\"Convento de São Francisco da ponte, Coimbra. Fase II\", Relatório Final de Trabalhos Arqueológicos, aprovado por IGESPAR, Junho de 2010

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TRABALHOS ARQUEOLÓGICOS NO ÂMBITO DAS OBRAS DE CONSOLIDAÇÃO NO CONVENTO DE SÃO FRANCISCO DA PONTE SANTA CLARA – COIMBRA

RELATÓRIO FINAL

JUNHO 2010

TRABALHOS ARQUEOLÓGICOS NO ÂMBITO DAS OBRAS DE CONSOLIDAÇÃO NO CONVENTO DE SÃO FRANCISCO DA PONTE SANTA CLARA – COIMBRA

RELATÓRIO FINAL

1 Relatório Final

ÍNDICE

1 - INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 3 2 – OBJECTIVOS E METODOLOGIAS ................................................................................................... 4 3 - MEIOS TÉCNICOS E RECURSOS HUMANOS..................................................................................... 5 4 - SONDAGENS DE DIAGNÓSTICO ..................................................................................................... 6 4.1 - Sondagem 1 .......................................................................................................................... 6 4.2 - Sondagem 2 .......................................................................................................................... 8 4.3 - Sondagem 3 ........................................................................................................................ 14 4.4 - Sondagem 4 ........................................................................................................................ 17 4.5 - Sondagem 5 ........................................................................................................................ 18 4.6 - Sondagem 6 ........................................................................................................................ 19 4.7 - Sondagem 7 ........................................................................................................................ 20 4.8 - Sondagem 8 ........................................................................................................................ 23 4.9 - Sondagem 9 ........................................................................................................................ 24 4.10 - Sondagem 10 .................................................................................................................... 26 4.11 - Sondagem 11 .................................................................................................................... 28 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................ 63 ANEXO FOTOGRÁFICO.................................................................................................................... 65 ANEXO GRÁFICO ......................................................................................................................... 138

2 Relatório Final

1 - INTRODUÇÃO

O presente relatório condensa os resultados obtidos nos trabalhos arqueológicos decorrentes da 2ª Fase do projecto de reabilitação do Convento de São Francisco da Ponte (freguesia de Santa Clara, concelho de Coimbra). Os trabalhos arqueológicos incluíram a realização de onze sondagens arqueológicas prévias, bem como o acompanhamento de acções de afectação parietal e ao solo, e tiveram início a 24 de Maio de 2010. As acções desenvolvidas tiveram o intuito de dar integral cumprimento às condicionantes emitidas pela DRCC (DRCC S-2009/227501 (c.s:643686), Proc.º N.º DRC/2002/06-03/32009/PPA/3819 (c.s: 87314), nomeadamente no que diz respeito à área a sondar previamente, complementar os dados obtidos pela presente equipa no decurso da intervenção anterior, avaliar o potencial arqueológico, e ainda preconizar as medidas de minimização de eventuais impactes causados pelos trabalhos decorrentes da presente empreitada. A localização do monumento na área de protecção do Mosteiro de Santa Clara-a-Nova (Z.E.P., D.G., 2ª série, n.º 259 de 4/11/2003), condicionou este projecto de reabilitação à realização de trabalhos arqueológicos para avaliação e caracterização do potencial histórico-arqueológico do sítio, bem como para prevenir possíveis impactes decorrentes da empreitada no património cultural. Pretende-se com o presente documento apresentar os dados obtidos no decurso da escavação arqueológica e do acompanhamento arqueológico, em consonância com o “Regulamento dos Trabalhos Arqueológicos” (Decreto-Lei nº 270/99, de 15 de Junho, com as alterações que lhe foram introduzidas pelo Decreto-Lei nº 287/2000, de 10 de Novembro). Deste modo, apresenta-se a descrição dos trabalhos efectuados, a estratégia de intervenção e a descrição e interpretação das estruturas e estratigrafias identificadas. Os trabalhos foram, para o efeito, aprovados pelo IGESPAR a 26/04/2010, através do ofício 3521 (Ref. S-13300), bem como pela DRCC a 6/04/2010, através do ofício S – 2010/938. O presente relatório foi precedido por um Relatório Preliminar que foi aprovado pelo IGESPAR a 20/07/2010, através do ofício 6079 (Ref. S-18701), bem como pela DRCC a 5/08/2010, através do ofício S – 2010/2655. 3 Relatório Final

Os trabalhos de campo ficaram a cargo do arqueólogo António Ginja, licenciado em Arqueologia e História pela FLUC e Mónica Ginja, licenciada em História variante de Arqueologia pela FLUC, signatários do presente relatório.

2 – OBJECTIVOS E METODOLOGIAS

Tal como referido, foram realizadas onze sondagens arqueológicas, prévias ao início dos trabalhos da empreitada que implicassem afectação ao solo, com o objectivo de abranger a maior área possível de afectação pelo empreendimento, bem como de complementar os dados obtidos no decurso de intervenções precedentes e de dar cumprimento ao ponto 4 do parecer anteriormente mencionado, acautelando-se a escavação de, no mínimo, “30% da área a afectar pelo projecto (…)”. Tendo em conta os dados disponíveis a partir da análise do C.E. da presente empreitada, constatámos existir uma maior afectação ao solo no logradouro e no interior do claustro. No logradouro (área entre a Igreja e o Claustro), encontrava-se prevista a escavação de 200 m2 para a construção de rampas de acesso. No entanto, uma vez que na fase anterior os trabalhos de escavação atingiram o substrato rochoso em toda a área ocupada pelo referido espaço, considerámos não haver

possibilidade nem

necessidade de se proceder aí a qualquer sondagem arqueológica como medida de minimização. Quanto ao Claustro, prevê-se a execução de um reservatório que implicará necessariamente trabalhos de escavação na sua área centro-Sudeste. Também aqui a intervenção precedente deixou apenas cerca de 15 m2 da área total por escavar. Procedemos assim à execução de uma sondagem nesse local com uma área de 4 m2. De modo a complementar os dados obtidos no decurso da anterior intervenção, foi igualmente realizada no Claustro uma sondagem adicional de 6,7 m2 de área, desta feita no extremo Sudeste do claustro. No exterior da Igreja, estava prevista a realização de caixas de visita, destinadas ao escoamento de águas pluviais e residuais, em áreas que não tinham ainda sido alvo de sondagens arqueológicas anteriores, numa área total de 15 m2, para as caixas de visita, e 24 m2, para tubagens. Por este motivo foram realizadas sondagens arqueológicas coincidentes com o local das referidas caixas, num total de 8 sondagens, com uma área de 2,25 m2 cada. Uma nona caixa estava prevista nesta área, mas, por motivos relacionados com a topografia do terreno, não foi construída. Relatório Final

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Deste modo suspendemos a escavação da sondagem 12, inicialmente programada para coincidir com o local daquela caixa. As restantes caixas de visita foram executadas no logradouro, em locais que, como já referido, já se encontram no afloramento rochoso. Entre os dois compartimentos do extremo Sul da ala Oeste (comummente designados por ‘Cozinha’ e por ‘Rouparia’) estava programada a implantação de uma zona técnica, que implicaria a afectação ao solo numa zona com 15 m2. Por este motivo optámos por realizar nesse local uma sondagem com 5 m2 de área. A metodologia empregue para a escavação destas sondagens baseou-se no sistema de Unidades Estratigráficas preconizado por Harris, onde cada Unidade Estratigráfica (U.E.) foi devidamente identificada, descrita, desenhada, cotada, fotografada e registada em fichas caracterizadoras. Para a distinção de cada U.E. foram adoptados diversos critérios, tais como a cor, granulometria, compacticidade, composição, textura, quantidade e volumetria de elementos pétreos, quantidade e volumetria de inclusões orgânicas, quantidade e volumetria de inclusões culturais, etc. O registo gráfico foi elaborado à escala de 1/20, salvaguardando o rigor métrico e atendendo a todos os pormenores. Já o registo fotográfico foi efectuado com recurso a uma máquina fotográfica digital de 6.0 megapixeis. Dependendo do caso, as onze sondagens foram escavadas até à cota de afectação de obra, até à cota onde ocorressem níveis estéreis do ponto de vista arqueológico, ou até à detecção do afloramento rochoso.

3 - MEIOS TÉCNICOS E RECURSOS HUMANOS

Os trabalhos, dos quais resultou a elaboração do presente relatório, foram executados pelos arqueólogos António Ginja e Mónica Ginja. No decorrer da execução das sondagens arqueológicas participaram igualmente cinco trabalhadores não especializados, disponibilizados pelo empreiteiro da obra, Teixeira Duarte, S.A. Ao dispor dos executantes destes trabalhos estiveram os meios e materiais apropriados à correcta execução de uma intervenção arqueológica deste género.

5 Relatório Final

4 - SONDAGENS DE DIAGNÓSTICO

4.1 - Sondagem 1

Localizada no piso 1, no corredor entre os dois compartimentos do extremo Sul da ala Oeste, comummente designados por ‘Cozinha’ e por ‘Rouparia’ por se acreditar terem sido estas as funções daqueles espaços durante a ocupação conventual do edifício. Se nos guiarmos pela numeração atribuída aos compartimentos do edifício durante os trabalhos de arqueologia realizados no âmbito da empreitada anterior, a Sondagem 1 foi realizada no compartimento 4 do piso 1. Para o corredor em causa abrem dois vãos de porta, servindo cada um a ‘Cozinha’ e a ‘Rouparia’, tendo a Sondagem 1 sido implantada a Oeste dos mesmos. Inicialmente prevista com uma área quadrangular de 4 m2, com 2 m x 2 m, a Sondagem 1 foi ligeiramente alargada para que os seus limites Norte e Sul coincidissem com os alçados Sul e Norte das paredes da ‘Cozinha’ e da ‘Rouparia’. Deste modo, a Sondagem 1 ocupou um rectângulo de 2,45 m x 2 m, totalizando 4,9 m2 de área. Pretendia-se com a sua abertura prevenir impactes arqueológicos, eventualmente decorrentes da afectação prevista em projecto para esta área, mas também sondar as fundações da parede Norte da ‘Rouparia’ e da parede Sul da ‘Cozinha’, dado que foram detectados, durante a última empreitada, elementos que sugerem uma cronologia de edificação distinta para os dois paramentos em causa. De igual modo, também durante a última empreitada foram detectados indícios da existência de uma escada no extremo Oeste deste compartimento, desmontada em época incerta, sendo também objectivo da Sondagem 1 investigar essa ocorrência. Da escavação da Sondagem 1 resultou a seguinte leitura estratigráfica:

U.E. 1: Estrutura composta pelo paramento Norte da ‘Rouparia’, em alvenaria de pedras não facetadas e alguns fragmentos de tijolo ‘de palmo’, unidos em aparelho irregular por argamassa de cal. Assentava sobre U.E. 5 e era encostada pelas U.E.’s 3 e 4. Cronologia: Época Medieval (?). Apesar de não ter sido detectada a vala de fundação deste paramento, continuamos seguros de que o compartimento da ‘Rouparia’, assim como o compartimento que lhe é sobreposto, tenham sido erguidos em Época Medieval. Para tal contribuem os indícios arquitectónicos Relatório Final

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detectados na última empreitada. Recordamos esses indícios, ainda que de fora sucinta: arquitectura singular dos compartimentos, de características medievais; piso rebaixado do compartimento superior, avanço da parede Sul da ‘Rouparia’ relativamente ao restante alçado Sul do edifício; vão da parede Sul da ‘Rouparia’, já desactivado, que, a ter funcionado como vão de passagem, implicaria uma cota de circulação bem inferior à verificada na época conventual; desalinhamento da parede Oeste relativamente ao restante alçado Oeste do edifício; estranha posição ocupada na planta do edifício, a obrigar à criação de trânsitos de acesso pouco práticos e nada directos.

U.E. 2: Estrutura composta pelo paramento Sul da ‘Cozinha’, em alvenaria de pedras não facetadas, unidas em aparelho irregular por argamassa de cal. Assentava sobre U.E. 5 e era encostada pelas U.E.’s 3 e 4. Cronologia: Época Moderna (?). Apesar de não ter sido detectada a vala de fundação deste paramento, continuamos seguros de que o compartimento da ‘Cozinha’, seja de origem conventual, logo de Época Moderna.

U.E. 3: Estrutura composta pelo piso de circulação do corredor em argamassa de cimento. Encontrava-se interrompido no local de implantação da Sondagem 1, tendo sido cortado a Oeste dos vãos de acesso à ‘Rouparia’ e à ‘Cozinha’. Tal corte definiu o limite Este da Sondagem 1. Assentava sobre as U.E.’s 4 e 5 e encostava às U.E.’s 1 e 2. Cronologia: Época Contemporânea. Pela sua composição, este piso deverá ter a sua origem no período de ocupação industrial do edifício.

U.E. 4: Nível térreo de cor amarela, granulometria fina, compacticidade elevada e textura argilosa. Exibia alguns elementos pétreos mas encontrava-se isenta de materiais culturais, à excepção de algumas bolsas de argamassa de cimento. Era visível apenas no canto Sudeste da Sondagem 1. Corresponderá a uma camada de nivelamento do afloramento rochoso, com vista a receber o piso que constitui a U.E. 3. Assentava sobre a U.E. 5, era coberta pela U.E. 3 e encostava às U.E.’s 1 e 2. Cronologia: Época Contemporânea. Pela sua composição, este piso deverá ter a sua origem no período de ocupação industrial do edifício. Relatório Final

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U.E. 5: Afloramento rochoso, de tipo calcário e cor amarela. Apresentava superfície

irregular,

embora

nitidamente

cortada,

principalmente

sob

os

paramentos que constituem as U.E.’s 1 e 2, onde o afloramento foi cortado à medida da espessura dos mesmos. Estava coberta pelas U.E.’s 1,2 e 4.

4.2 - Sondagem 2

A Sondagem 2 foi implantada no extremo Sudeste do pátio do Claustro do edifício. Inicialmente prevista com uma área quadrangular de 4 m2, com 2 m x 2 m, a Sondagem 2 foi ligeiramente alargada para que o seu limite Este abrangesse as sapatas dos dois pilares que sustentam o primeiro arco (contando de Sul) da ala Este do deambulatório do Claustro. Deste modo, a Sondagem 2 passou a assumir um quadrado com 2,35 m x 2,35 m, totalizando uma área de 5,52 m2. Pretendia-se com a sua abertura prevenir impactes arqueológicos, eventualmente decorrentes da afectação projectada para esta área, mas também sondar a funcionalidade e cronologia de algumas estruturas, detectadas durante a empreitada anterior naquele local. De igual modo, pretendia-se averiguar se tais estruturas estariam relacionadas com algum percurso de ligação entre o piso 0 e o piso 1, dado que foram detectados, durante a última empreitada, elementos que sugerem uma comunicação, naquele local, entre os dois pisos. Da escavação da Sondagem 2 resultou a seguinte leitura estratigráfica:

U.E. 1: Unidade estrutural definida pela parede Norte do trânsito que une o piso 0 dos Dormitórios à antecâmara da Sala do Capítulo (trânsito definido como compartimento 3 da ala Sul do piso 0 - numeração atribuída na empreitada anterior). Trata-se de um paramento em alvenaria de pedras não facetadas, unidas em aparelho irregular por argamassa de cal. No paramento abrem-se dois vãos compostos por molduras em cantaria de calcário, exógenas apenas no alçado interior, abrindo ambas as folhas de cada um deles para Norte, precisamente para o espaço aberto no piso 0 do claustro. 8 Relatório Final

Apesar de não estar directamente abrangida pela Sondagem 2, consideramos que este paramento apresenta elementos que relacionam o espaço do referido compartimento com a área sondada. Estes elementos, que passam pela existência de dois vãos de origem conventual (um vão de porta e um vão de janela), evidenciam a existência de um nível de circulação no local sondado. Deduzimos que tal piso se tenha mantido activo mesmo após a edificação do Claustro, dado que os vãos não apresentam qualquer tipo de emparedamento. Encontrava-se encostada pela sapata do pilar 1 da U.E. 3, assim como pela U.E. 4. Por estar ocultada pela referida sapata, não foi possível averiguar a relação que mantinha com a U.E. 2, embora apurássemos posteriormente que era encostada por ela. Cronologia: Época Moderna.

U.E. 2: Unidade estrutural constituída pelo paramento que suporta o piso de circulação do deambulatório da ala Sul do Claustro. Trata-se de um paramento em alvenaria de pedras não facetadas, unidas em aparelho irregular por argamassa de cal. Recordamos que durante os trabalhos desenvolvidos na empreitada anterior foi detectado neste paramento um silhar que exibia

marca

de

canteiro,

que

poderá

encontrar-se

em

contexto

de

reaproveitamento. Era encostada pelas U.E.’s 3, 4, 9 e 11. Por se encontrar ocultada pela sapata do pilar 1 da U.E. 3, não foi de imediato possível averiguar a relação que mantinha com a U.E. 1, embora apurássemos posteriormente que se lhe encontrava encostada. Encontrava-se encostada igualmente à U.E. 6. Cronologia: Época Moderna.

U.E. 3: Sapatas de sustentação dos pilares do primeiro arco (contando de Sul) da ala Este do deambulatório do Claustro. Por questões logísticas optámos por numerar os pilares, atribuindo ao primeiro pilar (contando de Sul) a designação de pilar 1 e ao segundo pilar (contando de Sul) a designação de pilar 2. Ambas as sapatas se apresentavam em alvenaria de silhares bem aparelhados, unidos por argamassa de cal. Apresentavam secções rectangulares, tendo a sapata do pilar 1 as dimensões de 1,44 m x 0,77 m, e a sapata do pilar 2 as dimensões de 1,20 m x 1 m. 9 Relatório Final

A sapata do pilar 1 encostava às U.E.’s 1 e 2, era encostada pelas U.E.’s 4 e 11, e assentava sobre a U.E. 13. A sapata do pilar 2 era encostada pelas U.E.’s 5, 8 e 12, e assentava sobre a U.E. 13. Cronologia: Época Moderna.

U.E. 4: Unidade térrea de cor castanha amarelada, granulometria grosseira, elevada compacticidade e textura argilosa. Apresentava muitos elementos pétreos, de reduzida dimensão, e escassas inclusões orgânicas. Dela foi exumada grande quantidade de materiais culturais fragmentados, como cerâmica doméstica comum, vidrados de chumbo, faianças, telhas ‘lusas’, tijolos ‘de palmo’ e azulejos enxactados, assim como fragmentos de fauna mamalógica. Desta U.E. fazia ainda parte uma considerável quantidade de bolsas de cimento. Assentava sobre as U.E.’s 9, 11, 12 e 13 e encostava às U.E.’s 1, 2, 3, 6, 7 e 8. Cronologia: Época Contemporânea.

U.E. 5: Unidade térrea de cor castanha acinzentada, granulometria fina, compacticidade mediana e textura arenosa. Apresentava muitos elementos pétreos, de dimensão muito reduzida, e escassas inclusões orgânicas. Dela foram exumados escassos fragmentos de tijolos maciços. Corresponde ao actual piso de circulação, um nível térreo revolvido durante as operações de remoção mecânica de terra decorridas durante a última empreitada. Assentava sobre a U.E. 10 e encostava à U.E. 8, assim como à sapata do pilar 2 da U.E. 3. Cronologia: Época Contemporânea.

U.E. 6: Unidade estrutural constituída por paramento detectado no extremo Sudoeste da Sondagem 2. Trata-se de um paramento em alvenaria de pedras não facetadas, unidas em aparelho irregular por argamassa de cal. Apresentava uma espessura de cerca de 0,57 cm e desenvolvia-se no sentido Sul/Norte por um comprimento de 1,40 m. Não obstante o formato detectado, este paramento deveria desenvolver-se originalmente para Norte, dado que eram ainda visíveis as marcas do seu desmonte entre o seu limite Norte e as U.E.’s 7 e 8.

