Critérios de noticiabilidade no jornalismo político

May 22, 2017 | Autor: Arthur Araújo | Categoria: Comunicação e Política, Jornalismo Digital, Jornalismo Político
Share Embed


Descrição do Produto

Universidade Federal da Bahia Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas

ARTHUR SILVA DE ARAÚJO

OS CRITÉRIOS DE NOTICIABILIDADE NO JORNALISMO POLÍTICO

Projeto de pesquisa apresentado à Universidade Federal da Bahia (UFBA) para postulação ao curso de Mestrado na área de Comunicação e Cultura Contemporâneas, tendo como linha de pesquisa a Análise de Produtos e Linguagens da Cultura Mediática.

Salvador Outubro de 2015

RESUMO O trabalho detalhado neste projeto de pesquisa pretende se aprofundar na produção noticiosa veiculada nas editorias de política, observando quais são os critérios utilizados pelos profissionais para selecionar os acontecimentos políticos que merecem destaque como notícia. A pesquisa pretende analisar publicações, comparando a amostra com estudos clássicos sobre os valores-notícia e os critérios de noticiabilidade. Com isso, almeja verificar a aplicabilidade desses textos, bem como identificar casos que ainda não foram cobertos ou devidamente esclarecidos pela produção teórica já realizada. Dessa forma, o trabalho pretende contribuir com os estudos da noticiabilidade nas diversas etapas da produção noticiosa, chegando assim a uma caracterização da pauta política. Para que isto aconteça, serão analisadas matérias publicadas nos cadernos de política das versões online de dois jornais: um regional, o Jornal da Paraíba, e um quality paper, a Folha de São Paulo, além de um veículo de mídia alternativa especializado em política, o Pragmatismo Político. Palavras-chave: Jornalismo; Política; Noticiabilidade.

3

1. INTRODUÇÃO

Noticiar é mediar informação. O jornalista, profissional que se responsabilizou por esta ação, tem como missão diária analisar os fatos cotidianos e transformá-los em um relato acessível ao público e fiel ao acontecimento que o gerou. Esse processo, que parte da observação e vai até a publicação da notícia, no entanto, cumpre etapas complexas, como destaca Wolf (2001). O objetivo declarado de qualquer órgão de informação é fornecer relatos dos acontecimentos significativos e interessantes. Apesar de ser, evidentemente, um propósito claro, este objetivo é, como muitos outros fenômenos aparentemente simples, inextricavelmente complexo. O mundo da vida quotidiana – a fonte das notícias – é constituído por uma superabundância de acontecimentos [...]. São esses acontecimentos que o órgão de informação deve selecionar. (WOLF, 2001, p. 188)

A grande quantidade de acontecimentos disponíveis traz dificuldades para os jornalistas. Primeiro pelo fato de não haver profissionais disponíveis para acompanhar todos os fatos. “Todos os repórteres do mundo trabalhando todas as horas do dia não poderiam testemunhar todos os acontecimentos no mundo. Não existem assim tantos repórteres, e nenhum deles tem o poder de estar em mais de um lugar ao mesmo tempo” (LIPPMANN, 1922). Além disso, a produção noticiosa é incluída em um corpo que a limita – jornais, revistas, radiojornais, telejornais – fazendo com que os jornalistas se confrontem com a grande questão: qual fato deve ser noticiado em detrimento de outro? O que é notícia? Diversos estudos sobre o jornalismo demonstram que os jornalistas têm uma enorme dificuldade em explicar o que é notícia, de explicar quais são os seus critérios de noticiabilidade para além de respostas vagas do tipo “o que é importante” e/ou “o que é interessante” para o público. (TRAQUINA, 2003, p. 60).

Para trazer mais lucidez a este tema, diversos autores buscaram estudar quais critérios eram utilizados pelos jornalistas para cumprir esse ritual diário. A produção noticiosa ou outros aspectos da construção da notícia foram dissecados, gerando listas que pretendiam revelar quais características dos fatos ou do processo noticioso eram definitivos para que um acontecimento se destacasse dos demais e fosse transformado em notícia. Nesta pesquisa, pretendemos contribuir com esta busca, analisando quais critérios de noticiabilidade vêm guiando a seleção de fatos dentro do noticiário político. Para isso, vamos estudar a publicação do caderno de política nas versões online de dois jornais: um

4

regional, o Jornal da Paraíba, e um quality paper, a Folha de São Paulo, além de um veículo de mídia alternativa especializado em política, o Pragmatismo Político.

2. OBJETIVOS

- Geral  Entender quais valores-notícia são utilizados na seleção e hierarquização das matérias veiculadas na editorias de política das versões online dos jornais Folha de São Paulo e Jornal da Paraíba, e do site especializado em política Pragmatismo Político.

- Específicos  Verificar as diferenças entre os valores-notícia que norteiam a pauta política nos três veículos jornalísticos. 

Identificar possíveis enquadramentos recorrentes no noticiário político.



Apontar a hierarquização das informações que seja motivada pelas declarações das fontes.



Conhecer o espaço destinado ao noticiário político nacional em um jornal de circulação regional e identificar quais notícias de âmbito regional chegam a ser contempladas pelo jornal de circulação nacional.

