CONTROLE DAS PRAGAS DO ALGODÃO POR PRÁTICAS CULTURAIS E MANIPULAÇÃO DO HABITAT

June 29, 2017 | Autor: Pierre Silvie | Categoria: Pest Management, Pest control, Information Presentation
Share Embed


Descrição do Produto

1183

REVISÃO CONTROLE DAS PRAGAS DO ALGODÃO POR PRÁTICAS CULTURAIS E MANIPULAÇÃO DO HABITAT PIERRE JEAN SILVIE1, ALAIN RENOU2 e CÉSAR AUGUSTE BADJI3 RESUMO: As práticas de controle cultural, com exceção às plantas-armadilhas, não dependem de insumos de síntese, aumentando desta forma, o interesse na adoção desta forma de controle no contexto de retomada da produção sustentável do algodoeiro. As informações presentes neste artigo serão relatadas sob o prisma do manejo das pragas dentro da área cultivada e no meio adjacente aos campos de cultivo do algodão. Serão abordadas também as ações de manipulação do habitat ou do meio ambiente no controle de pragas do algodoeiro. Termos para indexação: Manejo de pragas do algodoeiro, controle cultural, modificação do habitat. COTTON PEST CONTROL BY CULTURAL PRACTICES AND HABITAT MANIPULATION ABSTRACT: Practices concerning cultural control methods, except the ´trap crops´, do not depend on external inputs, and this fact increases the adoption of this method of pest control on sustainable production of cotton. The information presented in this review paper are related to the pest management inside and in the borders of cotton fields. In adittion, it will be reported manipulation of environmental practices in order to control cotton pests. Index terms: Cotton pests management, cultural control, habitat modification.

Introdução O algodoeiro é cultivado a pelo menos 2000 anos a.C. com relatos de cultivo no Peru. Nesta época, quando não existiam os inseticidas de síntese, os produtores, para protegerem os cultivos, adotavam técnicas de controle de pragas derivadas de observações empíricas do clima, do ciclo das pragas e do efeito direto ou indireto do emprego de plantas silvestres. A revolução industrial, a evolução econômica do mercado assim como a mecanização da agricultura, levaram a uma expansão das áreas de cultivo e um aumento significativo da produção agrícola. A generalização do uso dos inseticidas piretróides - muito eficazes no complexo dos lepidópteros praga - na década de 70 promoveu uma forte dependência dos produtores a estes insumos. Atualmente, o desenvolvimento da resistência de pragas a pesticidas, o aumento do preço 1

Entomologista, UPR Systèmes cotonniers en petit paysannat, CIRAD, Montpellier, F-34398, França, Brasilia-DF, Brasil, [email protected] Entomologista, UPR Systèmes cotonniers en petit paysannat, CIRAD, Montpellier, F-34398, França, Sikasso, Mali, [email protected] 3 Entomologista, UFRPE - UAG, Garanhuns-PE, Brasil, [email protected] 2

Rev. bras. ol. fibros., Campina Grande, v.10, n.3, p.1183-1196, set./dez. 2006

1184

P.J. SILVIE, et al.

do petróleo, as flutuações econômicas e a necessidade de proteger o planeta, estimularam a pesquisa de métodos alternativos para controlar as diversas pragas do algodão. As práticas de controle cultural, com exceção das plantas-armadilhas, não dependem de insumos de síntese, aumentando desta maneira, o interesse na adoção desta forma de controle no contexto de retomada da produção sustentável do algodoeiro. Neste contexto, as informações presentes neste artigo serão relatadas sob o prisma do manejo das pragas dentro da área cultivada e no meio adjacente aos campos de cultivo do algodão. No primeiro caso, estão inclusos as ações sob a denominação de práticas culturais. No segundo caso, com referência à parte exterior aos campos de algodoeiro, serão abordadas as ações de manipulação do habitat ou do meio ambiente. O manejo de pragas, sob esta filosofia,pode ser feito em um espaço limitado (na periferia da lavoura) podendo ser realizado por um produtor individual, ou em uma região como no caso do manejo do bicudo do algodoeiro, Anthonomus grandis Boheman, (Coleoptera: Curculionidae) ou da lagarta rosada Pectinophora gossypiella (Saunders) (Lepidoptera: Gelechiidae) (HENNEBERRY e NARANJO, 1998). Ocasionalmente, o limite entre os dois níveis não é bem definido, como é o caso das plantas refúgio. Outros elementos importantes a serem considerados na adoção de um método de controle, é a tipologia dos produtores e a categoria na qual estes estão inseridos, em função do grau de mecanização de sua propriedade. Neste contexto, a produção de algodão pode ser realizada: (1) com predomínio de mão de obra braçal para o cultivo da planta; (2) com o uso da mecanização agrícola parcial (geralmente, no estabelecimento da cultura sendo a colheita realizada manualmente) e finalmente (3) com todas as operações realizadas de forma mecanizada. A adoção de um ou outro modelo é função da quantidade de trabalho a ser realizado. Dificuldades no acesso aos insumos, tanto de ordem econômica (obtenção do credito agrícola) quanto de ordem logística (países ou localidades de difícil acesso), além do fator preço são outros critérios não técnicos que podem influenciar a adoção destas práticas alternativas.

