CONHECENDO TOLEDO, O NOSSO MUNICÍPIO - 3º ano

May 26, 2017 | Autor: Leandro Crestani | Categoria: CIDADE, História, Paraná, Toledo
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SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO DE TOLEDO

CONHECENDO TOLEDO, O NOSSO MUNICÍPIO

3º ANO [1]

PREFEITURA MUNICIPAL DE TOLEDO SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO Luis Adalberto Beto Lunitti Pagnussatt Prefeito do Município de Toledo Adelar José Holzbach Vice-Prefeito Tania Elisete de Grandi Secretária da Educação do Município de Toledo Neusa Melânia Bacca Koval Diretora de Departamento de Ensino Carmem Ecilda Zasso Pozzebon Diretora do Departamento de Administração Escolar Leandro de Araújo Crestani Coordenador de História Anésio José Vitto Analista em Administração e Planejamento (Organizadores)

Nádia Helena da Silva Chitolina Nogueira Coordenadora de Geografia Luci Graciela Kuhn Coordenadora de Educação Ambiental Rosane Behling Portela Coordenadora de Geografia Vaniria Lysyk Teixeira Bianchi Coordenadora de Ciências

(Equipe de Trabalho) Revisora Madalena Benazzi Meotti Coordenadora de Língua Portuguesa Foto da Capa Vista área parcial de Toledo, julho de 1953/Acervo do Museu Histórico Willy Barth; Vista área parcial de Toledo, 2008/Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Toledo. [2]

SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 5 1. ESTUDANDO O PASSADO DO MUNICÍPIO DE TOLEDO ......................................... 6 1.1 COMPREENDENDO O PASSADO ........................................................................... 15 1.1.1 MEDIDAS DE TEMPO............................................................................................ 15 1.1.2 O TEMPO COMO DURAÇÃO................................................................................ 16 1.2 INSTRUMENTOS PARA CONTAR O TEMPO ............................................................ 17 1.3 FONTES DE PESQUISA ........................................................................................... 21 1.3.1 FONTES MATERIAIS .............................................................................................. 21 1.3.2 FONTES ESCRITAS ............................................................................................... 24 1.3.3 FONTES VISUAIS ................................................................................................. 29 1.3.4 FONTES ORAIS .................................................................................................... 32 2. A ORIGEM DO NOME DO MUNICÍPIO DE TOLEDO .............................................. 35 2.1 QUAL A ORIGEM DO NOME DO NOSSO MUNICÍPIO? ........................................ 36 2.2 E O RIO TOLEDO, POR QUE RECEBEU ESTE NOME? .......................................... 37 2.3 TOLEDANO OU TOLEDENSE? ............................................................................... 42 3. CONHECENDO O ESPAÇO GEOGRÁFICO DE TOLEDO ......................................... 44 4. ESTUDANDO CIÊNCIAS NO MUNICÍPIO DE TOLEDO........................................... 87 4.2 VAMOS OBSERVAR AS MUDANÇAS EM NOSSA CIDADE. ................................. 91 4.3 ÁGUA ..................................................................................................................... 96 4.4 ÁGUA E OS SERES VIVOS ..................................................................................... 98 4.5 ÁGUA E SAÚDE DO SER HUMANO ...................................................................... 99 4.6 TRATAMENTO DE ÁGUA NO MUNICÍPIO DE TOLEDO .................................... 100 4.7 SOLO ..................................................................................................................... 103 [3]

4.8 EXPERIMENTO SOBRE EROSÃO DO SOLO ...................................................... 106 4.9 SOLO E POLUIÇÃO ............................................................................................. 108 5. DIFERENTES TIPOS DE TRABALHO NO MUNICÍPIO DE TOLEDO........................ 113 5.1 O TRABALHO ENQUANTO ESPECIFICIDADE HUMANA: DIFERENTES FORMAS DE TRABALHO E ORGANIZAÇÃO ............................................................................. 114 5.2 HÁ DIFERENÇA ENTRE TRABALHO E EMPREGO? ............................................. 120 6. O ESPAÇO ESCOLAR NO MUNICÍPIO DE TOLEDO .............................................. 122 7. CONHECENDO OS SÍMBOLOS DE TOLEDO ......................................................... 132 8. CONHECENDO O PARQUE DOS PIONEIROS ....................................................... 142 8.1 MONUMENTOS DO PARQUE DOS PIONEIROS ................................................. 145 REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 151 ANEXO – IMAGENS HISTÓRICAS ............................................................................. 152

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INTRODUÇÃO O presente livro “Conhecendo Toledo, o nosso município” do 3º ano é um estudo que diz respeito à História, Geografia, Ciências e Educação da Ambiental de Toledo. Este livro foi elaborado, especialmente, como mais um recurso pedagógico para os/as nossos/as alunos/as da rede municipal. O nosso objetivo é auxiliar os/as nossos/as alunos/as no conhecimento do município de Toledo, fazendo que os mesmos dominem os aspectos históricos, geográficos e ambientais. O livro é composto por 8 capítulos, constituindo-se numa tentativa de trabalho interdisciplinar para o conhecimento do nosso município. Nesse sentido, procuramos partir da realidade local, disponibilizando aos estudantes, em cada capítulo, a compreensão de como os sujeitos contribuíram para o desenvolvimento do nosso município.

Equipe de Trabalho.

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1. ESTUDANDO O PASSADO DO MUNICÍPIO DE TOLEDO Caros alunos, antes de começarmos a estudar o roteiro do Conhecendo Toledo, é necessário compreender alguns conceitos da História. O primeiro conceito a ser compreendido é o conhecimento histórico, o qual trará mais elementos para o nosso estudo científico do roteiro. Ao estudarmos o passado de Toledo é preciso compreender a questão do “TEMPO”. O território, que compõe o município de Toledo, localizado na região Oeste do Estado do Paraná, sofreu modificações mais significativas desde o início da colonização, na década de 1940, e segue até o presente momento. Vejamos uma casa construída em Toledo, no ano do início da sua colonização, localizada à margem esquerda do Rio Toledo, em um local próximo ao atual Parque dos Pioneiros. CASA CONSTRUÍDA EM TOLEDO NO ANO 1946

FONTE: MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH.

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Nesse local, aonde foi construída a casa apresentada na fotografia, anteriormente havia sido instalado o primeiro acampamento, no início da ocupação e colonização do município. Notamos que na fotografia, há pessoas adultas e crianças e, também, podemos perceber uma diversidade étnica, pela presença de colonizadores gaúchos e moradores da região de origens indígenas e paraguaios.

DIVERSIDADE ÉTNICA Etnia, do grego ethnis, significa povo. Esse termo se refere a um grupo de pessoas que apresenta vários elementos em comum, tais como a cultura, língua, história, valores, semelhanças físicas, entre outros. No entanto, alguns pesquisadores contestam essa classificação, alegando a utilização de elementos superficiais – um idioma, por exemplo, pode ser utilizado por diversos grupos étnicos diferentes. Mesmo com algumas críticas, essa é a classificação mais aceita. Sendo assim, no planeta há uma grande diversidade étnica, sobretudo no continente africano, que abriga mais de mil grupos distintos, que possuem manifestações culturais próprias, religiões, línguas, etc. O Brasil também apresenta uma população bem diversificada. Essa característica é consequência do processo de ocupação do território nacional, que, antes da chegada dos colonizadores europeus (homens brancos), já era habitado por tribos indígenas. Outra contribuição importante foi a do negro africano, que chegou ao país para a realização de trabalhos escravos. Com o passar do tempo, ocorreu a miscigenação (“mistura” de etnias), resultando no caboclo (filho de índios com europeus); mulato (filhos de negros com europeus); e cafuzo (mistura entre índios e negros). Outro fator que intensificou a variedade étnica do Brasil foi o intenso fluxo migratório de árabes, japoneses, entre outros. É importante ressaltar que essa diversidade étnica pode desencadear conflitos, visto que uma cultura pode se julgar superior a outra, tentando impor sua supremacia. Esse fenômeno é muito comum na África, onde ocorrem vários conflitos étnico-separatistas. A Europa também é palco desses conflitos, em especial na Rússia, Espanha e na região da antiga Iugoslávia. FONTE: CERQUEIRA, Wagner. Etnias. Disponível em: http://escolakids.uol.com.br/etnias.htm Acessado em: 20 de abril de 2016.

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VISTA PARCIAL DA VILA TOLEDO EM 1949

FONTE: MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH.

A vila de Toledo, nessa época, pertencia ao município de Foz do Iguaçu, assim também como a vila de Cascavel. No ano de 1951 ocorreu a criação do município de Toledo, por meio da Lei 790, de 14 de novembro 1951, que foi desmembrado do município de Foz do Iguaçu. Na próxima imagem, vemos a vista aérea da Vila Toledo, no ano de 1951. A rua mais longa, que aparece na foto, é a atual Avenida Maripá, que na época se estendia até o rio Paraná.

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VISTA AÉREA DE TOLEDO EM 1951

FONTE: MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH, 2015.

CURIOSIDADE As crianças nascidas na Vila Toledo, até a data da emancipação do município de Toledo, em 14 de dezembro de 1952, eram registradas como nascidas no município de Foz do Iguaçu.

No ano seguinte, em 14 de dezembro de 1952, ocorreu a emancipação de Toledo com a posse do primeiro Prefeito, Ernesto Dall’Oglio e de nove Vereadores.

A seguir, algumas imagens da ocupação e colonização de [9]

Toledo. Na primeira foto, é possível observar o traçado das ruas e quadras bem definidas, demonstrando o planejamento da ocupação dessa área.

VISTA AÉREA DE TOLEDO NA DÉCADA DE 1950

FONTE: MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH.

Você tem ideia de como essa imagem foi capturada?

CURIOSIDADE Nessa época, para se produzir imagens aéreas, o fotógrafo clicava sua máquina posicionado na janela de um pequeno avião, sobrevoando a cidade.

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AVENIDA MARIPÁ EM 1949

FONTE: MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH.

Nessa foto, podemos observar um menino posando para a foto. A rua que aparece é a subida da atual Avenida Maripá, sem pavimentação. As casas são de madeira, cobertas com telhado também de madeira (tabuinhas)1.

1

Essas tabuinhas poderão ser vistas no acervo do Museu Histórico Willy Barth.

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VISTA PARCIAL DE TOLEDO EM 1978

FONTE: MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH.

Essa foto é uma vista aérea parcial da cidade de Toledo. No centro da foto, observamos a Catedral Cristo Rei em construção, localizada em frente à Praça Willy Barth, a mais antiga da cidade. Notamos também um número maior de construções ocupando as quadras, com a presença, inclusive, de alguns edifícios. Nessa época, a maioria das casas passaram a ser construídas com tijolos, areia, cal, cimento, uso de ferros e telhados cobertos com telhas de argila (casas de alvenaria).

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VISTA PARCIAL DE TOLEDO EM 1995

FONTE: MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH.

Essa foto colorida registra uma parte do centro da cidade, com destaque para a Avenida Maripá, já pavimentada com asfalto, em duas vias. Notamos uma torre construída para prestação de serviço de telefonia. De um lado e de outro da torre notamos prédios residenciais e, na frente da torre, está situado o prédio da Associação Comercial e Empresarial de Toledo - ACIT.

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VISTA PARCIAL DE TOLEDO EM 2008

FONTE: Secretária de Comunicação da Prefeitura de Toledo (2015).

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1.1 COMPREENDENDO O PASSADO Para estudar o “PASSADO”, os historiadores utilizam diversas medidas de tempo, pesquisando e datando os acontecimentos históricos da humanidade e fenômenos da natureza, com o objetivo de compreender o passado e o espaço. Os acontecimentos históricos podem ser medidos por dias, semanas, anos, décadas, séculos, milênio, era, entre outros. Tudo isso, nos ajuda a entender como ocorreram mudanças sociais de determinados espaços. Dessa maneira, conhecer a história de Toledo ajuda esclarecer as modificações no decorrer do tempo, tais como: o aumento populacional, mudanças no ambiente, modernização do município, surgimento de universidades, urbanização entre outros pontos. 1.1.1 MEDIDAS DE TEMPO Cada povo ao escrever e contar sobre a sua história considera um acontecimento como referência para seu povo. Logo, o nosso calendário, tem como ponto de referência o nascimento de Jesus Cristo, que é o principal marco de registro de tempo para os adeptos do Cristianismo. Porém, existem outros marcadores de tempo tais como o calendário chinês, islâmico, judaico, entre outros. Todos os acontecimentos históricos, antes do nascimento de Jesus Cristo, são escritos com as letras a.C. (antes de Cristo) e, os anos e séculos que vieram [15]

depois do nascimento de Cristo, são escritos com as letras d.C. (depois de Cristo). Assim, o tempo marcado depois de Cristo, é necessário apenas escrever o ano, por exemplo, 1976. Podemos fazer a contagem do tempo de diversas maneiras, veja alguns exemplos no quadro abaixo: MINUTO - período de 60 segundos. HORA - período de 60 minutos. DIA - período de 24 horas. SEMANA - período de 7 dias. MÊS - período de 30 dias. BIÊNIO - período de 2 anos TRIÊNIO - período de 3 anos. QUINQUÊNIO - Período de 5 anos. DÉCADA - período de dez anos SÉCULO - período de 100 anos MILÊNIO - período de 1000 anos

1.1.2 O TEMPO COMO DURAÇÃO Podemos medir o tempo pelas mudanças que ocorrem na natureza, como as estações do ano, as condições climáticas, dias e noites, entre outros. Outras noções de tempo que podemos citar como exemplo, são as que se referem aos seres vivos: o nascimento, crescimento, envelhecimento e morte.

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ATIVIDADE Faça a linha do tempo da história de sua vida (desde o nascimento até os dias atuais). Busque essas informações com os seus familiares. Veja o exemplo:

FONTE: Portal do Professor (2016).

1.2 INSTRUMENTOS PARA CONTAR O TEMPO Os seres humanos sempre buscaram diversas formas de mensurar o tempo, a partir da observação da natureza, da criação de calendários e dos relógios, estabelecendo rotinas frequentes na vida cotidiana de homens e mulheres, visando à construção do conceito de tempo histórico e as dimensões do tempo. Ao longo da história da humanidade foram desenvolvidos alguns instrumentos para contagem do tempo. [17]

AMPULHETA

FONTE: Pixabay, 2015.

A ampulheta é um instrumento criado por volta do século VIII, na antiguidade era conhecida como relógio de areia. É formado por dois cones ocos de vidro, unidos pelo gargalo, de modo a deixar passar areia de um lado para o outro, num determinado intervalo de tempo. De acordo com registros históricos, a ampulheta era utilizada em palácios, igrejas e casas de pessoas nobres.

RELÓGIO DE SOL

FONTE: Secretária de Comunicação da Prefeitura de Toledo (2015).

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Os registros históricos apontam que o Relógio de Sol foi criado por volta de 1500 a.C. Esse instrumento marca a passagem do tempo pela sombra projetada, de acordo com o movimento aparente do Sol. O relógio de Sol é formado por uma superfície plana, conhecida como mostrador, onde estão marcadores de linhas que indicam as horas, e por um pino ou placa, cuja sombra projetada sobre o mostrador funciona como um ponteiro de horas em um relógio comum. RELÓGIO DE PÊNDULO

FONTE: Pixabay, 2015.

O Relógio de Pêndulo foi criado em 1656 pelo holandês Christiaan Huygens. Para o funcionamento do relógio é necessários pesos que fornecem energia para mover os ponteiros. O relógio de pêndulo foi superado pela precisão pelo relógio de quartzo e depois pelo relógio digital.

