Considerações sobre o conceito de paisagem

June 1, 2017 | Autor: Liz Maximiano | Categoria: Meio Ambiente, Conceito de Paisagem, Geografia e paisagem
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MAXIMIANO, L. A. Considerações sobre o conceito de paisagem

CONSIDERAÇÕES SOBRE O CONCEITO DE PAISAGEM Considerations about landscape concept Liz Abad MAXIMIANO1

RESUMO

ABSTRACT

A noção de paisagem acompanha a existência humana desde o início, uma vez que a sobrevivência dos seres humanos sempre dependeu de sua relação com o meio. Entretanto, a formulação de um conceito de paisagem ocorreu ao longo de muito tempo, começando a se manifestar mais claramente a partir das observações de pintores, artistas e poetas, tanto do Oriente quanto no Ocidente. Na Antigüidade o ambiente fora do controle humano era olhado com desconfiança e entendido como elemento hostil, daí serem construídos jardins fechados para lazer, contemplação ou plantio de algumas espécies. No Ocidente, a partir de Humboldt, iniciam estudos mais sistemáticos que levariam à compreensão de paisagem como resultante de um complexo de interações entre elementos naturais e humanos. Contudo, ainda haveria discussões sobre o conceito e o método de abordagem da paisagem, passando por ênfases nos aspectos geomorfológicos, biológico ou ocupação humana de um espaço. Em meio a tendências à especialização da década de 60, Bertrand, geógrafo francês, descartou que paisagem fosse uma simples junção de elementos geográficos; antes definiu-a como “combinação dinâmica, instável, dos elementos físicos, biológicos e antrópicos.” Na Geografia ocidental contemporânea paisagem é entendida como produto visual de interações entre elementos naturais e sociais que, por ocupar um espaço, pode ser cartografada em escala macro ou de detalhe, e classificada de acordo com um método ou elemento que a compõe. Paisagem não é o mesmo que espaço, mas parte dele; algo como um parâmetro ou medida multidimensional de análise espacial.

Conceptions about landscape come together in human life, since mankind’s existence has always depended on his relationship with nature. However, the expression of a landscape concept took some time, and its first concrete manifestation came through arts, both in Eastern and Western civilization. In ancient times, an environment out of human control was seen as a hostile element, so, there were closed gardens, built to enjoy plants, birds and leisure time. In the West, ideas and systematic studies started with Humboldt, who considered landscape to be a result of complex interactions between natural and human elements. Discussions would continue about the concept and evolving method for landscape studies, with an emphasis on geomorphology, or on vegetation, or on land use, or another aspect. There was a trend toward specialisation in the 60’s research, and Bertrand defined landscape as a dynamic and unstable combination of physical, biological and anthropic factors. In contemporary western geography, landscape is a visual product of interaction between natural and social elements. As landscape occupies space, it can be mapped by different scales and classified according to a particular method or an element of its totality. Landscape is not the same as space, but part of it; something like a parameter or multidimensional measure of spatial analysis.

Palavras-chave: Paisagem, conceito, elementos naturais e culturais.

Key-words: Landscape, concept, natural and cultural elements.

1 Mestre em Geografia pela Universidade Federal do Paraná.

R. RA´E GA, Curitiba, n. 8, p. 83-91, 2004. Editora UFPR

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INTRODUÇÃO A noção de paisagem está presente na memória do ser humano antes mesmo da elaboração do conceito. A idéia embrionária já existia, baseada na observação do meio. As expressões desta memória e da observação podem ser encontradas nas artes e nas ciências das diversas culturas, que retratavam inicialmente elementos particulares como animais selvagens, um conjunto de montanhas ou um rio. As pinturas rupestres são uma referência para esta percepção direcionada a alguns componentes do ambiente. JELLYCOE y JELLYCOE (1995), mencionam as pinturas rupestres da França (Lascaux) e norte da Espanha, como as primeiras concepções conscientes do ser humano, a respeito de paisagem. As pinturas datam de período entre 30 mil e 10 mil anos a.C., e são os registros mais antigos que se conhece da observação humana sobre a paisagem. Mais tarde, em cada época, a compreensão deste tema foi influenciada pela filosofia, busca da estética, política, religião, ciência, dentre outros aspectos. Além destes fatores, é bem provável que as características naturais, dominantes em cada paisagem, tenham estimulado, ou desencorajado, a relação dos diferentes grupos humanos sobre a face da terra com o seu entorno. Assim, sociedades como a oriental e a ocidental, bastante distintas em termos geográficos e culturais, desenvolveram suas noções de paisagem sobre fundamentos também diferentes. As diversas disciplinas científicas e mesmo o senso comum têm uma explicação própria do que seja paisagem. Há variações do conceito, conforme a disciplina que o elabora, mas também há parâmetros mais ou menos comuns mantidos nas definições.

