Contribuições da Semiótica na Concepção da Página Inicial de Portais de Informação: Uma pesquisa focada no público brasileiro

Share Embed


Descrição do Produto

Jacques Chueke

Contribuições da Semiótica na Concepção da Página Inicial de Portais de Informação: PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Uma pesquisa focada no público brasileiro

Dissertação de Mestrado

Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre pelo Programa de PósGraduação em Design do Departamento de Artes e Design do Centro de Teologia e Ciências Humanas da PUC-Rio

Orientadora: Profª. Vera Lúcia Moreira dos Santos Nojima

Rio de Janeiro Março de 2005

Jacques Chueke Contribuições da Semiótica na Concepção da Página Inicial de Portais de Informação: Uma pesquisa focada no público brasileiro Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

do grau de Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Design do Departamento de Artes e Design do Centro de Teologia e Ciências Humanas da PUC-Rio. Aprovada pela Comissão Examinadora Abaixo Assinada.

Profª. Vera Lúcia Moreira dos Santos Nojima Orientadora / Presidente/PUC-Rio

Profª. Lucrécia D’Alessio Ferrara FAU-USP

Profª. Rejane Spitz PUC-Rio

Profª. Edna Lúcia Cunha Lima PUC-Rio Prof. Paulo Fernando Carneiro de Andrade Coordenador Setorial do Centro de Teologia e Ciências Humanas – PUC-Rio Rio de Janeiro, 10 de março de 2005

Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do trabalho sem autorização da universidade, do autor e do orientador.

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Jacques Chueke Graduou-se em Desenho Industrial – habilitação em Comunicação Visual, na PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica), em dezembro de 1998. Especializou-se em Usabilidade de Interfaces, Ergonomização da Interação Homem-Computador, pelo CCE – PUCRio, em dezembro de 2002. Integrou o Programa de Mestrado em Design da PUC-Rio em março de 2003, tendo sido contemplado com a bolsa de estudos do CNPq. Em 2003, publicou nos anais do SBDI: Congresso Nacional de Iniciação Científica em Design da Informação (UFPE-PE), e participou do 1º Congresso Internacional de Semiótica (UNESP-SP), do 2º Congresso Internacional de Pesquisa em Design Brasil (ANPED-RJ), e do 1º Encontro de Semiótica Aplicada ao Design (LabCOM-PUC-Rio), onde publicou e apresentou artigos relativos ao tema desta dissertação. Em 2004, participou do 6º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design – 6º P&D (FAAP-SP), onde publicou e apresentou artigo relativo ao tema desta dissertação. Ficha Catalográfica Chueke, Jacques Contribuições da semiótica na concepção da página inicial de portais de informação : uma pesquisa focada no público brasileiro / Jacques Chueke ; orientadora: Vera Lúcia dos Moreira dos Santos Nojima. – Rio de Janeiro : PUC, Departamento de Artes e Design, 2005. v., 267 f. : il. ; 29,7 cm 1. Dissertação (mestrado) – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Artes. Inclui referências bibliográficas. 1. Artes – Teses. 2. Design. 3. Home page. 4. Portal de informação. 5. Semiótica. 6. Usabilidade. 7. Interface digital. 8. Cognição. 9. Internet/Web. 10. IHC: Interação Homem-Computador. I. Nojima, Vera Lúcia Moreira dos Santos. II. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Departamento de Artes. III. Título.

CDD: 700

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Ao meu saudoso pai Isaac e aos anos nos quais estivemos juntos. À minha mãe Lola, pelo apoio afetuoso e incondicional e pela fé inabalável em todos os meus empreendimentos.

Agradecimentos À professora Vera Nojima, DSc, pela orientação formidável e pelo carinho e tempo dedicados em nortear meus delírios acadêmicos e divagações filosóficas. Aos meus colegas mestrandos Felipe Memória, Joy Till, Marcelo Pereira e Eduardo Brandão, pela inestimável ajuda na organização e implementação do formulário on-line. Ao meu colega mestre em design, Licínio Nascimento, pela sua generosa ajuda na formatação do documento desta pesquisa.

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Ao professor Luís Antônio Coelho, DSc, pelas palavras sempre preciosas e pelo olhar preciso na organização do artigo apresentado no P&D 2004 na FAAP-SP. À professora Lucy Niemeyer, DSc, pelos valiosos ensinamentos na área de semiótica peirciana, desde a graduação em desenho industrial, comunicação visual, pelos idos de 1994. À professora Anamaria de Moraes, DSc, pelos valiosos ensinamentos na área de ergonomia e usabilidade de interface, recebidos em curso de extensão e nas aulas do programa do mestrado em Design. Aos professores do Programa de Pós-graduação em Design da PUC-Rio pelos inestimáveis comentários realizados em aula, muitos dos quais reproduzidos nesta dissertação. Ao Romário César de Souza e o pessoal do Departamento de Artes e Design, sempre solícitos e prestativos. Ao CNPq, pela bolsa de estudos concedida, auxílio financeiro muito bem vindo. Aos designers Rodrigo David (iBest), Marcelo Gluz (Globo.com) e Fernando Zacarias (StarMedia.com) pelas entrevistas concedidas por email. A todos os respondentes dos pré-testes e formulário on-line. Suas opiniões e comentários francos foram a base sólida para a construção desta pesquisa. Aos professores participantes da Banca Examinadora. Agradeço o aceite ao meu convite, o tempo dedicado em ler minha dissertação e em ouvir minhas palavras.

Resumo CHUEKE, Jacques; NOJIMA, Vera Lúcia Moreira dos Santos (orientadora). Contribuições da Semiótica na Concepção da Página Inicial de Portais de Informação: Uma pesquisa focada no público brasileiro. Rio de Janeiro, 2005. 1 v. Dissertação de Mestrado – Departamento de Artes e Design, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. A atividade de criação de uma interface digital interativa para a internet envolve questões de representação de seus elementos (tarefa a ser realizada pelos designers dessa interface), significação dos mesmos e a decodificação da interface pelos usuários. A semiótica, a ciência dos signos, apresenta-se como um minucioso olhar sobre questões mentalistas e da subjetividade humana.

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Esta pesquisa visa demonstrar que um website concebido com a implementação de princípios trazidos pela Semiótica Peirciana, aliados às metodologias da Usabilidade de interface teria mais sucesso com seu público - Uma vez compreendendo o comportamento, fruição, proficiência e objetivos deste público. O foco desta pesquisa recai sobre portais de informação brasileiros e o público falante da língua portuguesa. Os conceitos, avaliações e resultados obtidos podem ser extendidos para outros artefatos interativos e públicos diversos. Foram observadas várias ciências e metodologias que atuam na verificação de usabilidade de mídias digitais interativas, o componente cognitivo e o aprendizado humano. Foi apresentado um levantamento de dados baseado nas impressões dos usuários sobre a home page de dois portais de informação determinados, em adição aos comentários coletados em entrevistas com designers atuantes na criação de portais voltados para o público brasileiro. As páginas iniciais foram analisadas segundo os princípios da usabilidade de interface (vários autores) e da semiótica peirceana, na obra de Santaella. Os resultados do levantamento de dados e das análises foram utilizados na criação de recomendações para um design que vislumbre as questões da semiótica e da usabilidade de interface.

Palavras-chave Home page, Portal de informação, Semiótica, Usabilidade, Interface digital, Cognição, Internet/Web, IHC: Interação Homem-Computador.

Abstract CHUEKE, Jacques; NOJIMA, Vera Lúcia Moreira dos Santos (Advisor). Contributions of the Semiotics to the Conception of the Home Page of Information Portals: A search aimed at the Brazilian public. Rio de Janeiro, 2004. 1 v. Master Degree Dissertation – Department of Arts & Design, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. The activity of creation of an interactive digital interface for the internet involves issues concerning the representation of its elements (task to be accomplished by the designers of that interface), significance of those elements and the decoding of that interface by the users. Semiotics, the science of signs, comes as a meticulous look on mentalist subjects and human subjectivity. This research seeks to demonstrate that a website conceived with the

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

implementation of the principles brought from Peirce Semiotics, allied to usability interface methodologies, would become more successful among its public - by understanding the behavior, fruition, proficiency and the public's objectives. The focus of this research relapses on Brazilian portals and the speaker of Portuguese language public. The concepts, evaluations and obtained results can be extended to other interactive artefacts and diverse publics. Several sciences and methodologies that act in the usability verification of interactive digital medias, the cognitive component and the human learning were observed. A data set based on the user’s impressions about the home page of two specific information portals was presented, in addition to the comments collected in interviews with active designers in the creation of portals aimed at the Brazilian public. The home pages were analyzed in accordance with the principles of the usability (several authors) and the Peirce semiotics, in the work of Santaella. The results of the data collected and the analysis were used in the creation of advices for a design that glimpses issues from the semiotics and from the interface usability.

Key Words Design, Home page, Portal, Semiotics, Usability, Digital Interface, Cognition, Internet / Web, Human Computer Interaction.

Sumário

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

1. Introdução

15

18 2. Delineamento da Pesquisa 18 2.1. O Problema 18 2.2. Tipo de Pesquisa 19 2.3. Objeto da pesquisa 20 2.4. Hipóteses / predições 20 2.5. Variáveis 21 2.6. Objetivo geral 21 2.6.1. Objetivos específicos / operacionais 21 2.7. Justificativa 22 2.8. O Modelo Processual 23 2.8.1. Aplicação do Modelo Processual na tese proposta 27 2.9. Metodologia 27 2.9.1. Entrevista Preliminar Semi-Estruturada 27 2.9.2. Questionário Preliminar Semi-Estruturado 28 2.9.3. Entrevista Semi-Estruturada 28 2.9.4. Criação e Implementação do formulário on-line 2.9.5. Avaliação Semiótica e de Usabilidade das respostas obtidas com o 28 formulário on-line 28 2.9.6. Recomendações para o Design da Home Page de Portais 3. A Semiótica e as Interfaces Digitais do Futuro 3.1. Novos Signos 3.2. O Contexto 3.3. O Potencial Semiótico 3.4. Metáforas, Dispositivos e Interfaces do Futuro 3.5. Dispositivos Móveis 3.6. Quebrando Paradigmas?

29 29 30 32 33 37 38

4. A Evolução da Atenção e as Mídias Digitais 4.1. Mensagem Ambígua 4.2. A Atenção 4.3. Busca Visual 4.4. Ontologia do meio digital 4.5. Repertório e Considerações

40 40 41 44 48 49

5. A Semiótica de Peirce 5.1. Origens 5.2. A Semiótica Peirciana 5.3. Signo Peirceano e as Tricotomias 5.3.1. O Representamen 5.3.2. O Objeto 5.3.3. O Interpretante 5.4. Dez Classes

51 51 52 54 57 58 59 63

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

5.5. Considerações Sobre o Capitulo

64

6. Interação Humano-Computador e Usabilidade de Interface 6.1. HCI ou HTI 6.2. Usabilidade de Interface 6.3. Avaliação Heurística 6.4. Avaliação Cooperativa 6.5. Hipermídia 6.6. Hipertexto 6.7. Navegação 6.8. Sobre o Projeto de Websites 6.9. Design de Interface 6.10. Design de telas 6.11. Aparência e Funcionalidade 6.12. Alguns Requisitos de uma Boa Interface Digital 6.13. O Usuário 6.13.1. Algumas considerações sobre a relação usuário - interface digital 6.14. Questões Imprescindíveis 6.15. Considerações sobre o capítulo

65 65 66 67 67 68 69 71 71 72 73 74 75 77 77 78 80

7. Procedimentos Metodológicos e Resultados Obtidos 7.1. Características do Objeto 7.2. Características da Amostra 7.3. Entrevista Preliminar Semi-Estruturada com Usuários 7.4. Questionário Preliminar Semi-Estruturado com Usuários 7.5. Entrevista Semi-Estruturada com Designers 7.6. Criação e Implementação do formulário on-line 7.7. Respostas Obtidas

82 82 87 88 91 92 95 104

126 8. Avaliação dos Resultados 8.1. Avaliação semiótica e de usabilidade das respostas obtidas na Coleta 126 de Dados 128 8.1.1. Parte 1: Experiência com o Portal de Informação 1 ou 2 177 8.1.2. Parte 2: Experiência com a Internet e Portais de Informação 204 8.2. Considerações sobre a análise realizada 205 9. Recomendações 9.1. Recomendações para o Design de Interface da Página Inicial de 206 Portais de Informação 10. Considerações Finais e Desdobramentos 10.1. Desdobramentos

224 228

11. Bibliografia 11.1. Livros 11.2. Artigos 11.3. Monografias, Dissertações e Teses 11.4. Links

231 231 233 238 239

12. Apêndices

242

12.1. Pré-Teste do Sujeito 1 12.2. Pré-Teste do Sujeito 2 12.3. Entrevista com Rodrigo David 12.4. Entrevista com Marcelo Gluz 12.5. Entrevista com Fernando Zacarías

242 248 253 257 259

13. Anexos 13.1. Charles Sanders Peirce 13.2. Jakob Nielsen: Design Recomendado para a Homepage

264 264 266

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Lista de figuras

Figura 1 – Internet Group “IG” Figura 2 – Universo On-Line “UOL” Figura 3 – Ícones e suporte verbal em árabe Figura 4 – Software “Sensiva” Figura 5 – Leitura ordenada e consciente na cultura ocidental Figura 6 - Zonas de Leitura segundo Collaro Figura 7 – Movimento dos olhos quando da exploração ocular Figura 8 – Eyetrack III e o mapa sugerido de zonas quentes de leitura Figura 9 – Signo Triádico Peirciano Figura 10 – Signo Triádico Peirciano e seus desdobramentos revelados Figura 11 – Pré-Teste com os três portais Figura 12 – Formulário on-line – tela capturada na resolução de 1280x960 Figura 13 – Formulário on-line – detalhe da tarefa Figura 14 – Formulário on-line – tela de agradecimento Figura 15 – Internet Group “iG” e elementos percebidos em destaque Figura 16 - “iG” e ordem de leitura sugerida a parir dos elementos percebidos em destaque Figura 17 – Universo On-Line “UOL” e elementos percebidos em destaque Figura 18 – “UOL” e ordem de leitura sugerida a parir dos elementos em destaque Figura 19 – Banner reach media rotativo do portal iG Figura 20 – “iG” e elementos que atraíram a atenção em destaque Figura 21 – “UOL” e elementos que atraíram a atenção em destaque Figura 22 – Box multimídia do portal UOL Figura 23 – Internet Group “IG” e ícones em destaque Figura 24 – Universo On-Line “UOL” e icones em destaque Figura 25 – Explicando o conceito da “Marca” e “Atractor”. Ilustração de Quino, do artigo de Magariños, 1998 Figura 26 – Internet Group “IG”. Áreas de difícil categorização como “links” Figura 27 – Internet Group “IG” e links imprecisos Figura 28 – Detalhe internet Group “iG”e os três momentos do link Figura 29 – “IG” e destaque para a chamada na barra de título Figura 30 – “UOL” e destaque para a chamada na barra de título e na

19 20 35 37 45 45 46 47 57 62 88 97 98 98 131 131 132 133 136 143 144 145 146 147 150 157 159 159 160 161

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

logomarca Figura 31 – “UOL” – Logomarca ainda sem o uso do slogan Figura 32 – “iG” e destaque para as partes mencionadas pelos usuários que deveriam ser repensadas Figura 33 – “UOL” e destaque para as partes mencionadas pelos usuários que deveriam ser repensadas Figura 34 – Internet Group “iG”, na resolução de 640x480 Figura 35 – Internet Group “iG”, na resolução de 800x600 Figura 36 – Internet Group “iG”, na resolução de 1024x768 Figura 37 – “UOL” com todo conteúdo vertical apresentado (simulação) Figura 38 – “iG”, na resolução de 1024x768 – Destaque para a barra de ferramentas horizontal Figura 39 – “iG”. Tela capturada no momento do recarregamento Figura 40 – Mecanismo de busca Yahoo! e banner interativo em destaque Figura 41 – Universo On-Line “UOL” e propaganda em formato reach media (Checkm8) em destaque Figura 42 – Portal Terra e propaganda em formato reach media em destaque (Expand Graphic Banner) Figura 43 – Portal Terra e propaganda em formato reach media desdobrada com o passar do mouse (Expand Graphic Banner) Figura 44 – Portal iG e área destinada a propaganda em destaque Figura 45 – Detalhe do portal iG e simulação do carregamento de outras opções para escolha do usuário na caixa de compras Figura 46 – “iG” e a caixa de índice de matérias em destaque Figura 47 – “iG” e o menu desdobrável (serviços) em destaque Figura 48 – hp do “iG” e coloração azulada predominante Figura 49 – hp do “iG” e navegação estrutural revelada Figura 50 – “iG” e uma simulação de cores Figura 51 – “UOL” e os links mais clicados na barra de navegação em evidência, porém visíveis ao usuário após o primeiro scroll Figura 52 – “UOL” e os links mais clicados na barra de navegação em evidência, agora visíveis ao usuário na primeira tela (simulação) Figura 53 – “iG” e simulação da explicação instantânea Figura 54 – Último Segundo do “iG” simulado com a implementação do horário de última atualização, arquivo de notícias e opção de ativar / desativar atualização automática das notícias Figura 55 – Meu Yahoo! em três momentos distintos: Alterar cores, Escolher conteúdo e Alterar o layout Figura 56 – Meu Yahoo! e o resultado das opções marcadas nas telas acima, com a possibilidade de ter mais de uma composição disponível com diferentes estruturas (“Front Page” e “HP 2”) Figura 57 – Internet Group “IG” e questão 1 do pré-teste (sujeito 1) Figura 58 – Internet Group “IG” e questão 1.2 do pré-teste (sujeito 1) Figura 59 – Internet Group “IG” e questão 3.1 do pré-teste (sujeito 1) Figura 60 – Internet Group “IG” e questões 4 e 5 do pré-teste (sujeito 1) Figura 61 – Internet Group “IG” e questões 5 e 9 do pré-teste (sujeito 1) Figura 62 – Internet Group “IG” e questões 5 e 9 do pré-teste (sujeito 2) Figura 63 – Internet Group “IG” e questão 1 do pré-teste (sujeito 2) Figura 64 – Internet Group “IG” e questões 2 e 9 do pré-teste (sujeito 2) Figura 65 – Internet Group “IG” e questões 5 e 7 do pré-teste (sujeito 2)

163 170 171 182 183 183 193 195 196 207 208 208 209 210 211 212 212 214 215 216 218 219 220 221

223 223

242 243 244 245 246 248 249 250 251

Figura 66 – Internet Group “IG” e questão 9 do pré-teste (sujeito 2)

252

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Lista de Quadros

Quadro 1 – Esquema do Modelo Processual Quadro 2 – Categorias dos Signos propostas por Peirce Quadro 3 – As dez classes de signos resultantes da combinação das categorias Quadro 4 – Considerações sobre a questão 2, dentro das Categorias do Signo Quadro 5 – Considerações sobre a questão 2 (Texto), dentro das Categorias do Signo. Quadro 6 – Considerações sobre a questão 5, dentro das Categorias do Signo. Quadro 7 – Considerações sobre a questão 6, dentro das Categorias do Signo. Quadro 8 – Considerações sobre a questão 7, dentro das Categorias do Signo. Quadro 9 – Considerações sobre a questão 12, dentro das Categorias do Signo.

26 61 64 137 138 148 155 158 174

Lista de Gráficos

Gráfico 1 – Faixa etária do público do portal iG Gráfico 2 – Faixa etária do público do portal UOL Gráfico 3 – Faixa etária do público do portal Terra Gráfico 4 – Paralelo de faixas etárias do público do portal UOL e Terra Gráfico 5 – Mix de faixas etárias do público do portal UOL e Terra Gráfico 6 – Faixa etária dos respondentes Gráfico 7 – Escolaridade dos respondentes Gráfico 8 – Identificação da hp carregada Gráfico 9 – Lista das primeiras coisas percebidas na hp do portal iG Gráfico 10 – Lista das primeiras coisas percebidas na hp do portal UOL Gráfico 11 – Elementos geralmente buscados na hp. Portal iG Gráfico 12 – Elementos geralmente buscados na hp. Portal UOL Gráfico 13 – Elementos que atraíram a atenção. Portal iG Gráfico 14 – Elementos que atraíram a atenção. Portal UOL. Gráfico 15 – Dificuldade em compreender os ícones do iG Gráfico 16 – Dificuldade em compreender os ícones do UOL Gráfico 17 – Percepção de links sem o mouse no iG Gráfico 18 – Percepção de links sem o mouse no UOL Gráfico 19 – Percepção de links com o mouse no iG

84 84 85 86 87 127 127 128 130 132 139 139 143 144 145 146 153 154 157

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Gráfico 20 – Percepção de links com o mouse no UOL Gráfico 21 – Informação sobre o propósito da home page no iG Gráfico 22 – Informação sobre o propósito da home page no UOL Gráfico 23 – Sobre a quantidade de conteúdo na hp do iG Gráfico 24 – Sobre a quantidade de conteúdo na hp do UOL Gráfico 25 – Sobre a chamada na barra de título no portal iG Gráfico 26 – Sobre a chamada na barra de título no portal UOL Gráfico 27 – Sobre a apreciação da hp do portal iG Gráfico 28 – Juízo de valor sobre a apreciação da hp do portal iG Gráfico 29 – Sobre a apreciação da hp do portal UOL Gráfico 30 – Juízo de valor sobre a apreciação da hp do portal UOL Gráfico 31 – Modificações sugeridas para o portal iG Gráfico 32 – Modificações sugeridas para o portal UOL Gráfico 33 – Freqüência de atividades na internet Gráfico 34 – Freqüência de resolução de monitor Gráfico 35 – Freqüência de velocidade de conexão Gráfico 36 – Freqüência de portais já acessados Gráfico 37 – Preferência dentre a seleção de portais Gráfico 38 – Assinatura dentre a seleção de portais Gráfico 39 – Comportamento em relação à propaganda on-line Gráfico 40 – Tempo médio até a ativação de assunto de interesse Gráfico 41 – Observação do conteúdo periódico Gráfico 42 – Rolagem do scroll vertical Gráfico 43 – Uso da barra de navegação horizontal Gráfico 44 – Sobre a atualização automática da hp Gráfico 45 – Características de interesse que poderiam ser vinculadas na hp

157 160 160 163 163 164 165 165 166 166 166 169 170 177 180 183 185 186 187 188 191 192 192 195 196 198

Lista de Tabelas

Tabela 1 – Ranking de Domínios em Setembro de 2003 Tabela 2 – Organização das respostas optativas Tabela 3 – Organização das respostas discursivas Tabela 4 – “Design Recomendado para a Homepage” de Nielsen. Exemplo de Avaliação de Usabilidade.

83 106 114 266

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Uma nova ecologia dos meios de comunicação está organizando-se em torno da extensão do ciberespaço. Posso agora enunciar seu paradoxo central: quanto mais universal (extenso, interconectado, interativo), menos totalizável. Cada conexão suplementar acrescenta mais heterogeneidade, novas fontes de informação, novas linhas de fuga, de maneira que o sentido global fica cada vez menos legível, cada vez mais difícil de circunscrever, de encerrar, de dominar. Esse Universal dá acesso a um gozo do mundial, à inteligência coletiva em ato da espécie. Faz-nos participar mais intensamente da humanidade viva, mas sem que isso seja contraditório, ao contrário, com a multiplicação das singularidades e a ascensão da desordem. Pierre Lévy, O Universal sem Totalidade, Essência da Cybercultura, 1999: 111-122

1 Introdução

Esta dissertação de mestrado propõe, através da semiótica, compreender o universo verbo-icônico da interface de páginas iniciais de portais de informação para realizar projetos com maior consciência dos desdobramentos subjetivos com relação ao público. Propõe também uma metodologia que compreenda questões sintáticas e semânticas intrínsecas à interface digital. A compreensão / decodificação / manipulação eficiente e prazerosa de uma interface humanocomputador torna-se fundamental para o sucesso de um projeto com o escopo de agraciar um grande público. A semiótica deve ser componente intrínseco da PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

atividade projetual, em comunhão com as metodologias da usabilidade de interface. O designer, enquanto criador de uma mensagem deve se preocupar com as variantes que entram em cena na interlocução com seu público específico; os inevitáveis ruídos e distorções da mensagem, o código e o repertório do receptor e o contexto em que a comunicação se dá (referências sobre a influência do contexto sobre o usuário podem ser vistas na Análise Cognitiva do Trabalho, Vicente 1999). A eficiência ocorre quando o receptor decodifica apropriadamente a mensagem, interferindo, retroalimentando, transformando esta de acordo com sua experiência. O emissor deve gerar os interpretantes corretos, baseados no referencial de seu público. Pretende-se trazer tópicos avançados em Interatividade e Design de Interface para o público universitário brasileiro e os profissionais envolvidos na criação de interface para artefatos digitais. Considera-se o momento presente da relação do homem com sistemas e equipamentos, e tenta-se compreender e projetar o futuro dessa relação, com atenção também às influências dos incessantes avanços da tecnologia sobre o homem. Essa

dissertação

insere-se

no

campo

da

pesquisa

em

Design:

Comunicação, Cultura e Artes, com área de concentração em Design e sociedade - uma das linhas de interesse acadêmico do Programa de Mestrado em Design da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), e foi realizada de março de 2003 a dezembro de 2004, no Laboratório de Comunicação no Design da Puc-Rio (LabCom).

Capítulo 1. Introdução

16

O Capítulo 2 intitulado “Delineamento da Pesquisa”, apresenta os tópicos referentes à metodologia de pesquisa científica – desde o problema, hipótese, variáveis, etc. Situa o objeto dentro de um contexto e tempo e explica brevemente o que será realizado nesta pesquisa. O Capítulo 3 intitula-se: “A Semiótica e as Interfaces Digitais do Futuro” e observa o cenário atual da internet no Brasil e no mundo e aponta para o surgimento de uma nova linguagem digital baseada numa lógica emergente – inerente à cultura da informatização. Descreve o potencial da ciência semiótica para melhor compreender a profusão polissêmica de representações e significações da internet e de novos artefatos digitais. O Capítulo 4 – “A Evolução da Atenção e o Aprendizado”, investiga a internet como meio de expressão híbrido, desconstruído, auto-regulável e autosustentável e, portanto, gerando situações de dificuldades cognitivas com públicos diversos. A velocidade da evolução tecnológica gera o surgimento de PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

novos e incessantes estímulos, sem tempo para a acomodação humana – com isso, surgem metodologias científicas através dos séculos que buscam compreender o potencial de aprendizagem e perceptivo humano. O Capítulo 5 – “A Semiótica de Peirce”, apresenta brevemente as origens da semiótica e perscruta a obra de Charles Sanders Peirce em detalhe, com destaque para a compreensão da sua proposta do signo triádico, da semeiose e a apreensão de significados pela mente humana. A teoria semiótica peirciana é colocada como base teórica para as questões de cunho subjetivo e semântico, da representação, significação e decodificação dos objetos de estudo desta pesquisa. O Capítulo 6 – “Interação Humano-Computador e Usabilidade de Interface”, resume os conceitos fundamentais dentro do universo de HCI e sua relevância para o estudo de interfaces de usuários. Algumas metodologias e heurísticas de avaliação de usabilidade são apresentadas com o intuito de exemplificar a proposta de análise de foco sintático e quantitativo realizada pelas pesquisas deste cunho. O Capítulo 7 – "Procedimentos Metodológicos e Resultados Obtidos", mostra passo a passo o percurso metodológico adotado e a reunião dos dados obtidos e organizados em tabelas. O Capítulo 8 – "Avaliação dos Resultados", demonstra a aplicação dos conceitos pertencentes à semiótica peirciana e a usabilidade de interface na avaliação dos dados coletados: A transcrição do discurso dos sujeitos de préteste, os dados quantitativos e qualitativos obtidos com os respondentes do

Capítulo 1. Introdução

17

formulário on-line em paralelo com os comentários realizados por designers de portais de informação, os últimos submetidos em entrevistas por email. O Capítulo 9 – “Recomendações”, são sugestões para a implementação de conceitos munidos da semiótica e usabilidade na concepção de páginas iniciais de portais de informação. As recomendações são resultantes da avaliação realizada sobre os dados reunidos, em comunhão com o referencial teórico desta pesquisa. O Capítulo 10 – “Considerações Finais e Desdobramentos”, revê o conteúdo apresentado (referencial teórico) e o checa com o delineamento (problema e hipótese) e os resultados obtidos através da metodologia proposta. Apresenta alguns possíveis desdobramentos de continuidade desta pesquisa em diferentes metodologias e campos científicos. O Capítulo 11 é a “Referência Bibliográfica”: Livros, Artigos, Monografias, Dissetações, Teses e Hyperlinks que serviram como suporte teórico. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

O Capítulo 12 são os “Apêndices” obtidos no presente estudo: A transcrição dos pré-testes e as entrevistas realizadas com os designers na íntegra. O Capítulo 13 de “Anexos”, reune alguns artigos lidos para o presente estudo.

2 Delineamento da Pesquisa

2.1. Problema

Usuários de portais de informação com foco no público brasileiro (como UOL, IG, Terra, Globo.com, entre outros) têm indicado descontentamento com o excesso de informações encontradas nas páginas iniciais destes. Considera-se que os elementos componentes da home page1 (página inicial) dos portais de

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

informação da internet estão indevidamente estruturados de forma que dificultam a decodificação pelo seu público alvo – com isso gerando frequentes erros de interação mediante custoso aprendizado. A pluralidade e incompatibilidade de repertórios pictóricos, imagéticos e verbais presentes na estrutura de uma home page dificulta a compreensão das mensagens contidas nesta. A questão trazida neste trabalho é de total verificação objetiva e empírica. É possível, através de vários dispositivos, verificar e quantificar as variáveis que entram em cena durante a cognição de uma página de internet por um usuário qualquer e através do prisma da Semiótica e da Usabilidade de Interface, avaliar esses resultados.

2.2. Tipo de pesquisa

Uma Pesquisa Levantamento, focada no público brasileiro usuário de internet e conhecedor de portais de informação.

1

Home Page: [Ingl, lit., 'página original' ou 'página de base'.] (Aurélio séc XXI). *abreviação comumente utilizada: hp (nota do pesquisador). S. f. Inform. - Página de entrada em um site da Web. Remete às principais seções de conteúdo do site, visando facilitar a navegação pelo sistema; página inicial, página default (Babylon English-Portuguese). - Home page: The main page of a Web site. The home page provides visitors with an overview and links to the rest of the site. It often contains or links to a Table of contents for the site (The Internet Dictionary).

Capítulo 2. Delineamento da Pesquisa

19

Segundo Santos (2000), as pesquisa-levantamento referem-se aos estudos interrogando-se, de forma clara e direta, indivíduos dos quais se objetiva saber o comportamento. Exemplos são os censos realizados pelos governos e que buscam informações de todos os componentes de um determinado universo pesquisado, através de amostras.

2.3. Objeto da Pesquisa

A página inicial (ou home-page) dos portais de informação UOL (Universo On-Line) e iG (Internet Group – “Internet Generation”) vinculadas on-line de

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

março a setembro de 2004.

Figura 1 – Internet Group “IG”. Acesso em 04 de maio. 2004.

Por que a escolha das páginas iniciais (ou home-page) dos portais supracitados? Estes são grupos pioneiros na vinculação de conteúdo na internet para um público brasileiro e pelo sucesso comercial obtido nas diversas faixas etárias e classes econômicas dessa população. Encontram-se hoje como os portais de maior audiência segundo o IBOPE (setembro de 2003). Apesar disso é possível verificar vários problemas de ordem cognitiva e de usabilidade na estrutura da sua página inicial.

20

Capítulo 2. Delineamento da Pesquisa

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Figura 2 – Universo On-Line “UOL”. Acesso em 02 de junho. 2004.

2.4. Hipóteses / Predições

A home-page de um site de grande porte concebida com a implementação de conceitos provenientes da Semiótica, aliados às metodologias da usabilidade de interface, teria mais sucesso com seu público do que uma página desprovida desses princípios. O desempenho, a interatividade e a cognição das páginas de web melhoram e se tornam mais eficientes uma vez implementados os conceitos da Semiótica durante a sua concepção.

2.5. Variáveis

É possível definir as variáveis como em Bastos (et al. 2000): "Como delinear uma pesquisa experimental": Variável independente: Elementos componentes da página inicial, dinâmicos e interativos, como áreas de informação jornalística, informações específicas, informações regionais, áreas interativas, zonas de salto para outros produtos,

serviços,

publicidade, etc.

áreas

de

entretenimento,

ferramentas,

navegação,

Capítulo 2. Delineamento da Pesquisa

21

Variável dependente: O usuário e suas características. Variável interveniente: A Semiótica e a Usabilidade de interface.

2.6. Objetivo Geral

Propor aos desenvolvedores de portais de informação recomendações de como conceber uma hp com base nos princípios e pressupostos da semiótica – aliados a usabilidade de interface, visando uma criação mais segura por parte dos designers do projeto e uma decodificação mais eficiente dos elementos e lógicas de interação da interface pelo seu público específico.

2.6.1.

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Objetivos Específicos / Operacionais

Obter dados qualitativos e quantitativos que demonstrem eficiências / deficiências na decodificação dos elementos componentes da home-page de um portal2 de informação voltado para o público brasileiro; Reunir considerações referentes a um projeto de Interface que possa harmonizar os interesses do cliente / designers (interesses mercadológicos) e do público (diversão, serviço, informação, sucesso e prazer); Produzir recomendações baseadas nos resultados do levantamento e análise dos dados, ressaltando a importância da utilização de uma metodologia composta dos princípios e pressupostos da ciência semiótica peirciana e pela usabilidade de interface.

2.7. Justificativa

Para o design, o homem é o usuário. O produto do design visa atender às necessidades do homem. A forma é o meio de expressão do designer – A união do design e da tecnologia da informação é portanto formidável, pois deve tornar as coisas significativas, não apenas belas ou feias e ao mesmo tempo claras ao entendimento do público visado. 2

Portal: s. portão, entrada, arco, portal; Web site que serve de entrada à Internet (Babylon English - Portuguese Translator).

Capítulo 2. Delineamento da Pesquisa

22

A tarefa de desenvolver um site necessita de planejamento cuidadoso, indagação intelectual e conhecimento técnico. Acredita-se que uma interface digital concebida com a implementação de princípios trazidos pela Semiótica teria mais sucesso com seu público do que uma página desprovida destes. No que se refere aos profissionais da área de produção multimídia3 e hipermídia4, grande parte dos projetos carecem de conceito e fundamentação e são consolidados por intuição e bom senso, nem sempre gerando as interpretações corretas (confusão na decodificação da estrutura de informações) e o melhor aproveitamento do conteúdo proposto. Importantes aspectos do design e seus fundamentos são geralmente negligenciados e isso se explica pelo fato de a tecnologia hipermídia ser ainda recente e, portanto, se encontre em estágios iniciais o desenvolvimento de pesquisas com esta abordagem. A aplicação de uma metodologia que envolva questões objetivas e subjetivas se faz necessária. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Uma vez compreendendo como o homem interpreta as imagens que vê (além de outros estímulos), e como reage e interage com elas, o desenvolvedor, o profissional que lida com design (seja este design voltado para internet ou não) pode influenciar as respostas através de técnicas visuais e sinestésicas. Através destas técnicas torna-se possível organizar os dispositivos que geram a sequência de eventos esperados – leitura condicionada através dos elementos da composição. A liberdade do usuário reside nas suas escolhas dentro desse contexto repleto de regras e simbolismos criados por outrem.

2.8. O Modelo Processual

Segundo Bomfim (2003b), definições processuais, como o próprio nome indica, são mutáveis e circunstanciadas em contextos, ancorados cosmológica e cronologicamente – como por exemplo, design no Rio de Janeiro, década de 90. Isto significa que definições dessa natureza não discorrem sobre um conceito, mas oferecem fatores, relações e variáveis que permitem relacioná-lo a um

3

Multimedia: s. Multimídia (também em informática), combinação de texto gráfico e som na exibição da informação (Babylon English-Portuguese). 4 Hipermídia: Ritto (1995) adota a terminologia hiperdocumentos, definindo-os como sistemas computadorizados cujos conteúdos se desenvolvem a partir de um determinado tópico, permitindo a formação de uma rede semântica relacionada à temática central e estruturada de forma não sequencial (Padovani, 1998: 16).

23

Capítulo 2. Delineamento da Pesquisa

espaço e a um tempo determinados. Assim, antes de se ocupar da definição propriamente dita, deverá se estabelecer as principais vanáveis de influência e suas características predominantes.

O design, do mesmo modo que qualquer outra atividade do processo extremamente complexo e dinâmico do trabalho social, é orientado por um conjunto de objetivos de natureza ideológica, política, social, econômica etc., que são determinados pelas instituições sociais, ou seja, pelas organizações que em determinada sociedade detém e exercem poder, legítimo ou não: partidos políticos, síndicados, associações de classe, igrejas etc. Esses objetivos dizem respeito a uma ou muitas estratégias de desenvolvimento, que caracterizam o processo histórico da sociedade na realização de suas utopias. Neste processo as utopias dois significados: de um lado é o objetivo distante a ser alcançado (ideal), de outro, o anúncio do possível (real).

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

No modelo há cinco planos distintos: • O plano da ideologia e política, onde são definidos os objetivos, valores e normas para o desenvolvimento de uma sociedade em direção à utopia. Esse plano corresponde à sociedade institucionalizada; • O plano do conhecimento, isto é, os instrumentos necessários para viabilizar os objetivos e a política no campo do real. Esse é o plano das ciências. • O plano do planejamento, ou seja, a aplicação dos conhecimentos de diversas áreas na solução de problemas específicos e concretos; • O plano da práxis, através da qual uma parte da realidade é efetivamente modificada; • O plano do meio ambiente natural e artificial.

2.8.1. Aplicação do Modelo Processual na tese proposta

• O plano da ideologia e política: É possível verificar na internet um caráter pertencente

à

Pós-Modernidade:

Intertextualidade,

desconstrucionismo,

hibridismo e quebra com o funcionalismo. Ou seja, a preocupação com a mensagem sem ambiguidades muitas vezes é sacrificada em função da estética arrojada e o excesso de conteúdo jornalístico, promocional, animações, etc. Contexto brasileiro dos portais web: A citar, alguns apresentam-se atualmente com maior evidência (UOL, IG, Globo.com, iBest, Terra, Cidade

Capítulo 2. Delineamento da Pesquisa

24

Internet, MSN, AOL e BOL, entre outros) no mercado de conteúdo brasileiro na web, entre outros concorrentes de menor porte. Os portais descritos e sua hierarquia estão em constante mudança – devido às características fluidas da WWW.

• O plano do conhecimento: Os elementos componentes da home-page (página inicial) estão indevidamente estruturados de forma que dificultam a decodificação pelo seu público alvo. É possível, através de vários dispositivos, verificar e quantificar as variáveis que entram em cena durante a cognição de uma página de internet por um usuário qualquer e através do prisma da Semiótica e da usabilidade de interface, avaliar esses resultados. A Semiótica (na sua busca do significado, com foco na mensagem), e a Usabilidade (que lida com o desempenho do usuário / sistemas) podem ajudar nessa árdua tarefa que é comunicar com um mínimo de perda e ruído e um PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

máximo de compreensão do público para o qual se está falando (a mensagem é modificada pelo observador, que compreende a partir da sua vivência íntima) – essa é a proeza que todo profissional envolvido com a criação de conteúdo para a web busca: O artefato intelectual (criado por um articulador) comunicando a um receptor, gerando reciprocidade, com o mínimo de perda da cognição e decodificação das mensagens contidas no artefato.

• O plano do planejamento (O que? Para que? Como?) O que? A Pesquisa proposta pode ser categorizada como levantamento. Para que? Ela visa identificar os fatores que determinam e contribuem para a ocorrência do fenômeno de cognição / decodificação da página inicial de um portal brasileiro de Internet definido (página de grande porte que visa público em massa) e como etapa final demonstrar as possibilidades de maximização da cognição utilizando-se dos princípios trazidos pela Semiótica. Como? A identificação desses fatores far-se-á a partir de uma heurística produzida pela combinação da teoria semiótica peirciana e da usabilidade de interface. Uma vez delimitando o tipo de público a se investigar dentro do assunto Internet (observando-se as características do usuário de determinado website/s e realizada captação de sua interação com determinado produto), selecionada uma região de atuação (país, estado, cidade) e o caráter da página de Internet (pequenas, média, grandes empresas, páginas pessoais ou portais) e a seção específica que compõe um website (home-page e/ou desdobramentos)

Capítulo 2. Delineamento da Pesquisa

25

é possível fazer um levantamento de dados com o intuito de gerar uma análise de significação.

• O plano da praxis (ver a metodologia utilizada: 27).

• O plano do meio ambiente: O contexto sócio-cultural: Universo dos Grandes Portais de Informação brasileiros estabelecidos na década de 90 e dos PCs (Personal Computers) impregnados das características da pós-modernidade. O contexto do experimento: O ambiente é virtual. As interfaces tratadas serão vistas em monitor de luz padrão. O usuário poderá fazer suas avaliações e comentários, preferivelmente em local não ruidoso e sem outras distrações sinestésicas, para que este não disperse sua atenção e os resultados não sejam afetados. Nota: A emissão de luz do monitor causa fadiga visual, dado que pode

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

ser registrado na avaliação de usabilidade, e poderá ser comentado na pesquisa.

A seguir, é apresentado o esquema do modelo processual aplicado a pesquisa proposta:

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Delineamento da Pesquisa

Quadro 1 – Esquema do Modelo Processual aplicado na tese de mestrado proposta.

26

Delineamento da Pesquisa

27

2.9. Metodologia

2.9.1. Entrevista Preliminar Semi-Estruturada (sujeito: Usuários da WWW; Objeto: Os portais de informação UOL, IG e Terra)

Definição das Questões • Tipo de entrevista: Não-diretiva Esse tipo de técnica apenas indica ao entrevistador a natureza geral do problema de pesquisa e aspectos que serão tratados no processo da entrevista. Identificação dos Sujeitos Características ideais: Faixa etária: Entre 11 e 65 anos de idade (valores fornecidos pelos

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

próprios portais). 2º grau completo. • Entrevista Piloto Máximo de 10 questões. Visa obter dados sobre o usuário, suas características, opinião sobre o tema. Avaliação de foco semântico - coletar os dados de impressões, desempenho e cognição / decodificação da HP do portal UOL e IG (os comentários do usuário serão registrados em áudio). • Análise das Respostas Essa análise servirá como referência para se fazer um paralelo entre o que é relevante e eficiente para o pesquisador em comparação às impressões do usuário. • Redefinição / Correção da Entrevista

2.9.2. Questionário Preliminar Semi-Estruturado (sujeito: Usuários da WWW)

• Definição das Questões • Questionário Piloto – Validação das questões • Lista de 5 nomes de usuários. 25 questões. • Análise das respostas • Redefinição / Correção do Questionário

Delineamento da Pesquisa

28

2.9.3. Entrevista Semi-Estruturada (sujeito: Designers de portais de informação) • Definição das Questões • Tipo de entrevista: Não-diretiva Questões sobre as metodologias de criação, manutenção, política interna e impressões pessoais sobre as páginas iniciais dos portais de informação das respectivas empresas e sobre a evolução do meio hipermidiático.

2.9.4. Criação e Implementação do formulário on-line (sujeito: Usuários da WWW)

Visa verificar as impressões dos usuários sobre os portais de informação mencionados.

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Foram obtidos 100 respostas válidas, com o preenchimento (parcial e total) das 25 questões do formulário.

2.9.5. Avaliação Semiótica e de Usabilidade das respostas obtidas com o formulário online (sujeito: Usuários da WWW)

Através da avaliação das respostas demonstrar a aplicação da teoria semiótica peirciana em conjunção com os princípios da usabilidade de interface.

2.9.6. Recomendações para o Design da Home Page de Portais Baseado nos resultados obtidos com o formulário on-line, apresentar recomendações que possam viabilizar o aprimoramento da codificação e decodificação dos componentes integrantes das home pages de um portal de informação.

3 A Semiótica e as Interfaces Digitais do Futuro

Interfaces de procedimentos e de linguagens, associações contínuas, interatividade entre produção e consumo constituem a tarefa rotineira do designer e concretizam uma atividade de recombinações que a semiótica já propõe como atividade sistêmica e que a moderna hipermídia só faz reconhecer e reapresentar. Lucrecia D’Aléssio ferrara, O Signo sem Sentido, 2002 in do Desenho ao Design: um percurso semiótico?

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

3.1. Novos Signos

A Internet é um locus de comunicação transcultural e internacional. Novos signos estão surgindo de forma desenfreada na notável evolução das mídias digitais e dos sistemas operacionais. Novos paradigmas surgem com o incessante avanço tecnológico e telemático: Dispositivos portáteis com acesso a WWW, novos PCs (Personal Computers) com velocidade de processamento e recepção de dados sem precedentes; e isso é só o começo. Torna-se necessário questionar o impacto social da avalanche de informações que surge ("o acesso em excesso") - uma quebra de paradigma é iminente. As limitações estão sendo dissolvidas com o passar do tempo (telefonia, pouca largura de banda, áreas fora dos centros urbanos estão recebendo a implementação de acesso à rede) acesso, uso, produção e difusão de informações via web torna-se uma tendência natural, redundante, parte do cotidiano. Quais serão os signos, o formato, a gestalt dos elementos produtores de significado e de interpretantes? Quais serão as novas formas de interface que surgirão decorrentes da evolução tecnológica? Quais as preocupações que um profissional ou uma equipe de projeto deve ter ao desenvolver essas interfaces? Quais princípios, padrões e diretrizes

Capítulo 3. A Semiótica e as Interfaces Digitais do Futuro

30

(se é que deve haver algum) devem reger essa criação e que aspectos do público / usuário devem ser levados em conta durante essa projetação? O futuro não estará mais preso a bidimensionalidade do monitor que emite luz e as dimensões de espaço e tempo irão permear as interfaces modernas. Uma nova alfabetização visual e computacional faz-se necessária: Compreender os novos códigos intrínsecos à cultura da informatização e criar as bases e metodologias para melhor adequar ao homem os novos sistemas interativos que irão surgir. Uma vez compreendendo como o homem apreende e lida com o ambiente a sua volta, o designer pode projetar com responsabilidade e ampla consciência dos desdobramentos e influência das suas obras sobre público e as sociedades dinâmicas. Este capítulo traz mais questionamentos do que soluções sobre o contexto que se forma (a nível global) na cultura da informatização. Começa analisando a PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

semiótica como uma ferramenta que com seu caráter transdiciplinar pode contribuir com tantos outros ramos do conhecimento e ciências para um bom projeto de interface digital. Depois apresenta considerações que devem ser vislumbradas sobre a cognição, construção do conhecimento e percepção visual humana, bem como uma análise do homem como usuário. Então faz sugestões sobre importantes aspectos da relação usuário - tecnologia interativa. Comenta a importância das metáforas visuais nos meios digitais interativos e, por fim, propõe tendências futuras para as interfaces digitais e considera a relação do designer com a tecnologia da informação (como é atualmente, e como poderia ser).

3.2. O contexto A World Wide Web é um sistema de computador do tipo cliente-servidor que serve primeiramente como um sistema de informações antes que problemas de segurança comercial e confiabilidade fossem vislumbrados. De acordo com a Georgia Tech Research Corporation (1997) as mais comuns atividades na web são: Buscar informações (86.03%), Busca (63.01%), Navegação (61.27%), Trabalho (54.05%), Educação (52.21%) e Compras (18.65%). As tarefas de busca e navegação mostram-se de grande interesse para desenvolvedores de aplicações web. (Fu & Salvendi, 2002)

Capítulo 3. A Semiótica e as Interfaces Digitais do Futuro

31

Grandes investimentos são feitos todos os anos na criação e reformulação das páginas iniciais de grandes portais em todo o mundo. É sabido que a homepage é a página de entrada que conduzirá o usuário através do universo de desdobramentos que um website possui. A motivação principal do público: Diversão, serviço, sucesso e prazer. O objetivo principal dos proprietários dos grandes portais: Gerar capital. É inquestionável, portanto, a importância da home-page na vida de um website: Ganhar imediatamente o público em massa, pois ele é a fonte de renda de projetos de larga escala. É sabido também que páginas iniciais mal projetadas trazem prejuízos imensos para as empresas, pois não atingem as metas de lucro e com isso não pagam investidores.

As homepages são o patrimônio mais valioso do mundo. São investidos milhões de dólares em um espaço com menos de um metro quadrado.O impacto da homepage na retaguarda de uma empresa é muito maior do que as simples PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

medidas de rendimentos por comércio eletrônico: a homepage também é a face da sua empresa para o mundo. Cada vez mais, os possíveis clientes examinarão sua presença on-line antes de fazer qualquer negócio com você - independentemente de a venda real ser fechada on-line (Nielsen, 2002: 01).

Ainda segundo Nielsen5, após analisar 20 grandes sites, descobriu-se que são descartados 51% dos princípios básicos de usabilidade; Quando os clientes não encontram a informação desejada, aproximadamente 50% do potencial de vendas é perdido. Quarenta por cento dos usuários não retornam a um site quando, na primeira visita, obteve-se uma experiência negativa; Estima-se que 90% dos sites comerciais fazem uso de uma usabilidade pobre, e com isso, muitos milhões de dólares são perdidos. Segundo o GartnerGroup, havia uma projeção em investimento total em tecnologia da informação no Brasil que iria superar os US$ 70 milhões em 2001 o que significa que o mercado brasileiro é o dobro do México, o segundo mercado da América Latina. A perspectiva da Internet no Brasil para este milênio continuaria promissora para empresas sólidas e capitalizadas, acreditam certos analistas. O Brasil responderia por 40% do movimento financeiro gerado a partir de transações de comércio eletrônico na América Latina, segundo a IDC Brasil.

5

Dr. Jakob Nielsen, Ph.D. ,diretor do Nielsen Normam Group, já foi um engenheiro respeitado na Sun Microsystems. A coluna Alertbox de Nielsen, sobre a usabilidade da Web, é publicada na internet desde 1995 (www.useit.com). Homepage: 50 websites desconstruídos, 2002: 13

32

Capítulo 3. A Semiótica e as Interfaces Digitais do Futuro

3.3. O Potencial Semiótico

A Semiótica tem por objeto a investigação de todas as linguagens possíveis, ou seja, tem por objetivo o exame dos modos de constituição de todo e qualquer fenônemo como fenômeno de produção de significado e de sentido (Santaella, 1983: 13).

O

desenvolvimento

de

interfaces

hipermídia

tem

crescido

exponencialmente, sem princípios bem definidos ou bem entendidos. Esta área de pesquisa, por ter característica interdisciplinar, envolve contribuições vindas das mais variadas áreas (semiótica, ergonomia, gestalt, linguística, etc). Do ponto de vista da evolução tecnológica, a tendência é a Interação Humano PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Tecnologia (IHT) tornar-se cada vez mais presente, sendo absorvida de tal forma que se torne cada vez mais um componente padrão do dia a dia do homem. A Semiótica (na sua busca do significado, com foco na mensagem), e a Usabilidade (que lida com o desempenho dos sistemas e do usuário) podem ajudar nessa árdua tarefa que é comunicar com um mínimo de perda e ruído e um máximo de compreensão do público para o qual se está falando (a mensagem é modificada pelo observador, que compreende a partir da sua vivência íntima) – essa é a proeza da qual estamos falando aqui, no final das contas - O articulador em interação com o receptor, gerando reciprocidade, com o mínimo de perda da cognição e decodificação de ambas as mensagens.

Em uma análise meta-semiótica da imagem visual confluem três operações fundamentais que podem ser descritas como "identificação", "reconhecimento" e "Interpretação". A descrição verbal destas operações, tal como são enunciadas aqui, deverá ser uma tradução a menos distorcida o quanto possível, do que ocorre graficamente em sua produção e, visualmente, em sua percepção. A exposição de cada uma destas operações requer uma ordem sequencial (inerente ao discurso verbal), levando em conta que, tanto graficamente como visualmente, ocorrem em paralelo; seu processamento cerebral / mental é simultâneo e se cumpre em um tempo que, provisoriamente, pode inscrever-se na instantaniedade. Morentin (Acesso em maio de 2003).

Capítulo 3. A Semiótica e as Interfaces Digitais do Futuro

33

A necessidade de um estudo teórico é emergente, uma vez que pretende suprir a carência de uma maior compreensão sobre os princípios do design de interface e do comportamento e reações / respostas do usuário em relação à multiplicidade de interfaces. É importante também compreender a relação input / output de informações entre o usuário e o sistema que este esteja utilizando. As questões de cunho subjetivo devem ser vislumbradas na criação e na avaliação das interfaces digitais, e associadas às questões de teor objetivo e quantitativo, obtidas através do aporte das metodologias da usabilidade de interface.

3.4. Metáforas, Dispositivos e Interfaces do Futuro

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Pode-se definir as metáforas visuais como o conceito essencial em comunicação mediada homem-computador, pois substitui os códigos e terminologias subjacentes de sistemas operacionais e de aplicações de dados. Conceitos são comunicados por meio de palavras, imagens, sons, e mais recentemente por meios táteis (encontramos variantes com todos estes conceitos associados). Um exemplo familiar para a maioria de usuários de computador é a área de trabalho (desktop), repleto de ícones de documentos e pastas como metáforas para as realidades subjacentes de dados e funções, e como os usuários os manipulam e se adaptaram a esse conceito. Nas disciplinas de semiótica e retórica, esta técnica de comunicação metafórica é uma figura importante da comunicação falada e visual. Hoje, os ícones e os símbolos estão impregnados na maioria das plataformas (cliente-servidor6, Websites, aplicações Web para estações de trabalho, desktops, dispositivos móveis e sistemas de veículos). A maioria dos usuários de computador deve dominar essa massa de sinais, indubitavelmente. Analistas estudaram quantos sinais os consumidores médios devem saber, quantos compreendem bem, e quantos podem recordar e utilizar eficientemente num dado contexto. Estudaram também como estas medidas mudam pela idade, pelo gênero, pelas habilidades com a língua, pela instrução, pela cultura, e pelo nível emocional, entre outros fatores.

6

Cliente-Servidor: Serviço ao cliente; método de computação que por ele se separam a realização das aplicações de alguns programas e computadores - que se encontram entre elas em ligação de dar serviço e receber serviço (Babylon English-Portuguese).

34

Capítulo 3. A Semiótica e as Interfaces Digitais do Futuro

Algumas tendências atuais mostram o uso excessivo de ícones dentro de uma proporção aproximada de 16 x 16 pixels. Mesmo com profundidade de cor significativa, o resultado visual é demasiado exigente aos olhos e mente, especialmente para usuários mais velhos (Marcus7, 2003a).

É possível questionar a noção de uma interface de usuários, um meio de comunicação, desprovido de metáforas - Toda a comunicação humana requer subterfúgios metafóricos (visual, falada, etc.); caso contrário, os povos falariam de uma forma enviesada, baseada em conceitos básicos mal entendidos por outros povos ou em referências confusas; durante uma conversação entre dois organismos inteligentes é necessária uma constante reconexão, para que haja concordância de metáforas fundamentais. O único tipo de comunicação que pode ocorrer sem metáforas é aquela baseada em sinais diretos (respostas

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

instantâneas a dor ou coordenadas por espaço-tempo). Alguns sofisticadas

dispositivos de

realidade

futuros virtual

certamente ou

caracterizarão

interfaces

de

realidade

interfaces reativa,

retroalimentada. Comunicação inclui interação. De fato, a semiótica é em vários momentos fundamentada como uma ciência behaviorista, questionando como os povos se comportam ou interagem com sinais a fim determinar os significados destes. Esta é a essência de projetos usuário-interface: tenta-se prever fatos, conceitos, e emoções através de artefatos simbólicos e icônicos dinâmicos, interativos. Porém prever todas as variantes de interação e significação seria uma atividade árdua e pouco provável – elementos de interface têm caráter polissêmico e o caminho ideal a se trilhar, além da previsão, é a geração de alternativas que viabilizem a compreensão desses elementos e a modificação das interfaces - de forma dinâmica ou com intervenção do usuário – para uma exibição que acomode melhor suas particularidades.

7

Aaron Marcus is the founder and President of Aaron Marcus and Associates, Inc. (AM+A: http://www.AMandA.com). A graduate in physics from Princeton University and in graphic design from Yale University, in 1967 he became the world's first graphic designer to be involved fulltime in computer graphics. For the last decade, Aaron has turned his attention to Web, mobile, and vehicle user interface and information-visualization design, training leaders for centers of excellence, providing guidelines for globalization/localization, and focusing on the challenges of 'baby faces' (small displays for consumer information appliances) of ubiquitous devices and cross-cultural communication. Aaron Marcus has published, lectured, tutored, and consulted internationally for more than 30 years and has been an invited keynote/plenary speaker at conferences of ACM/SIGCHI, ACM/SIGGRAPH, Usability Professionals Association (UPA), and the Human Factors and Ergonomic Society, as well as conferences internationally. He is a visionary thinker, designer, and writer, well-respected in international professional communities associated with Web, user interface, human factors, graphic design, publishing, and desktop software application development (http://www.amanda.com/people/staff/aaron_marcus_f.html).

Capítulo 3. A Semiótica e as Interfaces Digitais do Futuro

35

Por ter nascido num berço pragmaticista, muitos esperam que a semiótica venha com um manual de aplicação – e, de quebra, garantia de um ano após a aquisição – o que de fato não ocorre. As "ferramentas" da ciência dos signos se mostram úteis nos mais diversos campos de investigação justamente por sua abertura e amplitude. Mais do que descrever em quais classes ou categorias se inscrevem os signos, a semiótica permite a compreensão do jogo complexo de relações que se estabelecem numa semiose ou num sistema delas. Ao ordenar esse conjunto de relações, podemos antever o seu significado e aplicabilidade no mundo da(s) linguagem(ns). É nesse processo que os dados da realidade podem ganhar o status de informação, conhecimento e, em alguns casos, sabedoria. Prates (1999)

Na figura baixo, verifica-se a leitura invertida (da direita para a esquerda) de alguns povos do oriente-médio como os de língua árabe. Pode-se questionar se os elementos pictóricos apresentados fazem parte dos refernciais culturais de

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

povos orientais. Questiona-se também, o quanto nossa compreensão depende do suporte verbal para a compreensão dos ícones presentes em diversas mídias digitais, além dos computadores caseiros estacionários. É possível afirmar, que vários desses ícones possuem um caráter muito mais simbólico do que icônico, uma vez que os princípios que regem sua compreemsão são arbitrários, ou seja, dependem de regra e aprendizado – somente sua similaridade com o objeto / conceito representado, não é suficiente para sua compreensão.

Figura 3 – Ícones e suporte verbal em árabe.

Capítulo 3. A Semiótica e as Interfaces Digitais do Futuro

36

Muitos analistas, tais como David Gelerntner, Don Norman e George Robertson profetizaram o fim do desktop baseado em metáforas como nós conhecemos - as noções de arquivos e pastas, aplicações e dados incorporados em objetos de uso comum do homem ocidental não geram o efeito esperado em outras culturas. Este esquema inteiro é notoriamente influenciado pela cultura. Chavan comenta, que a maioria dos povos na Índia não possuem mesas ou pastas e têm pouca experiência com estas. Se os pesquisadores chineses na academia de ciências em Beijing tivessem inventado os sistemas operacionais modernos, certamente teríamos outras metáforas visuais, talvez baseadas na cultura oriental (Marcus, 2003b).

Alguns pesquisadores discutiram que a necessidade de armazenar arquivos em grupos separados relacionados a aplicações que também são armazenadas em grupos separados pode resultar em danos tanto à saúde mental como ao tempo produtivo do indivíduo. Uma sugestão seria permitir aos PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

usuários que se concentrassem em conteúdos ao invés de ferramentas - ou seja, as pessoas deveriam se preocupar com o conteúdo e não com as ferramentas necessárias para a aquisição desse conteúdo, armazenado em diversos níveis e desdobramentos; o que acarreta desgaste mental. Outra tentativa de inovação, no campo de interface de computadores pessoais (PCs), são os softwares que visam remodelar os conceitos de dispositivos apontadores (cursor do mouse), transformando símbolos em comandos - transformando movimentos do mouse em comandos diversos. Pretendem aprimorar a produtividade em mais de 25%, no que se refere à navegação e utilização de qualquer plataforma e seus programas específicos. Segue uma filosofia similar aos Palm Pilots (dispositivos portáteis). Fazendo uso de um mouse, uma caneta digital, uma tela de toque ou qualquer dispositivo apontador, usuários simplesmente desenham o símbolo para executar comandos, sem qualquer interação com o teclado.

Capítulo 3. A Semiótica e as Interfaces Digitais do Futuro

37

Figura 4 – Software “Sensiva”, criando e desenhando símbolos (http://www.sensiva.com/symbolcommander/).

Talvez uma das quebras de paradigma mais importantes que este programa pode trazer, é o fato de ser totalmente customizável às características PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

individuais do usuário e contexto sensitivo, ou seja, altera suas configurações conforme diferentes aplicativos e áreas de trabalho de diferentes usuários fazendo uso do mesmo dispositivo.

3.6. Dispositivos Móveis

Com a evolução dos suportes e dos artefatos bem como da dinâmica da vida moderna, a necessidade de transportar e acessar dados a todo momento resultou na criação de equipamentos portáteis e com isso um novo problema: a interface digital precisou ser reduzida para se adequar às telas miniaturizadas. Os ícones são de difícil compreensão e a lógica de exibição da informação não acompanhou a redução drástica de espaço útil. É questionável se o feedback puramente visual seria o suficiente para manter o usuário informado do estado do sistema. O uso de recursos sonoros, vibratórios, entre outros que apelam a outros sentidos além da visão, seriam estudos recomendados. Mas é importante considerar questões de privacidade em locais públicos, onde outors estímulos pode incomodar terceiros e, ao mesmo tempo, revelar informações particulares.