10 Relatório Final

Esta estrutura define, conjuntamente com os paramentos que constituem as U.E.’s 2 e 6.1 e com a sapata do pilar 1 da U.E. 3, um espaço compartimentado com uma área de 2,34 m2 (1,24 m x 1,10 m). Era encostada pelas U.E.’s 2, 4, 6.1, 7 e 9. Também a U.E. 8 cobria a U.E. 6, embora apenas no ponto em que esta última se encontrava desmontada. Cronologia: Época Moderna.

U.E. 6.1: Unidade estrutural constituída por paramento detectado de forma anexa ao limite Norte da U.E. 6. Trata-se de um paramento em alvenaria de pedras não facetadas, unidas em aparelho irregular por argamassa de cal. Desenvolvia-se no sentido Este/Oeste sobre uma moldura em cantaria de calcário, estilisticamente compatível com o período medieval, em claro contexto de reaproveitamento. Esta estrutura define, conjuntamente com os paramentos que constituem as U.E.’s 2 e 6 e com a sapata do pilar 1 da U.E. 3, um espaço compartimentado com uma área de 2,34 m2 (1,24 m x 1,10 m). Encostava à U.E. 6 e era encostada pela U.E. 4. Assentava sobre a U.E. 9. Cronologia: Época Moderna (?).

U.E. 7: Unidade estrutural constituída por paramento detectado junto do limite Oeste da Sondagem 2. Trata-se de um paramento em alvenaria de pedras não facetadas e fragmentos de telhas ‘lusas’ e de tijolos ‘de palmo’ em contexto de reaproveitamento,

unidos em

aparelho irregular

por

argamassa de cal.

Apresentava uma espessura de cerca de 0,45 cm e desenvolvia-se no sentido Sul/Norte. Encontrava-se fora da área abrangida pela Sondagem 2, pelo que não foi possível a sua total interpretação. Encostava à U.E. 6 e era encostada pelas U.E.’s 4 e 8. Encontrava-se parcialmente sobreposta ao tramo desmontado da U.E. 6 e assente sobre o afloramento rochoso (U.E.14). Cronologia: Época Moderna/Época Contemporânea (?).

U.E. 8: Unidade estrutural constituída por paramento detectado no sector Noroeste da Sondagem 2. Trata-se de um paramento em alvenaria de pedras não facetadas, unidas em aparelho irregular por argamassa de cal. Apresenta uma Relatório Final

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espessura de cerca de 0,96 cm. Os seus alçados não se apresentavam facetados, salvo o alçado Norte, que integrava tijolos maciços (20 cm x 9,5 cm x 4 cm) dispostos na horizontal. Desenvolvia-se no sentido Oeste/Este, inflectindo para Norte junto da sapata do pilar 2 da U.E. 3. Desenvolvia-se então para Norte através de um paramento constituído apenas por uma fiada de tijolos maciços (20 cm x 9,5 cm x 4 cm), dispostos na horizontal e unidos por argamassa de cal, que encostava ao alçado Oeste da sapata do pilar 2 da U.E. 3. Assentava sobre as U.E.’s 9 e 12, assim como sobre o tramo desmontado da U.E. 6. Era encostada pelas U.E.’s 4, 5, 7 e 10 e encostava, no tramo que se desenvolvia para Norte, à sapata do pilar 2 da U.E. 3. Cronologia: Época Contemporânea.

U.E. 9: Unidade estrutural constituída por um piso em tijolos ‘de palmo’ detectado no sector centro/Sudoeste da Sondagem 2. Os tijolos (26 cm x 13 cm x 3 cm) encontravam-se dispostos longitudinalmente, no sentido Este/Oeste, e unidos por argamassa de cal. Da estrutura fazia também parte uma sapata, que sustentava os tijolos, da qual era visível apenas uma face, voltada a Este. A sapata aparentava ser construída por alvenaria de pedras não facetadas, estando aquela face toscamente rebocada por argamassa de cal e areão. Encostava às U.E.’s 2 e 6 (embora o tramo da U.E. 6 que se desenvolvia no sentido Este, assente sobre parte da U.E. 9). Era encostada pela U.E.’s 11 e 12 e sobreposta pelas U.E.’s 4 e 8. Encontrava-se assente sobre a U.E. 14. Cronologia: Época Moderna (?).

U.E. 10: Unidade estrutural constituída por um piso em lajes de calcário (de diversas dimensões) e por alguns tijolos ‘de palmo’ (26 cm) detectado no sector Noroeste da Sondagem 2, ultrapassando o limite Norte da mesma. Encontrava-se revestido por uma matéria negra e de odor a combustível. Encostava à U.E. 8 e era coberto pela U.E. 5. Cronologia: Época Contemporânea.

U.E. 11: Unidade estrutural constituída por um maciço de pequenas pedras não facetadas e por escassos fragmentos de cerâmica de construção, sem material Relatório Final

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ligante. Aparentemente, esta estrutura terá sido criada para preencher o espaço definido pela sapata do pilar 1 da U.E. 3 e pelas U.E.’s 2 e 9. Encontrando-se as pedras do seu topo totalmente desprendidas, optámos, após o devido registo gráfico e fotográfico da estrutura, por levantá-las, tendo sido detectados dois fragmentos de cerâmica claramente incluídos na sua composição. Trata-se de um fragmento de cerâmica vidrada de chumbo e de um fragmento de faiança. Encontrava-se encostada às U.E.’s 2 e 9, assim como ao pilar 1 da U.E. 3, e assente sobre a U.E. 14. Cronologia: Época Moderna/Época Contemporânea (?).

U.E. 12: Unidade estrutural constituída por um conjunto de quatro silhares que aparentemente se encontravam dispostos para formar um degrau, exibindo considerável desgaste ao nível das arestas voltadas a Este. As juntas encontravam-se preenchidas por argamassa de cal muito pobre e por pedras de reduzida dimensão. A estrutura desenvolve-se a partir da sapata do pilar 2 da U.E. 3, desenvolvendo-se para Sul por cerca de 1,5 m, ao cabo dos quais inflecte para Oeste, desenvolvendo-se neste sentido até encontrar a U.E. 9. O espaço definido pelo ângulo da referida inflexão encontrava-se preenchido por pedras de pequeno porte, fragmentos de cerâmica de construção e por argamassa de cal muito pobre. Encontrava-se encostada à sapata do pilar 2 da U.E. 3, assim como à U.E. 9. Era coberta pelas U.E.’s 4 e 8 e assentava sobre a U.E. 14. Cronologia: Época Moderna.

U.E. 13: Unidade estrutural constituída por um fragmento de laje calcária e algumas pedras de pequeno porte unidos por argamassa de cal, edificada sobre o afloramento rochoso aparentemente para colmatar uma pequena depressão que este ali exibiria. De facto, o afloramento (U.E. 14) apresentava-se cortado, funcionando também ele como um degrau, explicando-se deste modo a necessidade de colmatar eventuais irregularidades. A U.E. 13 assentava sobre a U.E. 14 e era coberta pela U.E. 4. Cronologia: Época Moderna (?).

13 Relatório Final

U.E. 14: Afloramento rochoso de natureza calcária, que evidenciava ter sido cortado em degrau no sector Sudeste da Sondagem 2. Era coberto pelas sapatas dos pilares 1 e 2 da U.E. 3, bem como pelas U.E.’s 4, 9, 11, 12 e 13. Cronologia do talhe do afloramento: Época Moderna (?).

4.3 - Sondagem 3

A Sondagem 3 foi implantada na área centro-Sudeste do Claustro do edifício, abrangendo uma área quadrangular de 4 m2, com 2 m x 2 m. Pretendia-se com a sua abertura prevenir impactes arqueológicos, eventualmente decorrentes da afectação projectada para esta área. Da escavação da Sondagem 3 resultou a seguinte leitura estratigráfica:

U.E. 1: Unidade térrea de cor castanha acinzentada, granulometria fina, compacticidade mediana e textura arenosa. Apresentava muitos elementos pétreos, de dimensão muito reduzida, e escassas inclusões orgânicas. Dela foram exumados alguns fragmentos de cerâmica de construção (telhas ‘lusas’ e tijolos maciços), fragmentos de azulejos de cronologia recente mas também um fragmento de azulejo hispano-árabe, um fragmento de porcelana industrial, uma cavilha em ferro forjado, pedaços de escória de ferro e fragmentos de ferro informes e oxidados. Corresponde ao actual piso de circulação, um nível térreo revolvido durante as operações de remoção mecânica de terra decorridas durante a última empreitada. Assentava sobre as U.E.’s 2, 3 e 8. Cronologia: Época Contemporânea.

U.E. 2: Unidade estrutural constituída por pedras não facetadas de pequeno a médio porte e por tijolos maciços, unidos em aparelho irregular por argamassa de cal. Ultrapassava os limites Este, Oeste e Norte da Sondagem 3, ocupando sensivelmente a metade Norte da mesma.

14 Relatório Final

Aparentava, pela sua localização, tratar-se da sapata de sustentação da caldeira de nafta, utilizada à época de ocupação industrial do edifício, e removida precisamente desta área no decurso da última empreitada. Encostava às U.E.’s 7 e 8 e era coberta pela U.E. 1. Cronologia: Época Contemporânea.

U.E. 3: Unidade estrutural constituída por tijolos maciços, dispostos numa única fiada horizontal, unidos por e assentes sobre fina camada de argamassa de cal. Desenvolvia-se apenas no canto Sudoeste da Sondagem 3, ultrapassando os seus limites Sul e Oeste. Poderá eventualmente tratar-se de um nível de selagem das estruturas industriais detectadas abaixo da U.E. 3. Assentava sobre as U.E.’s 4 e 7 e era coberto pela U.E. 1. Cronologia: Época Contemporânea.

U.E. 4: Unidade térrea de cor castanha, granulometria mediana, compacticidade fraca e textura arenosa. Apresentava poucos elementos pétreos, de dimensão reduzida, e nenhuma inclusão orgânica. Dela foram exumados escassos fragmentos de cerâmica de construção (telhas ‘lusas’ e tijolos maciços). Assentava sobre as U.E.’s 5 e 7, preenchia a U.E. 6 e era coberto pelas U.E.’s 2 e 3. Cronologia: Época Contemporânea.

U.E. 5: Unidade estrutural constituída por duas lajes de cimento armado, uma das quais fragmentada, que cobriam a caixa composta pela U.E. 6. Prolongavam-se para além dos limites Sul e Oeste da Sondagem 3, pelo que as dimensões estimadas de cada uma eram: 85 cm x 45 cm x 5 cm. Assentava sobre as U.E.’s 6 e era coberto pelas U.E.’s 2 e 4. Cronologia: Época Contemporânea.

U.E. 6: Unidade estrutural constituída por uma caixa de paredes laterais em tijolos maciços, dispostos na horizontal e unidos por argamassa de cal. Apresentava as dimensões aproximadas: 96 cm x 77 cm x 60 cm (profundidade). Partilhava a sua Relatório Final

15

parede Norte com a U.E. 7. A sua base era também constituída por tijolos maciços unidos por argamassa de cal, formando concavidade. Encontrava-se coberta pelas lajes que compunham a U.E. 5, encostada pela U.E. 2 e preenchida pela U.E. 4. Cronologia: Época Contemporânea.

U.E. 7: Unidade estrutural constituída por uma conduta de paredes laterais em tijolos maciços, dispostos na horizontal e unidos por argamassa de cal. Desenvolvia-se no sentido Este/Oeste, ultrapassando o limite Oeste da Sondagem. Encontrava-se interrompida a Este por parte da estrutura que constituía a U.E. 2. Apresentava as dimensões aproximadas: 25 cm (largura) x 39 cm (profundidade). A sua base, em tijolos maciços e argamassa de cal, apresentava-se revestida por uma substância de cor negra e de odor a combustível. Poderá ter originalmente integrado a conduta que constitui a U.E. 8, tendo posteriormente sido interrompida pela edificação da U.E. 2. Encontrava-se coberta pela U.E. 3, encostada e parcialmente cortada pela U.E. 2, e preenchida pela U.E. 4. Partilhava a sua parede Sul com a U.E. 6. Cronologia: Época Contemporânea.

U.E. 8: Unidade estrutural constituída por uma conduta de paredes laterais em tijolos maciços, dispostos na horizontal e unidos por argamassa de cal, das quais apenas subsiste a parede Norte. Desenvolvia-se no sentido Este/Oeste, ultrapassando o limite Este da Sondagem. Encontrava-se interrompida a Oeste por parte da estrutura que constituía a U.E. 2, assim como pela parede Este da estrutura que constituía a U.E. 6. A cobertura seria originalmente em abóbada de berço, construída também com recurso a tijolos maciços unidos a argamassa de cal, tendo-se detectado apenas o seu arranque junto ao topo da parede subsistente. A sua base, muito deteriorada, era construída em tijolos maciços e argamassa de cal e apresentava-se revestida por uma substância de cor negra e de odor a combustível. Poderá ter originalmente integrado a conduta que constitui a U.E. 7, tendo posteriormente sido interrompida pela edificação da U.E. 2. Encontrava-se coberta pela U.E. 3, encostada e parcialmente cortada pela U.E. 2, cortada pela U.E. 6, e preenchida, em consequência do derrube da sua cobertura, 16 Relatório Final

pela U.E. 1, nesta área da Sondagem com grande quantidade de tijolos maciços e de bolsas de argamassa de cal, testemunhos daquele desabamento. Cronologia: Época Contemporânea.

U.E.

9:

Unidade

térrea,

de

cor

amarela,

granulometria

fina,

elevada

compacticidade, textura argilosa e isenta de vestígios arqueológicos. Foi escavada apenas no sector Sudeste da Sondagem 3, onde a degradação da base da U.E. 8 permitiu aceder-lhe. Tratar-se-á da degradação do afloramento rochoso e portanto de um nível estéril do ponto de vista arqueológico.

4.4 - Sondagem 4

A Sondagem 4 foi implantada a escassos metros da parede Norte da capela-mor da igreja que servia o convento, junto a um tanque de armazenagem de líquidos edificado à cota negativa naquele local. Abrangia 2,25 m2, com a configuração de um quadrado com 1,5 m x 1,5 m. Pretendia-se com a sua abertura prevenir impactes arqueológicos, eventualmente decorrentes da afectação projectada para esta área. Da escavação da Sondagem 4 resultou a seguinte leitura estratigráfica:

U.E. 1: Unidade estrutural constituída por um piso de circulação, construído em tijolos maciços (22 cm x 11 cm x 5,5 cm) dispostos na horizontal, assentes sobre fina camada de argamassa de cal e areão e unidos por cimento. Tratava-se de um piso de circulação relacionado com um tanque localizado a Norte da capela-mor da igreja que servia o convento. Encontrava-se assente sobre a U.E. 2. Cronologia: Época Contemporânea.

U.E.

2:

Unidade

térrea,

de

cor

amarela,

granulometria

fina,

elevada

compacticidade e textura argilosa. Continha elevada quantidade de elementos 17 Relatório Final

pétreos de reduzida a média dimensão. Dela foi exumado apenas um fragmento de tijolo alveolar (?) aparentemente marcado com estampilha (?). Encontrava-se assente sobre a U.E. 3 e coberto pela U.E. 1. Cronologia: Época Contemporânea.

U.E. 3: Afloramento rochoso constituído por calcário de cor cinzenta, de superfície facilmente deteriorável.

4.5 - Sondagem 5

A Sondagem 5 foi implantada a escassos metros da abertura Norte do túnel edificado sob a parede Oeste da capela-mor da igreja que servia o convento. Abrangia 2,25 m2, com a configuração de um quadrado com 1,5 m x 1,5 m. Pretendia-se com a sua abertura prevenir impactes arqueológicos, eventualmente decorrentes da afectação projectada para esta área. Da escavação da Sondagem 5 resultou a seguinte leitura estratigráfica:

U.E. 1: Unidade térrea que constituía o actual nível de circulação, de cor negra, granulometria fina, compacticidade muito fraca e textura areno-limosa. Continha elevada quantidade de inclusões orgânicas, entre as quais matéria orgânica em decomposição. Dela foram exumados escassos elementos culturais, entre eles fragmentos de cerâmica de construção e de embalagens plásticas. Encontrava-se assente sobre as U.E.’s 2 e 3. Cronologia: Época Contemporânea.

U.E. 2: Unidade térrea, de cor cinzenta, granulometria mediana, fraca compacticidade e textura argilo-arenosa. Continha elevada quantidade de inclusões orgânicas e alguns elementos pétreos de reduzida dimensão. Dela foram exumados alguns elementos culturais, entre eles fragmentos de cerâmica doméstica comum, de vidrados de chumbo, de faianças e de trempes de oleiro, alguns fragmentos de vidro sem patina nem bolhas de ar inclusas, e ainda um gancho em ferro bastante oxidado. Encontrava-se assente sobre a U.E. 4 e coberta pela U.E. 3. Relatório Final

18

Cronologia: Época Contemporânea.

U.E. 3: Unidade mural constituída por um pequeno muro construído através do recurso a pedras de pequena a média dimensão, meramente sobrepostas e sem qualquer tipo de material ligante. Desenvolvia-se no sentido Sudoeste/Nordeste, ultrapassando os limites Sul e Norte da Sondagem 5. Poderá corresponder a uma unidade mural detectada no decurso da última empreitada junto ao limite Norte da Sondagem 9 (U.E. 3), então escavada pela presente

equipa

de

arqueologia,

embora

apresente

algumas

diferenças

construtivas. Encontrava-se assente sobre a U.E. 2 e coberta pela U.E.1. Cronologia: Época Contemporânea.

U.E.

4:

Unidade

térrea,

de

cor

amarela,

granulometria

fina,

elevada

compacticidade, textura argilosa e isenta de vestígios arqueológicos. Tratar-se-á da degradação do afloramento rochoso e portanto de um nível estéril do ponto de vista arqueológico.

4.6 - Sondagem 6

A Sondagem 6 foi implantada a escassos metros da abertura Sul do túnel edificado sob a parede Oeste da capela-mor da igreja que servia o convento. Abrangia 2,25 m2, com a configuração de um quadrado com 1,5 m x 1,5 m. Pretendia-se com a sua abertura prevenir impactes arqueológicos, eventualmente decorrentes da afectação projectada para esta área. Da escavação da Sondagem 6 resultou a seguinte leitura estratigráfica:

U.E. 1: Unidade térrea que constituía o actual nível de circulação, de cor negra, granulometria fina, compacticidade muito fraca e textura areno-limosa. Continha elevada quantidade de inclusões orgânicas, entre as quais matéria orgânica em decomposição. Dela foram exumados escassos elementos culturais, entre eles fragmentos de cerâmica de construção e de embalagens plásticas. Encontrava-se assente sobre a U.E. 2. Relatório Final

19

Cronologia: Época Contemporânea.

U.E. 2: Unidade estrutural constituída por uma calçada, construída com recurso a pedras calcárias de pequeno porte, não facetadas, sem qualquer tipo de material ligante. Ultrapassava todos os limites da Sondagem 5. Encontrava-se assente sobre a U.E. 3 e coberta pela U.E.1. Cronologia: Época Contemporânea.

U.E. 3: Unidade térrea, de cor castanha, granulometria fina, fraca compacticidade e textura argilo-arenosa. Continha escassos elementos pétreos de reduzida dimensão. Dela foram exumados alguns elementos culturais, entre eles fragmentos de cerâmica doméstica comum, de vidrados de chumbo, de faianças e vários fragmentos de vidro sem patina nem bolhas de ar inclusas. Encontrava-se assente sobre a U.E. 4 e coberta pela U.E. 2. Cronologia: Época Contemporânea.

U.E. 4: Unidade térrea, de cor amarela, granulometria fina, fraca compacticidade e textura argilosa. Dela foram exumados alguns elementos culturais, entre eles fragmentos de cerâmica doméstica comum e de vidrados de chumbo, e também uma grande quantidade de fragmentos de telhas ‘lusas’. Encontrava-se assente sobre a U.E. 5 e coberta pela U.E. 3. Cronologia: Época Contemporânea.

