CUSTOMIZAÇÃO DO MOODLE PARA UM CURSO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

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Barbosa, S.R. de Sá, E.H. Olímpio de Gusmão, R.A. de Medeiros Valentim, W.M. Ramos, R.N. Morais Bicalho (2015) CUSTOMIZATION PROCESS OF MOODLE FOR A UNIVERSITY EXTENSION COURSE: AN EXPERIENCE REPORT, INTED2015 Proceedings, pp. 5969-5980. ISBN 978-84-606-5763-7. ISSN 2340-1079.

CUSTOMIZAÇÃO DO MOODLE PARA UM CURSO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Jânio Gustavo Barbosa1, Saulo Rufino de Sá2, Eduardo Henrique Olímpio de Gusmão3, Ricardo Alexsandro de Medeiros Valentim4, Wilsa Maria Ramos5, Rute Nogueira Morais Bicalho6 1

Desenvolvedor da Secretaria de Educação a Distância da Universidade do Rio Grande do Norte – SEDIS/UFRN (Brasil).

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Desenvolvedor da Secretaria de Educação a Distância da Universidade do Rio Grande do Norte – SEDIS/UFRN (Brasil).

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Desenvolvedor da Secretaria de Educação a Distância da Universidade do Rio Grande do Norte – SEDIS/UFRN (Brasil).

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Coordenador de TI da Secretaria de Educação a Distância da Universidade do Rio Grande do Norte – SEDIS/UFRN (Brasil). 5

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Diretor of the Center for Distance Education of the University of Brasilia – CEAD/UnB (Brazil).

Pedagogical Manager of the Center for Distance Education of the University of Brasilia – CEAD/UnB (Brazil).

RESUMO Este trabalho apresenta o processo de customização do Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle para um curso de extensão universitária, articulando uma proposta pedagógica construtivista e os elementos da arquitetura da informação, navegabilidade e usabilidade com vistas a favorecer os processos de aprendizagem e a permanência dos cursistas no ambiente do curso. O LMS Moodle é um software open source responsável por gerenciar informações e conteúdo e possibilitar a interação entre os usuários por meio de várias ferramentas interativas. Criado na década de 1990, a partir de uma proposta sócio-construtivista, o Moodle é consolidado no mundo todo como uma importante ferramenta educacional de gerenciamento de cursos, sendo aperfeiçoada pela própria comunidade de usuários. Apesar dos avanços, o Moodle ainda apresenta uma interface pouco amigável e flexível. Nesse contexto, foi problematizado: em que medida uma nova apresentação do Moodle que valorize a navegabilidade e usabilidade impacta na avaliação dos cursistas sobre o ambiente, favorecendo os processos de aprendizagem e a permanência deles no curso? Essa questão foi central para a construção de uma proposta pedagógica aliada aos benefícios do Moodle 2.5 e o desenvolvimento de inovações em sua interface, envolvendo, para tanto, uma equipe multiprofissional de professores, desenhistas gráficos, desenvolvedores, programadores, web designers, ilustradores e gestores Moodle. O curso desenvolvido trata-se do curso para os voluntários do Programa Brasil Voluntário que atuaram durante os jogos da Copa do Mundo Brasil FIFA 2014. A proposta pedagógica foi baseada no desenvolvimento de competências para o voluntariado, a partir de uma sequência didática composta por estudo do conteúdo, resolução de problemas nos fóruns de discussão e respostas a questionários objetivos contextualizados à realidade da atuação do voluntário. Navegar e usufruir os recursos disponíveis no ambiente também foram competências desenvolvidas. A apresentação dos módulos foi simultânea, sem pré-requisitos, e disponível na mesma tela para o cursista, assim ele podia desenhar seu próprio itinerário de estudo de acordo com seu ritmo e interesse, favorecendo uma experiência significativa de aprendizagem. Para compor a identidade visual, foram utilizados recursos iconográficos personalizados com o tema futebol, menus, vídeos, hiperlinks, imagens, avatar, movimento e cores contrastantes que deixaram o ambiente mais acolhedor e intuitivo. Também foi desenvolvido um sistema de feedback, onde o cursista acompanhava seu próprio rendimento ao observar na tela uma barra que avançava à medida que as atividades eram finalizadas. Os resultados evidenciam que uma proposta pedagógica construtivista, alinhada à arquitetura da informação e desenho instrucional específico produzem ganhos significativos no aproveitamento dos cursistas. A partir de uma avaliação de impacto realizada com os cursistas e tutores do curso em questão mais de 80% afirmaram que o ambiente era convidativo, funcional, de fácil navegação e favorecedor dos processos de aprendizagem. As inovações

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Barbosa, S.R. de Sá, E.H. Olímpio de Gusmão, R.A. de Medeiros Valentim, W.M. Ramos, R.N. Morais Bicalho (2015) CUSTOMIZATION PROCESS OF MOODLE FOR A UNIVERSITY EXTENSION COURSE: AN EXPERIENCE REPORT, INTED2015 Proceedings, pp. 5969-5980. ISBN 978-84-606-5763-7. ISSN 2340-1079.

desenvolvidas possibilitaram maior interação entre cursistas/cursistas, cursistas/tutor, cursistas/ambiente e cursistas/conteúdo, de modo a representar um novo conceito de Ambiente Virtual de Aprendizagem. Atualmente, essa nova interface do Moodle está sendo expandida para outros cursos de extensão, especialização, plataformas de gerenciamento de informação e ensino superior. Palavra-chave: customização do Moodle, navegabilidade, usabilidade, proposta pedagógica.

