CORPO E POLÍTICA: O DISCURSO FÍLMICO DE HORROR FRANCÊS CONTEMPORÂNEO (2012)

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O OUTUBRO DE 2005 NO PLANO GERAL
É a partir desse acontecimento que podemos falar da iminência de um Sarkozismo como a retomada de uma memória do período napoleônico que vai nos levar a questão do "quem somos nós" franceses hoje?
O corpo pátria na Marselhesa

Avante, filhos da Pátria,
O dia da Glória chegou.
Contra nós, da tirania
O estandarte ensanguentado se ergueu.
O estandarte ensanguentado se ergueu


Ouvis nos campos
Rugirem esses ferozes soldados?
Vêm eles até aos nossos braços
Degolar nossos filhos, nossas mulheres.


Às armas cidadãos!
Formai vossos batalhões!
Marchemos, marchemos!
Que um sangue impuro
Ague o nosso arado
O que quer essa horda de escravos
de traidores, de reis conjurados?

O corpo externo
O corpo interno
O CORPO NO DISCURSO FÍLMICO
De que se fala quando a questão é o corpo?
Aqui vamos ver o corpo em Foucault de duas formas:
Um corpo coletivo, portanto, social
Um corpo individual

É a partir daí vamos encontrar uma política de controle do corpo para o corpo frente a possibilidade do descontrole.







Introdução ao corpo que se opera pelo olhar da biopolítica
Aventuramos pela temível materialidade fílmica do discurso corpo horror para pensar plano a plano, olho a olho, talvez na rapidez de um simples piscar de onde se vê pelo olho mágico de uma câmera que (im)põe o corpo para o corpo, direcionando o olhar de quem vê, para daí pensarmos com Foucault na questão: "somos vistos ou vemos?" (FOUCAULT, 1981, p. 6). Eis aqui o porquê dessa aventura. O horror do corpo para o corpo está sob o controle de um biopoder. Um corpo em descontrole é aquele que desrespeita essa ordem. A questão do "was ist aufklärung?" (traduzida por Foucault como "Qu'est-ce que les Lumières?") vai nos levar a discussão acerca da maioridade x menoridade, da liberdade e da cidadania como lugar da ordem para o corpo social e individual de que fala Foucault.
LAS MENINAS E A QUESTÃO DA IMAGEM COMO DISCURSO
MICHEL FOUCAULT
O que olha e o que é olhado perpetuam-se incessantemente.
As questões refletidas
A partir de:

Ernest Renan
(O que é uma nação?)

Michel Foucault
(Quem somos nós?)

Jacques Derrida
(O que é ser francês?)


A partir dos filmes:

Qual o papel do Estado na construção da subjetividade dos indivíduos?

Como o corpo se inscreve no espaço nacional?

Qual o posicionamento dado aos sujeitos nesse discurso?

Uma história arqueológica do corpo horror no cinema
É sob o prisma das escavações arqueológicas feitas por Foucault desde As palavras e as coisas (1966) e pelos trabalhos situados no campo das teorias da cinematografia, a exemplo dos realizados por Michel Chion em sua Audio-visão (1990), por Jacques Aumont em Estética do filme (2009) e n'A estética da montagem, trabalho realizado por Vincent Amiel (2010) que podemos ver em Frontière(s) e em À l'interieur, produções lançadas em 2007, um discurso fílmico do corpo (MILANEZ, 2009a; 2009b; 2011) em que aparece a questão de um discurso nacional que nos leva a refletir a princípio a problemática do que é ser francês hoje e isto nos remete a problemática levantada por Foucault (1994) em Qu'est-ce que les Lumières quando coloca a questão "quem somos nós" ao retomar a discussão feita por Kant (1784[2012]) em Beantwortung der Frage: "Was ist Aufklärung?" para refletir de forma provocante acerca daquilo que chamamos de liberdade e, ao mesmo tempo, pensar na questão do sujeito, e aquelas levantadas por Ernest Renan e por Jacques Derrida em suas respectivas conferências.
A materialidade do horror: o sujeito no poder-corpo
O nosso objetivo, tal qual o de Foucault (cf. FOUCAULT, 1995), não é analisar o corpo apenas enquanto discurso, mas os modos como o horror se inscreve, em nossa cultura, hoje, permeada pelo audiovisual, ou seja, o modo como o homem contemporâneo se torna sujeito em meio à inscrição da imagem cinematográfica difundida no mundo social, em sua natureza humana, como é o caso da sociedade francesa, aqui tomada como lugar institucional de produção e difusão de discursos. Assim fez Courtine, usando imagens. Assim fez Foucault, usando as palavras e as coisas. Ora como enunciado, ora como discurso em sua arqueologia.
A GUERRA DE RAÇAS NA POLÍTICA DE SARKOZI (MINISTRO DO INTERIOR)
A Imagem e os discursos...
O que está por trás do que é visto? Como nosso olhar, sob a ordem do discurso, se sujeita ao saber e ao poder para enunciar verdades?
Considerações finais
Em guisa de uma conclusão possível, a análise aqui apresentada percebeu que o discurso fílmico de horror pode se tornar um espaço para a difusão do discurso político em que as imagens-memórias, daquilo que é tido como corpo nacional, aparecem no discurso fílmico de horror e, com isso, tornar-se um espaço próprio para se refletir as questões da biopolítica pensada por Foucault à medida que "o cinema registra a vida de corpos" (BAEQUE, 2008, p. 484) que, por sua vez, está sujeito a uma ordem do corpo, a um discurso corpo e a própria ordem do discurso fílmico. Como tentamos demonstrar aqui, também se optou pela arqueologia desenvolvida pelo filósofo francês que apresenta o discurso como algo constituído de "acontecimentos reais e sucessivos, e que não se pode analisá-lo fora do tempo em que se desenvolveu" (FOUCAULT, 1997, p. 226).
REFERÊNCIAS
AMIEL, V. A estética da montagem. Tradução de Carla Bogalheiro Gamboa. - Lisboa: Texto e Grafia, 2010.
 