1. Manejo a nível da lavoura algodoeira Várias práticas culturais, permitindo manejo sustentável dos problemas fitossanitários ligados às pragas ou doenças, são conhecidas e usadas há muito tempo. 1.1 Ação preliminar ao estabelecimento da cultura: a qualidade das sementes O uso de sementes de qualidade, cuja ação é anterior ao plantio, permite minimizar o impacto de algumas doenças e pragas presentes nas sementes como a lagarta rosada P. gossypiella. 1.2 Datas de plantio. A antecipação e o agrupamento das datas de plantio são práticas importantes no manejo de certas pragas. A uniformidade de plantio é preconizada no manejo do bicudo do algodoeiro A. grandis (GABRIEL et al., 1997). A modificação da época de plantio é também uma tática recomendada para reduzir injúrias causadas pela lagarta rosada e o curuquerê Alabama argillacea Rev. bras. ol. fibros., Campina Grande, v.10, n.3, p.1183-1196, set./dez. 2006

CONTROLE DAS PRAGAS DO ALGODÃO POR PRÁTICAS CULTURAIS

1185

(Hübner) (Lepidoptera: Noctuidae) (SOARES & ARAÚJO, 1993). A prática de plantios precoces é, no entanto, condicionada a disponibilidade de sementes no tempo adequado. Entretanto, nem sempre o plantio precoce é a solução. Em algumas localidades da África Ocidental, tais como a região Sul da Costa do Marfim, Togo e Benin caracterizadas pela ocorrência de duas estações chuvosas, um plantio mais tardio pode permitir o escape do ataque de pragas como Cryptophlebia leucotreta (Meyrick) (Lepidoptera, Tortricidae) (ANGELINI, 1963). 1.3 Modalidades do plantio Um levantamento de referências sobre as técnicas do plantio direto foi apresentado por Stewart (2003). O plantio direto sobre a cobertura vegetal (cultivo mínimo ou plantio direto no stricto sensu do vocábulo), foram empregados em grande escala no cultivo mecanizado da soja nos países da América do Sul (Brasil e Paraguai), o qual exerceu efeitos benéficos\deletérios sobre as pragas (GAYLOR et al., 1984; STINNER e HOUSE, 1990; GENCSOYLU e YALCIN, 2004; BASTOS et al., 2003; BADJI et al. 2004; TILLMAN et al., 2004). De forma geral, os efeitos são mais observados nos insetos cujo desenvolvimento acontece total ou parcialmente no solo (GASSEN, 2005). Para os insetos da parte aérea, foram observados resultados contraditórios para insetos que atacam as fases iniciais da cultura, tais como os pulgões e os tripes (ROBERTS e BROWN, 2004; LENTZ e HANKS, 2005). Outro efeito deletério pôde ser observado na barreira física proporcionada pela palhada de trigo (WATERS et al., 1998). Estes autores observaram um menor ataque de Heliothis spp. em algodão cultivado em substituição ao trigo. Não obstante as diferentes modalidades de plantio do algodão, poucos estudos foram publicados no Brasil e os pesquisadores não são unânimes sobre a importância destas técnicas, devido a grande diversidade de espécies de insetos que se abrigam nas plantas de cobertura (SILVIE et al., 2005). 1.4 Densidade de plantio O efeito do espaçamento entre linhas ou plantas (densidade de plantio) sob as pragas é freqüentemente estudado em conjunto com o efeito das datas de plantio. Scott e Adams (1994) observaram maiores densidades populacionais de Helicoverpa zea (Boddie) (Lepidoptera: Noctuidae) e Heliothis virescens (Fabricius) (Lepidoptera: Noctuidae) em lavouras submetidas ao super adensamento (ultra narrow row cropping). Entretanto, estes autores consideram a adoção desta ferramenta difícil de ser implantada em pequenas áreas. No caso dos insetos picadores-sugadores, o efeito da baixa densidade de plantio se revela promissor para o controle de mosca branca, porém sem efeito para pulgões. 1.5 Policultivos Os policultivos podem ser utilizados na área de plantio do algodoeiro, entre as linhas de cultivo (ver revisão de Vandermeer, 1989) ou sob a forma de faixas na periferia dos campos. As

Rev. bras. ol. fibros., Campina Grande, v.10, n.3, p.1183-1196, set./dez. 2006

1186

P.J. SILVIE, et al.