Capítulo 3. A Semiótica e as Interfaces Digitais do Futuro

38

O desenvolvimento dos dispositivos móveis exige uma atenção especial dos avaliadores, uma vez que não existem precedentes na tecnologia e nas formas de interação digitais. As grandes empresas fabricantes trabalham com lógicas distintas e terminam por gerar interfaces com lógicas completamente díspares (celulares, palm pilots, palm tops). Diante de opções tão diversas, os usuários são obrigados a aprender a operar as diversas plataformas disponíveis, gerando curvas cognitivas maiores e mesclas inconsistentes de elementos das interfaces (Chueke e Pereira, 2004 in notas de aula, inf2602, PUC-Rio).

3.7. Quebrando Paradigmas?

Este software ou sistema operacional que ainda está por surgir

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

(esperamos que num futuro não muito distante), permitiria que os sistemas computadorizados trocassem referências metafóricas ao reconfigurar contextos inteiros de dados da melhor maneira possível e apresentar essa informação ao usuário específico e em seu contexto atual, inclusive baseado nas referências pessoais desse usuário - configurando uma interface ideal, baseada nos referenciais do indivíduo. Surge com isso, uma questão que qualquer equipe de projeto (designers, engenheiros de computação, conteúdo, etc.) deveria fazer antes de iniciar qualquer desenvolvimento de uma interface ou artefato interativo: Essa nova proposta de interface fará sucesso com meu público específico? Explico o porquê da pergunta: Marcelo Póvoa (diretor de criação, Globo.com) conforme proferido em palestra no 1º seminário de design de notícias, na PUC-Rio em março de 2003, afirma que a curva cognitiva de aprendizado de uma interface ou sistema operacional de uma população é de pelo menos cinco anos. Ou seja, isso forma um ciclo virtuoso de usuários, que acabam por se adequar ao sistema vigente (sendo este eficiente como projeto ou não) e uma vez aprendido esse sistema / plataforma / sistema operacional / interface surge o conformismo, a comodidade ao meio conhecido. Surge então uma nova pergunta: Poderei ter sucesso comercial nesse contexto já consolidado? As respostas para essas perguntas não podem ser formalizadas, uma vez que diversas variantes estão em questão, como princípios ideológicos, políticos,

Capítulo 3. A Semiótica e as Interfaces Digitais do Futuro

39

sociais, econômicos, etc. Enquanto isso propõe-se, através da semiótica (associada a outras ciências e ramos do conhecimento, criando um contexto trans-disciplinar) tentar compreender o universo verbo-icônico da interface digital para realizar projetos com consciência e metodologia. A compreensão / decodificação / manipulação eficiente e prazerosa de uma interação humanocomputador (talvez devamos começar a denominar humano-tecnologia) torna-se fundamental para o sucesso de um projeto com o escopo de agraciar um grande público. A semiótica deve ser componente intrínseco da atividade projetual. Uma coisa é certa: Ter a coragem de ir além, de ser um precursor, de quebrar "paradigmas", é sempre uma atitude transformadora, louvável, criadora, questionadora - e pode gerar bons resultados. Ou, no mínimo "sacudir" um pouco as coisas, criar um tumulto, o que muitas vezes pode ser considerado

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

como o ponto catalisador de mudanças, mesmo que em longo prazo.

4 A Evolução da Atenção e as Mídias Digitais

Cada vez mais se compreende melhor que o conteúdo da consciência individual é dado, até a sua maior profundidade, pelos conteúdos da consciência coletiva. Por isso são cada vez mais importantes os problemas do signo e da sua significação, visto que um conteúdo psíquico que ultrapassa os limites da consciência individual adquire – pelo simples fato da sua comunicabilidade – o caráter de signo. MukarövskÝ (1975: 11, edição de 1981)

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

4.1. Mensagem Ambígua O advento da telemática e da WWW no período pós-moderno modificou nossos paradigmas sinestésicos e comportamentais de uma forma sem precedentes. Com a proliferação de computadores pessoais (PCs) na década de 80; e a popularização da Internet a partir da década de 90, criou-se uma nova linguagem herdeira de tendências, modismos e formas de atenção e de pensar do passado. Uma nova problemática emerge desse manancial de conceitos e informações díspares. O momento atual dos meios digitais caracteriza-se pela mensagem ambígua e pelo hibridismo de linguagens verbo-icônicas. A herança da condição pós-moderna na identidade cultural de vários povos do ocidente / oriente é inegável. Percebe-se uma valorização exacerbada do componente estético nos meios de comunicação sobre a ética propriamente dita; sendo que a primeira agora dita as regras. Os aspectos da modernidade, permeados pela razão e o utilitarismo desvanecem. Mas será isso algo ruim? Propõe-se novas questões a partir da primeira: No final das contas, será que o caos não faz parte da evolução das idéias e dos meios? Será que a desordem pode gerar boas idéias e soluções? Será este um momento transitório, catalisador de uma nova estética e uma nova ética pertencentes a um período permeado pelos meios digitais?

Capítulo 4. A Evolução da Atenção e as Mídias Digitais

41

Em colóquio denominado “Imaginário e Estética”, apresentado na PUC-Rio (outubro de 2004), a psicanalista Maria Elizabeth Santos apresentou um argumento sobremaneira elucidante sobre a imagem atual (conceitualmente) e a imagem apresentada na internet: “As imagens veinculadas diariamente cada vez menos tem a ver com nossos referenciais internos e cada vez mais se apresentam imersas numa neo-realidade construída pela própria imagem.” Segundo Santos (apud Jean Baudrillard, 2004, em notas do colóquio), a dimensão imagética torna-se auto-engendrável e auto-justificável, afastando-se cada vez mais da vida social – resultando num crescente esvaziamento crítico, uma vez que os referentes são escassos. Santos também afirma (apud Fredric Jameson 2004, ibid) que a unidimensionalidade é uma situação empobrecedora – A imagem produzida é reduzida a uma única dimensão no pós-modernismo na arte, resultando numa falta de profundidade teórica e consequentemente no enfraquecimento da historicidade (pública e privada). Observando-se esse PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

cenário, pode-se fazer as seguintes perguntas: Como construir uma posição crítica com esse empobreciemento referencial? Que repercussões subjetivas esse simulacro gera? Mudanças de linguagem e de unidades paradigmáticas podem ser observadas desde os primórdios humanos. A velocidade das mudanças, porém, é maior atualmente, portanto o contraste é mais marcante entre diferentes tecnologias e formas de expressão, vinculação e difusão de informações. Assim como sentimos o contraste da transição da TV, Cinema e Rádio em direção aos jogos televisivos, consoles e computadores pessoais, bem como do papel da prancha de projeto ao software, do livro ao CD-ROM e o e-Book, identifica-se o mesmo contraste na transição de uma Internet bidimensional baseada no texto para uma Internet baseada na multimídia e em novas formas de interação.

4.2. A Atenção

No final do século XIX, o problema da atenção torna-se um assunto fundamental no campo da psicologia científica. Esse problema estava diretamente relacionado ao campo social, urbano, psíquico e industrial, cada vez mais saturado com inputs sensoriais. A falta de atenção, especialmente no contexto das novas formas de produção industrial em larga escala, começou a ser tratada como um problema sério e perigoso, apesar de que geralmente era a própria organização moderna do trabalho a causa da falta de atenção. As

Capítulo 4. A Evolução da Atenção e as Mídias Digitais

42

configurações do capitalismo estão em constante alteração, levando a atenção e a distração a novos limites com uma seqüência interminável de novos produtos, fontes de estímulo e correntes de informação que são então respondidas com novos métodos de gerência e regulagem da percepção. Crary (1999) afirma que parte da lógica cultural do capitalismo exige que aceitemos como natural a mudança rápida da atenção de uma coisa para outra. O capital produziu esse tipo de adaptabilidade humana e tornou-se um regime de atenção e distração recíprocas. A modernização não é um conjunto de mudanças que ocorrem apenas uma vez, mas um processo contínuo e modular que jamais é interrompido para que a subjetividade individual possa acompanhála. Assim como no final do século XIX, no final do século XX, o controle da atenção depende da capacidade de um observador em ajustar-se às diferentes formas de consumo do mundo sensorial. Através dos diferentes modos de produção, a atenção continua a ser uma imobilização disciplinar e uma

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

acomodação do sujeito em relação à mudança e à novidade. Devemos manter em mente que em análise, cada elemento, cada momento da consciência, consiste na consciência propriamente dita e seus fatores mentais. Em outras palavras, a qualidade de uma experiência consciente sobre um objeto, evento ou situação é sempre determinada pelos fatores básicos que a todo o momento infuenciam a experiência. São estes: contato, sensação, discernimento, intenção e atenção. Varela et al. 1991, in Alm (2002).

Pode-se discutir que durante a hegemonia do behaviorismo8, a atenção, junto com a idéia de “processo mental”, era marginalizada como um objeto explícito de pesquisa. Entretanto, todo o regime de pesquisa de estímulo e resposta foi baseado nas capacidades de atenção de um sujeito humano. Muito se discutiu que problemas relacionados com o uso eficiente de novas tecnologias durante a Segunda Guerra foram em parte responsáveis por uma nova onda de pesquisa em atenção. Nas últimas décadas, passou-se a acreditar que o caráter unitário da mente consciente é inseparável da atenção. Muitos estudos contemporâneos são baseados na assunção de que a atenção não é simplesmente um fator psicológico, mas sua operação pode ser demonstrada em um nível neuronal, enquanto outros acreditam que ela sempre será um fenômeno mais elusivo. Crary (1999)

8

Behaviorismo: [Do ingl. behaviourism, behaviorism (amer.).] S. m. Psic. 1. Restrição da psicologia ao estudo objetivo dos estímulos e reações verificadas no físico, com desprezo total dos fatos anímicos; condutismo.

Capítulo 4. A Evolução da Atenção e as Mídias Digitais

43

Desde que o estudo da atenção no final do séc. XIX tentou racionalizar o qua acabou se provando irracionalizável, algumas das questões levantadas mostraram-se mais importantes que suas conlusões empíricas: 1 - Como a atenção monitora algumas sensações e não outras? 2 - O que determina como a atenção é capaz de operar como um foco da consciência? 3 - Que forças ou condições fazem o indivíduo atentar para apenas alguns aspectos do mundo exterior e não para outros? 4 - Quantos eventos ou objetos podem ser simultaneamente observados por um indivíduo e por quanto tempo? 5 - Até que ponto a atenção é uma ação automática ou voluntária?

Independente dos méritos das várias teorias, a atenção provou ser um problema persistente dentro do contexto disciplinar generalizado das ciências PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

sociais e comportamentais. As origens filosóficas e científicas do problema são comentadas por Nozawa (1998), ao colocar que durante grande parte do século XX, a filosofia dominante no ocidente era o Positivismo Lógico9:

Um dos nobres objetivos desta era desenvolver uma teoria da ciência unificada. Neste processo de tentativa de unificação da ciência, porém, optou por ignorar os estudos da mente humana. Elegeu como foco, a unificação das ciências naturais, como a Física, Astronomia e a Química. O resultado dessa decisão consciente em ignorar os estudos mentalistas levou a um declínio e quase extinção dos estudos psicológicos ocidentais da mente humana e cognição pela academia. O Positivismo Lógico foi declarado como uma filosofia falida que não poderia resistir a suas próprias doutrinas. O Nominalismo10 tem tido problemas em fornecer orientação para os problemas da física avançada e atualmente na ciência do processamento avançado de informação. Nozawa (1998)

Com uma linha de raciocínio similar, Ferrara (2003: ) coloca:

Se, de um lado, a ssunção de paradigmas teóricos constituem a base indispensável para um “acorde de opiniões” que caracteriza uma ciência, de outro lado, a certeza desse acordo não esconde certo epistemocentrismo que congela o

9

Positivismo Lógico: Um movimento filosófico falido que baseou sua abordagem em uma ciência unificada em uma vaga noção empiricista e verificacionista. 10 Nominalismo: “Coisas são reais, pensamentos não.” (Eugene Halton, em Privação da Razão, 1995). A filosofia geral que orientou a civilização ocidental desde 1389. É a filosofia da era industrial.

Capítulo 4. A Evolução da Atenção e as Mídias Digitais

44

conhecimento, transformando-o em indisfarçável exercício de poder: em contrapartida, acredita-se, ingenuamente, que dominar aquela epistemologia e o método que lhe é decorrente é suficiente para produzir o conhecimento que, dedutivamente, se repete e envelhece. O epistemocentrismo e o método “a priori” colocam a ciência em crise como design do novo e da descoberta. Ferrara (2003: )

Visto isso, compreende-se com mais clareza o porquê do lento avanço nas teorias e ciências da mente, do comportamento e da consciência humana. Sem uma visão aprofundada e sem base em teorias consolidadas e discutidas, os princípios multimidiáticos dos meios digitais e interativos criam-se sozinhos, gerando com frequência ramificações efêmeras e tortuosas, experiências inadequadas, inconstantes, frágeis em seus fundamentos, em seus códigos e propósitos.

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

4.3. Busca Visual

Uma vez compreendendo como o homem percebe, identifica e interpreta as imagens que vê; o desenvolvedor, o profissional que lida com design digital pode influenciar as respostas através de técnicas visuais (elementos pregnantes, etc.). Através destas organizam-se os dispositivos que geram a sequência de eventos esperados, uma leitura condicionada através dos elementos da composição; o usuário acaba por desempenhar os procedimentos previstos pelo criador do contexto. Sua liberdade reside nas suas escolhas e no seu propósito naquele contexto – o controle absoluto sobre seu olhar é impossível, porém (utopia perseguida por muitos desenvolvedores), até mesmo porque uma vez que o website está on-line e o software no mercado, a interlocução ocorre entre estes e o público, e não entre o/os criadores e o usuário. Segundo Arnhein (1998), o olho capta os elementos, a mente organiza em um todo ordenado; imediatamente. As partes são identificadas posteriormente, bem como as influências de outras forças. Segundo Goldsmith (1984), o ser humano percebe o todo segundo seus referenciais internos (ou seja, cada percepção será distinta e única, como uma impressão digital) e depois disseca os elementos de uma composição segundo a ordem de leitura da sua cultura - como ocidentais, é importante ater-se ao favorecimento da esquerda sobre a direita e a diagonal de leitura resultante.

Capítulo 4. A Evolução da Atenção e as Mídias Digitais

45

Ressalta-se que a última é uma intervenção consciente sobre o conteúdo observado.

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Figura 5 – Leitura ordenada e consciente na cultura ocidental, baseado nos estudos de Goldsmith.

Collaro (1987: 90 in Almeida Junior, 2003, p. 149), baseado na forma de leitura ocidental descreve: Considerando o hábito de leitura e o movimento dos olhos nas regiões de interesse na folha escrita ou impressa, Edmund Arnold destaca em Tipografia y Diagramado para Periódicos, o princípio da zona visual primária – aquela área superior à esquerda que retém, em primeiro lugar, a atenção do leitor. 1 – Zona ótica primária; 2 – Zona terminal, para onde se move a vista, numa diagonal de leitura; 3 e 4 – Zonas mortas ou cantos sem atração, que sugerem sinais mais fortes para despertar o interesse do leitor.

Zona Ótica Primária

Zona Morta

Zona Morta

Zona Terminal

Figura 6 - Zonas de Leitura segundo Collaro

Capítulo 4. A Evolução da Atenção e as Mídias Digitais

46

Segundo Aumont (2002: 60-61), no que se refere à observação inconsciente, notou-se pelo menos desde os anos 30 que olhamos as imagens não de modo global, de uma só vez, mas por fixações sucessivas. Quase todas experiências concordam: no caso de uma imagem olhada sem intenção particular, as fixações sucessivas duram alguns décimos de segundo cada uma e limitam-se estritamente às partes da imagem mais providas de informação (o que se pode definir com bastante rigor como as partes que, memorizadas, permitem reconhecer a imagem no momento de uma segunda apresentação). O que surpreende nessas experiências é a ausência total de regularidade nas seqüências de fixação: não há varredura regular da imagem do alto para baixo, nem da esquerda para a direita; não há esquema visual de conjunto, mas, ao contrário, várias fixações muito próximas em cada região densamente

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

informativa e, entre essas regiões, um percurso complexo.

Figura 7 – Movimento dos olhos quando da exploração ocular.

Tentou-se prever as trajetórias de exploração de uma imagem pelo olho, mas, se não for dada uma ordem explícita, essas trajetórias são uma inextricável rede de linhas quebradas. O único resultado constantemente verificado é de que a trajetória é modificada pela introdução de ordens particulares, o que é normal em vista do que dizíamos: um olhar informado desloca-se de outro modo no campo que explora. O importante é reter que a imagem - como toda cena visual olhada durante certo tempo — se vê, não apenas no tempo, mas à custa de uma exploração que raramente é inocente; é a integração dessa multiplicidade de fixações particulares sucessivas que faz o que chamamos nossa visão da imagem. Aumont (2002: 61)

Capítulo 4. A Evolução da Atenção e as Mídias Digitais

47

Atualmente, despontam novos estudos sobre como o homem percebe e lê o conteúdo de websites apresentado em monitores de computador. O projeto EYETRACK III (ver matéria completa nos anexos desta dissertação) é uma experiência inédita de monitoramento detalhado das rotinas de leitura dos usuários de sites de jornalismo online, com o objetivo de dar bases mais sólidas para as técnicas de redação e edição de notícias na web. Tem como escopo revelar hábitos de leitura reduzindo ao mínimo a influência de questões de cunho subjetivo. Porém, os resultados apresentados, ao evitar a subjetividade de como um usuário lê, interpreta e frui uma interface on-line – reunindo considerações de cunho sintático somente - e evitando a semântica intrínseca aos elementos de interface e as interpretações destas a partir dos usuários; de certa forma aproxima-se dos erros cometidos no passado, evitando tópicos mentalistas e a infuência sinequanon da subjetividade na representação, significação e PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

decodificação de um objeto.

Figura 8 – Eyetrack III e o mapa sugerido de zonas quentes de leitura de páginas de jornalismo on-line (após testes com câmeras apontadas para os olhos dos usuários), segundo o hábito de leitura ocidental.

Capítulo 4. A Evolução da Atenção e as Mídias Digitais

48

4.4. Ontologia do meio digital

O tema abordado nesta pesquisa são as configurações interativas (bem como seus erros e excessos) encontradas nas interfaces digitais, provenientes da velocidade dos meios de comunicação, herança da revolução industrial e do capitalismo e sua enxurrada midiática. Considerações sobre as influências culturais, políticas e sociais sobre os meios digitais serão pontuais e não almejam maior aprofundamento, a não ser apontar as influências sobre determinados fenômenos e possíveis desdobramentos e repercussões destes na evolução das interfaces digitais e a WWW. Pode-se estender os conceitos aqui apresentados aos meios digitais interativos como um todo (software, sistemas operacionais, displays de celular, equipamentos eletrônicos diversos, painel de instrumentos de aeronaves), pois PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

no universo da IHC (Interação Homem Computador) as atenções estão voltadas para a percepção, atenção e cognição humana - os princípios que regem a mente / corpo do ser humano são os mesmos; independentemente das mudanças das mídias e dos suportes tecnológicos. Na Internet atual percebem-se novos conceitos de interface onde o componente “profundidade" e "tempo" são comumente encontrados em vários websites de cunho mais arrojado. O aprimoramento da velocidade de conexão nos grandes centros urbanos permitiu a implementação destas novas tecnologias - trazendo, porém novos problemas, como a necessidade de aprimoramento dos navegadores e dos sistemas operacionais com a instalação de "plug-ins", arquivos de atualização que permitem que tecnologias como "reach media" (animação e interatividade) e "quicktime" (vídeos digitalizados) possam ser visualizados e fruídos. Estamos longe, porém, de uma condição ideal de uso da Internet, pois com a evolução das tecnologias e das linguagens, muitas vezes além do "hardware" e do "software" não acompanharem tamanha produção multimidiática, é possível perceber quer a curva cognitiva dos usuários não acompanha tal avanço (segundo Norman, Kent em palestra ministrada na PUC-Rio, Junho de 2003). Segundo Kurt Ausleben a certeza absoluta e a incerteza absoluta provocam desagrado ao observador, enquanto que a medida equilibrada entre elas, de acordo com o repertório de quem observa, pode desencadear a sensação de prazer estético. A originalidade absoluta é sinônima de irregularidade, ou seja, de

49

Capítulo 4. A Evolução da Atenção e as Mídias Digitais

incerteza; enquanto que a banalidade é a regularidade perfeita, a certeza e estes dois extremos devem ser evitados no processo comunicativo. (...) o atendimento das exigências de um determinado repertório estético exerce papel fundamental nas características formais dos objetos. Esse repertório se modifica continuamente de acordo com o contexto de tempo e espaço em que se insere um sujeito. Bomfim (2003b).

Além disso, o uso abrangente de computadores e o acesso à Internet em países como o Brasil ainda é uma utopia nas comunidades carentes. "Um exército de excluídos", conforme as palavras da profª drª. Rejane Spitz da PUCRio (in Formas do Design, 1999: 111). Afirma-se que a globalização é um processo, não uma realidade (Bomfim, em notas de aula). Portanto, um grande número de pessoas não faz parte dessa evolução contínua das interfaces e das mídias digitais - não estarão prontas para o uso e principalmente, a

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

compreensão dos princípios linguísticos e visuais que compõem esse meio; e uma vez que não estarão aptas a acompanhar essa evolução, não estarão prontas para a implementação de novas interfaces e tecnologias provenientes do que está sendo vinculado hoje. Fala-se na necessidade de uma nova alfabetização visual para a vida num mundo onde o componente digital será intrínseco ao dia-a-dia. Observa-se o nascimento de uma cultura visual das mídias digitais, sem uma ordem ou princípios claros que possam reger a configuração de unidades paradigmáticas e sintagmáticas. Não se pretende, porém, implicar a necessidade de uma "suposta" ordem, no que se refere à concepção de interfaces digitais, mas uma compreensão profunda do componente cognitivo humano.

4.5. Repertório e Considerações

Parafraseando

Rasmussen

(1983):

O

comportamento

humano

é

teleológico, ou seja, orientado ao objetivo. A partir dessa afirmação considera-se que o usuário não está interessado nos procedimentos necessários para a obtenção de um objetivo (seja qual for o seu cunho ou contexto de uso / situação), mas sim no objetivo em si. Reconhecer, ícones, índices e símbolos, decifrar lógicas próprias do website / sistema, entre outras tarefas, estão longe do seu interesse - e muitas vezes do seu potencial.

50

Capítulo 4. A Evolução da Atenção e as Mídias Digitais

Sem dúvida alguma, a quantidade de repertórios distintos que uma pessoa terá de reunir para lidar com os diferentes sistemas digitais interativos do futuro será imensa – e não poderia ser diferente. A diversidade e a criatividade são inerentes ao ser humano, e obedecer a regras nesse prolífico universo digital é, para uma equipe de criação extremamente frustrante. Portanto, pode-se descartar a aplicação a priori de “golden rules” nos projetos, bem como a apropriação de verdades por alguns poucos que ditariam as regras do que é ou não bom, do que deve ou não ser feito, pois no final das contas nem criadores, designers,

desenvolvedores

ou

usuários

(esses

papéis

se

intercalam

constantemente) desejam obedecer a padrões, mas sim conceber suas próprias regras nos pequenos mundos digitais de sua criação. É claro, que se beneficiar da experiência alheia e a observação de padrões recorrentes do que é eficiente e bem sucedido não faz mal a ninguém. O êxito na concepção eficiente de projetos hipermidiáticos e multimidiáticos deve se balisar nas seguintes PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

sugestões: Considerar de forma integrada o desempenho humano e os diferentes níveis de inteligência e habilidades físicas, motoras e visuais que serão requeridas nas diferentes tarefas e momentos apresentados pelos artefatos digitais interativos. Deve-se tentar obter resultados por análise conceitual antes em experimentos e pré-testes, do que realizar análise de informações pósvinculação on-line / mercado, de websites e sistemas operacionais / softwares. Geralmente é essa análise “póstuma” que ocorre e isso demanda tempo e gastos, bem como gera embaraços e até mesmo modismos fluidos e inconsistentes, muitas vezes puramente “cosméticos”. Esta pesquisa defende a associação de estudos que tem como foco a coleta de dados quantitativos e objetivos com estudos qualitativos e subjetivos – para assim gerar metodologias mais completas para a criação de sistemas digitais interativos. É necessário coletar informações sobre preferências humanas subjetivas e os critérios de desempenho para um projeto que busca agraciar um grande público - Identificar as estratégias mentais e os critérios de ação subjetivos de seus usuários – Uma análise com foco semântico, antes do que sintático (sem desconsiderar a importância da última). Extraindo dessa análise observações comportamentais, entrevistas, protocolos verbais, relatos de erro, etc., teremos descrições do desempenho real em várias situações e generalizações que poderiam gerar protótipos de desempenho, do qual um repertório de estratégias formais possa ser identificado e descrito – tarefas adaptáveis, modelos dinâmicos e variáveis, e não regras e leis – “mandamentos” falsos e impossíveis de aplicação em todas as situações.

5 A Semiótica de Peirce

Em suma, a semiótica não é uma chave que abre para nós milagrosamente as portas de processos de signos cuja teoria e prática desconhecemos. Ela funciona como um mapa lógico que traça as linhas dos diferentes aspectos através dos quais uma análise deve ser conduzida, mas não nos traz conhecimento específico da história, teoria e prática de um determinado processo de signos. Sem conhecer a história de um processo de signos e do contexto sociocultural em que ele se situa, não se pode detectar as marcas que o contexto deixa na mensagem. Se o repertório de informações do receptor é muito baixo, a semiótica não pode realizar para esse receptor o milagre de fazelo produzir interpretantes que vão além do senso comum. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Lucia Santaella, Semiótica Aplicada, 2002

5.1. Origens Muito antes que o termo "semiótica" fosse utilizado, já encontramos investigações a respeito dos signos. Tais origens se confundem com as da própria filosofia: Platão já se preocupou em definir o signo em seus diálogos sobre a linguagem. No séc. XVII, John Locke "postulou uma ‘doutrina dos signos’ com o nome de Semeiotiké" e, em 1764, Johann H. Lambert escreveu "um tratado específico intitulado Semiotik" (Nöth, 1995:20). O termo deriva etimologicamente do grego semeîon (signo) e sema (sinal), tendo originado diversos termos tais como semeiotica, semeiologia, sematologia, semologia etc. No entanto, só em 1964 é que Thomas Sebeok publicou uma coletânea chamada Approaches to semiotics, dando à palavra a forma plural que, no inglês, caracteriza a denominação de uma ciência. Prates (1999: )

A semiótica engloba três diferentes teorias que se preocupam com textos verbais e não-verbais. Há a semiótica norte-americana, de Charles Pierce (ver breve histórico nos anexos desta dissertação), a Russa, e a Francesa, de A.J. Greimas.

Capítulo 5. A Semiótica de Peirce

52

Ressalvando-se as distintas matrizes teóricas hoje estudadas, de Saussure ou Benveniste a Peirce, de Barthes a Greimas, de Lotman a Kamper têm um ponto em comum: o objeto da semiótica está centrado no território da aparência, ou seja, no modo como o signo e alinguagem representam o objeto. Ferrara (2003: )

Foi identificada como ideal, para este pesquisa, a semiótica triádica e classificatória de Peirce (minuciada na obra de Santaella11), pois através da desconstrução e atribuição de conceitos aos vários níveis e desdobramentos que compõem o signo peirciano - que poderia ser entendido como uma teoria sobre o próprio pensamento humano – qualquer manifestação humana, seja a mente, seja a exteriorização de uma ação no mundo (e as repercussões desta) poderiam ser analisadas segundo a classificação peirciana. É importante verificar que, segundo os princípios da semiótica peirceana, "qualquer coisa que esteja presente à mente tem a natureza de um signo (...) pensamentos, emoções

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

e reações podem ser externalizados." - ou seja, qualquer coisa pode ser analisada semioticamente.

5.2. A Semiótica Peirciana

Lucia Santaella analisa as bases da teoria semiótica desenvolvida pelo matemático, lógico e filósofo norte-americano Charles Sanders Peirce (18391914) e a ciência componente da tríade das ciências normativas - estética, ética e lógica (ou semiótica). A lógica pode ser entendida como a teoria geral, formal e abstrata dos métodos de investigação utilizados nas mais diversas ciências. Busca explicar e interpretar todo o domínio da cognição humana, também fornecendo categorias para a análise da cognição já realizada: as classes de signos como ferramentas para a realização de análises de signos empíricos. Explica as bases fenomenológicas da semiótica, como uma investigação dos modos como apreendemos qualquer coisa que aparece à nossa mente (processo sígnico): contemplar, discriminar e por fim generalizar, em correspondência com as categorias da primeiridade, secundidade e terceiridade.

11

Lucia Santaella é professora titular na PUC-SP, com doutoramento em Teoria Literária pela PUC-SP e livre-docência em Ciências da Comunicação pela ECA/USP. É diretora do CIMID, Centro de Investigação em Mídias Digitais, do programa de pós-graduação em Comunicação e Semiótica da PUC-SP

53

Capítulo 5. A Semiótica de Peirce

A análise das inferências dos processos signos é dividida em três ramos: a gramática especulativa, a lógica crítica e a metodêutica: A gramática especulativa estuda os variados tipos de signos (verbais, nãoverbais e sincréticos). É uma determinação do verdadeiro para que o signo possa veicular significado, tendo como foco o representamen (o signo em si mesmo e suas propriedades formais, sua morfologia). Esta pesquisa instaura-se neste estudo. A lógica crítica estuda o verdadeiro em relação ao signo, para que este possa aplicar-se a um objeto, tendo como seu foco a relação do representamen com o objeto. Estuda as inferências, raciocínios e os argumentos gerados pelo signo (abdução, indução e dedução). A metodêutica (ou retórica especulativa) estuda as leis pelas quais um signo dá origem a outro e um pensamento provoca outro, tendo seu foco na relação da tríade representamen – objeto – interpretante. Analisa os métodos PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

originados dos raciocínios. Santaella oferece um amplo espectro de exemplos didáticos de como a semiótica peirceana se desdobra, suas origens e possíveis aplicações - serve de auxílio àqueles que desejam aprender como esta pode ser aplicada, como uma fonte de inestimável valor para a compreensão dos signos em evolução contínua. Pode-se considerar um dos aspectos fundamentais da obra de Peirce: Como se dá a construção do pensamento humano através de signos - a "semeiose" propriamente dita: A compreensão do mundo através de signos. A formação da manifestação humana no que se refere à cultura e a linguagem, através da associação e geração contínua de signos, ad infinitum. Perscruta

minuciosamente

o

modelo

triádico,

demonstrando

ontologicamente o percurso do Representamen (com seu caráter de qualidade, reação e mediação), o Objeto (com seu caráter de qualia, relação e representação) e o Interpretante (com seu caráter de sentimento sensação e concepção). Todos os exemplos em paralelo com as categorias Faneroscópias como base geral para sua doutrina lógica (Peirce, 1902) da Primeiridade, Secundidade e Terceiridade - ou seja, Qualidade, Existência e a Mente propriamente dita, em direção ao significado - como experiência colateral, sempre variável, mutável, dependendo intimamente do repertório e códigos conhecidos pela mente específica do então interlocutor. A teoria semiótica nos permite penetrar no próprio movimento interno das mensagens, no modo como elas são engendradas, nos procedimentos e recursos

Capítulo 5. A Semiótica de Peirce

54

nelas utilizados. Permite-nos também captar seus vetores de referencialidade não apenas a um contexto mais imediato, como também a um contexto estendido, pois em todo processo de signos ficam marcas deixadas pela história, pelo nível de desenvolvimento das forças produtivas econômicas, pela técnica e pelo sujeito que as produz. Santaella (2002: 5)

Considera a possibilidade de uso empírico dos conceitos de Peirce e a aplicação da teoria e do método semiótico a processos de signos, à análise de mensagens e situações comunicativas. Chama a atenção para a evolução tecnológica e o surgimento da hipermídia, "com seus fluxos e enxurradas de signos enchendo as telas dos monitores".

5.3.

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

O Signo Peirciano e as Tricomias A eleição das "trindades" como suportes classificatórios e categorizadores, é óbvio, antecede em milênios a obra peirceana, bastando lembrar Platão ou o catolicismo. Seja uma obsessão sua ou não (como ele mesmo admite), devemos nos lembrar que toda teoria procura reduzir, em maior ou menor grau, a multiplicidade e complexidade universais em um todo ordenado, que faça sentido. Neste sentido, a filosofia peirceana vai entender a realidade de forma pansemiótica – isto é, tudo como semioticamente analisável – e classificável fenomenologicamente segundo três categorias. Prates (1999: )

As três categorias assim se seguem: •

Primeiridade – categoria da primeira impressão ou sentimento, emoção e sensação que recebemos das coisas. Recobre o nível do sensível e do qualitativo. Na primeiridade, no nível do “Representamen”, o percurso se dá de algo puramente qualitativo (o quali-signo - estímulo aos sentidos), para algo existencial (o sin-signo - gerando reação fisiológica) até a mediação (o legi-signo - inclusão em uma lei dentro da compreensão das leis do mundo físico).



Secundidade – categoria que diz respeito ao nível da experiência, do efeito possível: ação – fato – realidade – experiência. Na secundidade, no nível do “Objeto”, o percurso ocorre através de uma qualia (o ícone similaridade, comparação com algo conhecido), relação (o índice categorização dentro de um ramo conhecido) e representação (o símbolo

55

Capítulo 5. A Semiótica de Peirce

- algo que pode ser convencionado como representativo daquele conceito). •

Terceiridadade – categoria que refere-se a mente, ao pensamento e a razão: O hábito – memória – capacidade de sintetizar e categorizar em classes distintas, regidas por leis e convenções conhecidas. O nível do “Interpretante”, ocorre finalmente dentro de uma experiência que deverá gerar o “significado”, como um efeito colateral a todos os estímulos comentados, o percurso se dá a partir de um sentimento (o rema - uma conjectura ou hipótese mental), uma sensação (o dicente ou dici-signo – a existência real, fenomenológica, algo de novo se apresenta a mente) até a concepção (o argumento – uma lei, um rótulo gerado para o elemento apreendido). O significado, porém, ainda será filtrado pelo potencial de efeitos interpretativos, dentro do interpretante imediato (possibilidades), o dinâmico (um efeito singular - emocional, energético e

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

lógico) e finalmente o final (resultado que aponta para um significado, porém nunca estagnado, sempre dinâmico, sempre mutável e agregador – revisto pela aprendizagem significativa, na idéia do conceito subsunçor12 (Ausubel e Novak, revistos por Moreira, 2000). Segundo a teoria de Peirce (revista por Santaella, 2002, p. 10 a 27), a apreensão do significado (ou semeiose) só ocorre no nível de terceiridade, tendo seu resultado

interpretativo

no

“interpretante

final”.

O

percurso

da

primeiridade e secundidade (e seus vários ramos) é puramente potencial – ou seja, a não interpretação (algo do qual sequer se toma conheceimento) ou a interpretação incorreta pode se dar em diferentes intâncias.

As qualidades puras, imediatamente sentidas, são típicas da primeiridade; referem-se ao contato. As relações diádicas, analíticocomparativas, são exemplos de secundidade; referem-se à experiência. As palavras, por se remeterem a algo para alguém, são fenômenos de terceiridade; referem-se ao julgamento. Como um exemplo, no caso dos signos visuais, a tríade se manifestaria da seguinte forma: Como primeiridade, teríamos um input visual (percepção através dos mecanismos primários da visão), como secundidade teríamos um insight representacional (relação mental entre os componentes, numa percepção abstrata) e por fim um output comunicacional (percepção simbólica e contextual). 12

Conceito subsunçor: Base para o aprendizado de novas informações - a partir deste, as novas informações adquirem significado; O novo material gera modificações na estrutura cognitiva e ocorre um processo de interação, entre o preexistente e o novo, incorporando e assimilando-o.

Capítulo 5. A Semiótica de Peirce

56

A seguir, fazem-se presentes algumas definições de signo: Esclareçamos: o signo é uma manifestação que representa algo que lhe deu origem. Ele só pode funcionar como signo se carregar esse poder de representar, substituir um outro difrente dele. Ora, o signo não é o algo representado, ainda segundo Santaella: só está em seu lugar. Portanto, ele só pode representar esse algo de um certo modo e numa certa capacidade. (...) Ora, o signo só pode representar algo que o gerou para um intérprete, e justo porque o representa, produz na mente desse intérprete algo diferente (um signo ou quase-signo) que também está relacionada àquilo representada não diretamente, mas pela mediação do signo. Niemeyer (2003: 32)

A leitura do mundo é antes de tudo visual e não-verbal. O signo exerce a mediação entre o pensamento e o mundo em que o homem está inserido. Os signos podem ser intermediários entre a nossa consciência subjetiva e o mundo

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

dos fenômenos. Pensamos com signos e em signos. O pensamento existe na mente como signo, mas para ser conhecido precisa ser extrojetado pela linguagem. A expressão do pensamento é circunscrita pela linguagem (Nojima, et al. 1999, p: 15).

O signo é uma coisa que representa uma outra: seu objeto. Ele só pode funcionar como signo se carregar esse poder de representar, substituir uma outra coisa diferente dele (Santaella, 1983: 58).

Fundamental na recepção e na interpretação do signo está o código que rege a linguagem. Sem referências e códigos compartilhados, em comunhão, não se cria um repertório comum, passível de ser extrojetado pela linguagem. O suporte desse código irá sobremaneira influenciar na materialização deste (suporte verbal, tecnológico, etc.). O signo, porém, não é apenas expresso. O signo pode representar qualquer conceito ou fenômeno não necessariamente existente em formas físicas perceptíveis pelos sentidos, mas também pensamentos. Para melhor compreender os tipos de signo segundo suas características referenciais e fenomenológicas, Peirce desenvolveu classes ou categorias, organizadas em tricotomias (taxonomias tríadicas). Abaixo pode ser vista uma composição simplificada do signo triádico e uma definição das partes que o compõem:

57

Capítulo 5. A Semiótica de Peirce

(Base para Interpretação) REFERENCIAL

SIGNIFICADO (Experiência colateral, dependente de intimidade prévia com conteúdo)

INTERPRETANTE

SIGNO

REPRESENTAMEN

OBJETO

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Figura 9 – Signo Triádico Peirciano.

5.3.1. O Representamen O representamen é o sustentáculo de um signo ou aquilo que funciona como signo, remetendo a algo para um interpretante. São as propriedades formais, que dão concretude ao signo (não confundir com concretude material, palpável) e que recobre o nível do sensível e do qualitativo. É através dele que o signo se remete por alguma causa (seja a semelhança, indicação ou convenção) a um objeto. A primeira tricotomia organiza os signos segundo as características do próprio signo, isto é, do representamen. O representamen manifesta-se nas categorias de quali-signo, sin-signo e legi-signo. O quali-signo é uma qualidade sígnica, imediata, tal como a impressão causada por uma cor. Tal qualidade apresentada num concreto qualquer, isto é singularizada ou individualizada com suas particularidade, é um sin-signo. Um sin-signo, por sua vez, pode gerar uma idéia universalizada – uma convenção substitutiva do conjunto que a singularidade representa; as convenções, padrões e lógicas de decodificação – sendo assim um legi-signo. O representamen chama a atenção para os aspectos qualitativos dos signos, para seu caráter de quali-signo, bem como o modo de existência de determinado fenômeno, o que estaria para o seu caráter de sin-signo. Ressalta o fato que "todo sin-signo é, em alguma medida, uma atualização de um legi-signo

Capítulo 5. A Semiótica de Peirce

58

(...) para se detectar as funções desempenhadas pelos legi-signos, deve-se dirigir a atenção para as regularidades, as leis, ou seja, para os aspectos mais abstratos do fenômeno, responsáveis pela sua localização numa classe de fenômenos”.

Quali-sin-legi-signos, os três tipos de fundamentos dos signos, são na realidade, três aspectos inseparáveis que as coisas exibem, aspectos esses ou propriedades que permitem que elas funcionem como signos. O fundamento do signo, como o próprio nome diz, é o tipo de propriedade que uma coisa tem que pode habilitá-la a funcionar como signo, isto é, que pode habilitá-la a representar algo que está fora dela e produzir um efeito em uma mente interpretadora. Santaella (2002: 32)

O representamen irá, sobretudo, ditar as regras de como o signo será decodificado, pois nele está contido a forma e com isso, a lógica de leitura do

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

objeto.

5.3.2. O Objeto O objeto pertence ao efeito possível, ao evento e a existência do signo. Este pré-existe ao representamen e até mesmo ao signo. O objeto possui um fundamento próprio, de caráter imediato ou dinâmico. O primeiro representa um recorte particular de um contexto, expresso e externo a mente. O segundo pertence ao universo mental de um interpretante qualquer; é uma representação do contexto e não depende de um objeto existente. Da relação entre o representamen e o objeto advém a segunda e mais importante tricotomia, no entender de Peirce: a representação do signo com o objeto, expressa através do ícone, índice e símbolo. O ícone, de forma semelhante ao quali-signo, representa apenas uma parte da semiose na qual o representamen evidencia um ou mais aspectos qualitativos do objeto. Os retratos ilustram bem essa categoria, pois a similaridade e a analogia regem as propriedades icônicas. A iconicidade de um signo funda-se no que Nöth chama de "homologias estruturais", isto é, na semelhança entre representamen e objeto. Classifica-se em Imagem, Diagrama e Metáfora. Se houver uma relação direta entre estas duas partes do signo, sem, no entanto tratar-se de similaridade, ter-se á a categoria dos índices. Nuvens

Capítulo 5. A Semiótica de Peirce

59

escuras podem significar chuva, embora sejam muito diferentes umas das outras. As relações orgânicas de causalidade são típicas dessa categoria, onde o representamen indica (para) o objeto através de uma relação causal. Outra característica dos índices é sua singularidade, o que na linguagem seria exemplificado pelos nomes próprios. Os índices podem ser classificados em Identificação e Indicação. Os símbolos possuem teor arbitrário, ou seja, são convencionados e dependem do conhecimento de um conceito e um contexto social (mutável através dos tempos) para sua ocorrência. Exigem um alto grau de abstração de um potencial interpretante para que possam ser reconhecidos e generalizados. Um bom exemplo seria o alfabeto de uma língua qualquer. Os sintagmas e paradigmas que regem o funcionamento e a organização dessa língua devem ser aprendidos. O símbolo, dependendo de outros fatores externos, como o contexto em que se dá sua apreensão, possuirá teor icônico (analógico), indicial PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

(causal) e simbólico (conceitual)

5.3.3. O Interpretante O interpretante é o resultante potencial que tem por base o repertório que envolve o hábito, a memória e a capacidade de sintetizar e racionalizar. No fundamento do signo para com este, tem-se o potencial do signo produzir algo numa mente qualquer, de forma latente e dependente de captação sensível: O interpretante imediato – provocando na mente interpretadora apenas a captação sensível de sua qualidade que é um signo. Para que se dê um processo de semiose é necessário que esse potencial se realize, sempre parcial e singularmente, como reação ativa na mente de alguém ou de um dispositivo interpretativo, ou seja que se realize um interpretante dinâmico, assinalado em Emocional, Energético ou Lógico. Quando o interpretante dinâmico atinge a terceiridade, isto é, quando engendra uma interpretação simbólica, na qual seu efeito interpretativo pode ser reconhecido, categorizado e generalizado, é caracterizado um novo signo "de caráter lógico [...] que Peirce chama de interpretante em si" (Santaella, 1983:82) ou interpretante final; provocando na mente interpretadora o reconhecimento das normas estabelecidas pelo uso comum e desenvolvidas sob a foma de leis que caracterizam convenções e hábitos.

Capítulo 5. A Semiótica de Peirce

60

Dentre suas considerações sobre como deve se dar a análise semiótica, bem como sobre o fato de que, ao nos colocarmos como aquele que procede a uma análise, tornamo-nos automaticamente interpretantes dinâmicos do objeto de análise – pode se destacar::

É muito importante lembrar que, em todo ato de análise semiótica, sempre ocupamos a posição lógica do interpretante dinâmico, pois analisar também significa interpretar. A diferença que vai entre uma interpretação analítica e uma interpretação intuitiva, muito embora a primeira não exclua a segunda, está na utilização que a análise faz das ferramentas conceituais que permitem examinar como e por que a sugestão, a referência e a significação são produzidas. Santaella (2002: 39)

No que se refere à representação do signo para com o interpretante final, observa-se o Rema, que se apresenta como uma idéia ampla de um conceito PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

qualquer – isolada e fora de contexto, puramente conotativa. O Dicente propõe uma discriminação do conceito, contextualizado e denotativo. Por fim, o Argumento, uma vez contextualizado e pretensamente exato em seu significado dentro de uma lógica aplicada e com o uso seguro de códigos e regras de leitura / compreensão. Como exemplo, com relação à palavra “cruz”. Enquanto isolada, temos um rema, pois poderíamos estar nos referindo à cruz de um hospital, a cruz da religião cristã, etc. Ao se prosseguir na frase: “cruz no cemitério”, temos um dicente, pois agora pode-se isolar o conceito de cruz à qual se está referindo. Por fim, ao completarmos: “a cruz do túmulo do meu avô no cemitério do Catumbi.” temos um argumento que busca informar ao interpretante de forma inequívoca o significado intento. Embora a composição de um signo não seja linearizável, propõe-se o esquema abaixo para facilitar a compreensão:

- REFERENCIAL (Base para Interpretação) - PRIMEIRIDADE: •

REPRESENTAMEN: Suporte ou fundamento (material ou mental) do signo.

- SECUNDIDADE: •

REPRESENTAÇÃO DO SIGNO COM O OBJETO: Ícone, Índice e Símbolo.



OBJETO IMEDIATO: Objeto dentro do signo ("especular" e externo a mente).



OBJETO DINÂMICO: Objeto fora do signo (referido e mental).

- TERCEIRIDADE:

61

Capítulo 5. A Semiótica de Peirce



REPRESENTAÇÃO DO SIGNO COM O INTERPRETANTE FINAL: Rema, Dicente e Argumento.



INTERPRETANTE IMEDIATO: Potencial de interpretações.



INTERPRETANTE DINÂMICO: Singularização do interpretante.



INTERPRETANTE FINAL: Novo signo (representamen) na mente

- SIGNIFICADO (Experiência colateral)

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

DIVISÃO DOS SIGNOS (TRICOMIAS) CATEGORIA

I REPRESENTAMEN

PRIMEIRIDADE

QUALI-SIGNO

SECUNDIDADE TERCEIRIDADE

II OBJETO

III INTERPRETANTE

ÍCONE

REMA

SIN-SIGNO

ÍNDICE

DICENTE

LEGI-SIGNO

SÍMBOLO

Quadro 2 – Categorias dos Signos propostas por Peirce.

ARGUMENTO

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Capítulo 5. A Semiótica de Peirce

Figura 10 – Signo Triádico Peirciano e seus desdobramentos revelados.

62

Capítulo 5. A Semiótica de Peirce

63

5.4. Dez Classes Essas classes por permitem que, ao olharmos para um determinado objeto de investigação, consigamos verificar como ele se compõe e articula. Uma homepage pode esconder, por trás de fontes iconicamente curvilíneas, uma apologia a símbolos subliminares para o olho não conscientemente semiótico. Esse exemplo pode ser aprofundado através do conhecimento e aplicação da classificação combinatória dos três componentes básicos do signo, como segue (Prates, 1999: apud Nöth, 1995:93-94)

1. Quali-signo icônico remático: "é uma qualidade que é um signo". Ex.: sensação do vermelho. 2. Sin-signo icônico remático: "é um objeto particular e real que, pelas suas

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

próprias qualidades, evoca a idéia de um outro objeto". Ex.: diagrama dos circuitos numa máquina particular. 3. Sin-signo indicial remático: "dirige a atenção a um objeto determinado pela sua própria presença" Ex.: grito de dor. 4. Sin-signo indicial dicente: além de ser diretamente afetado por seu objeto, "é capaz de dar informações sobre esse objeto". Ex.: cata-vento. 5. Legi-signo icônico remático: "ícone interpretado como lei". Ex.: diagrama num manual. 6. Legi-signo indicial remático: "lei geral ‘que requer que cada um de seus casos seja realmente afetado por seu objeto, de tal modo que simplesmente atraia a atenção para esse objeto’"(Peirce). Ex.: pronome demonstrativo. 7. Legi-signo indicial dicente: "lei geral afetada por um objeto real, de tal modo que forneça informação definida a respeito desse objeto". Ex.: placa de trânsito. 8. Legi-signo simbólico remático: "signo convencional que ainda não tem o caráter de uma proposição". Ex.: dicionário. 9. Legi-signo simbólico dicente: "combina símbolos remáticos em uma proposição, sendo, portanto, qualquer proposição completa". Ex.: qualquer proposição completa. 10. Legi-signo simbólico argumento: "signo do discurso racional". Ex.: silogismo.

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Capítulo 5. A Semiótica de Peirce

64

Quadro 3 – As dez classes de signos resultantes da combinação das categorias (Aguiar, 2003: 7).

5.5. Considerações Sobre o Capítulo É importante ressaltar que o elemento triádico é simultâneo e não, um percurso ordenado. A semiose (apreensão visual, tátil, olfativa, auditiva, etc.) ocorre numa conjuração das três categorias em uníssono. O desmembramento em categorias, fundamentos, representações e nas classes supracitadas é realizado com o intuito de melhor compreender o processo constituinte de uma manifestação qualquer – que abrange a forma, o objeto em si e a mente. O ser humano está todo o tempo “emitindo”, se comunicando, independente da verbalização. A semiótica investiga a comunicação como um fenômeno social – com isso, investiga as relações culturais e os códigos e sistemas de comunicação. O homem, desde os primórdios, representa para substituir a realidade – representa a realidade através de conceitos, para consolidar a realidade dentro do intelecto. Pode-se afirmar que necessariamente elementos não representáveis não existem para a mente humana; sequer podem ser apreendidos – Pode-se apenas conhecer (e apreender) aquilo passível de definição e atribuição de significado; e, portanto representável. Linguagem é a faculdade de representar, e esta é por fim, substituir uma coisa pela outra – o que conduz ao conceito fundamental de signo: Conceito base para toda a teoria semiótica peirciana, pode ser entendido como uma coisa que representa outra (objeto do signo) e que produz efeito interpretativo em uma mente real ou potencial (interpretante do signo).

6 Interação Humano-Computador e Usabilidade de Interface

“Computing is playing with signs” Clarisse Sieckenius, p.iii, 2004. The Semiotic Engineering of Human-Computer Interaction

6.1. HCI ou HTI

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

"Human Computer Interaction" ou atualmente denominada "Human Technology Interaction", uma vez que a tecnologia não está mais limitada aos modelos convencionais estacionários de computadores que conhecemos. A interação Homem-Computador é um campo de estudo interdisciplinar que tem como objetivo geral entender como e porque as pessoas utilizam (ou não utilizam) a tecnologia da informação. Enfocam-se em particular, as capacidades e limitações dos usuários, ou seja, busca-se entender o lado humano da interação com sistemas computadorizados - associados às estruturas sociais. A partir dos estudos das áreas de ciência da computação, psicologia, engenharia cognitiva, ciência da informação, ergonomia, sociologia, design gráfico e educação, os pesquisadores da área de HCI estudam os usuários como seres que possuem intenções, atitudes, capacidades, limitações e personalidades distintas. O termo Human Computer Interaction começou a ser adotado no meio dos anos 80 como uma maneira de descrever um novo campo de estudo cuja principal preocupação era como o uso de computadores poderia enriquecer a vida pessoal e profissional de seus usuários. Enfocavam-se, em particular, as capacidades e limitações dos usuários, ou seja, buscava-se entender o lado humano da interação com sistemas computadorizados. “Em termos de design, HCI é o estudo do processo de design, e seu objetivo global é promover uma mudança do projeto centrado no sistema para projeto

Capítulo 6. Interação Humano-Computador e a Usabilidade de Interface

66

centrado no usuário". (BOOTH, 1989: in notas de aula, extensão em usabilidade de interface, 2002) “HCI diz respeito ao entendimento de como as pessoas usam sistemas computacionais para que sistemas melhores possam ser projetados para atender mais aproximadamente às necessidades dos usuários”. (PREECE, 1993, op. cit.)

6.2. Usabilidade de Interface

É a ciência que busca identificar os fatores humanos que determinam a utilização eficiente e satisfatória do sistema por parte do usuário e aplicar esses conhecimentos ao projeto de sistemas eficientes em termos de usabilidade e utilidade.

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Segundo Shackel (1993 op. cit.), usabilidade seria a capacidade, em termos funcionais humanos, de um sistema ser usado facilmente e com eficiência pelo usuário. Scapin (1993 op. cit.) considera que a usabilidade está diretamente ligada ao diálogo na interface, seria a capacidade do software em permitir que o usuário alcance suas metas de interação com o sistema. Nielsen (1990 op. cit.) divide o conceito de usabilidade nos seguintes componentes: Ser fácil de aprender; eficiente na utilização e ter poucos erros. Levando em consideração os conceitos propostos por Preece (2002: 3565), a atividade de se desenvolver uma interface adequada ao usuário deve ser uma união entre o modelo do designer (o modelo que os projetistas têm de como o sistema deve funcionar), a imagem do sistema (como o sistema funciona realmente) e o modelo do usuário (como este compreende como o sistema funciona). Sobre o desenvolvimento de interfaces, segundo a autora, faz o seguinte percurso: • Desenvolvimento de Modelos Conceituais da Aplicação: Orientado a atividades (Instrução, Conversação, Manipulação e Navegação e Exploração e Busca livre) e / ou a objetos (gráficos abstratos ou realistas); • Desenvolvimento das Metáforas de Interface: Com características metafóricas e analógicas; • Adequação a um paradigma de interação: Sistema ou equipamento onipresente, penetrante ou trajável;

Capítulo 6. Interação Humano-Computador e a Usabilidade de Interface

67

• Por fim, na etapa do design em sua realização concreta, verificam-se as seguintes etapas: - Problemas de espaço e requerimentos da interface; - Geração de protótipos e apreciação das impressões dos usuários; - Avaliação e alteração dos protótipos; - Avaliação do usuário e de seus objetivos no sistema.

6.3. Avaliação Heurística

O termo “avaliação heurística” em IHC foi introduzido por Jakob Nielsen e Rolf Molich no início da década de 1990, quando propuseram um método através do qual um pequeno grupo de avaliadores examina uma dada interface e procura por problemas que violem alguns princípios gerais do bom projeto de PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

interface. São criadas categorias para checagem por correspondência e nível de gravidade de problemas – dentro de um a lista de caráter primordialmente sintático (localização, proporção, métrica, velocidades adequadas, etc.) observase o conteúdo do website e este é relacionado com as guidelines propostas (vão variar de acordo com o método escolhido ou autor / pesquisador). Geralmente são atribuídas notas de gravidade de acordo com a aproximação ou ausência de determinado aspecto da interface com o item checado dentro da heurística escolhida.

6.4. Avaliação Cooperativa

Da mesma forma que o design participativo, a avaliação cooperativa pressupõe o envolvimento do usuário, dentro de um contexto de projeto centrado no usuário. A avaliação cooperativa é segundo Monk (1993 op. cit.), um procedimento para obter dados sobre problemas experimentados ao se trabalhar com um protótipo de um software, de modo que se possam fazer mudanças para melhorá-lo. O que distingue este tipo de avaliação é a cooperação que ocorre à medida que usuários e projetistas avaliam o sistema juntos. Os usuários são encorajados a perguntar ao avaliador sobre o processo de interação com o sistema, e o avaliador, por sua vez, questiona sobre o entendimento do usuário em relação ao sistema.

Capítulo 6. Interação Humano-Computador e a Usabilidade de Interface

68

Damoran (1996 op. cit.) destaca que, para que o envolvimento do usuário seja eficaz, é necessário que estejam bem informados e tenham real entendimento dos princípios que sublinham os processos nos quais se busca seu envolvimento ativo. A avaliação cooperativa funciona da seguinte forma: os usuários trabalham em tarefas representativas escolhidas pelo projetista e, à medida que trabalham, eles explicam para o projetista o que estão fazendo e fazem perguntas; o projetista permite que o usuário cometa erros e utiliza suas perguntas para obter mais informações sobre problemas em potencial; comportamentos inesperados e comentários a respeito da interface são vistos como sintomas de problemas de usabilidade em potencial. Algumas fontes de distorção podem ser observadas em situação de relato: os protocolos correntes (onde a pessoa verbalmente relata o que está fazendo durante a execução) podem interferir na execução da tarefa; também, PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

com algumas técnicas a quantidade de conhecimento eliciado é limitado devido ao tempo e oportunidade; existe ainda a questão da auto-apresentação, na qual a pessoa que fornece uma descrição verbal tem objetivos pessoais concernentes à imagem que projeta para o ouvinte. Além disso, já foi percebido que determinadas técnicas podem encorajar as pessoas a desenvolver uma estratégia-padrão para responder às questões de forma que cada resposta acaba sendo predeterminada pelo contexto da questão precedente.

6.5. Hipermídia Ritto (Padovani, 1998:16, apud Ritto 1995) adota a terminologia hiperdocumentos,

definindo-os

como

sistemas

computadorizados

cujos

conteúdos se desenvolvem a partir de um determinado tópico, permitindo a formação de uma rede semântica relacionada à temática central e estruturada de forma não sequencial. O usuário deste sistema pode, assim, escolher seus próprios caminhos de acesso (trilhas) e níveis de aprofundamento sobre a base de informações através da seleção de elementos chaves (botões) contidos no corpo do documento e que se encarregam de conduzi-lo a outras partes (nós) de sua escolha. Diversas mídias, em diferentes configurações estariam envolvidas na apresentação da informação e em diferentes momentos, como áudio, vídeo, animação e atualmente tátil (visto com maior freqüência em videogames) e olfativo.

69

Capítulo 6. Interação Humano-Computador e a Usabilidade de Interface

6.6. Hipetexto Quando o cientista Vannevar Bush13, na década de 40, concebeu a idéia de hipertexto, pensava, na verdade, na necessidade de substituir os métodos existentes

de

disponibilização

e

recuperação

de

informações

ligadas

especialmente à pesquisa acadêmica, que eram lineares, por sistemas de indexação e arquivamento que funcionassem por associação de idéias, seguindo o modelo de funcionamento da mente humana. O cientista, ao que parece, estava preocupado também na criação de um sistema que fosse como uma "máquina poética" (Landow, 1995), algo que funcionasse por analogia e associação, máquinas que capturassem o brilhantismo anárquico da imaginação humana, segundo Landow. Parece não ser obra do acaso, que a idéia inicial de Bush tenha sido PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

conceituada como hipertexto, 20 anos depois de seu artigo fundador, exatamente ligado à concepção de um grande sistema de textos que pudessem estar disponíveis em rede. Na década de 60, o cientista Theodor Nelson sonhava com um sistema capaz de disponibilizar um grande número de obras literárias, com a possibilidade de interconexão entre elas. Criou, então, o "Xanadu", um projeto para disponibilizar toda a literatura do mundo, numa rede de publicação hipertextual universal e instantânea. Funcionando como um imenso sistema de informação e arquivamento, o hipertexto deveria ser um enorme arquivo virtual. Hipertexto, atualmente, é o texto disponibilizado pelas redes de computadores, composto por nós e conexões, que podem ser acessados aleatoriamente desde qualquer máquina (computador) e por qualquer usuário, em qualquer lugar do mundo e simultaneamente. Para melhor definir de que se compõe

este

texto

eletrônico,

encontramos

http://www.pucsp.br/~cimid/4lit/longhi/hipertexto.htm)

em

Lévy

algumas

(1995,

in

características

básicas ou "princípios abstratos", que são:

13

Muitos afirmam que o americano Vannevar Bush é o pai do computador. Sua mais importante contribuição para o desenvolvimento da informática remonta a 1931, quando criou um analisador diferencial mecânico, fator de estímulo das pesquisas que levaram ao desenvolvimento do computador digital. Vannevar Bush nunca esteve directamente envolvido na criação ou desenvolvimento da Internet. Morreu antes da criação da World Wide Web. No entanto, muitos consideram Bush como o Padrinho do nosso mudo digital fazendo amplas referências ao seu artigo, considerado seminal, "As We May Think".

Capítulo 6. Interação Humano-Computador e a Usabilidade de Interface

70

- Princípio de metamorfose: a rede hipertextual encontra-se em constante construção e renegociação. Sua extensão, composição e desenho estão sempre em mutação, conforme o trabalho dos atores envolvidos, sejam eles humanos, palavras, sons, imagens, etc. - Princípio de heterogeneidade: os nós de uma rede hipertextual são heterogêneos; podem ser compostos de imagens, sons, palavras, , etc. E o processo sociotécnico colocará em jogo pessoas, grupos, artefatos, com todos os tipos de associações que pudermos imaginar entre eles. - Princípio de multiplicidade e de encaixe das escalas: o hipertexto é fractal, ou seja, qualquer nó ou conexão, quando acessado, pode revelar-se como sendo composto por toda uma rede de nós e conexões, e assim, indefinidamente. - Princípio de exterioridade: a rede não possui unidade orgânica, nem motor interno. Seu crescimento e diminuição, composição e recomposição dependem de um exterior indeterminado, como adição de novos elementos, conexões com outras redes, etc. Princípio de topologia: no hipertexto, tudo funciona por proximidade e vizinhança. O

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

curso dos acontecimentos é uma questão de topologia, de caminhos. A rede não está no espaço, ela é o espaço. - Princípio de mobilidade dos centros: a rede possui não um, mas diversos centros, que são perpetuamente móveis, saltando de um nó a outro, trazendo ao redor de si uma ramificação infinita de pequenas raízes, rizomas, perfazendo mapas e desenhando adiante outras paisagens.

