Contributo das infraestruturas basicas para o desenvolvimento de turismo no bairro de Salela no municipio de Inhambane

July 1, 2017 | Autor: Padiola Padiola | Categoria: Tourism Management, Tourism Planning and Policy
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O Contributo das Infra-estruturas Básica para o Desenvolvimento de Turismo no Bairro de Salela-Município de Inhambane Padiola Francisco Padiola1 Ricardina Luísa Mário Nhamussua2 Resumo O presente artigo intitulado “O Contributo das Infra-estruturas Básicas para o Desenvolvimento do Turismo no bairro de Salela”, este encontra-se localizado no município de Inhambane, com a finalidade de compreender até que ponto as infra-estruturas básicas do bairro de Salela podem contribuir para o desenvolvimento do turismo local. Para este estudo, apresentou-se a pesquisa bibliográfico, pesquisa do campo e uma análise dos dados colectados nos dois tipos de pesquisas anterior. O turismo carece de um planeamento capaz de fazê-lo prosperar como uma actividade económica, sendo que a infra-estrutura básica local, devido sua precariedade, é sem dúvida o grande entrave para o desenvolvimento da actividade turística local. No entanto, é preciso conciliar a transformação do espaço com os anseios da sua população e com o desenvolvimento de uma infra-estrutura condizente capaz de promover e dar suporte a actividade turística, sem trazer deformações ao espaço natural e cultural original. Os resultados alcançados mostram que em termos das infra-estruturas básicas, o bairro de Salela está minimamente preparado para atender com as actividades turísticas. Mesmo assim, é necessário que se faça um planeamento e uma requalificação dessas infra-estruturas de modo que elas sejam bem estruturadas e equipadas, não apenas para atender com as necessidades da comunidade local, também, com as necessidades das actividades turísticas que podem ser desenvolvidas localmente. Palavras-chave: Contributo, Infra-estrutura Básica, Desenvolvimento de Turismo, Bairro de Salela.

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Discente do curso de Gestão de Mercados Turístico, Escola Superior de Hotelaria e Turismo de InhambaneUniversidade Eduardo Mondlane. Graduado em Guia de Turismo. Instituto Industrial e Comercia de Pemba. E-mail: [email protected] 2 Discente do Curso de Gestão de Mercados Turístico, Escola Superior de Hotelaria e Turismo de InhambaneUniversidade Eduardo Mondlane. E-mail: [email protected]

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Abstract This article entitled "The Contribution of Basic Infrastructure for the Development of Tourism in Salela neighborhood", this is located in Inhambane municipality, and its purpose is to understand how the basic infrastructure of Salela neighborhood can contribute to the development of local tourism. For this study, we present the literature review, the field survey and analysis of collected data in the two previous types of searches. Tourism lacks a planning able to do it thrive as an economic activity, and the local basic infrastructure due to its precariousness, is undoubtedly the greatest obstacle to the development of local tourism. However, we must reconcile the transformation of space to the aspirations of its population and the development of a consistent infrastructure capable of promoting and supporting tourism without bringing deformation to the natural and unique cultural space. The result achieved demonstrates that in terms of basic infrastructure, the Salela neighborhood is minimally prepared to meet with tourism activities. Even so, it is necessary to make a planning and upgrading these infrastructures so that they can be well structured and equipped, not only to meet with local community needs also to the needs of tourism activities that can be developed locally. Keywords: Contribution, Basic Infrastructure, Tourism Development, Salela neighborhood.