ATIVIDADE Pesquise quais instrumentos de medidas de tempo que seus familiares utilizavam no passado e quais são utilizados hoje.

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ATIVIDADE CONSTRUINDO UMA AMPULHETA

MATERIAL NECESSÁRIO:  2 embalagens de garrafas iguais, pequenas, de plástico, transparentes (tipo de água).  1 prego grande  Areia  Fita isolante preta ou fita crepe.

COMO FAZER:  Lave e seque as garrafas.  Separe a areia e deixe secar por 24 horas, peneirando em seguida.  Peneire a areia seca para ficar bem fina.  Com um funil, despeje a areia em uma das garrafas.  Fazer um furo pequeno nas tampas das garrafas com o prego.  Tampe as garrafas e encaixe-as pela tampa, deixando os furos bem alinhados.  Com a fita isolante ou crepe una as duas garrafas.  Reforce a emenda para que as garrafas não se soltem.  Está pronta a ampulheta! FONTE: BRODBECK, Marta de Souza Lima. O ensino de História: um processo de construção permanente: história, ensino fundamental I. Curitiba: Módulo Editora, 2009. p.73

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1.3 FONTES DE PESQUISA Para compreender a história de Toledo os historiadores utilizaram-se de documentos, imagens, relatos, entrevistas e objetos que são fontes de pesquisa histórica, divididas em fontes materiais, escritas, visuais e orais.

1.3.1 FONTES MATERIAIS As fontes materiais são os objetos que eram utilizados no passado. Vejamos as fontes materiais que podemos utilizar para compreender a história do município de Toledo: utensílios, mobiliários, roupas, ornamentos (pessoais e coletivos), armas, instrumentos de trabalho, construções (templos, casas, sepulturas), esculturas, moedas, ruínas, entre outros.

1.3.1.1 EXEMPLOS DE FONTES MATERIAIS

INSTRUMENTOS DE TRABALHO

FONTE: MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH.

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Na foto anterior vemos uma cena montada em exposição no Museu Histórico Willy Barth, aonde foram expostos instrumentos de trabalho utilizados pelos colonizadores. Nessa cena, estão presentes instrumentos de ferro utilizados no trabalho de corte da madeira: a cunha, marreta, machado e serra manual (traçador). PESQUISA Nas aulas de tecnologia pesquise com 0/a seu/sua professor(a) esses instrumentos utilizados pelos colonizadores do município de Toledo no período de ocupação do município.

VESTUÁRIO E MEIO DE TRANSPORTE (1950)

FONTE: MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH.

Na imagem acima, as pessoas estão vestidas para participar de uma festa de aniversário, na década de 1950, em Toledo.

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MEIO DE TRANSPORTE - 1951.

FONTE: MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH.

Na imagem anterior está retratado um caminhão transportando tora de cedro e homens posando para o fotógrafo em dia de folga do trabalho, com trajes de passeio, no ano de 1951. CAFÉ IMPERIAL

FONTE: MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH.

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O Café Imperial foi construído com madeira de pinheiro. Era o local de encontros sociais, tais como: festas, casamentos, bailes, cinema e recepções às autoridades. A cena retrata moradores de Toledo reunidos para festejar um dia de Carnaval.

CURIOSIDADE Neste local, Café Imperial, foi recepcionado o governador do Estado do Paraná Bento Munhoz da Rocha Netto, em junho de 1951. Após essa visita, retornou a Capital do Estado e assinou a lei nº 790, de 14 de novembro de 1951, que criou o município de Toledo.

1.3.2 FONTES ESCRITAS

As fontes são constituídas por documentos jurídicos (constituições, códigos, leis, decretos), sentenças, testamentos, inventários, discursos escritos, cartas, livros de contabilidade, livros de história, autobiografias, diários, biografias, crônicas, poemas, novelas, romances, lendas, mitos, texto de imprensa, censos, estatísticas, mapas, gráficos, e registros paroquiais. A seguir, apresentamos alguns exemplos de fontes escritas, tais como:

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PROPAGANDA

FONTE: MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH.

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A fonte escrita apresentada na imagem anterior é uma propaganda para a venda de terras na Fazenda Britânia, em Toledo, produzida pela Industrial Madeireira Colonizadora Rio Paraná S/A - MARIPÁ - no início da década de 1950. Na época, a colonizadora fazia a divulgação da venda de suas terras, nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do sul, por meio de corretores. Eles organizavam caravanas de possíveis compradores e traziam para conhecer as terras a venda.

MAPA DE TOLEDO ANTIGO

FONTE: NIEDERAUER, Ondy H. Toledo no Paraná: a história de um latifúndio improdutivo, sua reforma agrária, sua “colonização”, seu progresso. Toledo: Grafo-Set,1992.

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O mapa anterior mostra a Fazenda Britânia, no Oeste do Paraná. A Fazenda foi adquirida pela Colonizadora MARIPÁ, empresa formada por empresários gaúchos. O território da Fazenda era atravessado por duas picadas que foram utilizadas por obrageros argentinos, na exploração da erva-mate, antes da chegada dos colonizadores gaúchos. Na Picada Nuñez y Gibaja, que iniciava no rio Paraná, havia cinco pousos, indicados no mapa com pequenos quadrados, sendo o pouso Toledo, aquele próximo ao rio Toledo, como indicado no mapa.

CARTAZ

FONTE: MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH.

Esse cartaz foi produzido para o festival de concurso de teatro e canção, realizado no inverno de 1975. Conta-se que, nessa época do ano, havia poucas atividades culturais na cidade. Então, lideranças culturais como representantes [27]

de grupos de teatro, música e

estudantes

procuraram

o

poder

público

municipal, através do Departamento de Cultura, e organizaram um festival, dando a ele o nome de Festival de Inverno – FESTIN – realizado até hoje, no Teatro Municipal.

REPORTAGEM

FONTE: Revista do Globo. Porto Alegre. 29/09/1951. P. 67. Acervo Museu Histórico Willy Barth.

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Essa reportagem foi produzida em 1951, com o objetivo de divulgar a colonização que estava ocorrendo em Toledo. Foi publicada numa Revista que tinha a sede em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, onde também estava instalada a sede da Colonizadora MARIPÁ. O título da reportagem “O milagre de Toledo” se refere ao rápido desenvolvimento de Toledo, naquele momento.

1.3.3 FONTES VISUAIS

Além das fontes aqui apresentadas, devemos considerar outros vestígios para estudar o passado, como as fontes visuais, que trazem informações de outras épocas e são constituídas por pinturas, caricaturas, fotografias, gravuras, filmes, vídeos e programas de televisão, redes sociais, entre outros. Indicamos a seguir duas telas como exemplos de fontes visuais.

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PINTURAS

FONTE: MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH.

Essa tela intitulada “Três Primeiras Casas de Toledo”, de autoria de Lauro Schuck, é uma pintura em óleo sobre tela feita em 1996 e representa as primeiras casas de Toledo. Na página 143 está a foto dessas casas, que serviu de referência para o artista pintar a tela.

FONTE: MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH.

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Essa tela intitulada “Usina Carlos Mathias Aloysio Becker”, de autoria de Antonio Paulowich, é uma pintura em óleo sobre tela, de 1986. Ela representa as casas de máquinas da primeira usina hidrelétrica de Toledo, no rio São Francisco, inaugurada em 1956. A construção dessa usina foi possível com a ajuda de moradores de Toledo que emprestaram dinheiro para a Prefeitura Municipal e, ainda, contou com o investimento da Colonizadora MARIPÁ. Os moradores que emprestaram dinheiro receberam um documento da prefeitura que se propôs a devolvê-lo nos primeiros anos após o funcionamento da usina. Antes da construção da usina, os moradores utilizavam velas, lampiões a querosene, a gás e energia elétrica produzida por geradores, que não era suficiente para atender as casas e as empresas. Por essa razão houve uma mobilização popular para a construção da usina e ela foi fundamental para o desenvolvimento de Toledo, até a chegada da energia da Companhia Paranaense de Energia - COPEL em 1970. Na década de 1960 foram também construídas outras duas usinas: uma no distrito de Novo Sarandi e outra no distrito de Novo Sobradinho, ambas no rio Guaçu.

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1.3.4 FONTES ORAIS

Entrevistas, gravações de áudio e vídeo, lendas contadas ou registradas de relato de viva-voz e programas de rádio são consideradas fontes orais. Vejamos, na sequência, um exemplo de utilização de fonte oral sobre o processo de colonização de Toledo. ENTREVISTA

FONTE: MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH, 2015.

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TRECHO DA ENTREVISTA DE ALFREDO RUARO DESCREVENDO A SUA VINDA A TOLEDO PARA CONHECER A FAZENDA BRITÂNIA, EM 1945:

“[...] Só havia uma picada que seguia a linha telegráfica feita pelo Marechal Rondon que ligava Cascavel a Porto Mendes. O encarregado da linha era um tal Paulo e ele tinha um irmão que morava num lugar chamado “Lopeí”, um acampamento que havia lá. Levamos meio dia de Cascavel até o “Pouso Lopeí”. Acampamos nesse Lopeí... Não era bem acampar. Dormimos em cima de couro de vaca, que tem um cheiro maluco!... No dia seguinte fomos até o “Pouso Toledo”, à beira de um pequeno rio chamado Toledo. Ali não existia nada. Mas havia uma pequena derrubada. Fomos lá dar uma olhada, vimos os pinheiros, muitos bonitos, vimos a terra, muito boa. Daí voltamos a Cascavel e depois ao Rio Grande para acabar o negócio”. FONTE: Museu Histórico Willy Barth, entrevista no 02 de agosto de 1984. In: GRONDIN, Marcelo. Alfredo Paschoal Ruaro: Fundador de Cidades. Curitiba: Pulp Edições, 2013. p. 37-38.

Alfredo Ruaro era um dos sócios proprietários da Colonizadora MARIPÁ e foi diretor administrativo dessa mesma empresa, no período de 1946 a 1949. Nessa entrevista, ele relata como foi sua primeira visita de reconhecimento da Fazenda Britânia, que estava a venda, na companhia de Alberto Dalcanale, também sócio da MARIPÁ, em dezembro de 1945.

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ATIVIDADE COLETIVA Agora que você já sabe o que são fontes de pesquisa histórica, juntamente com o/a seu (a) professor (a), faça uma pesquisa sobre a história da sua escola e depois apresente à comunidade escolar.

ATIVIDADE INDIVIDUAL Praticando! Utilizando o gênero discursivo entrevista, procure em seu bairro ou família um adulto que queira contar como era sua vida quando criança (casa, alimentação, brincadeiras...). Com o auxílio de seu/sua professor/a, elabore questões para compor a entrevista.

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2. A ORIGEM DO NOME DO MUNICÍPIO DE TOLEDO GENTE TEM SOBRENOME Todas as coisas têm nome Casa, janela e jardim Coisas não têm sobrenome Mas gente sim

Todo brinquedo tem nome Bola, boneca e patins Brinquedo não tem sobrenome Mas a gente sim

Todas as flores têm nome Rosa, camélia e jasmim Flores não têm sobrenome Mas gente sim

Coisas gostosas têm nome Bolo, mingau e pudim Doces não têm sobrenome Mas gente sim Renato é Aragão, o que faz confusão Carlito é o Charles Chaplin E tem Vinícius que era de Moraes E o Tom Brasileiro é Jobim

O Chico é Buarque, Caetano é Veloso O Ari foi Barroso também E tem os que são Jorge, tem o Jorge Amado Tem outro que é Jorge Ben Quem tem apelido, Dedé, Zacarias Mussum e a Fafá de Belém Tem sempre um nome e depois do nome Tem sempre um nome e depois do nome Tem um sobrenome também Tem sobrenome também

Quem tem apelido, Zico, Maguila, Xuxa, Pelé e He-man Tem sempre um nome e depois do nome tem sobrenome também. (Música – Toquinho)

PROBLEMATIZANDO

a) Por que coisas e pessoas têm nome? b) A música do Toquinho, famoso compositor brasileiro, afirma que todas as pessoas têm nome e sobrenome. Você sabe qual é a história do seu nome e sobrenome? c) Pergunte para seus pais a história de seu nome, faça um relato e apresente para seus colegas.

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O poema apresenta nome de objetos, doces e pessoas, mas os lugares também têm nomes, assim como nosso Município. 2.1 QUAL A ORIGEM DO NOME DO NOSSO MUNICÍPIO? Vem do “Pouso Toledo”, primeiramente e, depois, do “Arroio Toledo”, que foi o destino da caravana de trabalhadores que partiu de São Marcos, Rio Grande do Sul, em fevereiro de 1946. Esses trabalhadores tinham a missão de iniciar os trabalhos de colonização de uma grande extensão de terras no Oeste do Paraná – a Fazenda Britânia - adquirida por um grupo de empresários gaúchos. Quando chegaram ao Arroio Toledo, depois de 38 dias de viagem, os homens fizeram moradias com lonas para se abrigar, onde havia uma área desmatada, local do antigo pouso chamado “Toledo”. Poucos dias depois construíram três casas de madeiras que serviram de dormitório, refeitório, depósito e escritório da colonizadora. Notícias como a oferta de trabalho e venda de terras foram espalhadas pelo Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e na fronteira com o país vizinho Paraguai. Aqueles primeiros moradores não precisaram inventar um nome para o lugar que fundaram. Apenas emprestaram o nome “Toledo” do antigo pouso e do rio. Então nomearam o novo lugar que fundaram como “Vila Toledo”. Nos primeiros anos de colonização, ocorreram tentativas de mudança do nome da Vila Toledo. O Padre Antonio Patui quis mudar o nome de “Vila Toledo” [36]

propondo o de “Vila Cristo Rei”. Também houve a sugestão de um sócio da Colonizadora, que em oposição ao termo “Britânia”, nome da Fazenda que lembrava seus antigos proprietários ingleses, a vila tivesse o nome de “Brasiléia”, lembrando que a região pertencia aos brasileiros. Em 1952, seis anos após sua fundação, a Vila Toledo emancipou-se de Foz do Iguaçu e se tornou município, mantendo o nome “Toledo”, que já era o mais conhecido. 2.2 E O RIO TOLEDO, POR QUE RECEBEU ESTE NOME? Essa é outra história! Você quer mesmo saber a origem do nome de nosso município? Para isso, precisamos visitar o passado e conhecer alguns fatos ocorridos por aqui, há mais de cem anos, quando nossa região foi ocupada por argentinos e paraguaios, que abriram caminhos no interior da floresta em busca de folhas de uma árvore nativa: a erva-mate (Nome científico: Ilex paraguariensis). Essa erva era comercializada para fazer chá e chimarrão. PARA SABER MAIS SOBRE UM HOMEM CHAMADO TOLEDO... Era mês de outubro de 1904, quando o engenheiro Arthur Martins Franco, Comissário de Terras do governo do Paraná e seu auxiliar Aristides, partiram de Curitiba para a região Oeste, com a missão de medir uma área de terras, concedida pelo governo paranaense a empresas argentinas na Lopeí, área localizada entre Toledo e Cascavel. Foi durante esse trabalho de medição de terras que conheceram um homem chamado “Toledo”, num acampamento na floresta. O que sabemos sobre este senhor chamado Toledo foi descrito pelo engenheiro Arthur, em seu livro Recordações de viagens ao Alto Paraná, produzido a partir de anotações que fez durante suas viagens de trabalho pelo Oeste do Paraná. De acordo com relatos do engenheiro, após o desembarque no rio Paraná, ele e [37]

o Aristides, reuniram um grupo de trabalhadores paraguaios e, de posse de algumas mulas, para o transporte de mantimentos e dois cachorros, puseram-se a caminhar mata adentro por um caminho estreito (picada Nuñez y Gibaja), aberto para a exploração da erva-mate. Após 17 dias de viagem pela picada, chegaram ao destino, um lugar chamado Acampamento Central [Pouso Lopeí]. O acampamento se resumia a alguns ranchos com paredes e telhados feitos de taquaras. O encarregado do local era Floriano Arrechéa, um argentino, que sabia falar a língua guarani, a mais utilizada pelos trabalhadores que residiam no acampamento. Foi nesse acampamento que Artur Franco e Aristides conheceram um homem de nome Toledo. Para medir as terras, o engenheiro organizou duas frentes de trabalhadores e o Toledo foi encarregado de comandar uma delas: “era o feitor da turma do Aristides” (FRANCO, 1973, p. 33). Toledo conhecia os perigos da mata, sabia comunicar-se na língua dos trabalhadores e por isso foi encarregado de comandar uma das turmas. Certa manhã, no Acampamento Central, faltou comida e enquanto aguardavam a chegada de mantimentos o engenheiro Arthur, um paraguaio de nome Amarillo, e o Toledo dispuseram-se a caçar. Com ajuda de cachorros, os dois primeiros seguiram por uma picada, enquanto que Toledo, com um pé machucado e uma arma na mão, ficou sentado à beira do rio, onde havia uma ponte. Os outros dois seguiram e mais adiante soltaram os cachorros que correram para o interior da mata, até que se distanciaram, latindo. Passado um tempo, Artur e Amarillo decidiram voltar sem disparar um tiro. Os dois cachorros também regressaram ao acampamento. Sobre a caçada daquela manhã, o engenheiro relatou: “qual não foi a nossa surpresa... Toledo fora quem fizera a caçada, pois o veado que os cães haviam corrido, viera a cruzar o rio... Toledo atirou com sua escopeta...e trouxe o veado para o acampamento...que foi servido no almoço desse dia”(FRANCO,1973, p. 32-33). Nessa caçada, Toledo demonstrou conhecer a mata,