A NOÇÃO DE PAISAGEM - DA ANTIGUIDADE AO SÉCULO XX No Egito, a IV dinastia egípcia (2500 a.C) organizava jardins ornados com partes com água e varandas, que, em conjunto com pavilhões e celeiros, formavam um complexo residencial rodeado por muros. Mais tarde, em 1500 a.C. aproximadamente, Tebas era um centro urbano rodeado por extensa área verde (LEITE, 1994). A relação dos povos da Mesopotâmia com a paisagem se evidencia, por exemplo, no aproveitamento do regime de cheias dos rios, na observação do céu e estrelas, na construção de jardins ou na elaboração de leis e conhecimento agrícola. Os jardins, em geral, eram como oásis trazidos para dentro das cidades fortificadas. Os muros protegiam contra as ameaças externas que tanto podiam vir de outros povos,

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como de forças naturais, ainda desconhecidas. Portanto, percebe-se que a visão da paisagem original era de uma certa precaução, delimitada pelo conhecimento da realidade circundante. Ainda hoje o conhecimento da realidade define como se vê a paisagem, embora haja valores diferentes, como o econômico, o estético e o religioso. Na Antigüidade o aproveitamento de elementos na construção de paisagem era seletivo, sendo os mesmos trazidos para o espaço onde havia mais segurança física. Atualmente a seleção e interesse em elementos da paisagem segue tendência e valores econômicos, que representam a segurança moderna. A organização de parques de caça assírios e a construção de pequenos oásis com sombra, flores e água, são emblemas da concepção de paisagem há milhares de anos na região dos rios Tigre e Eufrates e foram percebidas mais tarde nos jardins de influência moura em Granada, Córdoba e Toledo, na Espanha. Unindo utilitarismo e estética ao reorganizar a paisagem, eram escolhidos os elementos benéficos de um ambiente silvestre considerado hostil na maioria das vezes (ROUGERIE e BEROUTCHATCHVILI, 1991). Roma criou seus parques públicos com construções arquitetônicas postas em maior evidência do que a vegetação ou animais, já que predominavam as pérgolas, colunas, pórticos, grutas e santuários. Esta característica marcou os jardins ocidentais até a Idade Média dos feudos, onde jardins, hortas, pomares, áreas para fins medicinais, meditação ou lazer eram destituídos do ambiente natural, quando constituídos nas cidadelas de defesa. Ao fim da Idade Média, já se abriam mais para o mundo exterior. Na Antigüidade Ocidental a natureza selvagem não importava à arte, que representava cenas sempre antropomórficas. Aparentemente o ser humano e a natureza estavam sempre em oposição. Diferentemente, as artes chinesa e japonesa foram marcadas por um cosmocentrismo, com um certo senso da natureza como sistema vivo, do qual o ser humano fazia parte (ROUGERIE e BEROUTCHATCHVILI, 1991). Sobre a China, JELLYCOE y JELLYCOE (1995), consideram que a generosidade da natureza, cujos bosques primitivos eram frondosos, com inúmeras espécies e flores silvestres, além do solo fértil, favoreceram uma percepção amena sobre a paisagem. Tal entendimento entre pessoas e a paisagem, teria fundamentado, em parte, o pensamento e filosofia chineses, que atribuíam um espírito à natureza e a seus elementos. No extremo oriente, a construção do conceito e da própria paisagem são vistos nos parques, tanques artificiais e até viveiros de pássaros encontrados em alguns palácios reais cerca de três séculos antes de Cristo. Durante a dinastia I’ang, o paisagista Wang Wei, descreve o jardim como uma