U.E. 5: Afloramento rochoso constituído por calcário de cor cinzenta, de superfície facilmente deteriorável.

4.7 - Sondagem 7

A Sondagem 7 foi implantada de forma anexa ao cunhal que limitava a Sudoeste a capela-mor da igreja que servia o convento. A configuração da Sondagem foi amplamente condicionada pelo afloramento rochoso (que neste local se desenvolve por vários metros a cima da cota de circulação), assim como pela presença de um

Relatório Final

20

muro que unia o referido cunhal ao afloramento. A Sondagem 7 assumiu portanto um formato trapezoidal, abrangendo aproximadamente 3,26 m2. Pretendia-se com a sua abertura prevenir impactes arqueológicos, eventualmente decorrentes da afectação projectada para esta área. Da escavação da Sondagem 7 resultou a seguinte leitura estratigráfica:

U.E. 1: Unidade estrutural constituída pelo cunhal que limitava a Sudoeste a capela-mor da igreja que servia o convento. Tratava-se de um cunhal em silharia de calcário, unida por argamassa de cal. Apresentava 1,20 cm de largura (medidos na sua base). Desenvolvia-se sobre sapata pouco profunda, que se encontrava edificada directamente sobre o afloramento rochoso, em alvenaria de pedras não facetadas, unidas por argamassa de cal num aparelho irregular. Entre o cunhal e a respectiva sapata encontrava-se um silhar, com cerca de 12 cm de espessura, que era, relativamente à estrutura, saliente em cerca de 10 cm. Ultrapassava o limite Norte da Sondagem 7. Encontrava-se assente sobre a U.E. 8 e encostada pelas U.E.’s 2, 3, 5, 6 e 7. Cronologia: Época Moderna (?).

U.E. 2: Unidade estrutural constituída por um muro que, unindo o cunhal que constitui a U.E. 1 ao afloramento rochoso que constitui a U.E. 8, impedia a comunicação entre a área a Sul da igreja e a área posterior à sua capela-mor. Tratava-se de um muro construído com recurso a alvenaria de pedras não facetadas, unidas por argamassa de cal num aparelho irregular. Exibia reboco em argamassa de cimento e alguns vestígios de pintura a branco (?). A sapata deste muro, saliente em relação ao mesmo, apresentava algumas pedras toscamente aparelhadas, unidas por argamassa de cal e de argila. Na sua base abria-se um pequeno orifício, destinado ao escoamento de águas, meramente definido pelas pedras

integrantes

do

aparelho

da

sapata.

Desenvolvia-se

no

sentido

Sudoeste/Nordeste. Encontrava-se assente sobre a U.E. 5 e encostada pela U.E. 3. Encostava às U.E.’s 1 e 8 e tinha o seu orifício preenchido pela U.E. 2a. Cronologia: Época Contemporânea.

21 Relatório Final

U.E. 2a: Unidade estrutural constituída por um conjunto de pedras de pequena dimensão meramente sobrepostas, sem material ligante, que preenchiam o orifício aberto na sapata da U.E. 2, tapando-o. Encontrava-se assente sobre as U.E.’s 5 e 8 e encostada pela U.E. 3. Preenchia o orifício aberto na sapata da U.E. 2. Cronologia: Época Contemporânea.

U.E. 3: Unidade térrea que constituía o actual nível de circulação, de cor cinzenta, embora com abundantes manchas amarelas, granulometria fina, compacticidade fraca e textura argilo-arenosa. Continha reduzidas quantidades de inclusões orgânicas e de elementos pétreos. Dela foram exumados vários elementos culturais, entre eles fragmentos de cerâmica de construção e de embalagens plásticas, mas também de cerâmica doméstica comum, de vidrados de chumbo, de faianças e de trempes de oleiro. Encontrava-se assente sobre as U.E.’s 4 e 5 e encostava às U.E.’s 1, 2 e 2a. Cronologia: Época Contemporânea.

U.E. 4: Unidade térrea, de cor negra, granulometria fina, compacticidade mediana e textura argilo-arenosa. Continha reduzida quantidade de elementos pétreos. Dela foram exumados vários elementos culturais, entre eles abundante quantidade de fragmentos de telhas ‘lusas’, e também fauna mamalógica. A grande quantidade de fragmentos de telhas ‘lusas’ sugere resultar este nível de um derrube de telhado ou de uma acção de aterro. Encontrava-se assente sobre as U.E.’s 4 e 5 e encostava às U.E.’s 1, 2 e 2a. Cronologia: Época Contemporânea.

U.E. 5: Unidade térrea, de cor amarela, granulometria mediana, fraca compacticidade, textura argilosa e isenta de vestígios arqueológicos. Apresentava grande quantidade de elementos pétreos de dimensão pequena a muito grande, alguns dos quais visíveis desde a superfície antes do início da Sondagem 7. Por se encontrar isenta de materiais, mas sobretudo pela grande dimensão de algumas pedras, consideramos provável que este nível corresponda a algum derrube ocorrido directamente do afloramento rochoso que, como referido, se desenvolve neste local vários metros acima do nível de circulação. Relatório Final

22

Encontrava-se assente sobre as U.E.’s 6, 7 e 8 e encostava à U.E. 1. Encontravase coberta pelas U.E.’s 2, 2a e 3. Cronologia: Época Contemporânea (?).

U.E. 6: Unidade térrea, de cor castanha, granulometria fina, fraca compacticidade, textura areno-argilosa e isenta de vestígios arqueológicos. Trata-se de um nível detectado de forma adossada à sapata da U.E. 1, escavado numa área muito reduzida da Sondagem 7. Encontrava-se assente sobre a U.E. 7 e encostava à U.E. 1. Encontrava-se coberta pela U.E. 5. Cronologia: Época Moderna (?).

U.E. 7: Unidade térrea, de cor cinzenta, granulometria fina, compacticidade mediana e textura argilosa. Dela foram exumados escassos fragmentos de faianças, um vidro sem bolhas inclusas nem patina e alguns fragmentos de telhas ‘lusas’. Encontrava-se assente sobre a U.E. 8 e encostava à U.E. 1. Encontrava-se coberta pelas U.E.’s 5 e 6. Cronologia: Época Moderna (?).

U.E. 5: Afloramento rochoso constituído por calcário de cor castanha, de superfície facilmente deteriorável. Aparentava estar cortado junto do orifício da sapata da U.E. 2. Cronologia do talhe: (?).

4.8 - Sondagem 8

A Sondagem 8 foi implantada a escassos metros da parede Sul da capela-mor da igreja que servia o convento. Abrangia 2,25 m2, com a configuração de um quadrado com 1,5 m x 1,5 m. Pretendia-se com a sua abertura prevenir impactes arqueológicos, eventualmente decorrentes da afectação projectada para esta área.

Relatório Final

23

Da escavação da Sondagem 8 resultou a seguinte leitura estratigráfica:

U.E. 1: Unidade térrea que constituía o actual nível de circulação, de cor cinzenta, granulometria fina, compacticidade fraca e textura argilo-arenosa. Continha reduzidas quantidades de inclusões orgânicas e de elementos pétreos. Dela foram exumados vários elementos culturais, entre eles fragmentos de cerâmica de construção e de embalagens plásticas, mas também fragmentos de azulejos, de cerâmica doméstica comum, de vidrados de chumbo e de faianças, e ainda fragmento de prego em ferro bastante oxidado. Encontrava-se assente sobre a U.E. 2. Cronologia: Época Contemporânea.

U.E. 2: Unidade térrea, de cor castanha, granulometria mediana, compacticidade mediana e textura areno-argilosa. Continha reduzidas quantidades de inclusões orgânicas e de elementos pétreos. Dela foram exumados escassos fragmentos de cerâmica de construção, de cerâmica doméstica comum, de vidrados de chumbo e de trempes de oleiro. Apresentava igualmente grande quantidade de bolsas de argamassa de cal, algumas exibindo pintura a cal, sugerido ter este nível surgido em consequência de alguma acção de aterro. Encontrava-se assente sobre a U.E. 3 e coberta pela U.E. 1. Cronologia: Época Contemporânea.

U.E. 3: Unidade térrea, de cor amarela, granulometria grosseira, compacticidade elevada e textura argilosa. Dela foram exumados fragmentos de cerâmica de construção, de faianças, de loiça ‘ratinhos’, de cerâmica doméstica comum e de vidrados de chumbo. Encontrava-se coberta pela U.E. 2. Cronologia: Época Contemporânea (?).

4.9 - Sondagem 9

24 Relatório Final

A Sondagem 9 foi implantada a escassos metros da parede Sul da igreja que servia o convento. Abrangia 2,25 m2, com a configuração de um quadrado com 1,5 m x 1,5 m. Pretendia-se com a sua abertura prevenir impactes arqueológicos, eventualmente decorrentes da afectação projectada para esta área. Da escavação da Sondagem 9 resultou a seguinte leitura estratigráfica:

U.E. 1: Unidade estrutural constituída por pequeno murete, construído através do mero alinhamento e sobreposição de algumas pedras de pequeno porte, assim como de telhas de tipo ‘Marselha’ e de bolsas de cimento em claro contexto secundário, sem qualquer tipo de material ligante. Desenvolvia-se no sentido Norte/Sul, ultrapassando os limites Norte e Sul da Sondagem.

U.E. 2: Unidade térrea que constituía o actual nível de circulação, de cor cinzenta, granulometria fina, compacticidade fraca e textura argilo-arenosa. Continha reduzidas quantidades de inclusões orgânicas e de elementos pétreos. Dela foi exumada grande quantidade de elementos culturais, entre eles fragmentos de cerâmica de construção (tijolos alveolares, telhas ‘lusas’ e de telhas de tipo ‘Marselha), de cerâmica doméstica comum, de ‘chacota’, de trempes de oleiro, de vidrados de chumbo, de faianças e de vidros. Dela foram ainda extraídos utensílios de mesa em alumínio (?), uma moeda de 5 $, fauna mamalógica e malacológica, e ainda bolsas de argamassa de cal, algumas exibindo pintura a cal. A grande quantidade de materiais culturais, mas sobretudo as bolsas de argamassa de cal, parecem sugerir ter este nível surgido em consequência de alguma acção de aterro. Encontrava-se assente sobre a U.E. 3 e coberta pela U.E. 1. Cronologia: Época Contemporânea.

U.E. 3: Unidade térrea, de cor castanha, granulometria mediana, compacticidade mediana e textura areno-argilosa. Continha muitos elementos pétreos, de reduzida a média dimensão. Dela foi exumada grande quantidade de elementos culturais, entre eles fragmentos de cerâmica de construção (tijolos alveolares, telhas ‘lusas’ e de telhas de tipo ‘Marselha), de cerâmica doméstica comum, de ‘chacota’, de trempes de oleiro, de vidrados de chumbo, de faianças e de vidros. Encontrava-se coberta pela U.E. 2.

Relatório Final

25

Cronologia: Época Contemporânea.

4.10 - Sondagem 10

A Sondagem 10 foi implantada no canto definido pela junção entre a parede que define a Este a capela que adossa a Sul da igreja e a parede que define a Sul o nartex da igreja. Abrangia 2,25 m2, com a configuração de um quadrado com 1,5 m x 1,5 m. Pretendia-se com a sua abertura prevenir impactes arqueológicos, eventualmente decorrentes da afectação projectada para esta área. Da escavação da Sondagem 10 resultou a seguinte leitura estratigráfica:

U.E. 1: Unidade estrutural constituída pelo actual piso de circulação, em argamassa nivelada de cimento, areão e pedras de pequeno porte. Assentava sobre as U.E.’s 2 e 3, encostava às U.E.’s 4 e 5 e era coberta pela U.E. 7. Cronologia: Época Contemporânea.

U.E. 2: Unidade térrea de reduzida espessura, de cor castanha escura, granulometria

fina,

compacticidade

muito

fraca

e

textura

areno-limosa.

Apresentava escassos elementos pétreos, todos de reduzida dimensão, escassas inclusões orgânicas e escassos materiais culturais, entre eles fragmentos de telhas ‘lusas’, de vidrados de chumbo e de vidros, e ainda prego em ferro oxidado. Assentava sobre a U.E. 3 e era coberta pela U.E. 1. Cronologia: Época Contemporânea (?).

U.E. 3: Unidade estrutural constituída por uma calçada elaborada com recurso a seixos rolados de pequena a grande dimensão, assim como a pedras calcárias não facetadas e de médio porte, sem qualquer tipo de material ligante. Os dois tipos de rocha formavam, aparentemente, um padrão geométrico que ultrapassava os limites da Sondagem. Apresentava ligeira inclinação para Este. As pedras encontravam-se assentes sobre camada de terra que também preenchias os seus interstícios. Tratava-se de uma camada de terra de cor negra, de granulometria 26 Relatório Final

fina, fraca compacticidade e textura areno-limosa, de onde foram exumados alguns fragmentos de telhas ‘lusas’, de vidrados de chumbo, de vidros e de faianças. Assentava sobre as U.E.’s 5 e 6, era coberta pelas U.E.’s 1 e 2 e encostava à U.E. 4. Cronologia: Época Moderna/Época Contemporânea (?).

U.E. 4: Unidade estrutural constituída pelo paramento que limitava a Sul o nartex da igreja que servia o edifício. Tratava-se de um muro em aparelho irregular de alvenaria de pedras não facetadas, unidas por argamassa de cal, rebocado por cimento pintado de branco. Desenvolvia-se no sentido Este/Oeste, limitando a Norte a Sondagem e ultrapassando o seu limite Este. Encontrava-se rematado a Oeste, junto do extremo Noroeste da Sondagem, por um cunhal em silharia de calcário unida por argamassa de cal, de base emoldurada. Já fora da abrangência da Sondagem encontrava-se a ombreira Oeste do vão de arco que servia este paramento, também ela definida por um cunhal em silharia de calcário unida por argamassa de cal, de base emoldurada. Era encostada pelas U.E.’s 1, 2, 3, 5, 6 e 7 e tinha as suas fundações abaixo da cota de afectação. Cronologia: Época Moderna (?).

U.E. 5: Unidade estrutural constituída pelo paramento que limitava a Este a capela que adossava a Sul à igreja que servia o edifício. Tratava-se de um muro em aparelho irregular de alvenaria de pedras não facetadas, unidas por argamassa de cal, rebocado por cimento pintado de branco. Desenvolvia-se no sentido Norte/Sul, limitando a Oeste a Sondagem e ultrapassando o seu limite Sul. Apresentava tramo horizontal em silharia de calcário unida a argamassa de cal e desprovida de reboco ou pintura. Este tramo deveria arrancar desde o nível de circulação conventual até à altura de 1,10 m. Encontrava-se rematado a Norte, junto do extremo Noroeste da Sondagem, por um cunhal em silharia de calcário unida por argamassa de cal, de base emoldurada. Encostava à U.E. 4 e era encostada pelas U.E.’s 1, 3, 6 e 7 e tinha as suas fundações abaixo da cota de afectação. Cronologia: Época Moderna (?).

27 Relatório Final

U.E.

6:

Unidade

térrea

de

cor

castanha

amarela,

granulometria

fina,

compacticidade mediana e textura argilosa. Apresentava alguns elementos pétreos, de reduzida a média dimensão, escassas inclusões orgânicas e alguns materiais culturais, entre eles fragmentos de telhas ‘lusas’, de vidrados de chumbo e faianças. Apresentava também fragmentos de fauna mamalógica, um dos quais aparentando pertencer a crânio humano, todavia em contexto secundário. Encostava às U.E.’s 4 e 5 e era coberta pela U.E. 3. Cronologia: Época Contemporânea (?).

U.E. 7: Unidade estrutural constituída por camada de argamassa de cimento aplicada sobre parte dos paramentos que constituíam as U.E.’s 4 e 5. Terá resultado de alguma acção de reparação/impermeabilização destes paramentos. Encostava às U.E.’s 4 e 5 e assentava sobre a U.E. 1. Cronologia: Época Contemporânea.

4.11 - Sondagem 11

A Sondagem 11 foi implantada no extremo Nordeste do adro que serve a Sul o nartex da igreja. Dadas as configurações dos paramentos abrangidos pela Sondagem, a mesma assumiu um formato trapezoidal, abrangendo 2,89 m2 de área. Pretendia-se com a sua abertura prevenir impactes arqueológicos, eventualmente decorrentes da afectação projectada para esta área. Da escavação da Sondagem 10 resultou a seguinte leitura estratigráfica:

U.E. 1: Unidade estrutural constituída pelo actual piso de circulação, em argamassa nivelada de cimento, areão e pedras de pequeno porte. Assentava sobre as U.E.’s 2 e 3 e encostava às U.E.’s 4 e 5. Cronologia: Época Contemporânea.

U.E. 2: Unidade estrutural constituída por um muro construído em alvenaria de tijolos de cimento (40 cm x 20 cm) unidos por cimento. Tem na sua base, abaixo da cota actual de circulação, cerca de 40 cm de espessura e no seu topo, cerca de

Relatório Final

28

1,40 m acima do actual de circulação, 20 cm de espessura. Encontrava-se rebocado a argamassa de cimento e de areão e tinha a sua fundação abaixo da cota de afectação. Encostava a Oeste ao cunhal que rematava o canto Sudeste do nartex da igreja que servia o edifício, localizado fora da abrangência da Sondagem. Desenvolvia-se no sentido Este, definindo o limite Norte da Sondagem 11. Sobrepunha-se à U.E. 3 e era encostada pelas U.E.’s 1 e 5. Cronologia: Época Contemporânea.

U.E. 3: Unidade estrutural constituída por um muro construído em alvenaria de pedras não facetadas, unidas em aparelho irregular por argamassa de cal. Tinha aproximadamente 70 cm de espessura. Apresentava o topo e todo o seu alçado Este rebocado a cimento. De igual modo, exibia tramo do alçado Oeste, a Norte da U.E. 4, com vestígios de reboco a argamassa de cal, pintado a cal branca. Desenvolvia-se no sentido Nordeste/Sudoeste, desde o extremo Este da U.E. 1, ultrapassando o limite Sul da Sondagem e definindo o limite Este da mesma. Poderá estar relacionada com o antigo limite Este do adro lateral Sul do nartex da igreja que servia o edifício, função que de resto ainda desempenha, assim como com o limite Sul das escadas, já desaparecidas, que serviam o mesmo nartex. Era encostada pelas U.E.’s 1, 4, 5 e 6 e sobreposta pela U.E. 2. Cronologia: Época Moderna (?).

U.E. 4: Unidade estrutural constituída por um muro construído em alvenaria de pedras não facetadas, unidas em aparelho irregular por argamassa de cal. Tinha aproximadamente 70 cm de espessura. Exibia o seu alçado Norte com vestígios de reboco a argamassa de cal, pintado a cal branca. Desenvolvia-se no sentido Este/Oeste, ultrapassando o limite Oeste da Sondagem. Poderá, pela direcção que assume, encontrar-se adossado ao cunhal que rematava o canto Sudeste do nartex da igreja que servia o edifício, e estar também relacionado com o limite Sul das escadas, já desaparecidas, que serviam o mesmo nartex. Era encostada pelas U.E.’s 5 e 6, sobreposta pela U.E. 1 e encostava à U.E. 3. Cronologia: Época Moderna (?). 29 Relatório Final

U.E. 5: Unidade térrea de cor castanha, granulometria mediana, compacticidade muito fraca e textura arenosa. Apresentava muitos elementos pétreos, de reduzida a média dimensão, escassas inclusões orgânicas e escassos materiais culturais, entre eles fragmentos de telhas ‘lusas’, de vidrados de chumbo e também bolsas de cimento em contexto secundário. Sugeria, pela concentração de pedras e de bolsas de cimento, ter resultado de alguma acção de aterro. Encostava às U.E.’s 2, 3 e 4 e era coberta pela U.E. 1. Cronologia: Época Contemporânea.