3. JUSTIFICATIVA

O interesse pela pesquisa na área de critérios de noticiabilidade surgiu de uma experiência profissional como repórter setorial do caderno de política na Assembleia Legislativa da Paraíba. Trabalhando sem a existência de uma pauta estipulada, foi natural o questionamento de quais fatores delimitavam a seleção de um fato para o noticiário político. A procura por uma produção teórica que contemplasse esta questão revelou certa escassez de obras sobre o tema entre os pesquisadores brasileiros, com destaque para o trabalho de estudiosos como Gislene Silva e Carlos Eduardo Franciscato. Estes, por sua vez, ainda destacavam outros problemas da produção teórica dessa linha, como o fato de os estudos sobre notícias serem descontextualizados. [...] “O que é notícia?”. A tentativa de definir este objeto tem produzido resultados diferentes, mas com uma predominante impressão de que o esforço redundou parcial

5

e incompleto: seja pela carência de substância e amplitude nas definições apresentadas, seja porque parece faltar uma análise articulada a um quadro mais amplo de compreensão do jornalismo e do seu papel na sociedade, ausência esta que faz o objeto notícia tornar-se um elemento isolado, descontextualizado. Mesmo bons estudos sobre notícia carecem de uma sensação de completude [...] (FRANCISCATO, 2013, p. 86)

Silva (2013) ainda falou sobre as dificuldades de sistematização das teorias sobre critérios de noticiabilidade. As buscas por respostas à pergunta sobre como acontecimentos se transformam em notícias têm contribuído, ao longo das últimas quatro décadas, para a consolidação de fundamentos importantes no campo das teorias da notícia e do jornalismo. No entanto, o uso de conceitos comuns entendidos de maneira diversa tem dificultado a sistematização de ideias basilares no estudo da produção noticiosa. (SILVA, 2013, p. 52).

Este panorama aumentou o nosso interesse pela área e o desejo de participar destas discussões e contribuir com o debate. A escolha do Programa de Pós-graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas da Universidade Federal da Bahia (UFBA) parte, portanto, da convergência no entendimento de que é importante continuar os esforços de pesquisa nesta área, aprofundando e aplicando as teorias que já foram propostas ou buscando novos enquadramentos para a investigação. Isso foi sentido pela leitura da página online do Núcleo de Estudos em Jornalismo (NJor), vinculado à linha de pesquisa de Análise de Produtos e Linguagens da Cultura Mediática, e também pelo contato mantido com a professora Doutora Lia Seixas, que coordena o grupo, tendo como principal objetivo a compreensão dos critérios de noticiabilidade no jornalismo atual. A partir desse diálogo, pudemos conhecer os conceitos, questionamentos e inquietações que fazem parte dos estudos da noticiabilidade, assim como delimitar o melhor recorte para iniciarmos uma incursão pela área. Nossa pesquisa, portanto, se justifica pela intenção de reforçar a busca por uma delineação mais clara das características ou do contexto que dá o valor de notícia a um determinado fato, o que pode contribuir com o campo jornalístico tanto em âmbito prático quanto em âmbito acadêmico.

4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 4.1 O ESTABELECIMENTO DO CAMPO JORNALÍSTICO

6

O campo jornalístico constituiu-se no século XIX, em torno de meios que ofertavam produtos informativos ou opinativos (BOURDIEU, 1930).

O campo jornalístico constitui-se como tal, no século XIX, em torno da oposição entre os jornais que oferecem antes de tudo “notícias”, de preferência “sensacionais” ou, melhor, “sensacionalistas”, e jornais que propunham análises e “comentários”, aplicados em marcar sua distinção com relação aos primeiros afirmando abertamente valores de “objetividade”. (BOURDIEU, 1930, p. 105)

O jornalismo moderno teve, de fato, suas bases construídas no século XIX, mas suas origens podem ser identificadas em produtos veiculados ainda no século XVI (GUERRA, 2003).

Na Itália, haviam noticiaristas que organizavam para príncipes e negociantes serviços regulares de correspondências manuscritas, conhecidas como avvisi. (...) Ainda nesse período surgem as gazettas, folhas volantes impressas, que relatavam acontecimentos importantes como batalhas, festas, cerimônias fúnebres da nobreza e avisos. Com outra temática, o relato de fatos sobrenaturais, crimes, catástrofes e qualquer acontecimento extraordinário, surgem os canards, na França. E também os primeiros libelos que alimentavam polêmicas religiosas e políticas. (GUERRA, 2003, p. 2).

Guerra (2003) entende que, as manifestações jornalísticas verificadas naquele período – avvisi, gazetta, canards e libelos – permitem a identificação de matrizes da produção jornalística que são produzidas até os dias de hoje. “[...] a noticiosa (nas duas primeiras), a do fait divers (os canards) e a da opinião (o libelo)” (p. 2).