[38]

inclusive o caminho por onde os animais costumavam passar no rio, junto à ponte. Quando foram finalizados os trabalhos de medição da Gleba Lopeí 2, o engenheiro registrou: “Iniciamos a nossa viagem de regresso a 30 de janeiro de 1905, para as barrancas do rio Paraná, despedimo-nos, com saudades, dos nossos amigos Floriano, Norberto e Toledo” (FRANCO, 1973, p. 42). Esse tipo de despedida confirma que o Senhor Toledo residia no Acampamento Central e junto com o argentino Floriano, ocupava tarefas de maior responsabilidade, como a de feitor (capataz), a serviço da companhia argentina “Nunez y Gibaja”, autorizada pelo governo paranaense a extrair erva-mate na região. O POUSO TOLEDO Em mapa de janeiro de 1915 e arquivado no acervo do Museu Histórico Willy Barth, consta a indicação de vários pousos, sendo um deles denominado Pouso Toledo. Era o pouso mais próximo da área da Gleba Lopeí, onde foram feitas medições com ajuda do “feitor” Toledo. Nessa época, o Pouso Toledo e o território da Lopeí, a leste da Fazenda, pertenciam à mesma empresa argentina exploradora de erva-mate, a “Nuñez Y Gibaja”. Como sabemos pelos relatos do engenheiro Arthur Franco, o Senhor Toledo, que ele conheceu como “Feitor”, “Caçador” e, na despedida, o citou como “Amigo” que morava no Acampamento Central. No entanto, em seu livro, nada diz sobre a existência do Pouso Toledo. Considerando que os relatos do engenheiro datam de 1905, então, o Pouso Toledo, indicado no mapa, foi instalado depois dessa data. Embora, sem poder afirmar, mas considerando o fato de que a empresa proprietária do Pouso ser a mesma a explorava erva-mate também na área da Gleba Lopeí, aumenta a possibilidade de que o “feitor” Toledo tenha sido o encarregado da administração do Pouso quando este foi instalado, ficando conhecido como Pouso Toledo, como assinalado no mapa a seguir.

2

Para medir a área de terras na Lopeí, a equipe partiu de Curitiba, embarcaram num navio no porto de Paranaguá, e pelo Oceano Atlântico passaram pelo Uruguai, Argentina e trocando de embarcações várias vezes, subiram o rio Paraná, passando por Foz do Iguaçu, até chegar ao destino, nas barrancas do rio Paraná, onde estavam iniciando um pequeno porto, que nomearam de Porto 12 de outubro, data da chegada. Praticamente repetiram o caminho que os espanhóis faziam séculos antes para colonizar a região.

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PRINCIPAIS “OBRAGES” NO OESTE DO PARANÁ

FONTE: WACHOWICZ, 1982, p. 64 apud PERIS, S/D, p. 62 (ADPATADO).

RESUMINDO... Inicialmente, Toledo era o nome de uma pessoa que trabalhava na extração da erva-mate e medição de terras e que, possivelmente, passou a ser responsável por um dos pousos da empresa argentina, exploradora da erva-mate. Esse pouso passou a ser conhecido como Pouso Toledo. O rio que corria ao lado do Pouso recebeu o mesmo [40]

nome: Rio Toledo. Como já relatamos, em 1946, os colonizadores gaúchos instalaram-se no Pouso, próximo ao rio, e fundaram um povoado, que deram o nome de Vila Toledo e que permanece até hoje como nome do nosso município. Quanto ao território do antigo pouso hoje é área urbana, ocupado pelos Bairros da Vila Pioneiro, Bairro Sadia, e Vila Operária. Essa região foi ocupada de forma espontânea por moradores que migraram de várias regiões do Brasil, no início da colonização de Toledo, que ficou conhecida como Pouso Frio, porque seus moradores não possuíam escritura dos terrenos onde moravam. A partir da década de 1980, por reivindicação dos moradores, o Poder Público regularizou a situação dos terrenos, fornecendo escrituras definitivas. Ao mesmo tempo, foram ampliadas a rede de abastecimento de água, energia elétrica e telefonia. Notamos que essa região apresenta ruas estreitas, casas próximas umas das outras, com lotes e quadras com medidas diferentes do restante da cidade, indicando uma ocupação não planejada dessa região e, que hoje, apresenta alta concentração de população e diversidade de etnias entre seus habitantes.

CURIOSIDADE Pousos e acampamentos eram locais no interior da mata, com abrigos construídos de taquaras, que serviam de moradias para os trabalhadores na extração da erva-mate. O Pouso Toledo, era uma área de 200 hectares que ficava à margem esquerda do rio Toledo. Dos pousos, a erva-mate era transportada no lombo de animais, pela picada Nuñes Y Gibaja, até o rio Paraná e embarcado para Argentina.

[41]

2.3 TOLEDANO OU TOLEDENSE? Municípios vizinhos de Toledo nomeiam seus habitantes como palotinenses (Palotina), maripaenses (Maripá), rondonenses (Marechal Cândido Rondon), ouroverdenses (Ouro Verde do Oeste), cascavelenses (Cascavel) e outros “enses”, sendo assim, os habitantes de nosso município deveriam ser toledenses ou toledanos? Consultando o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa (p. 1970), ele descreve que os habitantes de Toledo na Espanha, cidade fundada a mais de mil anos e de Toledo no Estado do Paraná, são toledanos e toledanas. Toledenses são os habitantes dos municípios de Toledo em Minas Gerais e Pedro de Toledo no interior do Estado de São Paulo, cidades localizadas em território de colonização portuguesa. E como se explica? O dicionário não diz, mas no fundo existem fatos históricos que precisamos considerar como a presença dos colonizadores espanhóis na região Oeste do Paraná, no século XVI. Eles fundaram os povoados de Ontiveros e Cidade Real del Guayrá, à margem esquerda do Rio Paraná. No século XIX, a região Oeste do Paraná foi ocupada por empresas estrangeiras, a maioria argentinas, que exploraram erva-mate e madeiras. Além disso, constatamos que em nosso município, veículos de comunicação como jornais impressos, desde 1953, e emissora de rádio desde 1956, denominam [42]

os habitantes como toledanos e toledanas ou povo toledano. Da mesma forma, documentos, revistas e livros sobre a história de nosso município, arquivados no Museu Histórico Willy Barth, e outras publicações de autores locais, indicam o uso predominante do gentílico TOLEDANOS e TOLEDANAS.

ATIVIDADE 1. Pesquise e elabore uma linha do tempo sobre a história do Município de Toledo. 2. Pesquise com os seus familiares, sobre o que eles pensam da denominação de Toledanos e Toledenses para os gentílicos de Toledo. Após essa pesquisa, converse com seus colegas para socialização das respostas.

[43]

3. CONHECENDO O ESPAÇO GEOGRÁFICO DE TOLEDO 3.1 CARTOGRAFIA

A cartografia é a ciência que estuda e elabora mapas, ou seja, representa em figura plana uma determinada área do espaço terrestre. Os mapas e as cartas devem conter título, legenda, escala, orientação e projeção cartográfica sendo orientadas pelo norte geográfico da Terra.

Fonte: Adriano Capilupe (2016).

[44]

DIALOGANDO SOBRE O POEMA a) A cidade mencionada no poema descreve vários elementos que a compõem: casas, sorveteria, colégio, praça, campo de futebol. Faça uma lista com todos os elementos do espaço em que você vive. b) Observando o lugar onde você mora, o que você mudaria? c) Na última estrofe do poema os autores relatam um sentimento pela cidade. E você? Como se sente em relação à cidade onde mora? d) O que você entende por “todos eram gentis”? e) Quais recursos você utilizaria para encontrar essa cidadezinha?

3.2 CONHECENDO OS PONTOS CARDEAIS

Pontos cardeais são pontos de referência e servem de orientação no espaço terrestre. Eles têm por base o movimento de rotação da Terra e o Movimento aparente do Sol. O ponto onde o Sol aparece na linha do horizonte

é chamado de Leste

ou nascente e onde desaparece é conhecido como Oeste ou poente. O conhecimento dos pontos cardeais permite que saibamos a nossa localização.

[45]

PONTOS CARDEAIS

Como localizar os pontos cardeais usando seu corpo? Ao acordar, pela manhã, observe onde o Sol surge no horizonte. Estenda seu braço direito em direção ao Sol, assim, estará apontando para o Leste. Com seu braço esquerdo estendido no sentido contrário, você estará apontando para o Oeste. A sua frente estará o Norte e as suas costas o Sul.

[46]

VALE LEMBRAR

FONTE: Blogspot-Rosa Cruz Astrologia (2016).

Ao longo do ano o “nascer” do Sol se modifica diariamente. No dia do solstício de inverno, o Sol para de se deslocar na direção do Norte e começa a voltar para o Leste e somente no dia do equinócio da primavera do hemisfério Sul (para o hemisfério Norte o equinócio é no outono), que o Sol “nascerá” no Leste e se “porá” no Oeste.

[47]

PONTOS CARDEAIS NO MUNICÍPIO DE TOLEDO

Para que a localização no espaço geográfico seja mais eficiente, os pontos cardeais foram subdivididos e surgiram os pontos colaterais e subcolaterais que definem os espaços entre os pontos cardeais. [48]

PONTOS CARDEAIS E COLATERAIS

Os pontos colaterais: Sudeste (SE), Nordeste (NE), Sudoeste (SO) e Noroeste (NO), tornam mais exata a orientação.

PONTOS CARDEAIS E COLATERAIS DO MUNICÍPIO DE TOLEDO

[49]

POSIÇÃO GEOGRÁFICA DE TOLEDO NO BRASIL

O município de Toledo situa-se no Estado do Paraná, que se localiza ao Sul do nosso país, Brasil. Fazem parte da região Sul os Estados do Paraná, Santa Catarina e o Rio Grande do Sul.

[50]

O município de Toledo localiza-se na região Oeste do Paraná. Quando nos referimos a região Oeste do Paraná estamos empregando uma classificação usada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, que divide nosso Estado em mesorregiões (observe o mapa), ou seja, são agrupamentos de municípios com características econômicas e sociais semelhantes.

TOLEDO NO PARANÁ

[51]

A Região Oeste do Paraná está dividida em três microrregiões. São elas Toledo, Cascavel e Foz do Iguaçu. Toledo é a cidade polo da 22º microrregião do Paraná, em função da influência que exerce sobre 20 municípios circunvizinhos, devido ao número de habitantes, comércio e indústria serem mais expressivos.

[52]

O Estado do Paraná conta atualmente com 399 municípios, sendo um deles o nosso município de Toledo. A altitude média de Toledo é de 547m acima do nível do mar. Segundo o censo do IBGE de 2015, o município de Toledo conta com 132 077 habitantes e a estimativa para 2016 é de 133 824, ocupando o 12º lugar no índice populacional.

[53]

O MUNICÍPIO DE TOLEDO E SEUS LIMITES

[54]

O povoado de Toledo teve início com a venda das terras em pequenas propriedades, que trouxeram um grande número de agricultores, os quais povoaram o futuro município. Toledo fez parte do município de Foz do Iguaçu até o seu desmembramento, em 14 de novembro de 1951. Após a emancipação, em 1952, a área de Toledo envolvia o que hoje são municípios vizinhos: Marechal Cândido Rondon (de onde foi desmembrado Quatro Pontes e Pato Bragado), Nova Santa Rosa, Maripá, Ouro Verde do Oeste e São Pedro do Iguaçu, os dois últimos ocorreram mais tarde. Hoje, a área do município é 1.205,501 Km² e limita-se ao norte com Maripá e Nova Santa Rosa; ao sul com Santa Tereza do Oeste e São Pedro do Iguaçu; a leste com Assis Chateaubriand, Tupãssi e Cascavel; a oeste com Quatro Pontes, Marechal Cândido Rondon e Ouro Verde do Oeste.

3.3 HIDROGRAFIA DO MUNICÍPIO DE TOLEDO

A malha hidrográfica do município de Toledo é constituída por rios, lajeados, arroios, sangas e córregos, importantes do ponto de vista do desenvolvimento econômico do município, fazem a divisão entre as localidades, abastecem o município com suas águas e todas correm em direção ao Rio Paraná ou ao Lago de Itaipu.

[55]

Vale destacar a importância da usina do rio São Francisco que foi fundamental para o desenvolvimento econômico pela geração de energia em tempos de lampião. Fazem parte da malha hidrográfica de Toledo os seguintes rios: RIO TOLEDO E SEUS AFLUENTES. Extensão: 26,5 Km. Nascente: Entre São Luiz do Oeste e Linha Gramado. Foz: Rio São Francisco. RIO SÃO FRANCISCO e seus afluentes. Extensão: 72,1 Km. Nascente: Bairro Santos Dumont, Cascavel. Foz: Rio Paraná. ARROIO GUAÇU e seus afluentes. Extensão: 20 Km. Nascente: Entre São Luiz do Oeste e Ouro Preto. Foz: Rio Paraná. ARROIO MARRECO e seus afluentes. Extensão: 38,3 Km. Nascente: Loteamento Pasquali II (Jardim Gisella). Foz: Arroio Guaçu. RIO DEZOITO DE ABRIL e seus afluentes. Extensão: 28 Km. Nascente: Vila Flórida. Foz: Rio Paraná. RIO SANTA QUITÉRIA e seus afluentes. Extensão: 34,7 Km. Nascente: Divisa entre Toledo; Cascavel; São Pedro do Iguaçu; Santa Tereza do Oeste. Foz: Rio São Francisco Falso. [56]

HIDROGRAFIA DE TOLEDO

FONTE: Geoprocessamento da Prefeitura de Toledo (2016).