espécies consorciadas podem ser cultivadas com o intuito de concentrar as pragas do algodão em uma determinada área para sua posterior destruição (CASTLE, 2006), sendo esta prática denominada de “planta-armadilha”. Uma definição mais ampla de plantas-armadilhas e sua utilização em programas de manejo integrado de pragas foi realizada por Hokkanen (1991), Javaid e Joshi (1995) e Shelton e Badenes-Perez (2006). As culturas consorciadas no cultivo do algodão devem promover ganho econômico direto para o agricultor. Neste caso, a Índia oferece uma série de exemplos de consórcio do algodão com culturas alimentares (JAMBHRUNKAR et al., 1998; SAMINATHAN et al., 2002, 2003). Com o intuito de controlar as pragas do algodoeiro, Later e Furr (1972) estudaram o efeito do gergelim sobre populações de Heliothis, bem como de Aphis gossypii Glover, 1877 (GONZAGA et al., 1991) ou de Bemisia (ARAÚJO et al., 2000). Além disto, Castle (2006) avaliou o efeito do plantio de cucurbitáceas consorciadas com algodão no controle de populações de mosca branca Bemisia tabaci. Com referência a H. zea os consórcios do algodoeiro com diferentes leguminosas (DESHPANDE et al.,1989), cebola (ZHANG et al., 1998), quiabo (ABRO et al., 2004), milho (KAVITHA et al., 2003) e sorgo (TILLMAN e MULLINIX, 2004), mostraram-se deletérios a esta praga. 1.6 Eliminação do meristema apical A eliminação do meristema apical foi desenvolvida para modificar a distribuição dos assimilados na planta em benefício das maçãs mais antigas e encerrar de forma precoce a aplicação de pesqticidas (KIM e OOSTERHUIS, 1998). Entretanto, como forma de controle de pragas, esta prática tem sido pouco estudada. A maioria dos trabalhos está relacionada com os efeitos sobre o crescimento e desenvolvimento da planta (OBASI e MSAAKPA, 2005), sobre as características da produção (SIDDIQUE et al., 2002) e/ou a qualidade da fibra produzida (BROWN et al., 2001; NASR e AZAB 1969). No entanto, algumas publicações relatam outros efeitos favoráveis desta prática através da redução da infestação de H. armigera (SUNDARAMURTHY, 2002), Earias sp. (NASR e AZAB, 1969), A. gossypii (EKUKOLE, 1992; DEGUINE et al., 2000) e S. littoralis (NAGUIB e NASR KATTAB, 1978). A explicação para tal fato seria a redução na atratividade e/ou supressão de sítios de ovoposição (SUNDARAMURTHY, 2002) ou de desenvolvimento do inseto (DEGUINE et al., 2000). A eliminação do meristema apical foi praticada no passado na África quando as variedades difundidas eram vigorosas, mas foi abandonada com a difusão de variedades de menor porte. Não obstante, esta prática ainda faz parte das medidas de manejo integrado das pragas do algodão na Índia (SUNDARAMURTHY, 2002) e no Vietnã. 1.7 Eliminação de plantas daninhas A eliminação de plantas daninhas é muitas vezes preconizada para evitar a presença de pragas generalistas. Steinkraus e Zawislak (2000) recomendam a eliminação das plantas hospedeiras Rev. bras. ol. fibros., Campina Grande, v.10, n.3, p.1183-1196, set./dez. 2006

CONTROLE DAS PRAGAS DO ALGODÃO POR PRÁTICAS CULTURAIS

1187

Amaranthus palmeri S. Wats. (Amaranthaceae) e Ipomoea lacunosa L. (Convolvulaceae) para evitar a infestação com Tetranychidae no algodoeiro. Da mesma forma, Dimitrova e Dimitrov (1997) identificaram Amaranthus retroflexus e Sinapis arvensis L. (Cruciferae) como importantes plantas hospedeiras de A. gossypii em lavouras de algodão na Bulgária. Para outras pragas como A. grandis, a oviposição nos botões florais não foi afetada pela presença de plantas daninhas (SHOWLER e GREENBERG, 2003). A família Amaranthaceae é muito atrativa para as espécies do gênero Spodoptera, desta forma, o caruru (Amaranthus sp.) é atrativo a S. exigua, enquanto que Alternanthera tenella Colla é hospedeiro adequado a S. eridania (CARROLL et al., 2003). Todavia a destruição de plantas hospedeiras secundárias não será eficiente se não for considerada a estrutura genética das populações de pragas-alvo como foi relatado por Martinez et al. (2000) no caso da presença do biótipo B de B. tabaci. Outros autores encontraram resultados semelhantes em trabalhos realizados com pragas como o pulgão A. gosspypii Glover (BRÉVAULT et al., 2006) e Spodoptera frugiperda J.E. Smith (PASHLEY, 1988). 1.8 Eliminação dos restos culturais A eliminação de restos culturais do algodoeiro de maneira mecânica (pela trituração), ou química usando herbicidas, é uma prática geralmente recomendada por limitar as doenças ou as pragas que podem continuar o seu desenvolvimento nas hastes (Eutinobothrus brasiliensis (Hambleton), Coleoptera: Curculionidae), nas rebrotas (bicudo-do-algodoeiro, pulgões, moscas brancas ou lagarta rosada) ou que podem ficar em diapausa no solo ao final da safra (ADKISSON et al., 1960). Para Attique et al. (2001) a principal forma de controle de P. gossypiella em algodão cultivado no Paquistão consiste na destruição das soqueiras por trituração, incorporação dos restos culturais no solo e posterior irrigação da área. No entanto, esta prática pode estar em contradição com a recomendação do plantio direto. Entretanto trata-se de prática obrigatória na Austrália onde se realiza a destruição dos restos culturais, seguida de incorporação no solo pela aração visando reduzir as populações de H. armigera resistentes a inseticidas piretróides. A aração destrói ou obstrui os túneis de saída construídos pelas lagartas até 10 cm de profundidade (ROURKE, 2002). 1.9 Irrigação O efeito da irrigação no controle de P. gossypiella no Paquistão foi documentado por Attique et al. (2001). Estes autores concluíram que a mortalidade de 56% das larvas em diapausa presentes nos resíduos do solo foi devida à irrigação. Observação semelhante foi realizada por All et al. (1979) para E. lignosellus. Além disto, as formas de irrigação podem também influenciar no controle das pragas do algodoeiro (BOMMIREDDY et al., 2003).

Rev. bras. ol. fibros., Campina Grande, v.10, n.3, p.1183-1196, set./dez. 2006

1188

P.J. SILVIE, et al.