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miniatura do Universo, com elementos chave que são os montes e a água. Esta forma de paisagem também aparece nos jardins japoneses, que acompanham as residências. São concebidos para proporcionarem contato com a natureza, paz e conforto espiritual. Aqui, também a natureza é trazida para um espaço seguro. Além da religião, os jardins do Extremo Oriente foram, tradicionalmente, bastante influenciados pelos pintores e poetas, revelando, com freqüência, uma associação da subjetividade com implicações emocionais da paisagem. E tanto na França quanto na Inglaterra, a arte dos jardins e a concepção de paisagem também têm suas raízes na pintura e na poesia. Como no Extremo Oriente, possuem o vínculo do sentido subjetivo e emocional do termo paisagem. Em praticamente todas as civilizações o conceito mais elaborado de paisagem tanto nas artes como na aplicação em jardins, foi, até quase o século XX, um assunto para poucos. Na Europa, a noção coletiva de paisagem foi formada sob influência do aumento e rapidez da circulação das pessoas, a instituição de colônias, a imprensa e a fotografia, dentre outros. No Ocidente, o primeiro termo para designar paisagem foi a palavra alemã landschaft. Este termo existe desde a Idade Média, para designar uma região de dimensões médias, em cujo território desenvolviam-se pequenas unidades de ocupação humana. Com o “século das luzes”, o termo assimilou também um senso semântico, com a noção de quadro, arte e/ou natureza. Na França, a partir da Renascença, falou-se de paysage com um sentido próximo do original landschaft, que considera os arredores, com uma conotação espacial delimitada e delimitante. Na mesma época, metade do século XVI, também surgiu a associação do termo paysage à estética, aliando aspectos naturais e representação artística da paisagem. Os jardins franceses da Idade Média expressavam uma nova concepção de ordem, com marcas de unidade e grandeza, simetria e uma organização em torno de um eixo principal. Do centro para o exterior, ficavam as naturezas civilizada, rústica e selvagem. Assim eram os jardins “à francesa” (ROUGERIE e BEROUTCHATCHVILI, 1991). No século XVII, na perspectiva britânica de Young (apud ROUGERIE e BEROUTCHACHVILI, 1991), a paisagem francesa era aberta, sem limitações (muros), sem reunir os elementos de uma paisagem, enquanto as paisagens inglesas campestres, eram delimitadas por muros e encerravam uma variedade de componentes paisagísticos. Esta ótica seria o primeiro passo ao futuro planejamento da paisagem - landscape planning. Na metade do século XIX, Rosenkranz já indicava a visão sistemática moderna: “landschaften são sistemas locais de fatores de todos os reinos, integrados de estágio em

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estágio”. (apud ROUGERIE e BEROUTCHATCHVILI, 1991, p. 14 ). Na Europa, a intervenção humana para organizar a natureza era conhecida como “arte dos jardins”, até aproximadamente o século XIX. Esta atividade consistia principalmente em uma representação gráfica da paisagem, posteriormente identificada como “paisagismo”, que significava uma “certa visão paisagística do ambiente humano” (ROUGERIE e BEROUTCHATCHVILI, 1991, p. 21), portanto, uma noção mais ampla do que “jardim”. A concepção ocidental de paisagem foi formulada na Europa, mas também teve influências recebidas das experiências que povos do Mediterrâneo, Oriente Médio e Extremo Oriente tiveram com seu próprio ambiente. No Brasil do século XXI, o entendimento sobre paisagem é resultado das relações históricas do Velho e Novo Mundo que compartilham raízes comuns de História, cosmovisão e cultura. As escolas francesa e alemã de Geografia influenciaram diretamente a concepção de paisagem entre os geógrafos brasileiros.

REPRESENTAÇÃO DA PAISAGEM Dois fatos marcaram o início da observação e representação consciente da paisagem a partir do concreto no mundo ocidental: escritos de Montaigne, relatando sua viagem à Itália no século XVII, e aquarelas do holandês Albrecht Dürer, produzidas em sua viagem aos Alpes austro-italianos, de 1495 a 1505. Há importância nestes acontecimentos porque ocorreram em uma sociedade ocidental até então culturalmente afastada da natureza. O registro da paisagem ocorreu primeiro na pintura, sob o olhar mais atento e minucioso de pintores tanto ocidentais como orientais. No século XV, em pinturas de Fra Angelico, de Toscana, Jérôme Bosch, da Holanda, e, ainda antes, nas aquarelas de Dürer, depois nos esboços de Da Vinci, a paisagem daria lugar às figurações simbólicas, alegóricas, ou às paisagens decorativas, apenas servindo de pano de fundo ao tema cultural antropomórfico.

CONSTRUÇÃO DO CONCEITO DE PAISAGEM Na Alemanha do século XVIII, Humboldt fez referência à paisagem demonstrando seu interesse pela fisionomia e aspecto da vegetação, pelo clima, sua influência sobre os seres e o aspecto geral da paisagem, variável conforme a natureza do solo e sua cobertura vegetal (ROUGERIE e BEROUTCHATCHVILI, 1991).

