Cronologias excludentes: arqueologia e história no Museu Paranaense

July 17, 2017 | Autor: M. Becker Morales | Categoria: History, Archaeology, Museum Studies, Material Culture Studies
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SIMPÓSIO 16 – MULTIVOCALIDAD Y ACTIVACIONES PATRIMONIALES EM ARQUEOLOGIA:
PERSPECTIVAS DESDE SUDAAMERICA.
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CRONOLOGIAS EXCLUDENTES: ARQUEOLOGIA E HISTÓRIA NO MUSEU PARANAENSE
Martha Helena Loeblein Becker Morales
Doutoranda em História - Universidade Federal do Paraná [email protected])

Este trabalho propõe colocar em debate as consequências do engessamento das concepções de História e Arqueologia, a partir do caso específico do Museu Paranaense. Instituído no final do século XIX, na cidade de Curitiba, Paraná, este conta com amplo acervo, contemplando hoje especialmente as áreas de História, Arqueologia e Antropologia. Argumento que, tomando como exemplo seu arranjo expositivo, este museu oferece ao visitante, leigo ou douto, uma série de construções que delimitam fronteiras disciplinares que há muito vêm sendo questionadas. Ecoando a discussão dos 'povos sem história', os marcos cronológicos presentes nas salas de exposição definem qual grupo será estudado, ou representado, por qual disciplina, havendo muito pouco espaço ao diálogo, mesmo nos casos em que mais de uma área de conhecimento poderia oferecer novas problematizações. Enfatizo, portanto, o caso da Arqueologia Histórica, um campo de reconhecida atuação interdisciplinar, de pouquíssima visibilidade no circuito de visitação. É importante frisar que não se trata de uma falta na disponibilidade do acervo arqueológico relativo a períodos da América colonial, ou mesmo de ocupações tão recentes como as comunidades de imigrantes chegados no século XX, mas de um posicionamento teórico que qualifica a Arqueologia como o estudo do antigo, do exótico, do outro, e a História como a responsável pela memória de grupos hegemônicos, pautada em concepções estéticas naturalizadas. Dessa forma, impõe-se uma noção totalizante do passado que não permite ao visitante a compreensão de que o que ele observa nas vitrines e painéis expõem apenas um fragmento de eventos e pessoas muito específicas, negligenciando toda uma diversidade de vivências e experiências que foram registradas, ou não, de outras maneiras, algumas recuperadas apenas por meio de escassos resíduos um dia descartados. Com esta reflexão, objetivo levar a demanda de inserção de grupos marginalizados nos discursos sobre o passado do âmbito teórico para o meio prático e altamente visível do museu, buscando soluções que viabilizem projetos expositivos mais abrangentes e sintonizados com as problemáticas patrimoniais das últimas décadas.










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