Hipertextos são sistemas que superam a linearidade do texto convencional e das telas sucessivas. As informações estão dispostas em telas conectadas entre si, em forma de rede. As telas possuem nós de informação que permitem ao usuário navegar através da rede de informação apresentada como um mosaico, subvertendo a exploração seqüencial. “Esperar-se-ia que permitissem o acesso direto à informação. Mas isso não acontece...” (Moraes et al. 1995: notas de aula, extensão em usabilidade de interface, 2002.) Theodore Nelson afirmava que “hipertexto se refere à escrita nãoseqüencial - texto que permite escolhas ao leitor, melhor lido em uma tela interativa. Como concebido popularmente, isso é uma série de partes de texto conectadas por links os quais oferecem ao leitor diferentes caminhos a seguir". Segundo Landow (1997 op. cit.), hipertexto define o texto composto por blocos de informação e as conexões eletrônicas entre eles. Para o autor, o conceito de hipermídia amplia a noção do texto em um hipertexto incluindo informação visual, som, animação e outras formas de dados.

Capítulo 6. Interação Humano-Computador e a Usabilidade de Interface

71

Segundo Codina (2001 op. cit.) “um hipertexto é uma estrutura da informação que organiza um conjunto de elementos em forma de rede.” Para o autor, o que caracteriza a organização em forma de rede é a existência de alguma forma de união entre eles, mas não existe uma ordem única de percurso. Componentes de um Hipertexto O modelo de hipertexto estabelecido mais comumente aceito e consagrado pela linguagem HTML pode ser decomposto nos seguintes elementos: 1. Nós (elementos que contém a informação) 2. Conexões entre tais nós 3. O conjunto de âncoras, que identifica o início e o destino de cada conexão (o que conecta com o que) 4. Mapas de navegação (meta-nós, ou um nó de informação sobre outros nós).

6.7.

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Navegação Whitaker (1998 op. cit.) afirma que a Web determina um espaço mental e um espaço físico virtual através do qual o ser humano pode se movimentar tanto para atingir um objetivo, quanto para obter o prazer da viagem educacional. Os usuários da Web podem ser muito experientes ou podem ser conhecedores rudimentares de computadores. Criar um sistema para atender essas necessidades é o desafio para qualquer designer. "Entretanto, existem Web sites que utilizam os conceitos navegacionais com sabedoria e são exemplos a ser seguidos". Segundo Nielsen (1998 op. cit.), um projeto ruim de navegação pode gerar alguns prejuízos reais: Nos 15 maiores sites comerciais, os usuários somente conseguiram encontrar informações em 42% dos casos; 62% dos compradores em potencial desistiram do item que estavam procurando, sendo que 20% repetiram três vezes a desistência durante dois meses; O site médio desconsidera 50% das diretrizes de usabilidade do design.

6.8. Sobre o Projeto de Websites

Os motivos de um projeto devem estar impregnados em todos os elementos de sua composição, desde sua gênese. Pois não sendo assim a dispersão do objetivo já está embutida neste conteúdo e isso fará com que o

Capítulo 6. Interação Humano-Computador e a Usabilidade de Interface

72

projeto enfraqueça e perca credibilidade iminentemente. Nada deve ser gratuito – Tudo deve ter um motivo – honestidade com o publico, pois este sabe quando um conteúdo não está bem amarrado, mesmo que inconscientemente. As técnicas visuais escolhidas devem ser usadas de forma nítida e decidida. É preciso tomar um partido – e assumir os riscos, senão é gerada ambiguidade e ineficiência na transmissão da idéia. O designer de interface deve evitar a todo custo o fenômeno que poderia ser definido como "colcha de retalhos" – várias idéias desconexas, unidas num mesmo contexto – provavelmente surgidas de várias vontades – desvios da idéia original (que deve ser simples, rápida, coerente e de fácil compreensão visual). Atualmente sabemos que as pesquisas sobre a usabilidade de sistemas interativos na web ainda carecem de dados empíricos. Portanto, as soluções para problemas de interface não são óbvias: É difícil encontrar soluções sem criar novos problemas. Mas enquanto não há tempo suficiente para a geração de PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

testes e hipóteses substantivas, a melhor maneira de criar um site de alta usabilidade, que seja fácil, amigável e que realize o que o usuário espera, é descobrir o que o usuário pensa e como ele age, e só assim estaremos prontos para criar uma interface que dê suporte adequado às intenções e ao comportamento do usuário real.

6.9. Design de Interface

A noção de interface com usuário que surgiu nos anos 70 foi descrita como os aspectos do sistema com os quais o usuário entra em contato, consistindo de uma linguagem de entrada para o usuário e de saída para a máquina e um protocolo para interação. Rapidamente termos como "amigável ao usuário" tornaram-se clichês principalmente em se tratando de mercado, uma vez que se tratava, na maioria das vezes de reformulações estéticas em sistemas antigos. Atualmente, pesquisas têm comprovado que a interface com o usuário deve considerar não somente aspectos tecnológicos ou estéticos, mas todos os elementos que possam de alguma maneira interferir na comunicação ou na apreensão da informação apresentada.

Capítulo 6. Interação Humano-Computador e a Usabilidade de Interface

73

Uma interface não é apenas uma entidade física. Pode incluir símbolos, conceitos ou palavras. Interface é uma mídia através da qual informação é comunicada. Mais especificamente é usada para comunicar instruções, ou para receber os resultados da implementação das instruções. (Lansdale e Ormerod, 1995: op. cit.).

“Interface homem-computador é processo de engenharia de projetar sistemas computacionais interativos que sejam eficientes, amigáveis, fáceis de usar e façam o que as pessoas querem. Interface homem-computador abrange mais do que design de software e hardware; também diz respeito ao ambiente do sistema e à organização humana.” (Sutcliffe, 1995: op. cit.).

6.10.

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Design de Telas

A tela de um sistema computacional representa o aspecto visível da interação homem-computador. É nesta região que ocorrem as trocas entre o usuário e o sistema; é onde se encontram as instruções, as entradas de informação e a apresentação do resultado das ações do usuário. Helander (1997: op. cit.) afirma que “durante a interação homemcomputador, muita da informação transmitida pelo computador é apresentada visualmente, tipicamente por meio de um dispositivo de apresentação dinâmico. (...) Não importa que tecnologia de apresentação seja utilizada, o conteúdo e formato da informação sempre terá substancial impacto na utilidade e eficiência da interação”. Desta forma ao se projetar uma tela deve-se ter em conta o que colocar na tela, onde colocar e como colocar as coisas na tela. Estes requisitos devem sempre ser cumpridos considerando as características do usuário e a especificidade da tarefa a ser realizada. Moraes et al (1996: op. cit.) destaca que a ergonomização da interface se apresenta em quatro níveis: - Apresentação externa do sistema computadorizado; - Recomendações ergonômicas para o projeto de telas em termos de ergodesign visual; - Considerações ergonômicas de usabilidade; - Questões ergonômicas de utilidade.

Capítulo 6. Interação Humano-Computador e a Usabilidade de Interface

74

6.11. Aparência e Funcionalidade Pesquisas mostram que a aparência ("apparent") e a funcionalidade ("inherent usability") têm grande influência na aceitação de sistemas de computador pelo usuário. Os resultados de um experimento relatado por Fu e Salvendi (2002) indicaram que a funcionalidade - boa arquitetura da informação é o principal fator contribuinte para a satisfação do usuário ao realizar buscas e navegar pela web. Usuários utilizam diferentes estratégias de aquisição de informação ao realizar tarefas de busca ("searching") e navegação ("browsing"). Essas diferenças podem ser indicadas pela extensão do caminho percorrido até a informação alvo. Chen et al (1997) demonstrou que em tarefas de busca,

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

usuários fazem uso de estratégias analíticas (orientadas ao objetivo), que resultam num percurso menor. Em tarefas de navegação, usuários fazem uso de uma estratégia errática ("wandering") (Marchionini e Shneiderman 1993, Chen et al. 1997), resultando em percursos maiores. Usuários em tarefas de busca modificam com mais freqüência o percurso, diferente da estratégia errática. Segundo Fu e Salvendi (2002): • Bons mecanismos de busca resultam em percursos menores até os resultados esperados, implicando numa maior satisfação do usuário - a usabilidade estrutural é fator decisivo nesse tipo de atividade para a satisfação do usuário. • O aspecto estético da navegação implica em um maior percurso resultante, pois influencia continuamente a satisfação do usuário (Lazzaro, 1991, in Fu & Salvendi) - a usabilidade aparente é fator decisivo nesse tipo de atividade para a satisfação do usuário. • Usuários são mais ativos em interfaces de alta usabilidade aparente - Uma boa usabilidade aparente encoraja usuários na manipulação da interface apesar da falta de habilidade e pouca experiência com o meio (Owen, 1987, in Fu & Salvendi). • A usabilidade estrutural contribui mais do que a usabilidade aparente na satisfação do usuário em ambas as tarefas de busca e navegação. • Usuários são mais ativos nas interfaces de usabilidade aparente alta do que em baixas.

Capítulo 6. Interação Humano-Computador e a Usabilidade de Interface

75

6.12. Alguns Requisitos de uma Boa Interface Digital

Baseado em princípios reunidos em várias leituras e na experimentação empírica - participando de equipes de desenvolvimento de design de interface digital, criando interface e gerenciando equipes (percurso desde 1997) o pesquisador pode reunir as seguintes orientações (nunca regras) para os requisitos considerados como ideais para a concepção de uma boa interface digital:

1. Orientação ao objetivo e não aos procedimentos: O usuário deveria ter de se preocupar somente com os seus objetivos na utilização da interface, e

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

não em como obtê-los. Ou seja, o projeto da interface deveria ser construído em função da informação a ser obtida, minimizando o quanto possível o requerimento de intervenções do usuário e o aprendizado das etapas para este fim. Ressaltando: O comportamento humano é teleológico - orientado ao objetivo (Rasmussen, 1983). 2. Navegabilidade: Uma construção lógica de diferentes telas, áreas, links, mensagens e seções é fundamental para uma utilização eficiente da interface / sistema. Uma boa interface deve ter coerência e consistência. É necessário a criação de um modelo de navegação com padrões e comportamento nítidos e de fácil aprendizado (coerência), bem como a manutenção correta desses modelos por todo o corpo da interface de forma a não surpreender o usuário com comportamentos inesperados (consistência). 3. Localização de dados: Deve requerer o mínimo de tempo possível, bem como não deve demandar em excesso da memória e carga mental para o aprendizado e lembrança do conteúdo visual/tátil/auditivo já conhecido. 4. Passos para executar a tarefa: Deve ser o menor possível. A usabilidade de interface vai colocar entre três ou quatro passos. Recomenda-se como ideal entre dois ou três. A possibilidade do uso de comandos de voz, bem como a possibilidade do usuário criar seus próprios comandos via dispositivo apontador é uma tendência futura à redução do número de comandos para a execução de uma tarefa.

Capítulo 6. Interação Humano-Computador e a Usabilidade de Interface

76

5. Output: Observa-se de que forma o sistema externaliza (output14) as informações necessárias ou requisitadas pelo usuário e através de Sinais, Signos e Símbolos (através de artifícios sinestésicos). Importante considerar os códigos e repertórios conhecidos pelo usuário. 6. Adaptação do sistema: Uma interface digital deveria poder ser "customizada" conforme as necessidades / preferências / interesses / limitações do seu usuário específico e considerar o contexto externo ao usuário, fator denominado pela análise cognitiva do trabalho como "abordagem ecológica" (Vicente, 1999). As condições / circunstâncias em que o usuário se encontra (no lar, no escritório, cercado de pessoas, numa fábrica repleta de ruídos e distrações) são considerações muitas vezes subestimadas no projeto de um sistema. 7. Projeto visual: Ícones, Índices e Símbolos projetados de acordo com o repertório e códigos conhecidos pelo usuário. Os erros mais comuns que PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

encontramos num projeto de interface visual são: interferência visual; tensão espacial; simetrias conflitantes; alinhamentos inconstantes; estruturas falsas; posição e composição dos elementos arbitrária; apresentação inconsistente dos controles; linguagem visual inconsistente; estruturas mal integradas; elementos secundários dominantes; imagens mal utilizadas em conceitos abstratos; tentativas de se combinar elementos não relacionados; inconsistências internas e externas; conceitos incompatíveis; etc. (Mullet e Sano, 1995 in Alm, 2002) 8. Confirmação / Feedback: O sistema deve fornecer confirmação de que uma ação do usuário foi recebida (input15) e está sendo processada. Essa confirmação pode se dar através de vários dispositivos (visual, auditivo, táctil) em combinação ou sensibilizando um sentido humano por vez.

14

Output: 1. Information retrieved from a functional unit or from a network, usually after some processing. 2. An output state, or sequence of states. 3. Pertaining to a device, process, or channel involved in the production of data by a computer or by any of its components (Glossary of Telecommunication Terms-Federal Standard 1037C). 15 Input: 1. In a device, process, or channel, a point that accepts data. 2. A state, or a sequence of states, of a point that accepts data. 3. A stimulus, such as a signal or interference, that enters a functional unit, such as a telecommunications system, a computer, or a computer program (Glossary of Telecommunication Terms-Federal Standard 1037C).

77

Capítulo 6. Interação Humano-Computador e a Usabilidade de Interface

6.13. O Usuário

Segundo Radfahrer, (2000), o principal foco na Internet é o público, e não o desenvolvedor – vaidade e gostos pessoais devem ser sacrificados em função da sanção positiva do público – um website deve ter as referências de quem o consulta e não de quem o faz. Isso tudo implica em uma vez eleito seu público específico,

conhecer

suas

limitações,

seu

repertório,

valores,

tempo,

disponibilidade, proficiência e principalmente: sua motivação. Depois disso tudo vamos nos preocupar com: - O peso (em kbps) dos sites; - As incompatibilidades entre versões dos navegadores e os conflitos entre

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Netscape e Internet Explorer; o dilema entre abranger ou não todas as resoluções de tela e profundidades de cores; - A opção pelo uso ou não de novas tecnologias (flash, dhtml, script e etc...). - O equipamento do usuário: processadores, memória e velocidade de conexão: o usuário pode estar pilotando um “BMW” ou uma “carroça”. - Usuários com diferenças culturais e geográficas, diferentes níveis de educação, conhecimentos e experiência com a tecnologia da informação têm necessidades diferentes, que devem ser acomodadas aos sistemas. Portanto, uma das prioridades no processo de design de interfaces é conhecer o usuário.

6.13.1. Algumas considerações sobre a relação usuário - interface digital

O que o usuário busca numa interface digital? O que ele espera? Que aspectos do público (específico) devem ser vislumbrados ao se criar interface para este? Novamente baseado em teorias diversas e na atividade profissional o pesquisador pode reunir os seguintes tópicos: 1. Facilidade de Aprendizado: Fatores como carga mental, coeficiente de aprendizado e curva cognitiva entram em cena - é necessária uma avaliação do potencial intelectual do público para o qual se está

Capítulo 6. Interação Humano-Computador e a Usabilidade de Interface

78

projetando, bem como este potencial será requerido em diferentes momentos da interface / sistema (Habilidade, Regra e Conhecimento). É preciso dar especial atenção às diferentes formas de representação das propriedades de sistemas focados no desempenho baseado em conhecimento e que podem ser caracterizados em diversos níveis de abstração - Representação da Forma Física, Representação Funcional, Representação em termos de Intenção ou Propósito. 2. Autolocalização: O usuário não deve em momento algum perder o caminho já percorrido ou ficar incerto sobre em qual seção / área ele está inserido. Deve receber dicas visuais constantes sobre sua localização de onde procedeu, quais outros desdobramentos ele tem acesso e em qual seção ele está inserido. 3. Adaptação ao sistema: Habilidades, regras e conhecimento, bem como a

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

requisição de carga mental de acordo com características e potencial do público específico. 4. Fatores mentais e comportamento humano: Este aspecto da relação humano-interface deve ser minuciosamente perscrutado, pois envolve variantes de diversas áreas do comportamento humano. A capacidade de retenção humana (aprendizado) é afetada pela consciência e pelos fatores mentais: contato, sensação, discernimento, intenção e atenção (Varela et al., 1991 in Alm, 2002).

6.14. Questões Imprescindíveis Baseado nos estudos de Schwabe, Daniel (1998), tornou-se possível organizar a seguinte série de questões de relevância prévia ao desenvolvimento da modelagem da navegação, conceitual e aparente do sistema / interface: 1. Qual é o suporte do sistema, em qual equipamento o sistema irá funcionar? 2. O que os usuários esperam do sistema? 3. Que tipo de informação deverão buscar no sistema? 4. Como irão buscar as informações que precisam do sistema? 5. Qual será a forma de interação que o sistema irá apresentar ao seu usuário? 6. Qual é o grau de expertise que esses usuários têm com computadores estacionários, como PCs? 7. Qual é o grau de expertise que esses usuários têm com dispositivos portáteis como LAPTOPS e PALMTOPS?

Capítulo 6. Interação Humano-Computador e a Usabilidade de Interface

79

8. Qual é o grau de expertise que esses usuários devem possuir para interagir com o sistema de forma eficiente? 9. Que tipo de inteligência será requerida do usuário durante o aprendizado e a utilização do sistema (habilidades físicas, mentais, memória e carga cognitiva)? 10. O sistema possuirá a noção de “affordance” (Preece, 2002), ou seja, mostra ao usuário como manipulá-lo e obter dados? 11. O sistema permite a reconfiguração dos seus elementos para melhor se adequar ao perfil do usuário? 12. Deverá ser utilizado o conceito de GOMS16 com o intuito de predizer, descrever e prescrever o funcionamento do sistema ou primeiramente deverão ser realizados testes com o usuário para verificar o desempenho do sistema e o comportamento do usuário, antes de qualquer suposição? 13. O sistema é expansível? Poderá ser atualizado e ter seu escopo ampliado para outros públicos?

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Com o intuito de averiguar a compreensão do usuário do sistema, seriam mostrados protótipos deste e feitas as seguintes perguntas aos mesmos, numa avaliação cooperativa: 1. Estão claros os objetivos do sistema? Quais são? 2. Está claro o seu público alvo? Qual é? 3. O sistema está bem estruturado? (organização da informação) 4. Navegação: você alcança seus objetivos? Em quanto tempo? 5. O que você acha da quantidade de conteúdo oferecido nos menus do sistema apresentado? 6. Você modificaria, acrescentaria ou removeria alguma coisa no sistema apresentado? (comportamento, cor, disposição dos elementos) Caso afirmativo, quais as suas sugestões e por quê? 7. As ferramentas e áreas interativas têm função e localização clara? 8. O sistema oferece contato com seus desenvolvedores? É fácil encontrar a área de contato? 9. Você tem dificuldade de compreender algum gráfico ou ícone? Identifique-os, caso haja algum. 10. As metáforas visuais estão de acordo com o conteúdo e proposta do sistema? 11. O serviço de ajuda / índice auxilia a utilização do sistema? São eficientes ou deficientes?

16

GOMS: Goals Operators Methods & Selection Rules. Representação formal de uma rotina cognitiva – fornece uma descrição do que o usuário deve aprender. Prediz, Descreve e Prescreve o conhecimento requerido por um usuário expert para desempenhar uma tarefa específica. (notas de aula, INF2602, março de 2004)

Capítulo 6. Interação Humano-Computador e a Usabilidade de Interface

80

Com o intuito de averiguar o desempenho do sistema os desenvolvedores (designers e engenheiros) poderiam fazer as seguintes considerações, enquanto observam os usuários: 1. Despende pouco tempo para encontrar a informação desejada. 2. Após encontrar o conteúdo de interesse, encontra com facilidade outras opções de menu para prosseguir o uso e atingir novos objetivos ou objetivos referentes ao anterior. 3. Estabelece um caminho curto até a tela procurada. 4. Retorna poucas vezes a telas de níveis superiores para reiniciar o uso. 5. Possui navegação não redundante (repetição do caminho, menus e telas). 6. Os ítens principais estão acessíveis em todos os níveis e desdobramentos. 7. O “feedback” do sistema (visual, auditivo, tátil e até mesmo olfativo) às requisições do usuário é facilmente compreendido pelo mesmo.

6.15. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Considerações Sobre o Capítulo É possível, através de vários mecanismos de verificação de usabilidade on-line, avaliar (através da lógica e heurística específica de cada mecanismo) a eficiência sintática de um website qualquer. Pode ser vista a tabela “Design Recomendado para Homepage” de Nielsen (2002: 52-53), nos anexos desta dissertação. Abaixo vêem-se alguns links on-line para tais checagens: Questionnaire for User Interaction Satisfaction (QUIS): http://www.lap.umd.edu/QUIS/index.html e http://www.cs.umd.edu/hcil/quis/ Acessibilidade brasil: http://www1.acessobrasil.org.br/paginas/home.asp ErgoList: http://www.labiutil.inf.ufsc.br/ergolist/ Web Metrics: http://zing.ncsl.nist.gov/WebTools/tech.html W3C17: http://www.w3.org/ Nielsen Study Guide for Homepage Usability: http://www.useit.com/homepageusability/studyguide.html

17

The World Wide Web Consortium (W3C) develops interoperable technologies (specifications, guidelines, software, and tools) to lead the Web to its full potential. W3C is a forum for information, commerce, communication, and collective understanding.

Capítulo 6. Interação Humano-Computador e a Usabilidade de Interface

81

O conjunto de metodologias da usabilidade de interface tem foco predominante sobre o desempenho humano, checado com uma heurística específica (de cunho sintático e objetivo), por meio de métodos que envolvem especialistas e usuários (em combinações diversas). Os resultados das investigações de usabilidade são geralmente derivados da observação empírica e produzem postulados e generalizações. É interessante traçar um paralelo entre a usabildade de interface e a ciência semiótica aplicada à interface. A usabilidade, na interação humano-computador, observa a formulação da intenção de um usuário para com um sistema, a seqüência de ações possíveis para o sucesso de uma tarefa qualquer e a execução em si - sua eficiência ou fracasso. Já, em contrapartida, a semiótica realiza procedimentos por métodos semânticos e subjetivos. Vislumbra as questões representacionais do sistema e sua interface – significação dentro de um contexto. Observa a percepção do usuário do sistema, a posterior interpretação e por fim a avaliação de seus PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

componentes; em direção a formulação de uma intenção ou resultado interpretativo (instancial, nunca finito). A problemática emergente dessa rotina de avaliação e execução se dá na disparidade de processos lógicos e referenciais propostos como base para interpretação de qualquer manifestação – no caso, digital e interativa. O designer, o criador do contexto ou artefato interativo espera que o usuário “monte” em sua cabeça uma versão da sua própria lógica – para melhor utilizar o sistema. O usuário deve decodificar essa lógica e atualizar uma representação particular e mental do sistema. O resultado comumente observado é o usuário obrigado a adequar-se ao contexto e não o contexto ao usuário (dentro das medidas cabíveis). O usuário busca pistas de significação baseadas em seu repertório particular – repertório tal, que muitas vezes é relevado ou não recebe a atenção devida durante o desenvolvimento do sistema. O insucesso ou inadequação da relação de “usuário – sistema” está também ligado ao fato de o usuário não ser representativo do público buscado por aquela interface; ou porque a lógica de projeto e interação não se “comunicam” adequadamente com o público/usuário visado. A união de questões sintáticas e semânticas, objetivas e subjetivas pode sanar essa “brecha” nos processos de interação “mente do designer - sistema - mente do usuário”. Esta é a prerrogativa fundamental desta pesquisa.

7 Procedimentos Metodológicos e Resultados Obtidos

"As regras não ameaçam o pensamento criativo (...) A coerência não é antiestética e uma concepção visual bem expressa deve ter a mesma elegância e beleza que encontramos num teorema matemático ou um soneto bem elaborado". Dondis (1997: 88)

Esta dissertação de mestrado tem como escopo verificar, no universo de portais de informação brasileiros de internet, os níveis de satisfação e sucesso PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

na decodificação / fruição dos elementos componentes das páginas iniciais desses portais. Afirma que existe um descontentamento evidente dos usuários para com o excesso de informações apresentados nessas páginas iniciais, dado formalizado quantitativamente e qualitativamente nesta pesquisa. Afirma que a ciência da semiótica, associada às metodologias da usabilidade de interface pode aprimorar a representação dos elementos de interface destes portais e com isso gerar uma significação mais correta em direção a uma decodificação mais eficiente das mensagens, códigos e tarefas constituintes. Para tal tarefa, foi necessário compreender intrinsecamente as partes envolvidas nesta composição de interlocutores, meio e linguagens.

7.1. Características do Objeto Para melhor compreender o universo da internet e dos portais brasileiros de informação, foi necessário buscar informações sobre os mesmos em websites como o IBOPE (http://www.ibope.com.br), empresa especialista em pesquisas de mercado, mídia e opinião. Segundo o IBOPE (em notícia de 01/10/2003: http://www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect?temp=5&proj=P ortalIBOPE&pub=T&db=caldb&comp=Notícias&docid=FE850DB928FDE56A832 56ECA00657ACD) os maiores domínios em setembro de 2003 podem ser visualizados na tabela abaixo:

83

Capítulo 7. Procedimentos Metodológicos e Resultados Obtidos

Ranking de Domínios em Setembro de 2003

Domínios

Audiência Audiência Alcance Alcance Rank Rank Única % Set/03 Ago/03 Única % (000) Ativos (000) Ativos Ago/2003 Set/03 Set/2003 Ago/03

ig.com.br

4.712

4.876

65,81

64,69

1

1

uol.com.br

4.540

4.758

63,40

63,12

2

2

terra.com.br

3.969

3.939

55,42

52,26

3

3

yahoo.com.br

3.585

3.515

50,06

46,63

4

4

msn.com.br

3.302

3.204

46,11

42,51

5

6

globo.com

3.220

3.363

44,97

44,62

6

5

google.com.br

2.993

2.838

41,79

37,65

7

8

msn.com

2.823

2.917

39,41

38,70

8

7

passport.com

2.499

2.618

34,89

34,73

9

9

passport.net

2.197

2.249

30,68

29,84

10

11

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Fonte: Nielsen//NetRatings

Tabela 1 – Ranking de Domínios em Setembro de 2003. Fonte: Nielsen//NetRatings Acesso em 05 de janeiro. 2004.

Pode-se verificar na tabela, que os três domínios mais acessados em setembro de 2003 (últimas informações até a data de entrega desta dissertação) foram o internet Group (mudou seu nome em setembro de 2004 para internet Generation, que tem como principais acionistas a Brasil Telecom e a Telemar (Grupo

Opportunity



GP

Partners),

ver

a

notícia

no

link:

(http://www.clientesa.com.br/?sp=Materia_integra.asp&secao=112&Codigo=539 4), o Universo On Line (associados à Portugal Telecom e da Folhapar controladora do jornal Folha de S. Paulo) e o Terra. Estes têm sido os portais mais visitados nos últimos mêses, seguidos de perto pelo MSN Brasil e o Globo.com. As posições de todos estes se intercalam de mês a mês, mas os três primeiros têm se mantido. Com esses dados, ficou claro para o pesquisador que o objeto de estudo mais adequado para esta pesquisa eram os dois portais mais acessados e poulares: O iG e o UOL. Dentro de uma ordem lógica, após a seleção dos portais supracitados, mostrou-se necessário verificar as características do público que os utiliza. Os portais iG, UOL e Terra, oferecem links de acesso a estatísticas internas a sua visitação, apresentando dados sobre sexo, idade, ocupação, educação e classe social. Para esta pesquisa, foi considerado como prioritário, a faixa etária dos

Capítulo 7. Procedimentos Metodológicos e Resultados Obtidos

84

usuários freqüentadores de portais de informação brasileiros. Questões relacionadas à renda, posição social e educação não serão vislumbradas em profundidade, apesar de serem possíveis variáveis intervenientes sobre a questão proposta. O portal iG, conforme pode ser visto no gráfico abaixo,

mostra os

seguintes números no que se refere à faixa etária de seu público

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

(http://200.226.127.87/sites.htm):

Gráfico 1 – Faixa etária do público do portal iG. Fonte: Prória. Resultados apresentados em fevereiro de 2004.

A única informação disponível no que se refere a faixa etária está compreendida na faixa apresentada de 14 a 40 anos de idade, sem qualquer segmentação discriminada.

UOL 34% 35% 30% 25% 20% % 15% 10% 5% 0%

24% 19% 17% 5%

1%

2-11 12-17 18-24 25-34 35-64 +65

faixa etária Gráfico 2 – Faixa etária do público do portal UOL. Fonte: Ibope Nielsen-Netratings. Resultados apresentados em agosto de 2003, painel dimiciliar.

Capítulo 7. Procedimentos Metodológicos e Resultados Obtidos

85

O UOL apresenta em detalhe (http://www1.uol.com.br/publicidade/ uol_metricasuol_anuncie.htm) os segmentos componentes da faixa etária visitante do seu portal. É possível notar no gráfico a maior incidência nas faixas etárias de 18 a 24 anos de idade (24%) e 35 a 64 anos, com 34% do público (importante notar que este intervalo etário compreende três décadas). O público freqüentador de 2 a 11 anos de idade é de 5% apenas (portanto desconsiderado nesta pesquisa), bem como a faixa etária superior a 65 anos de idade é de 1% somente, tendo sido tembém desconsiderada (os critérios para seleção dos respondentes será melhor perscrutado no tópico seguinte: “Características da Amostra”).

Terra

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

22,9% 24,2% 24,1% 25% 20% 15% % 10% 5% 0%

21,0%

7,8% 0% 2-11 12-18 19-24 25-34 35-49 +50

faixa etária Gráfico 3 – Faixa etária do público do portal Terra. Fonte: Double Click. Resultados apresentados em julho de 2003.

Já o Terra (http://publicidade.terra.com.br/perfil.htm) mostra maior equilíbrio quanto à segmentação das faixas etárias do público de usuários: as faixas de 19 a 24 (com 22,9%), 25 a 34 (com 24,2%) e 35 a 49 (com 24,1%) têm incidência similar. Novamente a faixa etária de 2 a 11 anos de idade não apresenta freqüência (neste caso 0%) e a faixa etária superior a 50 anos de idade reúne 7,8% do público do portal. Para melhor compreender as faixas etárias mais proeminentes como constituintes do público usuário dos portais brasileiros de internet, foi traçado um paralelo entre os números apresentados pelos portais UOL e Terra – os dados apresentados pelo portal iG não se mostraram suficientes para tal paralelo. Foi requisitado (em março de 2004) ao profissional Flávio Baran, engenheiro de produção da PUC-Rio que realizasse tal tarefa.

Capítulo 7. Procedimentos Metodológicos e Resultados Obtidos

86

Fazendo uso da segmentação etária apresentada pelo portal UOL, foi projetada a freqüência etária do portal Terra e ambas comparadas no gráfico abaixo:

UOL e Terra 40%

34%

%

30%

24% 19%

20% 10%

UOL Terra

17%

5%

1%

0% 2-11 12-17 18-24 25-34 35-64

+65

40% 31,9%

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

%

30%

21,0% 22,9% 24,2%

UOL

20%

Terra

10% 0%

0%

0%

2-11 12-17 18-24 25-34 35-64

+65

faixa etária Gráfico 4 – Paralelo de faixas etárias do público do portal UOL e Terra.

É possível verificar uma similaridade evidente nas faixas de 2 a 11 anos de idade (ínfima e não considerada), 12 a 17 (entre 19 e 21%), 18 a 24 (entre 22,9 a 24%), 35 a 64 (entre 31,9 a 34%) e acima de 65 anos, também com valores não considerados como público influente. Na faixa de 25 a 34 nota-se maior contraste: A diferença de sete pontos percentuais entre UOL, com 17% e Terra, com 24,2%. É importante notar que, a alta porcentagem de público na faixa de 35 a 64 anos pode ser considerada como um resultado aparente e que poderia gerar a impressão de que a aior parte do público usuário dos portais encontra-se nessa faixa – mas a mesma engloba três décadas. Como pode ser visto no gráfico a seguir, ao se realizar a projeção na qual foram somadas as faixas de 12 a 17 com 18 a 24 anos (12 a 24) verificou-se que atingiam 44% do público usuário dos portais analisados. Ao somarem-se as faixas de 18 a 24 com 25 a 34 (18 a 34), foi observado que reunia 47% dos usuários, em contraste com os 34% referentes a extensa faixa de 34 a 65 anos.

Capítulo 7. Procedimentos Metodológicos e Resultados Obtidos

87

Segundo essas projeções, verifica-se que a faixa etária de 18 a 34 anos representa o público de maior vulto de portais brasileiros de informação.

Juntando 12-17 com 18-24 anos: 50%

%

40% 30%

UOL Terra

20% 10% 0% 2-11

12-24

25-34

35-64

+65

Juntando 18-24 com 25-34 anos: 50%

%

40% 30%

UOL Terra

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

20% 10% 0% 2-11

12-17

18-34

35-64

+65

faixa etária

Gráfico 5 – Mix de faixas etárias do público do portal UOL e Terra.

7.2. Características da Amostra

As carcterísticas escolhidas como representativas do público que acessa a web e, portanto potencial usuário de um portal foram: Ser alfabetizado (não seriam verificados indivíduos analfabetos uma vez que outras dificuldades entrariam em cena). Estar compreendido na faixa etária que refletisse os resultados da combinação de idade dos portais UOL e Terra - de 11 a 65 anos de idade, com foco na faixa de 28 a 34 anos, aonde se encontra a maior parte do público (fatores como desconhecimento da língua portuguesa e imaturidade no que se refere à cultura visual adquirida com o passar dos anos, bem como diminuição da acuidade visual entre outros fatores provenientes da velhice não seriam vislumbrados). Ser brasileiro (residente ou não no país de origem), pois os portais estudados têm conteúdo voltado para o público falante de língua portuguesa do Brasil. Por fim, que tivesse acesso à internet (sem discriminação do local de acesso).

88

Capítulo 7. Procedimentos Metodológicos e Resultados Obtidos

Questões sobre a velocidade de acesso e como esse fator afeta a recepção

e

decodificação

da

mensagem

não

foram

investigadas

em

profundidade, mas foi questionado no formulário on-line qual a velocidade utilizada pelo respondente, com o intuito de traçar um perfil representativo do público que acessa a internet e tendências de acesso para o futuro.

7.3. Entrevista Preliminar Semi-Estruturada com Usuários

Compreendido o objeto de estudo e as características da amostra, foi iniciada a organização do formulário on-line a partir de um pré-teste através de entrevista semi-estruturada com três indivíduos que acessam a internet regularmente – diferentes idades e ocupações dentro da faixa-etária e escolaridade mencionadas. As entrevistas foram presenciais, realizadas na PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

residência do pesquisador (ruídos e distrações foram minimizados) e registradas em áudio para posterior transcrição. Os sujeitos do pré-teste possuem as seguintes características: O sujeito 1 é homem, tem 27 anos, é pós-graduado e é economista. O sujeito 2 é homem, tem 24 anos e é médico. O sujeito 3 é mulher, tem 42 anos, é pós-graduada e designer. O tipo de entrevista realizado foi não-diretiva: Esse tipo de técnica apenas indica ao entrevistador a natureza geral do problema de pesquisa e aspectos que serão tratados no processo da entrevista.

Figura 11 – Pré-Teste com os três portais. Fevereiro de 2004.

89

Capítulo 7. Procedimentos Metodológicos e Resultados Obtidos

Foi informado aos sujeitos do pré-teste que devriam optar por um entre três ícones de portais apresentados na área de trabalho, e após clicar no ícone correspondente seria aberta uma janela de internet explorer e um portal apresentado. O portal visualizado pelo usuário era desprovido de qualquer alteração ou intervenção do pesquisador, ou seja, não era uma cópia salva em disco ou um híbrido montado pelo pesquisador – era o conteúdo disponibilizado naquele dia pelas equipes mantenedoras do portal. Nesta pesquisa, o aspecto dinâmico da mídia foi considerado como variável independente, portanto a variação de conteúdo e design apresentados ao usuário naquele dia e horário foram sobremaneira influentes sobre sua apreensão e decodificação da interface – e devidamente registrados. Não foram utilizados pop-up killers (progama instalado no navegador que impede o carregamento de pop-ups) ou outros programas acessórios de navegador, pois estes modificam a apresentação do conteúdo dos portais, portanto impedindo alguns estímulos que se interessava PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

verificar. Foi requisitado aos sujeitos do pré-teste que escolhessem no computador do pesquisador (AMD Athlon ‘Tm’ XP 2400+ 2.00 GHz, 512 Mb de RAM – Windows XP) entre três ícones apresentados somente como “Portal 1”, “Portal 2” e “Portal 3” (que correspondiam respectivamente ao Portal iG, UOL e Terra) Não foi informado a qual portal cada ícone indicava para evitar vícios de portal (o sujeito poderia optar pelo portal que lhe é familiar e do qual conhece as lógicas de sinalização e navegação) ou preferências pessoais sobre determinado portal. O sujeito deveria ser surpreendido pela apresentação de um portal ainda não determinado (caso este conhecesse o portal a ser carregado poderia haver expectativa e pré-conceitos sobre o mesmo) – seria então verificado a facilidade ou dificuldade de identificação deste portal e seus elementos de interface, entre outros estímulos. Após escolhido e aberta uma janela de navegador (Internet Explorer versão 6.0 –não foram averiguadas outras visualizações em outros navegadores, pois esta influência pertence a outro âmbito que não de escopo desta pesquisa) foi requisitado que os sujeitos realizassem três tarefas (em negrito) e respondessem

verbalmente

apresentadas a seguir:

dez

questões

(divididas

em

subtópicos),

Capítulo 7. Procedimentos Metodológicos e Resultados Obtidos

90

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Por favor, configure a resolução de monitor conforme sua preferência (640x480, 800x600, 1024x768 ou superior). Modifique também, se achar necessário, a configuração do navegador. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------1. Identifique, por favor, a home page carregada. O que lhe informou isso? 1.1 Qual é a sua primeira ação após o carregamento? E por quê? 1.2 Cite as três primeiras coisas que você percebeu na home page. E por que chamaram sua atenção?

2. Identifique através do mouse (dispositivo apontador) o primeiro elemento que você clicaria (não é necessário clicar) e por quê? 2.1. Você pode identificar uma ordem de leitura clara na home page do portal? Identifique-a através do mouse (dispositivo apontador).

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

3. Pense em algo que você geralmente busca na home page de um portal – você encontra facilmente na home page apresentada? 3.1. Algum outro elemento da home page atraiu sua atenção que o/a fez (ou poderia fazer) mudar seu interesse inicial?

4. Quais os gráficos e ícones que mais lhe chamam a atenção? Por favor, identifique pelo menos três. 4.1 Você tem dificuldade de compreender algum destes gráficos ou ícones? Identifiqueos, caso haja algum.

5. Quantas áreas distintas você pode encontrar na home page? Identifique-as, por favor. Ex: Conteúdo jornalístico, interativo, produtos e serviços, entretenimento, áreas com animação (flash, banners e outros menus animados).

6. Você percebe com facilidade os links, ícones clicáveis e outras áreas interativas? Consegue distingui-los sem o auxílio do mouse (dispositivo apontador)? 6.1 Através do mouse (dispositivo apontador) descreva o comportamento de interface dos links, ícones clicáveis e outras áreas interativas mencionadas. Você considera esse comportamento satisfatório para informar que os elementos são clicáveis?

7. Existe algum elemento na home page (gráfico, ícone, cor, link, texto) que lhe desagrada? Caso afirmativo, por favor, identifique e explique o porquê.

8. A home page deixa seus objetivos claros? Quais são? O que ela propõe ou informa após rápido exame?

Capítulo 7. Procedimentos Metodológicos e Resultados Obtidos

91

8.1 Está claro o seu público alvo? Qual é? 8.2 A home page informa porque você deveria usá-la ou qual o seu diferencial em relação ao concorrente? 8.3 Você gosta ou desgosta da home page apresentada? Por quê? Atribua uma nota de 0 a 10 (média entre o design e conteúdo).

9. Em relação às áreas que não estão visíveis à primeira vista antes do scroll vertical – uma vez olhando essas áreas escondidas, você as considera importantes ou estas poderiam ser eliminadas, sendo suficiente o que já aparece à primeira vista?

10. Você modificaria, acrescentaria ou removeria alguma coisa na home page apresentada? (comportamento, cor, disposição dos elementos) Caso afirmativo, quais as suas sugestões e por quê?

________________________________________________________________

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

As questões do pré-teste atendem aos conceitos apresentados nos capítulos de referencial teórico, pois referem-se a questões de representação, significação, percepção visual, estética, usabilidade e de cunho mercadológico. A importância deste pré-teste foi incomensurável, pois a análise do discurso dos sujeitos entrevistados revelou inconsistências em algumas questões e tarefas requisitadas pelo pesquisador (que foram então redefinidas ou removidas), bem como apresentou novas questões fundamentais inseridas no formulário on-line (duas entrevistas transcritas podem ser encontradas nos apêndices desta dissertação).

7.4. Questionário Preliminar Semi-Estruturado com Usuários

Após a primeira etapa de um pré-teste com questionário piloto, foi realizado pré-teste com um questionário semi-estruturado, na qual os respondentes (também presenciais) deveriam responder 25 questões optativas (questionário impresso, matriz para o formulário on-line – ver página 99). Esse questionário buscou avaliar as questões e as impressões dos usuários sobre as mesmas – clareza na colocação das questões e sugestões dos respondentes para alteração destas foram consideradas e implementadas. Cinco respondentes avaliaram o questionário: O respondente 1 é mulher, tem 20 anos e faz faculdade de moda. O respondente 2 é mulher, tem 21 anos e cursa economia. O respondente 3 é homem, tem 21 anos e cursa medicina. O

Capítulo 7. Procedimentos Metodológicos e Resultados Obtidos

92

respondente 4 é homem, tem 43 anos e é engenheiro civil. O respondente 5 é homem, tem 30 anos e faz mestrado em design. Basicamente o questionário foi traduzido para linguagem HTML18 e JavaScript19 para posterior implementação on-line. Questões discursivas, além das optativas foram inseridas.

7.5. Entrevista Semi-Estruturada com Designers Para melhor compreender as questões envolvidas no desenvolvimento de interfaces para portais de informação e para checar com as informações coletadas a partir dos respondentes desta pesquisa, foram realizadas três entrevistas por email com designers de diferentes portais atuantes na internet brasileira, envolvidos na concepção e manutenção destes portais. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

São eles: Rodrigo David, diretor de arte da iBest / S.A. (entrevista cedida em 12.04.04), Marcelo Gluz, coordenador de interface da Globo.com (entrevista cedida em 14.04.04) e Fernando Zacarias, diretor de criação da StarMedia.com (entrevista cedida em 22.04.04). Tal comparação mostrou-se oportuna pelo fato que a análise semiótica para aprimorar a usabilidade proposta nesta pesquisa, compreende não somente a parte dos usuários que decodificam os elementos significantes da interface apresentada nas páginas iniciais destes portais, mas também a parte dos criadores do contexto e das regras de leitura, os seja, os códigos de representação que permeiam as páginas iniciais em foco. Foi explicitado aos entrevistados que estes poderiam responder abertamente, não detendo-se somente as questões apresentadas. Portanto, é possível considerar esta entrevista como não-diretiva. As respostas recebidas foram comentadas no capítulo de “Avaliação dos Resultados e podem ser encontradas na íntegra nos apêndices desta dissertação. Abaixo o modelo das questões enviadas aos entrevistados supracitados:

18 HTML (HyperText Markup Language): linguagem HTML, código de linguagem para veicular textos e imagens na Internet, linguagem usada para escrever páginas na internet (Babylon EnglishPortuguese). 19 JavaScript: Like Java, this is a programming lanuguage designed by Sun Microsystems (in conjuction with Netscape) that can be integrated into standard HTML pages. It is based off the Java programming language, but is used mainly to create interactive web pages. Because of the usefulness of JavaScript, many professional web sites incorporate it in the HTML of their web pages to make them more dynamic and interactive (Glossary of Computer and Internet Terms).

Capítulo 7. Procedimentos Metodológicos e Resultados Obtidos

93

1. Qual é o seu nome e qual a empresa em que trabalha? Qual é o seu cargo na empresa? Descreva suas atribuições.

2. Sobre a equipe de criação da home page do portal de informação da sua empresa: Descreva, por favor, as equipes envolvidas na criação da hp. 2.1. Qual é a hierarquia entre as equipes? Quais são as etapas envolvidas na criação da hp?

3. Sobre o tamanho em pixels da home page do portal de informação da sua empresa: Descreva, por favor, os critérios adotados para se determinar a altura e largura da home page.

4. Sobre a quantidade de seções carregadas (Conteúdo jornalístico, produtos e serviços, entretenimento, áreas com animação flash, menus de navegação) na home page do portal de informação da sua empresa:

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Descreva, por favor, os critérios adotados para se determinar a quantidade de seções presentes na hp.

5. Sobre a disposição das seções carregadas na home page do portal de informação da sua empresa: Descreva, por favor, os critérios adotados para se configurar tal disposição e ordem de leitura.

6. Sobre a ordem de carregamento dos elementos dispostos na hp do portal de informação da sua empresa: Existe a preocupação com a ordem de como os componentes da página são descarregados? Quais seriam as tecnologias envolvidas nessa questão?

7. Sobre o peso em kb dos elementos dispostos na home page do portal de informação da sua empresa: Descreva, por favor, os critérios adotados para se determinar o peso em kb dos elementos da home page. 7.1. De que forma o tamanho dos arquivos (como unidade e como um todo) afeta a largura de banda da hp? 7.2. Qual seria o tempo ideal para o carregamento da home page, sem causar desagrado nos usuários (para a velocidade de conexão entre 56 Kbps e 33 Kbps e 512 Kbps e 128 Kbps)?

8. Sobre a infuência comercial sobre os elementos dispostos na hp do portal de informação da sua empresa:

Capítulo 7. Procedimentos Metodológicos e Resultados Obtidos

94

Como as questões que envolvem anunciantes externos e publicidade interna (pop-ups, banners, outros formatos e mídias para publicidade) afetam a concepção da home page?

9. Sobre a concorrência entre outros portais de informação: Como a presença de outros portais de informação afeta a criação da hp do portal de informação da sua empresa? 9.1. Qual é a posição (como audiência) do portal de informação da sua empresa frente aos concorrentes?

10. Sobre o usuário da home page do portal de informação da sua empresa: São realizadas pesquisas (de caráter formativo) com o usuário antes da vinculação do portal de informação on-line? Ou a criação da hp baseia-se somente nos conceitos criados pela equipe de designers / desenvolvimento? 10.1. São realizadas pesquisas de satisfação com o usuário pós-vinculação do portal de informação on-line?

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

10.2. São realizadas modificações no portal de informação baseadas nos comentários e / ou reclamações dos usuários? Se afirmativa a resposta, comente algum caso.

11. Sobre os banners pop-up: Estudos indicam que a maioria dos usuários desgostam dos banners pop-up; ainda assim estes continuam sendo vinculados – O retorno financeiro sobre esse tipo de propaganda compensa esse inconveniente sobre os usuários?

12. Sobre o futuro das home pages: Quais serão as novas tendências para as home pages de grandes portais? Quais novidades em formato e interatividade os usuários poderão experimentar?

13. Considere um portal onde o usuário teria a possibilidade de fechar ou impedir o carregamento de grande parte da publicidade. Isso pode gerar o seguinte resultado: A satisfação do usuário deve aumentar, bem como a frequência, porém a receita pode decair. A pergunta: Como um portal poderia manter sua receita com menos publicidade a vista dos usuários (estes iriam ver todas as propagandas apenas na primeira vez, depois poderiam fechar a maioria e não reabrir caso não queiram). Será que isso pode funcionar? Questões comerciais irão permitir tal novidade? O que você tem a dizer sobre isso?

________________________________________________________________

Capítulo 7. Procedimentos Metodológicos e Resultados Obtidos

95

7.6. Criação e Implementação do formulário on-line

Depois de realizadas as entrevistas e questionários preliminares direcionados aos usuários, além das entrevistas com designers de portais de informação brasileiros e avaliadas as respostas e sugestões obtidas, foi possível construir o formulário colocado on-line (na internet) dentro dos endereços abaixo:

http://www.jchdesign.com.br/pesquisa/formulario.htm

http://wwwusers.rdc.puc-rio.br/labcom/jacques/formulario.htm

O formulário buscou verificar as impressões dos usuários sobre os portais de informação mencionados, no âmbito específico dos portais iG e UOL e PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

levantar o grau de experiência destes com a internet e o universo de portais de informação brasileiros. O formulário coletou respostas de março a junho de 2004. O público respondente do qual foi obtida a colaboração é proveniente dos seguintes grupos de discussão encontrados na internet:

Grupos.com (http://www.grupos.com.br)

"Rumo ao VeStiBUlAr !!!" "Rede do Conhecimento - E-learning" "HISTEDBR - Grupo de Estudos e Pesquisas" "História, Sociedade e Educação no Brasil” "Universidade Federal Fluminense" "Escola & Vida" "Escolas Públicas" "EDistância" "Redação" "Grupo de Noticias sobre Educação" "Universidade Federal do Pará" "Centro Acadêmico de Ciências Sociais-UFRJ" "Boletim Tecla SAP - Dicas de inglês" "Educação à distância" "Educação de jovens e adultos"

96

Capítulo 7. Procedimentos Metodológicos e Resultados Obtidos

"CASA -lista de divulgação dos Cadernos de Semiótica Aplicada" "Grupo de semiótica - usp" "Fórum Semiótico de Brasília" "Semiótica da Mídia" "Cadernos de Semiótica Aplicada" "Ensino superior" "Informática educativa"

Yahoo! Grupos (http://br.groups.yahoo.com/)

"Boletim Cabri" "caeme"

A escolha dos grupos se deu com o propósito da diversidade etária PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

(compreendida entre 11 e 65 anos). Foram escolhidos grupos com grande número de membros associados para se evitar poucas respostas ou respostas viciadas de indivíduos muito próximos ou similares. Uma vez atingidos 100 respondentes, número considerado como amostra suficiente para esta pesquisa (cunho de levantamento), foi iniciada a avaliação / tabulação

das

respostas.

Segundo

Gil

(1999),

dentro

dos

princípios

fundamentais da amostragem, a lei da regularidade estatística indica que um conjunto de n unidades tomadas ao acaso de um conjunto N, terá provavelmente as características do grupo maior. No que se refere ao tipo de amostragem, esta se caracteriza como não-probabilística, uma vez que “(...) não apresentam fundamentação científica matemática ou estatística, dependendo unicamente de critérios do pesquisador”. Pode ser caracterizada como uma amostragem por acessibilidade ou por conveniência:

Constitui o menos rigoroso de todos os tipos de amostragem. Por isso mesmo é destituída de qualquer rigor estatístico. O pesquisador seleciona os elementos a que tem acesso, admitindo que estes possam, de alguma forma, representar o universo. Aplica-se este tipo de amostragem em estudos exploratórios ou qualitativos, onde não é requerido elevado nível de precisão. Gil (1999)

Através da avaliação das respostas obtidas dos internautas, dentro da “Parte 1: Experiência com o Portal de Informação 1 ou 2”, foram verificados dentre os portais de informação analisados (UOL e iG) os principais erros e acertos contidos na página inicial destes (nas questões optativas), bem como as

Capítulo 7. Procedimentos Metodológicos e Resultados Obtidos

97

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

impressões subjetivas dos usuários sobre o conteúdo informativo, pictórico, interativo, estético, etc (nas questões discursivas). Na “Parte 2: Experiência com a Internet e Portais de Informação”, o foco das questões era mais abrangente, porém ainda restrito ao universo do comportamento e hábitos do respondente com relação à internet e os mais proeminentes portais brasileiros de informação. No capítulo adiante de “Avaliação das respostas”, será visto em detalhe as diversas manifestações dos respondentes do formulário on-line, com resultados tabulados em gráficos de porcentagem; checados com as respostas dos designers entrevistados (representando interesses dos associados e detentores da propriedade dos portais mencionados, do mercado, do marketing e comerciais), além do entrelaçamento com o referencial teórico descrito nos capítulos prévios. Destas análises em profundidade emergirão recomedações (sintáticas, semânticas e pragmáticas) para o design de home pages que deverão conter e apresentar conteúdo diverso e prolífico, com foco em grandes públicos heterogêneos - com base na semiótica peirciana e na usabilidade de interface. A seguir podem ser vistos três momentos do formulário on-line:

Figura 12 – Formulário on-line – tela capturada na resolução de 1280x960. Abril de 2004.

Capítulo 7. Procedimentos Metodológicos e Resultados Obtidos

98

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Figura 13 – Formulário on-line – detalhe da tarefa. Abril de 2004

Figura 14 – Formulário on-line – tela de agradecimento. Abril de 2004

O formulário on-line possuía 25 questões, sendo que 7 questões eram discursivas, duas dentro das optativas eram de preenchimento opcional e 18 optativas por fim. Estas só deveriam ser respondidas após a escolha de um portal não revelado (através do ícone disponibilizado) e após a observação da página inicial desse portal, que seria aberta em uma nova janela do navegador (em procedimento similar ao pré-teste). Abaixo podem ser vistas as questões e formatação do mesmo:

Capítulo 7. Procedimentos Metodológicos e Resultados Obtidos

99

Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC-Rio Programa de Pós-Graduação em Design LabCom – Laboratório de Comunicação no Design Jacques Chueke, Vera Lúcia Moreira dos Santos Nojima, (Orientadora). _____________________________________________ Este formulário faz parte da minha pesquisa de mestrado. Agradeço sua atenção em respondê-lo. 1) Não existem respostas certas ou erradas. 2) Seu nome e respostas não serão divulgados. 3) É importante que você preencha todos os campos. 4) Este formulário não testa a sua inteligência, mas sim seu nível de experiência com a Internet.

Dados Pessoais A. Nome: ______________________________________________________________ B. Idade: _______________________________________________________________ PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

C. E-mail: ______________________________________________________________ D. Ocupação / Profissão: _________________________________________________ E. Naturalidade: _________________________________________________________ F. Sexo ( ) 1. masculino G. Escolaridade ( ) 1º Grau incompleto ( ) 1º Grau completo ( ) 2º Grau incompleto ( ) 2º Grau completo

( ) 2. feminino ( ( ( (

) superior incompleto ) superior completo ) pós-graduação Lato Sensu ) mestrado incompleto

( ( ( (

) mestrado completo ) doutorado incompleto ) doutorado completo ) pós-doutorado

Experiência com o Portal de Informação 1 ou 2 1.: Escolha APENAS UM dos ícones abaixo e clique para abrir um portal de informação (este será aberto em outra janela). 2.: Observe a home page do portal e, em seguida, responda o formulário. 3.: Não feche a janela do portal apresentado, pois as perguntas a seguir se referem a home page do mesmo. 4.: Não é necessário clicar em nenhum link na home page do portal.

ATENÇÃO: Esta é uma Pesquisa Científica. Não possui caráter comercial. Rio de Janeiro, 1º semestre de 2004. Definições Importantes: Definição de home page - Aurélio séc XXI [Ingl., lit., 'página original' ou 'página de base'.] * nota do pesquisador., abreviação comumente utilizada: hp S. f. Inform.

Capítulo 7. Procedimentos Metodológicos e Resultados Obtidos

100

1. Página de entrada em um site da Web, ou de outro sistema de hipertexto ou de hipermídia, que geralmente contém uma apresentação geral e um índice, com elos de hipertexto que remetem às principais seções de conteúdo do site, visando facilitar a navegação pelo sistema; página inicial, página default. Definição de portal - Houaiss 5. Rubrica: internet. Site na Internet que oferece grande variedade de serviços, tais como correio eletrônico, foros de discussão, dispositivos de busca, informações gerais e temáticas, páginas de comércio eletrônico e outros. 1. Identifique, por favor, a home page carregada. Você a reconheceu de imediato ou teve alguma dificuldade em identificá-la?

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

2. Cite as três primeiras coisas que você percebeu na home page. E por que chamaram sua atenção?

3. Cite algo que você geralmente busca na hp de um portal. Você encontra isso facilmente na hp apresentada? ( ) 1. sim ( ) 2. não ( ) 3. não costumo acessar portais O que você geralmente busca?

4. Algum outro elemento da hp atraiu sua atenção que o/a fez (ou poderia fazer) mudar seu interesse inicial? ( ) 1. sim ( ) 2. não ( ) 3. talvez Caso afirmativo, que elemento é esse?

5. Você teria dificuldade de compreender algum dos ícones ao lado, sem o suporte do texto que o acompanha (legenda)?

( ) 1. sim ( ) 2. não Identifique, caso haja algum ícone de difícil reconhecimento:

( ) 1. sim ( ) 2. não Identifique, caso haja algum ícone de difícil reconhecimento:

Capítulo 7. Procedimentos Metodológicos e Resultados Obtidos

101

6. Você percebe com facilidade os links, ícones clicáveis e outras áreas interativas? Consegue distingui-los SEM o auxílio do mouse (dispositivo apontador)? ( ) 1. sim – sei o que é ( ) 2. não – não tenho ( ) 3. parcialmente – alguns clicável certeza do que é clicável elementos clicáveis são evidentes, outros não 7. Você percebe com facilidade os links, ícones clicáveis e outras áreas interativas COM o auxílio do mouse (dispositivo apontador)? Você considera esse comportamento satisfatório para informar que os elementos são clicáveis? ( ) 1. sim – acho ( ) 2. não - gostaria de ver ( ) 3. razoável - gostaria de satisfatório mais pistas visuais ver outras pistas visuais

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

8. A home page informa porque você deveria usá-la ou qual o seu diferencial em relação a outros portais concorrentes? ( ) 1. sim ( ) 2. não Outros comentários:

9. O que você acha da quantidade de conteúdo oferecido na home page do portal de informação apresentado? ( ) 1. desgosto, acho que ( ) 2. gosto de ver todo ( ) 3. desgosto parcialmente; existe conteúdo em conteúdo disponível na quero conhecer minhas opções excesso – fico confuso/a. home page. na hp, mas em menor quantidade. 10. Você leu a chamada na barra superior do seu browser? (texto que identifica o website ativo) ( ) 1. sim ( ) 2. não 11. Você gosta ou desgosta da hp apresentada? Atribua uma nota de 0 a 10 (média entre o design e conteúdo). ( ) 1. gosto ( ) 2. desgosto ( ) 3. gosto pouco Nota: ( ) 12. Você modificaria, acrescentaria ou removeria alguma coisa na home page apresentada? (comportamento, cor, disposição dos elementos) Caso afirmativo, quais as suas sugestões e por quê?

Experiência com a Internet e Portais de Informação 13. Por favor, enumere em grau de frequência o que você mais utiliza na internet ("1" como MUITO utilizado, "2" como RAZOAVELMENTE, "3" como POUCO utilizado e "4" como NUNCA utilizado). ( ) acessar salas de chat ( ) realizar trabalhos ( ) ler jornais e revistas ( ) buscas diversas ( ) fazer compras ( ) serviços bancários ( ) e-mail ( ) fazer download ( ) acesso a conteúdo exclusivo ( ) estudos e pesquisa ( ) lazer e entretenimento ( ) negócios

Capítulo 7. Procedimentos Metodológicos e Resultados Obtidos

102

14. Qual a resolução de monitor que você costuma utilizar ao acessar a web no local de maior freqüência. ( ) 1. 640 x 480 ( ) 2. 800 x 600 ( ) 3. 1024 x 768 ( ) 4. superior ( ) 5. desconheço

15. Qual a velocidade de conexão utilizada no local onde você costuma acessar a web? ( ) 1. entre 512 Kbps e 128 Kbps ( ) 2. entre 56 Kbps e 33 Kbps ( ) 3. desconheço 16. Quais dos portais abaixo você já acessou? Marque mais de uma opção caso afirmativo para vários. ( ) 1. UOL ( ) 5. IG ( ) 8. Terra ( ) 2. Globo.com ( ) 6. iBest ( ) 9. MSN ( ) 3. AOL ( ) 7. BOL ( ) 10. Cidade Internet ( ) 4. Não acessei nenhum desses portais.

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

17. Você prefere algum dos portais abaixo em relação aos outros? Marque opção única. ( ) 1. UOL ( ) 5. IG ( ) 8. Terra ( ) 2. Globo.com ( ) 6. iBest ( ) 9. MSN ( ) 3. AOL ( ) 7. BOL ( ) 10. Cidade Internet ( ) 4. Outro (favor mencionar): ( ) 11. Não tenho preferência Caso prefira um portal a outros, comente o motivo: Preencher este campo é opcional.

18. Você é assinante (acesso a conteúdo pago) de algum dos portais abaixo. Marque mais de uma opção caso afirmativo para vários. ( ) 1. UOL ( ) 5. IG ( ) 8. Terra ( ) 2. Globo.com ( ) 6. iBest ( ) 9. MSN ( ) 3. AOL ( ) 7. BOL ( ) 10. Cidade Internet ( ) 4. Outro (favor mencionar): ( ) 11. Não sou assinante Por que escolheu esse/s a outros? Preencher este campo é opcional.