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Em suas análises, Humboldt partiu da observação da vegetação para caracterizar um espaço e das diferenças paisagísticas da vegetação para aplicar o método ao mesmo tempo explicativo e comparativo. Em fins do século XIX, Ratzel influenciou o conhecimento das paisagens, com sua linha de pensamento sobre as relações causais existentes na natureza. Na virada do século, suas idéias foram assimiladas pela Landschaftskunde, uma ciência das paisagens, considerada sob ótica territorial, ou seja, uma expressão espacial das estruturas da natureza, organizadas por leis cientificamente observáveis. Aproximadamente nesta época, Dokoutchaev, na Rússia, definiu o “Complexo Natural Territorial” (CNT), que era também uma forma de identificar as estruturas da natureza. A partir destas abordagens, surgiram outras variações, particularmente na Alemanha e países do Leste Europeu. A linha que mais conservou a vegetação como parâmetro de análise da paisagem, conforme a ótica de Humboldt e Grisebach, resultou mais tarde nas concepções da Ecologia da Paisagem e Geo-Ecologia, de Carl Troll. Na metade do século XIX, estudos de vegetação para análise da paisagem trabalhavam com tipologias de unidades de vegetação e eram retomadas em uma tipologia maior de unidades paisagísticas. Em níveis diferentes, as unidades paisagísticas foram assimilando progressivamente componentes físicos até sociais. Na ótica soviética, a análise da paisagem prendeu-se mais ao sistema físico do que à vegetação, e reuniu os conceitos da landschaft alemã e do CNT de Dokoutchaev. A partir dos anos 30 até os anos 60 do século XX, as pesquisas sobre paisagem como sistema físico-químico vinham da URSS, de publicações de A.A. Grigoriev, L.S. Berg, V.B. Sotchava, N.A. Solncev e A.G. Isachenko. Dentre outros, J. P. Gerasimov e J. A. Mescherikov desenvolveram uma taxonomia do relevo terrestre, entre as décadas de 40 e 70 (ROSS, 1990). Neste processo, foi elaborado o conceito de “geossistema”. A ênfase da geografia corológica e determinista despertou uma nova ótica entre alguns pesquisadores. O. Schlüter, no início do século XX, lançou o termo naturlandschaftkulturlandschaft, propondo que a descrição fisionômica associasse elementos tanto da natureza quanto elementos da cultura, que, em sua totalidade corresponderiam à paisagem. Em 1942, Schmitüssen escreveu que a Geografia deveria considerar e estudar o fenômeno da paisagem como um todo. Para C. Sauer, autor do artigo “A morfologia da paisagem”, que em 1925 marcou a Escola de Berkeley, nos Estados Unidos, a paisagem é como um organismo complexo, resultado da associação de formas que podem ser analisadas. Constitui-se de elementos materiais e de recursos naturais disponíveis em um lugar, combinados às obras humanas

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resultantes do uso que aquele grupo cultural fez da terra. Não se trata apenas de adição de elementos, mas de uma interdependência, sujeita também à ação do tempo. Em suas palavras, a paisagem “tem uma forma, uma estrutura, um funcionamento e uma posição dentro de um sistema, e este sistema está sujeito a desenvolvimento, transformação, aperfeiçoamento.” (apud ROUGERIE e BEROUTCHATCHVILI, 1991, p. 31; SAUER, 1998)). Ciências e escolas da paisagem foram presença constante no pensamento geográfico desde o início do século XX na Alemanha, Leste Europeu e América do Norte, exceto na França. Contudo, não se chegou a construir um corpo conceitual em torno do tema paisagem. Segundo ROUGERIE e BEROUTCHATCHVILI (1991), desde a metade do século XIX, aproximadamente, geógrafos franceses, pesquisadores de campo ou professores como V. Guérin e Paul Vidal de La Blache, desenvolveram análises que permitiram a elaboração de conhecimento sobre paisagens. Na França, o termo paisagem foi substituído por “região” e “gênero de vida”, que são mais ligados à história do que aos elementos naturais. Entre os geógrafos franceses, as referências à paisagem seriam mais alusivas do que fundamentais. Até a década de 60, a paisagem em si não chegava a ser alvo de pesquisa na França. Na Alemanha, a paisagem era enfocada pela corrente naturalista, bem como o era o geossistema na URSS e Leste Europeu. Fica evidente a dificuldade de aplicar conceitos de paisagem à prática ou à uma finalidade concreta, com tal amplitude de concepções. Por esta razão, o Congresso da União Geográfica Internacional – UGI, em Amsterdã, em 1938, reconheceu a necessidade de uma definição clara do que fosse paisagem, para tratar do conflito de abordagens objetiva e subjetiva (ROUGERIE e BEROUTCHATCHVILI, 1991). Embora Humboldt já tivesse definido a paisagem como a totalidade de uma região, Carl Troll, biogeógrafo alemão, forjou o termo ecologia da paisagem, no final dos anos 30. Sua expectativa era de combinar a dimensão espacial, horizontal, da abordagem geográfica, com a dimensão funcional, vertical, da abordagem ecológica. Como conceito e como método de pesquisa, a ecologia da paisagem continua sendo desenvolvida, envolvendo conhecimentos diversos, dos campos da ecologia, geografia, botânica, zoologia, comportamento animal, arquitetura e sociologia, dentre outros (FARINA, 1998).