2. Manipulação do habitat (fora dos lotes de algodoeiros) O manejo das pragas fora das áreas de cultivo de algodão visa estabelecer uma quebra de sincronia entre os ciclos dos vegetais hospedeiros e aqueles das pragas, por conseguinte, visa uma redução da disponibilidade de alimentos para as pragas no espaço e no tempo, em quantidade (ausência) ou em qualidade (aspecto não tratado neste artigo). 2.1 Zoneamento ou localização do plantio A tática de zoneamento do algodoeiro é pouco relatada na literatura. Esta consiste no planejamento da distribuição espacial dos cultivos de forma a propiciar um desenvolvimento adequado da cultura. A escolha de áreas de plantio levando em consideração os parâmetros limitantes, tais como as pragas, é importante como forma de minimizar os riscos causados à cultura (ARAÚJO et al., 2003). Na seleção do local de cultivo é importante a observação do ambiente circunvizinho, evitando a proximidade de hospedeiros alternativos de pragas ou culturas botanicamente relacionadas, para permitir a descontinuidade espacial. Esta tática é (ou deveria ser) a primeira etapa no sistema de produção do algodão orgânico. 2.2 Importância da superfície total cultivada e das sucessões culturais Muito embora existam poucas informações disponíveis na literatura sobre este assunto, nota-se que muitas vezes o grau de importância econômica de certas pragas é ligado a extensão das superfícies cultivadas. Além deste fator, a seqüência de plantio das culturas de grande escala é um fator importante a considerar. Assim, a atratividade da cultura da soja a percevejos, concorre para uma pequena presença desta praga em campos vizinhos de algodão (SMITH et al., 2005). Em contrapartida, assim que se realiza a colheita da soja, percevejos como Edessa metidabunda (Fab.) (Heteroptera: Pentatomidae) podem se alimentar dos algodoeiros tornando necessária a adoção de práticas de controle deste inseto. 2.3 Rotação de culturas A rotação de culturas de famílias botânicas diferentes das malváceas é recomendada, inicialmente por razões de manutenção da fertilidade do solo, como também para evitar o aumento dos propágulos de patógenos ou de insetos cujos estádios larvais se desenvolvem no solo (MATTHEWS, 1994). 2.4 Culturas-armadilhas Segundo Shelton & Badenes-Perez (2006), dos dez casos de sucesso mundial do emprego de plantas armadilhas, somente um está relacionado com o algodoeiro. Trata-se do emprego da alfafa (Medicago sativa) em faixas alternadas a fim de manejar populações de Lygus hesperus (Knight) (Heteroptera: Lygaeidae) e L. elisus (Van Duzee) nos Estados Unidos. De forma similar,

Rev. bras. ol. fibros., Campina Grande, v.10, n.3, p.1183-1196, set./dez. 2006

CONTROLE DAS PRAGAS DO ALGODÃO POR PRÁTICAS CULTURAIS

1189

esta prática também foi adotada na Austrália (MENSAH & KHAN, 1997) para o controle de Creontiades dilutus (Stal). Neste sistema, de 2,5 a 5,0% da área total são cultivadas com faixas alternadas de alfafa, que deve estar estabelecida no campo antes do plantio do algodoeiro. A cada quatro semanas, metade de cada faixa é cortada (o primeiro corte ocorre alguns dias do aparecimento dos primeiros botões florais) permanecendo desta forma atrativa a L. hesperus e L. elisus. Também na Austrália, na região central do Queensland, é recomendado o cultivo das espécies de leguminosas Cajanus cajan (L.) Millsp. (feijão guandu) no verão e Cicer arietinum L. (grão de bico) no inverno com o intuito de atrair H. armigera e H. punctigera e nestas culturas concentrar os métodos de controle. No caso particular do bicudo, o estabelecimento de cultura armadilha foi preconizado nos Estados Unidos desde 1901 (MALLEY, 1901). No entanto, este método não está sendo usado nos programas de erradicação desta praga adotados nos Estados Unidos. O método da cultura armadilha implica na realização de tratamentos na bordadura o que é realizado no Brasil para as ações de controle da praga. Um aspecto importante a ser levado em conta é a cronologia dos plantios entre o algodoeiro e as espécies de plantas armadilhas a serem usadas. Para H. zea, o milho é mais atrativo quando a espiga possui estilos-estigmas frescos. Desta forma este estádio fisiológico da planta deve ser atingido no exato momento da maturação das maçãs verdes do algodoeiro para que o método funcione.

Conclusões Independentemente das práticas culturais consideradas é indispensável, para a realização de um bom controle cultural, adquirir sólidos conhecimentos sobre a ecologia das espécies vegetais hospedeiras das pragas encontradas dentro e, principalmente, fora das áreas de cultivo no agroecossistema algodoeiro. Nos tempos atuais onde se observa uma disseminação mundial de cultivos transgênicos de algodão, a pesquisa deveria estar orientada para busca de melhores conhecimentos da dinâmica populacional dos organismos encontrados no agroecossistema. Com exceção de certos países de primeiro mundo como Estados Unidos e Austrália, constatase que muito pouco se conhece a respeito da biologia das pragas fora das áreas de cultivo do algodoeiro. Levantamentos botânicos e entomológicos sistemáticos feitos em conjunto são escassos, sendo raros os exemplos encontrados na literatura. Considerando a destruição de plantas hospedeiras secundárias, ela deverá ser realizada levando-se em conta a estrutura genética das populações de pragas-alvo. Em relação ao Brasil, a adoção de variedades BollgardÒ, a disseminação do plantio direto

Rev. bras. ol. fibros., Campina Grande, v.10, n.3, p.1183-1196, set./dez. 2006

1190

P.J. SILVIE, et al.

em cultivo mecanizado e a produção mecanizada de culturas alternativas como o sorgo ou o girassol, nas áreas tradicionais de cultivo de algodoeiro, não deveriam ocasionar a não realização de pesquisas básicas em biologia de pragas do algodoeiro. O conhecimento da vegetação original de certos biomas (cerrados,por exemplo) e seu efeito sobre as populações de pragas fora das áreas de cultivo deveria ser objeto de estudos específicos para uma maior eficiência da estratégia do controle cultural.

