DA COLINA, RESSOAM NOVAS VOZES MEDIANTE ANTIGAS UTOPIAS (UMA APRESENTAÇÃO

May 20, 2017 | Autor: Fabio Py | Categoria: Romanticism, Estudos do Novo Testamento, Hermenéutica, Biblical Hermeneutics
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DA COLINA, RESSOAM NOVAS VOZES MEDIANTE ANTIGAS UTOPIAS (UMA APRESENTAÇÃO) Fábio Py Murta de Almeida*

Para iniciar o livro, gostaríamos de destacar seus interesses. É verdade, não podemos negar, que, com ele, estamos impregnados de perspectivas. Mal dizendo, é bem conhecida a figura de que um livro é como uma criança entre a família, pois já nascem cheios de expectativas. Talvez, por isso, não há nele muito o singular, o particular, o impar. Creio, portanto, que uma boa marca para ele seja: o plural, já que sua formação ocorreu nas duplas, nas quadras. Formou-se em conjuntos. Isso por que, embora seja fruto de uma organização, o livro se fez lido e relido entre os envolvidos. O conjunto apoiou e estabeleceu as pesquisas e relevâncias. Em conjunto, deixaram-se, envolveram, deixando-se envolver no projeto da produção de suas pesquisas. Assim, cada qual foi à produção. Digo isso por que todos em questão foram alunos de uma mesma turma de uma instituição. Todos, irrestritamente, se formaram na turma de 2011 de Teologia da Faculdade Batista do Rio de Janeiro (FABAT – instituição mantida pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil/STBSB). Por isso, entre as paredes da instituição centenária ocorriam entre eles trocas, diálogos e conversas que se fizeram pertinentes provocando pesquisas. De forma geral, entre suas trocas, e no tocante as nossas conversas, iam moldando, hora diretamente e hora indiretamente, à medida que as linhas iam ganhando maiores proporções. Portanto, de forma audaciosa, não podemos deixar de destacar que, na verdade, o interesse central desse livro-organização, Na colina: entre as mãos, experiência no Novo Testamento, é mostrar que existem pesquisas feitas com qualidade nas graduações religiosas. Que, mesmo entre as loucuras dos interesses alheios das estruturais religiosas e de falta de subsídios que se estabelecem nas instituições privadas brasileiras (cada uma na sua particular ‘via cruz’), existem projetos e pesquisas acadêmicas. Mesmo sem

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Físico, teólogo e historiador. Mestre em Ciências da Religião pela UMESP e doutorando em Teologia pela PUC-RIO. É professor assistente de história na Faculdade Batista do Rio de Janeiro (FABAT). É editor da revista Pós-Escrito e participa do Grupo de Pesquisa vinculado ao CNPQ: Religião, Mística e Modernidade da PUC-RIO. Escreveu 2 livros e publicou 34 artigos em revistas nacionais e internacionais. Contribui para o site da Agencia Carta Maior (www.cartamaior.com.br) e para Caros Amigos (http://carosamigos.terra.com.br/index2/). Apresentação do livro: Na colina: entre as mãos, experiência no Novo Testamento, que deve sair em 2012, a ser publicado. E o agradecimento especial para as leituras e correções dos artigos e do livro para especialista Carolina Bezerra de Souza.