[57]

ARROIO MARRECO

Fonte: Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Toledo (2015).

CACHOEIRA NO ARROIO GUAÇU, PRÓXIMO À PEDREIRA, NO DISTRITO DE NOVO SARANDI.

Fonte: Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Toledo (2015).

[58]

RIO TOLEDO NO PARQUE DOS PIONEIROS

Fonte: Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Toledo (2015).

CACHOEIRA DO RIO SÃO FRANCISCO

Fonte: Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Toledo (2015).

[59]

UM DOS PONTOS DE RESSURGÊNCIA DO RIO TOLEDO – DISTRITO DE SÃO LUIZ DO OESTE

Fonte: Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Toledo (2015).

O Rio Toledo, com 26,5 km de extensão, possui a nascente e foz dentro da área territorial do município de Toledo. Suas nascentes ficam a leste entre o distrito de São Luiz do Oeste e Linha Gramado e a sua foz, fica ao sul do município, no Rio São Francisco. É importante considerar que na área da nascente do rio Toledo existe mais de um ponto de ressurgência das águas subterrâneas que representam as [60]

nascentes do rio Toledo, o que poderá ser observado na visita do Programa Conhecendo Toledo. A bacia hidrográfica do Rio Toledo possui área de 97 km2, sendo formada pela Sanga Perdida, Sanga Golondrini, Sanga Guarani, Sanga Manaus, Sanga Pinheirinho, Sanga Capellari, Sanga Lajes e Sanga Mata Sede. As Sangas Perdida, Golondrini, Guarani, Manaus e Lajes localizam-se na área rural.

Já as Sangas Pinheirinho (com sua nascente no Bairro Pinheirinho),

Capellari (ao lado do Parque Temático da Águas) e Pardo (Jardim Pancera/Parizotto), Sanga Mata Sede (nascente no Bairro Sadia) estão no perímetro urbano. A importância do Rio Toledo vem desde o início da colonização, quando as primeiras casas foram construídas às suas margens, já que esse fornecia o abastecimento de água aos primeiros moradores e, sendo que, até nossos dias suas águas são captadas, tratadas e distribuídas pela SANEPAR – Serviço de Saneamento do Paraná - para a cidade de Toledo. Os cuidados com a preservação do rio Toledo, pelo poder público, iniciaram na década de 1980, com a implantação do sistema de conservação dos solos na área rural para evitar a erosão e assoreamento do rio que provocavam inundações na área urbana.

[61]

VISTA PARCIAL DA RUA SÃO JOÃO (1979)

FONTE: MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH.

Outras ações para recuperação e preservação ambiental foram implantadas como as melhorias no sistema captação de água; redefinição da ocupação humana junto às margens do rio com deslocamento de moradias de madeira para áreas mais altas da cidade; tratamento do esgoto; readequação do leito do rio na área urbana.

[62]

PESQUISANDO 1.Pergunte para seus pais, avós, e/ou responsáveis, moradores antigos, como era o rio que passa próximo ao seu bairro e/ou distrito antigamente? Como esse rio se apresenta hoje? 2. Represente por desenho o antigamente e nos dias de hoje desse rio:

3.4 RELEVO DE TOLEDO O Município apresenta um relevo ligeiramente ondulado, quase plano no centro, ao norte (Novo Sobradinho, São Miguel, Vila Nova, Novo Sarandi) e a leste (São Luiz do Oeste). Apresenta-se um pouco acidentado na região oeste (Dez de Maio e arredores) e, no sudoeste, onde há uma pequena elevação com o nome de Serra de São Francisco, localizada a leste de Dez de Maio, entre a sede do distrito e a Linha União.

A ondulação do relevo toledano é pequena,

assinalada pela existência de quatro espigões paralelos (áreas um pouco mais elevadas), que funcionam como divisores de água. Podemos localizar estes espigões no mapa hidrográfico, já que representam a divisão entre as bacias hidrográficas. Todos esses espigões situam-se na direção leste-oeste, canalizando as águas na grande bacia do Paraná. A altitude média do Município é de 547m acima do nível do mar, com latitude sul 24º45’ e longitude oeste 53º42’. O ponto mais elevado fica entre a [63]

localidade de Gramado e o Distrito de São Luiz do Oeste, com a altitude de 687 metros. Desde os Campos de Guarapuava, no Centro-Sul do Paraná, até as barrancas do Rio Paraná e Lago de Itaipu, há declive de 1.200 para 120 metros de altitude, entre os Rios Iguaçu e Piquiri, onde está situado Toledo. O planalto apresenta-se revestido de camada de arenitos, rochas eruptivas e por tipos de solos correspondentes. Observe o mapa do relevo do Paraná.

[64]

A maior parte do solo do Município é do tipo latossolo roxo, o mesmo encontrado nos municípios circunvizinhos, com grande fertilidade, extremamente favorável à exploração agrícola.

3.5 SOLO DE TOLEDO A maior parte do solo do Município é do tipo latossolo roxo, o mesmo encontrado

nos

municípios

circunvizinhos,

com

grande

fertilidade,

extremamente favorável à exploração agrícola. LATOSSOLO ROXO Solo do tipo latossolo roxo são solos minerais, profundos suas cores variam de vermelhas muito escuras a amareladas, geralmente escuras pela presença de óxidos de ferro e de alumínio que são agentes agregantes. Os latossolos são passíveis de utilização com culturas anuais, perenes, pastagens e reflorestamento. Normalmente, estão situados em relevo plano a suave-ondulado, o que facilita a mecanização. São profundos, porosos, bem drenados, bem permeáveis mesmo quando muito argilosos, friáveis e de fácil preparo. Apesar do alto potencial para agropecuária, parte de sua área deve ser mantida com reserva para proteção da biodiversidade desses ambientes. FONTE: EMBRAPA. Disponível em: http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Agencia16/AG01/arvore/AG01_96_10112005101956.html Acessado em: 12 de julho de 2016

3.6 OCUPAÇÃO DO ESPAÇO URBANO E RURAL BAIRROS, DISTRITOS E LOCALIDADES DE TOLEDO A maioria dos municípios do Brasil possui zona urbana e rural. Em nosso município a zona urbana compreende a Sede, que é composta pelos três poderes: Legislativo (Câmara Municipal); Executivo (Prefeitura) e Judiciário (Fórum) e [65]

pelos bairros. Na zona rural, temos os distritos, entretanto, esses também possuem áreas urbanizadas.

BAIRROS

A sede do município é composta por um conjunto de bairros. Sendo assim, todas as cidades são divididas pelos bairros e cada bairro possui uma história diferente e são criados por uma Lei Municipal. As construções de moradias (casas, edifícios) e estabelecimentos comerciais vão surgindo nos bairros, de acordo com a necessidade de seus moradores e as ruas são ampliadas. Nos bairros também há espaços públicos como: Centros de Educação Infantil, Escolas, Postos de Saúde, praças e parques. Amplia-se também o serviço de transporte coletivo e no decorrer dos anos o bairro se transforma e a cidade cresce. Há também nos bairros indústrias, igrejas, Associação de Moradores e outros. São formados também pelos seus habitantes, ou seja, o grupo de pessoas que moram no bairro.

[66]

VISTA AÉREA PARCIAL DO LOTEAMENTO SANTA CLARA IV NO JARDIM EUROPA/AMÉRICA

FONTE: SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO DE TOLEDO, 2015.

Na imagem temos uma vista parcial do loteamento Santa Clara IV, no Bairro Jardim Europa/América. Observamos o grande número de residências, constituindo-se numa área de ocupação urbana recente. Notamos, também, que é uma área de ocupação planejada, pelo formato das quadras e ruas asfaltadas, com a predominância de casas populares e pouca arborização. ATIVIDADES Faça uma pesquisa sobre o bairro, o distrito ou localidade que você mora. Você pode entrevistar uma pessoa que mora muito tempo neste lugar. Você sabe em qual bairro ou distrito fica sua escola? E sua Casa? Você conhece [67]

mais algum bairro? Relate aos seus colegas o seu conhecimento. Sugestão de roteiro para sua pesquisa. Nome do bairro ou do distrito

Nome completo do entrevistado, telefone e idade. Quanto tempo mora no local?

Quais as mudanças que ocorreram no bairro ou distrito ao longo do tempo?

Sente saudade de algo do passado que o bairro ou distrito tinha e que não tem mais? Que tipos de serviços são oferecidos no bairro ou distrito?

O bairro ou distrito tem associação de moradores? O que gostaria melhorado?

fosse

Qual o sentimento em relação ao bairro ou distrito que escolheu para morar?

[68]

Observe o mapa que está representando os bairros de nosso município:

TOLEDO E SEUS BAIRROS

A cidade de Toledo é formada por 22 bairros que compõem sua área urbanas, assim denominados: Centro, Jardim América, Jardim Bressan, Jardim Concórdia, Jardim Coopagro, Jardim Europa/América, Jardim Gisela, Jardim [69]

Independência, Jardim La Salle, Jardim Pancera, Jardim Parizotto, Jardim Porto Alegre, Sadia, Jardim Santa Maria, Pinheirinho, São Francisco, Tocantins, Vila Becker, Vila Industrial, Vila Operária, Vila Panorama e Vila Pioneiro.

DISTRITOS E OUTRAS LOCALIDADES

De acordo com o plano de ocupação da Colonizadora Maripá foram fundadas vilas e povoados, desde o início de Toledo, na área rural. Após a instalação do município, em 1952, houve um aumento populacional, devido às correntes migratórias. Nessa época, a maior parte da população morava na zona rural e várias das vilas, fundadas no início de Toledo, tornaram-se distritos. Pela Lei Municipal nº 17, de 06 de julho de 1953, foram criados os distritos de General Rondon, Margarida, Quatro Pontes, Novo Sarandi e Dez de Maio. Hoje, os dois últimos continuam pertencendo a Toledo (Novo Sarandi e Dez de Maio). Já General Rondon se tornou o município de Marechal Cândido Rondon, absorvendo o distrito de Margarida. Quatro Pontes se tornou município com a mesma denominação. Distrito Municipal é uma divisão territorial e administrativa – comporta serviços públicos como educação e saúde - de um município, com área urbana e

[70]

rural. A área rural dos distritos é chamada de localidades ou linhas. Além dos distritos temos as linhas as localidades ou também chamadas de vilas Assim, sucessivamente, durante o decorrer dos anos foram sendo criados outros distritos. A divisão administrativa de Toledo é composta por doze áreas sendo a Sede do município e onze distritos. Recentemente, foi criado o distrito de Bom Princípio do Oeste pela Lei Municipal nº 65/2016.

VOCÊ SABIA ?

Além de Marechal Cândido Rondon, outros distritos foram desmembrados do município de Toledo quando se tornaram municípios, como: Assis Chateaubriand, Nova Santa Rosa, Maripá, São Pedro do Iguaçu e Ouro Verde do Oeste.

[71]

DISTRITOS E LOCALIDADES DE TOLEDO

3.7 RUAS, AVENIDAS, ESTRADAS Rua é um espaço que permite a circulação de pessoas e veículos dando acesso às moradias sejam elas casas, edifícios, lojas, empresas, hospitais e outros. [72]

Rua é uma “via pública para circulação urbana, total ou parcialmente ladeada de casas”, enquanto avenida é uma “via urbana mais larga do que a rua, em geral com diversas pistas para circulação de veículos”, de acordo com o Dicionário Aurélio, “Ainda temos que considerar que existem avenidas estreitas e ruas com várias pistas travessa, viela e passarela, também destinados a circulação de veículos e pedestres”. Avenida é uma via mais larga do que uma rua, geralmente tem várias pistas. FONTE: MUNDO ESTRANHO. Qual a diferença exata entre rua e avenida? 2014. Disponível em: Acessado em: 10 de janeiro de 2016.

SE ESSA RUA FOSSE MINHA Se essa rua

Dentro dele

Se essa rua fosse minha

Dentro dele mora um anjo

Eu mandava

Que roubou

Eu mandava ladrilhar

Que roubou meu coração

Com pedrinhas

Se eu roubei

Com pedrinhas de brilhante

Se eu roubei teu coração

Para o meu

Tu roubaste

Para o meu amor passar

Tu roubaste o meu também

Nessa rua

Se eu roubei

Nessa rua tem um bosque

Se eu roubei teu coração

Que se chama

É porque

Que se chama solidão

É porque te quero bem

FONTES: LETRAS. Cantigas Populares. Disponível em: www.letras.mus.br/cantigas populares. Acessado em: 15 de fevereiro de 2016

[73]

CONVERSANDO SOBRE A MÚSICA

1. Alguém conhece essa música? 2. Sobre o que ela fala? 3. Todas as ruas são como a rua que fala na música? 4. As ruas são sempre iguais? 5. O que muda nas ruas? 6. E a rua da sua casa, como é? 7. Pesquisando: A rua da sua casa sempre foi assim como é hoje? Faça uma pesquisa, pergunte para alguém mais velho que você como era a rua da sua casa a uns 10 anos atrás/ ou quando você nasceu? 8.

Muito bem, agora cada um irá desenhar a rua da sua casa como ela é hoje. Depois

feche os olhos e imagine o que você gostaria que fosse diferente nesta rua e desenhe.

Em nosso município tem muitas ruas e todas foram se modificando com o passar dos tempos, e parte de uma delas, foi tombada como patrimônio histórico de Toledo. É o caso da Rua é a 7 de setembro, uma das ruas mais antigas da cidade de Toledo. Considerando sua importância para a preservação da nossa história, foi tombado um trecho da mesma, através do Decreto nº 140, de 25 de setembro de 2005. Neste trecho, no início da cidade de Toledo, havia de um lado da rua, a Primeira Igreja Católica e a primeira escola - atual INCOMAR. Ainda havia uma [74]

casa de atendimento à saúde, chamado “Hospital São Paulo”. Do outro lado da rua, ficava o primeiro armazém da Colonizadora Maripá e a casa Paroquial, onde residia o Padre Antonio Patui, com o internato para os meninos seminaristas. RUA 7 DE SETEMBRO

FONTE: SECRETARIA DA COMUNICAÇÃO DE TOLEDO, 2015.

Vista de um trecho do calçamento tombado da Rua 7 de Setembro. TOMBAMENTO O tombamento é o ato de reconhecimento do valor histórico de um bem, que o transforma em patrimônio oficial e institui regime jurídico especial de propriedade, levando em conta sua função social. Um bem histórico é "tombado" quando passa a figurar na relação de bens culturais que tiveram sua importância histórica, artística ou cultural reconhecida por algum órgão que tem essa atribuição.

[75]

RUA SETE DE SETEMBRO NA DÉCADA DE 50, ESQUINA COM A RUA BARÃO DO RIO BRANCO

FONTE: MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH, 2015.

Ao lado direito da rua vemos um grupo de pessoas, em frente ao escritório da Colonizadora Maripá. Trata-se de uma caravana de pessoas interessadas na compra de terras em Toledo. A Rua 7 de Setembro, nessa época, era sem pavimentação e quando chovia tinha barro e quando ficava dias sem chover, a passagem dos veículos e o vento, produziam muita poeira. Observamos, ainda, no meio da rua postes de madeira, indicando que havia energia elétrica e iluminação pública.