Agradecimentos Os autores agradecem Marie-Christine Lambert (CIRAD) pelo seu apoio eficaz na pesquisa bibliográfica.

REFERÊNCIAS ABRO, G.H.; MEMON, A.J.; SYED, T.S.; SHAIKH, A.A. Infestation of Earias spp. On cotton and okra grown as monocrops and mix crops. Pakistan Journal of Biological Sciences, v.7. n.6, p.937942, 2004. ADKISSON, P.L.; WILKES, L.H.; COCKRAN, B.J. Stalk shredding and ploughing as methods for controlling pink bollworm, Pectinophora gossypiella. Journal of Economic Entomology, v.55, n.3, p.436-439, 1960. ALL, J.N.; GALLAHER, R.N.; JELLUM, M.D. Influence of planting date, preplanting weed control, irrigation and conservation tillage practices on efficacy of planting time insecticide applications for control of lesser cornstalk borer in field corn. Journal of Economic Entomology, v.72, n.2, p.265-368, 1979. ANGELINI, A. L’association “maïs-coton” ou “arachide-coton” em Côte d’Ivoire. Coton et fibres tropicales, v.18, n.3, p.273-280, 1963. ARAÚJO, A.E.; SILVA, C.A.D.; FREIRE, E.C.; COSTA, J.N.; AMARAL, J.A.B.; MEDEIROS, J.C.; SILVA, K.L.; BARROS, M.A.L.; BELTRÃO, N.E.M.; SUASSUNA, N,D.; FIRMINO, P.T.; FERREIRA, P.F.; ALMEIDA, R.P.; SANTOS, R.F.; FREIRE, R.M.M.; PEREIRA, S.R.P. Cultura do algodão herbáceo na agricultura familiar. Embrapa Algodão. Sistemas de Produção, 1. ISSN 1678-8710 Versão Eletrônica. Jan/2003. Disponível em (Acesso em: 10 jun. 2006). ARAÚJO, L.H.A.; BLEICHER, E.; de SOUZA, S.; de QUEIROZ, J.C. Manejo da mosca branca Bemisia argentifolii Bellows & Perring no algodoeiro, Embrapa-CNPA, Circular técnica, 40, 34p., 2000. ATTIQUE, M.R.; AHMAD, M.M.; AHMAD, Z.; RAFIQ, M. Sources of carry-over and possibilities of cultural control of Pectinophora gossypiella (Saunders) in the Pundjab, Pakistan. Crop protection, 20, 421-426, 2001.

Rev. bras. ol. fibros., Campina Grande, v.10, n.3, p.1183-1196, set./dez. 2006

CONTROLE DAS PRAGAS DO ALGODÃO POR PRÁTICAS CULTURAIS

1191

BADJI, C.A.; GUEDES, R.N.C.; SILVA, A.A. da; ARAÚJO, R.A. Impact of deltamethrin on arthropods in maize under conventional and no-tillage cultivation. Crop Protection, v. 23, p. 10311039, 2004. BARMAN, A.K.; PARAJULEE, M.N.; SHRESTHA, R.B. Influence of planting date and cultivar on Lygus and cotton fleahopper activity in cotton. Beltwide Cotton Conferences Proceedings, p.17791783, 2005. BASTOS, C.S.; GALVÃO, J.C.C.; PICANÇO, M.C.; CECON, P.R.; PEREIRA, P.R.G. Incidência de insetos fitófagos e de predadores no milho e no feijão cultivados em sistema exclusivo e consorciado. Ciência Rural, v.33, n.3, 12 p., 2003. BI, J.L.; TOSCANO, N.C. Effect of cotton planting date and nitrogen fertilization on Bemisia argentifolii populations. Beltwide Cotton Conferences Proceedings, p.918-924, 2001. BI, J.L.; LIN, DONG MEI, L.K.S.; TOSCANO, N.C. Impact of cotton planting date and nitrogen fertilization on Bemisia argentifolii populations. Insect Science, v.12, n.1, p.31-36, 2005. BLANCO, A.A.; LÓPEZ, J.D. Jr.; LATHEEF, M.A. Interplanting of alternative host plants for enhancing Lepidoptera in cotton. Beltwide Cotton Conferences Proceedings, 6p., 2002. BOMMIREDDY, P.L.; PARAJULEE, M.N.; PORTER, D.O.; SHRESTHA, R.B.; CRANMER, A.M.; ARNOLD, M.D.; CARROLL, S.C. Effect of irrigation regimes on insect populations in Texas high plains cotton. Beltwide Cotton Conference Proceedings, p.1372- 1374, 2003. BREVAULT, T.; CARLETTO, J.; PICAULT, S.; VANLERBERGHE-MASUTTI, F. Cotton races in Aphis gossypii evidenced by microsatellite markers and life history traits. Beltwide Cotton Conference Proceedings, p.1053-1058, 2006. BROWN, R.S.; OOSTERHUIS, D.M.; BOURLAND, F.M.; COKER, D.L. Removal of cotton fruit by chemical and physical means at insecticide termination to improve yields. Beltwide Cotton Conference Proceedings, 544-546, 2001. CARROLL, S.C.; PARAJULEE, M.N.; SHRESTHA, R.B.; ARNOLD, M.D. Beet armyworm population abundance in cotton as affected by pigweed. Beltwide Cotton Conference Proceedings, p.15371539, 2003. CASTLE, S.J. Concentration and management of Bemisia tabaci in cantaloupe as a trap crop for Cotton. Crop Protection, 25. p.574-584. 2006. COTTON RESEARCH CENTRE, Objective 5, Managing crop and weed host. In: Integrated Pest Management Guidelines for cotton production, 2nd edition, 58-62, (http://www.cotton.pi.csiro.au/ Publicat/Pest, consulté le 12/06/2006). DAS, S.B.; KATIYAR, N.P.; TRIVEDI, K.K.; VERMA, O.P. Studies on homopterans infesting rainfed cotton. Insect Environment, v.5, n.2, p.61-63, 1999.