Quadro 1: As competências das matrizes de produtos jornalísticos

Competência

COGNITIVA

MATRIZ

FAIT DIVERS

NOTICIOSA Domínio das áreas temáticas voltadas para o cotidiano, como os fatos relativos às ações da nobreza, da economia, das festas, etc. E consequentemente a capacidade de discernimento entre os diversos fatos ocorridos daqueles que tenham relevância relativa tanto às áreas em questão quanto às expectativas dos indivíduos em relação a eles, e que seriam, portanto, objeto das notícias.

MATRIZ OPINATIVA

Domínio das áreas temáticas que abranjam os fatos excepcionais, nas suas diversas manifestações, como crimes, fenômenos sobrenaturais, catástrofes, etc. E, consequentemente, à capacidade de avaliar a relevância dos fatos ocorridos nesse âmbito em relação aos temas

Domínio dos princípios que orientavam os regimes políticos em disputa, e das alternativas que se apresentavam conforme cada um. Conhecimento dos atores e de suas ações. Conhecimento das questões econômicas envolvidas.

7

DISCURSIVA

CONDUTA

similares e em relação à expectativa dos indivíduos por eles interessados. Estilo dramático, voltados à descrição e narração dos fatos, com ênfase nos tipos envolvidos na estória.

Estilo sóbrio, com ênfase na descrição e narração dos fatos. Por estilo sóbrio não significa que não houvesse adjetivações, mas o predomínio do registro factual. Não havia um padrão de conduta definido. Na maioria das vezes, as informações é que chegavam aos ouvidos dos editores, em função de não haver o trabalho sistemático de busca e seleção.

Estilo polêmico e textos argumentativos.

Engajamento político, em defesa de um projeto de sociedade ou de ações com vista em sua realização.

Fonte: Adaptado de GUERRA (2003, p. 3-5).

Para se firmar como produção digna da credibilidade do leitor, o jornalismo passou a buscar meios que o afastassem do campo da opinião pessoal e da parcialidade e colocassem no campo do pragmatismo, fortalecendo a ideia da simples mediação de fatos. Nesse movimento, o campo jornalístico passou a trabalhar com dois conceitos principais: a objetividade e a neutralidade. A busca pela objetividade e neutralidade se dá pelo fato de o campo jornalístico ser extremamente suscetível a intervenções de diversos setores. (BOURDIEU, 1930). “Como o campo literário ou o campo artístico, o campo jornalístico é então o lugar para uma lógica específica, propriamente cultural, que se impõe aos jornalistas através das restrições e dos controles cruzados que eles impõem uns aos outros (...)” (p. 105). “O campo jornalístico está permanentemente sujeito à prova dos veredictos do mercado, através da sanção, direta, da clientela ou, indireta, do índice de audiência (...)” (p. 105).

A neutralidade e a objetividade se enquadram então nesse novo perfil de conduta profissional, que funda a concepção moderna da profissão. (...) A primeira, volta-se cada vez para a interpretação dos fatos em áreas temáticas tradicionais, como a economia, a política, a cobertura de guerras, etc.; a segunda caracteriza-se pelo estilo racional e sóbrio, cujo formato de elaboração da notícia será a técnica do lide e da pirâmide invertida. (GUERRA, 2003, p. 7-8)

Para assegurar que a fidelidade aos fatos, os jornais incorporaram características que, na visão dos jornalistas, os tornavam imparciais, ou melhor, objetivos. “Os profissionais acreditam poderem mitigar pressões contínuas como sejam os prazos, os possíveis processos de difamação e as repressões antecipadas dos superiores, com a argumentação de que o seu trabalho é objetivo” (TUCHMAN, 1999, p. 74).

8

Chegar a esta objetividade, no entanto, exigiria que o produto noticioso seguisse uma série de procedimentos, que são apontados por Tuchman (1999) como um ritual estratégico. No que se refere à forma da notícia, os jornalistas utilizam ferramentas como a apresentação de versões conflitantes, a apresentação de provas auxiliares, o uso de aspas para expressar a opinião dos envolvidos, e a estruturação da informação numa sequência apropriada. (p. 79-84). No que se refere às relações interorganizacionais e ao conteúdo, foram citadas decisões como a subdivisão do jornal em secções e páginas (o que permitiria ao leitor identificar facilmente os espaços destinados a textos opinativos e os destinados às notícias objetivas), e o respeito ao senso comum que, para o autor, determina se uma informação pode ser aceita como fato (TUCHMAN, 1999, p. 84-88). Falando sobre o contexto atual do campo jornalístico, entende-se que a atividade tem como base a mediação entre a realidade e os indivíduos, estruturando-se em torno dos parâmetros verdade e relevância das informações.

O campo, no entanto, ainda estaria

subordinado às pressões externas, como a audiência e potenciais clientes das organizações jornalísticas (GUERRA, 2003, p. 15-16).

4.2 PROPRIEDADES DO JORNALISMO Alguns autores se propuseram a delimitar características que permitissem a identificação de um produto como sendo, de fato, jornalístico. Groth (2011) foi um dos estudiosos que listaram essas peculiaridades, o que definiu como propriedades do jornalismo. São elas: a universalidade e a atualidade – referentes ao conteúdo – a periodicidade e a publicidade, que dizem respeito à sua forma. Ao dizer que o conteúdo do material jornalístico deve ser universal, Groth (2011) se refere à sua abrangência do seu conteúdo, que deveria englobar tudo. “A universalidade é, na realidade, a capacidade de um objeto de extrair o seu conteúdo de toda a realidade da natureza, sociedade e cultura objetivas” (p. 183).