AUMONT, J.; et al. A estética do filme. Tradução de Marina Appenzeller; revisão técnica de Nuno Cesar P. de Abreu. 7ª ed. – Campinas-SP: Papirus, 2009.
 
BAECQUE, A. O corpo no cinema. In: COUBIN, ALAIN; COURTINE, J-J. et al. História do corpo: as mutações do olhar: o século XX. Tradução e revisão Ephraim Ferreira Alves. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
 

REFERÊNCIAS
BERCKER, A. Extermínios: o corpo e os campos de concentração. In: COUBIN, ALAIN; COURTINE, J-J. et al. História do corpo: as mutações do olhar: o século XX. Tradução e revisão Ephraim Ferreira Alves. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

CHION, M. L'Audio-vision. - Paris: Nathan, 1990.

DERRIDA, J. Le monolinguisme de l'autre ou la prothése d'origine. Paris: Éditions Galilée, 1996.

Referências

FOUCAULT, M. Las meninas. In: _________. As palavras e as coisas. Tradução de Sauma Tannuns Muchail. – São Paulo,: Martins Fontes, 1981.

________.Le sujet et le pouvoir. In :_______. Dits et écrits. Vol. IV. –Paris: Gallimard, 1994.
 
________. A ordem do discurso. : aula inaugural no Collège de France, pronunciada em 2 de dezembro de 1970. Tradução de Laura Fraga de Almeida Sampaio. - São Paulo, Edições Loyola, 1996.
 
_______. Arqueologia do Saber. Tradução de Luiz Felipe Baeta Neves. - 5ª Ed. – Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1997.
 
_______. Em defesa da sociedade: curso do Collège de France (1975-1976). Tradução de Maria Ermantina Galvão. – São Paulo: Martins Fontes, 1999.
 
_______. Outros espaços: Estética: literatura, música e cinema. – Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2001. [Ditos e Escritos v. III, org. e seleção de texto de Manoel de Barros Mota.]
 


FILMOGRAFIA
A L'INTERIEUR. Direção: Julien Maury. Produção: Priscilla Bertin, Vérane Frédiani, Rodolphe Guglielmi, Frederic Ovcaric, Teddy Percherancier e Franck Ribière. Paris: La Fabrique du Film, 2007; Pathé 2008. DVD.

FRONTIÈRES. Direção: Xavier Gens. Produção: Luc Besson, Hubert Brault, Eric Garoyan, Rodolphe Guglielmi, Bertrand Ledélézir, Noël Muracciole, Frederic Ovcaric, Teddy Percherancier e Laurent Tolleron. Paris: Cartel Productions, BR Films, EuropaCorp e Pacific Films, 2007.

CORPO E POLÍTICA: O DISCURSO FÍLMICO DE HORROR FRANCÊS CONTEMPORÂNEO
Alex Pereira de Araújo
Labedisco/UESB/CAPES
Orientador Prof. Dr. Nilton Milanez

OS SANS-PAPIERS EM FRONTIÈRE(S)


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