CONCEITOS DE PAISAGEM Os significados do termo paisagem se diversificam a cada definição de dicionário e tornam-se mais complexos, conforme os usuários. ROUGERIE e BEROUTCHATCHVILI (1991, p. 10), escrevem que, em

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1971, a Organização para Educação, Ciência e Cultura das Nações Unidas – Unesco, declarou considerar que a paisagem é simplesmente a “estrutura do ecossistema”, e o Conselho Europeu, diz que “o meio natural, moldado pelos fatores sociais e econômicos, torna-se paisagem, sob o olhar humano”. Já a paysage francesa refere-se principalmente aos aspectos visuais. O termo holandês, com o mesmo sentido é visueel landschap. Para os alemães, landschaft envolve a noção de território, semelhante ao landscape inglês. Ambos também referem-se ao aspecto visual. A geografia soviética tem seus próprios termos: mesnost e ourotchitche, que possuem valor territorial, ao qual os russos acrescentam landschaft, emprestado dos alemães (ROUGERIE e BEROUTCHATCHVILI, 1991). Além disso, As diversas ciências também desenvolveram noções mais ou menos específicas ao seu campo de estudo, quando se referem a paisagem. LEMOS (1989), em sua dissertação de Mestrado sobre uso e manejo de cambissolos, considera a paisagem como o resultado da interação entre os fatores de formação do solo, e que, portanto, deve ser considerada a posição do solo na paisagem. Da mesma maneira, PASSOS (1987) em sua dissertação de Mestrado em Agronomia, utiliza o conceito de paisagem de Norton e Smith como sendo a expressão da relação entre vertentes e propriedades dos solos, onde ocorre uma relação inversa entre os ângulos de inclinação das vertentes e a espessura do horizonte A dos solos. O conjunto destas variações formaria uma paisagem. Em trabalho apresentado em Congresso sobre Unidades de Conservação, LIMA et al (1989), citam Turner, para quem a paisagem pode ser identificada como um conjunto de formas e habitats ligados por corredores naturais. O arquiteto KOTLER (1976, p.18), em artigo sobre paisagem, faz referência a definições de outros campos de trabalho: Para o sociólogo ou o economista, a paisagem é a base do meio físico, onde o homem em coletividade a utiliza, ou não, e a transforma segundo diferentes critérios. Para o botânico ou ecólogo, a paisagem significa, antes de mais nada, um conjunto de organismos num meio físico, cujas propriedades podem ser explicadas segundo leis ou modelos, com ajuda das ciências físicas e ou biológicas.

BURLE MARX (1981), paisagista, considera o papel das plantas importante como expressão de paisagem. O uso do termo plantas, e não vegetação, indica que sua escala de trabalho é de detalhe. Não ignora que há relações entre plantas e destas com o meio, revelando, assim, que seu conceito de paisagem pressupõe aspectos ecológicos, biogeográficos e culturais, além das qualidades estéticas e funcionais consideradas pela arquitetura.

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O CONCEITO DE PAISAGEM EM GEOGRAFIA Entre os geógrafos há um consenso de que a paisagem, embora tenha sido estudada sob ênfases diferenciadas, resulta da relação dinâmica de elementos físicos, biológicos e antrópicos. E que ela não é apenas um fato natural, mas inclui a existência humana. Tanto a escola alemã, como a francesa, que influenciaram a geografia brasileira, dão ênfase a aspectos diferentes da paisagem. A geografia alemã tem herança naturalista, desde Humboldt; a francesa desenvolveu observações quanto à região, formada pelas culturas e sociedades em cada espaço natural. SAUER (1998) considera que região e área são, em certo sentido, termos equivalentes a paisagem. Esta, seria um conceito de unidade da geografia, ou, uma associação de formas diversas, tanto físicas como culturais. O conteúdo cultural da paisagem, para este autor, é a marca da existência humana em uma área. Em outras palavras, a cultura seria o elemento que, agindo sobre o meio natural, resulta na paisagem cultural. Em 1946, Dansereau, geógrafo francocanadense, ministrou curso de Biogeografia na Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ, e posteriormente, publicou Introdução à biogeografia, em 1949. Neste trabalho são apresentados vários níveis possíveis nos estudos biogeográficos, variando de acordo com o tempo, espaço, objetivos e método de abordagem do mesmo. O primeiro nível seria o paleontológico, passando pelo bioclimatológico, autoecológico, sinecológico, chegando ao último: o industrial, onde são consideradas as intervenções humanas. Para cada um é apresentado um objetivo, método, material a ser estudado e conclusões. No nível industrial, Dansereau considera como objeto da pesquisa a influência exercida pelo homem sobre a natureza, comunidades vegetais e animais. O material a ser estudado é a paisagem. O método de estudo é a documentação histórica. Assim, há, em primeiro lugar, uma noção de paisagem natural, que existe sem o ser humano, mas que passa a ser alterada por ele. Por outro lado, DANSEREAU (1949) só utiliza o termo paisagem a partir do momento em que a atividade humana passa a ser considerada. De qualquer maneira, para entender a influência do ser humano sobre flora e fauna, o autor propõe estudar a paisagem por meio de ciências como a agricultura, silvicultura, geografia humana, sociologia e história. As conclusões de cada ciência indicariam a natureza, importância e duração das alterações provocadas pelo ser humano na paisagem. BERTRAND (1972, p. 1), geógrafo francês, considerou que paisagem seria “um termo pouco usado