U.E. 6: Unidade térrea de cor castanha, granulometria mediana, compacticidade fraca e textura arenosa. Apresentava muitos elementos pétreos, de reduzida a média dimensão, escassas inclusões orgânicas e nenhum materiais culturais, entre eles fragmentos de telhas ‘lusas’, de vidrados de chumbo e também bolsa. Apresentava-se no canto Sul da Sondagem, numa área muito reduzida, tendo sido, por esse motivo, escavada apenas parcialmente. Encostava às U.E.’s 3 e 4 e era coberta pela U.E. 1. Cronologia: Época Contemporânea.

5 – TRABALHOS DE ACOMPANHAMENTO ARQUEOLÓGICO

Ao longo da presente empreitada foram realizados alguns trabalhos de afectação ao edificado, que, estando previstos em projecto, foram sujeitos a acompanhamento arqueológico.

5.1 – Piso de circulação do andar superior dos Dormitórios

Na extremidade Norte dos Dormitórios subsistia um piso a separar os pisos 1 e 2, que foi sujeito a desmonte. Tratava-se de um piso em cimento, apoiado sobre soalho em madeira, que por sua vez se apoiava sobre traves em madeira. 30 Relatório Final

As traves maiores desenvolviam-se no sentido Este/Oeste, encontrando-se fixadas em orifícios abertos nas paredes Este e Oeste daqueles compartimentos. Sobre estas traves apoiavam-se traves menores, desenvolvendo-se no sentido Norte/Sul, por seu turno fixadas em orifícios abertos na parede Norte daqueles compartimentos. Sobre estas últimas apoiava-se o soalho em tábuas de madeira dispostas no sentido Este/Oeste, por sua vez coberto por fina camada de cimento. Todo o conjunto encontrava apoio nas paredes referidas mas também num pilar central. Tratava-se de um pilar em betão armado, de secção quadrangular, que se desenvolvia desde o nível de circulação do piso 1 dos Dormitórios até ao piso sujeito a desmonte. Este pilar foi igualmente sujeito a desmonte. É possível que a estrutura em madeira (traves e soalho) seja de origem conventual, embora não tenham sido, ao longo dos trabalhos de desmonte, observados argumentos suficientes para corroborar esta hipótese.

5.2 – Valas inter-sondagens

As sondagens 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10 e 11 foram implantadas de forma a coincidirem com a localização de caixas de visita de águas pluviais. Uma vez desbloqueada a zona em que se encontravam, os trabalhos prosseguiram, mediante acompanhamento arqueológico, através da abertura de valas que uniam as sondagens entre si, com vista à aplicação de tubagens que ligassem entre si as referidas caixas. Entre a sondagem 4 e a sondagem 5, a vala foi aberta de forma mecânica, visto ter sido necessário atingir cotas abaixo do topo do afloramento rochoso. Durante este procedimento, devidamente acompanhado, foi desmontado um tanque que se encontrava edificado nesta área, a Norte da capela-mor da Igreja de São Francisco da Ponte. O tanque encontrava-se directamente assente sobre o afloramento rochoso, bem como sobre terras de entulho, de onde foram exumados escassos fragmentos de cerâmica doméstica comum, para além de uma elevada quantidade de fragmentos de telha ‘lusa’. Verificámos ainda que o mesmo se encontrava construído com recurso a tijolos maciços, argamassa de cal e argamassa de cimento, sendo as suas paredes internas impermeabilizadas com cimento. A este tanque atribuímos uma cronologia industrial, não só pelos materiais que o constituíam, como também pelo facto de esta estrutura integrar um conjunto de tanques, desmontados em intervenções anteriores, que se localizavam no designado ‘logradouro’ e que serviam, de acordo com as informações orais que recolhemos junto de antigos funcionários, a tinturaria que laborou neste edifício. Relatório Final

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Entre a sondagem 5 e a sondagem 6, assim como entre a sondagem 6 e a sondagem 7, as valas foram abertas mecanicamente, com uma largura aproximada de 30 cm e uma profundidade não superior a 40 cm, atingido superficialmente a U.E. 3 da sondagem 5 (ou U.E. 4 da sondagem 6). Verificámos a presença de elevada quantidade de fragmentos de telha ‘lusa’, assim como alguns elementos culturais claramente contemporâneos, como lixos plásticos ou peças de roupa. De igual modo, constatámos que a calçada que constituía a U.E. 2 da sondagem 6 se desenvolvia desde o alçado norte do muro que se desenvolvia entre a extremidade sudoeste da capela-mor e o afloramento rochoso (ver limite norte da sondagem 7), ao qual encostava, até à abertura norte do túnel sobre o qual se desenvolvia esta capela. Entre a sondagem 7 e a sondagem 8, bem como entre a sondagem 8 e a sondagem 9, as valas foram abertas de forma manual, em virtude de as mesmas se desenvolverem em terreno privado de difícil acesso. Tal como seria expectável, pela estratigrafia constatada na escavação destas sondagens, as valas afectaram apenas níveis de aterro recentes, de onde foi exumada uma quantidade significativa de fragmentos cerâmicos, na sua maioria apresentando uma cronologia de Época Contemporânea recente. Uma vez que da escavação da sondagem 11 resultou a detecção de uma estrutura mural que aparentava alguma antiguidade (U.E.4), a caixa de visita de águas que se planeava implantar neste local foi desviada para cerca de 2 metros a Sul do local originalmente escolhido. Da escavação da referida caixa resultou a detecção de uma estratigrafia equivalente à detectada na sondagem 11, constituída por uma primeira camada de cimento (U.E. 1 da sondagem 11), depositada sobre uma camada de terra com pedras de pequeno porte (U.E. 6 da sondagem 11). O mesmo se verificou durante a abertura da vala que uniu a sondagem 10 à sondagem 11. Nesta vala foram igualmente identificadas algumas pedras de feições arredondadas, de características semelhantes às que constituíam a calçada detectada na sondagem 10 (U.E. 3). Das duas valas foram recolhidos escassos fragmentos de cerâmica doméstica comum, assim como foram exumados alguns fragmentos de telha ‘lusa’ e de tijolos alveolares. Concluímos portanto, que no sector Norte do átrio que antecede o Nartex, apenas o canto Noroeste preservou a sua estratigrafia original. O solo da restante área deverá 32 Relatório Final

ter sido afectado em época recente, no decurso de acções que terão inclusivamente destruído a calçada que servia este átrio.

5.3 – Carrego de abóbadas do trânsito Claustro – ‘Hospedaria’

Unindo o Claustro à ‘Massaria’ e ao pátio interior, e servindo igualmente o trânsito que separa a ‘Cozinha’ da ‘Rouparia’, desenvolvia-se um trânsito ao nível do piso 1, sobre o qual se desenvolvia, ao nível do piso 2, novo trânsito unido o piso superior do Claustro à ‘Hospedaria’. Ambos os trânsitos se desenvolviam no sentido Norte/Sul. O trânsito inferior encontrava-se coberto, na sua extremidade Norte, por duas abóbadas de arestas adjacentes, que davam lugar a uma abóbada de berço abatida, por seu turno cobrindo a restante secção deste compartimento. Mediante o devido acompanhamento arqueológico, aquela cobertura foi alvo de intervenção destinada à sua consolidação. Esta operação consistiu no desmonte do seu carrego, seguido de consolidação do extradorso das abóbadas, através da aplicação de tela reforçada com fios de aço. O mesmo tipo de tela foi também aplicado no intradorso da mesma, tendo para o efeito sido picado o seu reboco em faixas longitudinal e transversais. Através do desmonte do carrego das abóbadas, apurámos que o mesmo era constituído por entulho de pedras de pequeno porte e por bolsas de argamassa de cal. Ocasionalmente, surgiram fragmentos de cerâmica de construção, como telhas ‘lusas’, tijolos ‘de palmo’ e tijolos ‘de rabo-de-andorinha’. Sobre este carrego, dispunha-se então o piso do trânsito superior, constituído por tijolos ‘de palmo’, dispostos em espinha e aplicados sobre camada de argamassa de cal de espessura reduzida. Em raros pontos, este piso encontrava-se reparado com recurso a telhas de tipo ‘Marselha’. Durante esta operação de desmonte, foram exumados do carrego das abóbadas fragmentos de cerâmica doméstica comum, de faiança, de vidro e de escassa fauna mamalógica. O acompanhamento arqueológico desta operação revestia-se de particular interesse científico, dado que existem, desde a última intervenção levada a cabo neste edifício pela presente equipa de arqueologia, indícios que nos levaram a colocar a possibilidade de as abóbadas ora visadas terem sido edificadas de modo a unir dois edifícios pré-existentes (ver Relatório Final da intervenção precedente). 33 Relatório Final

Não obstante, a afectação decorrente desta operação incidiu exclusivamente sobre o carrego daquela cobertura, não tendo sido possível visualizar a forma como a mesma se articula com os paramentos adjacentes. Para este efeito, teria sido necessário desmontar, ainda que parcialmente, as abóbadas em questão, de modo a verificar se as mesmas se encontrariam adossadas ou imbricadas nos paramentos que as sustentam. Por seu turno, os materiais recolhidos durante o processo de desmonte são cronologicamente abrangentes, podendo os mais antigos remontar à Época Moderna, ao passo que os mais recentes poderão ser já de Época Contemporânea.

5.4 – Estruturas da antecâmara da ‘Latrina’.

A Este do compartimento a que, no decurso da última intervenção, atribuímos a funcionalidade de ‘Latrina’, desenvolviam-se duas estruturas que foram sujeitas a desmonte, conforme o previsto em projecto para esta área. Estas estruturas, desenvolvidas ao nível do piso 0, consistiam num paramento e num maciço/sapata. O paramento, construído em alvenaria de pedras não facetadas unidas por argamassa de cal num aparelho irregular, desenvolvia-se no sentido Este/Oeste, unido a parede Oeste dos Dormitórios à parede Este da ‘Latrina’, e dividindo em dois o compartimento que mediava os anteriores. Encontrava-se munido de vão de passagem central, muito degradado, do qual subsistia apenas a ombreira poente, em silharia de calcário e parte do arco que o encimava, em tijolos ‘de palmo’ ao cutelo’, unidos por argamassa de cal. Dispunha igualmente de um pequeno vão abobadado, deslocado para a esquerda do seu alçado Norte, que terá sido obtido através do desmonte do aparelho e que, pela sua reduzida dimensão, deverá ter atendido algum propósito industrial, mais do que servido de vão de janela. O desmonte desta estrutura permitiu constatar que, salvo algumas pedras pontualmente imbricadas, o paramento encostava a ambas as paredes Oeste dos Dormitórios e Este da ‘Latrina’, constituído portanto uma edificação posterior. Durante o processo de desmonte, fui exumado do interior do aparelho um recipiente em faiança, com o formato de uma bota, de cronologia recente, facto que nos leva a atribuir a este paramento uma cronologia de edificação de Época Contemporânea, seguramente com origem na fase de ocupação industrial deste edifício. De resto, esta Relatório Final

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atribuição cronológica já tinha sido proposta durante a intervenção arqueológica anterior (ver Relatório Final da intervenção precedente). No mesmo aparelho integravam, em contexto de reaproveitamento, duas molduras em cantaria de calcário, de características estilísticas compatíveis com a Época Medieval. Por seu turno, o maciço/sapata encontrava-se edificado no canto Sudeste do compartimento que separava os Dormitórios da ‘Latrina’, bloqueando totalmente a Oeste aquele que estimávamos ter sido, à época conventual, o vão de acesso à ‘Latrina’, que era visível apenas do corredor dos Dormitórios. Tratava-se de um maciço de secção transversal quadrangular, construído, na periferia, com silhares unidos por cimento em aparelho regular e, no interior, por pedras não facetadas unidas por cimento num aparelho irregular. Por se encontrar construída com recurso a cimento, atribuímos-lhe uma cronologia de Época Contemporânea recente e, pelo seu formato e robustez, especulamos que tenha servido, à época de ocupação industrial deste edifício, como sapata para apoio a algum aparato industrial, entretanto desaparecido. Do desmonte desta estrutura resultou a exumação de um fragmento de soleira em cantaria de calcário, que se encontrava em contexto de reaproveitamento. Quando finalizados os trabalhos de desmonte do maciço/sapata foi possível constatar alguns tramos de reboco que o mesmo ocultava, possivelmente de origem conventual. De

igual

modo,

o

desaparecimento

desta

estrutura

permitiu-nos

analisar

convenientemente o vão que à época conventual terá servido a ‘Latrina’. A soleira do mesmo ainda se encontrava in situ, tendo possibilitado deduzir a largura do vão e simultaneamente a cota de circulação do piso 0 naquele período (31,86 m). Por seu turno, as suas faces internas, totalmente isentas de cantarias, encontravam-se revestidas a reboco de argamassa de cal caiado de branco. Admitindo que se tratava do seu reboco original, podemos deduzir que este seria um vão de ombreiras rectas e lintel em arco de tijolos ao cutelo, de faces internas de acabamento modesto, com uma largura de 1,20 metros e uma altura máxima de 2,80 metros. O desmonte das estruturas mencionadas possibilitou ainda averiguar que a ‘Latrina’ seria, à época conventual, antecedida por um compartimento. Sabemos agora que tal compartimento não seria originalmente dividido por qualquer tipo de paramento. De igual modo, havíamos apurado no decurso da última empreitada que o único acesso a este compartimento seria através do vão de passagem que comunica com os Dormitórios. Efectivamente, foram detectados indícios de que o vão de porta que, a Norte, estabelece comunicação entre este compartimento e o exterior seja de cronologia industrial (ver Relatório Final da intervenção precedente). Relatório Final

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Não obstante os dados recolhidos, tanto na intervenção anterior como na presente, permanece por esclarecer qual a função original deste compartimento.

5.5 – Escadas do trânsito Claustro – Logradouro

O trânsito que unia o Claustro ao Logradouro albergava uma escadaria cujo desmonte se encontrava contemplado em projecto. Tratava-se de uma escadaria em patamares, constituída por degraus em cantaria de calcário que alternavam com patamares revestidos a seixos de rio unidos por argamassa de cal. Terá a sua origem no período conventual, embora tenha sofrido largos danos na fase de ocupação industrial deste edifício, aquando da edificação de uma conduta que se desenvolvia ao longo de toda a extensão do trânsito. Após o desmonte desta escadaria, foram removidas as terras que a sustentavam, até à cota 33,70 m, com o objectivo de aplicar novas canalizações. Através destas operações foi possível averiguar as características do paramento que suportava os pilares da ala Sul do Claustro (que era simultaneamente o paramento Sul da cisterna industrial - ver Relatório Final da intervenção precedente), as características do paramento que suportava o arco de acesso ao trânsito através do Claustro e ainda as características da já mencionada conduta industrial. O paramento que suportava os pilares da ala Sul do Claustro, observado agora sob o vão do arco central desta ala, era constituído por pedras de grande dimensão, unidas por argamassa de cal. O seu alçado Sul apresentava-se aparelhado até uma profundidade de cerca de 1,30 m, exibindo uma superfície muito irregular a partir deste ponto (sapata). Não foram detectados vestígios de reboco. Tinha a sua fundação abaixo da cota de afectação da obra e apresentava uma espessura de cerca de 1,90 m. Este paramento apresentava-se parcialmente cortado, desde o actual nível de circulação até uma profundidade de cerca de 1,80 m. Esta acção deverá ter ocorrido durante o período industrial, dado que o tramo cortado albergava duas condutas de características contemporâneas. A conduta superior, de secção quadrangular, era constituída por tijolos maciços unidos a cimento. A conduta inferior, de secção circular, era constituída por tubos em ferro. O paramento que suportava o arco de acesso ao trânsito, através do Claustro, era constituído por pedras de média a grande dimensão, unidas por argamassa de cal. Ambos os alçados Norte e Sul deste paramento se apresentavam aparelhados, Relatório Final

36

embora não tenhamos detectado vestígios de reboco. Tinha a sua fundação abaixo da cota de afectação da obra e apresentava uma espessura de cerca de 1,10 m. Não nos foi possível observar a relação que este paramento mantinha com o aparelho do compartimento que lhe era adjacente a Oeste, mas constatámos que encosta ao aparelho do compartimento adjacente a Este, a Sala do Capítulo. De resto, já na intervenção anterior tínhamos constatado que o vão de arco que une o Claustro a este trânsito, se encontrava construído com cantarias encostadas aos aparelhos que lhe eram adjacentes a Este e a Oeste, sendo portanto uma construção posterior ao edifício que albergava a Sala do Capítulo e o edifício que albergava o corpo de escadas, respectivamente. O paramento apresentava-se cortado ao centro, desde o actual nível de circulação e para além da cota de afectação da obra. Esta acção deverá ter ocorrido durante o período industrial, dado que o tramo cortado albergava uma conduta de características contemporâneas. Esta conduta desenvolvia-se no sentido Norte/Sul, ao longo de todo o comprimento do trânsito até ao deambulatório. Neste ponto inflecte para Noroeste, sendo provável, pelas características, orientação e profundidade que assume, que corresponda à conduta detectada na sondagem 7 da intervenção anterior (ver Relatório Final da intervenção precedente). Tratava-se de uma conduta construída com recurso a tijolos maciços unidos a argamassa de cal, de topo abobadado e paredes internas revestidas a fuligem. Apresentava uma largura de cerca de 0,70 m e uma altura máxima de cerca de 1 m.

5.6 – Abóbadas do ‘Pátio Interno’

Durante a intervenção arqueológica que antecedeu a presente, foram detectados indícios da preexistência de dois edifícios face à construção deste cenóbio (ver Relatório Final da intervenção precedente). Um desses edifícios, que convencionámos denominar por ‘edifício preexistente n.º 2’, localizar-se-ia no extremo Oeste da ala Sul do edifício, entre o trânsito Claustro – Logradouro e o trânsito Claustro – ‘Rouparia’. Este edifício terá tido um dos seus alçados principais, senão mesmo o alçado principal, voltado a Sul, no qual se abria, ao nível do piso 2, uma janela de avental, ainda existente. Por seu turno, esta janela abriria sobre pátio ou sobre compartimento telhado, igualmente voltado a Sul mas ao nível do piso 1. 37 Relatório Final

Janela de Pátio ou compartimento

avental

telhado

N

Planta do piso 1 do ‘edifício

Planta do piso 2 do ‘edifício

preexistente n.º 2’.

preexistente n.º 2’.