19. Qual o seu comportamento em relação à propaganda on-line? Se julgar necessário, é possível marcar mais de uma alternativa. ( ) 1. costumo clicar nos anúncios; ( ) 2. nunca presto atenção nas mensagens das propagandas on-line; ( ) 3. já fiz alguma compra ou visitei outro site em função de mensagens de propaganda; ( ) 4. não visualizo os banners, pois os anúncios passam despercebidos por mim; ( ) 5. costumo prestar atenção às mensagens veiculadas pelas propagandas dos sites; ( ) 6. configuro meus softwares para desativar os recursos de visualização das propagandas; ( ) 7. fecho os pop-ups e outras propagandas após breve observação dos mesmos; ( ) 8. fecho os pop-ups e outras propagandas logo que surgem sem observar o conteúdo dos mesmos. 20. Quanto tempo em média você observa a home page de um portal até clicar no conteúdo de interesse? ( ) 5 a 10 ( ) 15 a 30 ( ) 35 a 60 ( ) mais de um minuto segundos segundos segundos

Capítulo 7. Procedimentos Metodológicos e Resultados Obtidos

103

21. Você costuma observar o conteúdo periódico como notícias, eventos e promoções? ( ) 1. sim – ( ) 2. não - clico diretamente no conteúdo ( ) 3. raramente observo. de interesse. observo. 22. Você desce o scroll de rolagem vertical para conhecer todo o conteúdo disponível na hp de um portal? ( ) 1. sim – desço o scroll ( ) 2. não – busco ( ) 3. raramente desço o scroll para observar o conteúdo somente o que me para observar o conteúdo escondido. interessa. escondido. 23. Você faz uso dos serviços encontrados na barra horizontal de navegação da home-page (encontrada logo abaixo dos banners no topo da página, geralmente localização dos serviços ao assinante)?

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

( ) 1. sim

( ) 2. não

( ) 3. raramente

24. O que você acha de uma home page que se atualiza automaticamente? (a tela fica em branco como se o usuário estivesse acessando pela primeira vez e novamente os componentes da página são descarregados). ( ) 1. aceitável ( ) 2. inaceitável ( ) 3. indiferente ( ) 4. não percebido

25. Por favor, enumere em grau de importância ("1" como MUITO importante, "2" como RAZOAVELMENTE, "3" como POUCO importante e "4" como NADA importante) as características que você gostaria de observar na home page de um portal de informação. ( ) uma home page que me dá as boas vindas conhecendo o meu nome; ( ) uma home page que permite a modificação do seu conteúdo (mover elementos, remover conteúdo desinteressante, modificar cores); ( ) uma home page que mantém as minhas preferências (e-mail, login, buscas frequentes) nas visitações seguintes; ( ) uma home page que faz sugestões de conteúdo baseado nas minhas preferências e visitações prévias; ( ) uma home page que modifica sua estrutura automaticamente segundo as minhas preferências (links mais clicados em evidência, atalhos para as páginas mais acessadas); ( ) ao me deparar com figuras ou ícones de interpretação imprecisa gostaria de ter acesso à uma explicação instantânea do elemento. ( ) uma home page não saturada de figuras, links e texto; ( ) uma home page não saturada de banners e outras propagandas; ( ) uma home page onde localizo facilmente os itens do meu interesse; ( ) a possibilidade de fechar todos os banners (pop-up, fixos, animados); ( ) Marque, caso esteja disposto a participar de uma entrevista.

Agradeço novamente a todos que responderam ao formulário. Suas opiniões são de extrema importância para minha pesquisa. Agradeço ao meu amigo Felipe Memória pela matriz que deu origem a esse formulário. Agradeço ao meu amigo Marcelo Pereira pela ajuda em viabilizar este formulário on-line.

Capítulo 7. Procedimentos Metodológicos e Resultados Obtidos

104

7.7. Respostas Obtidas

O formulário foi construído de forma que as respostas dos usuários fossem direcionadas para o email “[email protected]” e “[email protected]” de forma organizada e de fácil leitura. Abaixo pode ser visto um exemplo de resposta recebida no email do pesquisador (nome e email do respondente foram omitidos – em nenhum momento foi feita correção gramatical dos comentários

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

dos respondentes, ou alterada a formatação do texto realizada pelo mesmo): nome=omitido email= omitido idade=23 Sexo=Masculino Ocupacao=Estudante naturalidade=Porto Alegre Escolaridade=superior incompleto 1=Home Page do portal iG, reconheci sem dificuldade alguma 2=Notícia (a manchete na verdade) em destaque do último segundo, pois está bem no centro em negrito. A segunda coisa foram as propagandas pulando de todos lados, mas chamaram atenção de forma diferente: tentei mudar de foco rapidamente cada vez que via uma. A terceira coisa que chamou minha atenção foi a foto de umas das matérias (no caso a matéria "Político quer proibir uso de cintura baixa. Opine!", o que me chamou atenção foi a foto das mulheres, mas em seguida lí a manchete pra saber do que se tratava. Em geral presto um pouco de atenção na animação em Flash da esquerda, mas desta vez não ficou entre as 3 primeiras coisas que olhei :-) 3=Sim 3_busco=Notícias, e está bem em destaque. Quando acesso o UOL procuro também alguns canais que gosto, mas no caso do iG é mais notícias mesmo e vez ou outra o webmail (com acesso fácil por essa página também). 4=Talvez 4_outro elemento=Algumas vezes acessando a página do iG (ou de outros portais) me interessei por mais coisas. Mas abri em uma nova janela, não deixando de olhar o que vim ver. No caso fotos do iG já mudei um pouco de rumo olhando fotos de belas mulheres :-) 5=Não 5_comentarios= 51=Sim 51_comentarios=Ícones como o do discador e do blig. 6=Parcialmente. Alguns elementos clicáveis são evidentes, outros não. 7=Razoável. Gostaria de ver outras pistas visuais. 8=Não 8_outros comentarios=Nem costumo procurar por isso, costumo tirar minhas próprias conclusões 9=Desgosto, acho que existe conteúdo em excesso - fico confuso/a. 10=Não 11=Gosto pouco 11_nota=7 12=Não gosto de banners, tiraria todos :-) Mas os com movimentos são os que mais me irritam. Muitos até bloqueio. Tirando a propaganda sobraria bem mais espaço, seria possível aproveitar mais a tela, deixar algumas coisas maiores... No mais tranqüilo 13_Acessar salas de chat=3 13_Fazer download=2 13_Buscas diversas=1

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Capítulo 7. Procedimentos Metodológicos e Resultados Obtidos

105

13_Lazer e entretenimento=2 13_E-mail=1 13_Ler jornais e revistas=1 13_Estudos e pesquisa=2 13_Serviços bancários=2 13_Realizar trabalhos=1 13_Acesso a conteúdo exclusivo=3 13_Fazer compras=3 13_Negócios e Finanças=3 14=Superior 15=Superior 16=UOL 16=IG 16=Terra 16=Globo.com 16=iBest 16=BOL 16=Cidade Internet 17=UOL 17_outro= 17_prefiro porque=Acesso o UOL desde sua fundação, sempre curti seu conteúdo. Encontro bastante coisa que me interessa nele, não preciso procurar nos outros. Gosto da velocidade do UOL também, apesar que hoje a maioria dos portais são rápidos. 18=UOL 18_outro= 18_assino porque=Considero o conteúdo mais completo e posso criar contas contas quiser (para toda família e amigos) 19=Não visualizo os banners, pois os anúncios passam despercebidos por mim 19=Fecho os pop-ups e outras propagandas logo que surgem sem observar o conteúdo dos mesmos 20=5 a 10 seg 21=Sim, Observo. 22=Raramente desço o scroll para observar o conteúdo escondido. 23=Raramente 24=Inaceitável 25_Uma home page que me dá as boas vindas conhecendo o meu nome.=3 25_Uma home page que permite a modificação do seu conteúdo (mover elementos, remover conteúdo desinteressante, modificar cores).=2 25_Uma home page que mantém as minhas preferências (e-mail, login, buscas frequentes) nas visitações seguintes.=2 25_Uma home page que faz sugestões de conteúdo baseado nas minhas preferências e visitações prévias.=2 25_Uma home page que modifica sua estrutura automaticamente segundo as minhas preferências (links mais clicados em evidência, atalhos para as páginas mais acessadas).=2 25_Ao me deparar com figuras ou ícones de interpretação imprecisa gostaria de ter acesso à uma explicação instantânea do elemento.=2 25_Uma home page não saturada de figuras, links e texto.=2 25_Uma home page não saturada de banners e outras propagandas.=1 25_Uma home page onde localizo facilmente os itens do meu interesse.=1 25_A possibilidade de fechar todos os banners (pop-up, fixos, animados).=1 Enviar=Enviar »

As respostas foram organizadas em tabelas, para melhor visualização e atribuição dos comentários por portal mencionado e assunto de interesse:

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

106

Capítulo 7. Procedimentos Metodológicos e Resultados Obtidos

Abaixo podem ser vistas as respostas optativas e dissertativas dos respondentes do formulário on-line desta pesquisa, organizadas e reunidas por tópico de interesse (em negrito as respostas de maior incidência): Dados Pessoais A. Qtde de pessoas: 100 B. Idade: 11 C. E-mail: D. Ocupação/Profissão:

E. Naturalidade:

F. Sexo G. Escolaridade

12 a 17

5

18 a 24 Válidos: 86

30

25 a 34

38

35 a 49

16

50 a 64 6 65 + 1 Não válidos: 14 Estudante: 29 Profissional: 55 Professor:14 Escritor: 1 Atleta: 1 RJ = 47, SP = 8, Barra Mansa = 1, Porto Alegre = 5, Beirute = 1, Louvain = 1, Dourados = 1, Wenceslau Braz = 1, Monte Verde = 1, Assis Chateaubriand = 1, Boa Vista = 1, Cruzeiro do Sul = 1, Ceres = 1, Campinas = 2, Tupi Paulista = 1, Petrópolis = 1, Martinópolis = 1, São Carlos = 1, Jequié = 1, Guarapuava = 1, Sao Luis = 1, Salvador = 1, Teresina = 1, Viçosa = 1, Goiânia = 1, Fortaleza = 1, Brasília = 2, Nova Friburgo = 1, Baependi = 1, Desconhecido = 12. Masculino 45 Feminino 55 (3) 1º Grau incompleto (23) superior incompleto (7) mestrado completo ( ) 1º Grau completo (34) superior completo (4) doutorado incompleto (1) 2º Grau incompleto (25) mestrado incompleto (1) doutorado completo (2) 2º Grau completo (4) Lato Sensu ( ) Pós-Doutorado

Experiência com o Portal de Informação 1 ou 2 UOL 1. Identifique, por favor, a home page carregada. Você a reconheceu de imediato ou teve alguma dificuldade em identificá-la? 34 Identificou facilmente 30 Não identificou facilmente 4 2. Cite as três primeiras coisas que você percebeu na home page. E por que chamaram sua atenção? Identificação do site (Logomarca / outros personagens representativos da marca) 8 Chamada na barra de título 1 Conteúdo de Interesse principal (As chamadas em texto para as Notícias / Último Segundo IG) 15

IG 63 57 9 28 2 10

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Capítulo 7. Procedimentos Metodológicos e Resultados Obtidos

107

Conteúdo de Interesse secundário (As chamadas em texto para as Notícias) 1 1 Figuras de Interesse principal (As fotos e gráficos para as Notícias) 16 13 Figuras de Interesse secundárias (Fotos e gráficos para as Notícias: UOL/Conteúdo de interesse, entretenimento: IG 9 13 Publicidade Interna (Promoção de conteúdo, serviços e ferramentas): banner reach media rotativo (IG) 1 44 Publicidade e Patrocínio dinâmico (Pop-ups, e outros formatos e tecnologias de promoção flutuante) 8 14 Publicidade e Patrocínio fixo (Banners em diversos formatos de clientes e patrocinadores fixos na estrutura da hp) 3 12 Banner comercial (topo) 1 7 Serviços e Ferramentas (Email. Busca, log-in) 1 5 Navegação horizontal (Links para os diversos verticais que o portal oferece) 1 3 Navegação vertical (menu – geralmente lateral esquerda - para os diversos verticais que o portal oferece) 4 1 Área de compras 1 6 Matéria ou conteúdo com apelo sexual 1 4 Propaganda para ser assinante 1 O índice alfabético 4 As cores 4 8 3. Cite algo que você geralmente busca na hp de um portal – você encontra facilmente na hp apresentada? Sim 19 35 Não 10 17 Não costumo acessar portais 20 4. Algum outro elemento da home page atraiu sua atenção que o/a fez (ou poderia fazer) mudar seu interesse inicial? Caso afirmativo, que elemento é esse? Sim - Matérias jornalísticas e colunas de interesse 5 15 Sim – Publicidade interna / Banner Reach Media Rotativo (IG) 1 Sim - Apelo sexual 8 Sim - Propagandas 1 Sim – Devido à quantidade de elementos em movimento 2 Não 19 35

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Capítulo 7. Procedimentos Metodológicos e Resultados Obtidos

108

Talvez 4 5 5. Você teria dificuldade de compreender algum dos ícones ao lado, sem o suporte do texto que o acompanha (legenda)? Sim – fale (9), assista (8), veja(12), ouça (5), mande (5), escreva (1). 30 Sim – Busca (1), Celular (8), IG papo(10), Blig (34), Encontros (3), Discador(13), E-mail (0) 59 Não 30 16 6. Você percebe com facilidade os links, ícones clicáveis e outras áreas interativas? Consegue distingui-los SEM o auxílio do mouse (dispositivo apontador)? Sim – sei o que é clicável 17 24 Não – não tenho certeza do que é clicável 3 14 Parcialmente – alguns elementos clicáveis são evidentes, outros não 14 28 7. Você percebe com facilidade os links, ícones clicáveis e outras áreas interativas COM o auxílio do mouse (dispositivo apontador)? Você considera esse comportamento satisfatório para informar que os elementos são clicáveis? Sim – acho satisfatório 23 50 Não - gostaria de ver mais pistas visuais 4 7 Razoável - gostaria de ver outras pistas visuais 4 10 8. A home page informa porque você deveria usá-la ou qual o seu diferencial em relação ao concorrente? Sim 11 13 Não 31 54 9. O que você acha da quantidade de conteúdo oferecido na home page do portal de informação apresentado? Gosto de ver todo conteúdo disponível na home page. 9 12 Desgosto, acho que existe conteúdo em excesso – fico confuso/a. 15 34 Gosto pouco; quero conhecer minhas opções na hp, mas em menor quantidade. 8 20 10. Você leu a chamada na barra superior do seu browser? (texto que identifica o website ativo) Sim 12 41 Não 21 23 11. Você gosta ou desgosta da hp apresentada? Atribua uma nota de 0 a 10 (média entre o design e conteúdo). Gosto 15 17

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Capítulo 7. Procedimentos Metodológicos e Resultados Obtidos

Desgosto Gosto pouco Nota:

109

5 21 13 29 1: 1 / 3: 3 / 4: 3 / 5: 3 / 6: 7 8 7: 6 0: 1 / 1:1 / 3: 5 / 4: 6 / 5: 12 / 6: 16 / 8: 6 / 9:1 / 10: 2 / 7: 10 / 8: 12 / 10: 2 12. Você modificaria, acrescentaria ou removeria alguma coisa na home page apresentada? (comportamento, cor, disposição dos elementos) Caso afirmativo, quais as suas sugestões e por quê? Remover o índice de matérias (IG) 5 Removeria a coluna de Shopping (UOL) 3 Removeria a seção de notícias secundárias (box marrom – UOL) 1 Alterar a disposição dos elementos (mais espaço entre estes) 3 10 Alterar a proximidade dos elementos 5 Remover o excesso de informação (geral / quantidade de elementos / poluição visual) 10 38 Remover o excesso de seções 6 Remover o excesso de notícias 1 1 Remover a seção de compras 5 Remover o excesso de cores 3 Repensar as cores 5 6 Identificar com mais clareza o que é link e o que não é (sem o mouse) 3 Identificar com mais clareza o que é link e o que não é (com o mouse) 1 A possibilidade de personalizar a hp (remover propaganda e reorganizar notícias, habilitar ou não a exibição de elementos). 2 Reuniria elementos por categoria e sinalizaria isso com maior evidência / separar os assuntos de forma mais evidente 3 15 Colocar em maior evidência serviços como o IG mail 1 Remover o banner pop-up 3 6 Remover a seção de mais destaques (UOL) 1 Melhorar o suporte do portal a outros browsers diferentes do Explorer 2 Reduzir a quantidade de elementos animados (banners e outras animações) 1 8 Remover a barra de navegação vertical (ícones do IG) 2

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

110

Capítulo 7. Procedimentos Metodológicos e Resultados Obtidos

Redesenho a barra de navegação vertical (ícones do IG) Mudança de posição da barra de navegação vertical (ícones do IG) para horizontal (abaixo da barra horizontal principal) Redesenho da barra horizontal de navegação (IG) – com isso aumentando a ênfase nas notícias “Último Segundo” Reduzir a proporção do banner “reach media” (IG) Remover o excesso de banners e outras propagandas 2 Remover banners esteticamente desagradáveis e de aspecto amador Redesenhar elementos estéticos, decorativos e textuais 1 Menu lateral esquerdo com excesso de informações (UOL) 1 Reduzir a quantidade de propaganda de serviços que só são acessíveis aos assinantes 1 Colocar os links principais em formato de texto simples, para navegadores sem suporte a gráficos e efeitos “script” Fontes pequenas para a leitura Mais elementos visuais e menos texto 1 Dar mais destaque as notícias do dia Não – Não mudaria nada 2 Experiência com a Internet e Portais de Informação 13. Por favor, enumere em grau de frequência o que você mais utiliza na internet ("1" como MUITO utilizado, "2" como RAZOAVELMENTE, "3" POUCO utilizado e "4" como NUNCA utilizado). 1

3

1

2

6

3

22 4

66 acessar salas de chat 1

93 2

3

3

2

4

29 2

39 3

24 4

5

fazer download

1

34 2

31 3

26 4

1

72 2

15 3

5

4

buscas diversas

1

62 2

23 3

9

1

25 2

38 3

23 4

1

43 2

16 3

7

4 2 1 1 15 2 5

1 1 1 2 como

e-mail

1

54 2

21 3

16 4

5

realizar trabalhos

7

ler jornais e revistas

1

13 2

25 3

25 4

36 acesso a conteúdo

4

3

estudos e pesquisa

1

5

2

20 3

33 4

38 fazer compras

4

32 serviços bancários

1

3

2

14 3

23 4

56 negócios e finanças

exclusivo 4

11 lazer e entretenimento

14. Qual a resolução de monitor que você costuma utilizar ao acessar a web no local de maior freqüência. (2) 640 x 480 (30) 800 x 600 (32) 1024 x 768 (9) superior (28) desconheço 15. Qual a velocidade de conexão utilizada no local onde você costuma acessar a web? (13) Entre 56 Kbps e 33 Kbps (42) Entre 512 Kbps e 128 Kbps (20) superior (22) desconheço

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Capítulo 7. Procedimentos Metodológicos e Resultados Obtidos

16. Quais dos portais abaixo você já acessou? Marque mais de uma opção caso afirmativo para vários. (79) UOL (80) IG (80) Terra (78) Globo.com (41) iBest (62) MSN (35) AOL (48) BOL (12) Cidade Internet ( ) Não acessei nenhum desses portais. 17. Você prefere algum dos portais abaixo em relação aos outros? Marque opção única. (16) UOL (6) IG (11) Terra (14) Globo.com ( ) iBest (5) MSN ( ) AOL (3) BOL ( ) Cidade Internet (10) Outro (favor mencionar): (37) Não prefiro nenhum portal a outro atualmente. Yahoo!Brasil (5), CNN, Google, Cadê?, fsp, Bireme, vitruvius, Folha OnLine 18. Você é assinante (acesso a conteúdo pago) de algum dos portais abaixo. Marque mais de uma opção caso afirmativo para vários. (18) UOL ( ) IG (22) Terra (8) Globo.com ( ) iBest ( ) MSN (4) AOL ( ) BOL ( ) Cidade Internet (6) Outro (favor mencionar): Inter.Net (2), Base.net, Onda, Centroin, DirectNet (44) Não sou assinante de nenhum portal atualmente. 19. Qual o seu comportamento em relação à propaganda on-line? Se julgar necessário, é possível marcar mais de uma alternativa. (3) costumo clicar nos anúncios; (31) nunca presto atenção nas mensagens das propagandas on-line; (28) já fiz alguma compra ou visitei outro site em função de mensagens de propaganda; (17) não visualizo os banners, pois os anúncios passam despercebidos por mim; (7) costumo prestar atenção às mensagens veiculadas pelas propagandas dos sites; (13) configuro meus softwares para desativar os recursos de visualização das propagandas; (36) fecho os pop-ups e outras propagandas após breve observação dos mesmos; (59) fecho os pop-ups e outras propagandas logo que surgem sem observar o conteúdo dos mesmos. 20. Quanto tempo em média você observa a home page de um portal até clicar no conteúdo de interesse? (49) 5 a 10 segundos (35) 15 a 30 segundos (7) 35 a 60 segundos (7) mais de um minuto

111

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Capítulo 7. Procedimentos Metodológicos e Resultados Obtidos

112

21. Você costuma observar o conteúdo periódico como notícias, eventos e promoções? (55) sim – observo. (18) não - clico diretamente no conteúdo de interesse. (30) raramente observo. 22. Você desce o scroll de rolagem vertical para conhecer todo o conteúdo disponível na hp de um portal? (52) sim – desço o scroll para observar o (17) não – busco somente o que me interessa. (33) raramente desço o scroll para observar o conteúdo conteúdo escondido. escondido. 23. Você faz uso dos serviços encontrados na barra horizontal de navegação da home-page (encontrada logo abaixo dos banners no topo da página, geralmente localização dos serviços ao assinante)? (41) sim (25) não (34) raramente 24. O que você acha de uma home page que se atualiza automaticamente? (a tela fica em branco como se o usuário estivesse acessando pela primeira vez e novamente os componentes da página são descarregados). (33) aceitável (27) inaceitável (25) indiferente (13) não percebido 25. Por favor, enumere em grau de importância ("1" como MUITO importante, "2" como RAZOAVELMENTE, "3" como POUCO importante e "4" como NADA importante) as características que você gostaria de observar na home page de um portal de informação. uma home page que me dá as boas vindas conhecendo o meu nome; 1 15 2 16 3 23 4 41 uma home page que permite a modificação do seu conteúdo (mover elementos, remover conteúdo desinteressante, 1 23 2 28 3 24 4 19 modificar cores); uma home page que mantém as minhas preferências (e-mail, login, buscas frequentes) nas visitações seguintes; 1 44 2 31 3 10 4 9 uma home page que faz sugestões de conteúdo baseado nas minhas preferências e visitações prévias; 1 31 2 26 3 22 4 15 uma home page que modifica sua estrutura automaticamente segundo as minhas preferências (links mais clicados em 1 36 2 31 3 15 4 13 evidência, atalhos para as páginas mais acessadas); ao me deparar com figuras ou ícones de interpretação imprecisa gostaria de ter acesso à uma explicação instantânea do 1 61 2 18 3 9 4 5 elemento. uma home page não saturada de figuras, links e texto; 1 70 2 19 3 4 4 1

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Capítulo 7. Procedimentos Metodológicos e Resultados Obtidos

uma home page não saturada de banners e outras propagandas; 1 81

2

12

3

1 88

2

5

3

1

4 uma home page onde localizo facilmente os itens do meu interesse; 4 a possibilidade de fechar todos os banners (pop-up, fixos, animados).

1 78

2

8

3

4

4

2

Disposto a participar da entrevista: (54) Tabela 2 – Organização das respostas optativas. Março a Junho de 2004.

113

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

114

Capítulo 7. Procedimentos Metodológicos e Resultados Obtidos

Abaixo podem ser vistos alguns dos comentários dos respondentes do formulário on-line desta pesquisa, (não reunidas por tópicos de interesse) realizadas nos campos de preenchimento discursivo livre: Experiência com o Portal de Informação 1 ou 2 1. Qual foi a sua primeira ação após o carregamento? E por quê? Scroll até o fim da página Fechou o pop-up Minimizou o pop-up Leu a notícia em destaque Esperou o pop-up terminar de carregar e clicar na página principal “Eu não gosto dessas páginas confusas, cheias de anúncios. Me deu vontade de fechar”. “Percebi o excesso de informação” “Dei uma olhada geral” “Nos primeiros segundos após o carregamento da página a minha atenção continuou presa num "banner" em flash, e apenas posteriormente eu procurei entender em que página eu estava”. Tentei achar uma área de referência principal Achei difícil a identificação teno como maior agravante a cor e a distribuição excessiva das informações. A hp foi a da IG. Não reconheci imediatamente. O site é muito tumultuado!! Muita informação simultânea!! 2. Cite as três primeiras coisas que você percebeu na home page. E por que chamaram sua atenção? Figuras de Interesse - “Acredito que me chamaram a atenção por conta de serem imagens coloridas. Utilizo resolução alta (1280x1024) e talvez por isso os textos não tenham me chamado a atenção de cara”. Publicidade Interna (Promoção de conteúdo, serviços e ferramentas que o próprio portal oferece): flash banner (IG) Publicidade e Patrocínio dinâmico (Pop-ups, e outros formatos e tecnologias de promoção flutuante) Publicidade e Patrocínio fixo (Banners em diversos formatos de clientes e patrocinadores fixos na estrutura da hp) Chamada publicitária (Slogan do site, no conteúdo ou na barra de navegação) Preenchimento (Gráficos e ornamentos) A seção de vendas

UOL 1 5 1 1 1

IG

6 1

1 1 2 1 1 1 1 2 1 6 2

13 3 4

1

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

115

Capítulo 7. Procedimentos Metodológicos e Resultados Obtidos

Serviços e Ferramentas (Email. Busca, log-in) Navegação horizontal (Links para os diversos verticais que o portal oferece) Navegação vertical (menu – geralmente lateral esquerda - para os diversos verticais que o portal oferece) A barra de rolagem Sistema operacional e controles do navegador Área de compras Lotada de quadros (seções) Lotada de conteúdo Lotada de conteúdo: “bagunça! não da pra ver nada!” Banner com apelo sexual: “O banner que surgiu na minha tela: uma mulher linda, semi nua...”. O índice alfabético As cores Uma bagunça completa. Quando abriu e uma poluição visual. Um monte de coisas vc perde a vontade de olhar e ler o site. UOL, de imediato. Odeio. Confusa, por ser muito cheia de informações. Feia, por ser muito confusa. Desmotivante, por ter muitas opções de navegação, não sei nem por onde começar! Muito movimento,poluição visual,aspecto desagradável. Chamaram a atenção pq esse conjunto não permitiram que eu visse algo que realmente pudesse me interessar. muito colorido, muito truncado o conteúdo e desconfortável de ler. A imagem correndo, muita coisa se movimentando, jane;as abrinado e fechando, porque isto me irrita. O cachorro porque é bonitinho e está bem visível, a cor por estar em toda a página, o campo email por motivos pessoais (haja vista que uso com freqüência). A primeira coisa q percebi foi o logotipo do iG (o cachorrinho), pela posição q ocupa está destacado. Logo em seguida, aquela barra de serviços oferecidos no canto esquerdo. Me chamou atenção por me parecer difícil de ler as opções, ruim de vizualizar. E, por último,gostei bastante do "clique na letra pra saber o assunto", bastante prático e funcional. Notícia (a manchete na verdade) em destaque do último segundo, pois está bem no centro em negrito. A segunda coisa foram as propagandas pulando de todos lados, mas chamaram atenção de forma diferente: tentei mudar de foco rapidamente cada vez que via uma. A terceira coisa que chamou minha atenção foi a foto de umas das matérias (no caso a matéria "Político quer proibir uso de

1

1 1

1 1

1

2

1 1 1 1 1 2 4 1

1 1 1 1 1 1

1

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

116

Capítulo 7. Procedimentos Metodológicos e Resultados Obtidos

cintura baixa. Opine!", o que me chamou atenção foi a foto das mulheres, mas em seguida lí a manchete pra saber do que se tratava. Em geral presto um pouco de atenção na animação em Flash da esquerda, mas desta vez não ficou entre as 3 primeiras coisas que olhei :-) O cachorrinho da IG, a foto de uma mulher e a cor azul. As três coisas são não correlacionadas!! O azul chamou a atenção pq muito coisa na página é azul, e como eu estava perdida... a foto da mulher foi o q havia de maior na página, portanto, nada mais lógico q tenha me chamado a atenção ( fora o escrito morango...) e o cachorrinho pq é muito fofo!!! hehehe 3. Cite algo que você geralmente busca na hp de um portal – você encontra facilmente na hp apresentada? Sim – Matérias jornalísticas Não - Matérias jornalísticas Sim – Cotações / Financeiro Sim – Conteúdo específico Sim - E-mail Sim - Fotos Sim - Notícias recentes do esporte. Não – Letras de música Não – Arte e Cultura Sim – Arte e Cultura Sim – Mecanismo de busca Não – Mecanismo de busca Sim – Links de pesquisa Sim - entretenimento Sim – Informações sobre a empresa Não – “Email de contatos, geralmente no caso de empresas nem sempre acho o que quero”. Não - É inacreditável, mas existem portais que não têm o link na home de "contato, ou fale conosco". Se vc tiver uma dúvida, sugestão ou querer dar alguma opinião ou fazer críticas vc não encontra. Não – Excesso de informações não permite Não – Clareza e organização (busco diretamente o conteúdo de interesse)

1

18 1 1 3 1

23 1 2 6 1

1 1 1 2 2 1 1

7

1 1 1 1

2 1

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Capítulo 7. Procedimentos Metodológicos e Resultados Obtidos

117

Sim - Acho que a interface com o usuário está relativamente bem planejada com exceção de alguns elementos 1 Não – Parte de astrologia e Culinária: “outra coisa também é o panelinha, onde se busca receitas culinárias no portal do ig, mas o 2 panelinha eu só encontro quando alguma receita esta anunciada no outdoor da frente... se procurar pelo site eu não encontro”. Não – “Download de jogos, aplicativos interessantes”. 1 Não – “Gosto de uma hp clean, objetiva, com menos oções de informação. Esta hp está um tanto quanto “poluída” 1 Não – “É cada vez mais complicado buscar algo na net”. 1 Sim - Geralmente encontro pq acesso sempre o mesmo porta e já estou habituada a disposição utilizada para os assuntos de meu 1 interesse. Não - Informes. Notícias de última hora. Nem sempre encontro as notícias que estou procurando. Creio que os portais se detém muito 1 mais em "fofocas" do que em notícias sérias. E quanto as dão, são chamadas muito rápidas. Não - Eu gosto de ver o mapa do site ou possibilidades de imersão ao tema. 1 Não - Um pequeno menu de opções à esquerda com opções na horizontal 1 Não - Justamente porque tem muias coisas que não me interessam, e tudo muito junto muita coisa num lugar só, e não de uma 1 maneira completa. É como toda home page de portal. Notícias, propagandas, links interessantes (ou não), um mecanismo de busca. É como todos os 1 sites de portais. Só muda o logotipo. 4. Algum outro elemento da home page atraiu sua atenção que o/a fez (ou poderia fazer) mudar seu interesse inicial? Caso afirmativo, que elemento é esse? Sim - Matérias jornalísticas secundárias 1 2 Sim – Algum destaque poderia me desviar 1 Sim – Matéria jornalística principal (Último segundo no IG) 2 Sim - Apelo sexual feminino na Publicidade interna 1 Sim – As fotos de notícias 1 Sim, fotos de balada! 1 Sim, os banners 1 Não 6 12 Sim – Atraiu a atenção, mas não clicaria por não ser conteúdo de interesse. 1

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Capítulo 7. Procedimentos Metodológicos e Resultados Obtidos

118

Sim – “As imagens das pequenas manchetes são bem interessantes, até um pouco apelativas, elas captam a nossa atenção e os sub1 títulos ajudam nesse processo”. Não – “banners e mais banners com animação não me permitem ver o conteúdo que procuro” 1 Não – “Há uma tendência geral para o sensacionalismo” 1 Não – “O site mistura notícias importantes com sensacionalismo na mesma página”. 2 Não – “A hp é muito feia e por isso não gosto de acessá-la”. 1 Não - Está muito sobrecarregado de ítens, deixa o usuário um tanto tonto... 1 Sim - Muia coisa escrita, e muitas janelas com movimento. Se eu não tivesse ADSL seria um horror. 1 Sim - não me agrada akela "janela" no canto superior esquerdo com as coisas em movimento, propagandas, serviços....nao gostei 1 muito. Talvez - Algumas vezes acessando a página do iG (ou de outros portais) me interessei por mais coisas. Mas abri em uma nova janela, 1 não deixando de olhar o que vim ver. No caso fotos do iG já mudei um pouco de rumo olhando fotos de belas mulheres :-) Fofoca 1 5. Você teria dificuldade de compreender algum gráfico ou ícone, sem o suporte do texto que o acompanha (legenda)? Identifique-os, caso haja algum. Sim 5 Sim – “considerando-se que tudo é um link, menos na parte de horóscopo e tempo” 1 Sim – “tem tanto texto que os ícones se perdem no meio” 1 Sim – “celular, ig papo, blig”. 2 Sim - Ig papo e o último que nao consegui visualizar (referindo-se ao encontros) 1 Sim – “a barra do lado esquerdo” (referindo-se a barra de ícones). 1 Sim – “não entenderia que (a) um telefone representa discador; (b) uma carta representa um BLIG (esta não deu para entender nem 1 com a legenda!)”. Sim – “Papo (de inicio não reconheci o smile por ser muito pequeno) e blig”. 1 Sim... todos do menu vertical onde as legendas sao rotacionadas em 90 graus (péssimo) Sim – “os do canto esquerdo, como o celular e obviamente as orelhas no canto superior que precisam do texto escrito”. 1 Sim – “no lado esquerdo, em baixo, tem umas letrinhas do alfabeto, acredito que para acharmos uma noticia por assunto, mas nunca 1

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

119

Capítulo 7. Procedimentos Metodológicos e Resultados Obtidos

consegui achar nada...” (referindo-se ao índice). Sim – “eu sempre confundo na hora de clicar nas figuras, nao funciona, tem que clicar no texto sublinhado abaixo”. Sim – “Todos as imagens precisam de legenda, na minha opinião”. Sim – As fotos de reportagens (abaixo do banner “outdoor”) Sim – “Acho que os icones nao falam nada sem o texto”. Não Parcialmente – “Entendi alguns, mas nao sei o que aconteceria se eu clicasse neles”. Sim – “BLIG, pra dizer a verdade nem sei o que é”. / BLiG que não tenho nem idéia do que é que significa. Sim - Não estamos acostumados e ver pelo ícone e sim nos acomodamos com o texto, salvo aqueles ícones mais utilizados. Todos estão dúbios. Exemplo: a carta para mande, pode ser também para escreva, assim como o ícone de fale, pode ser também redija. Sim - o icone ig papo está confuso, parece com um pac-man e o blig não identifica o link. Sim - Me pareceu assim)1. Leia 2. Grave 3. Fotografe 4. Mande 5. Fale 6. Escreva Sim - 1. Busca 2. Fique Ligado* 3. E-mail 3. Ligue* 4. Papo 5. Leia 6. Rolos Sim - Sinceramente eu so leio as legendas, acho q se tivessem apenas desenhos, seria mto dificil reconhecer praticamente todos. Por exemplo, "veja", pra mim parece uma maquina de tirar retratos e sem legenda, talvez achasse q era tipo pra vc fazer seu album de fotos. E "ouça", sem legenda, acho q nunca entenderia o significado desse desenhinho. Sim - "Busca" eu pensaria q era zoom. "IG papo" tb nao entenderia sem legendas, parece o jogo come-come. Acho q só "e-mail" daria para entender, talvez porque ja me acostumei a relacionar e-mail com um envelope. Sim - O envelope. Poderia indicar email recebido. Sim - Não sei a aplicabilidade dos ícones Blig e Celular? Do celular não sei para que serve e do blig não conheço. Sim - Mas acho que embora espaço pequeno poderia ser melhor desenhado. por exemplo os tracinhos que indicam movimento no mande, o assista poderia parecer mais um projeto ele as vezes me dá idéia de megafone poderia ter identificação com projetor e um raio de luz saindo. o veja não me parece algo para ver lembra uma televisão as vezes maquina fotográfica. Sim - Balões normalmente identificam bate-papo. Pode ser que esse indique. Mas a palavra "fale" normalmente não é associada a bate-papos. A TV com o "Veja" está impossível de identificar. O envelope com o "mande". Esse "mande" parece fora de contexto. Sim - Muito melhor que o primeiro grupo! Mas acho que a maioria dos usuários não sabe o que é blig. / Sim - O q é BLiG???

1 1 1 1 7

4 1 8

1 1 1 1 1

1 1 1 1

1 2

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Capítulo 7. Procedimentos Metodológicos e Resultados Obtidos

120

8. A home page informa porque você deveria usá-la ou qual o seu diferencial em relação ao concorrente? Sim 3 2 Não 11 16 Não - “O excesso de informação atrapalha – lotado de informações” 2 1 Não - “Não vi atrativos suficientes que fizessem mudar de hábito” 1 Sim - “Porque tem o melhor conteúdo” (chamada na status bar) 2 Não - “Outros portais concorrentes são tão poluídos quanto este.”. 1 Sim - “Mas isso não é percebido de forma imediata”. 1 Sim – “Diz-se como maior vantagem a gratuidade”. Sim – “Informa, no tagline, que é "o melhor conteúdo" - porém essa não deixa de ser uma afirmação subjetiva. Não deixaria de usar 1 outros portais só por causa dela”. Não – “acho que as informações sao muito confusas... poderia ter uma organização e "limpeza"maior da pagina...” 1 Não – “é um portal que se propõe a ser sua pagina inicial... como tantos outros”. 1 Não – “..mas eles dizem, por exemplo, "tem o melhor conteúdo"; talvez isso seja verdade para a média dos freqüentadores” 1 Outros: Não – “É igual a qualquer outra”. 1 Não – “Em geral as home pages são feitas para serem bonitas e não explicativas”. 1 Sim - Há uma indicação logo abaixo do logo dizendo que se tratar do melhor conteúdo 1 Não - Está congestionada de informações atendendo à metáfora do menu ou cardápio. O resto, as dificuldades ficam para o 1 usuário/clente resolver ou se adaptar. Não - Ela é muito cheia de informação. Acho muito confuso para uma pessoa que não está habituada a acessar a internet diariamente. 1 Sim - O sub-título diz "o melhor conteúdo" , e existem campos relacionados a assinatura e acesso exclusivo. 1 Sim - Enfatiza o aspecto gratuito do portal 1 sim, 'pelo menos no fato de ser gratuita. Mas existem antos servidores gratuitos q acho q hj em dia isso nao seria uma vantagem. 1 12. Você modificaria, acrescentaria ou removeria alguma coisa na home page apresentada? (comportamento, cor, disposição dos elementos) Caso afirmativo, quais as suas sugestões e por quê? Reduzir a parte de compras 1 Remover o índice de matérias (IG) 3

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

121

Capítulo 7. Procedimentos Metodológicos e Resultados Obtidos

Removeria a coluna de Shopping (UOL) Removeria a seção de notícias secundárias (box marrom – UOL) Alterar a disposição dos elementos Alterar a proximidade dos elementos Remover o excesso de informação visual Remover o excesso de informação (geral) “Acho que a hp é muito poluída, muita informação sendo jogada de uma só vez, acho que poderia ser mais “clean”“. “Faria um reestudo para simplificar a quantidade de informação por área, visto que o excesso trás dificuldades para manter a atenção no site”. “Scroll realmente não é bom - mas isso não quer dizer que se deva colocar TUDO que está acontecendo na minha janela!” A possibilidade de personalizar a hp – “Se eu fosse usar o portal com freqüência, gostaria de poder personalizar a página. Por exemplo: desabilitando o pop-up, selecionando que tipos de notícias deveriam aparecer como destaque e reorganizando a exibição de elementos”. Remover o banner pop-up Remover a seção de mais destaques (UOL) Modificar as cores “...melhoraria o suporte do portal a outros browsers diferentes do Explorer (uso Mac e no Safari - browser padrão do OS X - o portal não é diagramado corretamente)”. “No Linux: trocar de browser, pois o que estava usando originalmente não tinha suporte para Flash!” Reduzir a quantidade de elementos animados “...muita coisa pulando/piscando na tela” Reduzir a quantidade de elementos animados: “...de alguma forma todos os movimentos e banners fazem com que eu procure outro portal” Remover a barra de navegação vertical (IG) Redesenho a barra de navegação vertical (IG) Redesenho da barra horizontal de navegação (IG) Separar os assuntos de forma mais evidente Remover o excesso de banners

1 1 1 1 3

3 1 10 1 1 1

1

2 1 1

1

1 1

1 2 1 2 1 1 3 4

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

122

Capítulo 7. Procedimentos Metodológicos e Resultados Obtidos

Remover banners esteticamente desagradáveis e com aspecto amador Redesenhar ícones de navegação Redesenhar elementos estéticos e decorativos Ajustar a diferença sem mouse entre elementos clicáveis e os não clicáveis. “eu sempre confundo na hora de clicar nas figuras, não funciona, tem que clicar no texto sublinhado abaixo”. Menu lateral esquerdo com excesso de informações Reduzir a quantidade de propaganda de serviços que só são acessíveis aos assinantes Colocaria um conteúdo “mais inteligente” Modificaria praticamente tudo.Disporia menor quantidade de informção,menos movimento, menos cores fortes brigando entre si,reduziria o volume de propagandas na pagina inicial,daria destaque maior as principais noticias do dia, entre outros. Como página inicial ela tem um excesso de informações, que dificulta o usuário leigo a identificar o propósito da página. A confusão se dá principalmente porque a home mescla notícias, informações e publicidades. A home é muito mercadológica, e acaba perdendo um pouco a isenção. Acho que deveria valorizar mais as informações, criando um espaço próprio para cada informação, ou seja: notícias num link próprio, publicidade num ponto separado, e outras variadades que a página oferece. Um bom conjunto de cores e distribuição inteligente dos textos são a chave do sucesso de qualquer web site. Apesar da página ter muita coisa escrita, ela é bem dividida e procura centralizar na tela apenas textos leves, deixando a carga maior para as laterais. Particularmente eu apenas melhoraria a apresentação gráfica com um conjunto de cores menos agressivo e alguns efeitos 3d nos links. Isso torna o site mais interessante e fácil de navegar. Sim, colocaria cores menos fortes e diminuirira a quantidade de chamadas, fica muito carregado para quem acessa, perdendo até o interesse em utilizá-lo. Volto a dizer que tem excesso de informação. Um visual mais clean não causaria uma sobrecarga cognitiva tão grande. As HP normalmente tem muito mais a preocupação de um impacto visual, do que informativo. maior agravante a cor e a distribuição excessiva das informações. Inclusão de notícias para justificar o "melhor e maior conteúdo", e retirada de anúncios para adequação do espaço. Os anúncios parecem consumir quase 1/3 da hp. Acho que a poluição visual é uma constante nas home pages que eu conheço. A preocupação em mostrar um resumo de todo o conteúdo na primeira página às vezes torna a navegação difícil ou pouco atraente.

2 2 4 1 1 1 1 1 1 1

1

1 1 1 1 1 1

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Capítulo 7. Procedimentos Metodológicos e Resultados Obtidos

123

Alguma idéia original ainda deve ser lançada para mudar o paradigma das home pages atuais. A solução poderia ser uma primeira página mais limpa, com várias linguetas (como num fichário)contendo as opções do conteúdo restante. A comparação é algo como o painel de controle dos aviões. Os mais antigos tinham um painel com vários marcadores. Os de hoje tem, no máximo, cinco telas LCD que mostram quase todas as funções. a disposição dos elementos, um pouco carregada visualmente, de maneira q cehga a ser confusa. SIM. Removeria a coluna da direita "Shopping UOL" para aliviar a poluição visual da hp. Além disso, esse item consta da coluna na 1 esquerda e é opcional. Eu por exemplo, não faço compras pela internet. Não gosto de banners, tiraria todos :-) Mas os com movimentos são os que mais me irritam. Muitos até bloqueio. Tirando a propaganda sobraria bem mais espaço, seria possível aproveitar mais a tela, deixar algumas coisas maiores... No mais tranqüilo Excesso de azul, precisa equilibrar mais com outros tons e mais suaves. As letras da coluna "compras" estão muito carregadas, ajudaria outro tipo mais fino e usar Mm (pesquisador: caixa alta / caixa baixa) Como dito anteriormente, o site possui muita informação simultânea. Nada impede q haja todas elas, mas de forma mais camuflada. Deixe-me tentar explicar...sabe quando existem ícones gerais sobre os assuntos e havendo interesse, o usuário clica e vai buscar maiores informações? Pois é, mais ou menos isso... Experiência com a Internet e Portais de Informação 17. Você prefere algum dos portais abaixo em relação aos outros? Marque opção única. Prefiro o (Globo.com) porque: “Estou acostumada” Prefiro o (Globo.com) porque: “É bem mais organizado e limpo” Prefiro o (Globo.com) porque: “Conteúdo” Prefiro o (Globo.com) porque: “O conteúdo é muito bom” Prefiro o (Globo.com) porque: “Eu acho o Portal da globo muito fácil de navegar e apesar da grande quantidade de informações que ele disponibiliza primeira página, ele se vale da barra de rolamento para não deixar a primeira área de visualização "entulhada". Prefiro o (Yahoo! Brasil). Prefiro o (CNN): “vejo as noticias principais e depois posso me aprofundar...”. Prefiro o “google, cade, fsp e bireme”. Prefiro o (My Yahoo): “Simplesmente porque e 100% personalizável” Prefiro o (IG): É o que melhor apresenta as notícias que procuro, as cores são agradáveis e é onde tenho meu email.

1

1 1 1

na

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Capítulo 7. Procedimentos Metodológicos e Resultados Obtidos

124

Prefiro o (Globo.com) porque: Sou assinante e já estou familiarizado com ele / Pela diversidade e atualidade do conteúdo. Prefiro o (MSN): Cansei tanto da poluição visual que o coloquei como página inicial do meu browser o Google. Assim entro e já coloco o assunto que quero pesquisar e não fico sofrendo estas sobrecargas características dos portais. O quadro do MSN até que inspira dar uma olhadinha básica. Prefiro o (IG): Tenho conta de e-mail e estou bastante satisfeito Prefiro o (UOL): Consigo ter acesso a publicações - jornais e revistas Prefiro o (UOL): Um dos mais antigos e confiáveis portais. Prefiro o (Globo.com) porque: conteúdo integrado com outras empresas Globo Prefiro o (UOL): Sou assinante e tenho acesso exclusivo a uma boa parte do conteúdo. Prefiro o (Globo.com): é relativamente menos entupido de informação e as mais imortantes estão em letras maiusculas e com cores diferentes (azul e vermelho) Prefiro o (BOL): É leve e simples, não demora e não pesa. Prefiro o (UOL): Acesso o UOL desde sua fundação, sempre curti seu conteúdo. Encontro bastante coisa que me interessa nele, não preciso procurar nos outros. Gosto da velocidade do UOL também, apesar que hoje a maioria dos portais são rápidos. Prefiro o (Terra): porque é limpo e fácil de navegar... já tenho o hábito. 18. Você é assinante (acesso a conteúdo pago) de algum dos portais abaixo. Marque mais de uma opção caso afirmativo para vários. Assino (Globo.com): “Para ter acesso ao conteúdo” Assino (Globo.com): “Porque é um portal confiável e estava fazendo uma promoção atraente”. Assino (Terra): “A RioLink, que usava anteriormente, foi comprada pelo Terra”. Assino (UOL): “Pelo preço e pelos servoços oferecidos” Assino (Terra): Pois era o mais barato e pois sou obrigado pelo provedor a escolher um. Por mim não assinava nenhum. Assino (Onda): Acesso Adsl Assino (Terra): Eu sou assinante do Terra, mas não sei se tem algum conteúdo pago. Aliás, acho de última essa visão excludente dos usuários. Considero um portal que restringe acesso aos seus temas, como mais um reprodutor das desigualdades sociais. Assino (UOL): acho o melhor Assino (Terra): Acesso banda larga para o Velox Assino (UOL): na epoca era o de maior visibilidade Assino (UOL e Terra): Acesso a publicações e e-mails Assino (inter.net): mais barato na época

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Capítulo 7. Procedimentos Metodológicos e Resultados Obtidos

Assino (UOL): Na época que eu não entendia nada de internet, ganhei um CD ROM promocional da UOL. Desde então, sou assinante desse provedor. Assino (AOL): Na época em que optei pelos serviços da AOL, ouvi boas referências. Assino (UOL): Considero o conteúdo mais completo e posso criar contas contas quiser (para toda família e amigos) Assino (UOL e Globo.com): O conteúdo exclusivo tenho acesso a globo.com e a Uol. Assino (Globo.com): Oportunidade por já ser usuário da NET Assino (UOL): por sugestão do meu namorado. Tabela 3 – Organização das respostas discursivas. Março a Junho de 2004.

125

8 Avaliação dos Resultados

“O signo corresponde ao resultado da relação entre três elementos correlatos: uma manifestação perceptível, o objeto que é por ela representado e uma determinação mediadora como forma ordenada de um processo lógico.” Nojima (2005: no prelo)

8.1. Avaliação Semiótica e de Usabilidade das Respostas Obtidas na

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Coleta de Dados

Os números não são absolutos, pois alguns respondentes deram mais de uma resposta válida e outros não responderam o formulário por completo.

Período: 06.03.2004 a 19.06.2004.

Dados dos Respondentes Qtde de Pessoas: 100 respondentes válidos Sexo: 45 Homens e 55 Mulheres Ocupação / Profissão: 29 Estudantes, 56 Profissionais, 14 Professores, 1 Atleta. Naturalidade: RJ: 47, SP: 8, Barra Mansa: 1, Porto Alegre: 5, Beirute: 1, Louvain: 1, Dourados: 1, Wenceslau Braz: 1, Monte Verde: 1, Assis Chateaubriand: 1, Boa Vista: 1, Cruzeiro do Sul: 1, Ceres: 1, Campinas: 2, Tupi Paulista: 1, Petrópolis: 1, Martinópolis: 1, São Carlos: 1, Jequié: 1, Guarapuava: 1, Sao Luis: 1, Salvador: 1, Teresina: 1, Viçosa: 1, Goiânia: 1, Fortaleza: 1, Brasília: 2, Nova Friburgo: 1, Baependi: 1, Desconhecido: 12.

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

127

Gráfico 6 - Faixa etária dos respondentes.

É interessante notar que a maior incidência etária está contida nas faixas de 18 a 24 anos (com 31%), bem como na de 25 a 34 anos (40%), refletindo os índices informados pelos provedores UOL e Terra (verificar no cap. de proc.

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

metodológicos).

Gráfico 7 - Escolaridade dos respondentes. A soma dos valores excede 100%, pois alguns dos respondentes possuem mais de uma formação / curso.

Inúmeras questões podem surgir na análise dos resultados de Escolaridade. Não foi considerado adequado à pesquisa, questionar nas entrevistas de pré-teste e no formulário on-line sobre a renda dos respondentes, pois poderia gerar antipatia e descaso nas respostas subsequentes. Pode-se verificar, porém, segundo resultados divulgados no portal Terra (IBOPE TGI 2002: http://publicidade.terra.com.br/perfil.htm) que as classes A e B ocupam

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

128

74,2% da população com acesso a web (não especifica, porém aonde é realizado o acesso) e as classes C, D e E ocupam os 25,8% restantes. O fato dos segmentos “Superior Incompleto” “Superior Completo” e “Mestrado Incompleto”, serem mais proeminentes no acesso a web, deriva das características educacionais e renda per capita da população brasileira, ou seja, melhores oportunidade de estudo no campo da graduação e pós-graduação estão relacionadas ao público de maior poder aquisitivo e portanto com maior facilidade de acesso a rede mundial de computadores. A citar, apenas 0,8% da população brasileira está conectada a internet. Questões sobre a desigualdade social e o “exército de excluídos” (Spitz, 1999) podem ser comentadas: O Ibope (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística) realizou em agosto de 1997 uma pesquisa sobre o perfil do usuário brasileiro de Internet (...) 43% recebem entre 20 e 50 salários mínimos ao mês, 38% têm nível de instrução

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

superior (...) 40% têm segundo grau completo (...). Tais dados – que definem claramente o perfil privilegiado do internauta brasileiro (...). Spitz (1999: 110 111)

8.1.1. Parte 1: Experiência com o Portal de Informação 1 ou 2 1. Identifique, por favor, a home page carregada.

Gráfico 8 - Identificação da hp carregada.

Você a reconheceu de imediato ou teve alguma dificuldade em identificála? 30 de 35 usuários identificaram facilmente a página inicial do UOL (Universo OnLine). 57 de 65 usuários reconheceram facilmente a página inicial do iG (Internet Group).

Comentários selecionados dos usuários (período de 06/03 a 19/06/2004):

129

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

“UOL, de imediato. Odeio. Confusa, por ser muito cheia de informações. Feia, por ser muito confusa. Desmotivante, por ter muitas opções de navegação, não sei nem por onde começar!” (Sobre o UOL) “Não – Gosto de uma hp clean, objetiva, com menos opções de informação. Esta hp está um tanto quanto “poluída” (Sobre o iG) “A hp foi a da IG. Não reconheci imediatamente. O site é muito tumultuado!! Muita informação simultânea!!” (Sobre o iG) “Tentei achar uma área de referência principal” (Sobre o iG)

A não identificação imediata do portal em que o usuário está entrando decorre da diversidade de informação visual de todos os tipos presentes nos portais vislumbrados (questões de marketing e publicidade sobre presença de mercado

e

fixação

da

marca

poderiam

ser

abordadas

em

futuros

desdobramentos). Para onde dirigir o olhar, se tantos estímulos simultâneos bombardeiam nosso sentido visual? Segundo a Gestalt, poderíamos mencionar PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

a lei da relação sujeito-objeto e a lei da pregnância da forma, revista por Gomes Filho (2000: 25 e 36) em que elementos (neste caso visuais, porém não é um conceito restrito ao universo visual) atraem a atenção devido às características formais construtivas em contraste com o todo, sendo percebida uma ordem de leitura quando vários elementos estão dispostos numa composição que estimula os sentidos (poderia-se extender os conceitos apresentados a vários outras manifestações; a citar uma composição musical também possui várias camadas): (...) Salienta-se também a relação sujeito-objeto, tal como é encarada pela escola, ou seja: “vemos as coisas como as vemos por causa da organização (forças internas) que se desenvolve a partir do estímulo próximo (forças externas)”. Dito ainda de outra maneira: cada imagem percebida é o resultado da interação dessas duas forças. As forças externas sendo os agentes luminosos bombardeando a retina, e as forças internas constituindo a tendência de organizar, de estruturar, da melhor forma possível, esses estímulos exteriores. Gomes Filho (2000: 25)

É preciso não descuidar nem esquecer a importância do indivíduo e da mente subjetiva na interpretação (além da organização cerebral autônoma e da sua fisiologia em constante revisão) – o homem não é apenas receptáculo, câmera

fotográfica

apática.

Segundo

Aumont,

não

existe

um

olhar

descompromissado (2002: 61). Ou seja, o estado de espírito, bem como o

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

130

repertório e vivência íntima em constante evolução (enquanto houver vida) afetam a visão do meio e dos eventos. No caso das páginas iniciais citadas, é obtusa a relação entre os elementos constituintes (problema observado com maior intensidade no portal iG conforme os dados de várias questões irão apontar), não havendo ordem ou hierarquia de leitura distinta, gerando essa dispersão da atenção no todo “desorganizado”. Sobre a Pregnância da Forma: “Em outras palavras, pode-se afirmar que um objeto com alta pregnância é um objeto que apresenta um máximo de equilíbrio, clareza e unificação visual na organização de seus elementos ou unidades compositivas”. Gomes Filho (2000: 36)

2. Cite as três primeiras coisas que você percebeu na home page. E por

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

que chamaram sua atenção?

Gráfico 9 – Lista das primeiras coisas percebidas na hp do portal iG.

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

131

Figura 15 – Internet Group “iG” e elementos percebidos em destaque. Acesso em 06 de março. 2004.

Figura 16 – Internet Group “iG” e ordem de leitura sugerida a parir dos elementos percebidos em destaque. Acesso em 06 de março. 2004.

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

132

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Gráfico 10 - Lista das primeiras coisas percebidas na hp do portal UOL.

Figura 17 – Universo On-Line “UOL” e elementos percebidos em destaque. Acesso em 04 de maio. 2004.

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

133

Figura 18 – Universo On-Line “UOL” e ordem de leitura sugerida a parir dos elementos em destaque. Acesso em 04 de maio. 2004.

Comentários dos usuários (período de 06/03 a 19/06/2004): “O banner que surgiu na minha tela: uma mulher linda, semi nua...”. (Sobre o iG) “bagunça! não da pra ver nada!”. (Sobre o iG) “Uma bagunça completa. Quando abriu e uma poluição visual. Um monte de coisas vc perde a vontade de olhar e ler o site”. (Sobre o iG) “Muito movimento, poluição visual, aspecto desagradável. Chamaram a atenção pq esse conjunto não permitiram que eu visse algo que realmente pudesse me interessar”. (Sobre o iG) O cachorro porque é bonitinho e está bem visível, a cor por estar em toda a página, o campo email por motivos pessoais (haja vista que uso com freqüência). (Sobre o iG) “Acredito que me chamaram a atenção por conta de serem imagens coloridas. Utilizo resolução alta (1280x1024) e talvez por isso os textos não tenham me chamado a atenção de cara”. (Sobre o UOL)

Os mesmos conceitos mencionados na primeira questão são pertinentes aqui. Nielsen (2002: 10) afirma:

“As pessoas examinam um trabalho de arte em duas etapas: primeiramente, dão uma boa olhada na peça para saber se é do seu interesse (nota do pesquisador:

134

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

questões da experiência estética poderiam ser abordadas em futuros desdobramentos). Depois, passam algum tempo examinando, apreciando ou analisando a peça. Várias equipes de design pensam em suas homepages como um trabalho de arte e investem somente no visual e não no design de interação da página. (...) A homepage é apenas mais um degrau para o verdadeiro destino dentro do site. Portanto, sempre invista mais no design da interação do seu site”. (Nielsen, 2002: 2)

“Coloque essas tarefas (nota do pesquisador: tarefas de maior prioridade) em um local de destaque, como na metade superior da página e não atribua a essas tarefas uma enormidade de outras chamadas visuais. Em outras palavras, se você enfatizar tudo, nada ficará destacado. Restrinja ao mínimo (1 a 4) o número de tarefas básicas e mantenha limpa a área ao redor delas. (Nielsen, 2002: 10)

Os critérios que definem as tarefas de maior prioridade na hp devem ser

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

uma fusão do que os proprietários do site e as equipes de finanças e conteúdo desejam vender com o que os usuários que freqüentem portais desejam ver e acessar com maior freqüência. Seria ingenuidade afirmar que os websites de cunho comercial deveriam ser feitos pelo usuário e para o usuário somente. Muitos interesses estão envolvidos no produto apresentado, como colocado por Justice (2001: 63 - 68), a grande proeza é unificar os interesses dos “stakeholders”

(usuários,

desenvolvedores,

decisores

e

especialistas

avaliadores): Usuários nem sempre são capazes de expressar as razões pelas quais não apreciaram positivamente determinada interface e muitas vezes as mudanças só são implementadas após a vinculação do website ou sistema no mercado. Segundo a autora, “deve existir o equilíbrio entre o aspecto estético, apelativo, emocional e o aspecto funcional, estrutural e acessível do Web site, para que as metas e objetivos de todos os envolvidos (desenvolvedores, especialistas e público) sejam satisfeitas”. Um denominador comum, no que se refere à decodificação, repertório e linguagem, poderia ser vislumbrado pelas equipes de “stakeholders” e, assim, evitar a exigência constante de complicados processos de aprendizado pelos usuários. Foi perguntado ao diretor de arte do iBest (respostas cedidas por email em 12.04.2004) se existe a preocupação com a ordem de como os componentes da página inicial são descarregados e quais seriam as tecnologias envolvidas nessa questão: “Existe. O iBest é um dos únicos portais brasileiros que utiliza um software específico para esta função. Nosso portal é carregado em blocos, por prioridade.

Utilizamos

o

SmartCode,

programa

da

SmartLab

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

135

(www.smartlab.com.br) que tem como função reduzir o peso das páginas e permitir o carregamento dinâmico das áreas”. Fernando Zacarias, diretor de criação da StarMedia (respostas cedidas por email em 22.04.2004) afirmou: “Yes, the order was important for us. What we did, was basically divide the homepage in 3 or 4 rows, with one table for each. Since in html the page load one main table at a time, we had one table for the header and navigation, one for the main promos, one for the secondary promos and the last one for the footer. That way, the users see the logo first, then the main promos and so on…”. A pergunta foi feita com o intuito de averiguar se existe essa preocupação de cunho estratégico. Uma vez que uma hp de portal em poucos segundos estará repleta de infomações (estáticas e dinâmicas), um artifício inteligente seria apresentar os elementos mais críticos naquele momento (baseado numa estratégia de negócios que visaria uma comunhão entre os interesses do usuário e do setor comercial da suposta empresa) de forma hierárquica – do mais PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

importante ao menos importante; guiando portanto o olhar do usuário e apresentando a ele opções de destaque, a marca e o recado da empresa, tarefas mais importantes, etc. Sua liberdade reside nas suas escolhas dentro desse contexto criado por outrem – é fundamental, entretanto, manter em foco que uma operação comercial deste porte, pode e deve fazer uso de quantos recursos houverem disponíveis para promover da melhor forma seus anunciantes e produtos – além da comodidade ao usuário, sua própria existência está envolvida. Vale salientar os aspectos do apelo sexual e da questão da animação (presente em propagandas de clientes e promoção interna). Observando os gráficos referentes aos três elementos mais notados nos portais apresentados, verifica-se que a presença da publicidade no portal do iG foi mais marcante do que no portal do UOL. Esse fato, porém teve uma conotação negativa de “bagunça” e “poluição”. O banner reach media20 rotativo do iG (localizado na lateral esquerda, porção superior) cumpre seu papel em atrair a atenção com chamadas rotativas, ou seja, apresenta vários conteúdos em seqüência em “loop” (repetição ad infinitum) e é o elemento mais notado pelos respondentes (44 de 65) devido a sua proporção, cores dinâmicas e chamadas em movimento. Porém, a presença de outras publicidades “animadas” satura a percepção do usuário. Nielen (2002: 29) comenta que dentre os três elementos mais notados

20

Reach Media: Tecnologia que permite a vinculação de movimento, tempo, profundidade e interatividade em diferentes manifestações na web, como em banners e propagandas animadas (Nota do pesquisador).