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1. INTRODUÇÃO A infra-estrutura básica deverá ser seguida dos serviços básicos complementares, sendo estes imprescindíveis, podendo comprometer a actividade turística, devendo ser sanado qualquer problema, ou pela participação do poder público ou do sector privado. (Beni, 1998). O autor considera também como indispensáveis à qualidade de vida, a limpeza pública e de vias, o transporte colectivo, a iluminação pública, o controle de poluição, entre outros. Ainda define como pontos importantes alem do abastecimento de água e do transporte, o lixo e a qualidade dos itens água e ar quando se refere a poluição. O presente estudo é relevante na medida em que demonstra como o bairro de Salela está equipado e estruturado em termos de infra-estrutura básica e se este se transforma em espaço com condições de desenvolver a actividade turística, para que esta seja mais uma alternativa económica nessa localidade. Quanto a metodologia, realizou-se o levantamento dos dados em três etapas: na primeira etapa foi realizado o levantamento de fontes secundárias através de levantamento bibliográfico para a construção de referencial teórico e colecta de informações em livros e publicações especializadas na internet. Este trabalho é destinado aos estudantes, investigadores ou pesquisadores e o público em geral, para as suas leituras ou pesquisas em matéria de turismo, ou em outros temas similar com à deste artigo, Em seguida, realizou-se um levantamento de fontes primárias através da realização de trabalho de campo, entrevista ao secretário do bairro, como representante da comunidade local, a fim de colectar dados relativos à infra-estrutura básica do bairro pesquisado. Na última etapa foram analisados os dados colectados nas etapas anteriores que se constituíram como suporte para conclusão da pesquisa, uma vez que interessa no estudo do planeamento local para o turismo a identificação da infra-estrutura básica e como esta se encontra organizada no espaço, a fim de propiciar o desenvolvimento da actividade turística. Para além da introdução e conclusão, este artigo está apresentado em três (3) partes distintas: a primeira parte trata-se das infra-estruturas básicas, estas infra-estruturas garante condições para que haja o investimento privado no sector de turismo e para as comunidades locais traz melhorias e bem-estar social, para que esta esteja pronta para receber a actividade turística. A segunda parte é abordado a cerca do desenvolvimento de turismo, aqui percebe-se que à medida que se desenvolve mais actividades turística, se uma grande importância no investimento de 3

melhorias de infra-estruturas, também, entende-se que no processo de planeamento de actividades turística é necessário que sejam envolvidos toda a parte que interveniente (comunidade loca, operadores turístico, turistas, o sector público, sector privado, etc.) e que o turismo deve ser praticado usando os princípios de sustentabilidade. A terceira e a última parte, onde buscou-se apresentar os resultados de pesquisa feita no campo em estudo, percebe-se que as infra-estruturas básicas desse destino necessitam de uma requalificação, para que possa garantir com o desenvolvimento de actividades turística.

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2. INFRA-ESTRUTURA BÁSICA A relação positiva entre desenvolvimento, crescimento e infra-estrutura básica é consensual dentro da análise económica, também, é importante fonte de vantagens competitivas na concorrência do mercado turístico. Geralmente a infra-estrutura básica é investida pelo poder público e é para benefício social, mas o desenvolvimento das actividades turística torna-se beneficiário, sendo difícil a mensuração sobre quem obteve maiores vantagens, a população ou a actividade turística. A cobrança sobre a infra-estrutura, recai sobre o poder público mas nada impede que a infra-estrutura seja ofertada pela iniciativa privada. Para Ignarra (2002), Infra-estrutura básica são todos elementos essenciais a qualidade da vida das comunidades e que beneficiam os turistas ou os empreendimentos turísticos. Desta forma, o autor destaca as vias de acesso, os sistemas de saneamento básico, sistema de energia eléctrica, comunicações, sinalizações turísticas, iluminação pública, recursos humanos, entre outros que, não tendo sido implantado com a finalidade turística, mas contribui para a qualidade do produto turístico local. Para Beni (1998, p.123-132) alguns valores são reconhecidos como ideais para o desenvolvimento da actividade turística, como por exemplo o abastecimento de água estimando que o serviço atinja um mínimo de 80% para todo o destino turístico, com previsão de 250 litros por dia em cada habitante. Para o transporte público, estima-se um tempo médio de 45 minutos para qualquer deslocamento. A infra-estrutura básica deverá ser seguida dos serviços básicos complementares, sendo estes imprescindíveis, podendo comprometer a actividade turística, devendo ser sanado qualquer problema, ou pela participação do poder público ou do sector privado. Considera também como indispensáveis à qualidade de vida, a limpeza pública e de vias, o transporte colectivo, a iluminação pública, o controle de poluição, entre outros. Ainda define como pontos importantes além do abastecimento de água e do transporte, o lixo e a qualidade dos itens como água e ar quando se refere a poluição. Segundo Mascaró (2005,p.21), uma infra-estrutura deficiente traz transtornos a população e gera prejuízos económicos. A infra-estrutura deve ser dimensionada de forma qualitativa e quantitativamente e estima-se que o investimento em 1% no sector gera um aumento de 1 a1.5% na renda das pessoas beneficiadas. 5