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INTRODUÇÃO

Em 2013 e 2014 o Brasil sediou dois Megaeventos Esportivos: A Copa das Confederações e a Copa do Mundo. Para recepcionar os visitantes e ajudá-los durante os eventos, o Brasil investiu em uma política de formação de voluntariado público, acreditando que o sucesso de um evento dessa magnitude demanda uma organização de pessoal capacitada. Partindo desse pressuposto, o Governo Federal, por meio do Ministério do Esporte, em parceria com a Universidade de Brasília e outras instituições, desenvolveu o curso para os voluntários que atuaram nesses eventos. Neste artigo, pretendemos descrever a experiência de duas Universidades públicas do Brasil, com foco no desenvolvimento e aprimoramento da plataforma Moodle para a realização do curso online de voluntariado atuante na Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014. Vamos apresentar um relato de experiência sobre a construção desse Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), customizado a partir dos elementos da arquitetura da informação, navegabilidade e usabilidade e orientado por uma proposta pedagógica sócio-construtivista. A partir dessa concepção teórica, compreendemos a produção do conhecimento como parte das interações situadas socialmente, onde os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem compartilham interpretações, negociam significados e, assim, contribuem para a aprendizagem e transformação uns aos outros. Importa destacar que não basta apenas ocorrer a interação, mas também a criação de um contexto adequado que apresente situações de caráter formativo, que possam ser guiados e apoiados por sujeitos que se encontram em diferentes zonas de desenvolvimento (VYGOTSKY, 1984). Nessa direção, os conteúdos e as atividades avaliativas do curso online aperfeiçoaram competências nos cursistas interessados no voluntariado, buscando desafiá-los e convocá-los a pensar sobre sua prática à medida que a proposta pedagógica demandava a conexão de diferentes temas para a resolução de problemas e conflitos que pudessem refletir em uma atuação voluntária consciente. Por sua vez, o AVA rompeu com uma interface gráfica linear e fria, comum nos cursos online desenvolvidos no Moodle, para a criação de uma interface amigável e motivadora, conforme apresentação seguir.

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DESENVOLVIMENTO DO PROJETO PEDAGÓGICO NO LMS MOODLE

O curso de extensão do voluntariado foi desenvolvido no LMS Moodle (Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment), um software livre de gestão de ensino e aprendizagem, criado na década de 1990 por Martin Dougiamas. O Moodle foi desenhado a partir de uma concepção sócioconstrutivista e seu desenvolvimento passa por constante processo de atualização pela comunidade que dele se beneficia (sob a licença GNU-GPL). O Moodle apresenta várias vantagens e, por isso, é utilizado em diferentes cursos online e como apoio ao ensino presencial em várias partes do mundo. Entre as vantagens, destacamos sua extrema funcionalidade. Dos AVAs existentes hoje, o Moodle é o que apresenta maior funcionalidade, considerando a relação ferramentas de avaliação versus ferramentas de informação/comunicação. O Moodle também oferece estabilidade, segurança, controle de usuários e suporte ao seu código nativo pela própria comunidade ativa de programadores. Por definição, o Moodle é constituído por módulos que se agregam em sua infraestrutura, trazendo recursos em formas de plugins e blocos, que alteram a estrutura do seu funcionamento, dando maior disponibilidade a ferramentas de informação e comunicação. Estes recursos agregados caminham no sentido de prover o ambiente de novas ferramentas mantendo o framework sempre atualizado e de fácil utilização.