136

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

no seu website, caso dois sejam publicidade e não o seu conteúdo e serviços, então a publicidade está chamando mais atenção do que deveria. Um elemento de publicidade externa (atraindo a atenção) seria o aceitável. O apelo sexual, inegável no portal do iG, é um elemento poderoso de promoção de conteúdo interno, apresentado em vários formatos além do banner rotativo, e como será visto na questão “4”, elemento que poderia mudar o interesse inicial no portal (principalmente com relação ao público masculino, de acordo com os comentários coletados). Chueke, apud Goldsmith (1998: 18), afirma que estudos de movimentos dos olhos provam que a figura humana é aquela que mais atrai o olhar, e que o observador tende a acompanhar o olhar da figura representada (...). Ou seja, olhos atraem olhos – na maioria dos casos apresentados os olhos das belas mulheres estão voltadas para o expectador, “convidando” ao “clique”. Questões sobre a perniciosidade do apelo sexual com relação a menores de idade poderiam entrar como questão pendente em futuros PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

desdobramentos, assim como formas de controle e proteção de menores de idade. Seja como for, os adolecentes dessa fase tecnológica que vivemos têm maior compreensão sobre tecnologia e aprendem com maior velocidade. O acesso à pornografia na WWW (World Wide Web) torna-se cada vez mais presente e de difícil rastreio ou censura.

Figura 19 - Banner reach media rotativo do portal iG. 04 de agosto de 2004.

Sobre a análise semiótica, Santaella (2001b: 29) tem o seguinte a dizer: “O nível de abstração dos conceitos peircianos é muito elevado. Isso dificulta sobremaneira a aplicação direta desses conceitos a linguagens manifestas ou processos concretos de signos.” Os conceitos utilizados para avaliação dos resultados e dos elementos de interface discriminados, estão presentes no conceito

do

signo

triádico,

representativo

da

semeiose,

(representando o pensamento humano), dentro da teoria de Peirce.

ou

semiose

137

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

DIVISÃO DOS SIGNOS (TRICOMIAS) CATEGORIA

I REPRESENTAMEN

II OBJETO

III INTERPRETANTE

PRIMEIRIDADE

Quali-Signo

Ícone

Rema

SECUNDIDADE

Sin-Signo

Índice

Dicente

TERCEIRIDADE

Legi-Signo

Símbolo

Argumento

Quadro 4 – Considerações sobre a questão 2, dentro das Categorias do Signo.

Os elementos que receberam maior atenção (segundo os usuários) são de alta pregnância - seu Representamen e as características de seu fundamento,

em

específico

Quali-sígnicas

(fisiológicas)

e

Sin-sígnicas

(existenciais) buscam o olhar do usuário, devido as suas cores, localização PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

dentro das áreas de leitura mais proeminentes (segundo Collaro, estariam situados nas zonas óticas primária e terminal), contraste, movimento e proporção em relação ao conjunto. Os usuários encontraram, porém, problemas na decodificação de vários dos elementos que se destacaram, ou seja, o Legi-signo e as lógicas de leitura pictóricas (analógicas) e digitais (texto tipográfico) são apresentadas em profusão e desarmonia. Verifica-se problemas também no Fundamento do signo com o Interpretante: Interpretante Imediato, Dinâmico e Final. Os elementos de alta pregnância podem ser destacados e apreendidos imediatamente, porém não interpretados corretamente, nas instâncias de terceiridade. Encontram dentro do interpretante dinâmico o nível emocional, porém em diversos casos não podem ser generalizados e categorizados. Por tal, na representação do signo com o interpretante permanecem na esfera do Rema, não podendo ser denotados com segurança. Sobre o tamanho das fontes, questão também comentada por alguns respondentes, como exemplo: “As letras da coluna "compras" estão muito carregadas, ajudaria outro tipo mais fino e usar Mm (nota do pesquisador: alternar entre caixa alta e caixa baixa nos títulos “SHOPTIME”, “FASTSHOP”, etc.)”. É de conhecimento comum no campo do design, que as palavras com todas as letras maiúsculas não são tão fáceis de ler quanto aquelas com maiúsculas e minúsculas combinadas. As palvras com todas as letras maiúsculas formam um “bloco” uniforme de menor poder interpretativo. A compreensão das palavras também é influenciada pelo seu fomato e contorno. Por exemplo, a palavra “CLASSIFICADOS”, encontrada no menu horizontal

138

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

principal do portal do iG, não é tão legível se escrita em caixa alta e baixa, como em “Classificados”. Em um texto contínuo, as letras minúsculas são melhores que maiúsculas. As letras com traços ascendentes (b,d,f,h,k,l,t) e aquelas com descendentes (g,j,p,q,y) sobressaem e contribuem para formar a imagem da palavra. O leitor vê a palavra inteira em um único relance e não precisa reconhecer letra por letra. As maiúsculas devem ser usadas apenas no começo da sentença, em nomes próprios, títulos, siglas ou abreviaturas que sejam familiares ao leitor (Nascimento, 2003: 101 apud Dul e Weerdmeester, 200: 56).

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

DIVISÃO DOS SIGNOS (TRICOMIAS) CATEGORIA

I REPRESENTAMEN

II OBJETO

III INTERPRETANTE

PRIMEIRIDADE

Quali-Signo

Ícone

Rema

SECUNDIDADE

Sin-Signo

Índice

Dicente

TERCEIRIDADE

Legi-Signo

Símbolo

Argumento

Quadro 5 – Considerações sobre a questão 2 (Texto), dentro das Categorias do Signo.

A semiótica de Peirce classifica a fonte tipográfica como um legi-signo (dentro da primeira tricomia do signo), ou seja, algo que só poderá ser compreendido se apresentado e aprendido por outras fontes – portanto uma lei. Na relação do fundamento do signo com o objeto (dentro da segunda tricomia), este terá o caráter de símbolo, pois a tipografia é acima de tudo convenção. A decodificação se dá na instância do Interpretante (na terceiridade do signo), ou seja, o potencial de interpretação contido no percurso do rema – dicente – argumento em direção à mente interpretadora (o interpretante final). O efeito desejado de um canal de comunicação ao emitir mensagem, ou em interlocução com seu público é a aquisição, apreensão, decodificação imediata (ou o mais breve possível) de sua mensagem. Elementos gráficos e tipográficos que não possuem os atributos de conhecimento prévio de seu público ou apresentação formal clara – algo que não pode ser checado com as bases de conteúdo do indivíduo (definido na Aprendizagem Significativa como conceitos “subsunçores”. Ausubel in Moreira, 2000: 11), dificilmente terão o potencial interpretativo adequado de “argumento” e poderão ter seu significado atrasado e até mesmo perdido, dificultando o fluxo interpretativo e de aprendizado ideais.

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

139

3. Cite algo que você geralmente busca na hp de um portal – você encontra facilmente na hp apresentada?

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Gráfico 11 – Elementos geralmente buscados na hp. Portal iG.

Gráfico 12 – Elementos geralmente buscados na hp. Portal UOL.

Comentários dos usuários (período de 06/03 a 19/06/2004): “Não - É inacreditável, mas existem portais que não têm o link na home de "contato, ou fale conosco". Se vc tiver uma dúvida, sugestão ou querer dar alguma opinião ou fazer críticas vc não encontra”. (Sobre o iG) “Não - Eu gosto de ver o mapa do site ou possibilidades de imersão ao tema.”. (Sobre o iG) “Não – Excesso de informações não permite”. (Sobre o UOL) “Não – Clareza e organização (busco diretamente o conteúdo de interesse)” (Sobre o iG) “Não – Gosto de uma hp clean, objetiva, com menos opções de informação. Esta hp está um tanto quanto “poluída” (Sobre o iG) “Não - Informes. Notícias de última hora. Nem sempre encontro as notícias que estou procurando. Creio que os portais se detém muito mais em "fofocas" do que em notícias sérias. E quanto as dão, são chamadas muito rápidas”. (Sobre o UOL) “Não - Eu gosto de ver o mapa do site ou possibilidades de imersão ao tema”. (Sobre o iG) “Não - Justamente porque tem muias coisas que não me interessam, e tudo muito junto muita coisa num lugar só, e não de uma maneira completa”. (Sobre o iG)

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

140

“É como toda home page de portal. Notícias, propagandas, links interessantes (ou não), um mecanismo de busca. É como todos os sites de portais. Só muda o logotipo”. (Sobre o iG)

A maioria das pessoas que freqüenta os portais apresentados encontra o conteúdo desejado. Mas pode-se questionar se isso se deve ao fato desse usuário se “acostumar” com a forma que as informações são apresentadas. A realização de pesquisas com usuários, na qual seriam apresentados a estes portais repletos de informação (sendo que este não teria esperiência prévia com determinado portal) – e sendo requisitado que este busque determinado objeto do seu interesse, poderia esclarescer uma infinidade de questões sobre a atenção do usuário para com uma interface saturada. Muitas vezes o aprendizado da lógica de um sistema é árduo e baseado principalmente em tentativa e erro – mas não precisa ser assim. Errar para aprender faz parte do

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

comportamento humano; a questão que aqui preocupa, porém, é a freqüência de erro e as dificuldades de aprendizagem dos significados contidos nas páginas iniciais dos portais iG e UOL – questões de ordem semântica (o sentido das coisas) principalmente. As questões sintáticas (posicionamento, proporção, padrões reconhecidos como eficientes, etc.) minuciosamente perscrutadas pela usabilidade de interface, associadas à abordagem cognitiva e fenomenológica da semiótica podem gerar uma poderosa ferramenta de análise de qualquer interface. O possível usuário do portal, ou seja, o cliente ainda a ser “ganho” pelo portal, é extremamamente importante, pois nenhum produto se mantém apenas com seus usuários fidelizados. É preciso evoluir e conquistar novos públicos, caso contrário a estagnação é inevitável, a curto ou longo prazo. Muitos respondentes comentaram seu desagrado em não encontrar conteúdo de interesse como “contato” ou “mapa do site” para melhor conhecer o conteúdo do portal e sanar dúvidas de forma personalizada. Muitas vezes o “link” para os recursos buscados nos portais está disponível na home page, porém devido à sobrecarga de informações visuais apresentadas, o usuário não consegue encontrar em tempo hábil o conteúdo de interesse e desiste da busca – desistindo por fim do próprio website. A semiótica comenta que sem uma ordem de leitura discriminada, sem um conjunto de objetos de significação hierarquicamente organizados – bem como a forma conduzindo o olhar através da força de seus vetores, leva a um olhar “obtuso”, com dificuldades de discriminação dos significados explícitos e implícitos. O “Representamen” irá

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

141

sobremaneira, atribuir características qualitativas ao objeto, informando ao “Interpretante” (a mente propriamente dita) as formas de reconhecimento daquele objeto – como ele deve ser “lido”. Segundo Santaella (2002b: 192): (...) “visto que, onde houver um existente, nele inerem qualidades”. Importante lembrar que o significado do objeto é uma experiência colateral, ou seja, depende e é modificado pelo conhecimento prévio do observador com aquele conteúdo e contexto. Na questão “2”, sobre os elementos que encontraram maior incidência de percepção (consciente), dificilmente pode ser observada uma ordem de leitura ou hierarquia de atividades ou atenção. Os banners no topo da página estão em movimento (cores, elementos pictóricos e tipográficos em constante mudança). Banners dinâmicos (pop-ups21 e reach media) surgindo sobre a tela – sem aviso e sem a requisição do usuário (no momento do carregamento) desviando a atenção e a tentativa de acomodação da mente aos possíveis significados / tarefas PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

apresentados. Mais banners na seção de compras (à direita), alguns também animados, apresentando outras cores e informações em movimento. Por fim, a chamada principal em formato reach media, apresentando os destaques de serviços, ferramentas e conteúdo editorial do portal, também rotativo, também em movimento, também apresentando cores diversas e formatos diversos, buscando a atenção do usuário. Elementos demais chamando a atenção do usuário. Qualidades demais, existências demais, aprendizados de simbologias em excesso – ícones que não representam seus objetos imediatamente, propósitos escondidos, ausência de hierarquia de atividades (não existem dicas visuais do que está em primeiro plano / segundo plano / plano de fundo). Tantos objetos representando contextos e atividades, tantos interpretantes, indicando tantos potenciais de ação e efeitos emocionais, energéticos ou lógicos; tantos aprendizados num jorro único, incontido – Não há mente singular que se adapte imediatamente ou eficientemente a tamanha quantidade de informações distintas e apelativas a diferentes inteligências e velocidades de processamento. É oportuno comentar a teoria de Rasmussen, pesquisador da Análise Cognitiva do Trabalho, que investiga nos vários setores de produção humana, o tipo de inteligência requerida e velocidade de processamento em determinadas tarefas – medidas que devem ser concebidas com cautela e parcimônia, para a adequação do homem a ferramenta e vice-versa.

21

Pop-up: adj. being or having a mechanism which causes a quick upward or forward motion; becoming three dimensional when opened (Art); appearing temporarily when activated (Computers) (Babylon English-English).

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

142

Para os proprietários e desenvolvedores do portal iG (tomado como exemplo aqui, mas a mesma descrição se aplica a outros portais de informação) de fato nada (ou tudo) tem privilégio sobre a atenção, pois tudo interessa, tudo pode e deve ser utilizado, pois tudo representa renda para a empresa. O “ponto formidável” de Kurt Ausleben também pode ser relembrado aqui: “A certeza absoluta e a incerteza absoluta provocam desagrado ao observador, enquanto que a medida equilibrada entre elas, de acordo com o repertório de quem observa, pode desencadear a sensação de prazer estético”. (in Bomfim, 2003b) Ou seja, a escassez de elementos “estimuladores”, da percepção, “instigadores” da mente, leva ao ostracismo, em contrapartida o excesso de elementos de estímulo leva a confusão, a perda de pontos de referência e ao desinteresse devido à fadiga visual e mental. O portal da UOL apresenta opções de contato apenas na base de sua página - não podendo ser visualizado na primeira porção disponível da hp ao ser PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

carregada no navegador do usuário – daí a difiiculdade de acesso ou visualização. Pode-se considerar que esse posicionamento de difícil acesso ou visualização de links para contato com os desenvolvedores / proprietários do portal não seja apenas um problema de usabilidade pobre ou mal planejada. Dificultar e restringir opções de acesso desse tipo evita a sobrecarga de contatos que o usuário enviaria para a equipe de suporte do portal, muitas vezes sem um propósito claro ou autêntico. Apenas os usuários com motivações fortes dedicariam tempo e esforço em encontrar áreas de contato. Esse é um consenso e uma mentalidade comum dentro das empresas produtoras de portais e conteúdo para grandes públicos na web – compreensível, gerando porém, dificuldades para os reais interessados em enviar seu recado ou feedback para os stakeholders. O iG, apesar de um usuário ter comentado a inexistência de opções de contato, assim como outro, sobre o recurso de “mapa do site”, ambos os recursos existem. Na base da hp do portal é possível encontar o link “Fale com o iG” (o portal iG se diferencia na sua apresentação do portal UOL pelo fato de ser visualizado quase todas as suas informações na resolução de monitor de 1024x768, evitando a rolagem vertical); o recurso do “Mapa do Site” (ou Site Map), termo conhecido pelos usuários mundialmente, é denominado de “sites do iG”, no portal do iG, bem como “Índice”, no portal UOL, portanto não correspondendo à expectativa dos usuários quanto a terminologia. Novamente a semiótica vai analisar a questão de como a inadequação de repertórios entre os

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

143

interlocutores gera falha ou interrupção na decodificação correta das mensagens propostas.

4. Algum outro elemento da home page atraiu sua atenção que o/a fez (ou poderia fazer) mudar seu interesse inicial? Caso afirmativo, que elemento é esse?

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Gráfico 13 – Elementos que atraíram a atenção. Portal iG.

Figura 20 – Internet Group “IG” e elementos que atraíram a atenção em destaque. Acesso em 04 de maio. 2004.

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

144

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Gráfico 14 – Elementos que atraíram a atenção. Portal UOL.

Figura 21 – Universo On-Line “UOL” e elementos que atraíram a atenção em destaque. Acesso em 04 de maio. 2004.

Comentários dos usuários (período de 06/03 a 19/06/2004): “Sim – “As imagens das pequenas manchetes são bem interessantes, até um pouco apelativas, elas captam a nossa atenção e os sub-títulos ajudam nesse processo”. (Sobre o IG) “Sim - Apelo sexual feminino na Publicidade interna”. (Sobre o IG) “Sim - O banner que surgiu na minha tela: uma mulher linda, semi nua...”. (Sobre o IG) – comentário deixado por usuário na questão “2” e comentado na mesma pelo pesquisador. “Não – “O site mistura notícias importantes com sensacionalismo na mesma página”. (Sobre o UOL)

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

145

“Não – Há uma tendência geral para o sensacionalismo” (Sobre o iG) “Não – banners e mais banners com animação não me permitem ver o conteúdo que procuro” (Sobre o iG) “Talvez - Algumas vezes acessando a página do iG (ou de outros portais) me interessei por mais coisas. Mas abri em uma nova janela, não deixando de olhar o que vim ver. No caso fotos do iG já mudei um pouco de rumo olhando fotos de belas mulheres :-)” (Sobre o iG)

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

A hp do UOL apresenta de forma menos evidente ou declarada o conteúdo sexual. A chamada é dinâmica, ou seja, ela se intercala com outras de cunho diverso (assim como a chamada do iG), porém sua proporção e destaque (posicionamento) na hp do portal é menor do que na página inicial do portal iG.

Figura 22 - Box multimídia do portal UOL. 04 de agosto de 2004.

5. Você teria dificuldade de compreender algum dos ícones ao lado, sem o suporte do texto que o acompanha (legenda)? Ícones do iG (conforme apresentados no formulário on-line)

Gráfico 15 - Dificuldade em compreender os ícones do iG.

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

146

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Figura 23 – Internet Group “IG” e ícones em destaque. Acesso em 06 de março. 2004.

Ícones do UOL (conforme apresentados no formulário on-line)

Gráfico 16 - Dificuldade em compreender os ícones do UOL.

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

147

Figura 24 – Universo On-Line “UOL” e icones em destaque. Acesso em 04 de maio. 2004.

Comentários dos usuários (período de 06/03 a 19/06/2004): “Sim – “Acho que os icones nao falam nada sem o texto”. (Sobre o UOL) “Sim – “Entendi alguns, mas não sei o que aconteceria se eu clicasse neles”. (Sobre o iG) Sim – “não entenderia que (a) um telefone representa discador; (b) uma carta representa um BLIG (esta não deu para entender nem com a legenda!)”. (Sobre o iG) Sim – “Papo (de inicio não reconheci o smile por ser muito pequeno – nota do pesquisador: referindo-se ao iG Papo) e blig”. (Sobre o iG) “Sim... todos do menu vertical onde as legendas sao rotacionadas em 90 graus (péssimo).” (Sobre o iG) “Sim – “BLIG, pra dizer a verdade nem sei o que é”. (Sobre o iG) “Sim - Não estamos acostumados e ver pelo ícone e sim nos acomodamos com o texto, salvo aqueles ícones mais utilizados. Todos estão dúbios. Exemplo: a carta para mande, pode ser também para escreva, assim como o ícone de fale, pode ser também redija.” (Sobre o UOL) “Sim - Me pareceu assim)1. Leia 2. Grave 3. Fotografe 4. Mande 5. Fale 6. Escreva.” (Sobre o UOL) “Sim - Sinceramente eu so leio as legendas, acho q se tivessem apenas desenhos, seria mto dificil reconhecer praticamente todos. Por exemplo, "veja", pra mim parece uma maquina de tirar retratos e sem legenda, talvez achasse q era tipo pra vc fazer seu album de fotos. E "ouça", sem legenda, acho q nunca entenderia o significado desse desenhinho”. (Sobre o UOL)

148

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

“Sim - "Busca" eu pensaria q era zoom. "IG papo" tb nao entenderia sem legendas, parece o jogo come-come. Acho q só "e-mail" daria para entender, talvez porque ja me acostumei a relacionar e-mail com um envelope”. (Sobre o iG) “Sim - O envelope. Poderia indicar email recebido”. (Sobre o UOL) “Sim - Não sei a aplicabilidade dos ícones Blig e Celular? Do celular não sei para que serve e do blig não conheço”. (Sobre o iG)

A leitura e decodificação (segundo princípios da semiótica) dos ícones apresentados têm os seguintes problemas: Divergências de repertórios entre o criador das artes e o público, gerando problemas de decodificação. Os códigos criados pelo designer dos ícones não são compartilhados com o público ou a expressão física (visual) dos conceitos propostos pelo designer não estão informando adequadamente à compreensão do público.

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

DIVISÃO DOS SIGNOS (TRICOMIAS) CATEGORIA

I REPRESENTAMEN

II OBJETO

III INTERPRETANTE

PRIMEIRIDADE

Quali-Signo

Ícone

Rema

SECUNDIDADE

Sin-Signo

Índice

Dicente

TERCEIRIDADE

Legi-Signo

Símbolo

Argumento

Quadro 6 – Considerações sobre a questão 5, dentro das Categorias do Signo.

O ícone peirciano pode ter diferentes interpretações mediante a relação do seu signo com seu objeto. Ou seja, alguns dos ícones de interface (será denominado assim, para evitar confusão com a definição peirciana de ícone) que apresentaram maiores problemas com o público têm como característica intrínseca um caráter muito mais simbólico do que icônico. Apesar da tentativa do designer em criar uma relação de similaridade com o objeto representado (como exemplo o ícone do “Celular”, representando um telefone celular, no portal iG ou o ícone do “Veja”, representando uma máquina fotográfica, no portal UOL) a apreensão do significado não se dá corretamente segundo vários relatos, pois a similaridade não foi desenvolvida adequadamente, pelos fatores citados anteriormente. Os ícones problemáticos apresentam um teor muito mais simbólico do que icônico, dependendo de uma relação por convenção e aprendizado (tentativa e erro, ou tentativa e descoberta) com o usuário. O objeto imediato – expresso e ainda externo a mente interpretadora possue problemas

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

149

de representação: o usuário precisa clicar no ícone para descobrir o destino que lhe aguarda; o que é péssimo, pois gera sensação de desconfiança por parte deste e avaliação de caráter amadorístico sobre os criadores do contexto. Sabidamente o usuário não gosta de perder o controle sobre o contexto, bem como não quer ser surpeendido por este (ver transcrição do pré-teste com o sujeito 1, nos apêndices). Mesmo com ícones bem desenvolvidos podem ocorrer interpretações errôneas. Ainda sobre a questão da incerteza sobre o resultado pós-acionamento de um link / ícone impreciso, o sujeito 2 do pré-teste afirmou: “Depois a área de serviços do IG, que eu particularmente não costumo usar, mas tem bate-papo, celular – que eu não sei o que é, mas tem...e-mail, discador e abaixo tem três áreas não sei se são serviços – não sei se são informações; nada diretamente que vai me dizer com certeza aonde eu vou entrar”. Segundo a teoria de Peirce (revista por Santaella, 2002: 10 - 27), a PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

apreensão do significado (ou semeiose) só ocorre no nível de terceiridade, tendo seu resultado interpretativo no “interpretante final”, tendo sua representação no “Argumento”, pretensamente preciso em sua forma e função. O percurso da primeiridade e secundidade (e seus vários ramos) é puramente potencial – ou seja, a não interpretação (algo do qual sequer se toma conhecimento) ou a interpretação incorreta pode se dar em diferentes intâncias. Magariños (1998: ) traz os conceitos de “Marca” e “Atractor” (do espanhol), onde poderíamos realizar um paralelismo do primeiro com o “Representamen” de Peirce, e o segundo com o conjunto “Objeto” e “Interpretante” também de Peirce. Na defesa de uma “Metasemiótica Visual”, ele afirma:

“O conjunto dessas marcas, que compreende a imagem visual em estudo, constitue o repertório virtual das marcas utilizadas pelo criador de tal imagem e identificado (a nível subsemiótico, não atualizado conscientemente, porém com efetiva entrada de informação na rede neuronal) pelo eventual receptor. (...) Entendo por reconhecimento, neste trabalho, a operação perceptual de integrar a menor quantidade de marcas necessárias para ativar um atrator, ou seja, para produzir uma representação. Nesta operação é delineada a exigência de estabelecer o que se entende por “representação”, já que esta terminologia se vincula, no caso das imagens visuais, com o problema da iconicidade”. (tradução do pesquisador; Magariños, 1998)

150

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

Figura 25 – Explicando o conceito da “Marca” e “Atractor”. Ilustração de Quino, do artigo de Magariños, 1998. Acesso em 19 de maio. 2003.

Pode-se dizer, comentando as palavras de Mangariños, que a interpretação correta depende de fatores presentes no repertório do sujeito que recebe a mensagem (estamos, porém, emitindo e recebendo mensagens todo o tempo - portanto evitarei denominá-lo “receptor”, considerando este um rótulo excludente e limitador), que estariam para os estímulos externos como um encaixe correto, uma união de “marcas” (estímulo externo) e “atratores” (receptores internos) em sintonia, gerando os interpretantes corretos e o significado desejado. A geração de “marcas” incorretas ou incongruentes com a mensagem que se deseja passar e com isso a estimulação de “atratores”

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

151

indesejados para a compreensão correta da mensagem seriam as causas de erros de compreensão e inconsistências na decodificação dos ícones (entre outros elementos gráficos) pelo usuário. Como o criador dos ícones em questão, porém, poderia saber se as “marcas” geradas pelo mesmo terão sucesso em ativar os “atratores” corretos no usuário desejado? Resposta: Não há como saber, não pelo menos no ato da criação. É possível chegar perto, apostando na compreensão intrínseca do usuário e do contexto cultural e geográfico para o qual se está emitindo conteúdo. Daí a insistência no argumento de que metodologias de avaliação semântica e testes com o usuário são indispensáveis para o sucesso comunicativo de um produto multimidiático, multirepertório e polissêmico como um portal da internet. A semiótica é de vital importância nesse processo, pois é uma ciência dos signos. É uma ciência interessada em qualquer manifestação humana de produção de significado e sentido. Sieckenius (2004: 3) coloca: PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

“Computing is playing with signs”. De fato, estamos brincando com signos nessa atividade que busca criar contextos interativos, dinâmicos, expansíveis, autoregulatórios, democráticos (será?) e que não possui precedentes no processo de evolução dos meios comunicativos. Nunca antes o percurso era de “mão-dupla”, era somente “mão única”, o que justifica as bases da teoria da comunicação e o seu princípio básico de emissor – mensagem – receptor (simplificando ao máximo). A revolução que estamos vivendo é formidável – “todos” (utopicamente falando) agora têm o “poder” de emitir opinião e divulgar suas idéias a qualquer momento. Todos agora podem ser emissores e com isso tem o acesso a criação de suportes e lógicas para a vinculação de suas mensagens. Essa vinculação, porém, é baseada em experimentação e no aprendizado empírico – não existem alicerces lingüísticos, paradigmáticos ou sintagmáticos que possam reger a criação adequada de um vocabulário visual, adquirido sem uma lógica reguladora. Como comentado anteriormente no capítulo 4, uma cultura visual baseada no universo digital está se construindo, portanto é preciso estar atento às repercussões dessa proliferação desordenada - e fantástica exatamente por isso. A Gestaltheorie, revista por Eppinghaus (1999) assim coloca o reconhecimento de formas: “Um determinado objeto tem sua forma característica, que pode se apresentar em múltiplas posições, ângulos variados e distâncias diferentes. Para o reconhecimento do objeto é fundamental que o cérebro disponha ainda de um vasto arquivo de modelos visuais e um notável mecanismo que o possibilite

152

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

efetuar todas as comparações necessárias à devida identificação. Esse processo cerebral é extremamente eficaz e complexo. Os especialistas colocam que, para complicar ainda mais o problema da visão, os processos de segmentação do objeto e o de reperesentação são interdependentes. Como acontece a integração entre tais processos ainda continua sendo uma incógnita” Eppinghaus (1999: 17)

Ainda

em

Eppinghaus,

sobre

as

questões

do

reconhecimento,

rememoração e representação: “O especialista (o neurologista Antonio R. Damásio) informa que existem provas concretas de que quando o indivíduo recorda uma forma, um rosto ou uma cena, ele está fazendo uma interpretação ou reconstituição do acontecimento original. A memória seria, então, essencialmente reconstrutiva”. “Alguns

cientistas

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

mencionadas

encontram-se

representações

convencidos

dispositivas

de

que

armazenam

as não

anteriormente as

imagens

propriamente ditas, mas sim os meios para serem estabelecidos esboços de tais imagens. (...) o indivíduo possuiria uma representação dispositiva para a fisionomia de cada pessoa, que não conteria o rosto dela como tal, porém os padrões ativantes que permitiriam a reconstrução momentânea nos córtex visuais iniciais da fase em questão. Eppinghaus (1999: 19 e 20)

Visto isso, é notável a transdiciplinaridade da semiótica, com relação à teorias como a Gestalt, esta última com foco em processos fisiológicos e neurológicos. Quando Eppinghaus menciona “padrões ativantes”, é inegável a aproximação ontológica quanto ao tema também investigado por Mangariños, na questão da “Marca e do Atactor”. Cada disciplina, porém, com sua própria epistemologia, seus próprios métodos de investigação e olhar sobre um mesmo objeto de interesse. Unidas questões da significação e semântica (vistas pela semiótica), questões da sintática e desempenho (vistas pela usabilidade de interface) e questões do funcionamento fisiológico da mente e da visão (vistas pela Gestalt) – entre tantas outras ciências, disciplinas e metodologias não mencionadas aqui - temos um escopo transdiciplinar extremamente abrangente e que balizaria qualquer manifestação humana na criação de artefatos que objetivam a comunicação e a interlocução. Como citado por algum dos respondentes ao formulário, a orientação e o tamanho de alguns ícones também é problemático. Ícones funcionam adequadamente em resoluções de monitor maiores, como 640x480 e 800x600.

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

153

Porém em resoluções de 1024x768 e superiores, todos os elementos de interface (web e sistema operacional) têm suas dimensões significantemente reduzidas, o que pode gerar problemas de decodificação. Marcus (2003a) comenta:

Analistas estudaram quantos sinais os consumidores médios devem saber, quantos compreendem bem, e quantos podem recordar e utilizar eficientemente num dado contexto. Estudaram também como estas medidas mudam pela idade, pelo gênero, pelas habilidades com a língua, pela instrução, pela cultura, e pelo nível emocional, entre outros fatores. Algumas tendências atuais mostram o uso excessivo de ícones dentro de uma proporção aproximada de 16 x 16 pixels. Mesmo com profundidade de cor significativa, o resultado visual é demasiado exigente aos olhos e mente, especialmente para usuários mais velhos. Marcus (2003a: 37 - 43)

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

No caso do portal iG, o menu de serviços, localizado na lateral esquerda da interface, está orientado à 90º contra a rotação dos ponteiros do relógio. É de conhecimento comum, nos cursos de artes e design, que esse tipo de orientação é péssimo para a leitura e reconhecimento dos caracteres. É importante salientar novamente a aplicação de testes com amostras representativas do público visado antes da vinculação do produto no mercado. Muitos problemas destacados até agora, entre outros que serão comentados, poderiam ser evitados com tais procedimentos.

6. Você percebe com facilidade os links, ícones clicáveis e outras áreas interativas? Consegue distingui-los SEM o auxílio do mouse (dispositivo apontador)?

Gráfico 17 – Percepção de links sem o mouse no iG.

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

154

Gráfico 18 – Percepção de links sem o mouse no UOL.

A questão tem como escopo verificar a significação dos objetos responsáveis pelos “saltos” hipertextuais – ou seja, busca verificar se os links (sejam texto, imagem ou qualquer outro elemento visual) estão satisfatoriamente informando ao usuário – visualmente apenas, e sem interação com um

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

dispositivo apontador (mouse) de qualquer espécie, se há dicas visuais suficientes para informar ao usuário: “Esta área é clicável”. O pesquisador considerou esta questão fundamental, pois raramente se verifica questões de significação dentro de interfaces. Metodologias diversas estão concentradas na interação do homem com o sistema, e os desdobramentos que involvem o input – output de informações. Ou seja, uma ação motora do usuário é requerida para que seja observado um feedback do sistema. É possível afirmar que o conceito de interface implica intrínsecamente em interação, experiência de aprendizado, tentativa e erro com um sistema digital. É preciso, mexer, desdobrar, “fuçar” para descobrir e aprender. Essa afirmação procede corretamente, porém, informar corretamente (através de representações diversas) o usuário dos motivos, categorias e propósitos dos elementos de interface presentes no sistema é considerado uma obrigação de qualquer projeto. A palvra operante nesta pesquisa é a semiótica. A ciência dos signos e da representação. Estarão, portanto devidamente representados os elementos apresentados pelas home pages dos portais discutidos? Sua categoria como elemento de interface estará devidamente sinalizada (isto é um link, isto não é)? Sua função ou propósito estará devidamente representado (ao clicar aqui você obterá o seguinte resultado)? Sua localização no contexto, associado a outros elementos e áreas úteis apresenta um motivo claro (por que ao lado, por que não acima ou abaixo)? Será que o que é para o criador do contexto univocamente sêmico, não será polissêmico e de difícil aquisição para outrem?

155

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

A hp do portal iG novamente apresentou uma incidência maior na insatisfação para com a apresentação visual dos links, tendo 43% no quesito “Razoável” e 21% no “Gostaria de ver mais pistas visuais” – tendo 36% dos usuários satisfeitos com a apresentação de links e áreas clicáveis. Já a hp do UOL apresentou uma incidência maior de satisfação para com a apresentação visual dos links, tendo 50% dos votos como favoráveis. Ainda assim, um repondente da pesquisa fez o seguinte comentário: “Ajustar a diferença sem mouse entre elementos clicáveis e os não clicáveis” - apontando para a necessidade de sinalizar com maior clareza o que é ou não link.

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

DIVISÃO DOS SIGNOS (TRICOMIAS) CATEGORIA

I REPRESENTAMEN

II OBJETO

III INTERPRETANTE

PRIMEIRIDADE

Quali-Signo

Ícone

Rema

SECUNDIDADE

Sin-Signo

Índice

Dicente

TERCEIRIDADE

Legi-Signo

Símbolo

Argumento

Quadro 7 – Considerações sobre a questão 6, dentro das Categorias do Signo.

No triângulo peirciano, considerações referentes à categoria de secundidade e terceiridade se mostram oportunas aqui. A esfera da primeiridade, concernente ao sentimento, a sensação, puramente qualitativa, já não se faz mais presente; a atenção já foi capturada pelas qualidades formais, como cores e proporções – estamos entrando no território da abstração e do julgamento; na representação do signo com o objeto, é possível considerá-lo como um ícone (relação de similaridade conceitual), um índice (similaridade formal) ou um símbolo (relação por convenção, aprendizado). No fundamento do signo com o objeto: Que elemento é aquele (objeto imediato), a qual categoria ele pertence (objeto dinâmico)? Em direção ao Interpretante - no fundamento do signo com o interpretante – Qual o potencial latente (interpretante imediato) esse objeto possui? Qual efeito singular ele pode gerar (dinâmico) e qual resultado efetivo (interpretante final) ele gera por fim naquele que observa? Resumindo: Caso o link não possua uma representação correta (ícone, índice e símbolo) ou em desacordo com os referenciais do usuário, sequer fica claro que aquele elemento é um link e o que ele indica, o qual universo ou categoria ele pertence (objeto imediato e dinâmico) – sobre o que é este link? A que ele se reporta?

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

156

Com qual elemento ele está relacionado neste contexto / interface e por fim, com qual assunto ou âmbito ele irá me colocar em contato? A função daquele link também fica confusa, caso sua representação do signo com o interpretante final não esteja adequada (rema, dicente e argumento). Os seja, as possibilidades interpretativas do signo ficam prejudicadas, quando encontramos um Quali-Signo Icônico Remático que não orienta corretamente em direção ao Argumento. Um resultado interpretativo emergirá, porém errôneo, inadequado à função e ao propósito de um elemento que “pede” para ser clicado (não é um ornamento ou uma figura ilustrativa). Enquanto conotativo, o link é impreciso, ele deve se tornar um Dicente (denota sua identidade e propósito) em direção ao caráter de Argumento – este é o seu propósito, excluindo imprecisão e dúvidas o quanto possível. Como exemplo, o sujeito do pré-teste (ver resposta completa nos apêndices) reportou o seguinte: “Essa área que fica passando essa propaganda PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

por exemplo, eu não diria com certeza que é clicável – eu diria que é provável. A barra esquerda, vertical não é tão provável que eu possa clicar, nem a barra horizontal no topo. As notícias, são com certeza são clicáveis.” Outro sujeito do pré-teste declarou: “Com certeza, não - é tudo no “achômetro”. Pode-se considerar que os elementos apreciados não estão devidamente apresentados e representados nas três instâncias do signo triádico. As cores e os elementos pictóricos (mesmo com o suporte do texto) não se apresentam claramente como links, não foram percebidas pistas visuais que informassem esse caráter – distinto de ornamentos (não interativos) ou como o banner rotativo no formato reach media, também com caráter de link impreciso – aparentou para outros respondentes apenas uma animação para se assistir (cumprindo eficientemente essa tarefa, pois atraiu o olhar dos usuários em sua maioria – como visto na questão “2” – devido as suas características qualitativas (cores e proporção maior que os demais elementos próximos). Porém, suas características simbólicas (dentro do objeto peirciano) são obscuras, não convencionam e apresentam devidamente a possibilidade de informar com clareza: “este elemento é clicável”, não atingindo portanto o teor de dicente e argumento (dentro da representação com o objeto, no interpretante) – ou seja, não possui uma denotação correta, (apenas conotação devido ao seu conteúdo dinâmico) não sendo possível ao usuário (apenas devido a sua apresentação visual) apreender seu significado de forma imediata como um link.

157

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Figura 26 – Internet Group “IG”. Áreas de difícil categorização como “links”, segundo alguns usuários. Acesso em 04 de março. 2004.

7. Você percebe com facilidade os links, ícones clicáveis e outras áreas interativas COM o auxílio do mouse (dispositivo apontador)? Você considera

esse

comportamento

satisfatório

elementos são clicáveis?

Gráfico 19 – Percepção de links com o mouse no iG.

Gráfico 20 – Percepção de links com o mouse no UOL.

para

informar

que

os

158

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

O resultado para ambos os portais foi satisfatório, sendo que o iG teve resultado de 75% de aceitação e o UOL 74%. O feedback visual reativo a passagem do dispositivo apontador sobre os elementos de interface textuais funciona adequadamente, informando através de mudanças de estado nas características qualitativas dos mesmos (texto fica sublinhado e o cursor se torna uma mão com o dedo apontando – pista de domínio comum para usuários de sistemas operacionais diversos). Um sujeito do pré-teste do iG declarou: “A setinha muda, né – ao aparecer a mãozinha você tem certeza que vai poder clicar. Em algumas imagens aparece a mãozinha – e o texto que você pode entrar é sublinhado e a coloração da caixa do texto muda um pouco”. Segundo o triângulo peirciano, a maioria dos links (no que se refere ao seu estado reativo ao cursor do mouse) atingem as instâncias terceiras, dentro das tricomias – ou seja: legi-signo, símbolo e argumento; orientando ao interpretante (não confundir com intérprete) imediato uma captação sensível (visual) da mudança de estado PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

do objeto, bem como informando ao objeto dinâmico, um efeito singular que diria: “eu sou clicável” ou “clique aqui”.

DIVISÃO DOS SIGNOS (TRICOMIAS) CATEGORIA

I REPRESENTAMEN

II OBJETO

III INTERPRETANTE

PRIMEIRIDADE

Quali-Signo

Ícone

Rema

SECUNDIDADE

Sin-Signo

Índice

Dicente

TERCEIRIDADE

Legi-Signo

Símbolo

Argumento

Quadro 8 – Considerações sobre a questão 7, dentro das Categorias do Signo.

Porém, nem tudo são flores. Como exemplo, alguns respondentes reportaram que na hp do portal do iG, as fotos das colunas de interesse do portal reagem ao movimento do cursor, porém não ao click do mesmo. Comentário do sujeito no pré-teste do formulário sobre o portal iG: “Eu sempre confundo na hora de clicar nas figuras, não funciona, tem que clicar no texto sublinhado abaixo”. Isso pode gerar uma quebra de expectativa e significado do elemento link da interface do iG. Ele se apresenta como link (legi-signo simbólico), ele reage como link (argumento), porém ele não funciona como link (interpretante dinâmico energético e lógico corretos, porém emocional incorreto), podendo causar um

159

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

“curto circuito” no resultado interpretativo final do usuário, que sobretudo teve todas as indicações de que teria um resultado esperado conhecido (ser conduzido via hiperlink a outra tela após o click com o mouse) e o mesmo não se efetiva.

Alguns

usuários

via

tentativa

e

erro

ou

experiência

prévia,

compreenderão que o texto imediatamente abaixo, relacionado à figura também reativo ao posicionamento do cursor – será a porta de entrada para o conteúdo desejado. Porém essa já não se apresenta como a situação ideal numa interface que deveria ser “fácil de aprender” e “eficiente na utilização”,

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

segundo Nielsen (1990, in Moraes, 2002, notas de aula).

Figura 27 – Internet Group “IG” e links imprecisos. Acesso em 02 de junho. 2004.

Figura 28 – Detalhe internet Group “iG” e os três momentos do link: A imagem central mostra a caixa de texto mudando de cor (para azul) com o sobrepor do mouse – porém o click não funciona na imagem - somente se for clicado no texto sublinhado o usuário terá sucesso no redirecionamento a página desejada, como mostrado no terceiro momento da figura.

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

160

8. A home page informa porque você deveria usá-la ou qual o seu diferencial em relação ao concorrente?

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Gráfico 21 – Informação sobre o propósito da home page no iG.

Figura 29 – “IG” e destaque para a chamada na barra de título. Acesso em 06 de março. 2004.

Gráfico 22 – Informação sobre o propósito da home page no UOL.

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

161

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Figura 30 – “UOL” e destaque para a chamada na barra de título e na logomarca. Acesso em 04 de maio. 2004.

Comentários dos usuários (período de 06/03 a 19/06/2004): “Não - “Não vi atrativos suficientes que fizessem mudar de hábito”. (Sobre o UOL) “Não - Outros portais concorrentes são tão poluídos quanto este.” (Sobre o UOL) “Sim – “Informa, no tagline, que é "o melhor conteúdo" - porém essa não deixa de ser uma afirmação subjetiva. Não deixaria de usar outros portais só por causa dela”. (Sobre o UOL) “Não – “Em geral as home pages são feitas para serem bonitas e não explicativas”. (Sobre o UOL) “Não - Está congestionada de informações atendendo à metáfora do menu ou cardápio. O resto, as dificuldades ficam para o usuário/cliente resolver ou se adaptar..” (Sobre o iG) “De maneira nenhuma. Não tem diferencial nenhum, pelo que eu vejo nem em termos de conteúdo, nem em termos de uma própria mensagem, um “slogan” do site que definiria o que ele deseja passar”. (Sobre o iG) “Não - Ela é muito cheia de informação. Acho muito confuso para uma pessoa que não está habituada a acessar a internet diariamente”. (Sobre o iG) “sim, 'pelo menos no fato de ser gratuita. Mas existem tantos servidores gratuitos q acho q hj em dia isso nao seria uma vantagem”. (Sobre o iG) “Não sei. Não costumo entrar em outros portais, então não sei. Só sei que tem muita perda de espaço aqui pra coisa boba – por exemplo, compras eu não faço, e metade da página aqui é de compras. Esse índice aqui também ocupa um espaço gigantesco. E essa parte lateral esquerda é um samba do crioulo doido, como já falei”. (Sobre o iG)

162

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

É marcante a incidência de respostas negativas com relação a essa questão: 81% dos respondentes não sabem ou não tem certeza sobre qual é o propósito ou serviço que o iG vende ou oferece ao usuário e 74% desconhecem os propósitos ou diferenciais com relação ao concorrente do portal UOL. Uma única mensagem ou slogan responsável pela definição do que o internet Group (mudou em setembro de 2004 para internet Generation) é e faz: “iG – o seu provedor gratuito de internet” – presente apenas na barra de título do navegador (independentemente do navegador instalado pelo usuário). Não pode ser encontrada nenhuma outra chamada dentro da estrutura da hp do iG que servisse a esse propósito essencial. Faz-se no mínimo necessário, informar com clareza (lógica e visual) ao seu cliente o que você é, o que você oferece, e o porquê do usuário escolher você e não entre tantos outros concorrentes aparentemente similares. A grande maioria sequer visualizou a chamada, como mostra o seguinte comentário: “... nem em termos de uma própria mensagem, PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

um “slogan” do site que definiria o que ele deseja passar”. (Chueke, apud Goldsmith 1998: 20), demonstra em seus estudos que a atenção intelectual se volta primeiramente à porção superior esquerda da área central de uma imagem e automaticamente condicionada pelo hábito de leitura (ocidental), todo o restante do objeto gráfico é analisado intelectualmente repetindo essa ordem de leitura – da esquerda para a direita, de cima para baixo. Porém, como visto na “Figura 6 – Zonas de Leitura segundo Collaro” (p.45 do capítulo 4), o slogan do iG estaria localizado no setor “4” de leitura. Pode-se considerar que as margens de uma composição gráfica recebem atenção posterior (quando recebem atenção) – Um slogan com um propósito prioritário (para o sucesso do produto e informação ao cliente) deveria ter maior destaque e melhor posicionamento. Não estou desmerecendo a possibilidade de se inserir uma chamada na title bar22, mas seu propósito principal e oferecer uma definição que será exibida em mecanismos de busca, como o Google, Cadê? e Yahoo!, portanto é de extrema importância ser sucinto e claro nesta definição. Existe

ainda

uma

outra

variante

que

pode

causar

um

total

obscurescimento do slogan proposto: No navegador internet explorer (qualquer versão), é possível maximizar a apresentação do conteúdo na opção de menu “Exibir: Tela inteira” (atalho de teclado F11). A condição que o browser assume ao se optar por tal forma de navegação, e a de esconder a barra de título, a

22

Title bar: Barra de título, barra que se encontra no canto superior da janela e onde está escrito o nome da aplicação (Babylon English-Portuguese)

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

163

barra de endereço (address bar23 - localizados na porção superior) e a barra de status (status bar24 - inferior). Ou seja, desaparece por completo o slogan do portal iG. A hp do portal Universo On-Line cumpre melhor esse propósito, associando à logomarca o slogan: “O melhor conteúdo” (implementado, porém somente a partir de maio de 2004; anteriormente o slogan não acompanhava a logomarca) – o slogan se repete na barra de título e na logomarca, o que é ótimo para reforçar o conceito. Porém, como mencionado por um dos respondentes: “Informa, no tagline, que é "o melhor conteúdo" - porém essa não deixa de ser uma afirmação subjetiva. Não deixaria de usar outros portais só por causa dela”.

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Figura 31 – “UOL”: Logomarca ainda sem o uso do slogan: “O melhor conteúdo”.

9. O que você acha da quantidade de conteúdo oferecido na home page do portal de informação apresentado?

Gráfico 23 – Sobre a quantidade de conteúdo na hp do iG.

Gráfico 24 – Sobre a quantidade de conteúdo na hp do UOL. 23

Address bar: The space on the top of your browser that lets you type in the place a web site ,or its address,and takes you there (INTERNET TERMS&ACRONYMSV1.0).

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

164

A maior incidência de desaprovação em ambos os portais é marcante no que se refere a uma das questões centrais desta dissertação. Observa-se aqui, a partir da amostra de 100 respondentes, que o usuário ou possível usuário de portais de informação desaprova o excesso de conteúdo apresentado nas páginas iniciais dos mesmos. Os objetos de estudo, os portais internet Group e Universo On-Line são representativos desse universo de portais de informação brasileiros, sendo dois dos primeiros a surgir na internet brasileira e atualmente os mais visitados. Verificou-se nas respostas com relação ao portal iG um índice de 52% de desaprovação total sobre a quantidade de informação presente na hp, 30% como “Gosto Pouco” e 18% apenas como apreciação positiva. A hp do portal UOL teve resultados similares, porém o índice de aprovação foi maior, com 28% das respostas. Tal resultado deve-se ao fato da hp do portal UOL apresentar seu conteúdo num segundo desdobramento de tela, não saturando a primeira tela carregada como a hp do portal iG – porém ainda assim PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

desaprovada em 47% segundo os respondentes. Como será visto na questão 22, serão apresentados pontos positivos e negativos na apresentação do conteúdo em um segundo desdobramento, a saber, um ponto negativo: Informações de interesse do usuário pode ser relevadas, uma vez que uma porcentagem considerável de usuários não desce o scroll vertical para conhecer o conteúdo não apresentado a primeira vista.

10. Você leu a chamada na barra superior do seu browser? (texto que identifica o website ativo)

Gráfico 25 – Sobre a chamada na barra de título no portal iG.

24

Status bar: a horizontal band across the bottom of a window which displays information particular to the current status of that window (Multimedia Glossary).

165

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

Gráfico 26 – Sobre a chamada na barra de título no portal UOL.

Essa questão é interligada com a questão 8, porém foi colocada somente aqui para não “dar a dica” ao respondente sobre o que era realmente buscado na oitava questão. Apesar do resultado positivo maior para o iG, é possível questionar o entendimento da questão por parte dos respondentes, ou até mesmo se a atenção dos mesmos se voltou para buscar a informação após a leitura da questão 8. Outra possibilidade seria os respondentes buscarem a informação

após

lerem

a

própria

questão

apresentada.

Levanto

tais

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

possibilidades pelo fato dos resultados referente ao portal iG serem tão constrastantes com os da oitava questão. Definitivamente grande parte dos usuários não está atento imediatamente (e nem posteriormente) ao slogan concentrado na barra de título do portal iG, o que gera os resultados e considerações já colocados na oitava questão. Com relação ao portal UOL, o resultado foi correspondente com o da questão oito, uma vez que a grande maioria de respondentes desconhece ou não pôde identificar imediatamente os propósitos do site e diferenças em relação aos concorrentes – mesmo com um slogan associado à logomarca, não ficam claros esses propósitos.

11. Você gosta ou desgosta da hp apresentada? Atribua uma nota de 0 a 10 (média entre o design e conteúdo).

Gráfico 27 – Sobre a apreciação da hp do portal iG.

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

166

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Gráfico 28 – Juízo de valor sobre a apreciação da hp do portal iG.

Gráfico 29 – Sobre a apreciação da hp do portal UOL.

Gráfico 30 – Juízo de valor sobre a apreciação da hp do portal UOL.

A questão estética é predominante neste ponto. Gostar ou desgostar de algo é algo extremamente subjetivo. Segundo Santella (2002: 130): “Por estéica, Peirce não entendia meramente como uma doutrina do belo, mas uma ciência que tem por tarefa indagar sobre o estado das coisas que são

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

167

admiráveis por si, sem qualquer razão ulterior. Estados de coisas que, mais cedo ou mais tarde, todos tenderão a concordar que são dignos de admiração. O que é admirável não pode ser determinado de antemão. São metas ou ideais que descobrimos porque nos sentimos atraídos por eles, empenhando-nos na sua realização concreta”. Santella (2002, p. 130)

Ainda sobre a questão estética, fazendo uma relação da arte com o aspecto semiológico, Mukarönský (1975) coloca:

1 – O estético não é uma característica real das coisas e não se relaciona univocamente com nenhuma característica das coisas; 2 – A função estética também não se encontra completamente sob o domínio do indivíduo, embora, de um ponto de vista puramente subjetivo, qualquer coisa possa adquirir (ou pelo contrário deixar de ter) uma função estética independente do modo de sua criação; PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

3 – A estabilização da função estética é um assunto da coletividade e a função estética é um componente da relação da coletividade humana com o mundo. Por isso uma determinada extensão da função estética no mundo das coisas se relaciona com um determinado conjunto social. A maneira como esse conjunto social concebe a função estética predetermina finalmente, também, a criação objetiva das coisas a fim de obter um efeito estético e uma atitude estética subjetiva perante elas. Mukarönský (1975: 34)

A questão estética vai de encontro, portanto, a uma complexa categorização epistemológica, pois como dito pelos autores supracitados, não existe necessariamente uma razão ulterior, bem como não se relaciona univocamente a nenhuma característica específica das coisas. A apreciação positiva de um objeto deve, portanto ser situada em um contexto e tempo e relacionada a um público que frui esse objeto - no caso da internet e seus portais, de forma ativa. O conceito de Ausleben (in Bomfim, 2003) sobre o “ponto formidável” pode ser novamente comentado: “(...) a certeza absoluta e a incerteza absoluta provocam desagrado ao observador, enquanto que a medida equilibrada entre elas, de acordo com o repertório de quem observa, pode desencadear a sensação de prazer estético”. Ou seja, poderíamos afirmar que os portais investigados (representativos de uma grande maioria similar no quesito conteúdo apresentado na hp) estão pecando pelo excesso – excedendo o ponto ideal e gerando a sensação de irregularidade e saturação do campo visual e capacidades interpretativas do usuário. A máxima da Gestaltheorie

168

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

também se faz presente parafrasear aqui: “A soma das partes não é maior do que o todo.” Independentemente de como as partes foram relacionadas e seja qual for a inteligência, encargos e dedicação que tenham sidos utilizados numa composição (e por que não dizer configuração) a visão imediata, geral, não racionalizável, não fragmentável assume primazia sobre o olhar e a atenção do público ou usuário. E dita as regras. E informa ao indivíduo e/ou coletivo de forma inequívoca: Isto é bom ou não, isto é belo ou feio ou há algo de errado aqui, apesar de não saber dizer o que. A hp do portal iG, recebeu 44% dos votos na categoria “Gosto Pouco”, 31% em “Desgosto” e somente 25% em “Gosto”. Quanto ao julgamento de valor de “0” a “10”, teve como predominantes as notas “6” (em primeiro lugar) e “5 e 8” empatadas. Resultado satisfatório e que pode gerar as seguintes considerações: Quanto a beleza estética (harmonia de cores, elementos da composição, etc.) o portal iG foi considerado positivamente pela maioria dos respondentes, apesar PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

de ter recibido os seguintes comentários: “Sim, colocaria cores menos fortes e diminuirira a quantidade de chamadas, fica muito carregado para quem acessa, perdendo até o interesse em utilizá-lo” e “Excesso de azul, precisa equilibrar mais com outros tons e mais suaves”. O fator que pesou como maior infuência sobre a questão estética foi o excesso de elementos gáficos, texto e seções, gerando uma maioria de usuários insatisfeitos. Fu & Salvendi (2002), afirmam em seu artigo sobre a importância da usabilidade estética e estrutural em tarefas de navegação na web (tradução do pesquisador): “O estudo proposto busca encontrar respostas / considerações sobre a "agradabilidade" e satisfação de interfaces Web em relação ao usuário. Os resultados do experimento relatado indicaram que a funcionalidade - boa arquitetura da informação é o principal fator contribuinte para a satisfação do usuário ao realizar buscas e navegar pela web”. Ou seja, não basta a concepção de uma página inicial bem ornamentada, harmônica em sua composição de cores e formas se as informações e tarefas apresentadas

e

propostas

não

estiverem

devidamente

sinalizadas

e

representadas. Este é um objeto intrinsecamente interativo, portanto a “função” deverá a todo custo moldar a “forma”, impregná-la; e esse será o fator decisivo na interpretação positiva do conteúdo interativo. Já a página inicial do portal UOL teve uma apreciação positiva marcadamente maior que a do iG, com maioria no quesito “Gosto”, com 46%, 39% no quesito “Gosto Pouco” e 15% apenas para “Desgosto”. Conforme relato de um usuário, a hp do UOL foi descrita da seguinte forma: “Um bom conjunto de cores e distribuição inteligente dos textos são a chave do sucesso de qualquer

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

169

web site. Apesar da página ter muita coisa escrita, ela é bem dividida e procura centralizar na tela apenas textos leves, deixando a carga maior para as laterais. Particularmente eu apenas melhoraria a apresentação gráfica com um conjunto de cores menos agressivo (...)”. O comentário do usuário reforça o conceito apresentado por Aumont (2002: 61) sobre a leitura de uma imagem: “Tentou-se prever as trajetórias de exploração de uma imagem pelo olho, mas, se não for dada uma ordem explícita, essas trajetórias são uma inextricável rede de linhas quebradas”. A página inicial do UOL reune e categoriza as informações de modo mais eficiente que a hp do iG, “facilitando” os processos de leitura e identificação do conteúdo de interesse do usuário.

12. Você modificaria, acrescentaria ou removeria alguma coisa na home page apresentada? (comportamento, cor, disposição dos elementos) Caso

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

afirmativo, quais as suas sugestões e por quê?

Referente ao Portal iG

Gráfico 31 – Modificações sugeridas para o portal iG.

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

170

Figura 32 – “iG” e destaque para as partes mencionadas pelos usuários que deveriam ser repensadas. Acesso em 04 de maio. 2004.

Referente ao Portal UOL

Gráfico 32 – Modificações sugeridas para o portal UOL.

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

171

Figura 33 – “UOL” e destaque para as partes mencionadas pelos usuários que deveriam ser repensadas. Acesso em 04 de maio. 2004.

Comentários dos usuários (período de 06/03 a 19/06/2004): “Sim – “no lado esquerdo, em baixo, tem umas letrinhas do alfabeto, acredito que para acharmos uma noticia por assunto, mas nunca consegui achar nada...” (referindo-se ao índice). (Sobre o iG) “Essa área aqui parece uma brincadeira... Clique na letra para encontrar o assunto”. Parece um joguinho. É um índice, não é? Não, não usaria – o cara teria que estar muito perdido para chegar num portal que não tem foco sobre nada e ainda ir numa área para escolher assunto... pô, melhor sair na rua e procurar outra coisa”. (Sobre o iG) “Sim – “eu sempre confundo na hora de clicar nas figuras, não funciona, tem que clicar no texto sublinhado abaixo”. (Sobre o iG) “A possibilidade de personalizar a hp – “Se eu fosse usar o portal com freqüência, gostaria de poder personalizar a página. Por exemplo: desabilitando o pop-up, selecionando que tipos de notícias deveriam aparecer como destaque e reorganizando a exibição de elementos”. (Sobre o UOL) “Volto a dizer que tem excesso de informação. Um visual mais clean não causaria uma sobrecarga cognitiva tão grande.” (Sobre o iG) “Modificaria praticamente tudo. Disporia menor quantidade de informação, menos movimento, menos cores fortes brigando entre si, reduziria o volume de propagandas na

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

172

pagina inicial,daria destaque maior as principais noticias do dia, entre outros”. (Sobre o iG) “...de alguma forma todos os movimentos e banners fazem com que eu procure outro portal” (Sobre o iG) “Acho que a poluição visual é uma constante nas home pages que eu conheço. A preocupação em mostrar um resumo de todo o conteúdo na primeira página às vezes torna a navegação difícil ou pouco atraente”. (Sobre o iG) “Sim, colocaria cores menos fortes e diminuirira a quantidade de chamadas, fica muito carregado para quem acessa, perdendo até o interesse em utilizá-lo. (Sobre o iG) “As HP normalmente tem muito mais a preocupação de um impacto visual, do que informativo”. (Sobre o UOL) “Inclusão de notícias para justificar o "melhor e maior conteúdo", e retirada de anúncios para adequação do espaço. Os anúncios parecem consumir quase 1/3 da hp”. (Sobre o UOL) “Alguma idéia original ainda deve ser lançada para mudar o paradigma das home pages

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

atuais”. (Sobre o iG) “SIM. Removeria a coluna da direita "Shopping UOL" para aliviar a poluição visual da hp. Além disso, esse item consta da coluna na esquerda e é opcional. Eu por exemplo, não faço compras pela internet”. (Sobre o UOL) “Não gosto de banners, tiraria todos :-) Mas os com movimentos são os que mais me irritam. Muitos até bloqueio. Tirando a propaganda sobraria bem mais espaço, seria possível aproveitar mais a tela, deixar algumas coisas maiores... No mais tranqüilo”. (Sobre o iG) “Como dito anteriormente, o site possui muita informação simultânea. Nada impede q haja todas elas, mas de forma mais camuflada. Deixe-me tentar explicar...sabe quando existem ícones gerais sobre os assuntos e havendo interesse, o usuário clica e vai buscar maiores informações? Pois é, mais ou menos isso...” (Sobre o iG)

Alguns usuários comentaram na questão “2”, além da questão atual, seu desagrado com relação às cores em ambas as páginas iniciais (excesso de cores, mesma tonalidade de cor como algo fatigante, etc.) – sendo que a maior incidência é nítida com relação ao portal iG. Segundo a semiótica, a cor pertence ao campo da primeiridade, dentro da tricomia do signo. Ou seja, está dentro do representamen, a categoria fundamental do signo – dentro da esfera da sensação, percepção pura, ainda sem reconhecimento, interpretação ou julgamento. A cor é um quali-signo – qualidade do signo (inerente a uma qualidade ontológica, não existencial por fim). Sendo, portanto um elemento apreendido de imediato é inegável a sua importância na questão da “agradabilidade” (Fu & Salvendy, 2002) para com o usuário.