[A universalidade] diz que tudo o que há e acontece em alguma região, em alguma parte da terra e até mesmo do universo, “em todo o mundo” seria um objeto ideal para a mediação do jornal porque seja objeto dos mundos diante das pessoas, podendo ser farejado, apreendido, trabalhado e mediado por ele. O natural, o cultural, o social, situações, acontecimentos e ideais, pessoais, iguais e comuns, nada que caia sobre o mundo diante do indivíduo ou de alguma coletividade permanece de fora. Tudo o que aguçar a atenção, o interesse, a participação, o que

9

de alguma forma produz uma atitude, tudo o que de alguma maneira pode ser objeto de um valor ou de uma finalidade está com isso incluído no conteúdo possível. (GROTH, 2011, p. 181-182)

No que se refere às propriedades referentes ao conteúdo jornalístico, Groth ainda destaca a atualidade, que para ele, deve estar relacionada com o conceito do novo. O atual, como uma mera relação temporal (quando é ao mesmo tempo conhecido, o habitual), apesar de toda sua relevância para as pessoas, não tem em si o sensacional, o excitante, como o atual-novo. (...) O novo-atual, por sua vez, tem um significado especial para mim, aguça meu interesse mais avivado, incita os sentimentos da maneira mais forte. Por isso, o âmago do conteúdo do jornal é o atual-novo, ele é o mais valioso para o jornal. (GROTH, 2011, p. 224)

Um ponto de partida para pensar a atualidade jornalística seria compreender a relação entre a temporalidade do jornalismo e a temporalidade dos eventos (FRANCISCATO, 2003). “O jornalismo produz um relato sobre (...) situações que estejam em ato, em movimento, em processo de execução, (...), admitindo, no máximo, um breve intervalo de tempo entre um evento que recém se encerrou e o relato jornalístico dele” (p. 10). A temporalidade jornalística possui ao menos três pólos: o do objeto noticiado; o da própria instituição, e o tempo do leitor (FRANCISCATO, 2003). “A atualidade jornalística pode ser inicialmente compreendida, então, como uma relação temporal entre estes três pólos, sabendo-se que esta relação é composta por procedimentos e recursos materiais e simbólicos que ganham objetividade social” (p. 10)

Em outras palavras, a temporalidade da atividade jornalística é composta não somente pela temporalidade do objeto noticiado, mas pela temporalidade do ato de informar publicamente (na forma de um discurso) que tal fato está ocorrendo numa dimensão do presente. O jornalismo como um discurso apresentado publicamente marca também um sentido de tempo tanto para o jornalista quanto para o público: o tempo do ato de reportar, de contar, de narrar, de enunciar o fato – conforme os termos usados para descrever o processo. (FRANCISCATO, 2003, p. 11)

A necessidade de buscar a coincidência entre o tempo de acontecimento e relato do fato é explorada por Groth (2011). “[...] vista de forma ideal, a relação temporal entre mediação e ser ou acontecer se constitui no coincidir de ambos os momentos, na simultaneidade, na qual a distância entre ambos os momentos é = 0” (p. 225). No que trata da forma do produto jornalístico, Groth (2011) aponta a periodicidade, o que define como o distintivo mais explícito que jornais e revistas carregam e que os diferencia de outras publicações não jornalísticas. “Ela é a forma característica reconhecida genericamente do jornal ou da revista como ‘realidade imaterial’ contínua, só

10

nesta forma o jornal pode apresentar o seu conteúdo. Este conteúdo exige publicação periódica e esta por sua vez determina o conteúdo” (p. 150). Já a publicidade, última propriedade listada pelo autor, se refere à acessibilidade que deve marcar o produto jornalístico. “Ela representa a coisa que está ‘diante de todo mundo’, à qual cada um à princípio tem acesso, que cada um pode ouvir, ver, apreender” (p. 263). “A publicidade do jornal como sua característica essencial é, portanto, a acessibilidade a cada um e com isso a notoriedade de tudo aquilo que o jornal traz, de tal forma que cada um possa tomar conhecimento, que ninguém esteja excluído da recepção do conteúdo” (p. 263). 4.3 A NOTÍCIA COMO CONSTRUÇÃO A crença de que o formato do produto noticioso permitia a apresentação de um reflexo direto da realidade foi muito disseminada entre alguns estudiosos. Outros autores, no entanto, enxergam o produto jornalístico como o resultado de uma construção social, que envolve diversas realidades. Alsina (1989) diz que a notícia configura uma representação social da realidade cotidiana, que se manifesta na construção de um mundo possível (p. 18). Sobre o jornalismo, o autor fala tratar-se de uma atividade especializada na construção da realidade social, que inclui rotinas cognitivas, esquemas interpretativos e de significados (p. 162). As notícias registram a realidade social e são também um produto dessa realidade, já que fornecem aos seus consumidores uma abstracção selectiva intencionalmente coerente, mesmo podendo descurar certos pormenores. (TUCHMAN, 2009, p. 98).

