, formalizou projeto de implantação, enquanto trabalho de conclusão do curso da graduação, na Universidade Católica de Goiás, aproveitando para esse trabalho o levantamento dos irmãos na década de 1960. Na administração de Albino Corazza Neto, o arquiteto Enio Luiz Perin, assumiu a pasta de Secretaria de Planejamento Urbano, com a incumbência de viabilizar a construção do Parque Ecológico entre o Colégio La Salle e a Avenida Parigot de Souza, no Jardim La Salle. Em 1984, houve a negociação da área de terra. Nos anos posteriores, iniciaram-se os trabalhos de drenagem. VISTA AÉREA - PARQUE ECOLÓGICO DIVA PAIM BARTH – 1984

Fonte: Museu Histórico Willy Barth

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VISTA AÉREA DO PARQUE ECOLÓGICO DIVA PAIM BARTH – ANOS DE 1984/85.

Fonte: Museu Histórico Willy Barth

Em 1988, foram entregues as obras básicas com infraestrutura do projeto, horto florestal, ruas pavimentadas e o lago com água. Na fase seguinte, o horto florestal foi cercado, construído muro de pedras ao redor do lago, o gradil de segurança no vertedouro, calçadas e passeio, área de multiuso e quadras esportivas. Logo em seguida, a construção da concha acústica, que foi inaugurada em 1992. Fato esse que marcou o fim da segunda etapa de obras no parque. Atualmente, a população toledana faz bom uso dessa área verde, de convívio e de lazer, bem como utiliza, sua pavimentação ao redor do horto e do

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lago para caminhadas e corridas, assim como outras práticas esportivas possíveis também nas quadras esportivas e outros espaços disponíveis.

VISTA AÉREA DO PARQUE ECOLÓGICO DIVA PAIM BARTH – ANOS DE 1990

FONTE: Acervo do Museu Histórico Willy Barth.

Em 1985, houve criação da Secretaria de Esportes, a qual anteriormente era um departamento da Secretaria da Educação. No entanto, Toledo sempre teve uma considerável infraestrutura das praças esportivas, por meio da construção dos ginásios, ou ainda, adequação e reforma da estrutura de ginásios antigos e demais praças esportivas que o nosso município possui. Secretaria essa que passa a organizar e gerenciar as políticas públicas de esportes e lazer em Toledo.

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SEDE DA SECRETARIA DE ESPORTES E LAZER, NO GINÁSIO ALCIDES PAN

FONTE: https://www.google.com.br/search?q=ginasio+de+esportes+alcides+pan

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VISTA LATERAL DO GINÁSIO ALCIDES PAN

FONTE: https://www.google.com.br/search?q=ginasio+de+esportes+alcides+pan

VISTA INTERNA DO GINÁSIO ALCIDES PAN – DURANTE JOGO DE FUTSAL

FONTE: Disponivel://www.google.com.br/search?q=ginasio+de+esportes+alcides+pan

O nome do Ginásio é uma homenagem ao um jovem desportista e servidor público, que praticava futsal pela seleção de Toledo. Faleceu em 1977, aos 20 anos de idade.

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