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

173

O tópico tamanho da fonte (já mencionado na questão “2”), bem como a qualidade de caixa alta e caixa baixa fazem-se presentes na atual questão, como pode ser revisto no comentário do respondente: “As letras da coluna "compras" estão muito carregadas, ajudaria outro tipo mais fino e usar Mm (nota do pesquisador: caixa alta / caixa baixa)”. (Sobre o iG) A página inicial do portal UOL faz uso mais adequado no que se refere ao emprego de suas fontes tipográficas. É importante notar, que este faz uso de tamanho relativo da fonte, ou seja, através de opções de interface do navegador (Internet Explorer, Netscape entre outros) é possível modificar o tamanho da fonte numa graduação que vai de “Mínima” até “Máxima”. O portal iG não possui esse artifício na sua página inicial, ou seja, o tamanho da fonte apresentado no seu carregamento é fixo, não pode ser modificado pelo usuário de acordo com as suas necessidades. Este é considerado um dos erros mais crassos dentro do universo da usabilidade de interface, especialmente nos casos em que o produto PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

é voltado para um grande público heterogêneo. Como foi mencionado anteriormente, o portal do iG informa (http://200.226.127.87/sites.htm) que o seu público abrange as faixas etárias dentro de 14 a 40 anos de idade. Não será visto em profundidade nesta pesquisa as questões de fadiga visual, distorções da visão (miopia, astigmatismo) ou decréscimo da acuidade visual na velhice, mas apresentar ao usuário a possibilidade de adequamento do produto (especialmente um produto quase que em sua totalidade visual), no que se refere à alteração do tamanho do texto para se lograr maior facilidade de leitura é no mínimo adequado, senão obrigatório. Twyman (1985), sobre a questão da leitura de texto e leitura da imagem comenta: Uma das principais características da linguagem pictórica é que ela não conduz a pronta realização de sentido geral, e isso marca uma das diferenças essenciais entre linguagem pictórica e verbal. Twyman (tradução do pesquisador, 1985: 262) Palavras significam basicamente o mesmo, independentemente do modo como são apresentadas, e quando erros de transcrição ocorrem, eles podem geralmente ser identificados pelo contexto; mas a mensagem de uma imagem pode ser distorcida de tal forma que a própria distorção possa nem mesmo ser percebida. Twyman (tradução do pesquisador, 1985: 296)

Santaella (2001a: 257), realiza uma importante distinção entre a imagem tipográfica e a imagem pictórica. A imagem tipográfica é regida por uma lógica

174

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

digital, ou seja, ela é binária no sentido que uma fonte representa uma idéia única e não um conceito de alto nível de abstração. Ela é sobremaneira denotativa, e a mensagem apreendida da combinação de seus tipos é linear e segmentada. Já a imagem pictórica se expressa em espaço contínuo, sem ordem ou lógica de leitura evidente. Ela funciona por analogia, daí a importância dos interlocutores estarem em comunhão quanto aos seus repertórios. Ela é, sobretudo conotativa e requer abstração para a apreensão de significados. O “índice de matérias”, do portal iG, apresenta-se como um exemplo oportuno na distinção da imagem pictórica e a imagem tipográfica, pois é composto de ambas e foi considerado por vários respondentes (com exceção de um) como um elemento de difícil reconhecimento e propósito. Um sujeito do préteste teceu o seguinte comentário: “Clique na letra para encontrar o assunto: Parece um joguinho.”

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

DIVISÃO DOS SIGNOS (TRICOMIAS) CATEGORIA

I REPRESENTAMEN

II OBJETO

III INTERPRETANTE

PRIMEIRIDADE

Quali-Signo

Ícone

Rema

SECUNDIDADE

Sin-Signo

Índice

Dicente

TERCEIRIDADE

Legi-Signo

Símbolo

Argumento

Quadro 9 – Considerações sobre a questão 12, dentro das Categorias do Signo.

Vários

usuários

expressaram

descontentamento

com

as

cores

apresentadas pelos dois portais. Como visto, um respondente fez o seguinte comentário sobre o iG: “Excesso de azul, precisa equilibrar mais com outros tons e mais suaves.” E em relação ao UOL: “(...) Particularmente eu apenas melhoraria a apresentação gráfica com um conjunto de cores menos agressivo e alguns efeitos 3d nos links. Isso torna o site mais interessante e fácil de navegar”. Como já mencionado, as cores pertencem ao domínio do Quali-signo. Com o uso da mesma cor em diferentes tonalidades, a hp do iG apresenta uma dificuldade ao usuário na distinção das áreas, serviços, ferramentas, etc. A classe de Quali-signo icônico remático fica comprometida. Essa dificuldade se reporta também na representação do signo com o Objeto: Elementos simbólicos (no caso, signos icônicos e indiciais) que não foram devidamente aprendidos pelos usuários (pelos problemas de representação indevida supracitados)

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

175

formam um Legi-signo simbólico argumento impreciso. Na questão do fundamento do Signo com o objeto: o Objeto Imediato não pode ser distinguido seguramente como um recorte do contexto apresentado, como pode ser visto no comentário: “Como página inicial ela tem um excesso de informações, que dificulta o usuário leigo a identificar o propósito da página. A confusão se dá principalmente porque a home mescla notícias, informações e publicidades. A home é muito mercadológica, e acaba perdendo um pouco a isenção. Acho que deveria valorizar mais as informações, criando um espaço próprio para cada informação, ou seja: notícias num link próprio, publicidade num ponto separado, e outras variadades que a página oferece”. (Sobre o iG). No percurso da semeiose, pode-se afirmar que o Objeto Dinâmico não é atualizado apropriadamente na mente do intérprete, pois como visto, existe uma grande difiuldade de distinção e categorização dos elementos de interface da composição. Por fim, no fundamento do signo com o Interpretante, temos o PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

potencial interpretativo (estímulo) e dinâmico: é encontrado um efeito singular, uma reação ativa na mente, mas esta não necssariamente aponta para um interpretante final no qual se enquadraria o elemento de interface de difícil decodificação – seja pela representação confusa ou pela confusão gerada pelo excesso de informação e estímulo: “(...) muita coisa pulando/piscando na tela” (Sobre o UOL / iG) e “Scroll realmente não é bom - mas isso não quer dizer que se deva colocar TUDO que está acontecendo na minha janela!” (Sobre o iG). Tais considerações farão se sentir na representação signo com o Interpretante Final: um Sin-signo Indicial Dicente e um Legi-signo simbólico argumento não apropriados para que os usuários decodifiquem corretamente as informações concebidas pelos criadores do contexto. Sobre a questão recorrente do “excesso de seções”, “excesso de conteúdo” ou “página lotada” (termos utilizados pelos respondentes sobre ambas as home pages apresentadas); perguntou-se aos designers entrevistados, os critérios adotados para se determinar a quantidade de seções presentes na hp. Fernando Zacarias, do portal StarMedia colocou da seguinte forma: “Basically, the number of sections were determined by the Sales Department, with advice from the Editorial Manager and the Design Team. Why Sales? Because since the HP were (and still is) a strong channel to drive traffic to other areas, by putting a promo to a certain page or section would make the traffic of that section grow. Also, if Sales made a deal with a Advertiser and needed to accomplish a certain number of pageviews in Esportes, we promoted that section from the homepage to drive traffic to Esportes and increase the pageviews”. Sobre o mesmo assunto,

176

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

Marcelo Gluz da Globo.com acrescentou: “Tantas quantas forem necessárias pra exibir o conteúdo. O conteúdo manda”.

Somente no portal iBest, segundo

Rodrigo David (Diretor de arte do portal) os interesses do usuário são vislumbrados no que se refere a concepção do conteúdo: “As seções são escolhidas através de pesquisas com os usuários iBest, definições de produto e estratégias comerciais”. Resumindo: A primazia sobre a quantidade / caráter dos elementos dispostos na página inicial de vários portais brasileiros é do setor comercial das empresas – e não poderia ser diferente – afinal, estamos falando de uma operação comercial altamente dispendiosa e lucrativa recíprocamente. Os excessos, muitas vezes são resultado da confluência de interesses comerciais internos e externos a empresa, gerando as “colchas de retalho” ou os monstros “frankenstein” que temos observados em sites de grande porte. O portal StarMedia, segundo o designer Fernando Zacarias, bem como o portal Globo.com, segundo o designer Marcelo Gluz, realizava testes no começo PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

– “porém não é uma prática comum atualmente”. Certamente nem todos os problemas podem ser previstos em user tests antes da vinculação on-line do produto – a internet tem essa característica de fuidez que é formidável; porém difícil de conter ou projetar a longo prazo o fracasso / sucesso de um produto (muitas variantes estão envolvidas e nem todas as influências estão na rede etérea de computadores).

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

177

8.1.2. Parte 2: Experiência com a Internet e Portais de Informação 13. Por favor, enumere em grau de frequência o que você mais utiliza na internet ("1" como MUITO utilizado, "2" como RAZOAVELMENTE, "3" como

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

POUCO utilizado e "4" como NUNCA utilizado).

Gráfico 33 – Freqüência de atividades na internet.

A presente questão busca verificar os hábitos mais freqüentes dos usuários de internet (dentro da faixa etária mais proeminente de possíveis usuários de portais, entre 18 a 34 anos, ocupações diversas) e com isso, compreender os utilitários, ferramentas e conteúdo de interesse mais atraentes para o mesmo. Verificado isto, é possível projetar com maior orientação aos objetivos do usuário e do próprio desenvolvedor / interesses da empresa – traçase uma hierarquia de tarefas de maior ao menor interesse, disponibilizando através de recursos visuais e de navegação (links na primeira porção da página, redundância de links mais ativos, etc.) na página inicial do portal de informação. No tópico “Acessar salas de chat”, é evidente a pouca utilização dos respondentes dos recursos de bate-papo on-line, geralmente encontrados em portais como UOL, iG, Terra, etc. Isso pode gerar a seguinte análise: O recurso de bate-papo em portais de informação é extremamente interessante para “ganhar” a faixa-etária de 12 a 17 anos, e uma parcela menor dentro da faixa de 18 a 34 anos, com motivações diferentes da faixa anterior (busca de parceiros,

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

178

sexo, grupos de interesse voltados para assuntos específicos, etc.). Segundo Leonardo Moura, em palestra proferida no evento Design de Notícias, em 11 de março de 2003, na PUC-Rio, o fenômeno dos chats “ao mesmo tempo é pessoal e extremamente impessoal – você busca o que quer e interage com aqueles que buscam o mesmo que você”; e continua dizendo: “A maior parte dos indivíduos entrantes no séc. XXI foi educado pela TV aberta – o fenômeno digital com os jovens (a partir de 1985) é notável; o afeto virtual é idêntico ou maior que as pessoas do dia-a-dia, fisicamente próximas - não existe estado, limite, barreira territorial”. Portanto: “Conquistar o jovem é conquistar audiência, pois este vive intensamente a relação virtual e passa a maior parte do tempo conectado – destinar conteúdo específico para o jovem, como bate-papo (tribos-segmentado por assuntos, etc.), comunidades (direcionado), BLOG25, etc. trará a fidelização deste público. O tópico “Fazer download”, ou seja, copiar arquivos, programas, música, PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

vídeo, etc. da internet (um servidor / website que se proponha a disponibilizar o conteúdo de interesse) para o PC (computador pessoal) tem como incidência maior o “Muito” e “Razoavelmente Utilizado”. São atividades comuns a todas as esferas etárias e de atividade (acadêmicas, pesquisa, lazer, pornografia, etc.). “Buscas diversas” e “Lazer e entretenimento” acompanham os resultados de incidência do tópico anterior. É notável os extremos encontrados no tópico “E-mail”, onde a utilização é de 100%, e o índice “Nunca utilizado” é nulo. Quem faz uso ativo da web e de portais de informação faz uso de email. É quase uma exigência para a existência on-line - para a comunicação com outros internautas e para o acesso a recursos, serviços gratuitos e pagos, compras, etc. Os tópicos “Ler jornais e revistas” e “Estudos e pesquisa” mostraram também incidência maior de respostas nos tópicos “Muito” e “Razoavelmente Utilizado” – confirmando o fato que os usuários de internet buscam atualidades, informações diversas e específicas para suas áreas de atuação e interesse. “Serviços bancários”, apesar da grande incidência em “Muito utilizado”, ainda encontra resistência de muitos usuários quanto ao uso e acesso a websites de bancos onde o mesmo seria correntista, tendo incidência considerável em “Nunca utilizado”. Demonstra assim a persistente incerteza e desconfiança quanto à segurança da rede e ao uso de informações pessoais

25

Blog: Noun. 1. a shared on-line journal where people can post diary entries about their personal experiences and hobbies (WordNet 2.0).

179

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

para o acesso e pagamento de contas entre outros serviços bancários, devido ao frequente alarde de ataques de hackers a instituições financeiras. “Realizar trabalhos” apresenta incidência similar ao tópico “Estudos e pesquisa”, confirmando a notável tendência de satisfação e confiabilidade que o internauta tem ao acessar conteúdo on-line, devido à praticidade (diversos mecanismos de busca e meta-busca) e profusão de fontes de informação pertinente. “Acesso a conteúdo exclusivo” apresenta-se de forma recorrente como um assunto controverso e polêmico, sendo possível destacar os seguintes comentários dos respondentes: “Pois era o mais barato e pois sou obrigado pelo provedor a escolher um. Por mim não assinava nenhum.” (sobre o portal Terra) e ainda: “Eu sou assinante do Terra, mas não sei se tem algum conteúdo pago. Aliás, acho de última essa visão excludente dos usuários. Considero um portal que restringe acesso aos seus temas, como mais um reprodutor das PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

desigualdades sociais”. Muitos usuários pagam um valor mensal aos portais de informação buscando acesso a conteúdo exclusivo para assinantes, como acesso irrestrito ao conteúdo de revistas, jogos, aplicações, download, conteúdo para celular, disco virtual (o usuário pode “colocar” seus arquivos pessoais online, num espaço reservedo pelo portal) ensaios fotográficos de modelos com fotos “premium”, etc. Ainda assim , conforme mostra o gráfico, a maior incidência ainda é de “Nunca utilizado”. O comentário acima sobre o portal Terra, é flagrante, quanto à sensação de exclusão dos usuários desinteressados ou impossibilitados

financeiramente

em

pagar

por

conteúdo

exclusivo.

Notadamente, esta é uma das formas mais eficientes (apesar de tendenciosas) de se gerar receita com o negócio de portais de informação. Propaganda e anunciantes são uma tendência do passado, e a captação de recursos se volta cada vez mais para a formação de parcerias com outros fornecedores de conteúdo on-line e o oferecimento de conteúdo exclusivo; e mais adiante, em direção à oferta de conteúdo particular, feito sob medida para um usuário somente. Os tópicos “Fazer compras” e “Negócios e finanças” apresentaram elevados índices quanto a pouca e nenhuma utilização. A primeira confirma a persistente desconfiança do usuário para com a possibilidade de fazer compras on-line. Assim como não é tangível o bem adquirido (no momento da compra), não existe uma confirmação física de que o pedido foi recebido pela loja ou similar, assim como não existe uma confirmação segura de que os dados pessoais e de pagamento não serão acessados por meliantes. A realização de

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

180

compras on-line também é vista por muitos usuários de portais como um inconveniente, um ruído dentro de uma interface na qual a grande maioria busca outros tipos de bem diversos dos de consumo, como mostra o seguinte comentário: “Só sei que tem muita perda de espaço aqui pra coisa boba – por exemplo, compras eu não faço, e metade da página aqui é de compras”. (sobre o iG) e ainda: “Reduz a parte de compras, né? Quem vai fazer compras na internet vai prum site de compras, como a americanas.com. Aqui a metade do site é de compras, não estou aqui para comprar. Quem quer ir no submarino, vai direto no submarino – não vai no IG, pra depois ir no submarino. De repente se eu não souber o que fazer, vou fazer compras – isso não acontece comigo”. Fazer negócios on-line, verificar dados da bolsa de valores, realizar investimentos de alto risco estão distantes do usuário comum, que não possue recursos para tais empreendimentos. Não são, portanto elementos de interesse imediato e do cotidiano virtual dos internautas e usuários de portais de PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

informação.

14. Qual a resolução de monitor que você costuma utilizar ao acessar a web no local de maior freqüência.

Gráfico 34 – Freqüência de resolução de monitor.

A questão busca conhecer a comprovação de uma tendência já observada por designers de interface em todo o mundo nos últimos anos. Com a evolução dos sistemas operacionais e o barateamento do hardware e periféricos torna-se possível para a maioria dos usuários, seja qual for o equipamento disponível, fazer uso do computador estacionário ou móvel (laptop) em resoluções de monitor iguais ou maiores do que 800x600 pixels por polegada. A saber, uma polegada é equivalente a 25.400 de um milímetro; e setenta e dois pixels cabem numa polegada - para se ter uma idéia do nível de detalhe possível de ser mostrado num monitor padrão emissor de luz. Nos primeiros anos de

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

181

internet26 ainda se projetava interfaces para a internet com a preocupação de que a área útil do website coubesse na resolução de monitor de 640x48027; o que representava uma proeza para as equipes de desenvolvimento e design para a web, no que se refere a “ajustar” ao pequeno espaço disponível todos os elementos de interface. Conforme dito pelo diretor de criação Fernando Zacarías, em 22de abril de 2004: “In the beginning we were working for 640x480 screens, where the maximum usable width is 620 pixels. Then, on a major redesign, we moved to 770 pixels wide, which is the maximum available for screens of 800x600. The length of the homepage wasn’t rigid, but we tried not to make it longer than three times the height of the screen”. Tradução do pesquisador: “No começo trabalhavamos com telas de 640x480, aonde a maior largura útil é de 620 pixels. Então, num grande redesenho (do portal StarMedia), mudamos para 770 pixels de largura, que é o máximo disponível para para telas de 800x600. O comprimento da página inicial não era rígido, mas tentávamos PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

não exceder três vezes a altura da tela”. Os resultados da questão refletem a tendência vigente: Apenas 2% dos respondentes ainda mantêm a resolução de 640x480, 30% fazem uso da resolução de 800x600 e 31% de 1024x768, confirmando o que tem sido observado na prática. Maior resolução, maior espaço útil, maior área observável e disponível – maior conforto para o usuário. Apenas 9% dos usuários fazem uso de resolução superior a 1024, pois como pode ser observado nas figuras abaixo, o tamanho do texto apresentado (que geralmente é dinâmico em outros websites, ou seja, pode ser mudado via opção de menu do navegador) é menor em resoluções maiores, bem como o tamanho dos ícones e outros gráficos (que não podem ser ampliados em resoluções maiores (salvo em formato reach media) o que gera problemas de leitura e decodificação uma vez apresentados em proporções mínimas, mesmo com milhões de cores disponíveis28 gerando a ilusão de profundidade e dimensão - mesmo para pessoas com boa acuidade

26

O Internet Explorer 3 foi lançado em 1996, seguido pelo I.Explorer 4 em 97. Isso, de certa forma, marca a transição da primeira para a segunda geração de navegadores, pois o Internet Explorer 1 e 2 não chegaram a incomodar a liderança do Netscape, até então o sucessor natural do Mosaic e com o Explorer 3 e 4, o CSS e o DHTML começam a se espalhar e sites mais interativos apareceram. (Marcelo Pereira, em entrevista por e-mail, 26.12.2004) 27 Em 97/98, a resolução de 800x600 era o formato mais usado, seguido de perto pela 640x480. 1024x768 ainda era algo reservado para profissionais de áreas gráficas, mas usuários domésticos mais abastados já estavam usando monitores de 15 ou 17 polegadas. (ibid) 28 Em 97 o limite de 256 cores já estava ficando obsoleto. Muitos PCs eram vendidos com placas de vídeo de 16 bits, ou seja, o uso de 64 mil cores já era padrão e as 16 milhões de cores já eram usadas por muitos usuários com máquinas um pouco melhores. As placas de vídeo de 24 bits datam do final da década de 80. Quando a Apple lançou o Macintosh II em 1987, ela elevou o patamar gráfico dos computadores e vários fabricantes de PC começaram a lançar micros com um nível gráfico semelhante. (ibid)

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

182

visual. Conforme dito em entrevista por Rodrigo David, diretor de arte do portal iBest SA, em 12 de abril de 2004: “A resolução das páginas é definida através das estatísticas de acesso do portal. Geralmente desenvolvemos layouts compativeis com resoluções de 800x600 e superiores, atingindo 95% de nossa base.” Quanto maior o espaço disponibilizado pela resolução de monitor, menor a proporção dos elementos contidos nesse espaço. Com tanto espaço disponível os designers de web começaram a tentar a proveitar o espaço disponível o máximo possível, preenchendo a todo o custo com os elementos de interesse do usuário e certamente dos clientes / proprietários. Interessante observar, porém, o número considerável de usuários respondentes da pesquisa que desconhecem a resolução de monitor apresentada em seus monitores: vinte e oito por cento – pode-se considerar como responsável por esse desconhecimento a falta de intimidade com os sistemas operacionais (como exemplo, os mais conhecidos: PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Windows, Macintosh29 e Linux30, entre outros de menor alcance).

Figura 34 – Internet Group “iG”, na resolução de 640x480. Acesso em 02 de junho. 2004.

29

Macintosh: s. Macintosh (tipo de computador pessoal da empresa Apple) (Babylon EnglishPortuguese). 30 Linux: s. Linux, sistema operacional para computadores compatíveis a UNIX que é possível retirá-lo (fazer download) da Internet (Babylon English-Portuguese).

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

183

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Figura 25 – Internet Group “iG”, na resolução de 800x600. Acesso em 02 de junho. 2004.

Figura 36 – Internet Group “iG”, na resolução de 1024x768. Acesso em 02 de junho. 2004.

15. Qual a velocidade de conexão utilizada no local onde você costuma acessar a web?

Gráfico 35 – Freqüência de velocidade de conexão.

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

184

Os resultados obtidos a essa questão são extremamente interessantes no que se refere a apontar para uma tendência muito atual: O usuário comum, com poder aquisitivo médio têm considerado viável a assinatura de conexões de maior porte, acima das de modem discado padrão (uso da linha telefônica, com velocidade máxima de 56 kbytes por segundo de transferência de arquivos da rede para o computador). A saber, 1 kbyte são 1024 bytes. Atualmente, o valor estimado em conexões a cabo de 128 kbytes por segundo é próximo a R$50,00 mensais (fora custos contratuais obrigatórios com o provedor de internet, como o iG, UOL, Terra, etc.). Conexões aonde a transferência de dados excede a velocidade de 512 kbps por segundo é em sua maioria utilizada por grandes empresas, universidades e pessoas de maior poder aquisitivo e com acesso a transmissão de dados via rádio (tecnologia bluetooth31). O fato da conexão de maior porte estar sendo cada vez mais utilizada e ficando cada vez mais popular poderá mudar os paradigmas que orientam a criação de websites, inclusive os PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

de grande porte e grande alcance como os portais. Segundo notícia do IBOPE, (http://www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect?temp=5&proj=P ortalIBOPE&pub=T&db=caldb&comp=Notícias&docid=343A7C1254F4D5688325 6ECA00657AA1) de 01/05/04: “Realizamos uma pesquisa ao longo do primeiro trimestre com os usuários domiciliares de linha discada e verificamos que 29% planejam adquirir uma conexão de banda larga nos próximos 12 meses, principalmente para facilitar o acesso ao conteúdo audiovisual como música e vídeo", destaca Marcelo Coutinho, diretor de serviços de análise do IBOPE//NetRatings. (...) No relatório, os domínios pertencentes ao UOL, Terra e MSN apresentam os maiores números absolutos de usuários em alta velocidade, enquanto alguns sites de música e vídeo do Terra e da Globo.com apresentam mais que o dobro de visitantes em banda larga do que em linha discada. (...) Embora não ocupe uma posição de liderança quando falamos em números absolutos, é um caso interessante, pois trata-se de uma rede tradicionalmente associada com um consumidor de menor poder aquisitivo", destaca o estudo. Ainda segundo o IBOPE//NetRatings, o preço da conexão é apontado por 30% dos entrevistados como um dos principais fatores que dificultam a instalação de banda larga nos domicílios. Com uma maior velocidade de conexão – o que implica em menor tempo de descarregamento dos arquivos constituintes da página; os critérios de peso 31

Bluetooth: n. open specification for short-range wireless communication between various types of communication devices (such as cellular telephones, pagers, hand-held computers, and PCs) (Babylon English-English).

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

185

em kbytes dos arquivos disponiblizados (os arquivos presentes na própria interface) deve aumentar – com isso aumentando a qualidade e os recursos multimídia (animação audio e vídeo, além de outros recursos mais complexos e pesados para a conexão via modem discado), o que permitirá maior controle e maiores oportunidades de controle e “customização” da interface pelo usuário. Sobre qual seria o tempo ideal (atualmente) para o carregamento de uma home page, Rodrigo David, diretor de arte do portal iBest SA, em resposta a entrevista por email recebida em 12 de abril de 2004 tem a dizer: “Tempo ideal? Um segundo. Esta é a meta. Infelizmente não é tão fácil assim. Carregar milhares de linhas de código e imagens ainda consome alguns desagradáveis segundos de espera. Como o peso é sempre encontra um limite, temos que trabalhar para melhorar a percepção do usuário em relação ao carregamento. (...) O tempo "aceitável" no momento gira em torno dos 30-45s em banda estreita”.

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

16. Quais dos portais abaixo você já acessou? Marque mais de uma opção caso afirmativo para vários.

Gráfico 36 – Freqüência de portais já acessados.

As respostas obtidas foram similares aos números apresentados pelo IBOPE em setembro de 2003, aonde podem ser observados os domínios mais visitados no período.

A questão buscava obter dados referentes ao

conhecimento pelo usuário dos portais brasileiros em evidência nos últimos anos. Percebe-se a força expressiva que a mídia televisiva e impressa – além da própria internet (através do email e banners em outros sites) têm sobre as

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

186

pessoas. Mesmo que muitos dos respondentes a esta pesquisa não sejam usuários dos portais, 100% destes já acessaram em algum momento a página inicial – e possivelmente algum desdobramento – dos portais supracitados.

17. Você prefere algum dos portais abaixo em relação aos outros? Marque

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

opção única.

Gráfico 37 – Preferência dentre a seleção de portais.

É evidente o descontentamento com os portais mencionados. 37 de 100 pessoas não têm preferência específica por algum portal em relação aos concorrentes. Comentários como este: “Cansei tanto da poluição visual que o coloquei como página inicial do meu browser o Google. Assim entro e já coloco o assunto que quero pesquisar e não fico sofrendo estas sobrecargas características dos portais” e este: “É igual a qualquer outra”, mostram a indistinção entre um portal e seus concorrentes – segundo os comentários dos usuários, praticamente todos pecando pelo excesso. O portal do UOL e do Globo.com tiveram uma apreciação positiva maior que a dos concorrentes (seguidos de perto pelo Terra), segundo comentários: “Eu acho o Portal da globo muito fácil de navegar e apesar da grande quantidade de informações que ele disponibiliza na primeira página, ele se vale da barra de rolamento para não deixar a primeira área de visualização "entulhada"; e este: “Encontro bastante coisa que me interessa nele, não preciso procurar nos outros. Gosto da velocidade do UOL também, apesar que hoje a maioria dos portais são rápidos”.

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

187

18. Você é assinante (acesso a conteúdo pago) de algum dos portais

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

abaixo. Marque mais de uma opção caso afirmativo para vários.

Gráfico 38 – Assinatura dentre a seleção de portais.

Comentários dos usuários (período de 06/03 a 19/06/2004): Assino (Globo.com): “Porque é um portal confiável e estava fazendo uma promoção atraente”. Assino (Terra): “A RioLink, que usava anteriormente, foi comprada pelo Terra”. Assino (Terra): Pois era o mais barato e pois sou obrigado pelo provedor a escolher um. Por mim não assinava nenhum. Assino (Terra): Eu sou assinante do Terra, mas não sei se tem algum conteúdo pago. Aliás, acho de última essa visão excludente dos usuários. Considero um portal que restringe acesso aos seus temas, como mais um reprodutor das desigualdades sociais. Assino (UOL): Na época que eu não entendia nada de internet, ganhei um CD ROM promocional da UOL. Desde então, sou assinante desse provedor. Assino (UOL e Globo.com): O conteúdo exclusivo tenho acesso a globo.com e a Uol.

Os resultados obtidos nessa quesão são bastante reveladores. Portais como o iG, que se afirma como um “provedor gratuito de intenet” possui diversos produtos e serviços pagos, como o “iG Acesso Aditivado”, “Big Mail”, “HPG”, “iG Backup”, “Log Me”, “Red Sex”, “Super iG” entre outros – nenhum dos 100 respondentes comentou a assinatura de algum dos serviços mencionados. No que se refere ao Universo On-Line e o Terra, que obtiveram maior incidência das respostas, observa-se comentários como: “Na época que eu não entendia nada de internet, ganhei um CD ROM promocional da UOL. Desde então, sou

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

188

assinante desse provedor”. Tal afirmação mostra o sucesso dos “famosos” cds de instalação de portais como o Terra, UOL e AOL aonde através do mesmo se obtinha acesso gratuito a conteúdo exclusivo por um tempo determinado. Comentário deveras interessante surgiu referente ao portal Terra: “Eu sou assinante do Terra, mas não sei se tem algum conteúdo pago. Aliás, acho de última essa visão excludente dos usuários. Considero um portal que restringe acesso aos seus temas, como mais um reprodutor das desigualdades sociais”. A grande maioria dos respondentes não é assinante de portal algum. Porém, alguns serviços de conexão a cabo obrigam seus assinantes a realizar a conexão através de algum portal, como é visto no seguinte comentário: “Pois era o mais barato e pois sou obrigado pelo provedor a escolher um. Por mim não assinava nenhum” – mostrando o descontentamento do respondente quanto ao gasto adicional – e revelando o acordo lucrativo entre provedores e portais de

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

informação.

19. Qual o seu comportamento em relação à propaganda on-line? Se julgar necessário, é possível marcar mais de uma alternativa.

Gráfico 39 – Comportamento em relação à propaganda on-line.

Comentários dos usuários (período de 06/03 a 19/06/2004): “Minha primeira ação foi fechar o popup de publicidade, nem li o que ele apresentou”. (Sobre o IG) “Minimizar a janela do pop up, porque atrapalhava minha visão da pagina”. (Sobre o IG) “Reduz a parte de compras, né? Quem vai fazer compras na internet vai prum site de compras, como a americanas.com. Aqui a metade do site é de compras, não estou aqui

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

189

para comprar. Quem quer ir no submarino, vai direto no submarino – não vai no IG, pra depois ir no submarino. De repente se eu não souber o que fazer, vou fazer compras – isso não acontece comigo. Essa parte vermelha, tão grande e inutilizada. Agora que eu vi “americanas.com frete grátis” – agora que eu vi um “grátis” aqui no final, tão pequenininho... E amarelo com fundo vermelho - não ia descobrir nunca”. (Sobre o IG)

Segundo Nascimento (2001: 176) em sua dissertação de mestrado, 77% dos 200 respondentes a sua pesquisa consideram o pop-up uma mídia que atrapalha a navegação, 88% sequer lembravam da mensagem vinculada pelo banner e 66% fechavam o pop-up sem observar a sua mensagem. Nielsen (2002: 29) fala do fenômeno que ele denomina “cegueira de banner” – ou seja, os usuários em sua maioria já conhecem seus formatos mais tradicionais (full, half e similares) e como resultado ignoram os mesmos; acabam, porém, por ignorar itens de alta prioridade caso estes estejam

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

colocados próximos aos banners – “(...) usuários frequentemente ignoram os banners e tudo o que estiver acima da área dos banners”. Tal fenômeno foi observado no seguinte comentário, postado por um dos respondentes desta pesquisa: “Banners não me chamam a atenção – ignorei o topo. Para mim a página começa abaixo dos banners.” (Sobre o IG). Atualmente vários navegadores possuem recursos de impedir o carregamento dos irritantes banners pop-up (pequenas janelas que surgem sem a intervenção do usuário), além de diversos programas que podem ser associados aos navegadores com esse propósito. Tal irritação pode ser verificada no seguinte comentário de um respondente: “Fechar o pop up de propaganda sem ler. Não gosto de propagandas desse tipo” (Sobre o UOL). Foi observado que 59 de 100 pessoas fecham os banners pop-up sem sequer ler o conteúdo proposto. Três pessoas apenas marcaram a opção “Costumo clicar” nas propagandas. Trinta e um dos respondentes “Nunca prestam atenção” nos banners de um modo geral. Ainda assim os banners resistem. Surge a seguinte questão: Será que o retorno financeiro sobre esse tipo de propaganda compensa esse inconveniente sobre os usuários? Quanto será que se ganha e quantos usuários desistem de portais que vinculam banners pop-up (algo que dificilmente poderia ser mensurado)? Quanto a essa questão o Diretor de arte da iBest S/A, Rodrigo David (entrevista cedida por email em 12. 04. 2004) teceu o seguinte comentário: “Boa pergunta. Eu sinceramente acho não e acredito que em pouquíssimo tempo os popups irão sumir da face da terra. A nova versão do Internet Explorer (incorporada ao Windows XP SP2) já vem com um "popup killer" integrado.

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

190

Significa que mais de 90% dos usuários terão a escolha de ver ou não este tipo de mídia... Por isso os novos formatos de mídia são tão importantes”. O designer Fernando Zacrias, Diretor de criação da StarMedia (entrevista cedida por email em 22. 04. 2004) coloca: “Well, right now there’s pop ups everywhere. Back then, we used the popups just for big advertisement campaigns, and even though most people dislike them, the click through rate (porcentage of users that click on it) was much bigger than banners and other solutions”. Baseado na resposta acima, verifica-se que a os banners pop-up ainda fazem mais sucesso do que os banners inseridos no corpo da página, sistematicamente ignorados pelos usuários (segundo Nielsen, 2002) – supostamente porque atraem a atenção devido ao surgimento sem qualquer requisição do usuário. No ítem “Já fiz alguma compra ou visitei outro site em função de mensagens de propaganda” tivemos um valor considerável de respondentes: vinte e oito – tal fato possivelmente indica que os banners (independente de serem considerados uma PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

irritação, um inconveniente, um ruído, etc.) cumprem sua função: A propaganda em massa e a insistência da mesma sobre o público / usuário geram retorno financeiro considerável. Os tempos mudam, porém, e dispositivos são criados para impedir essa situação de “não controle” do usuário. Daí a importância da vinculação de propaganda em outras mídias e formatos que preferencialmente sejam disparadas pelo usuário, ou que não surjam como um ruído, um incoveniente. Sobre o assunto, o designer Rodrigo David fez o seguinte comentário: “É preciso desenvolver formatos de mídia inovadores, que sejam interessantes, divertidos e o principal: pertinentes. É um desafio difícil criar peças que não degradem a interface do portal e que não perturbem a navegação do usuário. A equipe de criação trabalha lado a lado com o comercial no desenvolvimento destas peças e na maioria dos casos o sucesso é total e absoluto, tanto para a imagem do portal quanto para o cliente. Infelizmente nem todas as peças são desenvolvidas pela nossa equipe. A grande maioria é veiculada diretamente pelo departamento comercial e algumas realmente não são boas. Sempre que encontramos uma peça que possa prejudicar a imagem do portal tentamos negociar um redesign com o departamento comercial”.

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

191

20. Quanto tempo em média você observa a home page de um portal até clicar no conteúdo de interesse?

Gráfico 40 – Tempo médio até a ativação de assunto de interesse.

A questão busca conhecer (em média) quanto tempo um usuário dedica à observação do conteúdo da página inicial e com isso obter um parâmetro de comportamento com relação à home page – o usuário observa todo o conteúdo

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

de notícias? Lê todas as chamadas ou algumas delas? O usuário observa as ferramentas, promoções e outras novidades? Ou o usuário busca somente o conteúdo de seu interesse, relevando todo o resto? A grande maioria dos respondentes (50%) marcou a opção “De 5 a 10 segundos” – o que indica que grande parte do conteúdo desponível, apesar de ter entrado no campo perceptivo (visual) do usuário, não foi lido ou decodificado; não atraiu a atenção. Os resultados confirmam os números obtidos na questão 4, que pergunta se algum outro elemento da home page atraiu a atenção que o/a fez (ou poderia fazer) mudar seu interesse inicial. 54% dos respondentes marcaram a opção “Não” para a hp do iG e 66% para a hp do UOL. Tal tempo curto permitiria apenas um apanhado geral do que está sendo apresentado, sendo que a intenção inicial deste usuário se manteve no seu objetivo (seja entrar no email, ler uma notícia, buscar o link do assunto / editoria de interesse, etc.). Poucos respondentes escolheram a opção de “35 a 60 segundos” ou “Mais de um minuto”. Eventos de atualização da página – que modificam banners e editorias - e ocorrem em média de 5 minutos após o carregamento da hp não seriam detectados pelos usuários.

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

192

21. Você costuma observar o conteúdo periódico como notícias, eventos e promoções?

Gráfico 41 – Observação do conteúdo periódico.

A pergunta busca compreender se o usuário (em sua maioria) busca o conteúdo periódico e dinâmico de chamadas jornalísticas, editorias, eventos e promoções oferecidos pelo próprio portal iG ou em parceria com outras empresas – ou se o seu foco de interesse está em outros conteúdos oferecidos PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

pela página inicial, como ferramentas específicas (email, disco virtual, Blig, batepapo, etc.). Ao que indica o gráfico acima, as notícias e promoções cumprem seu papel atraindo a atenção do usuário e convidando ao clique, pois são mostradas atualidades sobre a cidade, o país e o mundo. Sobre esse assunto, o designer Flaco Zacarias, do portal StarMedia, teceu o seguinte comentário: “One of the main sections was News. Even though our target wasn’t looking for news, it helped to give the users a sensation of “fresh” content. We displayed political, sport and entertainment news. Also, we gave our main products a good space and position in the homepage. Those products were chat and email. Then, advertising, Search and other channels, in that order of hierarchy”.

22. Você desce o scroll de rolagem vertical para conhecer todo o conteúdo disponível na hp de um portal?

Gráfico 42 – Rolagem do scroll vertical.

193

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

Figura 37 – Universo On-Line “UOL” com todo conteúdo vertical apresentado (simulação com linhas horizontais vermelhas destacando as porções visíveis por rolamento). Acesso em 27 de setembro. 2004.

A figura acima mostra a altura que a página inicial do Universo On-Line ocupa devido ao seu conteúdo e indica (a partir das horizontais vermelhas) qual seria a área visível na tela – numa resolução de monitor de 800x600. Ou seja, seriam necessários mais dois desdobramentos de tela (scroll de rolagem vertical) para que todo o conteúdo escondido fosse conhecido pelo usuário. A página inicial do portal do iG se acomoda quase totalmente em uma única tela (na resolução de 800x600) e totalmente na resolução de 1024x768, evitando

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

194

portanto a rolagem vertical – apresentando, porém, problemas de superlotação de conteúdo, como pode ser visto no comentário de um dos respondentes: “Scroll realmente não é bom - mas isso não quer dizer que se deva colocar TUDO que está acontecendo na minha janela!”. A maioria dos respondentes (51%) desce a barra de rolagem para observar o conteúdo não apresentado na primeira tela, porém conforme apontado em resultados na pesquisa Eyetrack 2004 (http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=294ENO001) a maioria dos usuários prefere fazer leitura dinâmica, detendo-se apenas no que poderia se destacar do resto da página – daí a importância de se colocar na primeira tela o conteúdo de maior interesse do usuário e certamente o conteúdo que poderia gerar receita para a empresa/grupo proprietária/o do site. Um número expressivo de usuários (32%), como pode ser observado no gráfico, marcou a opção “Raramente desço o scroll para observar o conteúdo escondido”, o que comprova o fato que várias pessoas se detêm apenas na PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

primeira tela apresentada na situação de uma página inicial de um portal de informações. Sobre a questão da disposição das seções carregadas na home page do portal de informação do portal iBest e os critérios adotados para se configurar disposição e ordem de leitura, o designer Rodrigo David respondeu: “A disposição dos elementos na home é resultado de uma analise cuidadosa da equipe de arquitetura da informação. Destacamos os blocos de informação por ordem de prioridade de leitura, visando sempre o conforto e do usuário. Através das estatísticas de acesso conseguimos mapear o perfil dos usuários iBest e tentamos, sempre que possível, casar o nosso layout com estas preferências”. Em resposta a essa questão, Marcelo Gluz, designer da Globo.com colocou: “Essas são questões projetuais inerentes ao panorama da empresa naquele momento. Pra encurtar procuramos isolar o shopping na coluna da direita e expor na esquerda acima o conteúdo mais relevante”. As respostas demonstram preocupação com as questões de hierarquia e prioridade de leitura e visualização do conteúdo disponibilizado por cada um dos portais.

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

195

23. Você faz uso dos serviços encontrados na barra horizontal de navegação da home-page (encontrada logo abaixo dos banners no topo da página, geralmente localização dos serviços ao assinante)?

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Gráfico 43 – Uso da barra de navegação horizontal.

Figura 38 – Internet Group “iG”, na resolução de 1024x768 – Destaque para a barra de ferramentas horizontal. Acesso em 02 de junho. 2004.

Quando um sujeito perguntado no pré-teste do formulário on-line (28.02.2004) sobre a barra de ferramentas horizontal do iG (logo abaixo dos banners) deu a seguinte resposta: “Não me chamou atenção eu estava ignorando até agora”. Tal afirmação reforça a teoria da “cegueira de banner”, proposta por Nielsen (2002) na qual além do próprio banner ser ignorado (devido ao seu formato e localização já conhecidos pelos usuários de um modo geral) outros elementos, ferramentas e itens de navegação de vital importância para o portal (e para o usuário) acabam por ser “tragados” juntamente com o banner, não recebendo a devida atenção. Importante notar que a questão se referia às barras de navegação de um modo geral, de qualquer página inicial de um portal

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

196

de informação. Apesar de 41% dos respondentes terem marcado a afirmativamente o uso da barra de navegação horizontal, um número expressivo não faz uso (25%) ou raramente faz uso (34%). Questões referentes à significação, identidade, destaque, pregnância da barra de navegação como um todo e seus elementos constituintes, hierarquia de leitura, bem como o posicionamento da barra na composição da página inicial devem ser repensados.

24. O que você acha de uma home page que se atualiza automaticamente? (a tela fica em branco como se o usuário estivesse acessando pela primeira

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

vez e novamente os componentes da página são descarregados).

Gráfico 44 – Sobre a atualização automática da hp.

Comentários dos usuários (período de 06/03 a 19/06/2004): “Opa, mais uma vez o recarregamento, você sempre tem a impressão que tocou em alguma coisa – poderia pelo menos ter uma mensagem como “site recarregando”. (Sobre o iG)

Figura 39 – internet Group “iG”. Tela capturada no momento do recarregamento – alguns elementos carregam antes dos outros. Acesso em 04 de agosto. 2004.

Apesar deste evento (o recarregamento automático da página) não ser percebido por muitos usuários, pois como verificado na questão 20 a maioria dos

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

197

usuários permanece na hp apenas por 5 a 30 segundos em média – e o recarregamento ocorre 5 minutos após a primeira carga. Sabidamente o recarregamento é responsável pela rotação dos banners e editorias, ou seja, outros banners entram no lugar do anterior e o mesmo ocorre com algumas chamadas jornalísticas. Este evento ocorre em grande parte por interesses comerciais, pois os anunciantes querem ter suas promoções incluídas na página inicial de um portal que tem uma média de um milhão de visitantes únicos por dia. As editorias também se modificam com a atualização automática, pois os portais tem como escopo apresentar conteúdo atualizado (através do Último Segundo no iG e da Folha Online no UOL). Como foi relatado pelos sujeitos do pré-teste do formulário on-line (28. 02. 2004), a não intervenção ou não ação do mesmo sobre este evento, gera desagrado nos usuários. O sujeito 1 (pré-teste do dia 28. 02. 2004) durante o evento de atualização da página inicial afirmou: “Opa - Será que esbarrei no PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

teclado? A página foi atualizada? Não tomei nenhuma ação para isso. Não gostei, perdi o controle da situação”. É fato: O usuário não gosta de perder o controle (salvo exceções como websites e outros produtos digitais com essa proposta declarada de forma evidente). Sobre a rotatividade de editorias e notícias, o sujeito 2 – sobre a hp do iG, expressou: “Acho que se estivesse pesquisando alguma coisa mais a fundo e tivesse mudado, poderia ter perdido a concentração...e as chamadas do “Último Segundo” mudaram – se tivesse interesse em clicar em alguma das anteriores teria perdido a chamada”. Esse fato é alarmante e poderia gerar desagrado, desconfiança ou desistência sobre o conteúdo / proposta do portal citado; não pode ser encontrado no mesmo um link para notícias anteriores, ou um histórico de notícias – ou seja, o usuário teria de fato perdido o acesso ao conteúdo de interesse e tal fato é considerado de alta gravidade em pesquisas e avaliações de usabilidade.

Como será visto no

capítulo adiante, sobre as recomendações para o criação de portais, esse evento deveria ser requisitado pelo usuário – seja a hp como um todo, seja somente o segmento / área de notícias.

198

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

25. Por favor, enumere em grau de importância ("1" como MUITO importante, "2" como RAZOAVELMENTE, "3" como POUCO importante e "4" como NADA importante) as características que você gostaria de

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

observar na home page de um portal de informação.

Gráfico 45 – Características de interesse que poderiam ser vinculadas na hp.

Questões sobre o futuro dos portais de informação e as novas tendências que irão modificar as formas de se interagir com um sistema digital permeiam vários círculos de profissionais e desenvolvedores de mídias digitais. Muita especulação é feita – e diversas características que estariam contidas numa programação dinâmica e facilitadora da interface muitas vezes são consideradas inviáveis, baseadas na tecnologia atual, no curto tempo para o desenvolvimento e na alocação de recursos profissionais e financeiros. A questão proposta não teve como escopo considerar tais questões, mas verificar com os usuários de internet e portais de informação o que seria considerado pelos mesmos como os recursos ideais para facilitar sua fruição / interação com uma página inicial de um portal. Muito se discute sobre como conceber uma interface

adequada

para

um

público

específico;

e

muitas

vezes

o

desenvolvimento de projetos deste tipo já se inicia impregnado de restrições – o que cerceia a liberdade criativa, as intenções de se “quebrar paradigmas”. Os itens apresentados nesta questão foram concebidos durante anos de experiência do pesquisador, criando e participando de equipes de criação de mídias digitais interativas para a internet, com foco em grandes públicos heterogêneos. É a

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

199

visão de um designer de interface e não de um engenheiro de computação ou um desenvolvedor da área de informática. As problemáticas sobre a implementação das características sugeridas será vista no capítulo de “Recomendações”. Em entrevista feita por email, o designer Rodrigo David, da iBest, quando perguntado sobre o futuro das home pages, fez a seguinte afirmação: “Eu acho que a adaptar as páginas ao usuário e não os usuários as páginas. Precisamos criar sites mais inteligentes, que possam identificar as preferências dos usuários sem qualquer tipo de pesquisa ou interação. Ninguém é obrigado a ler ou ver o que não interessa. Temos que tornar o conteúdo mais eficiente, personalizar até o último bit... Aí sim teremos uma nova revolução na Internet. Bater na mesma tecla anos e anos não adianta”. Em relação à mesma questão, o designer Marcelo Gluz da Globo.com colocou: “A Internet caminha em direção a mídia televisiva, assim como a Tv caminha em direção à mídia interativa”. Ambos os PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

designers apostam na personalização do conteúdo, aonde os usuários e seu comportamento definiriam (via customização ou a partir do próprio uso) como a informação seria vista, quando e principalmente: o que seria visto. De que forma a propaganda seria vinculada nesse contexto ainda é uma incógnita – afinal muitos usuários se recusariam a vê-las se lhes fosse dado essa possibilidade. Conforme pode ser visualizado no gráfico acima, o tópico “Uma home page que me dá as boas vindas conhecendo o meu nome”, recebeu uma avaliação de importância baixa, com 41 votos contra 15 – referente à avaliação de “muito importante”. Ao que esse resultado indica, essa manifestação do passado das páginas de internet não é mais vista como algo fundamental pelos usuários – estes não serão seduzidos ou ganhos por esse recurso. Sobre este assunto, Gisele Moura, uma das respondentes do fomulário on-line aceitou ser entrevistada por email (respostas cedidas em 21 de maio de 2004) sobre a presente questão; e respondeu: “Eu gosto muito da questão de ser identificada do meu sistema saber quem eu sou, porém em sistemas como intranet32 ou sites com conteúdo exclusivo. Qual motivo? O motivo é simples em um site de acesso exclusivo eu previamente já preenchi um cadastro dizendo as minhas preferências já disse como quero ser tratada e mais já me indentifique dizendo meu log in e a minha senha. Veja que em todos os momentos Eu(usuária) fiz o contato, impostei meus dados no banco de dados de tal portal. O usuário é quem

32

Intranet: Rede corporativa que utiliza a tecnologia e a infra-estrutura de transferência de dados da internet na comunicação interna da própria empresa ou comunicação com outras empresas. (WebDic).

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

200

traz a informação, o usuário é quem quer. Diante disso o sistema monitora o que ele faz no site pelo se banco de dados e informações mas neste caso o usuário sabe. Por exemplo a americanas sabe exatamente todas as compras que eu fiz. Que tipo de música eu gosto e etc... Ultimamente os portais que conheço enviam cookies33, similares, para as máquinas dos usuários que armazenados nas pastas temporárias do computador do usuário são recolhidos(ou enviam mensagens) na próxima vez que usuário acessar o site. Na maioria das vezes os usuários não percebem ou nem sabem que eles existem. O fato é que isso abre portas da segurança da máquina do usuário para programas maliciosos e mexem nas preferencias dele sem ele querer, o que às vezes parece bom pode virar um transtorno”. O tópico seguinte, “Uma home page que permite a modificação do seu conteúdo (mover elementos, remover conteúdo desinteressante, modificar cores)”, teve um resultado de opiniões equilibradas, quanto a sua importância. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Analisando esse resultado, poderíamos considerar o fato de que nem todos os usuários teriam interesse / disposição para realizar tais tarefas. Num universo repleto de tantas informações e opções, talvez a oferta de novos recuros de modificação do conteúdo da página (mesmo que para reduzir o conteúdo) não seriam de interesse imediato do usuário – talvez o sistema devesse “detectar” quais seriam os hábitos e interesses do usuário; e conforme mencionado por Gisele Moura no tópico acima, o próprio usuário deveria poder decidir até que ponto o sistema deveria registrar suas particularidades. Já o item “Uma home page que mantém as minhas preferências (e-mail, login, buscas frequentes) nas visitações seguintes”, obteve um resultado bastante contrastante com o anterior, uma vez que recebeu 44 votos considerando essa opção como “muito importante” e nove apenas como “nada importante” – reforçando a consideração anterior sobre a possibilidade do próprio portal registrar e manter as identificações e buscas realizadas pelo usuário a partir da hp. O item “Uma home page que faz sugestões de conteúdo baseado nas minhas preferências e visitações prévias” apresentou também uma maior incidência de votos como “muito importante”, porém não tão acentuado em seus extremos como o ítem anterior – a graduação de “muito importante” (com 31 votos) para “Razoavelmente” (com 26), em direção a “Pouco importante” (22) e

33

Cookie: (...) bloco de dados que um servidor (ou site da internet) armazena no disco rígido do usuário com fins de identificação e pesquisa (usado para a promoção de vendas e serviços na Internet) (Babylon English-Portuguese). Ver mais em: http://www.microsoft.com/info/cookies.htm.

201

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

por fim “Nada importante” (15 votos) foi bastante equilibrada. Apesar da apreciação positiva maior pelos respondentes sobre essa opção, muitos não consideraram de extrema importância tal recurso – talvez porque o usário não queira ser importunado ou influenciado por sugestões do sistema; talvez porque este seria um lembrete que sua privacidade e hábitos estão sendo monitorados. Já

o

tópico

“Uma

home

page

que

modifica

sua

estrutura

automaticamente segundo as minhas preferências (links mais clicados em evidência, atalhos para as páginas mais acessadas)”, teve uma apreciação positiva superior ao tópico anterior; aonde pode ser observado que as opções “muito importante” e “razoavelmente importante” receberam o dobro de votos que as opções “pouco” e “nada importante” (somadas as duas primeiras temos 67 votos, em contrapartida temos 28 votos somadas as duas últimas). Possivelmente os respondentes não tenham encarado esse recurso com algo interventivo ou invasivo a privacidade do usuário – de fato, este seria um recurso PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

extremamente prático, pois economizaria tempo e a carga cognitiva do usuário, uma vez que estaria destacando de alguma forma os links e ferramentas utilizados com freqüência pelo mesmo. O tópico “Ao me deparar com figuras ou ícones de interpretação imprecisa gostaria de ter acesso a uma explicação instantânea do elemento” teve considerado como “muito importante” um número expressivo de votos: 61 – em contapartida teve somente 5 votos para “nada importante”. Os números reafirmam o que se tem observado em vários elementos de interface: ícones confusos, links com pouca clareza a que se reportam, minúsculas fotos em editorias sem qualquer texto explicativo, etc. A tendência geral que se observa nas home pages de portais é a profusão de informação multimidiática – distintos comportamentos de interface muitas vezes sem “dicas” suficientes do que se está falando. Recursos de explicação daquele elemento impreciso quanto a sua expressão e resultado seriam muito bem recebidos pelos usuários ao que os resultados indicam – sugestões serão vislumbradas no próximo capítulo. Os tópicos “Uma home page não saturada de figuras, links e texto”, “Uma home page não saturada de banners e outras propagandas” e “Uma home page onde localizo facilmente os itens do meu interesse” apenas reforçam o que se observou em diversos momentos nesta pesquisa: A saturação é vista com grande incômodo pelos usuários – e por que não dizer: por qualquer observador. O último item da questão, “A possibilidade de fechar todos os banners (pop-up, fixos, animados)” apresentou um resultado muito interessante: Os respondentes desta pesquisa consideraram o tópico “Uma home page que

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

202

permite a modificação do seu conteúdo“ como razoavelmente ou pouco importante devido a questões já analisadas, porém expressou através da grande incidência de votos na opção “muito importante” (78 contra 2 apenas para “nada importante”) interesse e disposição para através de recursos do sistema eliminar as áreas de propaganda dentro da página inicial de um portal. Definitivamente o excesso de banners, pop-ups e áreas destinadas a vendas e parcerias comerciais estão fatigando os usuários. Foi perguntado em entrevista por email para o designer Rodrigo David do portal iBest, sobre a possibilidade de um usuário fechar ou impedir o carregamento de grande parte da publicidade em um portal - Isso poderia gerar o seguinte resultado: A satisfação do usuário deve aumentar, bem como a frequência, porém a receita pode decair. A pergunta: Como um portal poderia manter sua receita com menos publicidade a vista dos usuários (estes iriam ver todas as propagandas apenas na primeira vez, depois poderiam fechar a maioria e não reabrir caso não queiram). Será que isso pode PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

funcionar? Questões comerciais irão permitir tal novidade? “Acho que publicidade é só uma das formas de receita de um portal. Provavelmente uma das menores. Nenhum site pode depender exclusivamente de mídia para sobreviver. Acho a idéia muito boa porque fideliza os usuários. Eles vão entrar e pensar: "oba, finalmente um site sem banners e sem popups, que maravilha!" e provavelmente irão voltar. Agora, nem tudo são flores. É importante colocar na ponta do lápis a questão usabilidade x receita. Procure encontrar o "meio termo" para não oferecer conforto demais e receber dinheiro de menos... Faça testes, tente medir o crescimento com e sem banners e veja o quanto você está ganhando. Com uma base maior de usuários você pode pensar em outras possibilidades como trabalhar um permission marketing34 e criar produtos cobranded (nota de rodapé) com outras empresas (ex.: discador ibest / coca-cola vibezone). Tudo depende do público e da capacidade do portal”. Sobre a mesma pergunta, o designer Marcelo Gluz emitiu a seguinte opinião, bastante reveladora quanto a realidade atual do grande negócio que a internet representa: “Essas decisões de tirar, incluir ou mudar as regras de peças comerciais não são tão simples assim. O depto. comercial já vendeu esses espaços por determinado tempo, e no contrato as regras eram outras. Não se pode mudar regras com contratos em vigência e eles sempre estão em vigência, caso contrário a empresa quebra. Mesmo que se esperasse o fim dos contratos eles não acontecem ao mesmo tempo. Pro departamento comercial, pouco 34

Permission Marketing: Marketing de permissão – o usuário permite o envio de propaganda e anúncios de sua escolha para o seu computador, por um website qualquer. (Nota do pesquisador)

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

203

importa se o banner é chato pro usuário. Ele mostra resultados em cima de espaços vendidos. Por incrível que pareça o depto. de marketing do próprio anunciante também não se importa que o usuário não goste do banner dele. Ele só liga pra quantidade de impressões/mês. Por último, nós, designers da empresa, também não nos importamos se os banners prejudicam o usuário. O bônus é contado em cima de faturamento, não em cima da felicidade dos usuários. O que eu estou tentando te dizer é que na vida real a questão da usabilidade é só um dos fatores que se deve levar em conta pra tomar qualquer decisão. Nos tempos escassos da Internet de hoje em dia os anunciantes são muito bem-vindos. Em última análise, teríamos uma home somente com anúncios e o logo do portal, se tivéssemos anunciantes suficientes pra isso. E posso dizer que a queda de audiência do portal não seria tão significativa a ponto de querermos rever essa decisão”. Por fim, as considerações do designer Fernando Zacarias, vislumbram PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

outras questões, como a possibilidade de “mimetizar” a propaganda dentro do conteúdo e muitas vezes a falta de visão de várias empresas em apenas obter uma freqüência de clicks sobre um banner e não na construção de uma marca: “In my opinion, users won't care about closign the ads, because all they're looking for is content. Users (you, me...) ignore the ads and for that reason, we won't care in closing them; we just ignore them (again, this is my opinion... (…). For what i see, when the number of ads within a page increases, the users become blinder and blinder (…). If you have a site with a non intrusive ad, user see this a possitive thing, because he/she knows where is the ad and where is the content. You then can read and see the content and have the ad there to click it if you want. Best way (again, for me) to make an ad clickable is to make the offering related to the content. Nike Futebol ad in O Globo Esporte Section, Lancome New Lipstick under Mulher, etc. Also, make the ad engaging to the user. Other important thing is not to mimic the content in an ad. This is, make the ad look like content. That will lead to a new click, but we all hate to be cheated and once you see it was fake, you close the window, or go back to the other page. You get the click, but you get an insult too. This is basically what i think. I'm not much into advertising, but people are more commited now to get a "click" instead to build brand or make a sale. It looks like the only measure of success they have is clickthrough.

Capítulo 8. Avaliação dos Resultados

204

8.2. Considerações sobre a análise realizada A questão “12” foi de extrema importância para esta pesquisa, pois permitiu ao respondente a realização de comentários livres e apreciações positivas e negativas sobre o conjunto e os elementos de interface dos portais vislumbrados. A questão “19”, sobre o comportamento do usuário com relação à propaganda on-line (pop-up, banners e outros formatos) trouxe uma incidência confirmatória quanto ao caráter incômodo de publicidade invasiva e resultante de não intervenção do usuário – 59% dos respondentes dessa pesquisa fecham propagandas sem mesmo esperar o carregamento da chamada e 31% ignoram as áreas comumente destinadas a banners fixos na estrutura da página inicial). A questão “25” trouxe uma incidência reveladora, no que se refere ao que o usuário espera do comportamento de uma interface on-line, nos recursos que PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

seriam interessantes para a sua interação com o conteúdo apresentado e nas tarefas que estraria disposto a se engajar para aprimorar ou personalizar sua fruição. Os comentários realizados pelos designers entrevistados foram expressivos e inspiradores, pois além de apresentarem uma visão concisa e realista do dia-a-dia da realização de um portal de informação, abordaram também questões da política interna das empresas e dos interesses propulsores do conteúdo dinâmico. Apontaram também para uma visão do futuro de inovações tecnológicas que talvez venham a aproximar cada vez mais as interfaces web voltadas para grandes públicos heterogêneos, de sistemas operacionais e da mídia televisiva. Seja qual for o futuro das interfaces web, esta dissertação busca apontar no próximo capítulo algumas tendências e recomendações para a apresentação e o comportamento das páginas iniciais dos portais de informação - vislumbradas na aquisição de comentários durante a realização dos pré-testes, formulário on-line, entrevistas e análises semióticas baseadas afinal, numa mistura pretensamente saudável: O ponto de vista dos usuários e dos designers e equipes de criação dos portais de informação.