Durante a construção do piso 2 da ala Sul, no período conventual, o pátio/compartimento telhado viu as suas paredes Este e Oeste alteadas, como testemunha o encosto detectado na parede Este do trânsito Claustro – ‘Hospedaria’, no piso 2 (ver Relatório Final da intervenção precedente). Ainda no período conventual, o espaço interno deste edifício terá sido remodelado de acordo com as novas necessidades, tal como testemunham vários elementos descritos no âmbito da última empreitada (ver Relatório Final da intervenção precedente), tendo o pátio/compartimento telhado passado a albergar novo compartimento, ao nível do piso 1, adossado ao seu paramento Este. Tratava-se de um compartimento de acesso garantido por dois vãos de arco abertos na sua parede Oeste, posteriormente emparedados, e de cobertura em abóbada de berço com orientação Norte/Sul. Já em período industrial, o restante espaço do pátio/compartimento telhado passaria a albergar três novas abóbadas, duas de berço (uma das quais, mais a Norte, já desaparecida) e uma de arestas. As três novas abóbadas, conjuntamente com a abóbada conventual passaram então a sustentar novo piso de circulação, ao nível do piso 2. Ainda durante o período industrial, outras alterações seriam levadas a cabo nos compartimentos que integravam o ‘edifício preexistente n.º 2’, nomeadamente a parede Sul do pátio/compartimento telhado que foi sujeita a alteamento, passando a albergar um vão de janela triplo (ver Relatório Final da intervenção precedente), tendo todo o paramento, vão incluídos, sido alvo de remodelação no âmbito da empreitada anterior. No âmbito da presente empreitada, as duas abóbadas industriais subsistentes e a abóbada conventual, edificadas no pátio/compartimento telhado, foram sujeitas a desmonte. 38 Relatório Final

Durante este processo, foi possível confirmar a cronologia de edificação das abóbadas industrias, que se encontravam construídas com recurso a tijolos maciço ao cutelo, unidos a cimento. Todas as abóbadas encostavam aos paramentos que lhes eram adjacentes, tendo estes, para o efeito, sido parcialmente desmontados, a fim de suportar o arranque das abóbadas. Ao centro do pátio/compartimento telhado, as abóbadas apoiavam-se sobre um paramento que se desenvolvia no sentido Este/Oeste, construído com pedras não facetadas unidas por cimento. Este paramento, também ele de origem industrial, foi parcialmente desmontado no seu topo. O desmonte destas estruturas permitiu observar os rebocos conventuais dos paramentos Sul e Oeste do pátio/compartimento telhado, ocultados pelos carregos das abóbadas. Tratavam-se de rebocos em argamassa de cal caiados de branco e subsistiam apenas ao nível do piso 1. Por seu turno, o desmonte da abóbada conventual permitiu constatar que se encontrava construída com tijolos ‘de palmo’ ao cutelo, unidos por argamassa de cal. Arrancava do paramento Este do pátio/compartimento telhado, apoiando-se num patamar de apoio criado aquando do alteamento deste paramento. Encostava aos paramentos Norte e Sul do pátio/compartimento telhado e apoiava-se a Oeste sobre um paramento desenvolvido no sentido Norte/Sul. Este paramento, construído posteriormente em alvenaria de pedras não facetadas unidas por argamassa de cal, quase obliterava uma janela de iluminação do corpo de escadas, tendo, para que tal não acontecesse, recebido junto a esta um chanfro. O paramento albergaria originalmente dois vãos de arco que dariam acesso ao compartimento então coberto pela abóbada. Os dois vãos foram posteriormente emparedados, não sendo totalmente clara a cronologia desta acção (ver Relatório Final da intervenção precedente). Também este paramento foi parcialmente desmontado no seu topo. O desmonte da abóbada conventual permitiu observar os rebocos conventuais dos paramentos Norte, Sul e Oeste do pátio/compartimento telhado, ocultados pelos carregos das abóbadas. Tratavam-se de rebocos em argamassa de cal caiados de branco e subsistiam apenas ao nível do piso 1. Durante o processo de desmonte do piso industrial criado, ao nível do piso 2 sobre a abóbada conventual, detectámos um piso anterior, construído em lajes calcárias de diversas dimensões, unidas a argamassa de cal e directamente assentes sobre o carrego desta abóbada. 39 Relatório Final

Desenvolvia-se ao longo de toda a área ocupada pela abóbada conventual, apresentando

um

ligeiro

desnível

para

Oeste

(no sentido

do interior

do

pátio/compartimento telhado). Encostava às paredes Este, Norte e Sul do piso 2 do pátio/compartimento telhado e era rematado, em alguns pontos da sua extremidade Oeste por tijolos ‘de palmo’. Associado a este piso detectámos uma gárgula, construída com fragmentos de tubo em grés, partindo do extremo Oeste do piso em ‘meia-cana’ e abrindo sobre o pátio/compartimento telhado sob a forma de ‘trevo’ constituído por quatro ‘meiascanas’. Não foram detectadas evidências de qualquer resguardo ou paramento que limitasse a Oeste este piso.

5.7 – Estruturas do Claustro

Uma vez que se encontrava projectada, para a presente empreitada, afectação ao solo em parte significativa da área do canto Sudeste do Claustro, realizámos duas sondagens prévias (sondagens 2 e 3) neste local, como forma de avaliar o potencial arqueológico do mesmo e proceder às correctas medidas de minimização de impacte arqueológico, face às estruturas eventualmente detectadas. Em ambas as sondagens foram detectadas estruturas, de cronologias conventual e industrial na sondagem 2 e de cronologia industrial na sondagem 3. Como tal, propusemos em Relatório Preliminar, como medidas de minimização de impacte arqueológico, o alargamento das sondagens para a totalidade da área a afectar, escavando integralmente todas as estruturas detectadas, para que pudessem ser registadas antes do seu desmonte. Aprovado o Relatório Preliminar, procedemos ao alargamento das sondagens 2 e 3, tendo detectado grande concentração de estruturas. Na área localizada entre as sondagens 2 e 3 e na área localizada a Norte das mesmas foram detectadas duas grandes condutas, que se desenvolviam paralelamente no sentido Este/Oeste. Eram estruturas construídas com tijolos maciços unidos com argamassa de cal, de fundo plano, paredes rectas e topo abobadado. Apresentavam ambas 1,50 m de largura, 0,70 m de altura máxima e 8,20 m de comprimento. Encontrava-se ambas bastante arruinadas. A conduta que se localizava mais a Norte dispunha ainda de parte significativa da sua abóbada de cobertura. Desenvolvia-se desde a parede que une os pilares segundo e Relatório Final

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terceiro da ala Este do Claustro (contando de Sul), até um paramento que se desenvolvia a cerca de 3 m da ‘cisterna industrial’ (ver Relatório Final da intervenção precedente) e que lhe era perpendicular. No ponto em que encontrava aquele paramento, a conduta abria-se através de um pequeno vão abobadado, por seu turno bloqueado por uma estrutura maciça anexa a Oeste do referido paramento. A cerca de 60 cm Este deste pequeno vão uma estrutura maciça foi edificada no interior da conduta, bloqueando-a totalmente. Tratava-se de uma estrutura com cerca de 1,20 m de espessura, construída com recurso a tijolos maciços unidos a argamassa de cal, e que exibia um acentuado desnível para Oeste. A superfície desnivelada exibia um material não identificado agregado, de cor negra e de odor a combustível. Sobre o tramo de abóbada que subsistia a cobrir esta conduta, desenvolvia-se um piso em tijolos maciços unidos por argamassa de cal. A conduta localizada mais a Sul tinha a sua abóbada de cobertura praticamente desaparecida. Desenvolvia-se, como a sua congénere, desde a parede que une os pilares segundo e terceiro da ala Este do Claustro (contando de Sul), até ao mesmo paramento que se desenvolvia a cerca de 3 m da ‘cisterna industrial’, que lhe era igualmente perpendicular. Cerca de 2,10 m Oeste do pilar segundo da ala Este do Claustro (contando de Sul), esta conduta encontrava-se interrompida por um paramento em pedras não facetadas, unidas em aparelho irregular por argamassa de cal. Este paramento tinha cerca de 40 cm de espessura e encostava, tanto a Norte como a Sul, aos alçados internos dos paramentos laterais da conduta. Entre este paramento e o referido pilar, desenvolvia-se novo paramento, desta feita em tijolos maciços unidos por argamassa de cal, que se desenvolvia no sentido Este/Oeste, encostando a Oeste ao paramento anterior e a Este ao paramento que limitava a Este a conduta e que era anexo àquele pilar. Tratava-se de um paramento com cerca de 30 cm de espessura e compartimentava aquela secção da conduta em dois espaços, o primeiro mais a Norte, com cerca de 40 cm de largura e 2 m de comprimento, e o segundo mais a Sul, com 85 cm de largura e 2 m de comprimento. Este último compartimento havia já sido parcialmente detectado no sector Noroeste da sondagem 2. Aproximadamente a 6,60 m Oeste do pilar segundo da ala Este do Claustro (contando de Sul), a conduta encontrava-se novamente interrompida, desta feita por uma caixa já detectada na sondagem 3 e a que atribuímos a U.E. 6 (ver descrição das sondagens 41

em sede de capítulo próprio). Relatório Final

As duas condutas eram separadas entre si por uma estrutura maciça, com cerca de 1,30 m de espessura, construída com pedras não facetadas unidas em aparelho irregular por argamassa de cal. Esta estrutura havia já sido detectada na sondagem 3, onde lhe foi atribuída a U.E. 2 (ver descrição das sondagens em sede de capítulo próprio). As duas condutas eram ainda limitadas, a Norte e a Sul, por paramentos de pedras não facetadas unidas em aparelho irregular por argamassa de cal, de espessuras a variar entre os 50 e os 80 cm. Estes paramentos integravam, respectivamente, as paredes Norte da conduta mais a Norte e Sul da conduta mais a sul, já em aparelho de tijolos maciços. Parte de um destes dois paramentos, o que limitava a Sul a conduta mais a Sul, havia já sido detectado na sondagem 2, onde lhe foi atribuída a U.E. 8 (ver descrição das sondagens em sede de capítulo próprio). Pelas suas características e materiais construtivos, consideramos que estas duas condutas tenham a sua origem no período de ocupação industrial deste edifício. Já pela sua proximidade da área onde, no âmbito da empreitada precedente, foi exumada uma caldeira de nafta, consideramos que estivessem relacionadas com este aparelho. Não obstante, os dados recolhidos revelaram-se insuficientes para apurar as suas funções ou o motivo que conduziu às alterações a que foram sujeitas, em particular a conduta que se localizava mais a Sul. Após realizados os devidos registos, estas estruturas foram sujeitas a desmonte, mediante o devido acompanhamento arqueológico. Durante o processo de desmonte alguns materiais foram recolhidos das terras imediatamente abaixo da base destas condutas. Entre os materiais exumados contavam-se escassos fragmentos de faianças, de cronologia a remeter para o século XVIII, e fragmentos de cerâmica doméstica comum, de cronologia muito abrangente, e ainda fragmentos de fauna mamalógica. Também na área localizada entre o limite Este da sondagem 2 e o alçado poente do paramento que limita a Oeste os Dormitórios se previa afectação ao solo, pelo que procedemos ao alargamento da sondagem 2 nessa direcção, de modo a implementar as correctas medidas de minimização de impacte arqueológico. Duas estruturas foram então detectadas. A primeira diz respeito a um silhar, com cerca de 30 cm de largura e 60 cm de comprimento, disposto de forma anexa ao extremo Este da U.E. 13 da sondagem 2 e à sua cota (32,61 m). Encontrava-se orientado no sentido Este/Oeste, paralelamente ao pilar 1 da U.E. 3 da sondagem 2, do qual distava cerca de 40 cm. O espaço entre este silhar e o referido pilar encontrava-se bloqueado pelo que subsistia de um Relatório Final

42

paramento, em alvenaria de pedras não facetadas unidas por argamassa de cal num aparelho irregular, que media aproximadamente 40 cm de espessura. Tanto este paramento, como o silhar se encontravam assentes directamente sobre o afloramento rochoso, que constituía a U.E. 14 da sondagem 2. O referido silhar encontrava-se alinhado com o corte observado no afloramento rochoso (U.E. 14 da sondagem 2), assim como com a moldura de características medievais detectada na sondagem 2 e a que atribuímos a U.E. 6.1 (ver descrição das sondagens em sede de capítulo próprio). A segunda estrutura corresponde a uma conduta desenvolvida de forma anexa ao alçado poente do paramento que limitava a Oeste os Dormitórios. Tratava-se de uma conduta de paredes laterais rectas, construídas com pedras de pequeno porte e fragmentos de cerâmica de construção, unidos em aparelho irregular por argamassa de cal. A sua base era plana, com ligeira inclinada para Norte, construída com recurso a tijolos ‘de palmo’, unidos com argamassa de cal e dispostos transversalmente, ligeiramente enviesados. Encontrava-se coberta com pedras de médio porte toscamente aparelhadas, dispostas transversalmente e seladas por fina camada de argamassa de cal, com algumas pedras de pequeno porte e fragmentos de cerâmica de construção. A sua cobertura encontrava-se bastante arruinada. Encontrava-se directamente assente sobre o afloramento rochoso e coberta por terra que correspondia à U.E. 4 da sondagem 2, de cronologia contemporânea (ver descrição das sondagens em sede de capítulo próprio). Durante o processo de limpeza dessas terras que cobriam a conduta, e que, no tramo em que a sua cobertura se encontrava arruinada, preenchiam o seu interior, foram recolhidos alguns materiais culturais de cronologia contemporânea recente, como fragmentos de azulejos, para além de fragmentos de faianças de cronologia contemporânea, fragmentos de cerâmica doméstica comum, de cronologia muito abrangente, e fragmentos de fauna mamalógica. Esta conduta encontrava-se anexa ao alçado poente do paramento que limitava a Oeste os Dormitórios, desenvolvendo-se no sentido Sul/Norte, com ligeiro pendente para Norte. Prolongava-se para lá da área afecta à presente empreitada, pelo que não nos foi possível averiguar o seu total comportamento. Não obstante, foi possível constatar que se estendia para além da parede que limita a Norte o trânsito Dormitórios – Sala do Capítulo (U.E. 1 da sondagem 2 - ver descrição das sondagens em sede de capítulo próprio), desenvolvendo-se sob a mesma. Pelas suas características construtivas deduzimos que esta conduta remonte ao período conventual e que tenha funcionado como conduta de escoamento. 43 Relatório Final

Após realizados os devidos registos, estas estruturas foram sujeitas a desmonte, mediante o devido acompanhamento arqueológico. O desmonte das estruturas agora visadas fez-se, contudo, nas áreas estritamente necessárias à implantação do projecto, tendo as subsistentes sido alvo de adequada protecção com manta geotextil. Durante o processo de desmonte da primeira estrutura não foi detectado qualquer elemento que viesse acrescentar novos dados aos já conhecidos. Durante o processo de desmonte da conduta, que se verificou em apenas um metro do seu comprimento, foi recolhido um fragmento de cerâmica vidrada a chumbo, de cor verde, que se encontrava incorporado na parede Oeste da estrutura. Este elemento, de cronologia de fabrico bastante ampla, não veio, por este mesmo motivo, acrescentar qualquer informação adicional ao que já conhecíamos da conduta.

5.7.1 – Estruturas detectadas na sondagem 2

Uma vez que as estruturas detectadas durante a escavação da sondagem 2 suscitavam algumas dúvidas, quer ao nível das cronologias de edificação, quer ao nível das funcionalidades, o acompanhamento arqueológico do seu desmonte revestiu-se de particular atenção. Todas as U.E.’s estruturais foram desmontadas individualmente, por ordem inversa à da sua construção. Aconselhamos a leitura da descrição da escavação da sondagem 2, em sede de capítulo próprio, para obtenção de mais informações relativas às U.E.’s agora referidas. A primeira unidade estrutural a ser desmontada foi a correspondente à U.E. 10, que correspondia à base da já mencionada conduta industrial. Esta operação permitiu confirmar que encostava à U.E. 8 e que assentava sobre a U.E. 12. Após o desmonte da U.E. 10, procedemos ao desmonte da U.E. 8. Tratava-se de um paramento detectado no sector Noroeste da Sondagem 2 e que correspondia ao limite Sul do conjunto de duas condutas industriais detectadas entre as sondagens 2 e 3 e a Norte das mesmas, referidas anteriormente. O desmonte desta estrutura permitiu averiguar que a sua construção se fez de forma a assentar sobre a U.E. 12 e sobre o tramo da U.E. 6 que se encontraria já desmontado, cortando a U.E. 9 e parte da U.E. 7.

44 Relatório Final

Nenhum material cultural integrava os aparelhos das U.E.’s 10 e 8 e, uma vez que se encontravam assentes sobre outras estruturas e não sobre unidades térreas, nenhum material cultural se encontrava sob as mesmas. Não obstante, mantenhamos a cronologia que lhes foi atribuída aquando da escavação da sondagem 2 (Época Contemporânea), dado que constituíam parte de uma das já referidas condutas industriais, a que se situava mais a Sul. Do desmonte da estrutura que constituía a U.E. 8, contudo, foi exumada uma peça de cantaria em nítido contexto de reaproveitamento. Tratava-se de uma moldura de características estilísticas medievais, formalmente semelhante à moldura que integrava a U.E. 6.1. De seguida procedemos ao desmonte da U.E. 7, um paramento detectado junto do limite Oeste da Sondagem 2. Esta acção permitiu confirmar que se encontrava Encostada à U.E. 6 e que era encostada, e parcialmente cortada, pela U.E. 8. Encontrava-se ainda parcialmente sobreposta ao tramo desmontado da U.E. 6 e assente sobre o afloramento rochoso (U.E. 14). Do seu desmonte resultou a exumação de alguns fragmentos de faiança e de fauna mamalógica. Os fragmentos de faiança apontam para uma cronologia de fabrico bastante ampla (Época Moderna a Época Contemporânea), pelo que não nos fornece dados adicionais aos já conhecidos para esta estrutura. Seguiu-se o desmonte da U.E. 11, constituída por um maciço de pequenas pedras e alguns fragmentos de cerâmica de construção, sem qualquer material ligante, que terá sido criada para preencher o espaço definido pela sapata do pilar 1 da U.E. 3 e pelas U.E.’s 2 e 9. Encontrava-se encostado às U.E.’s 2 e 9, assim como ao pilar 1 da U.E. 3, e assente sobre a U.E. 14. Este maciço era ainda construído por terra de cor castanha, presumivelmente infiltrada ao longo dos tempos, e por considerável quantidade de fragmentos de fauna mamalógica, avícola e malacológica, e também por escassos fragmentos de cerâmica doméstica comum, de faiança e de vidrados de chumbo. Os fragmentos de cerâmica apontam para uma cronologia de fabrico de Época Moderna, motivo pelo qual atribuímos uma cronologia conventual ao maciço em questão. Após o desmonte da U.E. 11, procedemos ao desmonte da U.E. 12, constituída por um conjunto de quatro silhares que aparentemente se encontravam dispostos para formar um degrau. Apurámos então que se encontrava encostada ao pilar 2 da U.E. 3, desenvolvendo-se para Sul por cerca de 1,5 m, mas também para Norte, sempre de forma encostada ao referido pilar, sensivelmente até ao centro do seu alçado poente. 45 Relatório Final

Era composto por quatro silhares que o limitavam a Este, aparentando constituir um degrau, mas desenvolvia-se para Oeste através de pedras não facetadas de menor dimensão e também por fragmentos de tijolos ‘de palmo’ e de telha ‘lusa’, unidos por argamassa de cal muito pobre. Encontrava-se encostada ao pilar 2 da U.E. 3, assim como à U.E. 9, e era coberta pelas U.E.’s 8 e 10. Assentava directamente sobre o afloramento rochoso (U.E. 14). Do seu desmonte não resultou a recolha de quaisquer materiais culturais, pelo que a sua cronologia continua a suscitar algumas reservas. Não obstante, especulamos, pelo considerável desgaste que os seus silhares exibiam ao nas arestas voltadas a Este, que tenha alguma antiguidade, motivo pelo qual a remetemos para o período conventual. Também do desmonte da U.E. 13, a que procedemos seguidamente, não resultou qualquer informação adicional. Suspeitamos, contudo, que a regularização do afloramento rochoso, com vista à constituição de um degrau, esteja na origem da sua construção já que se desenvolvia muito próximo da U.E. 12. De seguida procedemos ao desmonte da U.E. 6.1, constituída por um paramento detectado de forma anexa ao limite Norte da U.E. 6. Integrava no seu aparelho uma moldura em cantaria de calcário, estilisticamente compatível com o período medieval, em claro contexto de reaproveitamento. O seu desmonte permitiu confirmar que encostava à U.E. 6 e que assentava sobre a U.E. 9. Embora suspeitemos que a sua edificação tenha ocorrido ainda em período conventual, nenhum elemento detectado durante o seu desmonte nos permite corroborar a sua cronologia. Seguiu-se o desmonte da U.E. 9, constituída por um piso em tijolos ‘de palmo’ detectado no sector centro/Sudoeste da Sondagem 2. O piso encontrava-se assente sobre sapata, cujo desmonte permitiu averiguar ser construída por pedras não facetadas de pequena dimensão, empilhadas sem material ligante, salvo o topo e a face Este, onde as pedras se encontravam unidas por argamassa de cal e de areão. O seu desmonte permitiu ainda averiguar que encostava às U.E.’s 2 e 6, era coberta pela U.E. 6.1, era encostada pelas U.E.’s 11 e 12 e que foi cortada pela construção da U.E. 8. Encontrava-se assente sobre a U.E. 14. Do seu desmonte também não resultou a recolha de quaisquer materiais culturais, pelo que a sua cronologia continua a suscitar algumas reservas. Relatório Final

46

A última estrutura a ser alvo de análise durante os desmontes que incidiram sobre a sondagem 2 foi a U.E. 6, embora o seu desmonte tenha sido parcial já que a mesma viria a ser desmontada de Norte para Sul, apenas até ao nível do paramento que sustentava os pilares da ala Sul do Claustro. O processo de desmonte não foi conclusivo quanto aos motivos que conduziram ao desmonte do seu topo Norte. De facto, durante a escavação da sondagem 2 averiguámos que a U.E. 6 se desenvolveria inicialmente no sentido Norte, tendo sido desmontada até ao limite da U.E. 6.1, por razões que nos são alheias. No entanto, suspeitamos que esse desmonte possa ter estado de certa forma relacionado com a edificação da U.E. 6.1, dado que esta última parece ter sido construída com o intuito de inflectir a orientação original da primeira. A U.E. 6 corresponde efectivamente a uma das estruturas mais antiga das detectadas na sondagem 2, dado que era encostada por quase todas as outras, incluindo pelo paramento que sustentava os pilares da ala Sul do Claustro.