A infra-estrutura básica admite soluções mais simples e menos caras quando dispostas especialmente nos destinos com poucos recursos ou áreas menores, que na maior parte das vezes espera por soluções essencialmente técnicas. Assim, respeitando a densidades regional, as soluções como por exemplo para abastecimento de água e tratamento de esgotos devem evoluir a medida que as densidades aumentam. As análises sobre a implantação de uma infra-estrutura condizente deve ser sobre outros critérios, não somente com critérios baseados nas técnicas da engenharia, que se identifica como a mais simples ou a mais barata, nem para o atendimento a uma política que promova o turismo como indutor de desenvolvimento, deve antes de tudo salvaguardar os interesses da população e do próprio espaço. 3. DESENVOLV IMENTO DE TURISMO O desenvolvimento de turismo pode ser abordado na perspectiva do lado da demanda ou do fornecedor que significa em reforçar as mudanças nas condições do mercado que afecta a motivação das pessoas para viajar e os factores que influenciam sua habilidade, aumento de tempo de lazer e a renda disponível, a tecnologia aperfeiçoada e a organização da viagem Pearce3 citado por Pearce (2004). Os autores, destacam que quanto ao lado dos fornecedores tendem a dirigir benefícios que o desenvolvimento de turismo traz, para considerar o que leva tanto o poder público assim como privado a fomentar o seu crescimento. Oliveira (2001) ressalta que o turismo pode gerar uma série de impactos negativos no meio ambiente e cultura local, ameaçando o desenvolvimento do sector a médio e longo prazo. O mesmo autor defende que o gerenciamento dos impactos negativos não é uma actividade simples, já que o turismo não é uma actividade pontual e bem definida, mas sim uma serie de actividades interdependentes. Souza (2002,p.18) define que o turismo é uma actividade que traz desenvolvimento, mas este não deve ser considerado da mesma forma que o desenvolvimento económico dos economistas, associado ao crescimento do PIB ou da modernização tecnológica, e estes não necessariamente estão relacionados a um desenvolvimento social, ou com distribuição de riquezas.

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“ From culture shock and cultere arrogance to culture exchange: ideas toward sustainable socio-cultural tourism” Journal of sustainable tourism 3 (3): 143-54, 1995.

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Para Santiago (1995), os efeitos negativos e positivos produzidos nas populações receptoras às vezes passam uma imagem deturpada da realidade, pois o turismo também oferece importantes aspectos positivos, como o crescimento na economia da região e a sua valorização, bem como o lazer e descanso pessoal para o turista. Mas o turismo também pode trazer problemas de ordem cultural, como a criação de complexos e infra-estrutura para as actividades turísticas e os aspectos da cultura local acabam esquecidos, manipulados como produto a ser vendido ao turista, desviando o seu objectivo. Entre os problemas ambientais, estão presentes o desmatamento, aterramento e assoreamento para a implantação de complexos turísticos, poluição das águas e ar, e ocupações em áreas impróprias. De acordo com Wanhill (1997), o desenvolvimento do turismo é extremamente complexo, envolvendo diversos sectores da economia e impactando directamente o modo de vida da comunidade anfitriã. Segundo Cooper et al (2001), o desenvolvimento do turismo não atingirá seu ponto óptimo caso seja deixado inteiramente nas mãos do sector público ou do privado, já que o sector público teoricamente voltará seus objectivos para maximizar os benefícios sociais e o sector privado maximizará os lucros. A essência do desenvolvimento do turismo bem-sucedido é uma parceria entre os diversos interessados na actividade do turismo (stakeholders). Wanhill (1997) ressalta a importância da participação de stakeholders, quais sejam: governos centrais e local, órgãos para estatais, organizações voluntárias e sem fins lucrativos, sector privado, comunidade anfitriã e representante dos visitantes. As vantagens do planeamento turístico podem incluir benefícios importantes como a definição dos objectivos e como alcançá-los, desenvolver e manter os recursos naturais e culturais, esforços para o desenvolvimento coordenado, provisão de uma estrutura física que oriente o desenvolvimento da actividade, implementação efectiva da política de desenvolvimento do turismo, entre outros. Portanto, o desenvolvimento de turismo deve olhar não apenas pelos efeitos económicos que proporciona, mas também deve-se integrar outros processos de turismo sustentável no local de realização das actividades turística.