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e impreciso” e, por isso mesmo, utilizado às vezes sem critério. Para este autor, não seria a simples junção de elementos geográficos que resultaria em uma paisagem, mas a combinação dinâmica, instável, dos elementos físicos, biológicos e antrópicos, porque a paisagem não é apenas natural, mas é total, com todas as implicações da participação humana. Para este autor, as diferenças de abordagem podem ser questão de método, envolvendo a análise e classificação das paisagens. Dependendo ainda do interesse, formação e objetivos do observador, a análise poderá enfatizar a vegetação, clima, relevo, produção econômica, arquitetura, história ou fauna. Quanto ao método, a análise poderá privilegiar a fisionomia, a dinâmica, as relações internas, a ecologia, ou, ainda, um conjunto delas. A escala utilizada permitirá detalhes ou imporá limites, tanto para análise quanto para mapeamento. Embora a participação humana na paisagem seja admitida praticamente como consenso, paisagens têm sido estudadas sob ênfases diferenciadas, onde nem sempre as sociedades humanas são consideradas no mesmo nível que outras variáveis. As próprias escolas alemã e francesa, que tanto influenciaram a geografia brasileira, são enfáticas em aspectos diferentes. A geografia alemã tem ênfase naturalista, herdada de Humboldt e a francesa enfoca a região, incluindo culturas e sociedades em cada espaço natural. Os geógrafos ingleses desenvolveram uma concepção pragmática de paisagem com a idéia de mosaico, cuja formação se dá pela repetição similar de ecossistemas locais ou usos da terra. Ou seja, um conjunto integrado e repetido de elementos espaciais, caracteriza uma paisagem. Desta forma, pode-se descer à escala de detalhe que desejar, identificando padrões de similaridade da organização do espaço em escalas menores ou maiores (FORMAN, 1995). A necessidade de operacionalizar o conceito de paisagem com fins de gestão territorial levou os geógrafos russos a desenvolverem o conceito de geossistema. Para SOTCHAVA (1978), o geossistema consiste em classes hierarquizadas do meio natural. Possui três escalas de grandeza: planetária, regional e topológica. A sua identificação parte de dois princípios: de homogeneidade e de diferenciação. Os geossistemas com estrutura homogênea são geômeros e os de estrutura diferenciada são os geócoros. A perspectiva sistêmica permite a identificação da diversidade de interações dos níveis internos de uma paisagem, sua funcionalidade, seu estado e suas relações com o meio. Embora o conceito de paisagem esteja bastante assimilado pela geografia, a construção da idéia não está de todo acabada. Alguns aspectos são comuns à maioria dos conceitos, mas ainda há dúvidas e

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discussões. Um dos pontos comuns é a afirmação de que a existência humana deve ser incluída no conceito de paisagem. Mas a freqüência com que é repetida parece evidenciar a luta da geografia em não fragmentar estudos de paisagem em ciências específicas, que excluem de suas pesquisas a dimensão social, econômica e cultural, assim como as relações horizontais entre elementos. Outro aspecto sólido na concepção geográfica de paisagem diz respeito ao aspecto visual, como cenário, ou resultado, dos eventos naturais e sociais. São as fisionomia e morfologia, de interesse da geografia e que ocupam determinado espaço. Esta é uma característica que dá à paisagem, como objeto geográfico, a possibilidade de ser cartografada. A questão da escala também é importante na pesquisa geográfica de paisagem, pois permite a hierarquização de classes de paisagem. Por exemplo, a vegetação, que pode ser abordada nas escalas planetária, regional e/ou local. Por fim, a noção de taxonomia, presente na concepção de paisagem geográfica, permite identificar as unidades de paisagem, em escalas maiores ou menores, conforme cada caso, e classificá-las de acordo com os parâmetros adotados. Portanto, embora haja diversidade de enfoques sobre a paisagem em geografia, os elementos comuns permitem definir um método geográfico para o seu estudo. Alguns trabalhos terão na vegetação o seu tema central, e assim, as classificações serão conforme esta variável, embora sejam considerados, naturalmente, os outros elementos presentes. Em outros casos, o parâmetro taxonômico será a morfologia do terreno, relevo, clima, cultura ou outro qualquer, porém levando sempre em conta os princípios do método.

