CORES E FRAGRÂNCIAS
UM ESTUDO DAS RELAÇÕES SINESTÉSICAS NO DESIGN DE FRASCOS DE PERFUME
Camila Assis P. Silva, doutoranda em design Profa. Dra. Clice Sanjar Mazzilli, orientadora Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, USP
CORES E FRAGRÂNCIAS
UM ESTUDO DAS RELAÇÕES SINESTÉSICAS NO DESIGN DE FRASCOS DE PERFUME CAMILA ASSIS . CLICE MAZZILLI
Esta apresentação é uma amostra de uma pesquisa de doutorado que trata da relação entre percepção visual e olfativa. Buscamos na pesquisa compreender de que maneira as cores podem traduzir fragrâncias. Isto é, como uma cor pode antecipar e potencializar a percepção de um perfume. Em um limiar entre a necessidade básica e o desejo, o perfume exerce um poder especial sobre homens e mulheres. Tal fato pode ser observado através do franco crescimento do mercado brasileiro de perfumaria. Diante desse cenário, há de se pensar as contribuições do design. Afinal, um dos primeiros contatos com um perfume é através dos seus frascos. Partimos da hipótese de que é possível estabelecer sinestesias em um projeto de frascos para perfumes, no sentido tornar a comunicação mais integrada e eficiente. Para discutir tais possibilidades, traremos nessa apresentação alguns conceitos e resultados de pesquisas já realizados com alunos de design e público em geral.
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UM ESTUDO DAS RELAÇÕES SINESTÉSICAS NO DESIGN DE FRASCOS DE PERFUME CAMILA ASSIS . CLICE MAZZILLI
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UM ESTUDO DAS RELAÇÕES SINESTÉSICAS NO DESIGN DE FRASCOS DE PERFUME CAMILA ASSIS . CLICE MAZZILLI
“... as pessoas poderiam fechar os olhos à grandeza, a horrores, à beleza, e poderiam tapar seus ouvidos às melodias ou às palavras ilusórias. Mas elas não poderiam escapar à fragrância. A fragrância é companheira da respiração. Com a respiração ela penetra nos homens, que dela não podem se defender caso queiram viver. A fragrância penetra em sua essência, indo diretamente para o coração, distinguindo lá categoricamente entre afeto e desprezo, nojo e luxúria, amor e ódio. Quem dominasse as fragrâncias dominaria o coração dos homens.” Patrick Süskind, Perfume: The Story of a Murderer Tradução livre do autor do fragmento: “For people could close their eyes to greatness, to horrors, to beauty, and their ears to melodies or deceiving words. But they could not escape scent. For scent was a brother of breath. Together with breath it entered human beings, who could not defend themselves against it, not if they wanted to live. And scent entered into their very core, went directly to their hearts, and decided for good and all between affection and contempt, disgust and lust, love and hate. He who ruled scent ruled the hearts of men.” (SÜSKIND , 2001, p.155)
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Os cheiros não são apenas fundamentais no nosso cotidiano, como estão integrados com os demais sentidos. Por mais que as instuições e seus guias ainda nos ensinem a dinâmica dos sentidos separadamente, nossa interação com o mundo não se dá de forma isolada através de cada um dos sentidos.
É na inter-relação de todos os sentidos que compreendemos a realidade, "o próprio pensamento é intersemiótico e essa qualidade se concretiza nas linguagens e sua hibridização" (PLAZA, 1987, p.30). É com base nessa premissa que propomos a integração do conhecimento dos cheiros com a prática do design.
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SOBRE CORES E FRAGRÂNCIAS
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Tabela utilizada para apresentação dos dados em artigo apresentado no ICDHS 2014.
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Mercado Brasileiro de Perfumaria • Impostos sobre produto: perfume x colônia TABELA DE INCIDÊNCIA DO IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (TIPI) 3303.00.10 3303.00.20
Perfumes (extratos) ....... 42% (alíquota) Águas-de-colônia ............ 12% (alíquota)
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Design de embalagem com baixo custo
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Cores, tipografia, imagens e ilustrações têm sido os principais elementos de design utilizados para criar diferenciação entre perfumes.