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Para que o desenvolvimento do turismo ocorra de forma sustentável, é necessário transcender o seu estudo apenas como actividade económica. O conceito de desenvolvimento vem sendo definido por renomados estudiosos que acreditam que a chave do processo está em uma visão sistémica e qualitativa das actividades sócio económicas. O desenvolvimento de turismo sustentável pode satisfazer as necessidades económicas,

sociais

e

estéticas,

mantendo

simultaneamente

as

integridades culturais e ecológicas. Pode ser benéfico para os anfitriões e para os visitantes enquanto protege e melhora a oportunidade para o futuro. Magalhães (2002). O desenvolvimento sustentável do turismo ocorre quando a actividade produtiva é ecologicamente sustentável em longo prazo, economicamente viável, assim como ética e socialmente justa para as comunidades locais. O turismo sustentável deve também manter um alto nível de satisfação turística e assegurar uma experiência significativa para os turistas, aumentando a sua sustentabilidade, sensibilizando sobre questões práticas e promovendo o turismo sustentável entre todos os agentes” (World Tourism Organization – Sustainable Development of Tourism, 2008). Pode-se observar que turismo sustentável é a combinação perfeita para o desenvolvimento com base em um crescimento económico e equitativo, com respeito às tradições e costumes locais, que incentiva a preservação da história, da biodiversidade e que, principalmente, proporciona uma relação de respeito, dignidade e orgulho entre as pessoas (turistas) e as comunidades (destinos turísticos).

4. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS 4.1. INFRA-ESTRUTURA DE APOIO PARA O TURISMO NO BAIRRO DE SALELA Como diz Krippendorf (2000), são grandes os riscos nefastos de estimular a criação de uma monocultura turística, pois esta conspira contra a diversificação económica das regiões receptoras, boicotando ou retardando o desenvolvimento da agricultura, da silvicultura, do artesanato, da pequena indústria e dos serviços não turísticos, tornando a localidade turística excessivamente dependente do turismo e, portanto, susceptível em demasia às eventuais crises e desacelerações do segmento.

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Quando a infra-estrutura é construída apenas para atender as necessidades dos turistas, só será justificada se os resultados económicos e sociais forem capazes de gerar pontos positivos para a região. A infra-estrutura é essencial para os destinos turísticos principalmente quanto ao transporte ou acesso (estradas, ferrovias, aeroportos, estacionamentos), serviços de utilidade pública (saneamento básico, electricidade, comunicações) e outros (saúde, segurança), para usuários residentes e visitantes. A infra-estrutura básica serve como um limitador de visitantes que o município pode receber. Assim, deve-se analisar: a) capacidade de atendimento médico para o turista no destino; b) fornecimento de energia eléctrica; c) serviço de protecção ao turista; d) estrutura urbana nas áreas turísticas. (BRASIL – Mtur 2009, p.52). 4.1.1. Infra-estrutura de transportes O acesso aos destinos turísticos e suas características são, certamente, um dos principais determinantes da competitividade turística. Nesse sentido, para atrair turistas de várias regiões ou nacionalidades, a qualidade do acesso deve ser objectivo central de estratégias públicas e privadas. Um dos aspectos centrais na qualidade do acesso diz respeito à infra-estrutura que, por sua vez, está directamente relacionada à capacidade de se ofertar serviços de transporte ou de viabilizar o acesso do turista através de meios de transporte particulares. Segundo o secretário do bairro de Salela, sr. Custodio (2015), o bairro é acessível por via terrestre ao longo da Estrada Nacional nº 259 asfaltada, no interior do bairro pode-se encontrar vias em condições precárias vista que estas apresentam-se em terras batidas, em alguns casos da queda chuvosa estas vias encontram-se num estado de intransitabilidade. É de salientar que o bairro de Salela, também, pode ser acessível através da baia de Inhambane, ao longo da praia da Rocha, a parte que se encontra no bairro. Figura 1: Acessibilidade através de via terrestre, EN 259