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Todavia, a extrema funcionalidade do Moodle, que o capacita para ser um LMS de grande uso no mundo, não tem o mesmo comportamento quando se trata de temas para uso e ergonomia da arquitetura da informação. A forma de navegação ainda é baseada em uma usabilidade linear, com o conteúdo “misturado” navegando de maneira longitudinal, sem prioridade de conteúdo nem divisões didáticas importantes que façam a mensuração da relação entre a informação e a avaliação. Os AVAs são extremamente importantes, pois são o suporte, o meio, e o contexto multimidiático no qual as ações pedagógicas são desenvolvidas e onde, nos diferentes espaços da plataforma, as relações são estabelecidas entre discentes e docentes para a promoção das aprendizagens e desenvolvimento. Um Ambiente Virtual pouco estruturado pode deixar o cursista confuso, frustrado e excluir possibilidades de interação e ação educativa (BONSIEPE, 1997), contribuindo para os índices de evasão da metodologia de cursos a distância. De acordo com a literatura, os cursos a distância apresentam altos índices de evasão. Muitos teóricos estudam o tema com o objetivo de levantar, explicar e minimizar os indicadores que levam os cursistas a evadiram. Alguns indicadores que concorrem para essa realidade são: gestão do processo de ensino aprendizagem online, a organização dos ambientes virtuais de aprendizagem, as estratégias e sequências didáticas adotadas e a proposta pedagógica (ROVAI, 2003). Apesar dos conhecimentos já produzidos sobre o tema (ROVAI, 2003; TINTO, 1993; KEMBER, 1995; PARK, 2008), muitas instituições ainda não traduziram esses conhecimentos em formas de ação que tragam ganhos para si e para os cursistas. Nesse sentido, questionamos: em que medida uma nova configuração do AVA orientada para a navegabilidade e usabilidade pode influenciar a interação usuário e sistema, favorecendo os processos de aprendizagem e a permanência no curso. Com essa questão central foram propostas inovações no Moodle, a partir da parceria entre as duas Universidades públicas brasileiras (UFRN e UnB), possibilitando que a plataforma fosse especialmente customizada para atender à proposta pedagógica do curso dos voluntários que atuaram na Copa do Mundo. Em razão das vantagens e na expectativa de um significativo aprimoramento, escolhemos o Moodle como arquitetura base e interna para o nosso curso, valorizando o fato de que ambas as instituições (UFRN e UnB) já apresentavam vasta experiência com essa plataforma, perfazendo mais de uma década de gerenciamento e desenvolvimento de melhorias.

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Caracterização da proposta pedagógica

Na concepção da proposta pedagógica, o objetivo principal foi de aperfeiçoar competências e habilidades para o voluntariado, tais como Comprometimento, Motivação/liderança e Comunicação, desenvolvidas a partir de situações problemas que demandavam do voluntário consciência para agir. Desta forma, o curso foi organizado por Módulos Temáticos que abordavam os conteúdos mais relevantes sobre a função do voluntário, sendo apresentados de forma transversal (Hospitalidade e Turismo; Meio Ambiente e Sustentabilidade; Segurança e Primeiros Socorros e História do Futebol e Megaeventos). Também foi oferecido 1 Módulo de Idiomas, contemplando até 4 línguas (Inglês, Espanhol, Italiano e/ou Francês). Além desses Módulos, foram apresentados o da Ambientação, no qual o voluntário conhecia a plataforma, a proposta do curso e os seus colegas e tutor por meio de um personagem em forma de avatar, e o Módulo da Atividade Integradora, condicionada à aprovação do voluntário nos 4 Módulos Temáticos. A atividade integradora consistia em apresentar problemas reais relativos à função do voluntário, de tal modo a mobilizar os conhecimentos construídos ao longo do curso nos 4 Módulos para a solução de situações problemas. Cada Módulo Temático teve a mesma sequência didática, conforme evidencia a figura a seguir:

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Fig. 1: Sequência didática do curso

Foram utilizados vários recursos multimidiaticos para favorecer a interação e diferentes estilos de aprendizagem, tais como: vídeos, tutoriais dinâmicos, avatar, hipertextos, espaços de comunicação síncronos e assíncronos, hiperlinks entre os conteúdos e páginas externas, etc. Buscamos implementar um modelo sistêmico de inovações para o Moodle que possibilitasse maior flexibilidade nos percursos de aprendizagem, com apresentação de temas significativos e relevantes para a função dos voluntários, atividades construtivas como parte do desenho instrucional do curso, e integração de espaços de comunicação, gerenciamento e atividades de estudo em uma única interface gráfica. Partimos da premissa que a interface gráfica não emprega apenas um design bonito esteticamente, mas é um conjunto de signos e também um espaço no qual se estrutura a interação entre corpo, ferramenta (objeto ou signo) e objetivo da ação. A interface revela a relação entre as ferramentas dos objetos e o conteúdo comunicativo das informações, onde transforma: objetos em produtos, sinais em informação interpretável, e simples presença física em disponibilidade (BONSIEPE, 1997). Por isso, o gerenciamento do design de ambientes de informação é mais eficiente e efetivo quando segue um método (MORROGH, 2003).

2.2 Histórico da construção do Ambiente Virtual de Aprendizagem e o processo de customização1 O uso do Moodle acadêmico já apresentava algumas questões de gestão da aprendizagem, convivíamos com problemas de interação entre professor e estudantes, que resultavam em dificuldades de edição de páginas, baixa participação e evasão. Por isso, o Moodle já vinha sofrendo melhorias. A partir dos recursos financeiros substanciais referentes ao desenvolvimento do curso para os voluntários da Copa do Mundo de 2014, aprofundamos nossos estudos e propusemos as inovações que se seguem. No primeiro projeto AVA da UFRN, utilizamos o módulo de atividade chamado rótulo para incluir o Objeto de Aprendizagem (OA) desenvolvido pela equipe de desenvolvimento. Segundo o Comitê de Padronização de Tecnologias de Aprendizagem (LTSC - Learning Technology Standard Comitee), do Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE), um OA é definido como uma entidade educacional que pode ser usada para proporcionar a educação ou formações e que possui propriedades como a interoperabilidade e a reusabilidade [LTSC, 2002]. Este OA foi desenvolvido baseado no material didático impresso e utilizou como tecnologia base da Flash da Adobe, que fazia hiperlinks para todo conteúdo de atividades e para demais materiais didáticos pertencentes ao curso. O módulo do Moodle apenas serviu como porta de inclusão no objeto em linguagem flash. 1