Rev. bras. ol. fibros., Campina Grande, v.10, n.3, p.1183-1196, set./dez. 2006

1192

P.J. SILVIE, et al.

DEGUINE, J.P.; GOZE, E.; LECLANT, F. 2002. The consequences of late outbreaks of the aphid Aphis gossypii in cotton growing in central Africa: towards a possible method for the prevention of cotton stickiness. International Journal of Pest Management, v.46, n.2, p.85-89, 2000. DESHPANDE, R.M.; KHARCHE, S.G.; RAWANKAR, H.N. Studies on intercropping with various legumes in relation to planting pattern of hybrid cotton. PKV Research Journal, v.13, n.2, p.100104, 1989. DIMITROVA, M.; DIMITROV, Y. Effect of the systems of soil tillage on cotton field condition. Pochvoznanie, Agrokhimiya y Ekologiya, v.32, n.6, p.50-52, 1997. DOS SANTOS, W.J. Recomendações técnicas para a convivência com o bicudo do algodoeiro (Anthonomus grandis Boheman, 1843) no estado do Paraná. IAPAR, Circular N°64, 20 p., 1989. EKUKOLE, G. Preliminary results on the effect of pruning cotton plants on Aphis gossypii Glover populations in Maroua, North Cameroon. Coton et Fibres Tropicales, v.47, p.135-138, 1992. ELLSWORTH, P.C.; CHERNICKY, J.P.; BYRNE, D.N.; GIBSON, R.; MEADE, D. A native weed as a trap crop for whiteflies in cotton. Beltwide Cotton Conferences Proceedings, p.911- 913, 1992. GABRIEL, D.; SCARPELLINI, J.R.; BOLONHEZI, D. Influência da época de plantio na produtividade do algodoeiro em áreas infestadas pelo bicudo Anthonomus grandis Boh., 1843. Safra 1996/97. In: Congresso Brasileiro do Algodão, 1., 1997, Fortaleza. Anais. Campina Grande: EMBRAPACNPA, 1997. p.15-17. GASSEN, D. Registros sobre os últimos 15 anos do plantio direto brasileiro. Revista Plantio Direito, setembro/outubro 2005, p.26-30, 2005. GAYLOR, M.J., FLEISCHER, S.J., MUEHLEISEN, D.P. & EDELSON, J.V. Insect populations in cotton produced under conservation tillage. Journal of soil and water conservation, 39, 61-64, 1984. GENCSOYLU, I.; YALCIN, I. Advantages of different tillages systems and their effects on the economically important pests, Thrips tabaci Lind. and Aphis gossypii Glov. in cotton fields. Journal of agronomy and crop science, v.190. n.6, p.381-388, 2004. GODFREY, L.D.; LEIGH, T.F. Alfalfa harvest strategy effect on Lygus bug (Hemiptera: Miridae) and insect predator population density: implications for use as trap crop in cotton. Environmental Entomology, v.23, p.1106-1118, 1994. GONZAGA, J.V.; RAMALHO, F.S.; SANTOS, J.W. Distribuição do Aphis gossypii no algodoeiro nos sistemas de plantio solteiro e consorciado. Pesquisa Agropecuária brasileira, v.26, n.(11/12), p.1838-1844, 1991. GRUNDY, P.; SEQUEIRA, R.V.; SHORT, S. Evaluating legume species as alternative trap crops to chickpea for management of Helicoverpa spp. (Lepidoptera: Noctuidae) in central Queensland cotton cropping systems. Bulletin of Entomological Research, v.94, n.6, p.481-486, 2004. Rev. bras. ol. fibros., Campina Grande, v.10, n.3, p.1183-1196, set./dez. 2006