Fonte: Padiola (2015) 9

De acordo com a mesma fonte, quanto os meios de transporte, é de acrescentar que para além dos transportes semi-colectivos que fazem o trajecto cidade de Inhambane-Tofo/Barra e viceversa, os residentes do bairro de Salela também se beneficiaram dos Transportes Públicos do Município de Inhambane (TPMI), na introdução dos transportes públicos, para alem de minimizar os custos, também, minimizou o tempo de espera na paragem dos transportes públicos, fazendo uma comparação com os tempos anteriores em que os residentes permaneciam muito tempo na paragem a espera do transporte para o seu destino, pagando a um preço médio de 10mt para os transportes semi-colectivos contra a taxa única de 5mt do TPMI. Não existe nenhum meio de transporte de passageiro para o interior do bairro, os residentes que vivem para mais o interior, descem nas paragens de passageiro do bairro e percorrem a pé para os seus destinos ou das suas casas para a paragem de passageiros. Figura 2: TPMI

Fonte: Padiola (2015)

Figura 3: Tipo de transporte semi-colectivo

Fonte: Padiola (2015)

4.1.2. Infra-estrutura de comunicação A presença de infra-estrutura de comunicação é uma outra dimensão da infra-estrutura básica que tem efeitos sobre a produtividade e competitividade dos destinos turístico. No que se refere a actividades ligadas à indústria turística, a conexão “virtual” se tornou tão importante quanto a conexão “física” das diferentes localidades, tanto por colocá-las em contacto directo com diferentes mercados consumidores, como pelo próprio conforto a que a sua disponibilidade está associada. Além disso, uma maior difusão da infra-estrutura de comunicação pode significar

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importantes ganhos em marketing e disponibilidade de informações turísticas, especialmente nos pequenos e médio negócios, atingidos pelos avanços marginais desta infra-estrutura. No que tange as infra-estruturas de comunicação no bairro de Salela, é assegurada pela rede de telefonia fixa da empresa Telecomunicações de Moçambique (TDM), e pelas redes de telefonia móvel das empresas Moçambique Celular (MCEL), VODACOM4 e a MOVITEL5. Também, é coberta pelas redes Televisivas nacionais (Televisão de Moçambique, Soico TV e MIRAMAR) e internacionais através dos serviços da DSTV e é coberta pelas rádios nacionais (MIRAMAR e Rádio Moçambique através das emissoras Nacional e Provincial de Inhambane), não existe nenhum serviço de internet e correios. 4.1.3. Infra-estrutura sanitária Os riscos para a saúde podem aumentar com os deslocamentos, sobretudo quando as viagens são realizadas para as zonas geográficas de climas diferentes, onde a imunidade a certas enfermidades específicas não está controlada e o risco de contágio para os turistas que provem de outros lugares é grande. Ao viajar, sobretudo para países tropicais, a saúde do turista pode ser ameaçada devido a maior prevalência de enfermidades infecciosas e a existências de algumas diferentes das conhecidas nos países desenvolvidos, a maior ignorada por quase todos. O ideal é fazer com que o turista a informação sanitária mais ampla e precisa das áreas que vai visitar, assim como mantenha-se firme das diferentes condições higiénicas, de atenção médica e de prevalência de enfermidades infecciosas, entre zonas rurais e urbanos em todos países em desenvolvimento. Quanto ao bairro de Salela, apenas pode-se identificar uma unidade sanitária que é a “Maternidade”, segundo médico dessa unidade sanitária, Sebastião Magaia (2015), para além dos serviços de maternidade, também, oferece diversos serviços médicos como, consultas médicas, controle e levantamento de comprimidos aos portadores de HIV/SIDA e tuberculose (TB). Esta unidade sanitária funciona durante 24h por dia, com uma ocupação de quinze (15) camas para os pacientes, mesmo assim, há necessidade de se acrescentar mais lotes de ocupação.