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PESQUISA - Qual é o nome da rua em que você mora? - Você sabe por que a rua recebeu este nome? Pesquise com seus pais e/ou responsáveis, moradores antigos e descubra a história de sua rua. Você também poderá pesquisar na internet e no livro Ruas de Toledo: Identidades que se cruzam, organizado por Silvio Colognese, que está disponível em todas as bibliotecas das escolas municipais. Em seguida, faça a representação por desenho da rua onde você mora. Depois de pronto o texto e o desenho, faça um cartaz para ser exposto na escola.

VISTA PARCIAL DA AVENIDA MARIPÁ, EM 1950

FONTE: MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH, 2015.

Observamos agora a Rua Maripá, a mais antiga de Toledo. Essa foto é de 1950 e mostra que a rua ainda não era pavimentada. Notamos construções à [77]

direita da rua, sendo a primeira uma Marcenaria, onde eram fabricados móveis, janelas, portas, etc. e, um hotel e depois vemos casas de moradia. Ao fundo da fotografia, aonde vemos a mata, hoje corresponde ao bairro da vila Pioneiro.

RUA BARÃO DO BRANCO, 1960

FONTE: MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH, 2015.

Nessa foto temos uma vista de um ônibus transitando na Rua Barão do Rio Branco. Nessa época, a rua já possuía calçamento com pedras irregulares e as construções que vemos são em alvenaria. A cena capturada pelo fotógrafo foi no centro da cidade de Toledo, na década de 1960.

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RUA SANTOS DUMONT

FONTE: SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO DE TOLEDO, 2015.

Essa foto é uma vista parcial da Rua Santos Dumont, de 2015. Observamos que a rua tem pavimentação asfáltica, com vários veículos em movimento. A rua apresenta sinalização de trânsito e nas laterais, notamos a rede elétrica, arborização e a presença de prédios.

RESUMINDO... Nas fotos anteriores, observamos que a área urbana da cidade de Toledo passou por modificações ao longo da história. Nas primeiras fotos, as ruas eram sem pavimentação (estrada de chão); depois foram pavimentadas com [79]

calçamento de pedras irregulares; e, por último, as ruas receberam pavimentação asfáltica. Em relação às moradias e as casas comerciais, inicialmente foram construídas em madeira e depois foram substituídas por construções de tijolos (alvenaria). Observamos cada vez mais o crescimento no número de prédios ocupando os espaços das casas de moradia3, resultado do desenvolvimento e do crescimento populacional de Toledo.

PROBLEMATIZANDO

a) Quais as semelhanças e diferenças entre as imagens das ruas? b) Quais outros tipos de rua que você conhece? c) Algumas das imagens de ruas apresentadas se parecem com a rua da sua casa? Explique.

3.8 RODOVIA

Rodovia é a denominação a qualquer estrada, uma via de transporte, de circulação de pedestres, carros, ciclistas e outros. 3

A construção de prédios vem de encontro às necessidades econômicas e sociais, e com isso observamos a verticalização da cidade no decorrer dos últimos anos.

[80]

Rodovias estaduais são administradas pelos estados e, no Paraná, são chamadas de PR. Temos como exemplo a rodovia PR 317, que liga Toledo a Ouro Verde do Oeste e Toledo/Marechal Cândido Rondon e Palotina, passando pelo Aeroporto Municipal Luiz Dalcanalle Filho.

RODOVIA PR 317

Rodovias federais no Brasil são chamadas de BR e são estradas administradas pela União, temos como exemplo a rodovia BR 467 que liga Toledo a Cascavel.

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TRECHO DA RODOVIA BR 277

FONTE: BANDNEWS FM, 2014.

Rodovias municipais em nosso município, Toledo, são chamadas OT. Temos como exemplo a rodovia OT 449 que liga a sede do município ao distrito de São Luiz do Oeste, passando pela localidade de Sol Nascente.

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RODOVIAS MUNICIPAIS - OT 449

FONTE: SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO DE TOLEDO, 2015.

Outro exemplo de rodovia municipal é a OT 313, denominada de Rodovia Rural José Antonio Stockmann, que liga o distrito de Vila Nova a localidade de vila Flórida. A pavimentação asfáltica dessa OT ocorreu em 2016.

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RODOVIA RURAL JOSÉ ANTONIO STOCKMANN - OT-313

FONTE: SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO DE TOLEDO, 2016.

3.8 BAIRROS, DISTRITOS E LOCALIDADES DE TOLEDO

A maioria dos municípios do Brasil possui zona urbana e rural. Em nosso município a zona urbana compreende a Sede, que é composta pelos três poderes: Legislativo (Câmara Municipal); Executivo (Prefeitura) e Judiciário (Fórum) e pelos bairros. Na zona rural, temos os distritos, entretanto, esses também possuem áreas urbanizadas.

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BAIRROS

A sede do município é composta por um conjunto de bairros. Sendo assim, todas as cidades são divididas por bairros que são criados por uma lei municipal e cada bairro possui uma história diferente. As construções de moradias (casas, edifícios) e estabelecimentos comerciais vão surgindo nos bairros de acordo com a necessidade de seus moradores e as ruas são ampliadas. Nos bairros também há espaços públicos como: Centros de Educação Infantil, Escolas, Postos de Saúde, praças e parques. Amplia-se também o serviço de transporte coletivo e no decorrer dos anos o bairro se transforma e a cidade cresce. Há também nos bairros indústrias, igrejas, Associação de Moradores e outros. São formados também pelos seus habitantes, ou seja, o grupo de pessoas que moram no bairro.

[85]

Observe o mapa que está representando os bairros de nosso município:

DISTRITOS E LOCALIDADES DE TOLEDO

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4. ESTUDANDO CIÊNCIAS NO MUNICÍPIO DE TOLEDO Para iniciarmos os estudos de Ciências e Educação Ambiental vamos ler e analisar o poema abaixo.

“ GUARDIÕES DA NATUREZA” Protegendo a Mata Atlântica, seres muito espertos; “Sapos, Rãs e Pererecas”, habitando nas florestas, fazem controle de insetos

se algo não vai bem com eles, serve de alerta prá gente. Somando espécies brasileiras, podemos contar mais de mil, em toda Europa só quatro, provando com isso de fato, a riqueza do Brasil.

Fonte de proteína, base da cadeia alimentar, muitas aves e mamíferos, comem até se fartar.

Fique atento e perceba, nos bichinhos um sinal, se aumentar seu espaço, a Natureza num abraço, nos livrará todo mal.

São ótimos indicadores, de qualidade ambiental, sensíveis à qualquer poluente,

Waldemar Augusto Mazzola, 2013 http://www.apoema.com.br/poemas_mazzola.htm

RESPONDA: 1.

Qual é o tema da poesia?

2.

Que animais são citados no texto?

3.

Na segunda estrofe o poeta menciona os seguintes termos: aves e

mamíferos, você consegue listar 3 diferenças entre esses tipos de seres? 4.1 BIOMAS Em nosso planeta as paisagens não são iguais, o solo é diferente assim como o clima, as espécies de plantas e animais que vivem nesses

[87]

ambientes. Esses lugares diferentes são chamados de Biomas e compostos pelos seres vivos e não vivos. O Brasil é formado pelos seguintes Biomas: cerrado, caatinga, floresta amazônica, mata atlântica, pampas e pantanal. Isso significa que o solo, quantidade de água disponível, as características do clima, as árvores, arbustos, a vegetação que ali existem são diferentes e interagem entre si, permitindo que determinadas espécies de animais como mamíferos, insetos, répteis e aves vivam nesses locais. Os Biomas são formados por um conjunto de Ecossistemas. Agora que vocês já aprenderam um pouco mais sobre a Mata Atlântica, vamos observar a imagem abaixo. MAPA BIOMAS DO BRASIL

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RESPONDA: a) No mapa localize o Estado do Paraná. Qual o tipo de vegetação que predomina em nosso Estado? b) Faça uma lista com o nome dos Estados do Brasil que também possuem Mata Atlântica. c) Quantos tipos de Biomas diferentes o Brasil possui?

TRABALHO INDIVIDUAL

Neste trabalho, você irá pesquisar sobre a Mata Atlântica. Utilize o computador (internet), livros ou revistas e procure descobrir quais são os tipos de animais e plantas que fazem parte da Mata Atlântica? a) Organize por escrito as informações que você descobriu. b) Apresente para o seu/sua professor/a duas ou mais imagens, figuras ou fotos que mostrem a Mata Atlântica. c) Com ajuda de seu/sua professor/a faça um cartaz com seus colegas.

Veja o Exemplo:

O quati é um animal que vive na Mata Atlântica, nesse ambiente ele encontra alimentos e condições ambientais como: água e clima que são favoráveis para sobreviver.

[89]

Como observado, o bioma paranaense é denominado Mata Atlântica. Essa mata possui várias espécies de árvores e vegetações diferentes. Toledo também já teve muita mata atlântica, mas, como nós humanos modificamos nosso meio, a mata deu lugar às casas, prédios, igrejas, escolas plantações de soja, milho, trigo e produção de suínos e aves. As imagens abaixo são exemplos dos tipos de matas presentes no Bioma da Mata Atlântica do Paraná.

Floresta Ombrófilas Mista com Presença de Araucárias

Floresta Ombrófilas Densa sem a presença de Araucárias

Agora com a ajuda de seu/sua professor/a pense e discuta sobre as seguintes questões:

a) Você consegue identificar mais de uma diferença entre as paisagens acima, quais são elas? b) Onde você mora existe uma mata semelhante a da imagem? c) Você consegue imaginar toda a nossa cidade recoberta por essa mata? Explique. [90]

d) Como seria morar em um lugar como o das imagens? e) Se você chegasse a Toledo em 1952, provavelmente encontraria uma mata parecida com as das imagens. O que você precisaria fazer para conseguir sobreviver num local como esse? 4.2 VAMOS OBSERVAR AS MUDANÇAS EM NOSSA CIDADE. No processo de colonização do Município de Toledo, devemos lembrar que o homem precisou interferir no Meio Ambiente, derrubando a floresta e transformando-a em áreas urbanas e rurais. VISTA PARCIAL DA VILA TOLEDO EM 1949

FONTE: MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH.

A foto apresenta uma vista de Toledo, quando a vila possuía apenas 3 anos de existência. As casas se concentravam em torno da primeira igreja católica. Os terrenos eram divididos por cercados de madeira. Por meio do trabalho individual e em grupo (mutirão), foi necessário derrubar uma parte da floresta para a abertura de ruas e construção de casas de madeira. Ao [91]

fundo da imagem vemos a floresta densa, com árvores altas, que foi derrubada, na medida em que a cidade foi crescendo.

VISTA PARCIAL DO INÍCIO DO DISTRITO DE CONCÓRDIA DO OESTE, 1951

FONTE: MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH.

Nessa imagem, vemos as primeiras construções da vila de Nova Concórdia, que mais tarde passou a denominar-se de Distrito de Concórdia do Oeste. A estrada que vemos na fotografia era o caminho principal para o Rio Paraná, pela qual era transportada a madeira, em caminhões, até o Porto Britânia.

De lá, a madeira era exportada para a Argentina e na volta, os

caminhões traziam mantimentos (farinha, enlatados, sal, banha, entre outros).

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A paisagem vegetal foi totalmente mudada pela ação humana. Dessa maneira as árvores que aqui existiam foram derrubadas e seus troncos transformados para construção de moradias, casas comerciais, clubes, igrejas, escolas, hotéis. A madeira extraída também foi vendida para pessoas de outras cidades pela Industrial Madeireira Colonizadora Rio Paraná - MARIPÁ. A floresta aqui encontrada pelos colonizadores, a partir de 1946, era considerada nativa, ou seja, natural, ninguém precisou plantá-la, ela cresceu naturalmente. As árvores formavam uma densa mata que abrigava várias espécies de animais inclusive onças. A paisagem modificada pela interferência humana recebe o nome de paisagem cultural enquanto a paisagem nativa é denominada paisagem natural. Para implantação da agricultura e pecuária a paisagem natural foi alterada pelo trabalho humano, com a derrubada da mata, para o cultivo da terra para a produção de alimentos e animais. Com a implantação da agricultura mecanizada foi acelerada a derrubada das florestas para cultivo da soja, trigo e milho. Para isso, as árvores foram cortadas com motosserras, arrancadas com tratores, amontoadas e queimadas, para dar mais espaço.

[93]

SERRARIA, EM 1949.

FONTE: MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH.

Serraria localizada próximo a cidade e ao rio Toledo. No pátio dessa serraria, notamos várias toras que foram trazidas do interior da mata para serem serradas e utilizadas nas construções e para exportação. No entorno dessa serraria, percebemos que a floresta com predominância de araucária (Pinheiro do Paraná). Nas imagens a seguir, apresentamos paisagens naturais e culturais. Todas as fotos são imagens capturadas em nosso município.

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Faça um quadro em seu caderno e complete-o, indicando o tipo de paisagem (natural ou cultural) e explique por que de cada uma, conforme o modelo: Paisagem 1 Paisagem 2 Paisagem 3 Paisagem 4 Paisagem 5 Paisagem 6

[95]

4.3 ÁGUA A água é de fundamental importância para a manutenção da vida de todas as espécies do planeta. Esse recurso natural cobre cerca de 70% da superfície terrestre, entretanto, cerca de 3% deste volume é de água doce.

GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DA ÁGUA NO PLANETA

PROBLEMATIZANDO: a) A água é um recurso natural infinito? Explique. b) A disponibilidade de água doce é suficiente para suprir as necessidades do ser humano? Por quê? c) Qual a importância da água para a vida? d) Como podemos contribuir para a preservação da água no planeta?

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ÁGUA: RECURSO NATURAL A água é um recurso natural infinito. Então, por que precisamos cuidar da água? Conforme observamos no gráfico anterior, somente 1% da água do Planeta Terra está acessível para o consumo humano. Sendo assim, é necessário cuidarmos dela evitando despejo de esgoto e de dejetos de animais nos rios, acúmulo de lixo nas ruas e uso de agrotóxicos na agricultura, que através das águas das chuvas também são levados aos rios, poluindo suas águas. A água das chuvas se infiltram no solo formando os lençóis freáticos e, também, as nascentes que formam os rios. Quando chove, em seu caminho lá do alto até o solo, a água da chuva carrega gases que estão no ar. Nas regiões de indústrias as águas da chuva carregam fuligens e gases que saem das chaminés até o chão. Da mesma forma, parte dos gases que saem dos escapamentos dos veículos sobem e, quando são trazidos de volta pelas chuvas, fazem com que a água não seja pura. Na zona rural as águas das chuvas caem sobre as plantações, infiltram no solo e correm para os rios carregando inseticidas, herbicidas e fertilizantes utilizados na agricultura. Outra forma de cuidarmos da água é evitar os desperdícios. Desperdiçar é uma das atitudes que mais prejudicam nosso planeta, pode acreditar! Tudo o que utilizamos é feito com recursos da Terra, por isso toda vez que fazemos mau uso dos nossos objetos, compramos coisas desnecessárias ou desperdiçamos, estamos prejudicando um pouco mais o planeta, pois para produzir alimentos ou bens de consumo é necessário a utilização de água.