O CONCEITO DE PAISAGEM NA GEOGRAFIA BRASILEIRA A construção do conceito de paisagem na geografia brasileira foi influenciada pela escola francesa, inspirada especialmente nos trabalhos de Tricart. Só mais recentemente, com as técnicas de geoprocessamento, é que a influência anglo-saxônica se faz presente no conceito de paisagem como produto de estudos integrados, e em parte, na metodologia para o zoneamento ecológico-econômico - ZEE. Durante muitos anos foi utilizada uma compartimentação do relevo brasileiro, elaborada pelo geógrafo e professor Aroldo de Azevedo, em 1940 (apud ROSS, 1985). Ab’Saber, em 1969, propôs os Domínios Morfoclimáticos Brasileiros, considerando a “relação cobertura vegetal, tipo de clima e modelado predominante do relevo” (apud ROSS, 1985, p. 27) Em 1985, ROSS, geógrafo,

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professor da Universidade de São Paulo - USP, propõe uma nova classificação do relevo brasileiro, dividida em Unidades de Planaltos, de Planícies e Depressões, formando no total, vinte e oito macro unidades geomorfológicas, consideradas quanto à estrutura e morfoescultura. Outros de seus trabalhos abordaram a vulnerabilidade do relevo, e foram produzidos a partir do cruzamento de informações geomorfológicas e pedológicas, aplicados em unidades ambientais definidas pelo padrão morfológico observado previamente por meio de sensores. Na construção teórica, Ross baseia-se no conceito de estrato geográfico da terra elaborado pelo russo Grigoriev (apud ROSS, 1990, p. 10), que seria o conjunto de componentes do ambiente natural - “crosta terrestre e marinha, a hidrosfera, solos, cobertura vegetal, o reino animal e a baixa atmosfera”. Neste ambiente dinâmico, sistêmico, com trocas de energia e matéria, é que se desenvolve o ser humano como ser social. As possibilidades infinitas de combinações e arranjos dos componentes do ambiente natural formam a diversidade de paisagens identificadas como Unidades de Paisagens Naturais. Como geomorfólogo, ROSS (1990) naturalmente enfatiza o uso de sua especialidade na classificação e estudo de paisagens. Entretanto, a presença humana não é excluída de seu conceito, mas considerada como ações antrópicas, identificadas pelo uso do solo e freqüentemente responsáveis pela fragilização de ambientes. DANTAS e COELHO NETTO (1995), professores da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, pesquisaram a influência do ciclo cafeeiro sobre a evolução da paisagem geomorfológica do médio vale do Paraíba do Sul, sob um enfoque geohidroecológico. O termo é definido pelos autores como o “estudo integrado do meio geobiofísico (relevo-rocha-solovegetação-fauna-uso), que regula a distribuição das águas pluviais no domínio das encostas e, conseqüentemente, a dinâmica dos processos geomorfológicos (intemperismo, erosão e deposição), em diferentes escalas espaço-temporais” (DANTAS e COELHO NETTO, 1995, p. 66). Consultas a anais de encontros e congressos de geografia e temas ambientais brasileiros, evidenciam a pequena proporção de estudos sobre paisagem ou sua classificação. Em geral, paisagem aparece como variação de termos como: meio ambiente, ambiente natural, unidade espacial, visual. Seus contornos podem ser definidos a partir de feições do uso do solo, tendo como produtos paisagem urbana, paisagem rural, degradada ou natural, ou podem ser unidades territoriais e/ou espaciais, como municípios, parques e bacias hidrográficas. São comuns pesquisas sobre um componente da paisagem, vindo depois a consideração

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dos efeitos de outras variáveis, como a ação humana, sobre o elemento principal ou sobre o todo. A dimensão humana, em geral, é representada por um empreendimento ou evento pontual que afete diretamente o meio natural. Daí, fica a impressão de que a integração dos aspectos socioeconômico e cultural nos trabalhos sobre paisagem, e não só a soma de aspectos, conforme enunciado nos conceitos teóricos, é de difícil aplicação na prática. CASTILLO (2002) adverte sobre o engano de uma redução da geografia a análises de produtos de sensores remotos e conseqüente confusão entre paisagem e espaço geográfico. Para o autor, paisagem é a “materialidade congelada e parcial do espaço geográfico”; sendo sua manifestação. CASTILLO (2002) menciona que Fel, em 1978, considerou a paisagem como ponto de partida para análise de compartimentos - políticos, econômicos e orgânicos - do espaço geográfico. Este, possui caráter mais abstrato, de totalidade, enquanto a paisagem lembra parcela e fração.