As notícias

atuariam também “definindo e redefinindo, constituindo e reconstituindo modos de fazer as coisas – os processos existentes nas instituições existentes” (TUCHMAN, 2009, p. 104). A notícia também foi discutida como uma forma de conhecimento.

A notícia não é um conhecimento sistemático como o das Ciências Físicas. Antes, na medida em que se refere a acontecimentos, semelha a História (...). Entretanto, a notícia não é história (...) porque, em primeiro lugar, se refere, em conjunto, a acontecimentos isolados e não procura relacioná-los nem com seqüências causais nem com sequências teleológicas. A história não só descreve os acontecimentos, mas também procura colocá-los no lugar que lhes cabe na sucessão histórica (PARK, p. 174, 1976).

Park (1976) diz que, como forma de conhecimento, a notícia não cuida essencialmente nem no passado nem futuro, senão do presente - e por isso foi descrita pelos psicólogos como o "presente especioso". “Pode-se dizer que a notícia só existe nesse presente.

11

O que aqui se entende por presente especioso é indicado pelo fato de ser a notícia, como o sabem os editores da imprensa comercial, mercadoria sumamente perecível”. (p. 175)

4.4 OS VALORES-NOTÍCIA E OS CRITÉRIOS DE NOTICIABILIDADE A delimitação das características determinantes em um fato para torná-lo notícia sempre foi um ponto que intrigou os jornalistas e teóricos da comunicação. Do acontecimento real até a sua impressão em um veículo noticioso, diversas etapas precisam ser cumpridas e uma enorme gama de julgamentos precisa ser vencida, boa parte deles de difícil conceituação e explicação. Para que um evento se torne notícia, ele precisa, antes disso, se fazer noticiável em um ato aberto, que possa ser capturado pelos veículos de comunicação (LIPPMANN, 2010, p. 289 – 290). Para que uma matéria seja justificável,

Algo definitivo que tenha uma forma indiscutível precisa ocorrer. Pode ser o ato de ir à bancarrota, pode ser um incêndio, uma colisão, um assalto, um distúrbio, uma prisão, uma denúncia, a introdução de uma legislação, um discurso, uma votação, um encontro, a expressão da opinião de um cidadão bem conhecido, um editorial num jornal, uma venda, uma escala de pagamentos, uma mudança de preço, a proposta de se construir uma ponte... Tem que haver uma manifestação (LIPPMANN, 2010, p. 290)

A análise de produtos noticiosos ao longo do tempo levou pesquisadores a reconhecerem características que contribuem para que determinados acontecimentos fossem noticiados em veículos jornalísticos. A noticiabilidade seria o conjunto de critérios, operações e instrumentos pelos quais os veículos informativos escolhem entre todos os acontecimentos diários, quais devem ser noticiados (WOLF, 2003). “Os requisitos exigidos dos acontecimentos para que virem notícia vão da estrutura do trabalho nos órgãos de informação e do ponto de vista do profissionalismo dos jornalistas” (p. 190). Os critérios de noticiabilidade, portanto, abrangeriam os diversos fatores e interesses que influenciam a elaboração do produto noticioso, desde o momento em que o fato acontece até a publicação. Silva (2013) diz que Todo e qualquer fator potencialmente capaz de agir no processo da produção da notícia, desde características do fato, julgamentos pessoais do jornalista, cultura profissional da categoria, condições favorecedoras ou limitantes da empresa de mídia, qualidade do material (imagem e texto), relação com as fontes e com o público, fatores éticos e ainda circunstâncias históricas, políticas, econômicas e sociais (SILVA, 2013, p. 27).

12

Shoemaker & Reese (apud DA SILVA, 1993) chegam a estabelecer um modelo gráfico de influências que interferem no processo. Da ação de maior para a de menor influência ele cita: O sistema social (ideologia), as influências extra-organizacionais, as organizacionais, as rotinas profissionais e as influências individuais (p. 123). Quando se fala em noticiabilidade, no entanto, outro conceito ganha destaque: o de valor-notícia, que representa as características internas a um fato que o tornem notícias em potencial. Golding e Elliot (apud SILVA, 2013) apontam o valor-notícia como regras práticas que explicam e guiam os procedimentos operativos redatoriais. “Os valores-notícia são qualidades dos eventos ou de sua construção jornalística, cuja presença ou ausência relativa os recomenda para serem incluídos num produto informativo. Quanto mais um acontecimento exibe essas qualidades, maiores são as chances de ser incluídos” (p. 57). A definição de Wolf (2003) também contempla a utilidade do valor-notícia ao longo de todo o processo noticioso. Valores-notícia são critérios de relevância difundidos ao longo de todo o processo de produção e estão presentes tanto na seleção das notícias como também permeiam os procedimentos posteriores, porém com importância diferente (WOLF, 2003, p. 202). Sintetizando as definições de diversos autores, Silva (2013) define os valoresnotícia, chamados também de valores informativos ou fatores da notícia, como um grupo de critérios que cercam a noticiabilidade do acontecimento considerando origem do fato, fato em si, acontecimento isolado, características intrínsecas, características essenciais, atributos inerentes ou aspectos substantivos do acontecimento (SILVA, 2013, p. 56)