CONTROLE DAS PRAGAS DO ALGODÃO POR PRÁTICAS CULTURAIS

1193

HENNEBERRY, T.J.; NARANJO, S.E. Integrated management approaches for pink bollworm in the southwestern United States. Integrated pest management reviews, v.3, n.1, p.31-52, 1998. HERNÁNDEZ-JASSO, A.; PACHECO-COVARRUBIAS, J.J. Control de la mosquita blanca del algodonero con fechas de siembra en el valle del Yaqui, Sonora, Mexico. Fitotecnia Mexicana, v.21, n.1, p.83-92, 1998. HOKKANEN, H.M.T. Trap cropping in pest management. Annual Review of Entomology, v.36, p.119-138, 1991. JAMBHRUNKAR, S.R.; NACHANE, M.N.; SONALKAR, V.U.; SADAWARTE, A.K. Management of sucking pests in cotton through cropping systems. Journal of soils and crops, v.8, n.1, p.50-52, 1998. JAVAID, I; JOSHI, J. Trap cropping in insect pest management. J. Sustain. Agric., v.5, p.117136, 1995. KAVITHA, G., RAM, P.; SAINI, R.K. Impact of strip crops on the population of arthropod predators and insect-pests in cotton. Journal of Biological Control, v.17, n.1, p.17-21, 2003. KIM, M.; OOSTERHUIS, D.M. Effect of upper-canopy square removal before and after NAWF=5 plus 350 heat units on carbon partitioning from upper-canopy leaves to bolls lower in the canopy. ln D.M. Oosterhuis (ed.) Froc. 1998 Cotton Research Meeting and Summaries. Agric. Exp. Sta., University of Arkansas. Special Report 188: p.174-176, 1998. LASTER, M.L.; FURR, R.E. Heliothis populations in cotton-sesame interplantings. Journal of Economic Entomolgy, v.65, n.5, p.1524-1525, 1972. LENTZ, G.; HANKS, B.A. Impact of tillage systems on Thrips populations. Beltwide Cotton Conferences Proceedings, p.1811-1813, 2005. LIN, R.; LIANG, H.; ZHANG, R.; TIAN, C.; MA, Y. Impact of alfalfa/cotton intercropping and management on some aphid predators in China. Journal of Applied Entomology. v.127, n.1, p.3336. 2003. MALLEY, F.W. Arsenate of lead against cotton insects. Texas Farm Congress Proceedings, v.4, 103p, 1901. MARTINEZ, S.S.; de CARVALHO, A.O.R.; VIEIRA, L.G.; NUNES, L.M.; BIANCHINI, A. Identification, geographical distribution and host plants of Bemisia tabaci (Genn.) biotypes (Homoptera: Aleyrodidae) in the state of Paraná, Brazil. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, v.29, n.3, p.597-603, 2000. MATTHEWS, G.A. Cultural control (Chap. 23), In: Insect pests of cotton, ed. G.A. Matthews & J.P. Tunstall, CAB International, p.455-461, 1994.

Rev. bras. ol. fibros., Campina Grande, v.10, n.3, p.1183-1196, set./dez. 2006

1194

P.J. SILVIE, et al.

MENSAH, R.K.; KHAN, M. Use of Medicago sativa (L.) interplantings/trap crops in the management of the green mirid, Creontiades dilutus (Stål) in commercial cotton in Australia. International Journal of Pest Management., v.43, p.197-202, 1997. MURRAY, D.A.H.; MILES, M.M.; McLENNAN, A.J.; LLOYD, R.J.; HOPKINSON, J.E. Area-wide management of Helicoverpa spp. in an australian mixed cropping agroecosystem. Beltwide Cotton Conference Proceedings, p.1246-1251, 2005. NAGUIB, M.; NASR-KATTAB, A. Effect of cutting the terminal shoots (topping) of cotton plants on the population density of egg-masses of the cotton leafworm, Spodoptera littoralis (Boisd.) and on the cotton yield. Agricultural Research Review. v.56, p.9-15, 1978. NASR, E.A.; AZAB, A.K. Effect of cutting the terminal shoots of cotton plants (topping) on rate of bollworm infestation, cotton yield and fibre quality. Bulletin de la Société Entomologique d’Egypte, v.53, p.325-337, 1969. OBASI, M. O.; MSAAKPA, T. S. Influence of topping, side branch pruning and hill spacing on growth and development of cotton (Gossypium barbadense L.) in the southern guinea savanna location of Nigeria. Journal of Agriculture and Rural Development in the Tropics and Subtropics. v.6, p.155–165, 2005. PASHLEY, D.P. The current status of fall armyworm host trains. Florida Entomol., v.71, p.227234, 1988. PRASIFKA, J.R.; KRAUTER, P.C.; HEINZ, K.M.; SANSONE, C.G.; MINZENMAYER, R.R. Predator conservation in cotton: using grain sorghum as a source for insect predators. Biological Control, v.16, p.223-229, 1999. ROBERTS, P.; BROWN, S.L. Influence of varying levels of cover crop residues on Thrips infestations in cotton and peanut. Beltwide Cotton Conference Proceedings, 1824p, 2004. ROURKE, K. Has your pupae busting been effective ? Information sheet, Australian Cotton Cooperative Research Centre (http://www.cotton.crc.org.au/Publicat/Pest, consultado em 01/06/ 2006). SAMINATHAN, V.R.; MAHADEVAN, N.R.; MUTHUKRISHNAN, N. Crop diversity approach to manage cotton leafhopper Amrasca devastans. Indian Journal of Entomology, v.64, n.3, p.351357, 2002. SAMINATHAN, V.R.; MAHADEVAN, N.R.; MUTHUKRISHNAN, N. Population ecology of Helicoverpa armigera under different rainfed cotton cropping systems in southern districts of Tamil Nadu. Indian Journal of Entomology, v.65, n.1, p.82-85, 2003. SCOTT, W.P.; ADAMS, D.A. The effects of row spacing on cotton pest populations and yield. Beltwide Cotton Conferences Proceedings, p.910-911, 1994.