Para a composição deste item, consultamos os seguintes links: http://www.moodlelivre.com.br/tutoriais-e-dicas-moodle/o-que-e-moodle, acesso: 12/01/2015 http://moodle.org http://www.w3c.br/Home/WebHome http://www.w3.org/TR/html5/introduction.html https://docs.moodle.org/dev/Course_formats Acesso: 12/01/2015 http://en.wikipedia.org/wiki/Plug-in_(computing) Acesso: 12/01/2015

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O resultado do primeiro passo foi o êxito no atendimento do cronograma do curso, tendo como destaque a redução de mais de 80% no nível da evasão em cursos de extensão desta modalidade. Contudo a metodologia utilizada ainda apresentava problemas. O objeto utilizado, por ter sido desenvolvido em linguagem flash da Adobe, apresentava sérios problemas de acessibilidade, além de não ser suportada para dispositivos móveis, restringindo a diversidade dos usuários da plataforma. Visando resolver este problema, houve a evolução para um OA que fosse implementado utilizando tecnologias como HTML5, que é uma linguagem de marcação de texto que atualmente também é utilizada para descrever outros tipos de documentos [W3C] e Javascript. Essa linguagem de programação é suportada pela maioria dos navegadores web, executada comumente no computador cliente [ECMA 2011], seguindo padrões W3C (World Wide Web Consortium), que evita o uso do flash, especificamente para plataformas mobiles. Esse passo resultou em uma plataforma mais acessível, além da implementação de novas funcionalidades. Esse novo OA foi incluído no Moodle utilizando o mesmo módulo de atividade do anterior. Entretanto, esses recursos ainda incomodava a equipe de desenvolvimento, pois toda estrutura do sistema não seguia padrões de desenvolvimento e não nos permitia que o acesso aos dados contidos em todos os objetos fornecidos pela ambiente base, dificultando o resgate do contexto de curso, dentre outras variáveis de usuário e sistema fornecidas pelo ambiente, afetando na velocidade e na segurança do ambiente. Nesta ocasião, iniciamos o projeto de desenvolvimento do curso para os voluntários da Copa do Mundo, visando apresentar um ambiente eficiente e funcional para 50 mil usuários, que refletisse uma nova proposta pedagógica, onde conteúdo e interface gráfica valorizassem as funções psicológicas dos futuros voluntários: percepção, atenção, memória e linguagem, com a inserção de elementos de prazer e satisfação durante a navegação. Partindo da pesquisa e estudo da estrutura interna do Moodle e considerando os padrões de usabilidade requeridos do curso para os voluntários da Copa do Mundo, decidimos utilizar a estrutura de um plugin formato ou format. Para tanto, transformamos o OA anterior em um plugin interno do Moodle, aproveitando toda sua estrutura de funcionamento, o que nos fez ganhar em segurança, velocidade e satisfação no uso do sistema. O resultado foi um ambiente moderno, interativo e motivador que entusiasmava os cursistas para o tema do voluntariado no contexto futebolístico. Para que o Moodle entendesse que se tratava de um plugin, e com o objetivo de tirarmos o máximo de proveito do sistema de instalação, foi necessário seguir uma estrutura predefinida de pastas e arquivos para ter acesso a base de dados e a estrutura de classes:         

course/format/mandacaru/lang/ course/format/mandacaru/config.php; course/format/mandacaru/format.php; course/format/mandacaru/lib.php course/format/mandacaru/styles.css, styles_THEMENAME.css; course/format/mandacaru/settings.php; course/format/mandacaru/renderer.php; course/format/mandacaru/version.php; course/format/backup/

A maior parte do código referente às funções de exibição de conteúdo ficaram no arquivo renderer.php,. Adicionamos também uma nova estrutura de pastas relacionada aos relatórios, que também foram feitos sob encomenda para atender a demandas gerenciais/pedagógicas.