Os levantamentos dos valores-notícia possibilitaram, com o tempo, a criação de alguns enquadramentos. Entre eles estão as características essenciais para que um fato seja considerado para o noticiário, que são definidas por Silva (2013) como “macro-valores”. “São pré-requisitos para qualquer seleção jornalística, já que sem tais valores antecedentes os demais, os micro-valores-notícia, nem se efetuam como questão” (p. 63). Entre os macrovalores citados pela autora estão a atualidade, importância, interesse, negativismo, imprevisibilidade, coletividade e repercussão. Os critérios de noticiabilidade são divididos em categorias que levam em consideração a sua influência em cada etapa do processo de produção noticiosa (WOLF, 2003). O primeiro tipo inclui os critérios substantivos, que seriam os valores intrínsecos ao

13

acontecimento. Eles se articulam essencialmente em dois fatores: a importância e o interesse (p. 200). O conceito de critérios substantivos também foi trabalhado por Traquina (2008). O segundo enquadramento que vamos discutir trata do momento de critérios que vão contribuir com o processo de construção da notícia, fatores que Wolf classifica como critérios relativos ao produto. Nesta lista, estão incluídas questões como a acessibilidade do jornalista ao acontecimento, possibilidade de tratamento do fato para sua transformação em notícia e qualidades como clareza, ritmo e ação. (pp. 206 – 210) Nas discussões propostas por Traquina, estes critérios são nomeados como contextuais. “[...] funcionam como linhas-guia para a apresentação do material, sugerindo o que deve ser realçado, o que deve ser omitido, o que deve ser prioritário na construção do acontecimento como notícia” (p. 78). Seguindo o enquadramento proposto por Wolf (2003), ainda temos os critérios relativos ao meio de comunicação, ao público, e à concorrência.

Quadro 2: Os critérios e enquadramentos propostos por Mauro Wolf e Nelson Traquina. WOLF (2003) TRAQUINA (2008)

CRITÉRIOS SUBSTANTIVOS

- Importância Hierarquia dos envolvidos Impacto sobre a nação Quantidade de envolvidos Relevância para continuidade - Interesse Entretenimento

RELATIVOS AO PRODUTO / CONTEXTUAIS

RELATIVOS AO MEIO DE COMUNICAÇÃO RELATIVOS AO PÚBLICO RELATIVOS À CONCORRÊNCIA

- Atualidade - Frequência - Acessibilidade - Possibilidade de Tratamento - Qualidade - Equilíbrio - Bom material visual - Frequência - Formato - Clareza - Proteção do público - Exclusividade - Evitar um “furo”

VALORES-NOTÍCIA DE CONSTRUÇÃO

FONTE: (WOLF, 2003, p. 200-215) e (TRAQUINA, 2008, p. 76-90).

- Morte - Notoriedade - Proximidade - Tempo - Notabilidade - Inesperado - Conflito - Infração - Escândalo - Disponibilidade - Equilíbrio - Visualidade - Concorrência - Dia noticioso

- Simplificação - Amplificação - Relevância - Personalização - Dramatização - Consonância

14

Outro estudo que ganhou destaque na definição de critérios de noticiabilidade foi o dos autores Galtung e Ruge (1999). Para chegar a uma lista de elementos que consideravam determinantes para que um fato virasse notícia, eles elaboraram uma metáfora que comparou o mundo a um conjunto de estações radiodifusoras emitindo um sinal em seu próprio comprimento de onda (p. 63). A partir deste esquema, os autores descreveram uma série de implicações, e outros fatores culturais, dos quais foram extraídos os seus critérios de noticiabilidade. F1: Se a frequência de um a sinal estiver fora de sintonia, não fará o registro. F2: Quanto mais forte for o sinal e quanto maior a amplitude, mais provável será a audição dessa frequência. F3: Quanto mais claro e inequívoco for o sinal, mais provável será a audição dessa frequência. F4: Quanto mais significativo for o sinal, mais provável será a audição da frequência. F5: Quanto mais consonante for o sinal com a imagem mental do que se espera encontrar, mais provável será a audição dessa frequência. F6: Quanto mais inesperado for o sinal, mais provável será a audição da frequência. F7: Se um sinal for sintonizado, é provável que mereça a pena escutá-lo. F8: Quanto mas um sinal for sintonizado, mais valerá a pena sintonizar um tipo de sinal diferente da próxima vez. F9: Quanto mas o acontecimento diga respeito às nações de elite, mas provável será sua transformação em notícia. F10: Quanto mas o acontecimento diga respeito às pessoas de elite, mas provável será sua transformação em notícia. F11: Quanto mais o acontecimento puder ser visto em termos pessoais, (...), mais provável será sua transformação em notícia. F12: Quanto mais negativo for o acontecimento nas suas consequências, mais provável será sua transformação em notícia. (GALTUNG & RUGE, 1999, p. 63-67).