recursos, diante dá má vontade geral do religioso e mediante a certa liberdade acadêmica disposta na faculdade, pode-se produzir. Outro detalhe dá mais dignidade á publicação: ela toca a questão da área de submissão na CAPES, por que a área de Teologia e as Ciências da Religião ainda é embrionária no Brasil. Ainda mais, considerando que as pesquisas foram geograficamente localizadas no Rio de Janeiro - estado ainda impregnado por certo positivismo acadêmico que tem poucas iniciativas nesse ramo de estudos. O que corrobora com a inacessibilidade aos recursos destinados junto Ministério da Educação e da Cultura (MEC) à temática religiosa. É complicado, de forma geral. Saindo, ainda, um pouco do estado e pensando em termos da federação, o MEC mantém a política de poucos acessos destinados a pesquisas na área das Teologias e das Religiosidades. O que não nos deixa outra percepção, a não ser a de que, tanto na federação quanto localmente, nossos dirigentes incentivam pouco a democratização do saber acadêmico. Como os senhores poderão aferir adiante, mesmo diante de tantos ‘poréns’, ‘intrarreligiosos’ e ‘extrarreligiosos’, cariocas e brasileiros, que emergem na total falta de apoio e submetidos às restrições que nos chegam a cada dia mais, mediante a agenda da direita-liberal traçada ao modus fundamentalista1, mesmo assim (diante de tudo e de todos!), consolidamos pesquisas. Em termos organizacionais, o livro foi dividido em capítulos dispostos na seqüência dos textos da Bíblia. Cada pesquisador se responsabilizou por um capítulo. Outro detalhe sobre os textos dessa organização: todos são acomodações que refratam um pouco dos trabalhos apresentados pelos pesquisadores para a conclusão do curso do Bacharelado em Teologia da Faculdade Batista do Rio de Janeiro. São recensões feitas a partir dos trabalhos monográficos (Trabalho de Conclusão de Curso/TCC), que custou dos ex-alunos esforços dos dois últimos anos das trajetórias acadêmico-teológicas. Tal livro recebeu esta titulação geográfica, Na colina, porque a Faculdade Batista do Rio de Janeiro recebe esse apelido de seus frequentadores, e, nela foram fomentadas as pesquisas. Explico: para aqueles que não conhecem a Faculdade Batista se localiza numa subida ‘rasgada’ no meio da Floresta da Tijuca, um canto bonito e de ares puros em meio do caos urbano da metrópole carioca. 1

Para a descrição dos movimentos liberais fundamentalistas, vide o bom ensaio de Domenico Losurdo, A linguagem do império: o léxico da ideologia estadunidense, São Paulo: Boitempo Editorial, 2010, p. 8096, e para aqueles que se interessam por abordagens que enfraquecidas do marxismo vide os ensaios e as análises de Slavoj Zizek, Bem-vindo ao deserto do real! Cinco ensaios sobre o 11 de setembro e das datas relacionadas, São Paulo: Boitempo Editorial, 2003, p.68-81.

Podemos dizer que, além da excelência desses trabalhos revertidos em capítulos e além de terem sido fomentados no âmbito da Faculdade Batista, há outra linha que os uni, costurando-os. Suas pesquisas versam leituras, práticas e metodologias frente aos textos neotestamentários. A indicação do subtítulo, “entre as mãos experiências no Novo Testamento”, se dá por que foi entre doze mãos que se fez a discussão das hermenêuticas e os limites interpretativos dos textos centrais da fé cristã. Sobre eles e suas interpretações, de forma indireta, buscaram os questionamentos do professor francês da Universidade de Chicago, Paul Ricouer, quando trata da função das parábolas. Aqui expandimos tal afirmação de Paul Ricouer, não só pensando na função de ler e interpretar os textos parabólicos, mas de todo Novo Testamento. O filósofo questiona, no início do seu livro, sobre as implicações de determinados textos bíblicos hoje. Escreve ele: “Pregar hoje sobre as parábolas de Jesus parece uma causa perdida. Não já ouvimos essas histórias na escola dominical? Não são histórias infantis indignas de nossa pretensão ao conhecimento científico, em particular em uma capela universitária? As situações que evocam não são típicas da vida rural, que nossa civilização urbana tornou praticamente incompreensível? E os símbolos que outrora despertavam a imaginação de gente simples, esses símbolos não se tornaram metáfora morta, tão mortas como o pé da cadeira? Ainda mais: o desgaste dessas imagens, herdeiras da vida agrícola, não é a prova convincente da erosão geral dos símbolos cristãos em nossa cultura moderna?”2 A perspectiva desse singelo livro se acha junto a hermenêuticas da Teologia Bíblica Latino-Americana. Seus autores-pesquisadores buscaram, há seu modo (‘localmente’), isto é, tendo em vista cada qual seu fragmento de texto e sua prática hermenêutica, estudar, dando relevância a suas escolhas textuais, o Novo Testamento mesmo que os símbolos bíblicos estejam esvaziados e não se viva mais em sociedade rurais como o povo bíblico. É verdade, também, que cada autor não estuda apenas de forma erudita, mas carregam em si convicções ligadas ao ethos cristão. Empurrão que, para Paul Ricouer3, já ajuda, dá relevância entre os adeptos. A leitura dos textos, para Paul Ricouer, leva à condição de se sentir impressionado pela relevância dos fragmentos bíblicos. Daí, só por isso, essas leituras latino-americanas têm vigor e substância.