CONCLUSÕES Em primeiro lugar, as considerações aqui apresentadas referem-se particularmente à civilização ocidental, por razões práticas. Sabe-se que a perspectiva ocidental não é a perspectiva universal nem a principal, como se imagina muitas vezes, mas uma parcela da humanidade. A visão da paisagem sempre teve um aspecto utilitarista para praticamente todos os povos e em todas as épocas. Se na Antigüidade da região mesopotâmica a paisagem era trazida para dentro dos muros e só então parecia existir e ser aceita na consciência humana, na atualidade a paisagem é composta por praticamente tudo o que é possível trazer para dentro do conhecimento e tecnologia humanos, que são os domínios modernos. Assim, o conceito de paisagem foi sendo construído e ampliado, sempre com base no que existiu e existe de útil e mais ou menos compreensível no entorno da existência humana. Neste caso, poder-se-ia incluir aspectos astronômicos na paisagem do Oriente Médio, já que a investigação dos caldeus na Mesopotâmia incluía corpos celestes. Quem sabe a paisagem terrestre desértica e um tanto monótona tenha ajudado a desviar o olhar “para cima”, levando a observações de um céu noturno com pouca nebulosidade... Os elementos celestes fariam então, parte de sua paisagem. Como ambiente vivido e/ou captado pela consciência humana, a paisagem, de alguma maneira, sempre existiu junto com os seres humanos, levando ora à utilização prática de seus recursos, ora à

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contemplação e encantamento. Como aspecto visual, freqüentemente estético, captado e representado de maneira objetiva e subjetiva por artistas, a paisagem surgiu no século XV, com pintores holandeses e italianos. Já a concepção de paisagem como método de abordagem de um espaço geográfico, teve início em fins do século XIX. Como raízes deste pensamento pode-se mencionar as idéias de Ratzel sobre relações causais existentes na natureza, vindo depois o russo Dokoutchaev, com o modelo Complexo Natural Territorial - CNT, identificando as estruturas da natureza. No século XX, Carl Sauer apresentou suas idéias sobre estruturas da paisagem, em 1925; Carl Troll elaborou a ecologia da paisagem, que associava a perspectiva horizontal geográfica com a perspectiva vertical da ecologia, em 1930. Sotchava, na Rússia, na década de 60, formulou os geossistemas, com classes diferenciadas e similares da paisagem. Estes pensamentos, associados à história e cultura de suas respectivas épocas e lugares, foram fundamentais para a construção de idéias da paisagem como método de pesquisa ou forma de abordagem de um ambiente geográfico. Sintetizando os conceitos das diversas épocas e áreas de conhecimento, há aspectos que merecem ser mencionados quando de uma abordagem do ponto de vista da paisagem, seja como objeto de interesse de pesquisa, seja como método de estudo. Seriam eles: o aspecto visual; a complexidade de inter-relações entre os elementos físicos e destes

com os elementos culturais; a possibilidade de cartografar a paisagem, já que a mesma ocupa um lugar; a diversidade da escala da paisagem - do local ao planetário; a possibilidade de classificar paisagens em unidades diferenciadas ou homogêneas; a possibilidade de classificar paisagens com ênfase em um elemento de sua composição - vegetação, clima ou cultura; o caráter dinâmico das paisagens; a possibilidade de análise por meio dos elementos, estrutura e/ou funcionamento da paisagem. Assim, como objeto do interesse da pesquisa, a paisagem pode ser entendida como o produto das interações entre elementos de origem natural e humana, em um determinado espaço. Estes elementos de paisagem organizam-se de maneira dinâmica, ao longo do tempo e do espaço. Resultam daí feições e condições também dinâmicas, diferenciadas ou repetidas, o que permite uma classificação, ao agruparse os arranjos similares, separando-os dos diferentes. No todo, forma-se um mosaico articulado. Este processo poderá ser tão detalhado ou amplo, quanto interesse ao observador. Paisagem não é o mesmo que espaço geográfico, mas pode ser compreendida como uma manifestação deste. O espaço é o objeto de estudo da geografia, enquanto a paisagem poderia ser entendida como uma medida multidimensional de compreensão de um lugar (MAXIMIANO, 2002).

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