Conjunto urbanístico e arquitetônico da Pampulha. Sinalização turística para pedestres

June 9, 2017 | Autor: U. Morato de Andrade | Categoria: Design, Design De Sinalização, Conjunto Arquitetônico da Pampulha
Share Embed


Descrição do Produto

http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquiteturismo/07.080/4937

vitruvius | arquiteturismo 080.05 projeto turístico

vitruvius.com.br

como citar ANDRADE, Ulisses Morato de. Conjunto urbanístico e arquitetônico da Pampulha. Sinalização turística para pedestres. Arquiteturismo, São Paulo, ano 07, n. 080.05, Vitruvius, out. 2013 . Parafraseando um ilustre filho das Gerais, João Guimarães Rosa, Pampulha são muitas. Sim, Oscar Niemeyer imprimiu indelével marca a essa porção da cidade, que já nos idos dos anos 1940 se via banhada por águas mansas. Seus traços colocaram a cidade de Belo Horizonte no epicentro da renovação modernista global. Com tanta vultuosidade, a obra do ilustre carioca, costumeiramente, ofusca as outras riquezas daquelas paragens. Todavia, desanuviando o olhar, percebemos que, antes e depois do nosso grande mestre das coisas arquitetônicas por aqui deixar algumas de suas obras primas, múltiplas paisagens compõem o cenário desse nosso cartão postal. Paisagens também merecedoras da atenção dos filhos da terra e dos inúmeros viajores que por ali passam diariamente. Sinalização turística Falar aos transeuntes sobre esse lugar de múltiplas camadas históricas foi o desafio levantado pela para nossa equipe de trabalho e pela municipalidade. Incumbidos de criar um novo sistema de sinalização pedestres, turística interpretativa para o Conjunto Urbanístico e Arquitetônico da Pampulha, vislumbramos, conjunto urbanístico precisamente na sua pluralidade urbanística, o potencial informativo a se explorar. A tarefa, então, se e pautou nessa premissa: consolidar e ampliar o leque de percepção e informação desse exuberante polo arquitetônico daturístico e cultural da capital mineira. Trabalho de fôlego e ao mesmo tempo delicado, posto que, Pampulha permeando tudo, estamos diante de uma área tombada pelo IPHAN, pelo IEPHA e pelo Patrimônio

Municipal. Caminhando na direção da premissa estabelecida para a tarefa interpretativa, buscamos descortinar outras “Pampulhas”. Além de flanar nos largos das obras criadas por Niemeyer, Burle Marx, Cândido Portinari, Alfredo Cheschiatti, entre outros – que a exemplo do nosso Aleijadinho, se revestem com força de amálgama da identidade cultural brasileira – apontamos as bifurcações necessárias. Direcionamos os olhares para as residências pioneiras, para as construções contemporâneas, para a formação dos seus bairros, para a caracterização dos seus parques e praças públicas, para a diversidade natural, e para a imensa quantidade de obras de arte integradas a estes espaços. Sinalização turística Consoante ao seu inerente caráter público, o novo sistema de comunicação, literalmente, se apresenta para como um livro aberto na urbanidade. A região da Pampulha passa a ser o mais amplo lugar da cidade a pedestres, versar, ao ar livre, sobre arquitetura, urbanismo, paisagismo e artes plásticas. conjunto urbanístico e Neste “livro”, um capítulo especial foi dedicado à arquitetura mineira, erguida nessas glebas por várias arquitetônico dagerações, alinhadas ou não ao modernismo arraigado. Construções desenhadas por João Diniz, Gustavo Pampulha Penna, Álvaro Hardy, Mariza Machado Coelho, Arquitetos Associados, BCMF Arquitetos, Éolo Maia, Foto William Ramos Abdala e Eduardo Mendes Guimarães receberem as letras oriundas do intenso trabalho Ulisses de pesquisa histórica, grafadas nos objetos que agora as distinguem. Morato de Andrade

A linguagem adotada no design das placas não hesita em se anunciar e tem inspiração formal em outro mineiro de porte: Amílcar de Castro, que possui vigorosa escultura em aço ancorada nas margens do lago, nas proximidades do antigo Cassino. Os cheios e vazados das placas exploram o caráter escultórico e criam um jogo de “ver entre” esses elementos, que também passam a marcar a paisagem do lugar com a

pujança Page 1 of 2

dos seus materiais, formas e cores. Acreditamos que tal concepção de design a Febestabelece 07, 2016 06:04:55AM MST

http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquiteturismo/07.080/4937

pujança dos seus materiais, formas e cores. Acreditamos que tal concepção de design estabelece a necessária integração visual ao meio e às obras sinalizadas, e, ao mesmo tempo, cumpre a premência comunicativa de um sistema de tal monta. Composta por um conjunto de 68 placas direcionais e interpretativas – com textos integralmente traduzidos para o inglês e o espanhol – a nova sinalização apresenta aos visitantes e moradores os principais atributos históricos, urbanísticos e paisagísticos dos monumentos e lugares públicos da orla e seus arredores, além de costurar sua inserção na cidade. Explorar a lagoa numa única caminhada é uma tarefa de suor, são aproximadamente 18 quilômetros! Para facilitar essa empreitada criamos 06 rotas de visitação distribuídas ao longo da orla, conforme seu posicionamento geográfico. Cada uma delas possui um monumento preponderante e uma cor específica estampada nos elementos de sinalização e mapas acessórios. As cores, vibrantes, foram definidas por meio de programa computacional que extrai os tons dominantes da paisagem típica em horário de lusco-fusco e gera seus contrastes para uma melhor visualização em qualquer horário do dia. Sinalização turística Já que estamos tratando de comunicação, e a internet?! Está lá! A conexão digital foi incorporada à para interface usuário – objeto sinalizador. A maioria das placas está equipada com o sistema de código de pedestres, conjunto barras (QR Code), que possibilita ao andarilho acesso a conteúdo multimídia através de dispositivos urbanístico móveis. e arquitetônico daPor fim, já se disse que a informação abre caminhos para a fruição! Nada mais oportuno em tempos de Pampulha tão escassa educação patrimonial. Esta obra na Pampulha oferece aos visitantes novos canais de Foto percepção e conhecimento deste patrimônio cultural de Belo Horizonte, despertando assim, corações e Ulisses mentes para o cuidado e para a preservação. Morato de Andrade

sobre o autor

Ulisses Morato de Andrade é arquiteto (Centro Universitário Metodista de Minas Gerais, 1992), com pós-graduação em Tecnologia e Produtividade na Construção Civil (UFMG, 2008). Desde 1992 dirige a Morato Arquitetura, escritório que atua em projetos de arquitetura, arquitetura, design, urbanismo e patrimônio. Atualmente é Diretor de Projetos Especiais do Departamento de Minas Gerais do Instituto de Arquitetos do Brasil, IAB-MG, e membro titular do Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural de Belo Horizonte. ficha técnica

080.06 jogo dos 7 erros Onde está o filho do Anhanguera? Victor Hugo Mori

Page 2 of 2

Feb 07, 2016 06:04:55AM MST

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.