CONTRIBUIÇÕES DAS EVIDÊNCIAS DIGITAIS NA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DE INTERESSE CRIMINAL (Resumo)

July 22, 2017 | Autor: W. Leite da Silva... | Categoria: Behavioral Sciences, Computer Forensics, Criminal Psychology
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I Congresso Internacional de Psicologia Jurídica 8, 9, 10 e 11 de abril de 2015-Paraíba

CONTRIBUIÇÕES DAS EVIDÊNCIAS DIGITAIS NA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DE INTERESSE CRIMINAL

Wilson Leite da Silva Filho Instituto Geral de Perícias de Santa Catarina (IGP/SC)

O presente trabalho tem como objetivo apresentar como as evidências digitais colhidas no local de crime ou relacionadas com o caso podem contribuir no processo de análise do comportamento de vítimas de suicídio ou no estabelecimento de perfis criminais de suspeitos. Entende-se por evidências digitais nesse contexto todos os artefatos digitais produzidos pela interação humana, deixados em computadores ou aparelhos celulares, tais como, mensagens de e-mail, redes sociais, fotos e vídeos, buscas no Google, histórico de navegação, entre outros. Serão apresentados quatro casos criminais. Dois envolvendo suicídio e dois envolvendo voyeurismo e stalking, em que evidências digitais contribuíram para entender e comprovar o comportamento suspeito. No que tange ao suicídio, Werlang (2012) define a autópsia psicológica como uma estratégia utilizada para delinear as características psicológicas da vítima, sendo utilizada para auxiliar a determinar o modo de morte, especialmente em casos duvidosos. Porém, Miranda (2014) argumenta que no contexto forense, quando existe a dúvida, o valor atribuído a esse tipo de avaliação retrospectiva é limitado pela falta de procedimentos validados de acordo com a ciência positivista. O conhecimento obtido pela psicologia clínica para adentrar o meio jurídico necessita utilizar instrumentos consubstanciados de rigor metodológico e científico. Essa objetividade é conseguida por meio da comprovação científica dos instrumentos utilizados pela psicologia para que esses consubstanciem os inquéritos como provas periciais. (Miranda, 2014, p.70). Turvey

(2012)

aborda a necessidade de

confiabilidade

na análise do

comportamento para fins forenses propondo um método de perfilamento criminal baseado em evidências da criminalística. Nesse método, deve-se analisar o caso concreto - método ideográfico - e basear-se em evidências o máximo possível. 1

Nesse sentido, as evidências digitais podem contribuir para a confecção de uma análise mais precisa do comportamento estudado. De acordo com Casey (2011), computadores registram as ações e palavras dos suspeitos e vítimas, criando um arquivo virtual do comportamento. Esse arquivo provê uma visão de pensamentos, escolhas, motivações, interesses e desejos dos envolvidos no caso. O estudo de caso que ilustra as ideias deste trabalho compreende duas mortes por suicídio e dois casos de voyeurismo e stalking. O primeiro caso de suicídio envolveu um casal encontrado morto em um motel. No quarto não havia indícios de violência física nem arrombamento. A principal evidência digital recuperada apontou pesquisas no Google sobre formas de causar a morte com o uso de insulina. No segundo suicídio, a vítima se atirou do quinto andar de seu apartamento. As principais evidências digitais encontradas foram conversas do Skype entre a vítima e sua esposa. Nessas conversas foram constatados uma importante briga, a constatação de uma relação afetiva com traços de dominação/submissão, um provável término do relacionamento e existência de triângulo amoroso. No primeiro caso de voyeurismo, foram encontradas fotos de locais estratégicos, nos quais o suspeito poderia observar as vítimas trocarem de roupa. No segundo caso, encontraram-se fotos apagadas em uma câmera digital de diversas mulheres sendo constantemente observadas em vias públicas. Dessa forma, fica demonstrado como as evidências digitais - o chamado arquivo virtual do comportamento - podem auxiliar na confecção de perfis criminais e no processo

de

autópsia

psicológica.

Para

isso,

deve-se

realizar

um

trabalho

multidisciplinar para saber onde procurar tais evidências e como interpretá-las do ponto de vista da análise do comportamento.

Palavras-Chave: Autópsia psicológica, perfil criminal, evidências digitais. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CASEY, E. (2011). Cyberpatterns: Criminal Behavior on the Internet, In Turvey, B. Criminal Profiling: An Introduction to Behavioral Evidence Analysis, 4th Edition, Londres: Elsevier Science MIRANDA, T. G. (2014). Autópsia psicológica: compreendendo casos de suicídio e o impacto da perda. Dissertação de Mestrado, Univers idade de Brasília, Brasília, DF, Brasil. TURVEY, B. E. (2012). Behavioral Evidence: The necessity of crime reconstruction to Criminal Profiling Efforts, In Fatima, A. e Paulino, N. Profiling, Vitimologia & Ciencias Forenses, Lisboa: Pactor WERLANG, B. S. G. (2012). Autópsia Psicológica, importante estratégia de avaliação. Ciênc. saúde coletiva vol.17, nº.8, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

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