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Vale a indicação de que Paul Ricouer faz uma série de questionamentos a fim de poder responder aos seus leitores posteriormente, na seqüência de sua obra, Paul Ricoeur, A hermenêutica bíblica, São Paulo: Edições Loyola, 2006, p.226. É um truque retórico que parte da ideia de questionamentos e de fomentar hipóteses encima delas, tal como funcionam as pesquisas nas ciências humanas. 3 Paul Ricoeur, A hermenêutica bíblica, p.227.

Procurando responder as provocações de Paul Ricoeur, o pastor-estudioso e militante político, Henrique Vieira, no primeiro capítulo, traça as características do seguimento de Jesus que o tornavam alternativo à lógica de dominação romana na Galileia do primeiro século. Para isso, Henrique usa métodos ligados à história-social4, possibilitando traçar os discursos e práticas que faziam do seguimento de Jesus uma expressão messiânica contestatória que rejeitava a inevitabilidade do Imperialismo Romano. Conclui que a noção de Reino de Deus é uma alternativa altiva apontando em Jesus e implicando juízo sobre os poderosos, e se baseava na construção de uma nova realidade sob o domínio exclusivo de Deus, e não de César. Já no segundo capítulo, também apontando caminhos éticos políticos, a mestranda em Ciências da Religião da PUC-GO Carolina Bezerra de Souza, de forma mais estrutural, percebe que o Evangelho de Marcos é um texto narrativo de característica complexa, tanto por seus assuntos, como por seu arranjo dos acontecimentos. Carolina vai mais além, a partir da análise narrativa, percebe como o autor do evangelho utilizou padrões de repetição e intertextualidade, personagens tipos e exceções aos tipos para compor uma história retórica por si. Cuida que o Evangelho de Marcos, além de uma trama cronológica de arranjo cuidadoso, fora um livro composto para ser ouvido na comunidade e buscava fazer apreendida uma história de Jesus e das reações a Ele, tal como os estudos weberianos apontaram sobre os Textos Sagrados5. Pela narrativa, observa as tentativas de fazer de Jesus uma figura ideal e de demonstrar sua autoridade em continuidade à tradição de Israel como questões importantes para o autor do texto. Este utiliza a caracterização, o narrador e as situações da história narrada, mas também as várias referências diretas e indiretas à tradição de Israel e aos textos do Antigo Testamento. Já no terceiro capítulo do livro, o missionário e pesquisador Thiago Rosendo de Souza nos brinda com um texto que, ao lançar mão de duas perspectivas teológicohermenêuticas, mostra as viabilidades dessas formas de interpretar os textos bíblicos. Seu ensaio muito se parece com um exercício sobre a prática de leitura bíblica. Assim, para o exercício, selecionou a perícope Marcos 10,17-31 e buscou elucidar como as opções geradoras de formas interpretativas analisam um elemento de extrema 4

Digamos que seriam as formações mais tradicionais levadas pelo marxismo, que partem do ‘macro’ para a ‘micro’, que pensam a economia ponto fundamente para a compreensão das relações de força da sociedade, tal como indica, Ciro Cardoso, “Modernismo e pós-modernismo uma antologia de alto nível”, Tempo, Rio de Janeiro, v. 2, n. 4, p. 196-201, 1997. 5 Vide Max Weber, Ancient Judaism, New York: Free Press, 1967, p.90-117.