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Voice and Data Communication Moçambique Vietname Telefonia

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Figura 4: Maternidade de bairro de Salela

Figura 5: Aceitação para consultas médicas

Fonte: Nhamussua (2015)

Fonte: Nhamussua (2015)

Quanto os casos em que a unidade encontrasse incapacitados de atender, os pacientes são transferidos para o Centro de Saúde Urbano da cidade de Inhambane ou Hospital Provincial de Inhambane, através de uma ambulância requisitadas numa dessas duas unidades sanitárias. Por vezes a comunidade local sente-se necessidade de deslocar-se para o Centro de Saúde Urbano ou Hospital Provincial de Inhambane, sem a intervenção da unidade sanitária do bairro de Salela. 4.1.4. Infra-estrutura de água e saneamento básico A importância dos serviços da água e esgoto para a saúde das populações locais, assim como o seu bem-estar é amplamente reconhecida. Além disso, a presença desses serviços apresenta relação directa com as estratégias de preservação ambiental A FIPAG6 é a empresa que garante o fornecimento e abastecimento de água no bairro de Salela, para além desta empresa a comunidade local recorre a água canalizada na maternidade do bairro, também, é de salientar que totalizam duas fontenárias de abastecimento de água, não se sabe o número exacto da população que se beneficia destas fontes, mas, alguns residentes do bairro recorrem a captação de água por meio de furos e elevados a pequenas cisterna. (FIPAG, 2015). Quanto a infra-estrutura de saneamento básico, é de dizer que os residentes do bairro são responsável pela recolha de resíduos sólidos, observar-se uma inexistência de estacão de tratamento de águas residuais, vala de drenagem e fossas. Segundo a entrevista com o secretário do bairro, afirma-se que apesar do Conselho Municipal da Cidade de Inhambane ser a entidade responsável pela gestão de resíduos sólidos, esta não se faz sentir a sua contribuição no que diz 6

Fundo de Investimento de Património e Abastecimento de Água

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respeito com o saneamento básico no bairro de Salela. Mesmo assim, o lixo é tratado de uma forma individual, fazem abertura de buracos para acumulação de lixo e em seguida é incinerado pela comunidade local, quanto as águas residuais não tem nenhum tipo de tratamento local, o que contribui na ameaça da saúde da comunidade do bairro. Nesse sentido, a ausência de infra-estrutura de saneamento adequada certamente restringe a capacidade de expansão e mesmo de manutenção das actividades ligadas à indústria do turismo. Ainda que se alegue que um ambiente rústico seja uma diferenciação de produto dessas regiões, é evidente que do ponto de vista da sustentabilidade as precariedades no tocante a existência de serviços básicos comprometem esta actividade, tanto no que se refere às questões ligadas à preservação ambiental, como de higiene e bem-estar da população local. 4.1.5. Infra-estrutura de rede eléctrica A regularidade do fornecimento diário de energia eléctrica num destino turístico também impacta positivamente com o desenvolvimento da actividade turística, o percentual de domicílios atendidos no local pelo sistema de fornecimento de energia e a eventual necessidade de utilização de geradores de energia pelos meios de hospedagem e espaços para eventos. No que diz respeito ao abastecimento de energia eléctrica, o bairro de Salela está ligada a rede pública de Electricidade de Moçambique (EDM, EP), que abrange cerca da metade da população. Segundo palavras do secretário do bairro, os residentes do bairro queixam-se de interrupções frequentes no abastecimento de energia eléctrica, para enfrentar esta dificuldade, eles recorrem a uso de geradores e painéis. É de salientar que existe um projecto de expansão de energia eléctrica da empresa EDM, mas este projecto nunca foi implementado no bairro, até aqui não se sabe quais podem ser as razões. O troço da área em estudo, na EN 259 não se encontra iluminado. Na ausência de infra-estrutura da rede eléctrica pode causar varias implicações para o desenvolvimento do turismo num destino, uma delas é baixo nível de investimento em actividades turística, já que os investidores terão o medo de aplicar os seus recursos financeiros para o local, porque ira lhes custar elevados recursos financeiros ao usarem vias alternativas de energia, o que também pode contribuir com um elevado preço nos produtos turístico, fazendo