2.3

Aspectos da usabilidade e navegabilidade do novo ambiente

As informações no projeto de redesenho do AVA para a criação de um novo protótipo de interface foram organizadas sob a perspectiva da aprendizagem centrada no usuário, estabelecidos a partir da análise do público alvo, do tipo de conteúdo. No caso dos voluntários, cujo público foi bastante diverso, com faixa etária variada, foi preciso elaborar elementos de acesso intuitivo, como um sistema de rotulação com linguagem fácil e identificação de seções a partir de iconizações e tipologias. Desta forma, valorizamos o conceito da arquitetura da informação, que diz respeito à organização da informação e seu fluxo, tornando-as facilmente identificadas, assimiláveis e úteis. Buscamos

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congregar harmoniosamente os recursos tecnológicos, o design e o conteúdo. É fundamental que o sistema seja amigável (user friendly) para produzir os resultados esperados (PRESSMAN, 1995). Por isso, os preceitos da usabilidade foram utilizados, de tal forma a permitir que o AVA pudesse ser manuseado de forma eficaz, eficiente, intuitiva, funcional e satisfatório, onde ao voluntário pudesse atingir facilmente seus objetivos. A navegabilidade, refere-se a capacidade do AVA em oferecer a informação de forma eficiente, também foi considerada. Uma boa navegação ocorre quando o cursista se sente orientado no ambiente, sabe exatamente para onde ir, como obter a informação e o que fazer com ela. Os recursos do Moodle foram reconfigurados para estimular a construção de conhecimentos a partir de uma experiência significativa e única de estudos. Os recursos iconográficos foram escolhidos para favorecer o campo visual e perceptivo e representar semanticamente as ações do voluntário no Megaevento2 (RAMOS et al, 2014). O Moodle oferece a possibilidade de trocar os temas da interface, a partir de um leque de opções, como também permite a produção de outros. Assim, a tela inicial da plataforma foi personalizada, conforme a região onde o voluntário atuou, e apresentava informações relevantes que o orientavam para o início dos estudos.

Fig. 2. Apresentação da página inicial. Capa de escolha do Módulo. Ao clicar nos Módulos Temáticos, o cursista tinha acesso aos conteúdos. Ele poderia iniciar e finalizar seus estudos por qualquer Módulo, traçando diferentes formas de navegação e estratégias de aprendizagem. Mesmo com a sequência didática dada a priori, o cursista desenhava seu itinerário de estudo e estabelecia as associações entre os temas e Módulos, integrando novos conhecimentos a sua estrutura cognitiva (NARDIN ET AL, 2009). A próxima figura evidencia essas trilhas de navegação e aprendizagem.

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Para ter acesso ao ambiente - https://www.youtube.com/watch?v=DS6PQyobIAM

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Fig. 3. Página de apresentação dos Módulos Temáticos (ao entrar, essa página da Ambientação abria como padrão)

No lado esquerdo da tela (fig 3) foram apresentados os menus com acesso rápido a vários recursos do sistema, como envio de mensagem para os tutores e equipe técnica, acesso a notas, etc. Esses menus permaneciam inalterados, independentes do Módulo selecionado, apenas a cor sofria alteração, a depender de cada Módulo, para facilitar a identificação de maneira mais intuitiva (RAMOS ET AL, 2014). Podemos observar que a arte gráfica foi relacionada com o tema Futebol e Copa do Mundo. Todas as imagens e cores foram criadas especificamente para fomentar a identidade do voluntário para o Megaevento futebolístico, deixando o processo de aprendizagem mais prazeroso. Conforme mencionamos anteriormente, o vídeo do Módulo da Ambientação (fig. 3) foi apresentado por um personagem, do tipo avatar, construído para se comunicar com os voluntários. Considerando que todos os elementos da interface gráfica são signos empregados intencionalmente, o avatar enviou uma mensagem e deixou explícita a intenção do curso, conforme os princípios da usabilidade. O avatar representou a mulher brasileira e sua fala intencionada teve significado aos voluntários. Após assistir ao vídeo, o cursista poderia clicar no menu “minhas tarefas” e ser direcionado à página a seguir:

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Fig. 4. Página de apresentação das atividades de estudo do menu “Minhas Tarefas”

A utilização destas ferramentas reaparecia em outros espaços e blocos da plataforma para que o cursista tivesse entradas diferentes para o mesmo objeto, fazendo com o que o seu percurso na plataforma fosse previsível, mas ao mesmo tempo pessoal e próprio, respeitando seu ritmo e o estilo de aprendizagem. Estes fatores visam aumentar a persistência e estão descritos no Modelo de Composição da Evasão e Persistência de Rovai (2003). Segundo pesquisadores da área, mesmos os cursos online bem planejados podem apresentar altas taxas de evasão se comparadas aos cursos presenciais (LEE E CHOI, 2007). Entre as causas da evasão, de responsabilidade da equipe pedagógica e de desenvolvimento, observamos pouca preocupação na montagem de um ambiente que ofereça ferramentas favoráveis à acessibilidade e adequadas aos diversos níveis de usabilidade, que valorize a intuição e a experiência virtual anterior do usuário para aquisição de informações específicas, como o desejo de enviar uma atividade, participar de um fórum, assistir um vídeo, etc. Para os autores construtivistas (COLL, 2004, ONRUBIA, 2005), o AVA deve promover atividades que tenham a intenção de colocar em ação o sujeito no papel de produtor de significados e sentidos na cadeia do processo produtivo de ensino e aprendizagem, oferecendo desafios e andaimes para vencê-los. Nessa abordagem teórica, orientada para AVAs, o processo comunicativo assíncrono, tipo fórum, amplia as possibilidades de diálogo e interação, permitindo que o tutor e os cursistas mais experientes possam atuar na zona de desenvolvimento proximal (VYGOTSKY, 1984), de forma a expandir a intervenção da função docente, que pode ser exercida por todo e qualquer um que se veja no papel de agregador de significados. Consideramos as regras de colaboração e ajuda mútua entre os usuários como elementos fundamentais para a especificação das interações entre os atores envolvidos em um ambiente distribuído a partir dos perfis de usuários. Essas regras estabeleceram as normas de interação entre atores e recursos didáticos envolvidos nas atividades de ensinar e aprender. No curso para o voluntariado, as atividades elaboradas para a promoção de uma aprendizagem construtivista foram estabelecidas em uma arquitetura de informação orientada pela lógica descrita a seguir. ●