9 Recomendações

“A tarefa do designer é traduzir as funções distintas de um produto em signos de modo que possam ser compreensíveis pelo usuário em potencial” (Bürdek, 1994)

Esta pesquisa propõe, como recomendação principal, a utilização da matriz triádica concebida por Peirce, como metodologia de avaliação de interface PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

de artefatos hipertextuais e multimidiáticos. Os princípios da semiótica peirciana, compartilhados com os preceitos da usabilidade, possibilitam verificar as questões de representação, significação e decodificação dos elementos de interface, que têm, no representamen, a forma e, conseqüentemente, as regras de leitura; no objeto, a relação de significação propriamente dita; e no interpretante, a decodificação e, finalmente, a semiose. Utilizando-se do triângulo peirciano e seus desdobramentos, e classificando os erros e acertos presentes numa interface digital, torna-se possível compreender intrinsecamente os elementos de representação, significação e decodificação constituintes de interfaces polissêmicas e híbridas em seus códigos - e observar sua manifestação eficiente ou não, com relação à forma, sua representação e com relação a mente processadora. Esta prática possui caráter epistêmico, uma vez que propõe a utilização de uma metodologia de avaliação de interface que compartilha preceitos da semiótica e as disciplinas da usabilidade de interface. Após a avaliação dos resultados obtidos com o formulário on-line e checagem com os comentários registrados nos pré-testes e entrevistas, além do referencial teórico multidisciplinar e transdisciplinar, tornou-se possível propor algumas recomendações para o design de interface da página inicial de grandes portais. Tais recomendações não têm caráter restritivo e não possuem a pretensão de serem apresentadas como postulações dos aspectos que deveriam ser vislumbrados e implementados na interface não somente de páginas da WWW, mas aplicáveis em várias outras manifestações através de artefatos

Capítulo 9. Recomendações

206

interativos e de interface digital – a importância de uma ou outra recomendação será ditada pelas características do usuário, do contexto, do suporte tecnológico e da situação de uso.

9.1. Recomendações para o Design de Interface da Página Inicial de Portais de Informação

• Promover a remoção do banner pop-up e apresentar propagandas flutuantes em formato reach media: Esta pesquisa, entre outras (ver em Nascimento, 2003: 176) observou o descontentamento dos usuários para com os banners pop-up – o acionamento dos mesmos não depende da intervenção deste e tal fato gera desatenção, PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

desconsideração, desinteresse e desaprovação. Nesta pesquisa foi observado o índice de sucesso com 3% dos respondentes que costumam clicar nos banners e 7% que prestam atenção nas propagandas vinculadas on-line. É questionável o retorno finaceiro sobre este evento. A implementação de banners pop-up pelas equipes técnicas e de design é de fácil vinculação / remoção portanto representando baixo custo e dispêndio de tempo para a inserção on-line dos mesmos. O retorno de 3% ou 7% sobre uma média de um milhão de visitantes únicos por dia (ou mais) deve ser satisfatório, como comentado pelo designer Marcelo Gluz, da Globo.com: “Sim. Enquanto alguém paga veiculamos, embora nós designers, não gostemos”. Porém, como já questionado anteriormente, tal irritação não estará gerando maior distanciamento da propaganda on-line (e do próprio portal) num conceito geral? Certamente uma empresa trabalha em cima de números que podem ser comprovados, o faturamento – e o número de visitantes e usuários que “abandonam o navio” não pode ser mensurado via sistema ou log35. Entretanto, baseado nos comentários dos usuários, esta pesquisa recomenda a remoção dos banners pop-up e a vinculação de propaganda em outras mídias menos invasivas e que permitem maior interação do usuário. Alguns formatos de banner permitem interação com o usuário a medida que o preenchimento de campos pode ser realizado diretamente no banner (caso haja interesse do usuário), agilizando a requisição

Log: (informática) anotação das atividades ocorridas no computador ou entre dois computadores (Babylon English-Portuguese). 35

Capítulo 9. Recomendações

207

ou inserção de dados do mesmo – e então o redirecionamento para a página ou serviço promovidos pelo banner.

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Figura 40 – Mecanismo de busca Yahoo! e banner interativo em destaque. Acesso em 21 de maio. 2003.

• Oferecer a opção de acionar / desativar publicidade em outros formatos (banner reach media, extended graphics, floater, etc): Um respondente do formulário on-line expressou a possibilidade de alterar a hp do UOL: (...) “A possibilidade de personalizar a hp – “Se eu fosse usar o portal com freqüência, gostaria de poder personalizar a página. Por exemplo: desabilitando o pop-up, selecionando que tipos de notícias deveriam aparecer como destaque e reorganizando a exibição de elementos”. A tecnologia DHTML36 além de outras inovações, permitiu a criação de propagandas sobre o conteúdo expresso do portal, ou seja, não é aberta uma nova janela de navegador sobre a principal, portanto a atenção não é desviada com a mesma intensidade. A peça publicitária flutua sobre o conteúdo apresentado com opção de ser fechada e/ou por tempo determinado pelo designer, como pode ser visto a seguir:

36

DHTML (Dynamic HTML) Linguagem de Marcação de Hipertextos Dinâmicos, combinações de elementos e opções do HTML que permitem a criação de páginas da Web mais animadas e interativas (Babylon English-Portuguese).

Capítulo 9. Recomendações

208

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Figura 41 – Universo On-Line “UOL” e propaganda em formato reach media (Checkm8) em destaque. Acesso em 02 de junho. 2004.

A tecnologia Flash37 permitiu outros formatos interativos e desdobráveis, ou seja, a visualização desta só é possível com a intervenção do usuário. Este detecta a vinculação da propaganda inserida de forma discreta na estrutura da página inicial de um portal e decide se é de seu interesse desdobrá-la sobre o conteúdo apresentado.

Figura 42 – Portal Terra e propaganda em formato reach media em destaque (Expand Graphic Banner). Acesso em 20 de maio. 2003.

37

Flash: The name of a software product from Macromedia that is intended for more efficient Internet delivery of graphics and other media (Babylon English-Portuguese).

Capítulo 9. Recomendações

209

Figura 43 – Portal Terra e propaganda em formato reach media desdobrada com o passar do mouse (Expand Graphic Banner). Acesso em 20 de maio. 2003.

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Sobre o excesso de banners e os banners não intrusivos, o designer do portal StarMedia, Fernando Zacarias, comentou: “For what i see, when the number of ads within a page increases, the users become blinder and blinder. It's easy to spot one ad, could it be a box banner (300x250px) or a Leader Banner (728x90px, the ones yahoo is using right now), but when you see a banner, two 120x60 buttons, a box banner, a pop up and a pop under, all again in one page, people don't care about the ads and care less and less about the content. If you have a site with a non intrusive ad, user see this a possitive thing, because he/she knows where is the ad and where is the content. You then can read and see the content and have the ad there to click it if you want.”

• Oferecer a possibilidade de fechar alguns banners e área de compras na própria hp: Um número expressivo de respondentes marcou na questão “25”, a opção: “a possibilidade de fechar todos os banners (pop-up, fixos, animados).” Isso indica o descontentamento para com o excesso de propagandas inseridas na hp dos portais de informação e a firme intenção de se permitir dedicar algum tempo a mudar isso. Por tal, o designer da iBest S.A., Rodrigo David, comentou: “(...) Eles vão entrar e pensar: "oba, finalmente um site sem banners e sem popups, que maravilha!" e provavelmente irão voltar. Agora, nem tudo são flores. É importante colocar na ponta do lápis a questão usabilidade x receita. Procure encontrar o "meio termo" para não oferecer conforto demais e receber dinheiro de menos... Faça testes, tente medir o crescimento com e sem banners e veja o

Capítulo 9. Recomendações

210

quanto você está ganhando.” Segundo o sujeito 1 (em 28.02.04) do pré-teste: (...) “Só sei que tem muita perda de espaço aqui pra coisa boba – por exemplo, compras eu não faço, e metade da página aqui é de compras.” e “Reduz a parte de compras, né? Quem vai fazer compras na internet vai prum site de compras, como a americanas.com. Aqui a metade do site é de compras, não estou aqui para comprar. Quem quer ir no submarino, vai direto no submarino – não vai no IG, pra depois ir no submarino. De repente se eu não souber o que fazer, vou fazer compras – isso não acontece comigo.” Ainda sobre o mesmo assunto, um respondente do formulário on-line fez a seguinte colocação sobre a hp do UOL: “(...) Removeria a coluna da direita "Shopping UOL" para aliviar a poluição visual da hp. Além disso, esse item consta da coluna na esquerda e é opcional. Eu por exemplo, não faço compras pela internet”.. Tais comentários reforçam essa “sensação” de excesso experienciada por muitos usuários, ao se deparar com a hp de um portal – e o uso indevido das áreas úteis, segundo os interesses de PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

vários outros. Conforme pode ser visto na figura abaixo, é possível que aproximadamente 45% da área útil total da página esteja destinada à propaganda:

Figura 44 – Portal iG e área destinada a propaganda em destaque. Acesso em 04 de agosto. 2004.

A questão “13”, sobre os hábitos dos respondentes na internet, apontou no tópico “Fazer compras”, ainda uma porcentagem menor de usuários que realizam compras pela internet: cinco respondentes apenas marcaram tal como

Capítulo 9. Recomendações

211

hábito, e 38 nunca realizam compras pela web. Considera-se, que mesmo o usuário que “nunca” realiza compras pela internet, pode eventualmente ser tentado por alguma oferta, experimentar a compra, obter sucesso sem frustração e se tornar um potencial consumidor on-line. A possibilidade de “customizar”38 a página inicial do seu portal de preferência é atraente, mas os anúncios, apesar de não serem a única e mais importante forma de receita de um portal, são uma parcela expressiva na renda do mesmo – portanto não podem deixar de existir e dificilmente será permitido ao usuário fechar ou impedir o carregamento de toda a forma de propaganda e promoção. Mas a possibilidade de substituir algumas áreas destinadas a propaganda por conteúdo de interesse do usuário, poderia ser uma instância muito bem recebida. Como pode ser visto na figura abaixo, foi simulado dois momentos na apresentação e posterior alteração de uma barra de compras do portal iG.

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

O usuário poderia clicar na opção de fechar a caixa de compras e receber a oferta de optar por algumas opções de conteúdo de interesse, ou restaurar a caixa original:

Figura 45 – Detalhe do portal iG e simulação do carregamento de outras opções para escolha do usuário na caixa de compras.

38

Custom: adj. adaptado, adaptado a gosto pessoal. Ver um exemplo de uma área de customização da página inicial em: http://br.my.yahoo.com/ (Babylon English-Portuguese)

Capítulo 9. Recomendações

212

• Remover a caixa de Índice (desaprovado pelos usuários): Cinco respondentes desta pesquisa afirmaram não compreender a função ou propósito da caixa de índice de assunto do iG, como pode ser visto na

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

figura abaixo:

Figura 46 – Internet Generation “iG” e a caixa de índice de matérias em destaque. Acesso em 04 de maio. 2004.

Dificilmente o usuário fará uso deste recurso, além de ocupar uma área útil considerável na página inicial. Existem outras formas de apresentar o conteúdo de cada seção, através de menus desdobráveis – implementados na atual versão do iG, que removeu a caixa de índice de matérias e agora apresenta o conteúdo correspondente a cada seção na página inicial:

Figura 47 – Internet Generation “iG” e o menu desdobrável (serviços) em destaque. Acesso em 26 de novembro. 2004.

213

Capítulo 9. Recomendações

• Oferecer mais pistas visuais do que é link: A utilização da consistência e coerência no uso de padrões num sistema interativo digital é uma questão de comum acordo entre diversos pesquisadores e diferentes metodologias. Existem várias possibilidades de se sinalizar visualmente se uma imagem, ícone, animação ou texto são links ou não. Jakob Nielsen, especialista em usabilidade na web, com uma coluna publicada desde 1995 (http://www.useit.com) afirmou no segmento Alertbox, na coluna Top Ten Mistakes in Web Design (http://www.useit.com/alertbox/9605a.html) de 1996 o seguinte:

“Non-Standard Link Colors: Links to pages that have not been seen by the user are blue; links to previously seen pages are purple or red. Don't mess with these colors since the ability to understand what links have been followed is one of the few navigational aides that is standard in most web browsers. Consistency is key to

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

teaching users what the link colors mean.” Nielsen (1996)

Em 1996, pouco se entendia e praticava os conceitos de coerência e consistência na internet. Com o uso, a aprendizagem e o erro durante a criação de interfaces web e a atenção aos comentários dos usuários, ficou claro que a necessidade de um padrão de comportamento para elementos de interface era imprescindível para uma boa interação com o sistema. Nielsen, então postulou, com a melhor das intenções, que “links não vistos pelo usuário devem ser azuis; links para páginas já vistas são rochos ou vermelhos.” Colocado como um mandamento, buscava nivelar o comportamento dos links a um determinador comum, que evitasse a dúvida ao máximo. Porém, ao ditar regras deste tipo, a criatividade pode ser cerceada. Uma vez que os links devem ser azuis a todo custo, uma problemática surge quando na necessidade de se realizar uma página de fundo azul – por requisito do cliente, do designer ou do próprio projeto. Uma página sobre o fundo do mar, ou pesca submarina ou elementos celestes teria de partir do pressuposto que por mais adequado ou interessante fazer uso da cor azul para o website (no todo ou em segmentos) teria de ser evitado devido ao postulado de Nielsen. O mesmo, após oito anos, atualizou o argumento

e

recolocou

o

assunto

da

seguinte

maneira

(http://www.useit.com/alertbox/9605.html): “Violating Design Conventions: Consistency is one of the most powerful usability principles: when things always behave the same, users don't have to worry about what will happen. Instead, they know what will happen based on earlier

Capítulo 9. Recomendações

214

experience. Every time you release an apple over Sir Isaac Newton, it will drop on his head. That's good. The more users' expectations prove right, the more they will feel in control of the system and the more they will like it. And the more the system breaks users' expectations, the more they will feel insecure. Oops, maybe if I let go of this apple, it will turn into a tomato and jump a mile into the sky. Jakob's Law of the Web User Experience states that "users spend most of their time on other websites." This means that they form their expectations for your site based on what's commonly done on most other site. If you deviate, your site will be harder to use and users will leave.” Nielsen (acesso em novembro de 2004)

Esta pesquisa recomenda a utilização de classes de links definidas segundo tarefas ou categorias de interesse. Como exemplo, links referentes a matérias jornalísticas teriam sempre a mesma cor e comportamento (clicados, não clicados e com o mouse sobreposto) – cor esta de escolha do designer

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

como a mais adequada para o projeto; links referentes a ferramentas e seviços teriam o mesmo comportamento (incluindo botões, ícones e outros elementos pictóricos não textuais); links de compras e comércio teriam as mesmas características e assim por diante. Vale lembrar, que tomadas as devidas medidas com a cautela de não sobrecarregar a página de cores representativas de categorias, pois este excesso também demandaria aprendizado e memória. Na figura abaixo (nova hp do iG apresentada em novembro de 2004), é possível observar vários tons de azul em diferentes áreas com propósitos distintos.

Figura 48 – hp do “iG” e coloração azulada predominante. Acesso em 26 de novembro. 2004.

Capítulo 9. Recomendações

215

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Figura 49 – hp do “iG” e navegação estrutural revelada. Acesso em 26 de novembro. 2004.

Observando as figuras acima, verifica-se que os links e a coloração das áreas onde estes estão inseridos é quase sempre azulada, com maior distinção na seção de notícias (Último Segundo), onde as chamadas em texto são de cor preta e o fundo da área é cinza. Evitando considerações sobre questões estéticas ou apreciações pessoais, pode-se afirmar que a identidade dos links e de vários segmentos da página inicial é similar: as áreas de “conteúdo próprio”, “seções e ferramentas” e “propaganda” não possuem características distintas, aonde um usuário poderia seguramente observar e afirmar: “ah, este é um link de compras” ou “esta matéria é de uma das editorias do iG”, simplesmente pela apreensão da imagem e das cores, ainda antes da abstração e decodificação da língua portuguesa. Como afirmado anteriormente, a cor é propriedade formal – é emissão de um comprimento de onda a qual o olho humano é sensível – portanto é quali-signo, pertencente à primeiridade. A força da apreensão fisiológica, não racional pode ser utilizada para informar caráter, categoria, função, etc. Abaixo, pode ser visualizado uma sugestão de uso de cores para acelerar o processo de identificação e aprendizado dos links e áreas úteis da hp do iG. A logomarca e a área de “seções e ferramentas” foram mantidas na coloração azulada original; a área de “notícias” foi mantida com sua coloração cinza e preta; a área de “conteúdo próprio” foi tonalizada em verde, com links esverdeados e a área de “propaganda” foi tonalizada em vermelho com links avermelhados – para melhor apreensão, distinção e aprendizado; ou segundo Magariños (2003): percepção, reconhecimento e interpretação.

Capítulo 9. Recomendações

216

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Figura 50 – Internet Generation “iG” e uma simulação de cores. Acesso em 26 de novembro. 2004.

• Apresentar buscas frequentes em evidência (depende de intervenção do usuário): Observando a questão 25, em específico o tópico: “Uma home page que mantém as minhas preferências (e-mail, login, buscas frequentes) nas visitações seguintes.”, foi identificado como uma característica de grande importância – os respondentes desta pesquisa consideraram como um artifício útil a possibilidade da página inicial de um portal de informação apresentar este recurso. Esta pesquisa recomenda a implementação de uma área na hp que apresente ao usuário as últimas buscas realizadas pelo mesmo – com isso, o usuário economizaria tempo e carga mental ao se deparar com os assuntos de seu interesse constante registrados e apresentados pelo sistema. Porém, é importante ressaltar, que a permissão para que este recurso esteja ativo deve vir do próprio usuário – deve ser oferecida a opção deste ativar ou desativar tal recurso. Inúmeras quesões de ética e privacidade podem emergir desta incursão – outras pessoas poderiam observar a apresentação das últimas buscas do usuário daquele computador, ou do último usuário de um determinado computador. Além disso, para que tal recurso pudesse funcionar, teriam de ser

Capítulo 9. Recomendações

217

instalados cookies39 no disco rígido daquele computador, ou seja, um arquivo que registra e envia essas informações particulares para o servidor40 da página visitada, como uma prática de CRM (Customer Relationship Management), ou seja, registro e armazenamento de dados sobre cada cliente de uma empresa. Gisele Moura, residente em Brasília, funcionária do Banco do Brasil, trabalhou até o início do ano de 2004 como webdesigner contratada para o portal BB, e em entrevista realizada por email (22 de maio de 2004) comentou: “Eu me referia a questão da automatização das informações do usuário e consequentemente ao envio de cookies e similares. Eu tenho trabalhado em empresas que valorizam a segurança da informação. Eu gosto muito da questão de ser identificada do meu sistema saber quem eu sou, porém em sistemas como intranet ou sites com conteúdo exclusivo. Qual motivo? O motivo é simples em um site de acesso exclusivo eu previamente já preenchi um cadastro dizendo as minhas preferências já disse como quero ser tratada e mais já me indentifique dizendo PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

meu log in e a minha senha. Veja que em todos os momentos Eu(usuária) fiz o contato, impostei meus dados no banco de dados de tal portal. O usuário é quem traz a informação, o usuário é quem quer. Diante disso o sistema monitora o que ele faz no site pelo se banco de dados e informações mas neste caso o usuário sabe. Por exemplo a americanas sabe exatamente todas as compras que eu fiz. Que tipo de música eu gosto e etc...”

• Apresentar os links mais clicados em evidência (depende de intervenção do usuário): Novamente com referência a questão 25, em específico o tópico: “Uma home page que modifica sua estrutura automaticamente segundo as minhas preferências (links mais clicados em evidência, atalhos para as páginas mais acessadas).” foi obtida uma maior incidência para com a apreciação “muito importante” e “razoavelmente importante”, o que identificou a partir dos respondentes do formulário on-line uma apreciação positiva para com este artifício. Este seria um recurso interessante para websites com grandes barras de navegação vericais. Como pode ser visto na figura abaixo, o portal UOL foi utilizado para uma simulação do recurso supracitado:

39

Cookie: (...) bloco de dados que um servidor (ou site da internet) armazena no disco rígido do usuário com fins de identificação e pesquisa (usado para a promoção de vendas e serviços na Internet). Ver mais em: http://www.microsoft.com/info/cookies.htm (Babylon English-Portuguese). 40 Server: A software program or host computer that handles requests from clients and provides files (stored in its computer memory) or performs actions in response (Internet PR glossary).

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Capítulo 9. Recomendações

218

Figura 51 – Universo On-Line “UOL” e os links mais clicados na barra de navegação em evidência, porém visíveis ao usuário após o primeiro scroll. Acesso em 27 de setembro. 2004.

Nesta simulação, os links mais clicados por um suposto usuário seriam “Empregos” e “Folha Online”; o acesso a estes, porém, só pode ser feito após uma rolagem vertical da página inicial – estes não estão visíveis na resolução de 800x600. Como pode ser visto, a barra de navegação tem ordenação alfabética, mas a implementação de um sistema inteligente que detectasse os links mais acessados pelo usuário poderia quebrar essa ordenação. Entretanto, como mencionado no tópico anterior, questões de privacidade on-line podem ser discutidas, pois as preferências de navegação de um usuário poderiam ser acidentalmente visualizadas por outro. O recurso de default41 poderia então ser implementado, caso o usuário desejasse reverter essa ordem para a original alfabética. Novamente a problemática sobre o cookie pode ser trazida a tona (uma vez que o funcionamento deste recurso exigiria o uso destes), nas palavras de Gisele Moura: “Ultimamente os portais que conheço enviam cookies, similares, para as máquinas dos usuários que armazenados nas pastas temporárias do computador do usuário são recolhidos(ou enviam mensagens) na próxima vez que usuário acessar o site. Na maioria das vezes os usuários não percebem ou nem sabem que eles existem. O fato é que isso abre portas da segurança da máquina do usuário para programas maliciosos e mexem nas preferencias dele sem ele querer, o que às vezes parece bom pode virar um transtorno. (...)Sinceramente eu não sei se é paranóia mas este fato não pode ser desconsiderado. O cookie é legal e ajuda? 41

Default: v. retornar a um ponto de partida definido apriori - como em computação (Babylon English-Portuguese).

Capítulo 9. Recomendações

219

Sim. Mas eu prefiro que o portal me reconheça por confirmação dos meus dados feita por mim. Odeio aquela expressão: "Se vc não é fulano, clique aqui." Isto é uma particularidade minha.” Na figura a seguir, foi simulado o recurso – os links mais clicados foram para o topo da barra de navegação (a ativação, desativação e retorno ao default deste recurso seriam opções oferecidas ao usuário diretamente na hp ou em uma página específica para a alteração da própria) e destacados com uma

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

coloração diferente:

Figura 52 – Universo On-Line “UOL” e os links mais clicados na barra de navegação em evidência, agora visíveis ao usuário na primeira tela (simulação). Acesso em 27 de setembro. 2004.

• Possibilitar que o último login possa ser mantido no campo (opção de manter / não manter login): Novamente o tópico “Uma home page que mantém as minhas preferências (e-mail, login, buscas frequentes) nas visitações seguintes.” Serviu de base para a recomendação proposta. Atualmente o próprio navegador possui o recurso de autocompletar campos de preenchimento, como login, buscas, barra de endereço, entre outros (comportamento observado no internet explorer 6.0) – ou seja, uma vez digitadas as primeiras letras do login que você costuma utilizar para ver seu e-mail na página de internet correspondente, o navegador completa automaticamente o login já registrado. É possível um usuário que venha a fazer uso do mesmo sistema que muitos outros usuários também utilizam, conhecer o login do anterior, caso digite letras similares – e tal fato pode representar riscos de segurança. A maioria dos navegadores oferece opções de limpeza destes campos, porém seria interessante que o próprio website oferecesse este recurso na hp ou numa área customização do comportamento e aparência do website.

específica de

Capítulo 9. Recomendações

220

• Oferecer a opção de ligar / desligar explicação instantânea (ícones, serviços, opções de menu): O tópico “Ao me deparar com figuras ou ícones de interpretação imprecisa gostaria de ter acesso à uma explicação instantânea do elemento.” teve uma incidência bastante alta :61 pessoas marcaram como muito importante, contra 5 que marcaram como nada importante. Isso sugere que as dificuldades encontrados pelo usuário com relação a elementos pictóricos, ícones imprecisos, e/ou pequenos, fotos de tamanho reduzido ou confusas e ferramentas e serviços desconhecidos são frequentes. Muitas vezes, os elementos citados não se bastam pelas suas propriedades formais (Representamen) e não apontam para um argumento e um interpretante final adequados ou que informem ao usuário seu caráter e sua função no contexto – permanecem muito mais no domínio remático: imprecisos e conotativos. Inúmeros usuários na questão “5” do formulário on-line manifestaram seu desagrado ou incompreensão de vários ícones encontrados na hp dos portais iG e UOL. A ferramenta de diários

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

pessoais (mais conhecida como BLOG) do internet Generation “iG”, foi denominada de BLIG, como um trocadilho com o nome da marca; apesar disso, muitos usuários não conhecem esse recurso, ou seja, a possibilidade de ter um diário on-line e que esse é denominado de Blog. Um recurso inovador seria a possibilidade do usuário optar por uma “explicação instantânea”, ou seja, ativar um recurso (na própria hp ou numa área de customização) que apresente uma explicação do que é aquele elemento sobre o qual o uuário pousou o dispositivo apontador. Pode ser visualizado na figura abaixo uma simulação do recurso:

Este é o Blog do iG. Blog é a sua agenda pessoal na internet. Comece já o seu!

Figura 53 – Internet Generation “iG” e simulação da explicação instantânea. Acesso em 02 de junho. 2004.

Capítulo 9. Recomendações

221

• As notícias apresentadas na hp só poderiam ser atualizadas com a intervenção do usuário (a não ser que este opte por refresh automático): Portais como o iG (com o segmento de notícias “Ultimo Segundo”) e o UOL (com o segmento “Folha Online”) apresentam na página inicial chamadas para as notícias do dia que são atualizadas constantemente de forma automática (via refresh – recarregamento automático da página). Essa atualização que independe da ação do usuário, pode gerar problemas, como detectado no pré-teste com o sujeito 2 (em 28.02.04): “Acho que se estivesse pesquisando alguma coisa mais a fundo e tivesse mudado, poderia ter perdido a concentração...e as chamadas do “Último Segundo” mudaram – se tivesse interesse em clicar em alguma das anteriores teria perdido a chamada.” O relato mostra uma situação extremamente desconfortável para o usuário: caso este identifique uma reportagem do seu interesse nas chamadas jornalísticas e não clique na mesma antes do refresh da página, possivelmente as chamadas irão se atualizar e serão trocadas por novas – a referência para a manchete de

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

interesse teria se perdido. Outro recurso que nem sempre é encontrado em websites de notícias on-line seria um histórico ou um arquivo de notícias, o que facilitaria a busca por uma notícia antiga, guardada em arquivo. Novamente é sugerido fornecer ao usuário as opções de ativação ou desativação da atualização do segmento de notícias disponibilizado na hp. Abaixo, uma simulação dos recursos implementados na caixa de notícias do iG: O horário de última atualização, um arquivo de notícias e opção de ativar / desativar atualização automática das notícias:

Figura 54 – Último Segundo do “iG” simulado com a implementação do horário de última atualização, arquivo de notícias e opção de ativar / desativar atualização automática das notícias.

Capítulo 9. Recomendações

222

• A página inicial só poderia ser atualizada com a intervenção do usuário (a não ser que este opte por refresh automático): Os mesmos conceitos analisados no tópico anterior valem aqui. A atualização da hp deveria ocorrer somente com a requisição do usuário – e durante a atualização uma mensagem deveria alertar o usuário sobre o ocorrido, como: “site recarregando” ou similar. Sabidamente esta ocorre para a rotação de banners de anunciantes e conforme verificado através dos respondentes desta pesquisa (questão 24), a maioria não considera grande transtorno o refresh da página inicial – que ocorre em média de 5 minutos (verificado nos portais iG, UOL e Terra) evento que a maioria dos usuários não presenciará, pois a maioria dos usuários permanece na hp por um período de 10 a 30 segundos (verificado na questão 20). Ainda assim, esta pesquisa recomenda que este evento possa ser ativado / desativado pelo usuário numa área de customização ou na própria hp. Abaixo o comentário registrado no préteste com o sujeito 1 (28. 02. 04): “Opa - Será que esbarrei no teclado? A página

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

foi atualizada? Não tomei nenhuma ação para isso. Não gostei, perdi o controle da situação.” (Sobre o IG) • Todas as opções acima podem ser ativadas / desativadas na área do usuário: “Meu iG” ou “Meu UOL” seriam sugestões de nome para a área proposta. Nesta o usuário poderia alterar cores, escolher conteúdo visível, alterar a ordem das seções escolhidas, remover conteúdo desinteressante ou restaurar opções default, conforme descrito nos tópicos acima. Como exemplo, pode ser observado nos gráficos abaixo algumas telas capturadas no website de buscas Yahoo! (http://www.yahoo.com.br) da seção “Meu Yahoo” (http://br.my.yahoo.com/), onde o usuário pode realizar diversas modificações:

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Capítulo 9. Recomendações

223

Figura 55 – Meu Yahoo! em três momentos distintos: Alterar cores, Escolher conteúdo e Alterar o layout. Acesso em 22 de junho. 2004.

Figura 56 – Meu Yahoo! e o resultado das opções marcadas nas telas acima, com a possibilidade de ter mais de uma composição disponível com diferentes estruturas (“Front Page” e “HP 2”). Acesso em 22 de junho. 2004.

10 Considerações Finais e Desdobramentos

“O tatear na incerteza é tão improdutivo quanto a cega obediência as regras”. Arnhein (1974: 3)

Os resultados obtidos com o formulário on-line e as entrevistas com os designers de interface de portais brasileiros de informação foram avaliados e transformados em representações gráficas - e checados com o referencial

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

teórico desta pesquisa, que teve como base a semiótica classificatória peirciana, dentro da Gramática Especulativa e a Usabilidade de Interface, dentro do domínio da Interação Humano-Computador. O problema, “Usuários de portais de informação com foco no público brasileiro (como UOL, IG, Terra, Globo.com, entre outros) têm indicado descontentamento com o excesso de informações encontradas nas páginas iniciais destes.” foi confirmado através

de inúmeros comentários dos

respondentes dos pré-testes e formulário on-line – como exemplo, a nona questão do formulário: “O que você acha da quantidade de conteúdo oferecido na home page do portal de informação apresentado?”, teve maior incidência de desaprovação para ambos os portais apresentados (UOL e iG), sendo o tópico “Desgosto, acho que existe conteúdo em excesso – fico confuso/a” o mais marcado pelos respondentes - 47% para o portal UOL e 52% para o portal iG. Revista a hipótese, “A home-page de um site de grande porte concebida com a implementação de princípios trazidos pela Semiótica (em específico o triângulo peirciano), aliados às metodologias da usabilidade de interface, teria mais sucesso com seu público do que uma página desprovida desses princípios. A estrutura bem codificada possibilitaria uma leitura do conteúdo eficiente e eficaz, uma vez prevendo o comportamento, fruição, proficiência e objetivos do usuário.”, pode-se afirmar que foi também confirmada na análise dos resultados desta pesquisa, como exemplo na quinta questão do formulário on-line: “Você teria dificuldade de compreender algum dos ícones ao lado, sem o suporte do texto que o acompanha (legenda)?” aonde são analisados segundo o signo triádico peirciano os elementos constituintes do signo, de representação e

Capítulo 10. Considerações Finais e Desdobramentos

225

fundamentação que estariam apontando para os problemas de significação e decodificação do objeto. As questões seis e sete são reveladoras de um eficiente “olhar” semiótico sobre a problemática contida no comportamento de interface, uma vez que perscrutam as diferentes instâncias do que seria um link (devidamente sinalizado ou não) dentro das interfaces propostas e se o feedback42 reativo à intervenção do usuário através do dispositivo apontador (mouse e similares) deste seria suficiente como sinalização de seu caráter e propósito dentro do contexto. A usabilidade de interface, palavra operante dentro do sexto capítulo sobre a interface humano-computador, é demonstrada em suas variantes de cunho primordialmente sintático e heurístico. Considera-se que as metodologias da usabilidade de interface, aliadas as questões primordiais da semiótica que tem seu cerne na subjetividade da mente humana e na semântica de suas relações de significação; consolidam uma análise formidável, pois os aspectos formais do

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

representamen em seus mínimos detalhes seriam dissecados em profundidade pela usabilidade de interface e suas metodologias prescritivas. A semiótica, segundo as palavras de Ferrara (2003: ) proferidas em sua palestra de abertura do 1º Encontro de Semiótica Aplicada ao Design (PUC-Rio), deve ser vista como um “olhar”, uma rede contínua do “pensar” – interpretativa do mundo dos fenômenos; evitando as explicações limitadas e asfixiantes: Nesta abdução, está o cerne metodológico que nos leva a dizer que não existe semiótica aplicada, ao contrário, o ver já é uma aplicação sem método, portanto, a semiótica se aplica no próprio ver atento que instiga o raciocínio e a elaboração de uma hipótese abdutiva (nota do pesquisador: como um processo intuitivo) que, apenas logicamente possível, não é necessária, mas simples proposta de uma possível ação projetiva. Ferrara (2003)

O signo triádico peirciano compreende as esferas do representamen (que poderia ser entendido como as características formais do signo e por tal as regras de leitura do objeto), a esfera do objeto (material ou conceitual) e a esfera do interpretante (a mente propriamente dita). Por tal, pode-se afirmar que os interlocutores (designers e usuários) da esfera dos portais de informação estudados estão compreendidos no modelo triádico de Peirce: A lógica de leitura (criada pelos designers), o objeto (a interface como veículo dos códigos significantes) e o usuário (a mente receptora, o decodificador da interface). Os 42

Feedback: s. retroalimentação, reação (Babylon English-Portuguese). n. return of part of the output (of a circuit, amplifier, etc.) to the input (Electronics); information about the results of a certain procedure; response; critique, critical analysis (Babylon English-English).

226

Capítulo 10. Considerações Finais e Desdobramentos

conceitos apresentados podem também ser relacionados a teoria de Bense (Niemeyer, 2003: 45 apud Bense, 1971: 78-82): (...), o produto pode ser dividido nas seguintes quatro diferentes dimensões semióticas: a dimensão material (hílico), a dimensão técnica ou construtiva (sintaxe), a dimensão da forma (semântica) e a dimensão do uso (pragmática).

Os capítulos de referencial teórico abordaram diferentes questões dentro de um assunto multidisciplinar e transdisciplinar, que é o design de interfaces digitais, com foco na página inicial de portais de informação brasileiros, objeto de estudo

desta

pesquisa.

Foram

vislumbrados

aspectos

mercadológicos,

evolutivos do meio, sociológicos, gestálticos, estéticos, temas sobre a atenção e o aprendizado humano, temas dentro da interação humano-computador e com maior escopo, dentro da ciência semiótica.

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Esse manancial teórico serviu de base para uma proposta de análise semiótica sólida e fundamentada – e aplicada com atenção ao contexto social, cutural, etimológico e temporal de um usuário não fictício; pois a amostra de respondentes é representativa do público brasileiro falante de língua portuguesa que acessa a internet e que conhece e / ou faz uso de portais de informação de maior vulto e promoção na atualidade da rede brasileira. As conclusões dentro de cada análise das vinte e cinco questões do formulário on-line - respondidas por cem usuários - tem como base os comentários e manifestações destes, através das respostas às questões optativas e discursivas. Levantamentos de cunho quantitativo, bem como qualitativo podem ser apreciadas como resultado desta pesquisa. Antes porém, de dar sequência as conclusões, devemos levar em conta dois aspectos imprescindíveis e inerentes das mídias digitais interativas – aspectos de presença constante e inegável no decorrer desta pesquisa (além da própria atenção aos usuários): No que se refere à internet e seus websites, é condição imperativa e primária, compreender que o dinamismo é o conceito motriz dessa mídia. As bases de avaliação de um objeto, dentro de uma metodologia científica devem ser revistas, quando ao avaliar as páginas de internet. Fixar o objeto e avaliar apenas uma instância, um momento “fotográfico” do mesmo poderia constituir um erro. Os elementos constituintes das páginas são dinâmicos, as editorias se modificam diversas vezes ao dia, as propagandas e promoções são mutáveis, animações em profusão são visualizadas, etc – portanto, apresentar uma única faceta, um único momento não representaria a verdade inerente a este objeto em específico. Uma variedade de estímulos diversos teriam sido tolhidos. As

Capítulo 10. Considerações Finais e Desdobramentos

227

influências que um sujeito recebeu no dia 03 de abril às 14:15, não corresponderia aos estímulos que sensibilizaram o sujeito do dia 20 de maio às 18:37. Esta pesquisa mostrou para sujeitos de pré-teste e respondentes do formulário on-line, a página inicial dos portais UOL e iG, no período de março a junho de 2004. A saber, o portal do Universo On-Line (UOL) alterou seu design em março de 2004 (quando foi então iniciada a pesquisa com os sujeitos e usuários) e o portal iG alterou sua logomarca em setembro do mesmo ano, e o seu design em novembro de 2004: (http://www.olhardireto.com.br/ news.asp?news=178719&id=121120048464&sec=12). Os comentários coletados a partir sujeitos de pré-teste e dos respondentes do formulário, bem como as avaliações subsequentes do conteúdo reunido se referem a esse período. As análises semióticas e de usabilidade permanecem válidas e apresentam seu valor na apreciação do design das páginas iniciais dos portais investigados. As conclusões imanentes deste

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

processo disponiblizam conceitos abrangentes e aplicáveis em outras situações – salvo a influência de um segundo aspecto imprescindível: O contexto e a situação de uso são determinantes na fruição de qualquer manifestação humana, seja qual for o seu suporte, seja qual for o potencial proficiente de seus interlocutores. Na situação de uso de uma interface web de um portal de informação, não seria recomendável, sob circunstância alguma, perder de vista os aspectos comerciais que influenciam a concepção da mídia em foco – uma mídia que busca a todos, sem distinção de faixa etária, proficiência, renda ou preferência sexual. Porém, no intuito de agradar a todos, pode cometer erros – pecar pelo excesso. Tenta ofertar na sua página inicial todos ou quase todos (por falta de espaço físico) os recursos diversos disponíveis para todos os gostos e “bolsos”. Portanto, nem sempre a melhor interface idealizada para agradar ao máximo seu usuário (uma utopia talvez), estaria cumprindo seu papel mercadológico, de lidar com as diferentes expectativas de “gregos e troianos”, ou melhor, clientes, associados, parceiros, anunciantes, concorrentes e por fim, usuários. Muito se diz atualmente, sobre a recuperação e obtenção ideal de informação pelo usuário de um sistema. A chamada interface ideal com o usuário é possivelmente uma utopia inalcansável, uma vez que outros interesses além dos do próprio usuário estão em jogo. A possibilidade de alterar a apresentação do sistema, fechar elementos desinteressantes, impedir todo e qualquer carregamento de propaganda – todos esses artifícios que foram apresentados aos respondentes desta pesquisa se mostraram atraentes para os mesmos, mas concessões sempre terão de ser feitas por todas as partes

Capítulo 10. Considerações Finais e Desdobramentos

228

envolvidas, os então chamados “stakeholders” (Justice, 2001: ). Regras proferidas como o fato de que “ de um a três passos” seriam o máximo ideal para o sucesso numa requisição qualquer, não podem ser atribuídas a toda e qualquer produto que se apresente como um artefato interativo. Talvez essa regra funcione muito bem num software instalado ou executado no seu sistema operacional, ou para a possibilidade de se encontrar os arquivos pessoais de um usuário qualquer, salvos em algum pasta no disco (rígido ou virtual) e que ele não se recorda mais de onde estão, além de um caixa eletrônico numa esquina qualquer ou um painel de aviônicos de um avião Boeing. Porém, numa página web de cunho comercial, aonde anunciantes brigam para ter seus produtos e serviços anunciados em locais de destaque visual (e pagam caro por isso) não existe o real interesse em disponibilizar toda e qualquer informação requisitada pelo usuário somente através da primeira página. Diz-se que para se chegar ao “paraíso” é necessário passar pelo “purgatório”. Poderíamos considerar, que o

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

conceito: várias páginas para vários anúncios, é bastante eficiente – e muito mais interessante para anunciantes e proprietários. O acesso fácil dessa informação pela página inicial evitaria a vizualização de muitas propagandas e promoções, o que seria desinteressante para os mesmos. Evitemos essa ingenuidade gratuíta a todo custo – as coisas não funcionam assim, e generalizações nesse universo são perigosas, devem sempre ser reavaliadas e baseadas em contexto, uso e suporte, além das características de quem faz uso e das características do objeto utilizado. Parafraseando a banda inglesa Eurythmics: “Some of them want to use you, some of them want to get used by you”. (Da música Sweet Dreams, do álbum Sweet Dreams (Are Made of This), de 1990). Tradução do pesquisador: “Alguns querem usar você, outros querem ser usados por você”.

10.1. Desdobramentos • Criação de um protótipo baseado na avaliação semiótica e nas recomendações desta pesquisa: Uma possibilidade de sequência desta pesquisa, seria a criação de um protótipo funcional de uma home page de um portal de informação brasileiro com a implementação dos resultados e recomendações obtidos com a avaliação realizada e as recomendações propostas. Esta página inicial reuniria as modificações e inovações baseadas nas considerações expressas dos usuários e dos designers – e seria checada com estes via o formulário on-line aplicado

Capítulo 10. Considerações Finais e Desdobramentos

229

anteriormente, e nova entrevista a ser realizada com os designers. Procedimento similar seria adotado na avaliação das respostas e comentários; e uma nova avaliação simbiótica de semiose e usabilidade seria utilizada. Essa nova coleta de dados poderia ser checada com os dados anteriores (obtidos com os portais já existentes), e com isso poderia ser realizado um paralelo de aproveitamento e agradabilidade entre as páginas iniciais tradicionais e o protótipo. • Sistematizar a semiótica para avaliação de interface: Santaella, em sua obra, apresenta metodologias para a melhor utilização do olhar semiótico (como visto nos livros “Semiótica Aplicada” e “Matrizes da Linguagem e do Pensamento”) para com diversas manifestações humanas, como a música, as artes visuais e os discursos verbais. A aplicação do triângulo peirciano na análise dos resultados desta pesquisa, mostrou-se como uma poderosa ferramenta na compreensão das instâncias envolvidas na produção de

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

significado e sentido dos elementos de interface componentes da hp dos portais avaliados – através da captação semântica dos comentários de usuários e designers. A realização desta análise baseou-se nos critérios deste pesquisador e na interpretação particular do mesmo nas questões enfocadas. Busca-se o aprimoramento de modelos de avaliação semiótica, para que possam ser adaptados para diferentes artefatos interativos e digitais - evitando ainda assim generalizações e simplificações e aperfeiçoando a compreensão das variáveis que entram em cena no universo da interação humano-computador / tecnologia. • Reunir grupos de pesquisadores para estudar a aplicação da semiótica no processo de avaliação: Através da reunião de especialistas na teoria semiótica, conduzir uma avaliação de significação baseada no signo peirciano sobre um artefato digital interativo qualquer, e verificar a proximidade das conclusões com o intuito de checar a validade da avaliação. • Pesquisa com usuários realizada com equipamento que acompanha o movimento do cursor: É possível, através de programas de computador e câmeras de vídeo acompanhar o movimento do cursor (dispositivo apontador) em uma tela digital qualquer (computador estacionário “PC”, laptop, dispositivo móvel, etc.) e com tal averiguar o comportamento do usuário através de atenção consciente e seu julgamento do sistema.

230

Capítulo 10. Considerações Finais e Desdobramentos

• Pesquisa com usuários realizada com equipamento que acompanha o movimento dos olhos: As questões da semiótica e da usabilidade poderiam ser associadas a questões fisiológicas, motoras e da atenção humana. A pesquisa Eyetrack (http://www.poynterextra.org/eyetrack2004/index.htm) gera dados quantitativos sobre as reações dos usuários a determinadas páginas de internet, através de câmeras que acompanham o moviemento dos olhos de um sujeito qualquer. Com isso produzem gráficos que demonstram o percurso resultante, as áreas de maior fixação e conclusões quanto aos elementos de maior pregnância ao olhar, atenção inconsciente, etc. Questões de cunho subjetivo e semiológico poderiam ser realizadas em parceria, incrementando as avaliações dos resultados obtidos com esse tipo de pesquisa. • Pesquisa com usuários realizada com equipamento que acompanha o

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

funcionamento do cérebro: Atualmente,

é

possível

observar

através

de

tomografias

computadorizadas as reações do cérebro a diferentes estímulos sinestésicos com maior definição e em tempo real. As mesmas considerações supracitadas fazem-se valer neste tópico. A transdisciplinaridade neste tipo de pesquisa, resultaria em conjuntos de dados que produziriam modelos de análise do comportamento humano observado por prismas diversos. Apresentar a um sujeito uma página de internet e realizar uma coleta de dados que envolva questões fisiológicas e mentais, além de questões subjetivas e cognitivas certamente representaria um avanço em pesquisas integradas. • Melhorar o suporte para deficientes visuais (feedback sonoro e tátil): A criação de um portal de informações que ofereça recursos de fruição a deficientes visuais seria uma tarefa desafiadora. A atividade projetual que envolve questões de representação, significação e decodificação de signos sonoros e táteis (e até mesmo olfativos), desprovido do componente visual encontra-se ainda em estágios iniciais e pouco desenvolvidos no domínio da IHC.

11 Referências Bibliográficas

11.1.

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Livros ARNHEIN, Rudolf. Arte e Percepção Visual. São Paulo: Martins Fontes, 1998. AUMONT, Jacques. A Imagem. São Paulo: Papirus Editora, 2002. BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. Rio de Janeiro: Edições 70, 1977. BAUER, Martin W; GASKELL, George. Pesquisa Qualitativa com Texto, Imagem e Som: Um Manual Prático. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002 (3ª edição). BASTOS, Lília da Rocha; PAIXÃO, Lyra; FERNANDES, Lucia Monteiro; DELUIZ, Neise. Manual para a elaboração de projetos e relatórios de pesquisa, teses, dissertações e monografias. Rio de Janeiro, LTC, 2000. 5a ed. BOMFIM, Gustavo; BRANCO, Ana; CIPINIUK, Alberto; COELHO, Luiz Antonio; MORAES, Anamaria; NOJIMA, Vera; PORTINARI, Denise; SPITZ, Rejane. Formas do Design - Por uma metodologia interdisciplinar. Rio de Janeiro: 2AB, 1999. BÜRDEK, Bernhard E. Diseño: historia, teoría y práctica del diseño industrial. Barcelona: Gustavo Gili, 1994. CARSON, David & BLACKWELL, Lewis. The End of Print. Espanha: Lawrence King Publishing, 1995. COSTA, Antonio Fernando Gomes da. Guia para elaboração de relatórios de pesquisas – monografias: trabalhos de iniciação científica, dissertações, teses e editoração de livro. Rio de Janeiro, Unitec, 1998. CRARY, Jonathan. Suspensions of Perception: attention, spetacle, and Modern Culture. Cambridge, Massachusetts, The MIT Press, 1999. DENIS, Rafael Cardoso. Uma Introdução à História do design. São Paulo: Edgard Blücher, 2000. DONDIS, Dondis A. Sintaxe da Linguagem Visual. São Paulo: Martins Fontes, 1997. ECO, Umberto. Apocalípticos e Integrados. São Paulo: Perspectiva, 1993. _________. Tratado Geral de Semiótica. São Paulo: Perspectiva, 2002. FERRARA, Lucrécia D’Aléssio. A Estratégia dos Signos. São Paulo, Perspectiva, 1981. FILHO, João Gomes. Gestalt do Objeto. São Paulo: Escrituras, 2002. FOUCAULT, Michel. Isto Não é um Caximbo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Capítulo 11. Referências Bibliográficas

232

FRUTIGER, Adrian. Signos, Símbolos, Marcas, Señales. Barcelona: Gustavo Gili, 1981. GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. São Paulo: Atlas, 1996 _________. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. São Paulo: Atlas, 1999. GOLDSMITH, Evelyn. Research into Illustration; an approach and a review. Cambridge: University Press, 1984 HESKETT, Jonh. Desenho Industrial. Rio de Janeiro: José Olímpio, 1998. HOLLIS, Richard. Uma História Concisa do Design Gráfico. São Paulo: Martins Fontes, 2000. HUISMAN, Denis. Dicionário dos Filósofos. São Paulo: Martins Fontes, 2001. JOHNSON, Steven. Cultura da Interface. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed. 2001 LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo, Atlas, 2001. 6ª ed. 219 p. MOREIRA, Marco Antonio. Aprendizagem Significativa. CESPE / UnB, 1999. MORRIS, Charles. Foundations of the Theory of Signs. The University of Chicago Press, 1970. MUKARÖVSKÝ, Jan. Escritos Sobre Estética e Semiótica da Arte. Lisboa: Editorial Estampa, 1981. NETTO, J. Teixeira Coelho. Semiótica, Informação e Comunicação. São Paulo: Perspectica, 2001. NIELSEN, Jakob. Designing Web Usability. Rio de Janeiro: Campus, 2000. _________, Tahir, Marie. Homepage Usability: 50 websites Desconstructed. Rio de Janeiro: Campus, 2002. NIEMEYER, Lucy. Elementos da Semiótica Aplicados ao Design. Rio de Janeiro: 2AB, 2003. NÖTH, Winfried. Panorma da Semiótica: De Platão a Peirce. São Paulo: Annablume, 1995. PREECE, Jennifer; Rogers, Ivonne; Sharp, Helen. Interaction Design: Beyond Human – Computer Interaction. New York, John Wiley & Sons, Inc. 2002. ROSENFELD, Louis, et al. Information Architecture for the World Wide Web: Designing Large-Scale Web Sites. Publisher: O'Reilly & Associates; 2nd edition, August 15, 2002. SANTAELLA, Lúcia. O que é Semiótica. São Paulo: Brasiliense, 1983. _________, NÖTH, Winfried. Imagem: Cognição, Semiótica, Mídia. São Paulo: Iluminuras, 1998. _________. Matrizes da Linguagem e do Pensamento. São Paulo: Iluminuras, 2001a. _________. Comunicação & Pesquisa. São Paulo: Hackers Editores, 2001b. _________. Semiótica Aplicada. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. SANTOS, IZEQUIAS, Estevam dos. Textos selecionados de métodos e técnicas de pesquisa científica. Rio de Janeiro: Impetus, 2000. SCHULMANN, Denis. O Desenho Industrial. São Paulo: Papirus, 1994.

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Capítulo 11. Referências Bibliográficas

233

SCHWABE, Daniel. Autoria de Aplicações Hipermídia. Rio de Janeiro: Dept. de Informática, PUC-Rio, 1998. SIEGEL, David. Criando Sites Arrasadores na Web; A Arte da Terceira Geração em Design de Sites. São Paulo: Quark books, 1998. SNYDER, Ilana. Hypertext: The Eletronic Labyrinth. New York: NY University Press, 1997 SOUZA, Clarisse Sieckenius de. The Semiotic Engineering of HumanComputer Interaction. The MIT Press, 2004. SOUZA, Pedro Luiz Pereira de Souza. Notas para uma História do Design. Rio de Janeiro: 2AB, 2001 (3ª edição). TUFTE, Edward R. Visual Explanations: Images and Quantities, Evidence and Narrative. Graphics Press, March 1997. TWYMAN, Michael. Using Pictorial Language: Designing Usable texts. New York: Academic Press Inc. 1985. VICENTE, Kim J. Cognitive Work Analysis: Toward Safe, Productive, and Healthy Computer-Based Work. Mahwah, New Jersey: Lawrence Erlbawm Associates, Publishers, 1999. WILDE, Judith & WILDE, Richard. Visual Literacy. A Conceptual Approach to Graphic Problem Solving. New York: Watson-Guptill Publications, 1991. WURMAN, Richard Saul. Understanding. T E D Conferences, Incorporated, December 1999. Ziegler, Kathleen and Greco, Nick (2001). Portfolios Online. Pennsylvania, USA: Dimensional Illustrators, 2001.

11.2. Artigos AGNER, Luiz. Avaliação Ergonômica de Interfaces na WWW: Limitações da Análise de Arquivos Log. PUC-Rio - Pontíficia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Laboratório de Ergonomia e Usabilidade de Interfaces HumanoComputador, 1999. ________. (MSc); MORAES, Anamaria (DSc). Design Centrado no usuário e Diálogo Clientes-Organizações Através de Interfaces na Web. Boletim Técnico do SENAC, Rio de Janeiro, v.28, n.1, jan/abr. p. 25-33, 2002a. ________. (MSc); MORAES, Anamaria (DSc). Diálogo Usuários Organizações na Internet: Pesquisa Ergonômica para o Sucesso do Web Design. PUC-Rio, 2002b. AGUIAR, Carla Arcoverde de. Estudo dos Elementos Sígnicos das Embalagens Diante do Processo de Tomada de Decisão. 1º Encontro de Semiótica Aplicada ao Design, PUC-Rio, Outubro de 2003. ARIEL, Eduardo; MORAES, Anamaria; D.SC. Estudo ergonômico da interface de produtos web focados na transmissão de alta velocidade. ANPED: 2º

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Capítulo 11. Referências Bibliográficas

234

Congresso Internacional de Pesquisa em Design - Brasil, Hotel Flórida, Outubro de 2003. ALM, Irma. Designing interactive interfaces: Theoretical consideration of the complexity of standards and guidelines, and the difference between evolving and formalised systems. Science Direct, Interacting with Computers; Volume 15, Issue 1 , January 2003, Pages 109-119. BERWANGER, Ana Claudia. Os Caminhos da Semiose na Marca da Editora Companhia das Letras: Uma Compreensão a Partir da Semiótica Peirceana. 1º Encontro de Semiótica Aplicada ao Design, PUC-Rio, Outubro de 2003. BOCCARA Ernesto Giovanni. Design no Ciberespaço: Análise e Reflexões para a Construção de Modelos Descritivos de Sistemas Hipermidiáticos. 6º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design FAAP-SP: 6º P&D, Outubro de 2004. BOMFIM, Gustavo Amarante. Exemplo de Análise da Relação entre Teoria e Práxis: A Identidade Cultural na Pós-Modernidade. PUC-Rio, ART 2008 Teoria e Crítica do Design, 2003a. ________. Definição de Design. da disciplina ART 2008 Teoria e Crítica do Design, 2003b. ________. Notas de Aula sobre Design e Estética (http://www.lambda.maxwell.puc-rio.br), 2003c. CARDOSO, Thaís Wright. O Design Pós-Moderno na Web. PUC-RS, 2003. CHUEKE, Jacques. A Evolução da Atenção em Direção às Interfaces Digitais e a World Wide Web. 6º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design FAAP-SP: 6º P&D, Outubro de 2004. _________. Contribuições da Semiótica na Concepção da Página Inicial de Websites de Grande Porte. 1º Encontro de Semiótica Aplicada ao Design, PUC-Rio, Outubro de 2003a. _________. A Arte Sequencial Verbo-Icônica e o Modelo Analítico. ANPED: 2º Congresso Internacional de Pesquisa em Design-Brasil, Hotel Flórida, Outubro de 2003b. _________. A Semiótica e as Interfaces do Futuro. 1º Congresso Internacional de Semiótica, UNESP – Araraquara, Outubro de 2003c. _________. Contribuições da Semiótica na Concepção da Página Inicial de Websites de Grande Porte. SBDI: Congresso Nacional de Iniciação Científica em Design da Informação, Setembro de 2003d. COELHO, Luiz Antonio L, PhD. O Objeto na Condução Narrativa: O Caso Ano Passado em Marienbad. In: Anais do SOCINE 2001. Porto Alegre: UCRS, Novembro de 2001. COELHO, Luiz Antonio L, PhD. Livro : amor e desafeto. 6º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design FAAP-SP: 6º P&D, Outubro de 2004. DEBRAY, Régis. Gênese das Imagens. In: _______. Vida e Morte da Imagem. Petrópolis: Vozes, 1994.

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Capítulo 11. Referências Bibliográficas

235

FABIARZ, Alexandre. O Livro Eletrônico, Questões de Suporte. ANPED: 2º Congresso Internacional de Pesquisa em Design-Brasil, Hotel Flórida, Outubro de 2003. FERRARA, Lucrécia D’Alessio. Do Desenho ao Design: Um Percurso Semiótico? 1º Encontro de Semiótica Aplicada ao Design, PUC-Rio, Outubro de 2003. FORMIGA, Eliana de Lemos. Quem Entende os Símbolos que Criamos? ANPED: 2º Congresso Internacional de Pesquisa em Design-Brasil, Hotel Flórida, Outubro de 2003. FU, Limin. & SALVENDY, Gavriel. The contribution of apparent and inherent usability to a user’s satisfaction in a searching and browsing task on the Web. Ergonomics, vol. 45, no. 6, 2002, 415-424 GUDWIN, Ricardo R. From Semiotics to Computational Semiotics. DCAFEEC-UNICAMP, Campinas, São Paulo, acesso em 15 de abril. 2004a. _______; GOMIDE, Fernando A.C. Sistemas Inteligentes Semióticos segundo a Semiótica Behaviorista de Charles Morris. DCA-FEEC-UNICAMP, Campinas, São Paulo, acesso em 15 de abril. 2004b. JENKS, Chris. Visual Culture. London: Routledge, 1995. JUSTICE, Loraine. Predicting the Success of your Web site. Design Management Journal, Summer of 2001, Pages 63-68. KENT, Norman. The Design of Electronic Educational Environments: Issues and Principles in Human /Computer Interaction. Department of Psychology, University of Maryland, 2000. KRIPPENDORFF, Klaus. Human-centered design: a cultural necessity. Estudos em Design, volume 08, número 3, 2000, Páginas 87-97. LÉVY, Pierre. O Universal sem Totalidade, Essência da Cybercultura. In: _____ . Cibercultura. São Paulo: Ed.34, 1999: 111-122. LIMA, Edna Cunha. Resumo do artigo: "Comprehensibility of Illustration - an analytical model" em Information Design Journal, vol1, 204-213 LLUSSÀ, Xavier. O Hipertexto como Paradigma. Estudos em Design, volume 10, número 1, 2003, Páginas 83-101. MARCUS, Aaron. Icons, symbols, and signs: visible language to facilitate communication. Interactions, volume 10, Number 3, 2003a, Pages 37-43. ________. Metaphors and User Interfaces in the 21st Century. Interactions, volume 09, Number 2, 2003b, Pages 7-10. MEMÓRIA, Felipe Ferraz P. Usabilidade de Interfaces e Arquitetura da Informação: Navegação Estrutural. 2º USIHC, PUC-Rio, Junho de 2003. MIRANDA, Flávia. Avaliação da interface de um site de comércio eletrônico através da técnica Avaliação Cooperativa. 2º USIHC, PUC-Rio, Junho de 2003. MONK, Andrew. "User-Centered Design: Making the Technology fit the User". University of York, UK. University of York, U.K.,

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Capítulo 11. Referências Bibliográficas

236

[email protected]. (This paper is adapted from an article published in Interfaces, the magazine of the British HCI Group, No. 50, 2002:. 31-33), 2002. MONT’ALVÃO, Claudia; BENCHIMOL, Diana. Ergonomia e Segurança de Trafego: a avaliação dos motoristas sobre os rótulos de risco. ANPED: 2º Congresso Internacional de Pesquisa em Design-Brasil, Hotel Flórida, Outubro de 2003. MORAES, Anamaria de (DSc). Usabilidade de Interfaces e Interação Humano-Computador: o Papel da Ergonomia. D.Sc. Doutora em Comunicação, ECO/UFRJ, 1992. ________. Recomendações para o Design de Telas. D.Sc. Doutora em Comunicação, ECO/UFRJ, 2002. ________. Ergonomia: Usabilidade de Interfaces e Interação HumanoComputador: o Papel da Ergonomia. 1º USIHC, PUC-Rio, Junho de 2002. ________. Ergonomia: Usabilidade de Interfaces, Interação HumanoComputador, Arquitetura da Informação. 2º USIHC, PUC-Rio, Junho de 2003. MAGARIÑOS, Juan A.. Operaciones Semióticas em el Análisis de las Historietas. Universidad Nacional de La Plata (http://www.magarinos.com.ar/opera.htm#análisis) Acesso em 21 de março, 2003. MOURA, Mônica (D. Sc.); SILVA, RAMOS. Cristina; MARTINS, Silmara. Design de Hipermídia. 6º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design FAAP-SP: 6º P&D, Outubro de 2004. MUCCI, Isaias. Alguma Propedêutica Semiológica. Programa de PósGraduação em Ciência da Arte – UFF (http://www.uff.br/mestcii/latuf1.htm) Acesso em 23 de março, 2003. NASCIMENTO, Licinio. A Mensagem dos Banners Pop-up: Usabilidade e Semiose. Mestrando em Design – PUC-Rio, 2001. NICOLACI-DA-COSTA, Ana Maria. Revoluções Tecnológicas e Transformações Subjetivas. Psicologia: Teoria e Pesquisa, vol. 18, nº 2, 2002. p. 193-202. NIEMEYER, Lucy. Design como Semiótica Aplicada. Design e Semiótica - 1º Encontro de Semiótica Aplicada ao Design, PUC-Rio, Outubro de 2003. ________. Design Atitudinal: produto como significação. 6º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design FAAP-SP: 6º P&D, Outubro de 2004. NOJIMA, Vera. Os Estudos das Linguagens como Apoio aos Processos Metodológicos do Design. 1º Encontro de Semiótica Aplicada ao Design, PUCRio, Outubro de 2003. ________. As Modalidades Produtivas do Design como um Fenômeno de Linguagem. 6º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design FAAP-SP: 6º P&D, Outubro de 2004.