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assim com que alguns turistas de poder aquisitivo baixo sinta-se limitado a visitar o destino, por não haver iluminação nas vias publicas ira dificultar a circulação nocturno. (Padiola, 2015). 4.1.6. Infra-estrutura de segurança pública Segurança é um estado de espírito que envolve a certeza da protecção. É uma situação em que as ameaças estão relativamente dominadas e existe uma crença subjectiva de que elas assim estejam. Essas ameaças podem ser de origem natural, como enchentes e furacões; ou de origem social, como crimes e acidentes. (ESPÍRITO SANTO e MEIRELES, 2003). No que diz respeito à segurança pública para o turismo, é fundamental que, ao visitar um determinado destino turístico, o turista depare com um cenário que o convença de que no local visitado há interacção entre o sector turístico e os órgãos de segurança pública. Não se pretende aqui, aferir o grau dessa interacção, o importante é que ela exista, afinal, a segurança está dentre os factores determinantes para que um turista a opte, ou não, por determinado destino; juntamente com a hospitalidade, o diferencial de atractivos (MOLETTA; GARCIA, 2000). No que tange a segurança pública no bairro de Salela, não se pode notar nenhum serviço que garante a segurança pública, mesmo com a tendencial do aumento de índice de criminalidade, isso foi reafirmado pelo secretário do bairro, Custodio (2015). No caso de distúrbio público, os residentes recorrem aos agentes de segurança pública que se encontram localizados na praia do Tofo ou na cidade de Inhambane para manter a ordem pública do bairro. Turismo e segurança estão directamente ligados, ao mesmo tempo em que o viajante privilegia os destinos seguros, o aumento da circulação de pessoas nas ruas e monumentos tende a ampliar a sensação de estarmos em segurança. A segurança é um bem colectivo, que antes de tudo é voltado ao cidadão, mas do qual o turista usufrui directamente. Aguiar, Martins e Cardoso (2003), salientam que a segurança é condição básica para a qualidade na receptividade de um núcleo receptor; deve apresentar-se como uma extensão dos serviços garantidos aos moradores, ou seja, é importante que, primeiro, exista segurança para as populações locais e, depois, para os turistas. A segurança é uma das variáveis que contribui na escolha de um destino turístico, quanto mais o destino reúne os indicadores de segurança que o turista possa sentir-se confortável e menos ameaçado, a variável segurança ira impactar positivamente para que o destino receptor acolha muitos turistas. (Padiola, 2015). 14

5. CONCLUSÃO Por fim, cabe lembrar que infra-estrutura é apenas um dos diversos factores que influenciam a competitividade de uma determinada região. A comparação pura e simples entre os dados de competitividade em infra-estrutura e desempenho da actividade turística podem levar a enganos e correlações não passíveis de generalização. A infra-estrutura não deve ser avaliada simplesmente de modo quantitativo, devendo estar comprometida com a região de forma a atender a população e a demanda turística e sobretudo não sobrepor-se as questões culturais e ambientas. As análises sobre os locais, que destinam-se a actividades turísticas, devem ser promovidas com a participação popular, não se deve dissociar o planeamento da escala humana nem da óptica das populações. As transformações nos espaços turísticos devem traduzir os anseios de sua população que deve estar consciente, sobre o que se pode esperar com o desenvolvimento da actividade turística, reconhecendo também os possíveis prejuízos. Na óptica do bairro de Salela, as infra-estruturas de abastecimento de água é assegurada pela FIPAG, apesar de alguns residentes usarem fontes captada, a empresa pública EDM é responsável pelos serviços de rede eléctrica, embora em algumas áreas do bairro não se pode notar a iluminação pública, pelos motivos não apurados, observa-se a inexistência de serviços de limpeza e recolha de resíduos sólidos, o que pode contribuir com a ameaça de saúde publica local, os serviços de comunicação é assegurado pelas empresas TDM, MCEL, VODACOM e MOVITEL, emissoras de televisão estatal e privadas, não existe nenhuma infra-estrutura de segurança, o que pode vir a contribuir para um elevado índice de criminalidade e uma insegurança para alem da comunidade local, também, para os turistas que poderão visitar o bairro. Estas infra-estrutiras existentes não são suficientes para atender com as necessidades da comunidade local, para tal, será necessário que haja uma intervenção dos órgãos responsáveis, estas devem ser planeadas e serem integrados as infra-estruturas que não existem de modo que possam contribuir com o desenvolvimento de turismo local, sem retirar a originalidade da comunidade local.

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