Rev. bras. ol. fibros., Campina Grande, v.10, n.3, p.1183-1196, set./dez. 2006

CONTROLE DAS PRAGAS DO ALGODÃO POR PRÁTICAS CULTURAIS

1195

SEQUEIRA, R. Inter-seasonal population dynamics and cultural management of Helicoverpa spp. in a Queensland cropping system. Australian Journal of Experimental Agriculture, v.41, p.249-259, 2001. SHELTON, A.M.; BADENES-PEREZ, F.R. Concepts and applications of trap cropping in pest management. Annual Review of Entomology, v.51, p.285-308, 2006. SHOWLER, A.T.; GREENBERG, S.M. Effects of weeds on selected arthropod herbivore and natural enemy populations, and on cotton growth and yield. Environmental Entomology, v.32, n.1, p.3950, 2003. SIDDIQUE, M. R. B.; PRASAD, M.; GAUTAM, R. C. Response of cotton (Gossypium hirsutum) to mepiquat chloride and topping under varying levels of nitrogen. Indian Journal of Agronomy. v.47, p.550-555, 2002. SILVIE, P.; BÉLOT, J.L.; MARTIN, J.; SÉGUY, L.; BOUZINAC, S.; DA SILVA, M.R.P.; MARQUES, A. Entomological observations on cover crops in cotton cropping systems in Mato Grosso state: first results. Anais do V Congresso brasileiro de algodão, Salvador, BA, Brasil, CD-ROM, 2005. SMART, J.R.; BRADFORD, J.M. Use of a cotton stalk puller for conservation tillage cotton. Beltwide Cotton Conferences Proceedings, p.616-620, 1997. SMITH, J.F.; GREENE, J.K.; LUTTRELL, R.G. Managing stink bug populations in cotton-soybean production systems in Arkansas. Cotton Beltwide Conferences Proceedings, p.1662-1668, 2005. SNODGRASS, G.L.; SCOTT, W.P.; HARDEE, D.D.; ROBBINS, J.T. Suppression of tarnished plant bugs in cotton by treatment of early season wild host plants with herbicides in nine-square-mile areas of the Mississippi delta. Beltwide Cotton Conference Proceedings, p.933-936, 2003. SOARES, J.J.; ARAÚJO, A.D. de. Influência da época de plantio e do ataque de Anthonomus grandis Boh., (Coleoptera: Curculionidae) sobre a abscisão de botões e maçãs do algodoeiro. Anais Sociedade Entomológica do Brasil, v.22, n.2, 1993. p.253-258. STEINKRAUS, D.; ZAWISLAK, J. Spider mites on Akansas cotton: wild host plants and chemical control. Beltwide Cotton Conferences Proceedings, p.1255-1257, 2000. STERN, V.M.; MUELLER, A.; SEVACHERIAN, V.; WAY, M. Lygus bug control in cotton through alfalfa interplanting. Bulletin of Entomological Research, v.23, p.8-10, 1969. STEWART, S.D. Insect management in reduced tillage systems. Beltwide Cotton Conference Proceedings, p.110-112, 2003. STINNER, B.R.; HOUSE, G.J. Arthropods and other invertebrates in conservation-tillage agriculture. Annual Review of Entomology, v.35, p.299-318, 1990. STRIDE, G.O. Investigations into the use of a trap crop to protect cotton from attack by Lygus

Rev. bras. ol. fibros., Campina Grande, v.10, n.3, p.1183-1196, set./dez. 2006

1196

P.J. SILVIE, et al.

vosseleri (Heteroptera: Miride). J. ent. Soc. Sth. Afr., v.32, n.2, p.469-477, 1969. SUNDARAMURTHY, V.T. The integrated management system and its effects on environment and productivity on cotton. Out Look on Agriculture, v.31, n.2, p.95–105, 2002. TILLMAN, G.; SCHOMBERG, H.; SHARAD PATAK, MULLINIX, B.; LACHNICHT, S.; TIMPER, P.; OLSON, D. Influence of cover crops on insect pests and predators in conservation tillage cotton. Journal of Economic Entomology, v.97, n.4, p.1217-1232, 2004. TILLMAN, P.G.; MULLINIX, B.J. Jr. Grain sorghum as a trap crop for the corn earworm, Helicoverpa zea (Lepidoptera: Noctuidae) in cotton. Environmental Entomology, v.33, p.1371-1380, 2004. TILLMAN, P.G. Sorghum: potential trap crop for the southern green stink bug at peanut-cotton interfaces. Cotton Beltwide Conferences Proceedings, 1176, 2005. VAN EMDEN, H.F. The role of uncultivated land in the biology of crop pests and beneficial insects. Sci. Hortic., v.17, p.121-136, 1965. WATERS, D.; BLACK, S.; YULE, D.; DRYSDALE, R. Wheat/cotton double cropping. A farming system to reduce soil erosion and pesticide use. IXth Australian Cotton Conference, p.897-92, 1998. ZHANG, GUI ZHONG ZOU, SHU FANG. A preliminary report on the demonstration of high yield and high efficient cultivation of bollworm resistant cotton variety interplanted with garlic. China cottons, v.25, n.10, 23p, 1998.

Rev. bras. ol. fibros., Campina Grande, v.10, n.3, p.1183-1196, set./dez. 2006

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.