Na tabela abaixo, podemos identificar os critérios estabelecidos por Galtung & Ruge a partir desta lista de observações, e compará-los com critérios elencados por outros autores. O esquema foi estabelecido por Silva (2013).

Quadro 2: Critérios de noticiabilidade propostos por diversos teóricos. Frequência, amplitude, clareza, relevância, conformidade, imprevisão, Galtung & Ruge continuidade, referência a pessoas e nações de elite, composição, personificação e negativismo. Clareza, surpresa, proximidade geográfica, impacto e conflito pessoal. Walter Lippman Drama, visual atrativo, entretenimento, importância, proximidade, brevidade, negativismo, atualidade, elites, famosos. Proximidade, atualidade, identificação social, intensidade, ineditismo, Nilson Lage identificação humana. Harcup & O’Neill Poder da elite, celebridades, entretenimento, surpresa, más notícias, boas notícias, magnitude, relevância, continuidade, agenda do jornal. Fonte: Adaptado de SILVA (2013, p. 62).

Golding & Elliot

15

5. METODOLOGIA

Ao tentar desenvolver um modelo específico de pesquisa aplicada para o jornalismo, Franciscato (2007) afirma que as pesquisas em jornalismo têm sofrido uma tendência a conduzir suas discussões para o interior de disciplinas humanísticas (p. 1). O autor, no entanto, destaca que outra corrente de pesquisadores questiona se a vinculação disciplinar mais adequada para a área não seria o campo das ciências sociais aplicadas. [...] construir um modelo de pesquisa aplicada em jornalismo não nos conduz à rejeição das teorias sobre a sociedade e a comunicação construídas na tradição do pensamento social. É a partir deles que pretendemos formular um modelo (ou mesmo apontar para mais de um modelo) de pesquisa aplicada em jornalismo. (FRANCISCATO, 2007, p. 6)

Para construir seu esquema, Franciscato (2007) utilizou o modelo apresentado por Rudio (1986, p. 66). Na etapa de Desenvolvimento da Pesquisa, o autor sugere a utilização de três fases: a) Pré-Teste: que utiliza um método descritivo da situação antes da intervenção do pesquisador; b) Aplicação do fator experimental (técnicas, recursos, tecnologias em processos e produtos); e c) Pós-Teste: utilização de um método descritivo da situação após a intervenção do pesquisador (p.10). Enquadrando nossa pesquisa nesta proposta, podemos inserir as diversas etapas de desenvolvimento em cada uma das fases descritas. Em um primeiro momento, denominado pré-teste, realizaremos todo o ritual preparatório para a pesquisa. Ele inclui o levantamento bibliográfico e leitura das obras, momento onde serão selecionados e revisados os livros, artigos e outras produções acadêmicas que forneçam o embasamento teórico necessário para a realização da pesquisa. “Sua principal vantagem é possibilitar ao investigador a cobertura de uma gama de acontecimentos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente” (GIL, 2008). Ainda na fase de pré-teste, faremos a coleta da produção noticiosa que servirá de base para a nossa pesquisa. Serão analisadas matérias veiculadas nas versões online dos jornais Folha de São Paulo e Jornal da Paraíba. Os textos serão retirados da editoria de Política, mais especificamente da sessão denominada Poder, no caso da Folha de São Paulo. As

páginas

podem

ser

acessadas

por

meio

dos

endereços

eletrônicos

http://www1.folha.uol.com.br/poder/ e http://www.jornaldaparaiba.com.br/politica. Além disso, vamos estudar um veículo de mídia alternativa especializado em política, o

16

Pragmatismo

Político,

que

pode

ser

acessado

pelo

endereço

http://www.pragmatismopolitico.com.br/ . No que se refere ao recorte de tempo, estudaremos as publicações de uma semana construída, que será iniciada na segunda-feira, 1º de agosto de 2016, e encerrada no domingo, 18 de setembro de 2016. Com este artifício, esperamos abranger um período prolongado de cobertura, além de impedir que um acontecimento em particular impregne o noticiário, viciando a amostra. De posse do material empírico alvo de nossa pesquisa, partiremos para a observação das notícias, retirando delas os elementos que serão essenciais para a nossa análise e consequente cumprimento dos objetivos deste estudo. Para isso, utilizaremos a técnica da análise de conteúdo, que “possibilita a descrição do conteúdo manifesto e latente das comunicações” (GIL, 2002, p. 89). Em cada texto, buscaremos enumerar e classificar, como determina a análise de conteúdo, uma série de dados que nos ajudarão a responder nossos questionamentos. Neste caso teremos: os valores-notícia que influenciaram a seleção do fato para publicação, o enquadramento no qual a matéria se insere e também o entendimento sobre como as fontes influenciaram na hierarquização das informações. Recolhidos estes dados, poderemos estabelecer uma descrição do noticiário em cada um dos veículos monitorados, com dados quantificados e para facilitar uma comparação. Nesse ponto, utilizaremos a estratégia da construção iterativa (LAVILLE, DIONNE, 1999 apud GIL, 2008). Na utilização dessa tática, “o pesquisador elabora pouco a pouco uma

