Cotidiano escolar e relações de gênero

July 5, 2017 | Autor: L. Monteiro Pace | Categoria: Educação, Gênero E Diversidade Na Escola
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
Programa de Pós-Graduação em Gênero e Diversidade na Escola





Lucia Maria Monteiro Pace






COTIDIANO ESCOLAR E RELAÇÕES DE GÊNERO











Belo Horizonte
2014
Lucia Maria Monteiro Pace









COTIDIANO ESCOLAR E RELAÇÕES DE GÊNERO




Trabalho apresentado à disciplina de Relações de Gênero, Programa de Pós-Graduação em Gênero e Diversidade na Escola, da Faculdade de Filosofia da Universidade Federal de Minas Gerais.








Belo Horizonte
2014
Cotidiano escolar e relações de gênero

A situação escolhida para a construção do texto foi uma noticiada em outubro de 2014, no estado do Espírito Santo, onde um garoto de 16 anos divulgou por toda a escola uma foto de uma colega de 13 anos nua. Submeteu a menina a uma situação de constrangimento no ambiente escolar. A Secretaria de Educação interveio e os estudantes da unidade escolar serão orientados sobre o bom uso das redes sociais e aplicativos de mensagens instantâneas. O aluno foi transferido da escola e sua identidade e da garota foram preservadas . A coordenadora das varas de Infância e Adolescência do Estado, Janete Pantaleão, afirmou que essa preservação da imagem é importante e que a escola deve esgotar todas as possibilidades de disciplinar o aluno, mas por vezes a transferência de escola é necessária para evitar situações de bullying.
Com a introdução das tecnologias nas relações sociais, situações como a descrita acima estão se tornando cada vez mais comuns e refletem o machismo presente na sociedade em que vivemos. O binarismo de gênero coloca a masculinidade e a feminilidade em posições contrárias. Essa divisão binária do ser é encontrada praticamente em todos os espaços sociais como na escola e na família. Esta última baseada historicamente e culturalmente no patriarcalismo,vem a reforçar a submissão do feminino ao masculino hegemônico. Desde o Brasil colonial o mando do homem branco sobre mulheres, crianças e escravos era mantido pelas relações pratriarcais, o que não mudou muito ao longo dos séculos, apesar dos esforços feministas, muitos deles rechaçados com violência. Na escola, desde a mais tenra idade, as atividades são permeadas por situações onde as marcas de gênero estão presentes, ocorrendo uma diferenciação constante e as relações de poder começam a ser construídas. Beleli (2010) afirma que "não é raro encontrar nos conteúdos didáticos, mesmo de forma subliminar, formas de hierarquizar os sujeitos a partir do sexo, valotizando mais as atividades consideradas masculinas do que as femininas".
É importante levar em consideração que todas as questões relativas ao gênero estão cada vez mais em debate em nossa sociedade. Muito se pode dizer sobre o assunto. É fundamental que os debates a respeito sejam voltados para a construção social, em prol de uma práxis efetiva, não se atendo somente aos discursos. Na escola, as discussões a respeito devem ser constantes para que consigamos evitar essas situações constrangedoras. É uma tarefa difícil, pois por muitos séculos esteve presente o masculino hegemônico. Muita coisa está mudando, haja vista as conquistas femininas ao longo do século XX, mas estamos longe do ideal e os movimentos sociais devem continuar a luta.

Referências Bibliográficas
LYRIO, ELTON. Após transferir aluno, escola fará campanha contra o machismo. Retirado de http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2014/10/noticias/cidades/1499974-apos-transferir-aluno-escola-fara-campanha-contra-o-machismo.html, outubro de 2014. Acessado em 11 de dezembro de 2014.
BELELI, IARA. Genero. Uma definição de gênero. In. Marcas da Diferença no Ensino Escolar. Org. Richad Miskolci. Edufscar, São Carlos, 2010.


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