5.8 – Cobertura do trânsito Dormitórios – Sala do Capítulo

Ao centro da planta da ala dos Dormitórios abre-se, ao nível do piso 0, um trânsito que une a Sul à Sala do Capítulo e, a Norte, ao Claustro. A comunicação deste trânsito com a Sala do Capítulo, faz-se através de um vão de arco adintelado, de volta perfeita e em cantaria de calcário. Este vão parece não ter sofrido qualquer alteração ao longo da fase de ocupação industrial deste edifício. No entanto, ao lado da sua ombreira nascente, alinha-se nova ombreira, embutida no paramento, por sinal ligeiramente distinto da restante parede. Desconhecemos a origem desta ombreira, também ela em cantaria de calcário e de características idênticas às ombreiras do referido vão de arco. Não descartamos a possibilidade de o arco hoje visível ter tido no passado um congénere a nascente, cujas cantarias tenham sido parcialmente amputadas e o vão emparedado (ver Relatório Final da intervenção precedente). Já com o Claustro, o trânsito comunicava através de um vão de porta e de um vão de janela, ambos em cantarias de calcário. Como já referido, o vão de janela exibe incoerências ao nível da união das suas cantarias, pelo que considerámos não ter originalmente sido projectado exactamente como chegou à actualidade. Pela forma como a ele encostou o pilar 1 da U.E. 3 da sondagem 2, especulamos que o seu 47 Relatório Final

formato tenha sido redesenhado e as suas cantarias reorganizadas aquando da edificação deste pilar (ver Relatório Final da intervenção precedente). Este trânsito era limitado a Oeste por um paramento em alvenaria de pedras, onde se abria um vão de porta de cronologia industrial, colocado a uma cota intermédia entre o piso 0 e o piso 1, dado que servia um corpo de escadas que uniria estes dois pisos. Das escadas subsistia apenas o negativo, visível em ambas as paredes Norte e Sul do trânsito, assim como um maciço, que subsistia apenas a Oeste do referido paramento e ao nível do piso 1. O trânsito era ainda coberto por uma laje em cimento armado, colocada de modo a servir simultaneamente de piso de circulação ao piso 1. Uma vez que do projecto agora visado fazia parte o desmonte da laje que cobria o trânsito, assim como do maciço subsistente das escadas e do paramento que o limitava a Oeste, procedemos ao acompanhamento destas acções, como forma de aplicar as devidas medidas de minimização de impacte arqueológico. Do desmonte da laje de cobertura não resultaram dados adicionais. A laje encontravase aplicada sobre sulcos escavados nos paramentos dos Dormitórios e da Sala do Capítulo, apoiando-se simultaneamente sobre o paramento que limitava a Norte o trânsito. Tratava-se efectivamente de uma laje em cimento armado, com uma espessura de cerca de 20 cm. A sua edificação remontará com certeza a uma fase relativamente recente do período de ocupação industrial deste edifício. No âmbito da empreitada anterior, cujo acompanhamento arqueológico ficou a cargo da presente equipa de arqueologia, haviam já sido detectados indícios de este trânsito ter sido coberto, no período de ocupação conventual, por uma abóbada de arestas, da qual subsistiram apenas três lintéis (dois parcialmente amputados) embutidos nos paramentos que limitavam o trânsito a Norte e a Sul (ver Relatório Final da intervenção precedente). A laje de cimento agora desmontada ocupava a espectável posição da abóbada. O desmonte do paramento que limitava a Oeste o trânsito e do maciço que subsistia das escadas ali instaladas, contudo, revelou novas estruturas, desta feita de cronologia conventual. O paramento que limitava a Oeste o trânsito, com cerca de 0,9 m de espessura, adossava junto à ombreira poente do vão de arco de acesso à Sala do Capítulo. Tratava-se de uma parede em alvenaria de pedras não facetadas, com reaproveitamento de fragmentos de cerâmica de construção, unidos em aparelho irregular por cimento. Pela forma como encostava, como veremos, a rebocos mais antigos, mas principalmente por ter cimento como matéria ligante, atribuímos uma Relatório Final

48

cronologia recente a este paramento, que remontará sem dúvida ao período de ocupação industrial deste espaço. A Sul, o paramento industrial encostava ao reboco caiado de branco que revestia o alçado Norte da parede setentrional da Sala do Capítulo. A Norte, encostava ao reboco caiado de branco que revestia o alçado Sul da parede setentrional do trânsito. Nesta última parede, contudo, a deterioração do reboco expôs um cunhal incorporado na mesma, a cerca de 5,60 m Oeste do ponto onde esta encosta ao vão de acesso aos Dormitórios. O cunhal, em silharia de calcário, encontra-se perfeitamente alinhado com o alçado poente do pilar 1 da U.E. 3 da sondagem 2, encontrando-se ambas as estruturas encostadas. Por seu turno, o desmonte do maciço subsistente das escadas industrias, assim como das terras que o sustentavam (estancadas a Este pelo paramento industrial), permitiu expor novo paramento, que corresponde, pela sua posição, orientação, espessura e características construtivas, ao prolongamento da U.E. 6 da sondagem 2. Na verdade, este paramento encontra-se imbricado na parede setentrional da Sala do Capítulo, tal como foi possível observar no seu tramo superior, já desmontado, acção eventualmente decorrida aquando da edificação das escadas industriais. O paramento desenvolvia-se então no sentido Norte até ao alçado Sul da U.E. 2 da sondagem 2. Para além deste ponto, o reboco partilhado entre aquele alçado e o alçado nascente do novo paramento não permitiu observar a relação parietal. Não obstante, a ausência de reboco na face setentrional da U.E. 2 da sondagem 2, permitiu observar que a mesma encosta a um paramento, a U.E. 6, que, por exclusão de partes, poderá apenas corresponder ao paramento agora descrito. Tratava-se de um paramento com cerca de 58 cm de espessura, edificado com pedras não facetadas, unidas em alvenaria irregular por argamassa de cal. O paramento encontrava-se, como já referido, desmontado no seu topo, sendo por este motivo impossível avançar com um valor exacto para a sua altura original. No entanto, os vestígios deixados pelo seu desmonte permitem adivinhar que se prolongaria até ao nível do nível de circulação do piso 1. Ao centro deste paramento abria-se um vão, com aproximadamente 1,90 m de largura e de ombreiras definidas por silhares de calcário pouco volumosos. Os elementos identificados no local não foram suficientes para atribuir uma tipologia a este vão. O alçado nascente deste paramento encontrava-se rebocado a argamassa de cal caiada de branco. Também as ombreiras do referido vão se encontravam, até metade da sua profundidade, rebocadas e caiadas. 49 Relatório Final

Limitados pelas ombreiras do vão deste paramento, detectámos os vestígios de uma estrutura em argamassa de cal, pequenas pedras e fragmentos de tijolos ‘de palmo’. Na argamassa dessa estrutura eram observáveis os negativos deixados pela ablação de algum género de peças. Foram ainda detectados vestígios de um piso de circulação em argamassa de cal directamente assente sobre o afloramento rochoso. Foi detectado junto aos ângulos formados pelo paramento conventual e pelos paramentos que limitavam, a Norte e a Sul, o trânsito. As estruturas agora descritas trazem à luz novos dados relativos ao processo construtivo na área localizada no extremo Sudeste do Claustro do Convento de São Francisco da Ponte, em particular ao nível do piso 0 e 1. Esses dados serão convenientemente explorados no capítulo dedicado às considerações finais.

5.9 – Fecho de Vãos

Na presente empreitada foram ainda emparedados alguns vãos, distribuídos pelos três pisos do edifício. Os emparedamentos foram todos executados com recurso a pedras não facetadas provenientes da encosta do Monte da Esperança, unidas por argamassa de cal hidratada, salvo o vão que estabelecia ligação entre os Dormitórios e a ala Norte do edifício, ao nível do piso 1, que foi emparedado com recurso a betão armado. Em anexo incluímos plantas dos três pisos do edifício, onde consta a localização dos vãos emparedados.

5.10 – Torre Sineira

No decurso da escavação das sondagens 7, 8 e 9, que foram implantadas em propriedade privada a Sul da igreja de São Francisco da Ponte, foi detectada uma edificação que aparentava alguma antiguidade. Tratava-se de uma torre de formato rectangular com cerca de seis metros de altura. No seu alçado principal, com cerca de cinco metros de largura, abriam-se dois vãos de arco de volta perfeita, assim como nos alçados laterais, com cerca de três metros de largura, se abria um vão semelhante. No alçado Sul abria-se ainda um vão de passagem servido de escada, parcialmente esculpida na rocha. Toda a estrutura se

Relatório Final

50

encontrava construída em alvenaria de pedras não facetadas unidas em aparelho irregular por argamassa de cal, salvo a parede posterior que aproveitava o paredão de rocha natural que integra o designado Monte da Esperança. Segundo fontes orais, esta seria uma torre sineira, que albergaria um sino em cada um dos referidos arcos, sendo plausível que se trate da primeira torre sineira a ser erguida pelos franciscanos aquando da sua mudança para este local.

6–

INVENTÁRIOS

No presente capítulo apresentamos o inventário dos elementos recolhidos durante a intervenção arqueológica, dividindo-os entre elementos pétreos, materiais cerâmicos e outros materiais culturais.

6.1.

Inventário de elementos pétreos

Os elementos pétreos recolhidos surgiram todos em contexto de acompanhamento arqueológico, ora da remoção mecânica das terras afectas à obra, ora do desmonte de determinadas estruturas. Assim que foram detectados, os elementos pétreos foram recolhidos, seguindo-se a sua limpeza, descrição e registo. A limpeza foi levada a cabo com recurso a água, sem imersão, e materiais de limpeza não abrasivos. A descrição foi elaborada tendo em conta as suas principais características. O registo foi feito com recurso a uma câmara fotográfica com 6 megapixéis. Os elementos foram então acondicionados e aguardam a aprovação do presente relatório para serem entregues junto do GAHC. Nas próximas páginas figuram, em formato de fichas, cada um dos elementos pétreos recolhidos, assim como as suas principais características e ainda uma fotografia.

51 Relatório Final

N.º INVENTÁRIO:

1

ALTURA:

DIMENSÕES

22 CM COMPRIMENTO: 78 CM LARGURA: 40 CM

PROVENIÊNCIA: PARAMENTO DO COMPARTIMENTO QUE ANTECEDIA A LATRINA.

CRONOLOGIA: ÉPOCA MEDIEVAL (?) CARACTERÍSTICAS: ELEMENTO DE MOLDURA EM CANTARIA DE CALCÁRIO, COM EXTREMIDADE ACTIVA EXIBINDO CONCAVIDADE.

N.º INVENTÁRIO:

2

ALTURA:

DIMENSÕES

22 CM COMPRIMENTO: 77 CM LARGURA: 37 CM

PROVENIÊNCIA: PARAMENTO DO COMPARTIMENTO QUE ANTECEDIA A LATRINA.

CRONOLOGIA: ÉPOCA MEDIEVAL (?)

CARACTERÍSTICAS: ELEMENTO DE MOLDURA EM CANTARIA DE CALCÁRIO, COM EXTREMIDADE ACTIVA EXIBINDO CONCAVIDADE.

52 Relatório Final

N.º INVENTÁRIO:

3

ALTURA:

DIMENSÕES

24 CM COMPRIMENTO: 52 CM (FRAGMENTADO) LARGURA: 54 CM

PROVENIÊNCIA: MACIÇO DO COMPARTIMENTO QUE ANTECEDIA A LATRINA.

CRONOLOGIA: ÉPOCA MODERNA CARACTERÍSTICAS: SOLEIRA

EM CANTARIA DE CALCÁRIO, FRAGMENTADA SENSIVELMENTE AO CENTRO DO SEU COMPRIMENTO. ORIFICIO PARA APLICAÇAO DE FOLHA.

N.º INVENTÁRIO:

EXIBIA

4

ALTURA:

DIMENSÕES

17 CM COMPRIMENTO: 32 CM LARGURA: 17 CM

PROVENIÊNCIA: MACIÇO DAS ESCADAS INDUSTRIAIS DA ALA SUL DO CLAUSTRO

CRONOLOGIA: ÉPOCA MODERNA CARACTERÍSTICAS: ELEMENTO

DECORATIVO EM CANTARIA DE CALCÁRIO, BASTANTE DANIFICADO. AMBAS AS FACES LATERIAS, ASSIM COMO FACE PRINCIPAL ARREDONDADA.

EXIBIA

DECORAÇÃO EM ESPIRAL EM

53 Relatório Final

N.º INVENTÁRIO:

5

ALTURA:

DIMENSÕES

19 CM COMPRIMENTO: 107 CM LARGURA: 46 CM

PROVENIÊNCIA: U.E. 6.1 DA SONDAGEM 2

CRONOLOGIA: ÉPOCA MEDIEVAL (?) CARACTERÍSTICAS: ELEMENTO

DE MOLDURA EM CANTARIA DE CALCÁRIO, BASTANTE DANIFICADO. ARESTA CONVEXA SEGUIDA DE FACETAMENTO CÔNCAVO.

N.º INVENTÁRIO:

EXIBIA

EXTREMIDADE ACTIVA COM

EXIBIA

EXTREMIDADE ACTIVA COM

6

ALTURA:

DIMENSÕES

19 CM COMPRIMENTO: 94 CM (FRAGMENTADO) LARGURA: 42 CM (FRAGMENTADO)

PROVENIÊNCIA: U.E. 8 DA SONDAGEM 2

CRONOLOGIA: ÉPOCA MEDIEVAL (?) CARACTERÍSTICAS: ELEMENTO

DE MOLDURA EM CANTARIA DE CALCÁRIO, BASTANTE DANIFICADO. ARESTA CONVEXA SEGUIDA DE FACETAMENTO CÔNCAVO.

54 Relatório Final

7 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

7.1 – As Sondagens Prévias

Das onze sondagens realizadas, apenas algumas forneceram dados consideráveis relevantes do ponto de vista arqueológico. A sondagem 1 não permitiu reunir dados que corroborassem ou desmentissem a possibilidade, explorada pela presente equipa no decurso da intervenção precedente, da preexistência do designado ‘edifício preexistente n.º 1’, pelo que esta possibilidade permanece sustentada apenas pelos argumentos reunidos aquando daquela campanha. A sondagem 2 veio expor um conjunto de estruturas que reforçaram a possibilidade, também já explorada pela presente equipa no decurso da intervenção precedente, de circulação ao nível do piso 0 entre o trânsito Dormitórios – Sala do Capítulo e o pátio do Claustro. A este assunto regressaremos mais adiante, dado que a interpretação daquelas estruturas só ficou completa durante a fase de acompanhamento arqueológico. Ainda na sondagem 2, mas sobretudo na sondagem 3, seria descobertas estruturas que posteriormente averiguaríamos estarem integradas em condutas de origem industrial. A este assunto regressaremos igualmente mais adiante, dado que aquelas condutas só foram totalmente expostas durante a fase de acompanhamento arqueológico. A escavação das sondagens 4 e 5 não permitiu ir além dos níveis de cronologia contemporânea, não sendo expostos dados ou estruturas relevantes. A

sondagem

6

revelaria

uma

calçada

em

paralelos,

que

posteriormente

averiguaríamos prolongar-se sob todo o arco que sustentava a capela-mor da Igreja de São Francisco da Ponte. Tratava-se contudo de uma calçada de Época Contemporânea. Para além da cota de fundação do cunhal Sudoeste da capela-mor da Igreja de São Francisco da Ponte, nenhum outro dado relevante resultou da escavação da sondagem 7. 55 Relatório Final

A escavação das sondagens 8 e 9 também não permitiu ir além dos níveis de cronologia contemporânea, não sendo expostos dados ou estruturas relevantes. A sondagem 10 revelaria igualmente uma calçada, desta feita em pedras arredondadas e de cronologia de Época Moderna, que deduzimos tenha constituído, durante o período conventual, o piso de circulação do átrio que servia a Sul o nartex da Igreja de São Francisco da Ponte. Da escavação da sondagem 11 resultou apenas a detecção de uma estrutura mural que interpretámos como o antigo limite Sul das escadas que serviam o nartex. A preservação desta estrutura motivou, de resto, a deslocação de uma caixa de visita para ali projectada.

7.2 – O Acompanhamento Arqueológico

Piso de circulação do andar superior dos Dormitórios

O desmonte do Piso de circulação do andar superior dos Dormitórios permitiu averiguar que o piso de circulação deste espaço seria constituído por soalho de tábuas de madeira dispostas no sentido Este/Oeste, sustentadas sobre traves menores, dispostas no sentido Norte/Sul, por seu turno sustentadas por traves maiores dispostas no sentido Este/Oeste.

Valas inter-sondagens

O acompanhamento da abertura das valas que uniram entre si as sondagens abertas em torno da capela-mor e a Sul do nartex da Igreja de São Francisco da Ponte não resultou na detecção de informações adicionais relevantes. Apenas a vala aberta entre as sondagens 4 e 5, por ter suscitado o desmonte de um tanque localizado no extremo Sudoeste do Logradouro, permitiu atribuir-lhe uma cronologia industrial. Entre a sondagem 5 e a sondagem 6, por seu turno, constatámos que a calçada que constituía a U.E. 2 da sondagem 6 se desenvolvia, grosso modo, ao longo de todo o túnel sobre o qual se desenvolvia a capela-mor da Igreja de São Francisco da Ponte. A esta calçada foi atribuída uma cronologia de Época Contemporânea. 56 Relatório Final

Carrego de abóbadas do trânsito Claustro – ‘Hospedaria’

Do desmonte do carrego das abóbadas do trânsito Claustro – ‘Hospedaria’ não resultaram

dados

que

inequivocamente

corroborassem

ou

desmentissem

a

possibilidade, explorada pela presente equipa no decurso da intervenção precedente, da preexistência do designado ‘edifício preexistente n.º 1’, tendo o espólio recolhido durante esta acção sido, para tal efeito, inconclusivo.

Estruturas da antecâmara da ‘Latrina’.