As atividades de estudo individuais foram de dois tipos: atividade tipo lição que mesclava conteúdo com questionário final para conclusão do conteúdo específico e atividades de envio de arquivo. A escolha das atividades do curso visava minimizar o impacto da interação do usuário com baixo domínio da internet e com o sistema, tendo em vista que em momento nenhum da seleção foi designado uma prova ou um instrumento de controle do nível de

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inclusão digital desses cursistas. Outra atividade individual foi a Atividade Integradora que apresentava questões baseadas em situações problemas para o voluntário solucionar. ●

A comunicação assíncrona foi mediada pelos fóruns de tópico único ou fóruns de uma discussão simples, evitando que os usuários se perdessem nos tópicos construídos por outros cursistas. Esse tipo de fórum direcionava a discussão para a forma como o professor conteudista orientava a atividade, propiciando uma discussão mais focada e aprofundada do tema.



A avaliação da aprendizagem foi aferida por meio do questionário tipo “quiz" na finalização de cada módulo. Para responder ao questionário, havia o pré-requisito de visualização/realização das atividades do Módulo.

À medida que o cursista avançava nos estudos, uma barra de progresso (fig. 4) se movia. Esse temporizador de atividades assinalava o progresso do cursista nos Módulos. Podemos observar que os menus, botões, a barra de andamento do curso, as imagens, entre outros elementos, permitiram ao voluntário estabelecer uma comunicação sensível com as telas e construir mentalmente os percursos de estudos e interação.

2.4

Equipe Envolvida

Para a viabilidade do projeto pedagógico e suas diferentes fases, o trabalho envolveu uma equipe qualificada e multiprofissional de profissionais: professores, coordenador pedagógico, desenhistas gráficos, especialistas em arquitetura da informação e designer, desenvolvedores, programadores, ilustradores e gestores Moodle. Tanto o ambiente virtual quanto o material didático foram constantemente revisados, passando por diferentes momentos de adaptação até sua total validação. Na fase de execução do curso, além dos profissionais citados acima, participaram os supervisores, tutores e um sistema de suporte (helpdesk) ao cursista.

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RESULTADOS

O curso foi gratuito e amplamente divulgado nas redes sociais. Todos que se inscreveram no site do Ministério do Esporte e considerados aptos pela Polícia Federal do Brasil, foram cadastrados no AVA, totalizando 35.239 cursistas. O curso foi de extensão universitária e oferecia certificação de até 180 horas. Teve duração de 30 dias, embora após esse prazo, o AVA permaneceu disponível aos cursistas por mais 60 dias, entre março, abril e maio de 2014. Dentre o universo de cursistas cadastrados, 72% participaram e/ou realizaram alguma das atividades propostas. Na nossa avaliação, essa porcentagem poderia ser mais significativa se três elementos convergissem favoravelmente (RAMOS ET AL, 2014): 

O contexto sociopolítico do Brasil – A véspera da Copa do Mundo, o país viveu um momento sociopolítico de instabilidade frente às manifestações contra os gastos públicos do Megaevento. As mídias brasileira e internacional afirmavam a dificuldade do Brasil para conter os movimentos sociais e desconfiavam da realização do mundial.



A motivação/expectativa do voluntário – como o processo de inscrição foi gratuito e bastante divulgado, o curso atraiu diferentes pessoas, que apresentavam motivações distintas. Identificamos uma falta de clareza sobre o exercício do voluntariado. Muitos acreditavam que poderiam receber valor monetário ou algum tipo de recompensa. Ao perceber que a ação voluntária não demandava qualquer retribuição material, alguns desanimaram.



O fator tempo – o curso foi desenvolvido para ser realizado em 30 dias, considerando as demais fases da capacitação que previa encontros presenciais. Nesse intervalo, os cursistas se organizaram para realizar as atividades online, com planejamento para disponibilizar carga horária prevista na capacitação presencial.