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RELAÇÃO ESTABELECIDA ENTRE VÁRIOS PRODUTOS DE CONSUMO E O GASTO DE ÁGUA EM SUA PRODUÇÃO (EM LITROS)

4.4 ÁGUA E OS SERES VIVOS A água é uma substância encontrada em vários lugares na natureza: no solo, no ar, assim como nos seres vivos. Um dos fatores que possibilitam a existência de vida na Terra é a água. Todos os seres vivos têm água na sua composição, independente do seu tamanho ou forma. Veja alguns exemplos:

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4.5 ÁGUA E SAÚDE DO SER HUMANO

A água é fundamental para o bom funcionamento do organismo, para o transporte e nutrientes, para a regulação da temperatura corporal, entre outras funções. Mais de 60% do corpo de um ser humano adulto é composto de água. Quem nunca ouviu dizer que precisamos tomar pelo menos 2 litros de água por dia para que nosso organismo funcione bem? Mas será que essa é a quantidade adequada para todas as pessoas? Como saber quanta água devemos ingerir por dia? A seguir, veja alguns fatores que influenciam e determinam a quantidade de água que devemos beber diariamente: Nível de atividade física: Quem corre todos os dias necessita de mais água do que alguém que faz caminhadas três vezes por semana. Portanto, quanto mais intensa a atividade física realizada, maior a quantidade de água necessária. Também é importante tomar água durante e depois das atividades físicas. Clima: Quem mora em cidades quentes precisa de mais água do que quem mora em locais mais frios. Também precisamos de mais água no verão, quando suamos mais e, portanto, perdemos mais água, do que no inverno. Peso: Uma pessoa de 100 kg precisa de mais água do uma de 50 kg. Quanto maior o peso, maior a necessidade de água. Dieta: Se você ingere muito sal, vai precisar de mais água do quem come mais frutas e verduras, que são ricas em água. https://drauziovarella.com.br/alimentacao/agua-qual-a-quantidade-diaria-necessaria/

ATIVIDADE Vamos formar grupos e cada grupo deverá produzir um cartaz com um dos temas relacionados abaixo: a) Poluição da água. b) Desperdício de água. c) Atitudes corretas em relação ao uso consciente da água. d) Utilização da água pelo ser humano

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4.6 TRATAMENTO DE ÁGUA NO MUNICÍPIO DE TOLEDO

A água destinada ao consumo é coletada de poços artesianos e rios, recebe tratamentos e depois é distribuída para as residências, indústrias e comércio, sendo usada de diversas maneiras. Quem faz o tratamento da água no município é a SANEPAR – Companhia de Saneamento do Paraná. O ponto de captação de água no rio Toledo fica às margens da BR 467. CAPTAÇÃO DE ÁGUA NO RIO TOLEDO

Foto: SANEPAR/Divulgação

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A água captada segue por tubulações até chegar à estação elevatória localizada no Parque dos Pioneiros.

ESTAÇÃO ELEVATORIA DE ÁGUA

Fotos: SANEPAR /divulgação

A função da estação elevatória é fazer o bombeamento da água até a estação de tratamento, localizada no Jardim La Salle, Rua Guarani 1893, conforme indica a foto a seguir.

[101]

ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA

O Rio Toledo é responsável pelo abastecimento de 40% da água consumida pela população do município de Toledo, os outros 60% são captados de poços artesianos.

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Para que possamos utilizar água para beber, cozer alimentos, tomar banho, dentre outras ações de forma segura é necessário que a água receba tratamento. Então, a água retirada do Rio Toledo assim como dos poços artesianos, é levada até a Estação de Tratamento de Água (ETA), para eliminar todos os poluentes e agentes ameaçadores a saúde.

Pesquisa Com ajuda do/a professor/a vamos fazer uma pesquisa sobre o processo de tratamento de água. O que acontece com a água desde que é retirada do rio ou dos poços até chegar às torneiras de nossas casas? Em seguida você poderá representar por desenho, todo o processo de captação, condução da água, tratamento, até chegar em sua casa.

4.7 SOLO Ouvimos falar bastante sobre a preservação das águas, das florestas, mas você já parou para pensar na importância de se preservar os solos? O solo é um componente essencial dos sistemas de produção e dos ecossistemas terrestres. No entanto, é também um recurso frágil e não renovável, ou seja, precisa de tanta atenção quanto qualquer outro recurso da natureza.

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Quando o solo não recebe os cuidados necessários ele fica empobrecido de nutrientes e pode se tornar infértil, sendo assim alguns cuidados são necessários para preservá-lo.

VEJAMOS ALGUNS EXEMPLOS DE COMBATE A EROSÃO Combate a erosão: ele é feito através da construção de curvas de níveis, que são elevações em sentido circular. As curvas de níveis são feitas no solo de regiões em declive. Essas elevações impedem que as águas das fortes chuvas provoquem enxurradas, que acabam carregando o solo fértil para o leito dos rios ou regiões mais baixas. Quando transitamos pelas estradas da zona rural do nosso município, com frequência passamos por ondulações na estrada. Essas ondulações indicam a presença de curva de nível. CURVA DE NÍVEL

Fonte: http://www.aen.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=260691&evento=45066

[104]

Vejamos um exemplo de solo em processo de erosão, a margem de uma estrada rural: EROSÃO

Rotação de cultura e de área: Uma área de cultivo agrícola pode ser dividida em partes, de maneira que uma delas ficará sempre descansando (sem plantação). As outras partes recebem o plantio de culturas diferentes. Após a colheita, ocorre uma rotação, sendo que a parte que havia descansado recebe plantio e uma que foi cultivada ficará sem plantio (em descanso). Dessa forma, evitamos o desgaste da terra (perda de nutrientes), melhorando a fertilidade do solo.

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ROTAÇÃO DE CULTURA

A fotografia acima mostra uma área cultivada com soja e milho. Na próxima safra, o agricultor poderá fazer o plantio de outras culturas ou mesmo deixar o solo sem cultivo, em período de recuperação.

4.8 EXPERIMENTO SOBRE EROSÃO DO SOLO

Este é um experimento simples, porém de ótima visualização dos resultados esperados. Ele demonstra a relação entre a precipitação, a erosão do solo, a proteção dos cursos de água e a vegetação. Prepare três garrafas de plástico idênticas e corte como mostra nas fotos. Depois, coloque-as em uma superfície plana (você pode fixá-las com cola quente sobre uma tábua de madeira compensada). [106]

Coloque a mesma quantidade de terra em cada garrafa e pressione para que fique relativamente compactada (a terra deve ficar abaixo do nível do corte feito em cada garrafa). Corte a parte inferior de outras três garrafas de plástico transparente e faça dois furos em suas laterais para amarrar um cordão em cada. Estes copos irão recolher, durante o experimento, a água em excesso que vai escorrer pelo gargalo das garrafas. Em seguida, plante sementes na primeira garrafa (de preferência sementes de crescimento rápido como o alpiste). Coloque dentro da segunda garrafa alguns resíduos vegetais mortos (galhos, cascas, folhas, raízes mortas) e, no terceiro frasco, deixe apenas a terra. Quando as plantas estiverem desenvolvidas, regue as três garrafas com a mesma quantidade de água e passe a observar o escoamento dessa água para os copos pendurados. O que aconteceu com a água utilizada na rega, em cada garrafa? Por que isso aconteceu?

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EXEMPLO DE EXPERIÊNCIA

Pesquisa adaptada de: Prof. Alexandre Gangorra

4.9 SOLO E POLUIÇÃO O solo é a camada superficial da crosta terrestre, sendo de fundamental importância para a vida de várias espécies de animais e vegetais. No entanto, as atividades humanas têm provocado a poluição do solo. Uma atividade humana que polui o solo é a produção exagerada de lixo, que precisa ser destinado a um local específico, como o Aterro Sanitário. Nesse local, durante o processo de decomposição de restos de alimentos, ocorre a produção de gases e de chorume, que é um líquido extremamente poluente e com forte odor (cheiro). O chorume infiltra no solo, causando a sua [108]

contaminação, além de atingir lençóis freáticos (águas subterrâneas). A imagem a seguir, mostra parte do Aterro Sanitário de Toledo. Nesse local também ocorre a separação do lixo para reciclagem. Funcionário do local, explicando o funcionamento do Aterro a alunos de uma Escola da rede municipal, parte do roteiro do Programa Conhecendo Toledo.

ATERRO SANITÁRIO DE TOLEDO

A utilização de agrotóxicos, pesticidas e fertilizantes químicos nas atividades agrícolas também contamina o solo. Esses produtos químicos são prejudiciais às formas de vida microbiológica presentes no solo, alterando de forma drástica sua composição.

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APLICAÇÃO DE AGROTÓXICOS

O solo contaminado acaba afetando as plantações e as áreas de pastagens. Sendo assim, os vegetais (frutas, verduras, legumes, grãos, etc.) absorvem essas substâncias, que são ingeridas pelos humanos e por outros animais. Assim como a agricultura, a mineração também contribui para a poluição do solo. Essa atividade, através de escavações e aberturas de imensas crateras, altera de forma significativa a estrutura natural do solo e o uso de substâncias químicas agrava esse desastre ambiental. ÁREA DE MINERAÇÃO

Fonte: http://resoambiental.com/2015/02/mineracao-e-seus-diversos-tipos-de-residuos

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Entre as possíveis medidas para combater a poluição do solo estão: a redução da produção do lixo, destino e tratamento adequado do lixo, reciclagem, saneamento ambiental, métodos agrícolas que possam substituir os agrotóxicos, entre outros. É importante ressaltar que a responsabilidade pela preservação do solo é de todos nós. Portanto, faça a sua parte. Fonte: Texto adaptado de Wagner de Cerqueira e Francisco... Equipe Escola Kids

DE OLHO NA DICA...

A seguir algumas sugestões do que podemos fazer para ajudar a preservar o solo. O óleo de cozinha utilizado para frituras não dever ser descartados em qualquer lugar, pois pode contaminar o solo e a água. Nunca jogue o óleo de cozinha no ralo da pia, porque ele danifica a tubulação de sua residência, solidifica e entope os canos de esgoto. Observe a forma correta de descartar o óleo de cozinha:

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O lixo também deve ser destinado ao local correto, separando o lixo úmido de lixo seco. Evitando não só a contaminação do solo e dos rios, como também a proliferação de doenças.

Fonte: http://reco.eco.br/lixo-seco-e-lixo-umido

PESQUISA Como ocorre a coleta seletiva do lixo no local onde você mora?

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5. DIFERENTES TIPOS DE TRABALHO NO MUNICÍPIO DE TOLEDO Trabalho é qualquer atividade intelectual ou física, realizada por nós, seres humanos. Tendo como perspectiva de transformar, fazer ou obter algo. Os professores desenvolvem o trabalho intelectual com os seus alunos. Os pedreiros desenvolvem o trabalho físico, nas construções de casas, prédios, entre outros. O trabalho faz parte de nossa vida, foi por meio dele que o município de Toledo alcançou o nível atual de desenvolvimento, resultado do trabalho realizado por todos os seus cidadãos, desde o início da colonização até hoje.

CASAL DE AGRICULTORES SERRANDO TORA, 1963

FONTE: MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH.

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A fotografia mostra um casal de agricultores, descendentes de japoneses, moradores da Localidade de Sol Nascente, em Toledo. Eles estão serrando (com traçador) uma tora em várias partes. Cada parte era lascada com o uso das demais ferramentas (marreta, cunha, machado), para lenha de fogão.

5.1 O TRABALHO ENQUANTO ESPECIFICIDADE HUMANA: DIFERENTES FORMAS DE TRABALHO E ORGANIZAÇÃO

Entendemos que as mudanças na sociedade são constantes. Para atender as necessidades humanas ocorrem transformações diárias em nosso planeta, em nosso País, Estado, Município, nas pessoas, nos animais, nas plantas, no clima. Essas transformações fazem parte de um ciclo que nunca vai parar. FAMÍLIA DE AGRICULTORES EM TOLEDO, DÉCADA DE 1960

FONTE: MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH.

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Na imagem anterior, pessoas de uma mesma família de agricultores do Distrito de Vila Ipiranga, posam para foto, com suas ferramentas de trabalho (enxadas), utilizadas para eliminar as ervas daninhas (capina) no cultivo da lavoura de milho. Nessa época, era comum famílias numerosas, onde os filhos ajudavam os pais nas atividades agrícolas e domésticas. Para os seres humanos viverem com dignidade, ter as suas necessidades básicas alcançadas, o trabalho, como fonte de renda é de suma importância. Todos os seres humanos precisam vestir-se, alimentar-se, ter moradia, brincar, praticar esportes, estudar, e ter diferentes atividades de lazer. Todas as pessoas ao longo do tempo acabam tendo preferências em alguma ocupação/trabalho e isto passa a ser um fator importante na escolha de uma profissão. Em alguns casos, os jovens escolhem sua profissão influenciados pela ocupação exercida por seus pais, dando assim início as suas carreiras profissionais. Quando nos tornamos adultos/as precisamos ter um emprego para ter condições de nos sustentar e sustentar nossa família. Já as crianças podem e devem auxiliar em casa, em tarefas mais simples, como arrumar a cama, colocar os calçados no lugar correto, não deixar coisas esparramadas pela casa, organizar os seus brinquedos.

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Por outro lado, diante das grandes e significativas mudanças que o mundo promove, algumas profissões deixam de existir e outras são criadas na sociedade, a partir das necessidades das pessoas. A escolha de uma carreira profissional está ligada a escolha de pontos específicos como:  Condição de trabalho;  Local;  Salário;  Distância entre a minha moradia e o meu local de trabalho;  Estar preferencialmente próximo a família;  Entre outros. Agora, levando em consideração esses exemplos, vamos observar algumas imagens que representam diferentes formas de trabalho.

ATIVIDADE PESQUISA OS DIFERENTES TIPOS DE TRABALHOS EXERCIDOS PELOS SEU FAMILIARES

Você sabe qual era o tipo de trabalho das pessoas no início da colonização de nosso município? Veja alguns exemplos:

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HOMENS TRABALHANDO NO CARREGAMENTO DE TORA NO INTERIOR DA MATA, TOLEDO NA DÉCADA DE 50

FONTE: MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH.

TRATORISTAS, MOTORISTAS E AJUDANTES, TRABALHANDO NO TRANSPORTE DE TORAS, 1950

FONTE: MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH.

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TRABALHADORES COM TRILHADEIRA E CARROÇA, DEBULHANDO MILHO, DÉCADA DE 70.

FONTE: MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH.

TRANSPORTE DE TORAS COM JUNTA DE BOIS: DESFILE DE 7 DE SETEMBRO DE 1960

FONTE: MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH.

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CRIAÇÃO DE SUÍNOS, ALIMENTADOS COM ESPIGAS DE MILHO, 1953

FONTE: MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH.

E hoje, como o trabalho se organiza em nosso município? O município de Toledo, que nos últimos anos vem se destacando no mercado nacional em relação à agropecuária, agronegócio, indústria de medicamentos e serviços, que oferece grandes oportunidades de emprego e crescimento profissional. Nesse sentido, muitas famílias vêm de outros Estados e cidades para nossa região em busca de uma vida digna e oportunidades de crescimento. Assim, o aumento do número de vagas de emprego, ofertadas pelas empresas instaladas em nossa cidade e região, e a oferta de serviços públicos como atendimento à saúde, educação, segurança, também vem atraindo pessoas de outros lugares para Toledo. [119]

Além de o trabalho gerar desenvolvimento material, satisfação pessoal e conhecimento para as famílias, cidadãos e cidadãs de um lugar, ele é responsável pelo desenvolvimento dos nossos bairros, Município, Estado e País. 5.2 HÁ DIFERENÇA ENTRE TRABALHO E EMPREGO? O trabalho e emprego são duas coisas diferentes. O trabalho envolve a atividade que será executada em si, podendo ser intelectual ou física. Já o emprego é o cargo (ou função), que uma pessoa exerce em uma escola, empresa, órgão público, entre outros.