Ambas as estruturas sujeitas a desmonte no compartimento que antecede a ‘Latrina’ (maciço e parede), remontam ao período de ocupação industrial deste edifício, tal como foi possível apurar durante o acompanhamento arqueológico de tal acção. Dado que o maciço ocupava a maioria da área do compartimento a Sul da referida parede, praticamente inviabilizando a circulação nesse espaço, especulamos que a sua edificação seja posterior à daquele paramento. O desmonte de ambas as estruturas permitiu avaliar a configuração inicial desta antecâmara, originalmente concebida como um único compartimento, ao qual se acedia por um vão de porta localizado no seu extremo Sudeste, ligeiramente desalinhado do vão que, por seu turno, daria acesso à ‘Latrina’. Este compartimento seria ainda servido por um vão de janela aberto no paramento que o limitava a Norte (ver Relatório Final da intervenção precedente). Por motivos que não ficaram totalmente esclarecidos, a antecâmara da ‘Latrina’ foi, em período industrial, dividida em dois espaços pela parede sujeita a desmonte, servida por um vão de passagem e por um pequeno vão abobadado, possivelmente destinado a servir algum aparato industrial (ver Relatório Final da intervenção precedente). Posteriormente, no espaço a Sul do referido paramento foi erguido o maciço, eventualmente destinado à sustentação de algum aparelho industrial, bloqueando totalmente o acesso que originalmente servia a antecâmara da ‘Latrina’. Também ao período de ocupação industrial remonta o vão de porta que da antecâmara dá acesso directo ao exterior Norte do edifício (ver Relatório Final da intervenção precedente), provavelmente aberto para restituir o acesso a esse espaço, anulado pela edificação do maciço. 57 Relatório Final

Escadas do trânsito Claustro – Logradouro

O trânsito que unia o Claustro ao Logradouro albergava uma escadaria que terá a sua origem no período conventual, embora tenha sofrido largos danos na fase de ocupação industrial deste edifício. Durante a acção de desmonte dessa escadaria foi possível averiguar que os pilares da ala Sul do Claustro se encontravam assentes sobre um paramento com cerca de 1,90 metros de espessura, aparelhado até 1,30 metros de profundidade, sem vestígios de reboco e de cota de fundação abaixo da cota de afectação da obra neste local (33,70 m). Foi-nos ainda possível constatar que este paramento se encontrava parcialmente cortado para albergar duas condutas industriais, uma delas desenvolvendo-se desde a cisterna industrial até ao exterior do Logradouro. Por seu turno, o vão de arco que estabelece comunicação entre o Claustro e o trânsito encontrava-se assente sobre um paramento, com cerca de 1,30 metros de espessura e fundado abaixo da cota de afectação da obra. Encontrava-se encostado a Este, ao paramento que limitava a Este a Sala do Capítulo, não tendo sido possível constatar se o mesmo ocorreria em relação ao paramento do corpo de escadas de acesso ao piso 2. Este paramento encontrava-se igualmente cortado, acção que terá decorrido no período industrial, uma vez que o espaço nele aberto albergava a conduta que provinha da cisterna industrial, bem como a conduta que se desenvolvia desde a sondagem 7 da intervenção anterior (ver Relatório Final da intervenção precedente).

Abóbadas do ‘Pátio Interno’

Durante as acções de desmonte das abóbadas industriais e da abóbada conventual que se erguiam no designado ‘Pátio Interno’, separando os pisos 1 e 2, foi possível confirmar que durante o período conventual esta área albergaria um pátio sem cobertura, um espaço aberto no alçado Sul do edifício. Esta realidade, perpetuada durante o período industrial ao nível do piso 2 (ver Relatório Final da intervenção precedente), foi confirmada sobretudo pela existência de um lajeado servido de gárgula de escoamento de águas pluviais, detectado sobre a abóbada conventual e selado pelo piso de circulação industrial. 58 Relatório Final

O referido lajeado estaria, deste modo, relacionado com uma antiga varanda a que se acederia pelo trânsito Claustro – ‘Enfermaria’ (piso 2), voltada para um pátio que, à época conventual se encontraria aberto a Sul, pelo menos ao nível do piso 2. A ser verdadeira a localização da ‘Enfermaria’ no compartimento a Este do referido trânsito, possibilidade que de resto explorámos na empreitada anterior (ver Relatório Final da intervenção precedente), uma varanda desta forma orientada para um espaço abrigado e voltado a Sul/Sudoeste, seria com certeza um espaço aprazível para a convalescença de doentes ou para o repouso dos mais velhos. Ao nível do piso 1, o pátio poderia ser igualmente desprovido de cobertura ou coberto por telhado, tendo os vestígios dessas realidades sido completamente anulados pela edificação das abóbadas industriais. Não obstante, sabemos que a determinada altura da vivência conventual deste edifício, o pátio terá sido fechado a Sul (ao nível do piso 1), como testemunhavam os rebocos ocultado pelas abóbadas industriais.

Estruturas do Claustro

O alargamento para Norte das sondagens 2 e 3, levado a cabo durante a fase de acompanhamento arqueológico, permitiu detectar duas grandes condutas de cronologia industrial, que se desenvolviam paralelamente no sentido Este/Oeste. Pela proximidade da área onde, no âmbito da empreitada precedente, foi exumada uma caldeira de nafta, consideramos que as duas condutas tenham estado relacionadas com este aparelho. Não obstante, os dados recolhidos revelaram-se insuficientes para apurar as suas funções. Do alargamento para Este da sondagem 2, resultou a detecção de um silhar alinhado com o corte observado no afloramento rochoso (U.E. 14 da sondagem 2), assim como com a moldura de características medievais (U.E. 6.1 da sondagem 2). Especulamos que este conjunto estrutural, conjuntamente com as pedras empilhadas (U.E. 11 da sondagem 2) junto ao pilar que unia as arcarias Este e Sul do Claustro, tenham servido o escoamento de águas pluviais resultantes da edificação do próprio Claustro. Ainda durante este alargamento foi detectada uma conduta de origem conventual desenvolvida no sentido Sul/Norte, de forma anexa ao alçado poente do paramento que limitava a Oeste os Dormitórios e com ligeiro pendente para Norte. Não nos foi possível, por se desenvolver para fora da área afectada pela presente empreitada, o seu total desenvolvimento, não obstante, foi possível constatar que se estendia para além da parede que limita a Norte o trânsito Dormitórios – Sala do Capítulo.

Relatório Final

59

Pelas suas características construtivas deduzimos que esta conduta tenha funcionado como conduta de escoamento.

Estruturas detectadas na sondagem 2

Após o desmonte das estruturas de cronologia industrial verificadas na sondagem 2, todas de algum modo relacionadas com as condutas industriais detectadas a Norte das sondagens 2 e 3, foi-nos possível fazer uma apropriada leitura das estruturas de cronologia conventual e da respectiva estratigrafia. Averiguámos então, conjuntamente com os dados observados durante as acções acompanhadas no trânsito Dormitórios – Sala do Capítulo, que o paramento que limitava a Norte este trânsito (U.E. 1 da sondagem 2) era rematado a Oeste por um cunhal. A este cunhal foi posteriormente alinhado e encostado o alçado Sul do pilar do extremo Sudeste do Claustro (pilar 1 da U.E. 3 da sondagem 2). Ao mesmo cunhal foi ainda encostado novo paramento que se desenvolvia para Oeste (U.E. 2 da sondagem 2). Mais observámos que o paramento que constituía a U.E. 1 encostava ao paramento Oeste dos Dormitórios. Deste modo, apurámos que a edificação da ala dos Dormitórios terá precedido qualquer outra edificação nesta área do edifício. A ela viria encostar a U.E. 1 e a esta última a U.E. 2. Por seu turno, o pilar 1 da U.E. 3 encostaria à U.E 1. Ao paramento que constituía a U.E. 6, e que através dos dados observados durante as acções acompanhadas no trânsito Dormitórios – Sala do Capítulo concluiríamos ser contemporâneo da edificação da Sala do Capítulo, viria a encostar, a nascente o paramento que constituía a U.E. 2 e, a poente, um paramento que se desenvolvia no sentido Oeste, sustentando os pilares da ala Sul do Claustro. No momento em que foi erigido o Claustro, construíram-se os pilares que sustentavam a sua arcaria, dos quais pelo menos dois (pilares 1 e 2 da U.E. 3 da sondagem 2) garantiam circulação ao nível do piso 0. De facto, as suas sapatas foram erigidas de forma perfeitamente aparelhada, desde a cota de circulação do piso 0 até à cota de circulação do piso 1, a partir da qual arranca o primeiro arco da ala Este do Claustro (contando de Sul), sendo muito improvável que tal acontecesse caso as sapatas fossem projectadas para ficar soterradas. 60 Relatório Final

Pela forma como o pilar 1 da U.E. 3 da sondagem 2 encosta ao vão de janela detectado na U.E. 1, admitimos a possibilidade de que, no momento em que foi edificado o pilar, este vão tenha sofrido alguma alteração (ver Relatório Final da intervenção precedente). Apesar das reservas quanto à sua atribuição cronológica, suspeitamos que após a edificação dos pilares tenha sido construída uma estrutura em degraus (U.E.’s 9, 12, 13 e 14). A ser verdadeira a origem conventual desta estrutura, estes degraus garantiriam o acesso ao centro do Claustro, desde o trânsito Dormitórios – Sala do Capítulo, no piso 0. Por motivos que desconhecemos, embora admitamos que possam estar relacionados com a condução e encanamento das águas pluviais, a circulação naqueles degraus foi posteriormente condicionada pela edificação da U.E. 6.1. O mesmo motivo poderá estar na origem da criação da U.E. 11, que possivelmente amorteceria a queda das águas pluviais, assim como na origem da aplicação do silhar detectado já em fase de acompanhamento junto à U.E. 13. Pelas diferenças de cotas observadas entre o corte do afloramento rochoso junto do pilar 1 da U.E. 3 da sondagem 2 e a conduta detectada em fase de acompanhamento junto ao alçado poente do paramento que limitava a Oeste os Dormitórios, admitimos que as águas pluviais fossem canalizadas desde aquele pilar até esta conduta, embora nenhuma estrutura tenha sido identificada a comunicar entre estas duas.

Cobertura do trânsito Dormitórios – Sala do Capítulo

O desmonte do paramento que limitava a Oeste o trânsito Dormitórios – Sala do Capítulo e do maciço que subsistia das escadas ali instaladas, ambos de cronologia industrial, revelou novas estruturas, desta feita de cronologia conventual. O desmonte destas estruturas permitiu expor novo paramento, que corresponde, pela sua posição, orientação, espessura e características construtivas, ao prolongamento da U.E. 6 da sondagem 2. Tratava-se de um paramento que imbricava na parede Norte da Sala do Capítulo, sendo-lhe portanto contemporâneo. Ao centro deste paramento abria-se um vão, com aproximadamente 1,90 m de largura e de ombreiras definidas por silhares de calcário pouco volumosos. Foram ainda detectados vestígios de um piso de circulação em argamassa de cal, junto do alçado nascente deste paramento. Relatório Final

61

Os elementos identificados no local não foram suficientes para atribuir uma tipologia ao vão detectado no referido paramento. Inicialmente considerámos a possibilidade de, pelas suas dimensões, se tratar originalmente de um vão de passagem, servido de escadas que comunicassem com o piso 1. Contudo, tais escadas estabeleceriam comunicação entre os pisos 0 e 1, dando acesso à Sala do Capítulo directamente pela ala Sul do Claustro. Para que tal acontecesse, seria necessário admitirmos uma interrupção na circulação do deambulatório do Claustro, ao nível da sua ala Sul. Habitualmente, o deambulatório de um Claustro pretende-se contínuo, sem interrupções ou desníveis. A presença de um corpo de escadas incorporado no deambulatório não é uma solução arquitectónica vulgar, pelo que temos dificuldades em aceitar que o vão aberto naquele paramento se tratasse de um vão de passagem. Também o acesso à Sala do Capítulo através do piso 0 dos Dormitórios (normalmente destinado a albergar os frades de menor posição hierárquica) nos pareceu desde cedo arquitectonicamente invulgar. Não obstante, o acesso a um compartimento nobre como seria a Sala do Capítulo foi programado desde o início para se fazer através de um trânsito a que se acede pelos Dormitórios e directamente pelo piso 0 do Claustro. A criação deste trânsito intermédio poderá ter na sua origem uma intenção ritualista, impedindo o acesso directo de áreas mundanas a uma área nobre. Neste contexto, especulamos que o vão aberto na parede poente deste trânsito albergasse algum tipo de altar ou de capela que pudesse ‘purificar’ os que acediam à Sala do Capítulo. De resto esta é uma solução arquitectónica frequente e que encontra paralelo, por exemplo, na antiga enfermaria do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, actualmente ocupada pela Escola Secundária Jaime Cortesão.

62 Relatório Final

BIBLIOGRAFIA

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Monástica

Medieval

e

Moderna,

Coord.

QUINTELA,

OLIVEIRA,

MASCARENHAS e JORGE, Ed. Fundação Oriente, Lisboa, pp. 255-268; CASTRI, A. S. (2009) – Cerâmica europeia de importação no Mosteiro de S. João de Tarouca (séculos XV-XIX). Tese de dissertação de mestrado. F.C.S.H. Universidade Nova de Lisboa. Policopiado. CHING, Francis D. K. (1999) – Dicionário visual de Arquitectura, Martins Fontes, São Paulo; GONÇALVES, A. (1994) – Santa Clara – Freguesia da margem esquerda do Mondego, Coimbra; LOPES, Fernando Félix (1997) – A Ordem Franciscana na História e Cultura Portuguesa, Colectânea de Estudos de História e Literatura, Vol. II, Academia Portuguesa da História, Lisboa; LOPES, Sandra Dias (1998) – Convento de S. Francisco da Ponte. Valor da Arte Coimbrã, GACC – Grupo de Arqueologia e Arte do Centro, Coimbra; 63 Relatório Final

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64 Relatório Final

ANEXO FOTOGRÁFICO

Fotografia 1 - Vista geral do local de implantação da Sondagem 1.

Fotografia 2 - Aspecto geral da Sondagem 1, terminada a sua escavação.

65 Relatório Final

Fotografia 3 - Perfil Sul da Sondagem 1.

Fotografia 4 - Perfil Norte da Sondagem 1.

66 Relatório Final

Fotografia 5 - Perfil Este da Sondagem 1.

S2

S3

Fotografia 6 – Aspecto geral do local de implantação das Sondagens 2 e 3.

67 Relatório Final

Fotografia 7 – Aspecto geral da Sondagem 2, no início da sua escavação.

Fotografia 8 – Aspecto geral da Sondagem 2, terminada a sua escavação (perspectiva Sul).

68 Relatório Final

Fotografia 9 – Aspecto geral da Sondagem 2, terminada a sua escavação (perspectiva Norte).

Fotografia 10 – Perfil Este da Sondagem 2.

69 Relatório Final

Fotografia 11 – Pormenor da U.E. 8 da Sondagem 2.

Fotografia 12 – Pormenor da sapata do pilar 2 da U.E. 3 da Sondagem 2.

70 Relatório Final

Fotografia 13 – Pormenor da área Este da Sondagem 2, onde se desenvolviam os degraus que constituíam as U.E.’s 12, 13 e 14.

Fotografia 14 – Pormenor das U.E.’s 6 e 9 da Sondagem 2.

71 Relatório Final

Fotografia 15 – Pormenor da área Sul da Sondagem 2, onde se desenvolviam as U.E.’s 9 e 11.

Fotografia 16 – Pormenor do alçado Norte da U.E. 6 da Sondagem 2.

72 Relatório Final

Fotografia 17 – Pormenor da área Norte da Sondagem 2, onde se desenvolviam as U.E.’s 8 e 10.

Fotografia 18 – Aspecto geral do local de implantação da Sondagem 3.

73 Relatório Final

Fotografia 19 – Aspecto geral da Sondagem 3, terminada a sua escavação.

Fotografia 20 – Perfil Oeste da Sondagem 3.

74 Relatório Final

Fotografia 21 – Perfil Norte da Sondagem 3.

Fotografia 22 – Perfil Este da Sondagem 3.

75 Relatório Final

Fotografia 23 – Perfil Sul da Sondagem 3.

Fotografia 24 – Pormenor da U.E. 6 da Sondagem 3.

76 Relatório Final

Fotografia 25 – Pormenor do arranque da abóbada da U.E. 8 da Sondagem 3.

Fotografia 26 – Aspecto geral do local de implantação da Sondagem 4 (perspectiva Norte).

77 Relatório Final

Fotografia 27 – Aspecto geral do local de implantação da Sondagem 4 (perspectiva Sul).

Fotografia 28 – Aspecto geral da Sondagem 4, terminada a sua escavação.

78 Relatório Final

Fotografia 29 – Perfil Norte da Sondagem 4.

Fotografia 30 – Perfil Oeste da Sondagem 4.

79 Relatório Final

Fotografia 31 – Perfil Sul da Sondagem 4.

Fotografia 32 – Perfil Este da Sondagem 4.

80 Relatório Final

Fotografia 33 – Aspecto geral do local de implantação da Sondagem 5.

Fotografia 34 – Aspecto geral da Sondagem 5, no início da sua escavação.

81 Relatório Final

Fotografia 35 – Aspecto geral da Sondagem 5, terminada a sua escavação.

Fotografia 36 – Perfil Sul da Sondagem 5.

82 Relatório Final

Fotografia 37 – Perfil Oeste da Sondagem 5.

Fotografia 38 – Perfil Norte da Sondagem 5.

83 Relatório Final

Fotografia 39 – Perfil Este da Sondagem 5.

Fotografia 40 – Vista geral do local de implantação da Sondagem 6.

84 Relatório Final

Fotografia 41 – Vista geral sobre a U.E. 2 da Sondagem 6.

Fotografia 42 – Aspecto geral da Sondagem 6, terminada a sua escavação.

85 Relatório Final

Fotografia 43 – Perfil Este da Sondagem 6.

Fotografia 44 – Perfil Norte da Sondagem 6.

86 Relatório Final

Fotografia 45 – Perfil Este da Sondagem 6.

Fotografia 46 – Perfil Sul da Sondagem 6.

87 Relatório Final

S7 e S8

S9

Fotografia 47 – Local de implantação das Sondagens 7, 8 e 9.

Fotografia 48 – Local de implantação das Sondagens 7 e 8.

88 Relatório Final

Fotografia 49 – Aspecto geral da Sondagem 7, no início da sua escavação.

Fotografia 50 – Aspecto geral da Sondagem 7, terminada a sua escavação.

89 Relatório Final

Fotografia 51 – Perfil Oeste da Sondagem 7.

Fotografia 52 – Perfil Sul da Sondagem 7.

90 Relatório Final

Fotografia 53 – Perfil Este da Sondagem 7.

Fotografia 54 – Perfil Norte da Sondagem 7.

91 Relatório Final

Fotografia 55 – Pormenor da sapata de fundação da U.E. 1 da Sondagem 7.

Fotografia 56 – Aspecto geral da Sondagem 8, no início da sua escavação.

92 Relatório Final

Fotografia 57 – Aspecto geral da Sondagem 8, terminada a sua escavação.

Fotografia 58 – Perfil Norte da Sondagem 8.

93 Relatório Final

Fotografia 59 – Perfil Este da Sondagem 8.

Fotografia 60 – Perfil Este da Sondagem 8.

94 Relatório Final

Fotografia 61 – Perfil Oeste da Sondagem 8.

Fotografia 62 – Aspecto geral do local de implantação da Sondagem 9.

95 Relatório Final

Fotografia 63 – Aspecto geral da Sondagem 9, no início da sua escavação.

Fotografia 64 – Aspecto geral da Sondagem 9, terminada a sua escavação.

96 Relatório Final

Fotografia 65 – Perfil Este da Sondagem 9.

Fotografia 66 – Perfil Norte da Sondagem 9.

97 Relatório Final

Fotografia 67 – Perfil Oeste da Sondagem 9.

Fotografia 68 – Perfil Sul da Sondagem 9.

98 Relatório Final

S10

S11

Fotografia 69 – Local de implantação das Sondagens 10 e 11.

Fotografia 70 – Aspecto geral da Sondagem 10, no início da sua escavação.

99 Relatório Final

Fotografia 71 – Aspecto geral da U.E. 3 da Sondagem 10.

Fotografia 72 – Aspecto geral da Sondagem 10, terminada a sua escavação.

100 Relatório Final

Fotografia 73 – Perfil Este da Sondagem 10.

Fotografia 74 – Perfil Sul da Sondagem 10.

101 Relatório Final

Fotografia 75 – Perfil Oeste da Sondagem 10.

Fotografia 76 – Perfil Norte da Sondagem 10.

102 Relatório Final

Fotografia 77 – Aspecto geral da Sondagem 11, no início da sua escavação.