importância da teologia cristã: o conceito de Reino de Deus. Toma como pano de fundo a história e o conceito dos métodos históricos para verificar de que maneira concebem o Reino de Deus. Assim sendo, sua pesquisa elabora uma possível proposta de leitura do termo Reino de Deus no texto de Mc 10,17-31. Tendo em vista o método históricogramatical, o texto trataria da soberania de Deus no indivíduo, então, o Reino que se estabeleceria no “fim dos tempos”. Agora, do ponto de vista do método históricocrítico, seria uma resposta à necessidade concreta da comunidade ao qual o Evangelho foi dirigido. Essas descrições mostram as perspectivas de grupos distintos na modernidade. Um deles ligado ao fundamentalismo, que entende o Reino de Deus de forma escapista, com a preferência de fuga dos problemas da modernidade. Fuga que, para Domenico Losurdo6, ajuda a sustentar as bases do pensamento liberal-capitalista. De outro lado, há um grupo diametralmente oposto aos fundamentalistas. Primando contornos dialogais, os chamados, por isso, liberais entendem que o Reino de Deus já se iniciaria na terra, por isso, buscam traçar caminhos e saídas para falência humana. Após, concepções sobre o Reino de Deus, o próximo capítulo, quem passa ao escrito é o pastor, e mestrando em Teologia da PUC-RIO, Rodrigo Fernando de Sousa Figueiredo que busca entender a mentalidade no livro de Atos dos Apóstolos frente à redação de Pentecostes. Rodrigo questiona se o falar em línguas é de fato tradição paulina, ou trata-se de outras tradições a respeito do assunto. Para tanto, o pesquisador busca características comuns entre a manifestação religiosa de falar em línguas do testemunho paulino em 1Coríntios e a narrativa lucana do evento Pentecostes. Para tentar responder à questão, Rodrigo utiliza a teoria do quadrilátero semiótico como uma chave de leitura para o texto de Atos 2, percebendo que seria possível a existência de características comuns entre os testemunhos glossolálicos: tendo um núcleo central reconhecível. Para terminar as exposições, o pastor e pesquisador Jorge André dos Santos Santoro, tendo em vista rascunhos historicistas7, instiga que a história é o ponto de partida, a hipótese filosófica e o ponto de chegada de qualquer trabalho bíblico. Isso por que, para o pesquisador, as perseguições e seus conflitos sociais, étnicos e religiosos seriam o pano de fundo da mensagem que a Primeira Epístola de Pedro reserva aos 6

Vide, Domenico Losurdo, A linguagem do império: o léxico da ideologia estadunidense, São Paulo: Boitempo Editorial, 2010, p. 80-96. 7 Para a noção do historicismo alemão que considera que a historia junto á filosofia, para seus representantes, junto á hipótese filosófica que se constitui uma abordagem histórica, vide Jose Carlos Reis “O Historicismo: a Redescoberta da História”, Locus: Revista de História, Juiz de Fora, v. 8, n. 1, 2002, p.10.

leitores. Assim, o pesquisador busca, nas raízes histórico-culturais, desvendar a ideologia8 do grupo junto à visão teológica-sócio-histórica-literária e, finalmente, entender qual seria o significado da oikos para o cristianismo nascente. Para ele, existe uma estreita ligação entre a primeira diáspora (Macabeus) e a segunda diáspora (destruição de Jerusalém), que corresponde à ligação entre as sinagogas e o fomento da oikos na Literatura Cristã Primitiva. Especificamente, deixa claro, no texto, que a oikos, em Primeira Pedro, é mais do que um lar, tornou-se um conjunto de relações sóciojurídico-religiosas que interagem com mundo helênico. Dessa forma, falando de oikos, “casa” terminamos a leitura desse complexo de textos organizado e estruturado na forma de livro. Nele, não deixamos de lado temáticas importantes da literatura neotestamentária: como noção de Reino de Deus junto ao olhar dos grupos fundamentalistas e liberais, também, se passa pela estrutura e a funcionalidade do livro de Marcos; a própria nomenclatura “oikos” em Primeira Pedro pode ser uma possibilidade de prática e ações pastorais, e da mesma forma também o tema do “falar em língua” vem ocupando uma série de discussões nos meios religiosos. Queremos dizer que seus textos e temáticas dispostas no livro são completamente atuais! Elas têm um lugar de destaque no pensar do cristianismo contemporâneo, por isso, convidamos a todos amigos a leitura desse. Adiantando que, nessa pequena coleção de capítulos, articulam-se questões absolutamente relevantes, desde a história da interpretação do Novo Testamento, que até hoje ocupam espaço nos debates atuais de sua literatura. Particularmente, quero deixar claro que se costurou o Na colina: entre as mãos, experiências no Novo Testamento com um sentido último, ligado à crítica social quase sempre negligenciada nas comunidades cristãs que preferem circo ao pão. Permitam-me esclarecer a minha proposta: penso que, diante de uma infinidade de textos cristãos, ainda se fomenta o papel primordial da leitura de textos pré-capitalistas e prémercantilistas como os textos do Novo Testamento. Isso é algo que, no mínimo, faz (re)pensar e caracteriza nosso palpite. De forma singela, buscamos propor um caminho frente aos questionamentos de Paul Ricouer citados acima. Nesse sentido, pensamos que, ideologicamente, estes textos podem nos mostrar ainda a direção dos ventos primaveris. Isso por que, nutrido por velhos enredos (ainda atuais) do cristianismo da