[120]

ATIVIDADE: 1) Recorte e cole em seu caderno gravuras de pessoas que estão trabalhando e identifique o trabalho e o emprego. 2) Com a ajuda de seu/sua professor/a, recorte e cole imagens de trabalhos de hoje e de antigamente, pesquisando em livros, revistas, jornais, Internet, fotos. a) Converse com seus colegas e professores/as e estabeleça comparações entre os trabalhos do passado e do presente. Anote suas conclusões no caderno. 2) Agora, observe as imagens coladas e escreva no caderno as existentes no seu bairro ou distrito. 3) Pense, desenhe e escreva em seu caderno a profissão que gostaria de exercer, compartilhe com seus colegas de sala. 4) Faça uma lista de profissões que você e sua turma acham interessantes. Que tal convidar profissionais de áreas diversas para visitar a escola e falar sobre suas atividades destacando:  Como aprenderam a profissão;  Quais as dificuldades encontradas para aprendê-la e para exercê-la;  Quais os riscos e compensações da profissão;  Como sua profissão se relaciona com o ambiente;  Que providências são tomadas para reduzir a pressão ambiental causada pelo desempenho dessa atividade. Em relação ao meio ambiente?

[121]

6. O ESPAÇO ESCOLAR NO MUNICÍPIO DE TOLEDO 6.1 O QUE É A ESCOLA? Toda escola é uma instituição social, um grupo de pessoas orientadas por regras comuns estabelecidas pela sociedade e que trabalham para atingir objetivos programados anteriormente.

ESCOLA MUNICIPAL WALMIR GRANDE, BAIRRO JARDIM PANORAMA

FONTE: PORTAL CIDADE, 2015.

Uma escola tem sede (prédio, áreas livres, jardins, quadras, etc.), tem patrimônio (seu nome, os móveis, os equipamentos, os livros, etc.), tem organização

administrativa

(professores, [122]

alunos,

direção,

coordenação

pedagógica, funcionários, conselhos, associação de pais – APM/APMF, grêmios estudantis) e tem seu modo próprio de funcionamento (leis, projetos educacionais, regras e orientações que indicam a forma de funcionar). As regras e orientações maiores e mais gerais são dadas por uma lei chamada Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). As regras mais detalhadas, e que devem estar de acordo com as leis mais gerais, são estabelecidas no Regimento da Escola. É no regimento de cada escola que são definidas coisas como as que você vivencia todo dia: horários, matriz curricular das matérias, forma de avaliação, uso de recursos econômicos, etc. FONTE: GARCIA, Edson Gabriel. Vivemos juntos de olho nos direitos e deveres: temas transversais. São Paulo: FTD, 2001. p. 25 (Conversas sobre Cidadania).

6.2 BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO NO MUNCÍPIO DE TOLEDO

Após a fundação de Toledo, em 1946, várias famílias de migrantes escolheram morar na Vila Toledo. Junto com essas famílias, vieram as crianças, e, ainda, não havia escolas sendo necessário a construção das mesmas. Então, o Padre Antônio Patui, viajou a Curitiba e fez contato com a Congregação das Filhas São Vicente de Paulo, uma instituição religiosa católica, solicitando prestação de serviço educacional para comunidade. A direção da Congregação aceitou o desafio, e enviou para Toledo três irmãs religiosas. E em abril de 1948, em salas improvisadas, nas dependências junto ao prédio da [123]

primeira igreja, foi instalado o Colégio das Irmãs (atual Colégio INCOMAR), com oferta de ensino de 1ª à 4ª série, onde as irmãs religiosas foram as primeiras professoras. Em depoimento da diretora da Escola, Irmã Verônica Sawtczuk, ela contou sobre as dificuldades dos primeiros dias de funcionamento da escola no interior da Igreja: “[...] Uma série em cada canto. Os bancos da igreja eram nossas carteiras... era uma situação incômoda que durou vários meses, até que a comunidade conseguiu levantar o pavilhão da escola” (SILVA, 1988, p. 277). A Escola iniciou com 102 alunos, alguns em regime de internato, vindos do interior de Toledo, Cascavel, Santa Helena, Guaíra e outros lugares da região Oeste do Paraná (SILVA, 1988). Não podemos ignorar o fato de que no interior da Fazenda Britânia, havia uma escola funcionando, bem antes da fundação de Toledo. Era a Escola Isolada do Rio Branco, fundada em 1938, próximo ao Rio Paraná (hoje atual município de Pato Bragado). Essa escola era de madeira, com uma única sala de aula, janela sem vidros e frequentada por alunos pobres, que falavam mais o espanhol e o guarani, do que o português, ou essas línguas misturadas.

[124]

ESCOLA ISOLADA DO RIO BRANCO, FUNDADA EM1938

FONTE: MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH, 2015.

Esta escola e os moradores da localidade de Rio Branco foram oficialmente integrados a Toledo a partir da emancipação do município, em 1952. Documentos como “Termos de Exames Escolares” e “Termos de Visitas de Inspetores” desta escola, fazem parte do acervo do Museu Histórico Willy Barth. O primeiro professor dessa escola foi Rafael Garcia, que nasceu em Foz do Iguaçu, filho de paraguaios. Aos 22 anos de idade começou a lecionar na mesma Escola Isolada do Rio Branco e lá permaneceu trabalhando por muitos anos. Em entrevista ao Museu Histórico Willy Barth o professor contou sobre seu trabalho “Tinha umas 30 crianças e uma só sala para lecionar. Mas deu... Era 1938. Lecionei lá durante 32 anos. As primeiras crianças para as quais lecionei cresceram, [125]

casaram, tiveram filhos. Lecionei para estes e para os filhos destes...” (NIEDERAURER, 2004, p. 256) As notícias como a emancipação do nosso município, em 1952, a venda de terras, a oferta de trabalho e oportunidades de negócios levaram ao rápido crescimento populacional de Toledo. No ano seguinte, 1953, Toledo já contava com 18 escolas, sendo 17 escolas públicas municipais na área rural e uma privada na cidade. Neste ano de 1953, a Prefeitura implantou a primeira escola da rede municipal na Zona Urbana, na Vila Brasil, hoje Bairro da Vila Operária (Escola Municipal Reinaldo Arrosi). Em 1955, o Colégio La Salle iniciou suas atividades no município em prédio alugado, enquanto aguardava a construção do prédio atual. Em 1958, foi instalado o Grupo Escolar Luiz Augusto Morais Rego que marcou a chegada da rede Pública Estadual de ensino no Município. Por conta disso, na década de 1960, houve a instalação da Inspetoria Regional de Ensino.

[126]

VISTA PARCIAL DE TOLEDO, EM 1960

FONTE: MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH, 2015.

O elevado crescimento populacional do Município na década de 1970, exigiu mais uma vez investimentos do poder público para expansão educacional, principalmente nas localidades do interior, onde foram construídas dezenas de escolas rurais, para atendimento das crianças em idade escolar de 1ª à 4ª série, de modo que no ano de 1974, o Município contava com 159 escolas. Nesse ano, outra conquista educacional da comunidade toledana foi a criação da Fundação Educacional de Toledo - FUNET. A evolução da expansão educacional do município de Toledo até 1987, está representado a seguir:

[127]

EVOLUÇÃO DA EXPANSÃO EDUCACIONAL DE TOLEDO 1948 A 1987 Ano

Escolas Particulares

Escolas Públicas (Municipais e Estaduais)

Quantidade de professores

Quantidade de alunos

1948 1953 1956 1969 1972 1974 1987

01 01 02 06 11 10 14

18 38 93 139 159 138

03 25 54 219 612 632 1037

102 587 1725 7724 16067 20235 24328

Fonte: SILVA, 1988, p. 282-285 (Adaptado pelos autores do livro).

A década de 1980 foi marcada por um expressivo êxodo rural em nosso município e região, motivado pela mecanização da agricultura e a forte atração da vida urbana, exercida sobre muitas famílias de agricultores em busca de emprego na cidade. Entre as várias consequências deste processo de substituição do trabalho físico pelo uso de máquinas no campo, está a diminuição da população rural e o declínio gradativo do número de alunos no meio rural. O movimento migratório das famílias de agricultores para a cidade de Toledo e outras regiões do Brasil, e até mesmo para o Paraguai, contribuiu para o fechamento de dezenas de escolas rurais na década de 1990, em nosso município.

[128]

CURIOSIDADE SOBRE A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO EM TOLEDO

Antes da instalação do Município, assim que um grupo de famílias migrantes se fixava na zona rural e havendo certo número de crianças sem escolas, os pais solicitaram e conseguiram da MARIPÁ, toda a madeira necessária para construção da escola. Quanto ao de professor (a), cabia aos moradores indicar um membro da comunidade, geralmente uma pessoa com formação primária completa (1ª à 4ª serie) e disposição para lecionar. Pelo trabalho de ensinar recebia uma contribuição em dinheiro no escritório da Colonizadora, complementada por outra ofertada pelos pais dos alunos. Muitas vezes, essa ajuda dos pais era em forma de troca de serviços, onde os pais plantavam e cuidavam da lavoura na propriedade do professor, que também era agricultor, enquanto esse, na escola, ensinava aos seus filhos. O autor conclui que: “assim as crianças conseguiam escapar do analfabetismo. Talvez este seja um dos motivos pelo qual o índice de analfabetismo em Toledo e Mal.C.Rondon e na região da antiga Fazenda

Britânia,

é

proporcionalmente

cidades”.(NIEDERAUER, 2004, p. 253).

[129]

bem

abaixo

do

de

outras

LINHA DO TEMPO DA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DO MUNICÍPIO DE TOLEDO: 1938 – Início das atividades da Escola Isolada do Rio Branco, próximo ao Porto Britânia; 1948 – Criada 1ª escola da então Vila Toledo; 1953 – Toledo conta com 19 escolas, das quais 17 no interior e duas na sede, com o total de 23 professores; 1956 – São 38 as escolas municipais e 2 particulares, com 1725 alunos e 50 professores; 1958 – Instalada em Toledo Primeira Escola Estadual: Luiz Augusto Morais Rego; 1960 – Instalada a Inspetoria Regional de Ensino, órgão Estadual de Ensino; 1967- Fundada a União Toledana de Estudantes de 1º e 2º grau (Utes); 1973- Criada a Secretaria Municipal de Educação e Cultura; 1974- Criada a Fundação Educacional de Toledo (Funet); 1980 – Criada a Fundação Municipal de Ensino Superior de Toledo (Fumest), entidade mantenedora da Faculdade de Ciências Humanas Arnaldo Busato (Facitol) e implantados os dois primeiros cursos superiores, de Filosofia e Ciências Econômicas; 1983 – Realizada a primeira eleição para diretores de escolas municipais e estaduais de Toledo; 1984 – Instalado o Núcleo Regional de Educação; 1985 – Separa da Secretaria Municipal da Educação e da Cultura; 1987 – São 152 escolas, 24.328 alunos e 1.037 professores, na rede pública e privada de ensino de Toledo; 1992 – Iniciada a arte circense, no contraturno escolar (Escola Municipal Anita Garibaldi); 1994 – Aprovado o 1º Plano Municipal da Educação; 2002 – Instituído o Conselho Municipal da Educação e o Sistema Municipal de Ensino; 2004 – Aprovado o 2º Plano Municipal da Educação; 2015 – Em junho, entra em vigor o 3º Plano Municipal de Educação de Toledo, após dois anos de discussões, com a participação de segmentos e profissionais da educação.

[130]

[131]

7. CONHECENDO OS SÍMBOLOS DE TOLEDO Toledo possui três símbolos que expressam o civismo dos seus habitantes e representam o Município que são a Bandeira, o Brasão e o Hino. Vamos conhecer um pouco da história e significado de cada um deles?

7.1 A NOSSA BANDEIRA

De acordo com a Lei Municipal Nº 660, de 27 de junho de 1972, nossa Bandeira é símbolo municipal de autoria do professor Arcino e Antonio Peixoto de Faria, membro da Enciclopédia Heráldica Municipalista, um profissional na arte da confecção de bandeiras e brasões para dezenas de municípios brasileiros. A Bandeira de Toledo, com suas cores, tamanho e o Brasão, foi oficializada pela Câmara de Vereadores em 1972, ano em que o município comemorava 20 anos de existência. De acordo com o previsto na Lei de sua criação, suas medidas devem ser iguais as medidas da Bandeira do Brasil. Quanto as cores, a Bandeira de Toledo traz o verde, o vermelho e o branco, distribuídos em faixas horizontais que partem de um triângulo, no qual se encontra aplicado o Brasão.

[132]

REPRESENTAÇÃO DAS CORES BRANCO: representa a paz. VERDE: representa a esperança. VERMELHO: representa a audácia, coragem e valentia dos toledanos e toledanas do passado e do presente.

7.2 HASTEAMENTO DA BANDEIRA A Bandeira deve ser hasteada obrigatoriamente nas repartições públicas municipais, nos estabelecimentos de ensino e nos eventos públicos realizados em Toledo. Nos espaços públicos, ficará hasteada das 8 horas às 18horas, e à noite será permitido o hasteamento, desde que a bandeira seja iluminada. A Bandeira Municipal, quando hasteada com a Bandeira do Brasil, ficará sempre à esquerda dessa. Havendo a Bandeira Estadual, a Nacional ficará no centro, a de Toledo à esquerda e a do Paraná ficará no lado direito da Nacional.

[133]

7.3 O BRASÃO, NO INTERIOR DA BANDEIRA

O Brasão também é um símbolo municipal, e apresenta um escudo, hastes de lavoura, listel e coroa mural. O tipo de escudo, no centro do Brasão, recebeu influência francesa. Ele foi primeiramente introduzido em Portugal e depois herdado pela heráldica brasileira, onde o metal argente (prata), no campo do escudo, simboliza a paz, amizade, trabalho, prosperidade, pureza e religiosidade; a cor sínopla (verde) é símbolo heráldico de honra, civilidade, cortesia, abundância, alegria; o verde é também a cor simbólica da esperança, que lembra os campos verdejantes da primavera, a espera de grande colheita.

[134]

REPRESENTAÇÕES NO BRASÃO DE TOLEDO No Brasão, vemos um escudo, e dentro dele dois livros abertos, duas machadinhas e um pinheiro. A seguir, esses e outros elementos que compõem o Brasão.  Os LIVROS ABERTOS representam a preparação educacional da juventude toledana;  As MACHADINHAS DE SABLE (preto), simbolizam a prudência, sabedoria, moderação, austeridade;  O PINHEIRO na cor verde, no centro do escudo, representa a indústria extrativa de madeira, principal atividade econômica no início da colonização de Toledo.  O TERRADO na cor verde, é atravessado por uma faixa ondada de argente (prata), que representa o rio Toledo.  A ENGRENAGEM DE ARGENTE (prata), com uma buzina de caça, estilo boiadeiro, de goles (vermelho), representam nossas indústrias de transformação.  Nos ornamentos exteriores laterais, as hastes de FEIJÃO-SOJA, as CANAS DE MILHO e TRIGO, representam a força econômica da agricultura no Município.  Na parte de baixo do Brasão, vemos o LISTEL DE GOLES (vermelho), cor simbólica da dedicação, amor-pátrio, coragem, valentia, e nele a escrita em letras argentinas (prateadas) o topônimo TOLEDO, ladeado pelos milésimos 1946, ano de sua fundação, e 1951, ano da criação de nosso Município.  A COROA MURAL na cor prata, no alto do escudo, é símbolo universal dos brasões de domínio e representa a cidade Sede, Toledo.