Fotografia 78 – Aspecto geral da Sondagem 11, terminada a sua escavação.

103 Relatório Final

Fotografia 79 – Perfil Este da Sondagem 11.

Fotografia 80 – Perfil Norte da Sondagem 11.

104 Relatório Final

Fotografia 81 – Perfil Oeste da Sondagem 11.

Fotografia 82 – Perfil Sul da Sondagem 11.

105 Relatório Final

Fotografia 83 – Pormenor do alçado Norte da U.E. 4 da Sondagem 11.

Fotografia 84 – Pormenor do alçado Oeste da U.E. 3 da Sondagem 11. 106 Relatório Final

Fotografia 85 – Aspecto geral dos trabalhos de desmonte do piso de circulação do piso 2 dos Dormitórios (cobertura do piso 1 dos Dormitórios).

Fotografia 86 – Pormenor dos materiais constituintes do piso de circulação do piso 2 dos Dormitórios.

107 Relatório Final

Fotografia 87 – Aspecto geral do extremo Norte da ala dos Dormitórios (piso 1 e 2), após desmonte do piso que servia o piso 2.

Fotografia 88 – Acompanhamento dos trabalhos de abertura da vala que uniu as sondagens 4 e 5, no extremo Noroeste da igreja.

108 Relatório Final

Fotografia 89 – Aspecto geral da vala que uniu as sondagens 5 e 6, no extremo Oeste da igreja.

Fotografia 90 – Acompanhamento dos trabalhos de abertura da vala que uniu as sondagens 7 e 8, no extremo Sudoeste da igreja.

109 Relatório Final

Fotografia 91 – Vista geral do trânsito que unia a ‘Hospedaria’ ao claustro, cujo piso se desenvolvia sobre o carrego de abóbada desmontada (perspectiva Norte).

Fotografia 92 – Pormenor do piso do trânsito que unia a ‘Hospedaria’ ao claustro. 110 Relatório Final

Fotografia 93 – Acompanhamento dos trabalhos de desmonte do carrego das abóbadas que sustentavam o piso do trânsito que unia o Claustro à ‘Hospedaria’.

Fotografia 94 – Aspecto geral de uma secção realizada no carrego das abóbadas que sustentavam o piso do trânsito que unia o Claustro à ‘Hospedaria’. 111 Relatório Final

Fotografia 95 – Aspecto geral do piso do trânsito que unia o Claustro à ‘Hospedaria’, após desmonte do carrego das abóbadas que sustentavam este piso.

112 Relatório Final

Fotografia 96 – Aspecto geral do maciço detectado na antecâmara da ‘Latrina’.

Fotografia 97 – Acompanhamento dos trabalhos de desmonte do maciço detectado na antecâmara da ‘Latrina’.

113 Relatório Final

Fotografia 98 – Aspecto geral da porta que originalmente serviria a ‘Latrina’, após o desmonte do maciço que a bloqueava.

Fotografia 99 – Aspecto geral da soleira da porta que originalmente serviria a ‘Latrina’, após o desmonte do maciço que a bloqueava.

114 Relatório Final

Fotografia 100 – Vista geral sobre o paramento (à esquerda) e maciço (à direita) da antecâmara da ‘Latrina’ (perspectiva Oeste – topo).

Fotografia 101 – Acompanhamento do processo de desmonte do paramento da antecâmara da ‘Latrina’.

115 Relatório Final

Fotografia 102 – Objecto em faiança recuperado durante o processo de desmonte do paramento da antecâmara da ‘Latrina’.

Fotografia 103 – Vista geral do trânsito que unia o Claustro ao Logradouro, no início da presente intervenção.

116 Relatório Final

Fotografia 104 – Pormenor do topo das escadas do trânsito que unia o Claustro ao Logradouro, no início da presente intervenção.

Fotografia 105 – Acompanhamento do processo de desmonte das escadas do trânsito que unia o Claustro ao Logradouro.

117 Relatório Final

Fotografia 106 – Tubagens em ferro, com origem no período de ocupação industrial do edifício, detectadas durante o processo de desmonte das escadas do trânsito que unia o Claustro ao Logradouro.

Fotografia 107 – Aspecto geral da vala aberta no trânsito que unia o Claustro ao Logradouro.

118 Relatório Final

Fotografia 108 – Aspecto geral do paramento que sustentava os pilares da ala Sul do Claustro, detectado durante a abertura da vala no trânsito que unia o Claustro ao Logradouro. Destaque para a conduta em tijolos maciços (seta amarela) e para a tubagem em ferro (seta azul).

Fotografia 109 – Aspecto geral do paramento que sustentava o arco de comunicação entre a ala Sul do Claustro e o Logradouro, detectado durante a abertura da vala no trânsito que unia o Claustro ao Logradouro (setas azuis). 119 Relatório Final

Fotografia 110 – Acompanhamento dos trabalhos de desmonte das abóbadas de origem industrial do ‘Pátio Interno’.

Fotografia 111 – Acompanhamento dos trabalhos de desmonte da abóbada de origem conventual do ‘Pátio Interno’.

120 Relatório Final

Fotografia 112 – Aspecto geral do ‘Pátio Interno’, após desmonte das abóbadas industriais e da abóbada conventual que se encontravam neste local. Perspectiva Noroeste. Destaque para os rebocos conventuais detectados por trás das abóbadas industriais (setas amarelas).

Fotografia 113 – Pormenor dos rebocos conventuais anteriores à criação da abóbada conventual do ‘Pátio Interno’, detectados por trás desta após desmonte da mesma (seta azul). Perspectiva Sul.

121 Relatório Final

Fotografia 114 – Aspecto geral do lajeado sustentado pela abóbada conventual do ‘Pátio Interno’.

Fotografia 115 – Pormenor do lajeado sustentado pela abóbada conventual do ‘Pátio Interno’.

122 Relatório Final

Fotografia 116 – Vista geral sobre uma secção da abóbada conventual do ‘Pátio Interno’. Destaque para o lajeado que cobria esta abóbada (seta azul), para os rebocos detectado por trás da mesma (seta verde) e para a gárgula que escoaria as águas pluviais sobre ela acumuladas (seta amarela).

Fotografia 117 – Pormenor da gárgula que escoaria as águas pluviais acumuladas sobre o lajeado suportado pela abóbada conventual do ‘Pátio Interno’.

123 Relatório Final

Fotografia 118 – Vista geral do ‘Pátio Interno’, após desmonte das abóbadas industriais e da abóbada conventual. Perspectiva Este.

Fotografia 119 – Vista geral do ‘Pátio Interno’, após desmonte das abóbadas industriais e da abóbada conventual. Perspectiva Sudeste.

124 Relatório Final

Fotografia 120 – Vista geral do ‘Pátio Interno’, após desmonte das abóbadas industriais e da abóbada conventual. Perspectiva Oeste.

Fotografia 121 – Vista geral do ‘Pátio Interno’, após desmonte das abóbadas industriais e da abóbada conventual. Perspectiva Noroeste.

125 Relatório Final

Fotografia 122 – Vista geral sobre as condutas industriais detectadas entre as sondagens 2 e 3. Perspectiva Oeste.

Fotografia 123 – Vista geral sobre as condutas industriais detectadas entre as sondagens 2 e 3. Perspectiva Este.

126 Relatório Final

Fotografia 124 – Pormenor da extremidade Este da conduta industrial mais a Norte das condutas detectadas entre as sondagens 2 e 3.

Fotografia 125 – Pormenor da extremidade Oeste da conduta industrial mais a Norte das condutas detectadas entre as sondagens 2 e 3. Destaque para a estrutura maciça que interrompia esta conduta (em primeiro plano), bem como para a sua abertura abobadada (plano de fundo).

127 Relatório Final

Fotografia 126 – Pormenor das estruturas que compartimentavam a extremidade Este da conduta industrial mais a Sul das condutas detectadas entre as sondagens 2 e 3.

Fotografia 127 – Vista geral sobre as estruturas detectadas na sondagem 2. Destaque para o silhar detectado em fase de Acompanhamento Arqueológico, em conexão com aquelas estruturas (seta azul).

128 Relatório Final

Fotografia 128 – Vista geral sobre o local de implantação da conduta de origem conventual, detectada a Este da sondagem 2. Perspectiva Oeste.

Fotografia 129 – Vista geral sobre o local de implantação da conduta de origem conventual, detectada a Este da sondagem 2. Perspectiva Norte. Destaque para os vãos de comunicação entre o Claustro e o trânsito Dormitórios – Sala do Capítulo, ao fundo.

129 Relatório Final

Fotografia 130 – Pormenor da conduta de origem conventual detectada a Este da sondagem 2, no local em que a mesma ultrapassava o paramento que separava o Claustro do trânsito Dormitórios – Sala do Capítulo.

Fotografia 131 – Vista geral das estruturas detectadas na sondagem 2, após desmonte das estruturas de origem industrial.

130 Relatório Final

Fotografia 132 – Pormenor do ‘patamar’ de origem conventual detectado na sondagem 2, após desmonte das estruturas de origem industrial.

Fotografia 133 – Vista geral sobre o trânsito Dormitórios – Sala do Capítulo, após desmonte da placa de betão que cobria este compartimento. Perspectiva Este, piso 0. À esquerda: acesso à Sala do Capítulo, à direita: acesso ao pátio do Claustro (piso 0). Em primeiro plano: vão de arco de acesso aos Dormitórios (piso 0).

131 Relatório Final

Fotografia 134 – Vista geral sobre o trânsito Dormitórios – Sala do Capítulo, após desmonte da placa de betão que cobria este compartimento. Perspectiva Oeste, piso 1. À direita: acesso à Sala do Capítulo, à esquerda: acesso ao pátio do Claustro (piso 0). Ao fundo: vão de arco de acesso aos Dormitórios (piso 0).

Fotografia 135 – Acompanhamento dos trabalhos de desmonte do paramento de origem industrial que limitava a Oeste o trânsito Dormitórios – Sala do Capítulo.

132 Relatório Final

Fotografia 136 – Vista geral do vão detectado a Oeste do paramento de origem industrial que limitava a Oeste o trânsito Dormitórios – Sala do Capítulo, após o desmonte do mesmo.

Sapata de fundação das escadas industriais

Níveis de entulho

Fotografia 137 – Vista geral sobre a estratigrafia ocultada pelo paramento de origem industrial que limitava a Oeste o trânsito Dormitórios – Sala do Capítulo, após o desmonte do mesmo. Os elementos culturais eram insuficientes para atribuição de cronologias, embora fosse evidente tratarem-se de sedimentos de entulhamento destinados a criar artificialmente o nível de circulação do piso 1 da ala Sul do deambulatório do Claustro. 133 Relatório Final

Fotografia 138 – Vista geral sobre a ombreira Norte do vão detectado a Oeste do paramento de origem industrial que limitava a Oeste o trânsito Dormitórios – Sala do Capítulo, após o desmonte do mesmo. Destaque para os vestígios de argamassa que denunciavam a cota de circulação junto a este vão (seta amarela).

Fotografia 139 – Vista geral sobre a ombreira Sul do vão detectado a Oeste do paramento de origem industrial que limitava a Oeste o trânsito Dormitórios – Sala do Capítulo, após o desmonte do mesmo. Destaque para os vestígios de argamassa que denunciavam a cota de circulação junto a este vão (seta amarela).

Relatório Final

134

Primeiro pilar Este da ala Sul do deambulatório ou primeiro pilar Sul da ala Este do mesmo

Cunhal

Fotografia 140 – Vista geral sobre o cunhal que limitava a Oeste o paramento que separava o trânsito Dormitórios – Sala do Capítulo do Claustro, após o fecho do seu pequeno vão de janela.

Fotografia 141 – Vista geral sobre a torre sineira detectada a Sul da igreja de São Francisco da Ponte, nas imediações do local de implantação das sondagens 7, 8 e 9. Perspectiva Sul. 135 Relatório Final

Fotografia 142 – Acompanhamento dos trabalhos de emparedamento de vãos, no caso o vão de arco aberto em período industrial no extremo Nordeste do Claustro.

Fotografia 143 – Acompanhamento dos trabalhos de abertura da vala que uniu as sondagens 10 e 11.

136 Relatório Final

Fotografia 144 – Aspecto geral da caixa aberta a Sul da sondagem 11.

137 Relatório Final

ANEXO GRÁFICO

Base cartográfica CMP à escala 1/25.000, folha 241 – Coimbra Sul, I.G.E., 2ª edição, 1984 Projecção UTM, datum Europeu, Ellipsóide Internacional

Figura 1 – Enquadramento do local da intervenção na rede viária local. 138 Relatório Final

S6 S7 S8

S5 S4

S1

S9

S3 ?

S2

S10

?

N

?

?

?

?

?

S11

Figura 2 – Excerto da planta do piso 0 do edifício, com localização das sondagens realizadas.

139 Relatório Final

Figura 3 – Planta do piso 0 do edifício, com localização dos vãos emparedados a cinzento.

140 Relatório Final

Figura 4 – Planta do piso 1 do edifício, com localização dos vãos emparedados a cinzento.

141 Relatório Final

Figura 5 – Planta do piso 2 do edifício, com localização dos vãos emparedados a cinzento. 142 Relatório Final

Convento de São Francisco da Ponte 2010 CSF 10 Sondagem 1

ESTAMPA I

Registo gráfico da situação final Planta (centro, esq.), perfil Este (centro, drt.), perfil Sul (em baixo) e perfil Norte (em cima)

143 Relatório Final

Convento de São Francisco da Ponte 2010 CSF 10

ESTAMPA

Sondagem 2 Registo gráfico da situação final

II

Planta (topo, drt.), perfil Norte (topo, esq.) e perfil Oeste (em baixo)

144 Relatório Final

Convento de São Francisco da Ponte 2010 CSF 10 Sondagem 2

ESTAMPA III

Registo gráfico da situação final Corte AB Corte CD

145 Relatório Final

Convento de São Francisco da Ponte 2010 CSF 10 Sondagem 3

ESTAMPA IV

Registo gráfico da situação final Planta (topo, esq.), perfil Sul (topo, drt.) e perfil Oeste (em baixo)

146 Relatório Final

Convento de São Francisco da Ponte 2010 CSF 10 Sondagem 4

ESTAMPA V

Registo gráfico da situação final Planta (topo, esq.), perfil Oeste (topo, drt.) e perfil Norte (em baixo)

147 Relatório Final

Convento de São Francisco da Ponte 2010 CSF 10 Sondagem 5

ESTAMPA VI

Registo gráfico da situação final Planta (topo, esq.), corte EF(topo, drt.) e perfil Norte (em baixo)

148 Relatório Final

Convento de São Francisco da Ponte 2010 CSF 10

ESTAMPA

Sondagem 6 Registo gráfico da situação final

VII

Planta (tesq.) e perfil Norte (drt.)

149 Relatório Final

Convento de São Francisco da Ponte 2010 CSF 10 Sondagem 7

ESTAMPA VIII

Registo gráfico da situação final Planta (centro, drt.), perfil Este (topo), perfil Norte (centro, esq.) e corte GH (em baixo)

,

150 Relatório Final

Convento de São Francisco da Ponte 2010 CSF 10 Sondagem 8

ESTAMPA IX

Registo gráfico da situação final Planta (topo, esq.), perfil Sul (topo, drt.) e perfil Oeste (em baixo)

,

151 Relatório Final

Convento de São Francisco da Ponte 2010 CSF 10 Sondagem 9

ESTAMPA X

Registo gráfico da situação final Planta (topo, esq.), perfil Este (topo, drt.) e perfil Sul (em baixo)

,

152 Relatório Final

Convento de São Francisco da Ponte 2010 CSF 10 Sondagem 10

ESTAMPA XI

Registo gráfico da situação final Planta (topo, esq.), perfil Oeste (topo, drt.) e perfil Sul (em baixo)

,

153 Relatório Final

Convento de São Francisco da Ponte 2010 CSF 10 Sondagem 11

ESTAMPA XII

Registo gráfico da situação final Planta (em baixo, esq.), perfil Sul (em baixo, drt.) e corte IJ (no topo)

,

154 Relatório Final

S3

Convento de São Francisco da Ponte 2010 CSF 10

ESTAMPA XIII

Estruturas industriais do Claustro Registo gráfico da situação final

155 Relatório Final

Convento de São Francisco da Ponte 2010 CSF 10 Estruturas conventuais do Claustro e do

ESTAMPA XIV

Trânsito Dormitórios – Sala do Capítulo, após desmonte das estruturas industriais detectadas na área da sondagem 2

156 Relatório Final

Convento de São Francisco da Ponte 2010 CSF 10

ESTAMPA

Legenda relativa às Estampas I a

XV

XIV ,

157 Relatório Final

Convento de São Francisco da Ponte 2010 CSF 10

ESTAMPA

Croquis da eventual primitiva torre

XVI

sineira de São Francisco da Ponte ,

158 Relatório Final

Designação: Convento de São Francisco Distrito: Coimbra Concelho: Coimbra Freguesia: Santa Clara

Lugar: Santa Clara

C.M.P. 1/25.000-folha n.º 241

Altitude (m): 30 m

Coordenadas: - 40º12’45”N – 8º2615’’W Tipo de sítio: - Convento Período cronológico: - Moderno/Contemporâneo Recursos hidrográficos: Rio Mondego Descrição do sítio (15 linhas): Implantado no sopé do Monte da Esperança, na margem esquerda do Rio Mondego, o Convento Franciscano data a sua construção da 1ª metade do século XVII. Proprietários: Câmara Municipal de Coimbra Classificação: Z.E.P. do Convento de Santa Clara-a-Nova Legislação: D.G., 2ª Série, n.º 259 de 4/11/1968 Estado de conservação: Bom

Uso do solo:

Ameaças: Construção Civil

Protecção/Vigilância:

Acessos: Avenida da Guarda Inglesa Espólio: Fragmentos de cerâmica doméstica comum, de cerâmica de construção, de trempes de oleiro, de faiança, de vidrados de chumbo, de vidros, de fauna mamalógica e fauna malacológica, etc. Descrição: A cerâmica doméstica recolhida no decurso dos trabalhos é abundante e diversificada,

apontando

para

períodos

Contemporânea e com Época Moderna (?).

cronológicos

compatíveis

com

a

Época

Local de depósito: GAAC

Trabalho Arqueológico 2010 Arqueólogo responsável: Mónica Ginja e António Ginja Tipo de trabalho: Escavação arqueológica Datas de início: 24 /05/2010

de fim: 14/06/2010

Duração (em dias): 14 dias Projecto de Investigação: Objectivos (10 linhas): Os objectivos desta intervenção resumem-se à promoção da salvaguarda e valorização do património histórico-arqueológico, bem como à minimização de eventuais impactes decorrentes da empreitada de recuperação do Convento de São Francisco da Ponte (2ª fase). Resultados (15 linhas): Das sondagens de diagnóstico executadas em torno da capela-mor e do nartex da igreja de São Francisco da Ponte, resultou uma interpretação estratigráfica clara, não tendo sido detectadas estruturas arqueológicas ou elementos patrimoniais em risco de sofrer impactes arqueológicos decorrentes do projecto visado. Também no interior do edifício conventual, nomeadamente no trânsito que separa a ‘Lavandaria’ da ‘Cozinha’ e na área Sudeste do claustro, foram realizadas sondagens. No primeiro local foi realizada uma sondagem que revelaria o afloramento rochoso praticamente à superfície, não estando portanto sujeita esta área a impactes arqueológicos decorrentes da prevista afectação ao solo. Já no claustro foram realizadas duas sondagens, tendo a primeira revelado estruturas, algumas das quais podendo remontar ao período conventual, e a segunda revelado estruturas de cronologia contemporânea, directamente assentes sobre nível de degradação do afloramento rochoso. Na área do claustro prevê-se afectação ao solo, tendo as estruturas detectadas sido já salvaguardadas pelo registo arqueológico.

** Preencher de acordo com a lista do Theasaurus do ENDOVÉLICO. Essa Lista poderá ser consultada no site do IPA:www.ipa.min-cultura

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