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A terminologia “história”, “cultura” em grupos menores foi analisada no texto de Leandro Konder, A questão da ideologia, São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

libertação9, se pode dizer que o próprio ato de leitura de textos antigos, é um protesto, é um ato político! Lemos isso em Miguel Candel10 quando analisa a crítica social de Karl Marx, já na sua tese de doutoramento, quando interpreta textos gregos antigos na modernidade. Crê que Marx, com isso, mostra toda sua inconformação com a modernidade. Agora, saindo de Marx, lido por Miguel Candel, e voltando para o nosso caso ‘intracristianismo’. A manutenção da prática da leitura e a continuidade da sacralização desses Textos Sagrados seriam um rascunho, uma demonstração de que, no centro do cristianismo, há uma matriz de inconformação com a modernidade, da mesma forma que Michel Candel demonstra com os primeiros escritos de Marx. Em outras palavras, ter, no cerne da religião cristã, tal passado de natureza pré-capitalista é, no mínimo, uma aversão aos caminhos modernos. Pois, as práticas mais comuns do pré-mercantismo não se configuram com o liberal-capitalismo, onde se mais nutri a ganância, o vintém e a sua eleição de uns, frente os demais. Minha tese é que a finalidade em tal manutenção romântica era de, pelo menos, abrir mais possibilidades anticapitalistas para o cenário moderno. Afinal, mesmo sugando e nutrindo a ordem vigente globalizada, a luta por um mundo melhor, mais igual, como se lê em Mateus 25, é uma idealização cristã. Dessa forma, trazer á tona o passado idealizado (junto aos Textos Sagrados) é a busca de respirar novos frescores vindos de outros ventos utópicos. Sonhos, que no nosso caso, fomentamos sobre a Colina, na esperança de que o Novo Testamento em Cristo inspire a todas saídas mais dignas a humanidade ao inverso da hegemonia da falsa democracia do império estadunidense. Afinal, de nossas mãos e mentes, vazam experiências dos porões sujos do Mundo romano, irrigadas pelos rebeldes revolucionários liderados por Jesus11, e que a lógica neoliberal de hoje tenta silenciar. Aos mandatários do mundo capitalista o aviso: seguem em nossas mãos o Evangelho de Cristo (vindo direto dos porões da Palestina)

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Michel Lowy, A religião dos deuses, Petrópolis, Vozes, 2003. Neste detalhe, gostaríamos de fazer um destaque. Para Miguel Candel, a idealização no passado précapitalista de desenvolvimento da religião é um fio que move a utopia de transformação da sociedade atual, que se pode ver no próprio Marx quando escreve seu trabalho de doutoramento sobre Epicuro e Demócrito, vide para isso o seu Miguel Candel, Presentación, Escritos sobre Epicuro, Marx (1839-1841), Barcelona: Crítica, 1988, p.22. 11 Jesus como rebelde-revolucionário vide a tese de Richard Horsley e John Hansom, Bandidos, Profetas e Messias, São Paulo: Paulus, 1995 e John Crossan, Jesus: uma biografia revolucionária, Rio de Janeiro: Imago, 1995. 10

que nos inspira desde a Colina até a America Latina. Seguiremos plantando e curtindo suas belas flores, e, mesmo que as cortem, não poderão sucumbir a primavera.

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