Outro indicador importante que concorre para as taxas de evasão e persistência em cursos online é o perfil dos cursistas. Neste caso, o perfil dos voluntários que participaram do curso foi composto por 53% de mulheres e 47% de homens, com idade variando entre 18 e 30 anos. Eram estudantes, cursando o Ensino Superior, e não estava trabalhando formalmente no momento da realização do

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curso. Ainda segundo os dados do perfil, 84% dominavam o uso do computador e navegavam plenamente pela internet. Para realizar o curso, eles utilizaram os próprios computadores na respectiva residência e realizavam as atividades do curso durante a noite (RAMOS ET AL, 2014). De acordo com os dados3, o AVA apresentou 47 milhões de acessos, onde o número de páginas visitada por cursista foi em média de 585. Foram movimentados mais de 3400 Giga bytes (3,4 Terabytes), com média de 3 Giga bytes por visita / usuário durante todo o curso. Foram 125 mil usuários individuais (ou seja, computadores que acessaram a plataforma), gerando mais de 236 mil visitas e 82 milhões de hits em 3 meses de vigência do curso. Na figura a seguir, podemos perceber que o número de visitas às paginas foi quase igual ao de hits, ou seja, cliques resultando em intensas trocas de bytes. Os cursistas não visitavam páginas aleatórias, eles sabiam o que visitavam, clicavam apenas nos ícones e nas funções específicas, por isso que os resultados das navegações sempre geravam bytes de retorno.

Fig. 5. Gráfico de acesso ao AVA por dia.

Quanto aos dados de acesso, podemos perceber que a usabilidade foi intensa. Ocorreu uma linearidade, um equilíbrio nos dados de acesso por hora. A reusabilidade foi completa, de modo a permitir que o cursista acessasse a informação quantas vezes fossem necessárias. Ao considerarmos os gráficos de acesso por hora, confirmamos que os cursistas ficaram na plataforma, mantendo uma média de permanência, conforme a figura a seguir.

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Para acessar aos dados completos - http://portalbv.sytes.net:22101/cgi-bin/awstats.pl (estatísticas e dados do sistema RNP / Brasil).

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Barbosa, S.R. de Sá, E.H. Olímpio de Gusmão, R.A. de Medeiros Valentim, W.M. Ramos, R.N. Morais Bicalho (2015) CUSTOMIZATION PROCESS OF MOODLE FOR A UNIVERSITY EXTENSION COURSE: AN EXPERIENCE REPORT, INTED2015 Proceedings, pp. 5969-5980. ISBN 978-84-606-5763-7. ISSN 2340-1079.

Fig. 6. Gráfico de acesso ao AVA por hora.

Em relação às atividades do curso, podemos observar que os cursistas que acessavam cada Módulo realizaram a sequência didática sugerida pela interface gráfica: assistiram ao vídeo, fizeram a leitura do conteúdo, responderam ao questionário e, com menor índice, participaram do fórum. Apesar de ter sido possível ao cursista desenhar seu próprio percurso de aprendizagem, mesmo que a sequência didática fosse estabelecida a priori, eles mantiveram o padrão conforme apresentação dos Módulos na tela, isto é, começavam pela Ambientação, seguiam para o Módulo “História do Futebol e Megaeventos”, depois para “Meio Ambiente e Sustentabilidade” e assim por diante, realizando um percurso de aprendizagem que seguia da esquerda para a direita.

Fig. 7. Gráfico comparativo de acesso ao vídeo entre os Módulos Temáticos.

Ainda observamos o bom rendimento dos cursistas que estudaram determinado Módulo, evidenciando que os conteúdos e questionários foram articulados transversalmente, conforme proposta pedagógica do curso.

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Barbosa, S.R. de Sá, E.H. Olímpio de Gusmão, R.A. de Medeiros Valentim, W.M. Ramos, R.N. Morais Bicalho (2015) CUSTOMIZATION PROCESS OF MOODLE FOR A UNIVERSITY EXTENSION COURSE: AN EXPERIENCE REPORT, INTED2015 Proceedings, pp. 5969-5980. ISBN 978-84-606-5763-7. ISSN 2340-1079.

Fig. 8. Gráfico de aprovação nos Módulos Temáticos.

Para complementar a transversalidade dos conteúdos, os dados da Atividade Integradora evidenciaram que as competências para o voluntariado foram desenvolvidas, a partir da solução dada pelos cursistas para as situações problemas apresentadas.

Fig. 9. Gráfico de desenvolvimento das competências.

Em os todos os quatro Módulos houve o desenvolvimento das três competências propostas no curso. Destacam-se, todavia, os Módulos de Hospitalidade e Turismo, no qual prevaleceu a liderança/motivação, no Meio Ambiente e Sustentabilidade foi a competência do comprometimento, e no Módulo História do Futebol e Megaeventos a competência comunicativa.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O desenvolvimento de 55 mil linhas de novos códigos e 70% de tabelas modificadas para a customização do AVA, com foco na navegabilidade e usabilidade, permitiram aos cursistas flexibilidade nos itinerários de aprendizagem e rapidez de acesso (60% mais rápido) aos menus e link desejados. Tanto a customização do Moodle quanto a proposta pedagógica do curso apresentaram avanços no processo de aprendizagem. Os resultados demonstram que uma proposta pedagógica construtivista, alinhada à arquitetura da informação e desenho instrucional específico produzem ganhos significativos no aproveitamento dos cursistas. Para evidenciar a aplicabilidade dos conceitos e teoria que subsidiariam a construção do projeto pedagógico e confirmar o processo de aprendizagem, permanência, interação e satisfação quanto à proposta do curso, os próprios cursistas fizeram uma avaliação: mais de 80% afirmaram que o ambiente era convidativo, funcional, de fácil navegação e favorecedor dos processos de aprendizagem. De acordo com a literatura sobre evasão, três estratégias devem ser adotadas em cursos online: identificação do potencial e níveis de desafios para os estudantes, desenvolvimento de cursos de alta