[135]

O Brasão, que compõe nossa Bandeira, também é usado isoladamente para timbrar documentos oficiais, no portal do Município, em veículos da Prefeitura, nos uniformes escolares e de servidores municipais.

7.4 NOSSO HINO TEM HISTÓRIA

Assim como a Bandeira e o Brasão, o Hino é símbolo que representa a identidade de um lugar, expressa a cultura e a cidadania de um povo. Nosso hino exalta Toledo e sua gente; um canto de amor produzido na época em que o Município despontava como capital do trabalho e da cultura no Oeste do Paraná, tendo soja e trigo como principais produtos agrícolas. Cerca de quatro anos depois da criação da Bandeira e do Brasão, o Município de Toledo teve também seu Hino Oficial, com letra e música de autoria de Inami Custódio Pinto.

Nascido em Curitiba, Inami destacou-se como

folclorista, divulgador da cultura paranaense, visitou Toledo várias vezes na década de 1970. Numa de suas visitas a Toledo, em agosto de 1974, o folclorista veio acompanhado de artistas paranaenses para participar da Semana do Folclore, quando houve a realização de cursos e diversas atividades culturais, envolvendo professores e estudantes. As atividades realizadas naquela semana cultural, foram encerradas com almoço na Sede Social da Catedral, onde foi servido “Barreado”, prato típico do Paraná, preparado por Inami e membros de sua equipe. [136]

Conta-se que durante o almoço, o folclorista foi desafiado a compor uma canção para Toledo. Familiarizado com aspectos da nossa cultura e munido de papel e lápis, teria escrito alguns versos que apresentou num ritmo produzido, batendo os dedos numa caixa de fósforos. As pessoas próximas teriam aprovado o que ouviram. Após o almoço, Inami e sua equipe despediram-se e regressaram a Curitiba. No mês de novembro do ano seguinte (1975), Inami retornou a Toledo, e desta vez acompanhado do Conjunto Musical “Titulares do Ritmo”, grupo vocal nacionalmente conhecido, formado por seis integrantes cegos. Na ocasião, além de divulgar a música popular brasileira, o conjunto fez o lançamento de um compacto simples (disco de vinil), com duas canções: “Toledo-Cidade Labor” e “Exaltação a Toledo”. Estas canções foram apresentadas ao Conselho Municipal de Cultura de Toledo na reunião ordinária do dia 08 de novembro de 1975, conforme registrado na ata nº 17 do Conselho, realizada na FUNET. De acordo, com reportagem da época: “As músicas fizeram sucesso, pelo bom trabalho de Inami e, sobretudo, pela brilhante apresentação do conjunto formado de vocalistas cegos” (REVISTA RECADO, nº05, 1975). Na sequência a canção “Toledo-Cidade Labor” foi escolhida foi encaminhada para apreciação da Câmara de Vereadores de Toledo.

[137]

CONJUNTO TITULARES DO RITMO

FONTE: GOOGLE, 2016.

Poucos dias depois, na Câmara de Vereadores foi apresentado Projeto Lei que dizia: “Toledo já possui a sua Bandeira e o seu Escudo, faltando-lhe o Hino que complete os símbolos municipais...”. E, sobre a canção, complementa: “Toledo Cidade-Labor” como a canção “Cidade Maravilhosa” em relação ao Rio de Janeiro, fala profundamente, quer no seu aspecto musical, quer na sua poesia, ao coração de todos os toledanos. Nada mais justo, pois, nos parece, do que declarar essa música hino oficial de Toledo...” (REVISTA RECADO, 1975). E assim, por meio da Lei nº 801, de 30 de janeiro de 1976, a canção, “Toledo-Cidade Labor”, de autoria do [138]

compositor paranaense Inami, foi aprovada como Hino oficial de Toledo e passou a ser executado nas escolas e cerimônias cívicas no município.

7.5 OUTRAS GRAVAÇÕES DO HINO DE TOLEDO

Em 2002, vinte e seis anos após a aprovação do nosso Hino, a Prefeitura de Toledo, por meio das Secretarias da Educação e Comunicação Social, lançou o CD Hinos da Nossa Terra, contendo os hinos de Toledo, do Paraná e do Brasil. Nesse ano, o município de Toledo comemorava 50 anos de emancipação política administrativa. Nessa segunda gravação, o Hino de Toledo é apresentado com novo arranjo musical e num ritmo diferente da marcha-rancho original. Ele é executado por músicos locais, sob a coordenação do maestro Paulo Davi de Curitiba, na voz solo da toledana Deise Carolina do Vale. Em relação à letra do Hino, constata-se que os versos iniciais “Toledo...Toledo...” e “Toledo Cidade-Labor”, deixaram de ser cantados nessa gravação. A terceira gravação do Hino de Toledo foi realizada em 2010, no Teatro Municipal. O Hino foi executado pela Banda do Exército da 15ª Brigada da Infantaria Motorizada de Cascavel, a convite da Prefeitura Municipal de Toledo. Neste trabalho, a execução foi fiel a canção original “Toledo Cidade-Labor”, e o hino gravado nas vozes do Coral Cristo Rei de Toledo, com a participação do [139]

professor e maestro toledano Darcysio Fritsch, a cópia da partitura e CD, fazem parte do acervo do Museu Histórico Willy Barth. Assim, nesse estudo sobre a história do nosso Hino, constatamos que o mesmo possui três gravações diferentes. No entanto, observando a Lei nº 801, da sua criação, constatamos que a mesma permanece em vigor e sem alterações, desde sua aprovação em 1976. Nessa Lei consta, entre outras coisas, que a canção “Toledo Cidade-Labor”, Hino oficial do Município, deve ser ensinado nas escolas e executado nas cerimônias oficiais. HINO DE TOLEDO Toledo... Toledo...

“Toledo, Cidade-Labor”.

Toledo, Cidade-Labor.

Obrigado, senhor, por tanta bondade,

Toledo das águas de prata

Pela felicidade e pureza da flor.

É uma flor ainda em botão,

Obrigado, senhor, por tanta riqueza

Inocente, carinhosa,

E pela beleza dos nossos trigais.

Recebe toda a gente

Pelos jardins de soja

A cantar esta canção.

verdes pinheirais

Seja bem -vindo, trabalhador,

Obrigado, Senhor,

Nos ajude a crescer ,

Cristo Rei protetor.

Venha logo aprender

Pelos jardins de soja

Nosso canto de amor.

E os mais belos trigais.

Seja bem-vindo, você é meu irmão,

Obrigado, Senhor,

Só então saberás

Por tanto amor.

O porquê da expressão Letra e música: Inami Custódio Pinto

[140]

ATIVIDADE 1) Você conhece a primeira gravação do Hino de Toledo, aprovado em 1976? Vamos conhecer sua Letra e Música? 2) Conhecendo as outras gravações do Hino de Toledo, que diferenças podem ser percebidas?

[141]

8. CONHECENDO O PARQUE DOS PIONEIROS O nome do Parque está relacionado ao fato histórico ocorrido na margem esquerda do rio Toledo. Foi ali que os primeiros moradores do município, vindos do Rio Grande do Sul, montaram acampamento com lonas, depois de uma cansativa viagem. Eles partiram de São Marcos, interior do município de Caixas, no dia 27 de março de 1946, e 38 dias depois estacionaram, o pequeno caminhão no qual viajavam, numa clareira na mata (um descampado), próximo ao rio. Zulmiro Ruaro, que chefiava a caravana de 14 homens, contratados pela Colonizadora MARIPÁ, contou sobre a chegada:

Quando o caminhão parou e vimos que era o arroio Toledo que corria ali na frente, todo mundo apeou. Uns pulando, outros descendo. Fomos lá lavar a cara e tomar água com as mãos. A água era tão limpinha que dava para ver os lambaris nadando lá no fundo. Tocava de escolhermos o local para fazermos o acampamento. Mas era tanta a alegria, depois de 38 dias de viagem. Alguns não aguentaram. Tiraram as roupas e se jogaram no rio. Não levou tempo e começaram a se bater nas costas e no peito. Estavam cheios de borrachudos e mosquinhas que mordem como vespas. Saíram ligeiro vestindo as roupas no corpo molhado e se coçando feito doidos. Esta foi a primeira lição que nos deu o mato. Outras ainda estavam por vir (NIEDERAUER, 2004, p. 75-76).

Dias depois o grupo de trabalhadores construíram as primeiras casas de madeira no mesmo lugar do acampamento. Localizado nas margens do Rio Toledo, o Parque dos Pioneiros foi inaugurado em março de 1996, quando Toledo comemorou 50 anos de fundação, construído no espaço onde havia um grande brejo. Em dias de muita chuva o rio transbordava e alagava suas margens. Até a década de 1960, não existia a [142]

mecanização agrícola e erosão, assim, as águas das chuvas eram absorvidas pelo solo nas florestas e o rio não transbordava na sua passagem pela cidade. Inicialmente, foram instalados dois monumentos no Parque: um em homenagem às famílias pioneiras da colonização, instalado de frente para o Sul, na direção de onde vieram os primeiros moradores; e outro, em homenagem ao Padre Antonio Patui, que celebrou a primeira missa em Toledo, no dia de 30 de julho de 1946. Na ocasião foi recebido com muita alegria pelos moradores, não havia igreja, nem cadeiras. Foi improvisado um altar e todos celebraram em pé. A maioria dos moradores, naquele momento, eram gaúchos e descendentes de italianos.

PRIMEIRAS CASAS DE TOLEDO (1946)

FONTE: MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH, 2015.

[143]

Posteriormente, foram instalados no Parque outros equipamentos como a locomóvel (utilizada nas olarias), usada na produção de tijolos e telhas nos primórdios de Toledo e equipamentos da primeira Usina Hidrelétrica de Toledo, construída no rio São Francisco, inaugurada em 1956, que operou até a chegada COPEL em 1970, atual fornecedora de energia elétrica para o município.

VISTA ÁREA DO PARQUE DOS PIONEIROS

FONTE: SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO – PREFEITURA DE TOLEDO, 2016.

Visto de cima, o Parque destaca-se pelo seu lago em forma de CORAÇÃO, com pistas para caminhadas no entorno. O reservatório é conhecido como Lago dos Pioneiros, está localizado no centro do Parque, que homenageia o ponto de chegada e o local do acampamento dos primeiros desbravadores. [144]

O Parque possui ainda duas academias instaladas a céu aberto para os seus frequentadores: uma de musculação e uma específica para a Terceira Idade. Além disso, no interior do Parque foi construída a Sede dos Pioneiros em 1999, onde mensalmente a Associação dos Pioneiros de Toledo-APITO, promove uma tarde dançante (matinê) para seus sócios pioneiros e descendentes, com convite aberto a toda a comunidade.

8.1 MONUMENTOS DO PARQUE DOS PIONEIROS

ESTÁTUA DOS PIONEIROS (LATERAL)

FONTE: SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO – PREFEITURA DE TOLEDO, 2016.

[145]

ESTÁTUA DOS PIONEIROS (FRENTE)

FONTE: SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO – PREFEITURA DE TOLEDO, 2016.

Nas imagens anteriores, apresentamos a estátua do Pioneiros. Ela representa um casal, com filho no colo da mãe. As roupas características de imigrantes do Rio Grande do Sul, de onde vieram os primeiros moradores. [146]

ESTÁTUA DO PADRE PATUI

FONTE: SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO – PREFEITURA DE TOLEDO, 2016.

Padre Antônio Patui era italiano e, logo, estabeleceu vínculos com os moradores como Missionário da Sociedade do Verbo Divino, permanecendo em Toledo por 10 anos (1946-1956), prestando assistência religiosa e educacional. Placa instalada no pedestal da estátua, pela Prefeitura Municipal de Toledo, em homenagem ao Padre Antonio Patui. [147]

PLACA DA ESTÁTUA DO PADRE PATUI

FONTE: SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO – PREFEITURA DE TOLEDO, 2016.

MEMORIAL DOS PIONEIROS DE TOLEDO

FONTE: SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO – PREFEITURA DE TOLEDO, 2016.

[148]

Placa instalada pela Prefeitura Municipal de Toledo, em 2004, indicando o local onde iniciou a Vila Toledo com a relação dos nomes dos pioneiros desbravadores, componentes da primeira caravana que chegou a Toledo, em 27 de março de 1946, também considerados fundadores de nosso município.

LOCOMOTIVA

FONTE: SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO, 2016.

[149]

Máquina utilizada na Olaria de Novo Sarandi (máquinas como esta eram usadas em serrarias e olarias). Para funcionar, queimava-se madeira e o calor do fogo esquentava a água da caldeira, produzindo o vapor. A pressão do vapor, empurrava os pistões fazendo com que o braço da máquina girasse a polia e produzindo assim o movimento necessário para movimentar outras máquinas.

ATIVIDADE Com o auxílio do (a) professor (a) faça um mapa do trajeto de sua Escola até o Parque dos Pioneiros. Utilize para isso a lousa interativa.

[150]

REFERÊNCIAS BITTENCOURT, Circe (org.). O saber histórico na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2002. DIAS, Genebaldo Freire. Atividades Interdisciplinares de Educação Ambiental: Práticas Inovadoras de Educação Ambiental; Ilustrações Vagner Vargas 2ª ed. São Paulo: Gaia, 2006. JORNALZINHO, Amigos da Natureza. Edição Especial Meio Ambiente n° 2. S.O.S Planeta Terra, 2009. LAGEMANN, TÂNIA I. e LUQUETA, NOELI M.: CONHECENDO TOLEDO Geografia e História. 3° série. Secretaria Municipal de Educação, Toledo, Paraná. 2004. LINS, Ana Luísa História: Tantas histórias, 3° ano / Ana Luísa Lins. São Paulo: FTD, 2008. SILVA, Oscar. CARTILHA DE TOLEDO (Monografia do Município) 2ª ed. Prefeitura do Município de Toledo. Projeto História, 1985. PERRENOUD, Philippe, THURLER, Monica Gather. As competências para ensinar no século XXI: A Formação dos Professores e o Desafio da Avaliação. Porto Alegre: Artmed, 2002. RAMA, Angela, Projeto Prosa: Geografia, Ensino Fundamental, 3° ano / Angela Rama, Marcelo Moraes Paula. 1ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2008. REPENSANDO O OESTE DO PARANÁ, Integração Social, Comunicação e Expressão. ASSOESTE, FIDENE, SEED/PR MEC/OEA. Projeto Memória o Município, Assoeste, Editora Educativa. 1984. SILVA, Leda Leonardo da. Aprender Juntos Geografia, 3° ano: Ensino Fundamental / Leda, 2. Ed. São Paulo: Edições SM, 2008. VEDOVATE, Fernado. Geografia: Livro do Professor / 1ª. Ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008. VENÂNCIO, Adriana e MARTIN, Katsue L, História, 3° ano, 2ª Ed. São Paulo: Escala Educacional, 2008. VESENTINI, J. Willian, MARTINS, Dora e PÉCORA, Marlene. Aprendendo Sempre: Geografia. 3° ano do Ensino Fundamental (2° série), São Paulo: Ática, 2008.

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ANEXO – IMAGENS HISTÓRICAS

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FONTE: MUSEU HISTÓRICO WILLY BARTH.

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