Crónicas de História – 5º aniversário

May 31, 2017 | Autor: F. Nogueira | Categoria: Azores, Resume Writing
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JORNAL DA PRAIA | EFEMÉRIDE

29 | Julho | 2016

CRÓNICAS DE HISTÓRIA – 5º ANIVERSÁRIO HISTORIADOR FRANCISCO MIGUEL NOGUEIRIA Há exatos 5 anos, a 14 de julho de 2011, também uma quinta-feira, publiquei o meu 1º artigo num jornal terceirense e começava assim a minha participação ativa em imprensa local, nacional e internacional de uma forma recorrente, com mais de 175 crónicas publicadas ao longo destes anos. Com umas pequenas participações em alguns artigos e apoio na investigação de 2 livros e da minha tese de mestrado, foi preciso escrever um artigo sobre o período pós-25 de abril de 1974 na Terceira, numa revista preparada por alunos do 12º ano da Escola Jerónimo Emiliano de Andrade, que procurava dar uma visão do século XX terceirense, que o meu nome passou a ser notado. Um mestre do jornalismo, Sr. Mário Leandro, ao ler o meu artigo, desafiou-me para escrever para a imprensa local. Assim, começou a minha colaboração com o diário A União. O convite seria para escrever quinzenalmente por 6 meses, achava-se que a História iria cansar o público e não ia ter a adesão de outras crónicas, com muitos leitores. Aceitei de imediato o desafio. Para a minha 1ª crónica, mergulhei na pesquisa, investigação e análise de informação. Neste 1º texto, falava sobre os 5 acontecimentos que considerava mais importantes para a História da Terceira. Este apelo que tenho por voltar sempre às minhas raízes de Historiador, a investigação, a busca por saber mais e de forma

isenta e correta, são os garantes da minha qualidade enquanto homem da pesquisa histórica. Pouco tempo depois, a minha colaboração passou a outros meios da imprensa escrita. Recebia imensas críticas favoráveis aos meus textos, jovens que não liam e não queria saber de História, diziam-me que adoravam os meus textos, que chegavam a fazer pesquisa na internet

um ponto para incentivar os alunos a se interessar pela História nacional e universal. É importante fazer o aluno sentir que faz parte de algo maior do que ele, que este pequeno pedaço de terra faz diferença a nível global. E sabemos que fez. A Terceira tem, por isso, imensos exemplos da grandeza dos seus feitos. Sem notar, naquele ano de 2011, atingi os 6 meses de crónicas e com

para saber mais. Era este o meu objetivo. Ficava muito contente com esta reação. Os meus textos procuravam contar a História real, de forma simples e acessível a todos, sem nunca descontextualizar, usando termos mais científicos, com outros mais simples. Queria assim ensinar e mostrar a todos que a História é mais interessante do que eles pensavam. A História à nossa volta pode ser usada como

cada vez mais leitores, que comentavam os textos no facebook, enviavam e-mails, pediam informações e até davam sugestões. Fui procurando conhecer e investigar estórias menos conhecidas da nossa História e mostrar que há muito mais do que aquilo que se ensinar. Daí achar importante que inclua a História dos Açores no ensino regional. Fui, portanto, criando uma rede de leitores e de seguidores.

do Crato, ao rei Filipe II de Espanha. No século XVI, a Terceira ganhou relevância durante a crise de sucessão de 1580. Quando D. Sebastião morreu em 1578, em Alcácer Quibir, sucedeu-lhe o seu parente mais próximo, neste caso, o seu tio-avô Cardeal D. Henrique, que já idoso, morreu, em 1580, sem herdeiros diretos, abrindo, assim, uma crise de

sucessão. Houve 3 principais herdeiros, D. Catarina, Filipe II de Espanha e D. António, Prior do Crato. D. António acabou por refugiar-se na Terceira, o único ponto do país que ficou do seu lado. É deste período a famosa Batalha da Salga, as histórias de Brianda Pereira, de D. Violante do Canto e a resposta de Ciprião de Figueiredo, recusando a rendição da ilha Terceira

A minha participação ativa nas redes sociais, na busca pelo conhecimento da nossa História, foi então ganhando força. Passei a fazer palestras, a dar entrevistas e a ter rúbricas nas rádios, tudo isso em nome da divulgação da nossa História e na procura de manter vivo o património deixado por todos os nossos antepassados. Ao longo destes 5 anos, aprendi imenso, não só pelo que investiguei e pesquisei, mas por tudo o que os leitores me deram, desde informação, conhecimento, passando por críticas, elogios, ideias, etc. Tudo isso ajudou-me a fazer mais e melhor. A ser que sou hoje! Com mais de 175 crónicas publicadas nestes 5 anos, espero que continue a haver esta ligação entre mim e o leitor, e que venham mais 5, mais 10, mais 15 anos, etc. E que as pessoas percebem que a História tem muito a ensinar e a dizer a todos, que não é algo só do passado, é uma área que nos ensina o porquê do agora e que devia também servir de lição para não cometermos os mesmos erros. A História de um povo é a sua maior riqueza, pois não pode ser roubada. Manter viva a memória do passado, o nosso património, as nossas ações, os nossos feitos, as nossas raízes, é manter vivo o nosso ADN terceirense e orgulharmo-nos do que fomos, do que somos e do que seremos. Não se esqueçam, a nossa História é feita por mim, por vocês, por todos! A sociedade terceirense clama por uma união de todos os terceirenses em busca de um caminho para a saída deste marasmo e crise que entramos, não critiquemos os outros, tenhamos ideias e busquemos o apoio e envolvimentos de todos. É o nosso futuro que está em jogo.

A NOSSA DIVISA

S

abes de onde surgiu a divisa dos Açores, que encontras no Brasão de armas da nossa Região Autó-

noma? A divisa açoriana “Antes morrer livres que em paz sujeitos” foi retirada da carta de 13 de fevereiro de 1582 de Ciprião de Figueiredo, então corregedor dos Açores e grande apoiante de D. António I, Prior PUB

a Filipe II: “… As couzas que padecem os moradores desse afligido reyno, bastarão para vos desenganar que os que estão fora desse pezado jugo, quererião antes morrer livres, que em paz sujeitos. Nem eu darei aos moradores desta ilha outro conselho … porque um morrer bem é viver perpetuamente…

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