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Barbosa, S.R. de Sá, E.H. Olímpio de Gusmão, R.A. de Medeiros Valentim, W.M. Ramos, R.N. Morais Bicalho (2015) CUSTOMIZATION PROCESS OF MOODLE FOR A UNIVERSITY EXTENSION COURSE: AN EXPERIENCE REPORT, INTED2015 Proceedings, pp. 5969-5980. ISBN 978-84-606-5763-7. ISSN 2340-1079.

qualidade, e provisão de serviços de assessoria, orientação e apoios com a finalidade de aliviar as dificuldades emocionais e pessoais dos cursistas (LEE & CHOI, 2007). Ressaltamos que todas essas estratégias foram consideradas no curso para o voluntariado. As inovações desenvolvidas possibilitaram maior interação entre cursistas/cursistas, cursistas/tutor, cursistas/ambiente e cursistas/conteúdo, de modo a representar um novo conceito de Ambiente Virtual de Aprendizagem. Atualmente, essa nova interface do Moodle está sendo expandida para outros cursos de extensão, especialização, plataformas de gerenciamento de informação e ensino superior. Com isso, esperamos que esses resultados possam contribuir para o planejamento de cursos online, com vistas a inovações possíveis para o Moodle e proposições pedagógicas.

REFERENCIAS [1] Vygotsky, L. S. (1984). Formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes. [2] Bonsiepe, G. (1997). Design: do material ao digital. Florianópolis: FIESC/IEL. [3] Rovai, A. P. (2003). Strategies for grading online discussions: Effects on discussions and classroom community in Internet-based university courses. Journal of Computing in Higher Education, 15(1), pp. 89−107. [4] Tinto, V. (1993). Leaving college: Rethinking the causes and cures of student attrition (2nd ed.). Chicago: University of Chicago Press. [5] Kember, D. (1995). Open learning courses for adults: A model of student progress. Englewood Cliffs, NI: Educational Technology Publications. [6] Park, J. H.; Choi, H. J. (2008). Factors influencing adult learners' decision to drop out or persist in online learning. Educational Technology and Society, 12 (4), pp. 207-217. [7] Morrogh, E. (2003). Information Architecture: An Emerging 21st Century Profession, New Jersey: Prentice Hall. [8] LTSC (2002). Draft Standard for Learning Object Metadata. IEEE Standard 1484.12.1. LTSC, Learning Technology Standards Committee. New York: Institute of Electrical and Electronics Engineers. Available at: http://129.115.100.158/txlor/docs/IEEE_LOM_1484_12_1_v1_Final_Draft.pdf [9] STANDART ECMA-262. (2011), ECMA Script Language Specification. Available at: http://www.ecma-international.org/publications/files/ECMA-ST/Ecma-262.pdf [10] Pressman, R. S. (1995). Engenharia de software. São Paulo: Markron Books. [11] Ramos, W. M.; Bicalho, R. N. M.; Gatti, T. H.; Oliveira, C. L. (2014). Online training for the FIFA World Cup Volunteers in Brazil. Proceedings of ICERI 2014 Conference 17th-19th, november, Seville, Sapin. Available at: http://iated.org/publications [12] Nardin, A. D. D; Fruet, F. S. O.; Bastos, F. P. (2009). Potencialidades tecnológicas e educacionais em ambiente virtual de ensino-aprendizagem livre. Revista Renote, 7(3). Available at: http://goo.gl/L2KBZ [13] Lee, Y.; Choi, J. (2011). A review of online course dropout research: Implications for practice and future research. Educational Technology Research and Development, 59 (5), pp. 593-618. [14] Coll, C. (2004). Psicología de la educación y prácticas educativas mediadas por las tecnologías de la información y la comunicación: una mirada constructivista. Sinéctica, 25, pp.1-24. Available at: http://portal.iteso.mx/portal/page/portal/Sinectica/Historico/Numeros_anteriores05/025/25%20Cesar% 20Coll-Separata.pdf [15] Onrubia, J. (2005). Aprender y enseñar en entornos virtuales: actividad conjunta, ayuda pedagógica y construcción del conocimiento. RED. Revista de Educación a Distancia. Murcia (España). Año IV. Número monográfico II - 20 de Febrero de 2005. Available at: http://www.um.es/ead/red/M2/

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