explicação lógica do fenômeno ou da situação estudados, examinando as unidades de sentido, as inter-relações entre essas unidades e entre as categorias em que elas se encontram reunidas” (GIL, 2002, p. 90). Nesse momento, podemos dar início à segunda fase de desenvolvimento da pesquisa: a aplicação do fator experimental, onde passamos a intervir na situação. Mais do que descrever o que cada veículo oferece em seu noticiário, poderemos confrontar os dados e informações, chegando a desenvolver uma análise crítica da circunstância. A interpretação destas novas informações possibilitará a resposta à questão principal do trabalho, que é a delimitação das diferenças existentes entre os valores-notícia que influenciam a pauta jornalística nos diversos tipos de veículos. Finalmente, em nossa terceira fase de trabalho, o pós-teste, poderemos fazer uma nova avaliação dos dados encontrados, passando a descrever uma realidade fruto da

17

comparação entre os noticiários, e que deve responder às nossas inquietações sobre o tema. Todo esse material possibilitará a elaboração do texto final de nossa dissertação, seguida pela revisão do texto.

6. CRONOGRAMA DE TRABALHO

Período

Jan./Fev. Mar./Abr. 2016

Mai./Jun. Jul./Ago. Set./Out. Nov./Dez. Jan./Fev. Mar./Abr.

2017

Mai./Jun. Jul./Ago. Set./Out. Nov./Dez.

Levantamento bibliográfico e leitura das obras

Monitoramento do noticiário e arquivamento das notícias

Análise de notícias e coleta de dados

Análise e comparação dos dados

Redação e revisão do texto final

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALSINA, Rodrigo Miquel. A construção da notícia. Tradução de Jacob A. Pierce – Petrópolis,RJ. Vozes, 2009. BOURDIEU, Pierre. Sobre a Televisão. Oeiras: Celta, 1997. DA SILVA, Marcos Paulo. A significância social como dimensão da noticiabilidade. In : SILVA, Gislene ; SILVA, Marcos Paulo da ; FERNANDES, Mario Luiz. (orgs.)Critérios de noticiabilidade. Porbemas conceituais e aplicações., Florianópolis : Insular, 2013. FRANCISCATO, Carlos Eduardo. Limites teóricos e metodológicos nos estudos sobre noticiabilidade. In : SILVA, Gislene ; SILVA, Marcos Paulo da ; FERNANDES, Mario Luiz. (orgs.) Critérios de noticiabilidade. Porbemas conceituais e aplicações., Florianópolis : Insular, 2013. FRANCISCATO, Carlos Eduardo. A atualidade no jornalismo: bases para sua delimitação teórica – Tese. 336 p. Salvador, 2003. FRANCISCATO, Carlos Eduardo. Delimitando um modelo de metodologia aplicada em jornalismo. Apresentado em: IX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação da Região Nordeste. Salvador, 2007. GALTUNG, J. & RUGE, M. H. A estrutura do noticiário estrangeiro. A apresentação da crise do Congo, Cuba e Chipre em quatro jornais estrangeiros. In: TRAQUINA, Nelson (Org.). Jornalismo: questões, teorias e estórias. Lisboa: Veja, 1999. GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª edição. São Paulo: Atlas, 2002. GUERRA, Josenildo. O nascimento do jornalismo moderno: Uma discussão sobre as competências profissionais, a função e os usos da informação jornalística, 2003. Disponível em: http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2003/www/pdf/2003_NP02_guerra.pdf GROTH, Otto. O Poder Cultural Desconhecido. Fundamentos da Ciência dos Jornais. Petrópolis: Vozes, 2011. HARCUP; O’NEILL. What Is News? Galtung and Ruge revisited, Revista Journalism Studies, dezembro, 2010. LIPPMAN, Walter. Opinião Pública, Rio de Janeiro: Vozes, 2010. PARK, Robert. A notícia como forma de conhecimento: um capítulo dentro da teoria do conhecimento. In: BERGER, Christa; MAROCCO, Beatriz. A era glacial do jornalismo. Teorias sociais da Imprensa. Porto Alegre: Sulina, 2008. SILVA, Gislene. Para pensar critérios de noticiabilidade, 2005. In : SILVA, Gislene ; SILVA, Marcos Paulo da ; FERNANDES, Mario Luiz. (orgs.) Critérios de noticiabilidade. Porbemas conceituais e aplicações., Florianópolis : Insular, 2013.

TRAQUINA, Nelson. Teorias do Jornalismo – Porque as notícias são como são. Volume I. Florianópolis: Insular, 2. Ed., 2005. TRAQUINA, Nelson; Teorias do Jornalismo – A tribo jornalística: uma comunidade interpretativa transnacional. Volume II. Florianópolis: Insular, _. Ed., ____. TUCHMAN, Gaye. Objetividade como ritual estratégico. In: TRAQUINA, Nelson. Jornalismo: questões, teorias e “estórias''. Lisboa, Vega, 1993, P. 74-90. TUCHMAN, Gaye. Making News: A study in the construction of reality. The free press. NY. 1978. WOLF, Mauro. Teorias da comunicação. Lisboa: Editorial Presença, 2001.

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.