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Perfumes da família Floral
Evidências Uso de cores similares para cada uma das famílias olfativas
Perfumes da família Oriental
Perfumes da família Amadeirado
Perfumes da família Cítrica
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Referências bibliográficas DEMATTÈ, M. L.; SANABRIA, D.; SPENCE, C. Cross-Modal Associations between Odors and Colors. In: Chemical Senses, 31: 531–538, 2006. DOMINO, G. Synesthesia. In: RUNCO, Mark A.; PRITZKER, Steven R. In: Encyclopedia of creativity. California, USA: Academy Press, 2, 597- 604, 2009. GILBERT, A. N.; MARTIN, R.; KEMP, S. E. Cross-Modal Correspondence between Vision and Olfaction: The Color of Smells. In: American Journal of Psychology109 (3): 335–51, 1996. HANSON-VAUX, G.; CRISINEL, A. S.; SPENCE, Charles. Smelling Shapes: Cross-Modal Correspondences between Odors and Shapes. In: Chemical Senses 38(2):161–6, 2013. JAKOBSON, R. Lingüística e comunicação. São Paulo: Cultrix, 1969. JOUTSELA, M. Multisensory Persuasion and Storytelling through Packaging Design. 17th IAPRI World Conference on Packaging.IAPRI–International Association of Packaging Research Institutes, 2010.
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Referências bibliográficas KIM, Y. J. The Effect of Color Design on Fragrance Association. In: Proceedings of 6th Design and Emotion Conference 2008.Hong Kong, 2008. LINDSTROM, M. Brandsense: a marca multissensorial. Porto Alegre: Bookman, 2012. MORROT, G.; BROCHET, F.; DUBORDIEU, D. The Color of Odors. In: Brain and Language 79: 309– 20, 2001. NÖTH, W. Panorama da semiótica: de Platão a Peirce. São Paulo: Annablume, 2008. PLAZA, J. Tradução intersemiótica. São Paulo: Perspectiva, 1987. RADER, C. M.; TELLEGEN, A. An investigation of synesthesia. In: Journal of Personality and Social Psychology 52(5): 981-987, 1987. RAMACHANDRAN, V. S.; HUBBARD, E. M. Synesthesia: A Window into Perception, Thought and Language. In: Journal of Consciousness Studies 8(12): 3–34, 2001.
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Referências bibliográficas SANTAELLA, L. A Percepção: uma teoria semiótica. São Paulo: Experimento,1998. _______. Matrizes da linguagem e pensamento: sonora, visual, verbal: aplicações na hipermídia. São Paulo: Iluminuras, FAPESP, 2005. SILVA, C. A. P. Perfume, história e design: o papel das embalagens no mercado brasileiro de perfumaria. 2012. 198f. Dissertação (Mestrado em Design) – Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Escola Superior de Desenho Industrial, Rio de Janeiro. 2012. SPECTOR, F.; MAURER, D. Making Sense of Scents: The Colour and Texture of Odours. In: Seeing and Perceiving 25:655–77, 2012. WOLFE, J. M.; KLUENDER, K. R.; LEVI, D. M.; BARTOSHUK, L. M.; HERZ, R. S.; KLATZKY, R. L.; LEDERMAN, S. J.; MERFELD, D. M. Sensation & P erception. 3rd ed. Sunderland, MA: Sinauer Associates, 2012
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SOBRE OS MÉTODOS DE PESQUISA
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Que tipo de associações as pessoas podem estabelecer entre fragrâncias e cores? Experimentos de análise sensorial. Laboratório de Análise Sensorial FCF USP. 2015
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Free
Floratta in Rose
Malbec Duo
Coffee Man
Família Cítrica
Família Floral
Família Amadeirada
Família Oriental
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40 participantes Teste cego com o perfume Floratta in Rose
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40 participantes Teste cego com o perfume Free
40 participantes Teste cego com o perfume Free
40 participantes Teste cego com o perfume Free
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Que tipo de associações as pessoas podem estabelecer entre fragrâncias e cores? Exercício com alunos da graduação de Design de Moda da disciplina de Fundamentos da Cor. Faculdade Senai Cetiqt 2016-1
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12 participantes Teste cego com o perfume Floratta in Rose
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12 12 participantes Teste cego com o perfume Free
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Obrigada!
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