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Capítulo 11. Referências Bibliográficas

237

NOZAWA, E.T. Peircean Semeiotic: A New Engineering Paradigm for Automatic and Adaptive Intelligent Systems Design. Lockheed Martin Aeronautics Company. Marietta, Georgia, 30063 U.S.A, 1998. PEREIRA, Heloisa Caroline de Souza; VANZIN, Tarcísio; FERREIRA, Cláudio Luiz; ULBRICHT, Vania Ribas. Aprendendo Hipermídia: Aspectos da Interface de um Ambiente Hipermediático voltado para o conteúdo de Hipermídia. 6º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design FAAP-SP: 6º P&D, Outubro de 2004. PLAZA, Julio. Arte e Interatividade: Autor-Obra-Recepção. Concinnitas, nº 4, ano 3, 2003: 7-34, (http://www.plural.com.br/jplaza/) . Acesso em Maio de 2003. PORTUGAL, Cristina. Design e a nova linguagem da comunicação digital. 1º Encontro de Semiótica Aplicada ao Design, PUC-Rio, Outubro de 2003. PRATES, Eufrasio. Semiótica: Uma Suave Introdução. Revista Eletrônica da ABSB, TEIA (http://www.absbteia.cjb.net), 1999. Acesso em 04 de março de 2004. RADFAHRER, Luli. Em matéria publicada na revista Design Gráfico. São Paulo, Market Press, 2000. RASMUSSEN, Jens. Senior Member, IEEE: Skills, Rules, and Knowledge; Signals, Signs, and Symbols, and Other Distinctions. In Human Performance Models, From IEEE Transactions on Systems, Man and Cybernetics, SMC-13. Copyright 1983 by IEEE. RHODES, Dr. Philip. Designing Hypermedia: Narrative Theory within a Cognitive Context. In: Anais do P&D Design 1998. RODRIGUES, Delano. O nome da marca e sua importância na construção de identidades de empresas e produtos. 6º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design FAAP-SP: 6º P&D, Outubro de 2004. SANTA MARIA, Luís Eduardo. Uma Análise de Pesquisas em IHC e Orientações para Pesquisadores de Legibilidade e Leiturabilidade. ANPED: 2º Congresso Internacional de Pesquisa em Design-Brasil, Hotel Flórida, Outubro de 2003. SANTOS, Robson L. G. Recursos de Auxílio à Navegação Hipertextual em Web Sites de Comércio Eletrônico. Mestre em Design, PUC-Rio. Centro Universitário Carioca, 2000b. SCHWABE, Daniel. Autoria de Aplicações Hipermídia. Dept. de Informática, PUC-Rio, 1998. SOARES, Silnei Scharten. A Oralidade das Narrativas Hipermidiáticas: Uma Abordagem Semiótica. UNIVILLE, SC, 2003. SOUZA, Clarisse Sieckenius de. Semiotic engineering principles for evaluating end-user programming environments. Dept.de Informática, PUCRio, 1999. TWYMAN, Michael. The Graphic Presentation of Language. Information Design Journal, vol. 3/1, 1982.

Capítulo 11. Referências Bibliográficas

238

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

VIEIRA, Milton Luiz Horn; BARROS, Rodolfo Miranda de; BARROS, Vanessa Tavares de Oliveira. Avaliação de Interfaces Homem-Computador: Um Estudo de Caso. 2003. WEYMAR, Lúcia Costa. Quem Marca o Feio, Bonito lhe Parece. 1º Encontro de Semiótica Aplicada ao Design, PUC-Rio, Outubro de 2003. WHALEN, Tom. Run Lola Run. Reviews, Film Quarterly, vol. 53, n. 3, Columbia University Press. Spring 2000. WILMER, Celso. Aos estudiosos de Semiótica: Uma apresentação de novas idéias da Psicologia Topológica. 1º Encontro de Semiótica Aplicada ao Design, PUC-Rio, Outubro de 2003. ZARUR, Ana Paula. As Influências da Modernidade no Design Gráfico Contemporâneo. ANPED: 2º Congresso Internacional de Pesquisa em DesignBrasil, Hotel Flórida, Outubro de 2003. ZILSE, Renata; MORAES, Anamaria. Modelo do Usuário x Modelo de Design: A Diferença que Interfere na Usabilidade de Websites. PUC-Rio, 2003.

11.3. Monografias, Dissertações e Teses CAVALCANTI, Keila Garrido. O Cartaz: Um Estudo de Caso de Campanhas de Prevenção da Sífilis e da AIDS. Programa de Mestrado em Design. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, 2000. CHUEKE, Jacques. Arte Sequencial Verbo-Icônica (História em Quadrinhos) – Monografia apresentada como projeto de conclusão de curso. PUC-Rio: Departamento de Artes & Design, 1998. CRENZEL, Silvina Ruth. Semiótica e Design: como as imagens representam as coisas na internet. Programa de Mestrado em Design. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, 2002. EPPINGHAUS, Roberto HG. Malha Perceptiva. Programa de Mestrado em Design. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, 1999. HIRATSUKA, Tei. Contribuições da Ergonomia e do Design na Concepção de Interfaces Multimídia. Florianópolis. Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção. Universidade Federal de Santa Catarina, 1996. HOLANDA, Giodana Borges de. Corpos Interativos, Telepresentes e PósBiológicos – Um Segmento da Arte Tecnológica Contemporânea. Programa de Mestrado em Design. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, 2002. LEITE, Jair Cavalcanti. Modelos e Formalismos para a Engenharia Semiótica de Interfaces de Usuário. Programa de Doutorado em Ciências da Informática, PUC-Rio, 1998. MOTTA, Maria Inês Lemos M. O Papel do Design na Busca da Informação na Web por Usuários Iniciantes e com Diferentes Níveis de Escolaridade.

Capítulo 11. Referências Bibliográficas

239

Programa de Mestrado em Design. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, 2002. MOURA, Mônica. O Design de Hipermídia. Programa de Doutorado em Comunicação e Semiótica, PUC-SP, 2003. NASCIMENTO, Licinio. Banner Pop-up: Uma Abordagem entre a Semiose e a Usabilidade. Programa de Mestrando em Design, PUC-Rio, 2003. PADOVANI, Stephania. Avaliação Ergonômica de Sistemas de Navegação em Hipertextos Fechados. Rio de Janeiro. Programa de Mestrado em Design. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, 1998. PINHEIRO, Mauro. Redesignando a WWW: O Papel do Design na Democratização da World Wide Web. Programa de Mestrado em Design. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, 2000.

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

11.4. Links Aaron Marcus http://www.amanda.com/people/staff/aaron_marcus_f.html Avaliação de Usabilidade On-Line Questionnaire for User Interaction Satisfaction (QUIS): http://www.lap.umd.edu/QUIS/index.html e http://www.cs.umd.edu/hcil/quis/ Acessibilidade brasil: http://www1.acessobrasil.org.br/paginas/home.asp ErgoList: http://www.labiutil.inf.ufsc.br/ergolist/ Web Metrics: http://zing.ncsl.nist.gov/WebTools/tech.html W3C : http://www.w3.org/ Charles Sanders Peirce http://www.pucsp.br/~filopuc/verbete/peirce.htm http://www.peirce.org/ CHUEKE, Jacques. O Certo e o Errado na Criação de um Site. Coluna Digital do portal StarMedia (http://www.jchdesign.com.br/portugues/sobremim/StarMedia%20-20Digital.htm), Junho de 2001. Estatísticas UOL: http://www1.uol.com.br/publicidade/uol_metricasuol_anuncie.htm IG: http://200.226.127.87/sites.htm Terra: http://publicidade.terra.com.br/perfil.htm

Capítulo 11. Referências Bibliográficas

240

Estatísticas IBOPE / NetRatings http://www.ibope.com.br/imprensa/noticias_2003_internetset_no.htm e http://www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect?temp=5&proj=P ortalIBOPE&pub=T&db=caldb&comp=Notícias&docid=FE850DB928FDE56A832 56ECA00657ACD EYETRACK III Site oficial: http://www.poynterextra.org/eyetrack2004/index.htm Coluna Observatório da Imprensa, do iG: http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=294ENO001#

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Formulário on-line http://www.jchdesign.com.br/pesquisa/formulario.htm e http://wwwusers.rdc.puc-rio.br/labcom/jacques/formulario.htm Hipertexto http://www.pucsp.br/~cimid/4lit/longhi/hipertexto.htm e http://cobit.mma.com.br/precursores/vannevar_bush.htm e http://historiadainternet.blogspot.com/2003/09/vannevar-bush.html iG História http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos/al080820012.htm iG muda de nome http://www.clientesa.com.br/?sp=Materia_integra.asp&secao=112&Codigo=5394 iG muda o design da home page http://idgnow.uol.com.br/AdPortalv5/InternetInterna.aspx?GUID=2850749F53E1-4BB2-A8F3-62FCE5A1622D&ChannelID=2000012 e http://www.olhardireto.com.br/news.asp?news=178719&id=121120048464&sec= 12 Jakob Nielsen Site oficial: http://www.useit.com Top Tem Mistakes (maio de 1996): http://www.useit.com/alertbox/9605a.html Top Tem Mistakes (atualizado em 2004):http://www.useit.com/alertbox/9605.html Nielsen Study Guide for Homepage Usability: http://www.useit.com/homepageusability/studyguide.html Notícias sobre internet dentro do IBOPE http://www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect?temp=3&proj=P ortalIBOPE&pub=T&nome=noticias_novidades_generico&db=caldb&secao=Inter net e

Capítulo 11. Referências Bibliográficas

241

http://www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect?temp=5&proj=P ortalIBOPE&pub=T&db=caldb&comp=Notícias&docid=343A7C1254F4D5688325 6ECA00657AA1 Pierre Lévy (O Universal sem Totalidade, Essência da Cybercultura) http://empresa.portoweb.com.br/pierrelevy/ouniversalsem.html Semiologia e Semiótica http://www.uff.br/mestcii/latuf1.htm SENSIVA http://www.sensiva.com/symbolcommander/

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

UOL – Sobre o UOL http://sobre.uol.com.br/ UOL muda o projeto gráfico e arquitetura da informação http://sobre.uol.com.br/ultnot/imprensa/2004/03/23/ult299u442.jhtm e http://sobre.uol.com.br/especial/#

12 Apêndices

12.1.

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Pré-Teste do Sujeito 1: 28.02.04 (17:15 – 18:20). 27 anos. Resolução de monitor de 1152 x 864

1.1

Figura 57 – Internet Group “IG” e questão 1 do pré-teste (sujeito 1).

1. Identifique, por favor, a home page carregada. O que lhe informou isso? A hp do portal do IG. 1.1 Qual é a sua primeira ação após o carregamento? E por quê? Fechar a janela de propaganda POP-UP – Porque está me incomodando. Tira a atenção do resto. 1.2 Cite as três primeiras coisas que você percebeu na home page. E por que chamaram sua atenção? (1.2a) Banner Flash animado (garota e movimento) – (1.2b) Matéria sobre Mísseis Israelenses (Tamanho da letra) – (1.2c) Concursos Públicos (primeira coisa do lado esquerdo). (1.2d) Cores: Branco, azul e vermelho (apesar de ser vermelho está situado bem à direita, portanto vi por último).

243

Capítulo 12. Apêndices

3. Pense em algo que você geralmente busca na home page de um portal – você encontra facilmente na home page apresentada? Não navego muito em portais com vários temas, não tenho essa experiência. Ficaria a toa aqui. Em geral busco notícia, programação de lazer. Encontraria facilmente o Último segundo. 3.1. Algum outro elemento da home page atraiu sua atenção que o/a fez (ou poderia fazer) mudar seu interesse inicial? Poderia ver a gata, uma vez que não entrei atrás de notícia ou concurso público.

1.2a

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

1.2b

1.2c

1.2d

Figura 58 – Internet Group “IG” e questão 1.2 do pré-teste (sujeito 1).

244

Capítulo 12. Apêndices

3.1

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

3.

Figura 59 – Internet Group “IG” e questão 3.1 do pré-teste (sujeito 1).

4. Quais os gráficos e ícones que mais lhe chamam a atenção? Por favor, identifique pelo menos três. (4a) A gata (superior esquerdo, ocupando bastante espaço e é uma fotografia, localizada em local privilegiado) – (4b) o desenho da esfinge (“paixão e arte”) – (4a) O banner em flash, dinâmico (apareceram outras gatas). Opa - Será que esbarrei no teclado? A página foi atualizada? Não tomei nenhuma ação para isso. Não gostei, perdi o controle da situação. Banners não me chamam a atenção – ignorei o topo. Para mim a página começa abaixo dos banners. 4.1 Você tem dificuldade de compreender algum destes gráficos ou ícones? Identifique-os, caso haja algum. Ícones na lateral esquerda (barra vertical). Não vou saber pra que é esse coração sem a palavra encontros, nem pra que serve esse “blig” (teve dificuldade em ler), o ícone é uma página, mas não sei para que serve. O discador também não identificaria, está muito pequenininho (não é uma pessoa, uma cara...). O celular também não reconheceria, parece uma calculadora, sei lá. E-mail talvez, Busca, o Papo... Opa, mais uma vez o recarregamento, você sempre tem a impressão que tocou em alguma coisa – poderia pelo menos ter uma mensagem como “site recarregando”.

245

Capítulo 12. Apêndices

4.1

5b

4a

5a

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

4b

Figura 60 – Internet Group “IG” e questões 4 e 5 do pré-teste (sujeito 1).

2.1. Você pode identificar uma ordem de leitura clara na home page do portal? Identifique-a através do mouse (dispositivo apontador). Talvez pelo fato de ter a mulher ela puxa pro lado esquerdo – começo a ler da esquerda pra direita – Mísseis – Concursos Públicos. 5. Quantas áreas distintas você pode encontrar na home page? Identifique-as, por favor. Ex: Conteúdo jornalístico, interativo, produtos e serviços, entretenimento, áreas com animação (flash, banners e outros menus animados). (5a) A área de notícias, central (a manchete, e o nome “último segundo” eu já sei o que é) – isso pelo menos depois de olhar com certo cuidado, porque inicialmente você não faz separação - eu vejo o todo. (5b) Depois essa área de compras, porque tem o nome compras em cima. (5c) A área à esquerda superior, que é uma “mistura de crioulo doido” que eu não sei do que se trata (tem “Simpsons”, concursos públicos...) - não tem título. (5d) Essa área aqui parece uma brincadeira... “Clique na letra para encontrar o assunto”. Parece um joguinho. É um índice, não é? Você usaria? Não, não usaria – o cara teria que estar muito perdido para chegar num portal que não tem foco sobre nada e ainda ir numa área para escolher assunto... pô, melhor sair na rua e procurar outra coisa. (5e) Essa última área, esse banner final, parece uma área de compras da americanas.com. E essa parte de sites do IG, notícias (logo abaixo dos banners)? Não me chamou atenção eu estava ignorando até agora – talvez entrasse na parte de notícias.

246

Capítulo 12. Apêndices

9

5c

9

5d

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

5e

Figura 61 – Internet Group “IG” e questões 5 e 9 do pré-teste (sujeito 1).

6. Você percebe com facilidade os links, ícones clicáveis e outras áreas interativas? Consegue distingui-los sem o auxílio do mouse (dispositivo apontador)? Desconfio que o que está em negrito ou em cor diferente seja o que eu posso clicar, não é? E algumas fotografias possivelmente. A gata com certeza. Mas você encontra alguma pista visual que te diga com certeza: “isso é um link”? Com certeza, não - é tudo no “achômetro”. 6.1 Através do mouse (dispositivo apontador) descreva o comportamento de interface dos links, ícones clicáveis e outras áreas interativas mencionadas. Você considera esse comportamento satisfatório para informar que os elementos são clicáveis? Com o mouse o fundo fica azul, o título fica sublinhado e a “mãozinha” que é o elemento mais forte. Acho que está ok. Outra vez a atualização do site automática, que causa desagrado no usuário – explico que ocorre para atualizar os banners e as notícias do último segundo. 7. Existe algum elemento na home page (gráfico, ícone, cor, link, texto) que lhe desagrada? Caso afirmativo, por favor, identifique e explique o porquê. Eu não gosto dessa foto do Zezé Di Camargo – Já estou olhando esse site há tanto tempo que não agüento mais ver o Zezé Di Camargo – nada contra a pessoa dele...Quem não gosta do Zezé pode ser bom, mas pra quem não liga... O que me incomoda é que eu gosto da gata, e quando a imagem dinâmica muda, eu não gosto – mas por outro lado, interessante também porque não fica na monotonia. 8. A home page deixa seus objetivos claros? Quais são? O que ela propõe ou informa após rápido exame? Ela se propõe a ser um portal de várias coisas. Bom, quem entra no site do IG deve saber que deve ter várias coisas lá, então ela se propõe a ser multi-conteúdo, não é?

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Capítulo 12. Apêndices

247

8.1. Está claro o seu público alvo? Qual é? Isso eu não sei. Público variado ou que não tem mais o que fazer. 8.2. A home page informa porque você deveria usá-la ou qual o seu diferencial em relação ao concorrente? Não sei. Não costumo entrar em outros portais, então não sei. Só sei que tem muita perda de espaço aqui pra coisa boba – por exemplo, compras eu não faço, e metade da página aqui é de compras. Esse índice aqui também ocupa um espaço gigantesco. E essa parte lateral esquerda é um samba do crioulo doido, como já falei. Não ia me concentrar aí, porque são vários assuntos. 8.3. Você gosta ou desgosta da home page apresentada? Por quê? Atribua uma nota de 0 a 10 (média entre o design e conteúdo). Eu desgosto. A única coisa que eu gosto é a gata mesmo... Daria uma nota 5. 9. Você modificaria, acrescentaria ou removeria alguma coisa na home page apresentada? (comportamento, cor, disposição dos elementos) Caso afirmativo, quais as suas sugestões e por quê? Reduz a parte de compras, né? Quem vai fazer compras na internet vai prum site de compras, como a americanas.com. Aqui a metade do site é de compras, não estou aqui para comprar. Quem quer ir no submarino, vai direto no submarino – não vai no IG, pra depois ir no submarino. De repente se eu não souber o que fazer, vou fazer compras – isso não acontece comigo. Tirar esse índice e ocupar de uma outra forma mais eficiente. Esse banner de cima é muito grande, toda área ao lado da logomarca (referindo-se aos banners “full” e “half”). (9) Essa parte vermelha, tão grande e inutilizada. Agora que eu vi “americanas.com frete grátis” – agora que eu vi um “grátis” aqui no final, tão pequenininho... E amarelo com fundo vermelho - não ia descobrir nunca. Modificando a resolução de monitor para 800 x 600, você mudaria seus comentários? Esse banner à direita, era largo e gigantesco e agora virou uma fatia pequena, agora eu vi que não há desperdício –não foi proposital esse negócio, estava numa resolução muito grande. A parte de notícias ficou ocupando uma parte de 25%, digamos, agora ocupa 40%, pois o meu todo é o que está aparecendo na tela, e portanto notícias agora é muito mais importante proporcionalmente no site do que era. Então passo a gostar mais do site nessa resolução. Compras - metade saiu fora. Metade da parte do “samba do crioulo doido” saiu fora, então eu gostei mais do site dessa forma, pois as partes que não me atraiam caíram fora – e a gata ficou toda também. Em relação às áreas que não estão visíveis a primeira vista antes do scroll vertical – uma vez olhando essas áreas escondidas gostaria de saber se são importantes ou poderiam ser eliminadas, sendo suficiente o que já aparece à primeira vista? A mim não atrai. Eu vejo isso e volto – não me atrai como conteúdo. A parte antes do que scroll é o que eu usaria. Se eu estivesse muito carente eu iria nesses encontros (só aparece com o scroll vertical), mas como não estou não – então subiria de volta.

248

Capítulo 12. Apêndices

12.2. Pré-Teste do Sujeito 2: 28.02.04 (19:30 – 18:20). 24 anos. Resolução de monitor de 800 x 600

3.

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

1.1

Figura 62 – Internet Group “IG” e questões 5 e 9 do pré-teste (sujeito 2).

1. Identifique, por favor, a home page carregada. O que lhe informou isso? A hp do portal do IG. 1.1 Qual é a sua primeira ação após o carregamento? E por quê? Fechar a janela de propaganda POP-UP – Não me interessa em nada e eu quero ver o conteúdo real do site. Vi o conteúdo do pop-up bem rápido, não me interessou e eu fechei. 1.2 Cite as três primeiras coisas que você percebeu na home page. E por que chamaram sua atenção? (1.2a) Depois que ela abriu, foi a imagem passando do joguinho (o movimento, as cores me chamaram a atenção) – (1.2b) O logotipo do IG lá em cima – (1.2c) normalmente eu olharia pra parte de notícias, mas não tem nada que me chamou muito a atenção. (1.2a) Cores: As do banner em flash, canto superior esquerdo (promocional interna). 3. Pense em algo que você geralmente busca na home page de um portal – você encontra facilmente na home page apresentada? Normalmente eu busco algo pra trabalho, ou literatura na parte médica, que é minha área. Em portais eu busco filmes, artes, culinária, restaurantes, coisas que estão acontecendo na cidade. Geralmente vou direto no sistema de busca do portal, pra tentar encontrar o que estou procurando. Você encontra a parte de cinema nessa home page? Não. Diretamente, sem olhar com muito detalhe, não.

249

Capítulo 12. Apêndices

3.1. Algum outro elemento da home page atraiu sua atenção que o/a fez (ou poderia fazer) mudar seu interesse inicial? Nessa área de culinária, aqui acho.

1.2b

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

1.2a

1.2c

Figura 63 – Internet Group “IG” e questão 1 do pré-teste (sujeito 2).

4. Quais os gráficos e ícones que mais lhe chamam a atenção? Por favor, identifique pelo menos três. (4a) O que mais me chamou a atenção, depois daquele joguinho, acho que é esse ícone do “eu te amo”, pelas cores acho – me faz olhar diretamente pra ele. 4.1 Você tem dificuldade de compreender algum destes gráficos ou ícones? Identifiqueos, caso haja algum. Talvez aquele discador, se não tivesse nada escrito seria o mais difícil de identificar. Os outros, se não tivesse nada escrito talvez ficaria a dúvida. No IG papo se não tivesse nada escrito, iria parecer um bonequinho rindo – daria pra confundir. O Blig, eu não conheço o serviço, não tenho a menor idéia do que poderia ser. O resto dá o recado. 2. Identifique através do mouse (dispositivo apontador) o primeiro elemento que você clicaria (não é necessário clicar) e por quê? O primeiro elemento que eu procuro num site normalmente é o buscar – teria que estar bem visível pra eu ir diretamente nele. 2.1. Você pode identificar uma ordem de leitura clara na home page do portal? Identifique-a através do mouse (dispositivo apontador). Logo – área animada – Notícias – Baixaria o scroll – depois iria pra esses quadros no canto inferior esquerdo da página (2.1a) – por último essa barra do lado direito do site (nem vi direto, não me chamou a atenção diretamente, mas é pela leitura mesmo.

250

Capítulo 12. Apêndices

2.1a

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

9b

Figura 64 – Internet Group “IG” e questões 2 e 9 do pré-teste (sujeito 2).

5. Quantas áreas distintas você pode encontrar na home page? Identifique-as, por favor. Ex: Conteúdo jornalístico, interativo, produtos e serviços, entretenimento, áreas com animação (flash, banners e outros menus animados). (5a) Identificaria a área de notícias – o “Último Segundo”. (5b) Outra, seria essa parte grande... O site é atualizado automaticamente – o que você acha disso? Acho que se estivesse pesquisando alguma coisa mais a fundo e tivesse mudado, poderia ter perdido a concentração...e as chamadas do “Último Segundo” mudaram – se tivesse interesse em clicar em alguma das anteriores teria perdido a chamada. Mas enfim; depois...aquela área como notícias, acontecimentos – já passou um jogo – realmente não consigo identificar, não sei o que é. (referindo-se à área em flash de promoção interna) (5c) Depois a área de serviços do IG, que eu particularmente não costumo usar, mas tem bate-papo, celular – que eu não sei o que é, mas tem...e-mail, discador e abaixo tem três áreas (5d) não sei se são serviços – não sei se são informações; nada diretamente que vai me dizer com certeza aonde eu vou entrar. A barra horizontal de serviços você usaria (5e)? Não me chamou atenção até agora. Eu não costumo ficar pesquisando o que o site tem pra depois entrar nele, ou clico direto em algum assunto, ou se alguma coisa me chama muito a atenção – mas não sou o tipo de pessoa que vai buscar uma coisa no site pra entrar. Talvez eu entraria naquele joguinho (porque me chamou muita atenção) que passou e eu poderia ver. 6. Você percebe com facilidade os links, ícones clicáveis e outras áreas interativas? Consegue distingui-los sem o auxílio do mouse (dispositivo apontador)?

251

Capítulo 12. Apêndices

Essa área que fica passando essa propaganda por exemplo, eu não diria com certeza que é clicável – eu diria que é provável. A barra esquerda, vertical não é tão provável que eu possa clicar, nem a barra horizontal no topo. As notícias, são com certeza são clicáveis.

7a

5e 5a

5c

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

5b 5d

Figura 65 – Internet Group “IG” e questões 5 e 7 do pré-teste (sujeito 2).

6.1 Através do mouse (dispositivo apontador) descreva o comportamento de interface dos links, ícones clicáveis e outras áreas interativas mencionadas. Você considera esse comportamento satisfatório para informar que os elementos são clicáveis? A setinha muda, né – ao aparecer a mãozinha você tem certeza que vai poder clicar. Em algumas imagens aparece a mãozinha – e o texto que você pode entrar é sublinhado e a coloração da caixa do texto muda um pouco. 7. Existe algum elemento na home page (gráfico, ícone, cor, link, texto) que lhe desagrada? Caso afirmativo, por favor, identifique e explique o porquê. O que mais me desagrada aqui é essa barra a esquerda, vertical – particularmente eu não gosto nem um pouco; por motivos estéticos mesmo e porque acho pouco funcional. (7a) Me desagrada o banner do lado direito acima; parece uma coisa amadora, muito colocada ali. Os banner central não me chamou a atenção, não me faria ficar com raiva dele, como o banner à direita. 8. A home page deixa seus objetivos claros? Quais são? O que ela propõe ou informa após rápido exame? Não, nem um pouco. Se eu entrasse nesse site eu teria que navegar bastante nele pra entender o que ele quer dizer, qual a mensagem que ele quer passar. 8.2. A home page informa porque você deveria usá-la ou qual o seu diferencial em relação ao concorrente?

Capítulo 12. Apêndices

252

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

De maneira nenhuma. Não tem diferencial nenhum, pelo que eu vejo nem em termos de conteúdo, nem em termos de uma própria mensagem, um “slogan” do site que definiria o que ele deseja passar. 8.3. Você gosta ou desgosta da home page apresentada? Por quê? Atribua uma nota de 0 a 10 (média entre o design e conteúdo). Eu desgosto. Daria uma nota entre 5 e 6 no máximo. Porque além de não ter uma identidade o site, não diz pro que é, não tem uma mensagem, um conteúdo direto. Esteticamente, visualmente não é dos mais agradáveis, não tem outro diferencial. 9. Você modificaria, acrescentaria ou removeria alguma coisa na home page apresentada? (comportamento, cor, disposição dos elementos) Caso afirmativo, quais as suas sugestões e por quê? Com certeza, em primeiro lugar tiraria aquele banner do lado direito superior, (referindose ao banner de empregos), depois tiraria essa barra a esquerda lateral de navegação, vertical...e a barra superior horizontal eu tiraria essa orelhinhas dela (as abas dobradas no gráfico), me desagrada (9a). Pra mim desagrada muito esse “clique na letra pra encontrar o assunto”, parece uma coisa totalmente infantil...mas você não faz a menor idéia do que isso quer dizer – qualquer que possa ser o assunto, assunto que ele te oferece?...pode ser qualquer coisa. (9b) De maneira nenhuma eu usaria isso.

9a

Figura 66 – Internet Group “IG” e questão 9 do pré-teste (sujeito 2).

Capítulo 12. Apêndices

253

12.3. Entrevista com Rodrigo David Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC-Rio Programa de Pós-Graduação em Design Contribuições da Semiótica na Concepção da Página Inicial de Portais de Informação Uma Pesquisa de Caráter Experimental focada no Público Brasileiro Jacques Chueke, Vera Lúcia Moreira dos Santos Nojima, (Orientadora). LabCom – Laboratório de Comunicação no Design Entrevista cedida por e-mail, no dia 12.04.04

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

1. Qual é o seu nome e qual a empresa em que trabalha? Qual é o seu cargo na empresa? Descreva suas atribuições. Meu nome é Rodrigo David, trabalho como diretor de arte da iBest S/A. Minha função é coordenar a equipe de criação e HTML, fazendo a direção de arte e o controle dos processos dentro do departamento. 2. Sobre a equipe de criação da home page do portal de informação da sua empresa: Descreva, por favor, as equipes envolvidas na criação da hp. 2.1. Qual é a hierarquia entre as equipes? Quais são as etapas envolvidas na criação da hp? A equipe de criação é composta de três módulos: 1. AI e Gerencia de Projetos: equipe responsável pelo controle das demandas e organização das especificações 2. Criação (ou Design): equipe responsável por todo o conteúdo gráfico (online) da empresa 3. HTML: equipe responsável pelo desenvolvimento em HTML das páginas. O processo de desenvolvimento de um site acontece em várias etapas. A primeira delas é um brainstorm, onde os gerentes de produto definem os objetivos do site em uma reunião informal. Desta primeira reunião sai o "documento de especificação de produto", que funciona como um manual e contém todos os detalhes sobre a mecânica da página. Este documento é encaminhado para a equipe de criação e a partir o site entra em uma "linha de produção". Passo 1: O módulo de AI (Arquitetura da Informação) gera uma especificação visual da página em Visio e encaminha o documento para a criação. Passo 2: A equipe de design "veste" o wireframe, criando a interface no software mais adequado ao projeto (Illustrator, Photoshop, Flash etc). Após revisão do diretor de arte, os layouts são aprovados com os gerentes de produto. Passo 3: Com as páginas aprovadas a equipe de HTML recebe os arquivos e converte os layouts em páginas HTML. Obs.: Caso haja a necessidade de integração com sistemas, as páginas em HTML são encaminhadas para o departamento de tecnologia para posterior publicação. 3. Sobre o tamanho em pixels da home page do portal de informação da sua empresa: Descreva, por favor, os critérios adotados para se determinar a altura e largura da home page.

Capítulo 12. Apêndices

254

A resolução das páginas é definida através das estatísticas de acesso do portal. Geralmente desenvolvemos layouts compativeis com resoluções de 800x600 e superiores, atingindo 95% de nossa base.

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

4. Sobre a quantidade de seções carregadas (Conteúdo jornalístico, produtos e serviços, entretenimento, áreas com animação flash, menus de navegação) na home page do portal de informação da sua empresa: Descreva, por favor, os critérios adotados para se determinar a quantidade de seções presentes na hp. As seções são escolhidas através de pesquisas com os usuários iBest, definições de produto e estratégias comerciais. Não há limite e a quantidade de seções pode - e deve variar constantemente. Temos alguns produtos sazonais, como hot-sites de carnaval, natal, páscoa e produtos em parceria comercial, como o hot-site da Coca-Cola Vibezone por exemplo. 5. Sobre a disposição das seções carregadas na home page do portal de informação da sua empresa: Descreva, por favor, os critérios adotados para se configurar tal disposição e ordem de leitura. A disposição dos elementos na home é resultado de uma analise cuidadosa da equipe de arquitetura da informação. Destacamos os blocos de informação por ordem de prioridade de leitura, visando sempre o conforto e do usuário. Através das estatísticas de acesso conseguimos mapear o perfil dos usuários iBest e tentamos, sempre que possível, casar o nosso layout com estas preferências. Antes do site ser publicado, disponibilizamos a página em um endereço fechado e convidamos um grupo de usuários para um focus group. Após alguns dias de teste (pode variar de 3 a 15 dias dependendo do prazo de entrega), as sugestões são analisadas e implementadas antes do lançamento. 6. Sobre a ordem de carregamento dos elementos dispostos na hp do portal de informação da sua empresa: Existe a preocupação com a ordem de como os componentes da página são descarregados? Quais seriam as tecnologias envolvidas nessa questão? Existe. O iBest é um dos únicos portais brasileiros que utiliza um software específico para esta função. Nosso portal é carregado em blocos, por prioridade. Utilizamos o SmartCode, programa da SmartLab (www.smartlab.com.br) que tem como função reduzir o peso das páginas e permitir o carregamento dinâmico das áreas. 7. Sobre o peso em kb dos elementos dispostos na home page do portal de informação da sua empresa: Descreva, por favor, os critérios adotados para se determinar o peso em kb dos elementos da home page. 7.1. De que forma o tamanho dos arquivos (como unidade e como um todo) afeta a largura de banda da hp? O consumo de banda tem um custo para a empresa. Reduzir o peso das nossas páginas significa reduzir custos. Fora a preocupação com o consumo de banda, temos que focar no nosso público-alvo: usuários de banda estreita. Sendo assim somos os "vigilantes do peso". Todo mês nos pesamos e apertamos a dieta. :) 7.2. Qual seria o tempo ideal para o carregamento da home page, sem causar desagrado nos usuários (para a velocidade de conexão entre 56 Kbps e 33 Kbps e 512 Kbps e 128 Kbps)?

Capítulo 12. Apêndices

255

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Tempo ideal? Um segundo. Esta é a meta. Infelizmente não é tão fácil assim. Carregar milhares de linhas de código e imagens ainda consome alguns desagradáveis segundos de espera. Como o peso é sempre encontra um limite, temos que trabalhar para melhorar a percepção do usuário em relação ao carregamento. O SmartCode citado na sexta pergunta entra aí. O tempo "aceitável" no momento gira em torno dos 30-45s em banda estreita. 8. Sobre a infuência comercial sobre os elementos dispostos na hp do portal de informação da sua empresa: Como as questões que envolvem anunciantes externos e publicidade interna (popups, banners, outros formatos e mídias para publicidade) afetam a concepção da home page? É preciso desenvolver formatos de mídia inovadores, que sejam interessantes, divertidos e o principal: pertinentes. É um desafio difícil criar peças que não degradem a interface do portal e que não perturbem a navegação do usuário. A equipe de criação trabalha lado a lado com o comercial no desenvolvimento destas peças e na maioria dos casos o sucesso é total e absoluto, tanto para a imagem do portal quanto para o cliente. (Estarei enviando alguns exemplos em anexo) Infelizmente nem todas as peças são desenvolvidas pela nossa equipe. A grande maioria é veiculada diretamente pelo departamento comercial e algumas realmente não são boas. Sempre que encontramos uma peça que possa prejudicar a imagem do portal tentamos negociar um redesign com o departamento comercial. 9. Sobre a concorrência entre outros portais de informação: Como a presença de outros portais de informação afeta a criação da hp do portal de informação da sua empresa? Procuramos aprender com a concorrência, analisando os pontos fortes e fracos de cada um. É importante respeitá-los. Felizmente o iBest é uma empresa tradicionalmente inovadora. Somos pagos para criar soluções de vanguarda e não para copiar os sites concorrentes. A concorrência é um dos principais combustíveis para a criação. :) 9.1. Qual é a posição (como audiência) do portal de informação da sua empresa frente aos concorrentes? O iBest é o provedor de acesso que mais cresce no Brasil. São quase 7 milhões de usuários em pouco mais de dois anos. 10. Sobre o usuário da home page do portal de informação da sua empresa: São realizadas pesquisas (de caráter formativo) com o usuário antes da vinculação do portal de informação on-line? Ou a criação da hp baseia-se somente nos conceitos criados pela equipe de designers / desenvolvimento? São realizadas pesquisas. Utilizamos outro produto do iBest, o Opinia (www.opinia.com), como principal ferramenta para estas pesquisas. 10.1. São realizadas pesquisas de satisfação com o usuário pós-vinculação do portal de informação on-line? Mesma resposta do item anterior. 10.2. São realizadas modificações no portal de informação baseadas nos comentários e / ou reclamações dos usuários? Se afirmativa a resposta, comente algum caso. Sempre. Recentemente redesenhamos o portal iBest. O índice de aprovação nas pesquisas era de 98% em relação ao penúltimo layout. ao analisar os 2% percebemos que o tamanho das fontes era o principal foco. Aumentamos a fonte e o leading das

Capítulo 12. Apêndices

256

matérias, seguindo a sugestão dos usuários. Existem outros exemplos como a criação de canais especiais, discadores temáticos, página de imagens etc. O usuário manda e desmanda aqui dentro. :)

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

11. Sobre os banners pop-up: Estudos indicam que a maioria dos usuários desgostam dos banners pop-up; ainda assim estes continuam sendo vinculados – O retorno financeiro sobre esse tipo de propaganda compensa esse inconveniente sobre os usuários? Boa pergunta. Eu sinceramente acho não e acredito que em pouquíssimo tempo os popups irão sumir da face da terra. A nova versão do Internet Explorer (incorporada ao Windows XP SP2) já vem com um "popup killer" integrado. Significa que mais de 90% dos usuários terão a escolha de ver ou não este tipo de mídia... Por isso os novos formatos de mídia são tão importantes. 12. Sobre o futuro das home pages: Quais serão as novas tendências para as home pages de grandes portais? Quais novidades em formato e interatividade os usuários poderão experimentar? Eu acho que a adaptar as páginas ao usuário e não os usuários as páginas. Precisamos criar sites mais inteligentes, que possam identificar as preferências dos usuários sem qualquer tipo de pesquisa ou interação. Ninguém é obrigado a ler ou ver o que não interessa. Temos que tornar o conteúdo mais eficiente, personalizar até o último bit... Aí sim teremos uma nova revolução na Internet. Bater na mesma tecla anos e anos não adianta. 13. Considere um portal onde o usuário teria a possibilidade de fechar ou impedir o carregamento de grande parte da publicidade. Isso pode gerar o seguinte resultado: A satisfação do usuário deve aumentar, bem como a frequência, porém a receita pode decair. A pergunta: Como um portal poderia manter sua receita com menos publicidade a vista dos usuários (estes iriam ver todas as propagandas apenas na primeira vez, depois poderiam fechar a maioria e não reabrir caso não queiram). Será que isso pode funcionar? Questões comerciais irão permitir tal novidade? O que você tem a dizer sobre isso? Acho que publicidade é só uma das formas de receita de um portal. Provavelmente uma das menores. Nenhum site pode depender exclusivamente de mídia para sobreviver. Acho a idéia muito boa porque fideliza os usuários. Eles vão entrar e pensar: "oba, finalmente um site sem banners e sem popups, que maravilha!" e provavelmente irão voltar. Agora, nem tudo são flores. É importante colocar na ponta do lápis a questão usabilidade x receita. Procure encontrar o "meio termo" para não oferecer conforto demais e receber dinheiro de menos... Faça testes, tente medir o crescimento com e sem banners e veja o quanto você está ganhando. Com uma base maior de usuários você pode pensar em outras possibilidades como trabalhar um permission marketing e criar produtos co-branded com outras empresas (ex.: discador ibest / coca-cola vibezone). Tudo depende do público e da capacidade do portal.

Capítulo 12. Apêndices

257

12.4. Entrevista com Marcelo Gluz Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC-Rio Programa de Pós-Graduação em Design Contribuições da Semiótica na Concepção da Página Inicial de Portais de Informação Uma Pesquisa de Caráter Experimental focada no Público Brasileiro Jacques Chueke, Vera Lúcia Moreira dos Santos Nojima, (Orientadora). LabCom – Laboratório de Comunicação no Design Entrevista cedida por e-mail, no dia 14.04.04

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

1. Qual é o seu nome e qual a empresa em que trabalha? Qual é o seu cargo na empresa? Descreva suas atribuições. Marcelo Gluz, Globo.com, coordenador de interface 2. Sobre a equipe de criação da home page do portal de informação da sua empresa: Descreva, por favor, as equipes envolvidas na criação da hp. 2.1. Qual é a hierarquia entre as equipes? Quais são as etapas envolvidas na criação da hp? Produto, arquitetura da informação, interface, branding, implementação, tecnologia Essa é a ordem cronologica de atuação. Hierarquia depende de vários outros fatores, mas normalmente tem um líder de projeto na criação e outro na equipe de produto 3. Sobre o tamanho em pixels da home page do portal de informação da sua empresa: Descreva, por favor, os critérios adotados para se determinar a altura e largura da home page. Altura= quantidade de conteúdo a ser exposto Largura = usuário 800x600 sem scroll horizontal 4. Sobre a quantidade de seções carregadas (Conteúdo jornalístico, produtos e serviços, entretenimento, áreas com animação flash, menus de navegação) na home page do portal de informação da sua empresa: Descreva, por favor, os critérios adotados para se determinar a quantidade de seções presentes na hp. Tantas quantas forem necessárias pra exibir o conteúdo. O conteúdo manda. 5. Sobre a disposição das seções carregadas na home page do portal de informação da sua empresa: Descreva, por favor, os critérios adotados para se configurar tal disposição e ordem de leitura. Essas são questões projetuais inerentes ao panorama da empresa naquele momento. Pra encurtar procuramos isolar o shopping na coluna da direita e expor na esquerda acima o conteúdo mais relevante. 6. Sobre a ordem de carregamento dos elementos dispostos na hp do portal de informação da sua empresa: Existe a preocupação com a ordem de como os componentes da página são descarregados? Quais seriam as tecnologias envolvidas nessa questão?

Capítulo 12. Apêndices

258

Não sei te responder com detalhes, mas sei que se o html for tableless, como o nosso, os conteúdos vão carregando sem que haja necessidade de ler cada tabela inteira, até o fim.

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

7. Sobre o peso em kb dos elementos dispostos na home page do portal de informação da sua empresa: Descreva, por favor, os critérios adotados para se determinar o peso em kb dos elementos da home page. 7.1. De que forma o tamanho dos arquivos (como unidade e como um todo) afeta a largura de banda da hp? 7.2. Qual seria o tempo ideal para o carregamento da home page, sem causar desagrado nos usuários (para a velocidade de conexão entre 56 Kbps e 33 Kbps e 512 Kbps e 128 Kbps)? A equipe de qualidade determina. 8. Sobre a infuência comercial sobre os elementos dispostos na hp do portal de informação da sua empresa: Como as questões que envolvem anunciantes externos e publicidade interna (popups, banners, outros formatos e mídias para publicidade) afetam a concepção da home page? Aprovamos a home com o comercial, propondo formatos diferenciados de e-commerce e publicidade. Eles dão o aval e correm pra vender esses novos formatos. 9. Sobre a concorrência entre outros portais de informação: Como a presença de outros portais de informação afeta a criação da hp do portal de informação da sua empresa? 9.1. Qual é a posição (como audiência) do portal de informação da sua empresa frente aos concorrentes? Não nos importamos mais com audiência, portanto não concorremos mais com uol, terra, etc… Vendemos assinaturas em vez disso. 10. Sobre o usuário da home page do portal de informação da sua empresa: São realizadas pesquisas (de caráter formativo) com o usuário antes da vinculação do portal de informação on-line? Ou a criação da hp baseia-se somente nos conceitos criados pela equipe de designers / desenvolvimento? 10.1. São realizadas pesquisas de satisfação com o usuário pós-vinculação do portal de informação on-line? 10.2. São realizadas modificações no portal de informação baseadas nos comentários e / ou reclamações dos usuários? Se afirmativa a resposta, comente algum caso. Fazemos muito pouco pesquisa. Já fizemos Uts, mas as mudanças não podem acontecer de acordo com as reclamações, de forma direta. Designers are not users, users are not designers. 11. Sobre os banners pop-up: Estudos indicam que a maioria dos usuários desgostam dos banners pop-up; ainda assim estes continuam sendo vinculados – O retorno financeiro sobre esse tipo de propaganda compensa esse inconveniente sobre os usuários? Sim. Enquanto alguém paga veiculamos, embora nós designers, não gostemos. 12. Sobre o futuro das home pages: Quais serão as novas tendências para as home pages de grandes portais? Quais novidades em formato e interatividade os usuários poderão experimentar?

Capítulo 12. Apêndices

259

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

A Internet caminha em direção a mídia televisiva, assim como a Tv caminha em direção à mídia interativa. Pra mais detalhes leia a matéria que eu vou publicar em breve na revista web insider, justamente sobre esse tema. 13. Considere um portal onde o usuário teria a possibilidade de fechar ou impedir o carregamento de grande parte da publicidade. Isso pode gerar o seguinte resultado: A satisfação do usuário deve aumentar, bem como a frequência, porém a receita pode decair. A pergunta: Como um portal poderia manter sua receita com menos publicidade a vista dos usuários (estes iriam ver todas as propagandas apenas na primeira vez, depois poderiam fechar a maioria e não reabrir caso não queiram). Será que isso pode funcionar? Questões comerciais irão permitir tal novidade? O que você tem a dizer sobre isso? Essas decisões de tirar, incluir ou mudar as regras de peças comerciais não são tão simples assim. O depto. comercial já vendeu esses espaços por determinado tempo, e no contrato as regras eram outras. Não se pode mudar regras com contratos em vigência e eles sempre estão em vigência, caso contrário a empresa quebra. Mesmo que se esperasse o fim dos contratos eles não acontecem ao mesmo tempo. Pro departamento comercial, pouco importa se o banner é chato pro usuário. Ele mostra resultados em cima de espaços vendidos. Por incrível que pareça o depto. de marketing do próprio anunciante também não se importa que o usuário não goste do banner dele. Ele só liga pra quantidade de impressões/mês. Por último, nós, designers da empresa, também não nos importamos se os banners prejudicam o usuário. O bônus é contado em cima de faturamento, não em cima da felicidade dos usuários. O que eu estou tentando te dizer é que na vida real a questão da usabilidade é só um dos fatores que se deve levar em conta pra tomar qualquer decisão. Nos tempos escassos da Internet de hoje em dia os anunciantes são muito bem-vindos. Em última análise, teríamos uma home somente com anúncios e o logo do portal, se tivéssemos anunciantes suficientes pra isso. E posso dizer que a queda de audiência do portal não seria tão significativa a ponto de querermos rever essa decisão.

12.5. Entrevista com Fernando Zacarías Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC-Rio Programa de Pós-Graduação em Design Contribuições da Semiótica na Concepção da Página Inicial de Portais de Informação Uma Pesquisa de Caráter Experimental focada no Público Brasileiro Jacques Chueke, Vera Lúcia Moreira dos Santos Nojima, (Orientadora). LabCom – Laboratório de Comunicação no Design Entrevista cedida por e-mail, no dia 22.04.04 1. Qual é o seu nome e qual a empresa em que trabalha? Meu nome é Fernando Zacarías e trabalho no StarMedia Wanadoo. Qual é o seu cargo na empresa? Descreva suas atribuições. My work on StarMedia has changed during this years. I started to work as a web designer in 1998 and eventually became Creative Director three years later, in august 2001. At that time, the Design Team was made of 10 people: 2 in Rio, 2 in Sao Paulo, 4 in Medellin,

Capítulo 12. Apêndices

260

Colombia, 1 in Santiago,Chile and myself, in Barcelona, Spain. In july 2002, Wanadoo Spain bought the StarMedia brand and the Design Team merge to other groups. Right now I’m the Creative Director of StarMedia, but I depend of the Wanadoo Creative Director.

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

2. Sobre a equipe de criação da home page do portal de informação da sua empresa: Descreva, por favor, as equipes envolvidas na criação da hp. I worked on several redesigns at StarMedia. The first ones were only for certain channels or the hp, but the latest ones were for the whole website, from the hp to the last FAQ page. The process, however, was more or less the same on all these cases: the Design Team was lead by the Project Manager, and we worked together with other groups, like programmers, marketing, public relations, sales; every team wanted to be represented on the homepage and we were the ones trying to put all the pieces together and make it work for the user. 2.1. Qual é a hierarquia entre as equipes? Quais são as etapas envolvidas na criação da hp? The hierarchy was basically, the Project Manager first, the Design Team second and then the other teams. We were the one interacting with our users, and we had the expertise, because of the usability studies we were conducting in different markets, like brazil, colombia, argentina, mexico and the USA. The PM lead the process, trying to meet deadlines, talking with the CEO of the company, etc, but we were working on the design problems, seeing if what we were trying to achieve was technically possible, if the brand presence was ok for marketing, etc 3. Sobre o tamanho em pixels da home page do portal de informação da sua empresa: Descreva, por favor, os critérios adotados para se determinar a altura e largura da home page. In the beginning we were working for 640x480 screens, where the maximum usable width is 620 pixels. Then, on a major redesign, we moved to 770 pixels wide, which is the maximum available for screens of 800x600. The length of the homepage wasn’t rigid, but we tried not to make it longer than three times the height of the screen. 4. Sobre a quantidade de seções carregadas (Conteúdo jornalístico, produtos e serviços, entretenimento, áreas com animação flash, menus de navegação) na home page do portal de informação da sua empresa: Descreva, por favor, os critérios adotados para se determinar a quantidade de seções presentes na hp. Basically, the number of sections were determined by the Sales Department, with advice from the Editorial Manager and the Design Team. Why Sales? Because since the HP were (and still is) a strong channel to drive traffic to other areas, by putting a promo to a certain page or section would make the traffic of that section grow. Also, if Sales made a deal with a Advertiser and needed to accomplish a certain number of pageviews in Esportes, we promoted that section from the homepage to drive traffic to Esportes and increase the pageviews. 5. Sobre a disposição das seções carregadas na home page do portal de informação da sua empresa: Descreva, por favor, os critérios adotados para se configurar tal disposição e ordem de leitura.

Capítulo 12. Apêndices

261

One of the main sections was News. Even though our target wasn’t looking for news, it helped to give the users a sensation of “fresh” content. We displayed political, sport and entertainment news. Also, we gave our main products a good space and position in the homepage. Those products were chat and email. Then, advertising, Search and other channels, in that order of hierarchy.

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

6. Sobre a ordem de carregamento dos elementos dispostos na hp do portal de informação da sua empresa: Existe a preocupação com a ordem de como os componentes da página são descarregados? Quais seriam as tecnologias envolvidas nessa questão? Yes, the order was important for us. What we did, was basically divide the homepage in 3 or 4 rows, with one table for each. Since in html the page load one main table at a time, we had one table for the header and navigation, one for the main promos, one for the secondary promos and the last one for the footer. That way, the users see the logo first, then the main promos and so on… 7. Sobre o peso em kb dos elementos dispostos na home page do portal de informação da sua empresa: Descreva, por favor, os critérios adotados para se determinar o peso em kb dos elementos da home page. At that time, what we did to save weight was to make the length of the page as short as possible. Also, we tried to minimize the number of tables. Since it was 1998 – 2000, not all browsers supported CSS in a good way, so we tried to save weight by making the code as simple as possible and also, using just a few images. 7.1. De que forma o tamanho dos arquivos (como unidade e como um todo) afeta a largura de banda da hp? We had a limit for each type of image: I don’t remember the numbers now, but every different image (main photo, medium promo, small promo, bullet, etc) had a maximum allowed weight set by us. 7.2. Qual seria o tempo ideal para o carregamento da home page, sem causar desagrado nos usuários (para a velocidade de conexão entre 56 Kbps e 33 Kbps e 512 Kbps e 128 Kbps)? We tried to have at least some parts of the page loaded in less than 8 seconds. Our target modem speed was 28K at that time. 8. Sobre a infuência comercial sobre os elementos dispostos na hp do portal de informação da sua empresa: Como as questões que envolvem anunciantes externos e publicidade interna (popups, banners, outros formatos e mídias para publicidade) afetam a concepção da home page? We had several sections on the homepage, to put content from all sections: “News” had content from News, Sports, Entertainment, Finance, Women; “Community” had content from Chat, Chat Events, Email, BBS, Postcards, Homepages; we had also promos for other channels, like Weather, Humor, Games, etc. As said before, when some of the channels or sections needed more traffic to accomplish certain goals with the Sales department, the content manager of the homepage promoted those pages more heavily. 9. Sobre a concorrência entre outros portais de informação: Como a presença de outros portais de informação afeta a criação da hp do portal de informação da sua empresa? 9.1. Qual é a posição (como audiência) do portal de informação da sua empresa frente aos concorrentes?

Capítulo 12. Apêndices

262

Since all major newspapers and other vertical news companies were on the internet, we decided not to compete against them. Our News department couldn’t compete against O Globo, Clarin, La Reforma and all key news sites in our markets. What we offered then, was a smaller news section, with political, sports, entertainment, women and other content; more or less as a daily magazine. Again, the news section was only to have fresh content in our product, because most of the traffic were going to our community services. Despite the low traffic, News was always important for the clients; they always asked for that.

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

10. Sobre o usuário da home page do portal de informação da sua empresa: São realizadas pesquisas (de caráter formativo) com o usuário antes da vinculação do portal de informação on-line? Ou a criação da hp baseia-se somente nos conceitos criados pela equipe de designers / desenvolvimento? In the beginning we based our decisions without testing the homepage with our users. In the year 2000 we made Usability Studies in Miami, Mexico, São Paulo and Buenos Aires to test a demo first, and six months later, we conducted the same studies but with the working site. 10.1. São realizadas pesquisas de satisfação com o usuário pós-vinculação do portal de informação on-line? Yes, we did those tests that I mentioned, a few months after the launch of the portal. 10.2. São realizadas modificações no portal de informação baseadas nos comentários e / ou reclamações dos usuários? Se afirmativa a resposta, comente algum caso. Yes, of course we adapted the content to our users feedback. One of the main things they saw, were that our News promo on the homepage were related to politics, and that gave the site a serious tone. We decided then, to have more entertainment and sports news, instead of pure politics. 11. Sobre os banners pop-up: Estudos indicam que a maioria dos usuários desgostam dos banners pop-up; ainda assim estes continuam sendo vinculados – O retorno financeiro sobre esse tipo de propaganda compensa esse inconveniente sobre os usuários? Well, right now there’s pop ups everywhere. Back then, we used the popups just for big advertisement campaigns, and even though most people dislike them, the click through rate (porcentage of users that click on it) was much bigger than banners and other solutions. 12. Sobre o futuro das home pages: Quais serão as novas tendências para as home pages de grandes portais? Quais novidades em formato e interatividade os usuários poderão experimentar? Weight is still a concern. Interoperability in more important now than before. I see homepages in a near future just like the ones we have today, but build in structural XHTML and CSS, ligther, faster and best of all, standard compliant. That will make the homepages work and behave the same way in any platform and browsers, incluiding palm pilot and other devices. That’s where I think the homepages, portals and internet in general is going. 13. Considere um portal onde o usuário teria a possibilidade de fechar ou impedir o carregamento de grande parte da publicidade. Isso pode gerar o seguinte resultado: A satisfação do usuário deve aumentar, bem como a frequência, porém a receita pode decair. A pergunta:

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Capítulo 12. Apêndices

263

Como um portal poderia manter sua receita com menos publicidade a vista dos usuários (estes iriam ver todas as propagandas apenas na primeira vez, depois poderiam fechar a maioria e não reabrir caso não queiram). Será que isso pode funcionar? Questões comerciais irão permitir tal novidade? O que você tem a dizer sobre isso? Regarding your question about the prototype where user can close ads, the best you can do is an User Test. This is, building a prototype in html and see how real people behave with it. In my opinion, users won't care about closign the ads, because all they're looking for is content. Users (you, me...) ignore the ads and for that reason, we won't care in closing them; we just ignore them (again, this is my opinion... i haven't seen the prototype). For what i see, when the number of ads within a page increases, the users become blinder and blinder. It's easy to spot one ad, could it be a box banner (300x250px) or a Leader Banner (728x90px, the ones yahoo is using right now), but when you see a banner, two 120x60 buttons, a box banner, a pop up and a pop under, all again in one page, people don't care about the ads and care less and less about the content. If you have a site with a non intrusive ad, user see this a possitive thing, because he/she knows where is the ad and where is the content. You then can read and see the content and have the ad there to click it if you want. Best way (again, for me) to make an ad clickable is to make the offering related to the content. Nike Futebol ad in O Globo Esporte Section, Lancome New Lipstick under Mulher, etc. Also, make the ad engaging to the user. Other important thing is not to mimic the content in an ad. This is, make the ad look like content. That will lead to a new click, but we all hate to be cheated and once you see it was fake, you close the window, or go back to the other page. You get the click, but you get an insult too. This is basically what i think. I'm not much into advertising, but people are more commited now to get a "click" instead to build brand or make a sale. It looks like the only measure of success they have is clickthrough. What do you think?

13 Anexos

13.1. Charles Sanders Peirce (1839 - 1914) Filósofo Norte-Americano

Linha do Tempo – Idade Contemporânea:

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

http://www.pucsp.br/~filopuc/verbete/peirce.htm

Charles Sanders Peirce, nasceu no ano de 1839 em Cambridge (Estado Americano de Massachussets) no dia 10 de setembro, vindo a falecer em 19 de abril de 1914 em Milford (Pensilvânia). Filho de Benjamin Peirce, um famoso matemático, físico e astrônomo, Charles Peirce sofre influências deste e forma-se na Universidade de Harvard em física e matemática (1859), conquistando algum tempo mais tarde o diploma de químico na Lawrence Scientific School. Alcançou um posto de físico em um órgão federal, chegando a trabalhar também em um observatório astronômico em Harvard. Paralelamente a isto, estudava filosofia aprofundando-se principalmente em Kant. Durante três anos estudou diariamente "A Crítica da Razão Pura". Obteve reconhecimento em suas publicações lecionando de 1879 a 1884 na Universidade de Johns Hopkins. Com a vida pessoal atribulada, sua vida acadêmica foi mal sucedida. Não chegando a publicar nenhum livro, apesar de possuir inúmeros escritos, pois não encontrava editor a sua altura. Era considerado uma pessoa excêntrica, descuidado com os hábitos e aparências além de ser muito solitário. Considerado nos meios intelectuais e acadêmicos, sua carreira universitária foi prejudicada devido a sua excentricidade. Atingiu somente um círculo de filósofos não tendo acesso ao grande público. Peirce é considerado, pela maior parte dos historiadores da filosofia, como o mais original pensador da América do Norte, causando influências profundas em alguns pensadores de sua época, como John Dawey, Josiah Royce e William James. Este último, auxiliou Peirce no final de sua vida, chegando a sustentá-lo financeiramente. Havia entre os dois uma forte amizade. Pierce trouxe importantes contribuições para o pensamento referente à lógica simbólica, metodologia científica e semiótica. É considerado o criador do Pragmatismo, uma das correntes mais importantes surgidas na América do Norte. Explicita o princípio

Capítulo 13. Anexos

265

pragmático, como sendo a forma através da qual o significado de algo é dado pelo conjunto de disposições para agir que tal coisa produz. Este significado só pode ser dado na relação com o homem, pois advém da experiência em relação ao mundo de ação humana. Para Peirce, o mundo esta na condição de um devir constante, o que faz com que seu significado esteja sempre em modificação. A verdade está no futuro, o que possibilita pensar o seu pragmatismo como um empirismo.

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

O conhecimento, para ele, é fruto de uma pesquisa que tem como ponto de partida a dúvida. Esta última pode ser vivida como um momento de conflito, que possibilita ao final o estabelecimento de crenças, de hábitos de ação, que trariam novamente ao homem um estado de homeostase. Conhecer é descobrir o hábito do outro, ou seja, a sua conduta regular, para que a partir daí o homem possa planejar a própria conduta diante de algo. Mesmo assim, há sempre um momento em que a dúvida ressurge e com ela faz-se necessária a busca de novas crenças. Sendo assim, o que se tem a impressão de conhecer nunca está de fato acabado, e por isso Peirce considera que tudo o que sabemos, sabemos sobre aquilo que ainda não aconteceu. Temos uma forma de saber preditiva, ou seja, que nos permite apenas prever o desenrolar de algo, baseado na sua regularidade de manifestação, mas a verdade de algo está no seu futuro, no seu devir. Em seu ensaio denominado "The Fixation of Belief” (1877), conclui que o método científico é o único capaz de formular hipóteses e as submeter às verificações, com bases nas suas consequências. Identifica na ciência três diferentes modos de raciocínio: a indução, que considera um argumento generalizado, o que possibilita a formação de hábitos; a dedução que considera um argumento necessário, ou seja, um raciocínio que não pode partir de premissas verdadeiras chegando a resultados falsos; e a abdução. Abduzir significa levantar hipóteses. Esta possibilita o surgimento de uma teoria de onde é possível deduzir consequências observáveis. É um momento genético, originário, onde nasce a representação. Abdução é o princípio da descoberta, da possibilidade de decifração do mundo. Compreende a ciência enquanto um processo de desvendar permanente. Acredita que nunca se chega à verdade total, das coisas, a ciência apenas anuncia alguns aspectos destas. Peirce encontra na fenomenologia o aspecto do indeterminado, a disposição de olhar para as coisas da maneira como elas aparecem naquele instante único. Isto permite dizer apenas de algumas facetas de algo, não sendo possível dizê-la como um todo. Este autor formula sua própria teoria fenomenológica classificando os fenômenos em três categorias: primeiridade , que considera o acaso, a experiência imediata ; segundidade , que considera a existência , a reação imediata; e a tercieridade, que considera a lei , o pensamento mediativo. Estas categorias são para Peirce o esqueleto através do qual a realidade pode aparecer, e ainda, compõem a lógica que sustenta sua concepção metafísica.

Capítulo 13. Anexos

13.2.

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Jakob Nielsen: Design Recomendado para a Homepage

266

267

PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0310204/CA

Capítulo 13. Anexos

Tabela 4 – “Design Recomendado para a Homepage” de Nielsen. Exemplo de Avaliação de Usabilidade. Fonte: Homepage Usability: 50 websites Desconstructed. Rio de Janeiro: Campus, 2002.

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.