Da Gramática de Construções à Gramática de Construções Baseada no Uso

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Descrição do Produto

A. Links taxonômicos
Tipos de links entre construções
Diessel (2015) e a arquitetura da rede construcional
CONSTRUÇÃO GRAMATICAL
Exemplos
Convergências em GC: premissas fundamentais
CONSTRUÇÃO
EXEMPLOS
Palavra
a, abacaxi, gato, Zico
Estrutura morfológica
des-V (ex: desligar), N-eiro (ex: jornaleiro)
Idiomatismo substantivo
chutar o balde, bater as botas
Idiomatismo formal
dar uma de ADJ (ex: dar uma de maluco); que mané X (ex: que mané descanso).
Construção bitransitiva
SUJ V OD OI (ex: Ele deu um ovo para mim)
Construção passiva
Suj Aux SVparticípio PPpor
(ex: A peteca foi comprada pela Liana)
Convergências em GC: premissas fundamentais
O "CONTINUUM LÉXICO-SINTAXE"
CONCLUSÃO: A totalidade do conhecimento linguístico – de palavras a construções sintáticas inteiramente abertas, passando por padrões morfológicos e expressões idiomática semipreenchidas – pode ser capturada em termos de construções gramaticais construções de cima abaixo ("constructions all the way down"; Goldberg (2013))
O conhecimento linguístico como um inventário de construções

"Constructicon"
Convergências em GC: premissas fundamentais
O "CONTINUUM LÉXICO-SINTAXE"
A ARQUITETURA DO CONHECIMENTO GRAMATICAL (ou: o formato do constructicon)


C4
C5
C1
C2
C3

rede
construcional
Convergências em GC: premissas fundamentais
Existência de construções total ou parcialmente abertas
De que maneira o falante é capaz de produzir enunciados inéditos?
Possibilidade de integração entre construções
Convergências em GC: premissas fundamentais
CRIATIVIDADE LINGUÍSTICA
A FAMÍLIA DE ABORDAGENS CONSTRUCIONISTAS
GRAMÁTICA DE CONSTRUÇÕES
Gramática de Construções Unificacionista
Gramática de Construções
Baseada no Uso (GCBU)
Berkeley
Construction
Grammar
Sign-based Construction Grammar
Cognitive Construction Grammar
Cognitive Grammar
Radical
Construction Grammar
Divergências em GC: uma família de modelos teóricos

GC UNIFICACIONISTA
GC BASEADA NO USO
Ênfase sobre o desenvolvimento de um formalismo exaustivo
Formalização pouco sistemática, apenas para fins didáticos
(clareza de exposição)
Interesse limitado na
realidade psicológica das construções
Forte compromisso com a realidade psicológica das construções
Busca pela descrição maximamente econômica, parcimoniosa
Descrição maximalista, com importância limitada atribuída ao critério de economia descritiva
COMPARAÇÃO ENTRE AS VERTENTES DA GC
Divergências em GC: uma família de modelos teóricos
Gramática de Construções
Baseada no Uso
A experiência linguística do falante
interfere na organização
do conhecimento linguístico subjacente.

Frequência
Recência
Princípio fundamental
CONSTRUÇÃO GRAMATICAL
Qualquer pareamento entre informações de forma (aspectos fonológicos, morfossintáticos, prosódicos) e de significado (aspectos semânticos, pragmáticos, funcionais, discursivos)
Exemplos
árvore
bom dia
des-V
N-aiada
Que X o quê
Quero ver X
É bom X
mesa
V-ão
SUJ V OD OI
SUJ V OD
VS
Convergências em GC: premissas fundamentais
CONSTRUÇÃO
EXEMPLOS
REFERÊNCIAS
Construção Bitransitiva
She told him the truth
Goldberg (1992,1995)
Construção Dativa
She told the truth to him
Goldberg
(1992, 1995)
Construção de Movimento Causado
They laughed the poor guy out of the room
Fillmore, Kay e O'Connor (1988)
Construção Resultativa
John hammered the metal flat
Goldberg (1995), Boas (2003), Goldberg e Jackendoff (2004)
2ª FASE: idiomatismos sintáticos e semânticos + construções regulares

Origens e breve histórico
FASES DA GC
1ª FASE: idiomatismos sintáticos e semânticos

CONSTRUÇÃO
EXEMPLOS
REFERÊNCIAS
Construção ISIS
Well, the thing is is that um I ba[sically] I basically know how much I have, right?
Brenier e Michaelis (2006)
Construção de Sintagma Nominal com Artigo Indefinido Posposto Opcional
This is anticipated to be more common a scenario than fleas spreading bubonic plague

Hillert (2001)
Origens e breve histórico
FASES DA GC
Gramática de
Construções
Origens e breve histórico
Década de 1980
Universidade da Califórnia – Berkeley
Charles Fillmore, Paul Kay e George Lakoff
INFORMAÇÕES PRELIMINARES
CONTEXTO TEÓRICO
Questionamento do modelo "léxico mais regras"
Fonte do questionamento: expressões idiomáticas, sobretudo idiomatismos sintáticos esquemáticos
If you had've eaten it, you would have died (FILLMORE, 1985)

What the devil did you fix it with? (FILLMORE, 1985)

There comes Harry with his hat on (LAKOFF, 1987)

He doesn't drink beer, let alone caipirinha (FILLMORE; KAY; O'CONNOR,1988)

Origens e breve histórico
PRIMEIROS TRABALHOS
O conhecimento do falante sobre idiomas esquemáticos pode ser capturado por meio de esquemas simbólicos que devem ser aprendidos e memorizados individualmente.
Exemplos
(1) Que mané X (Que mané "não vai ter Copa")
(2) What's X doing Y? (What's this fly doing in my soup?)

construção gramatical
Origens e breve histórico
PROPOSTA 1
(2) Que X o quê (Que "não vai ter Copa" o quê)
A totalidade do conhecimento linguístico do falante pode ser capturada por meio de esquemas simbólicos que devem ser aprendidos e memorizados individualmente.

construção gramatical
Exemplos
(1) SUJ V OD (Guerrero marcou o gol)
(2) SUJ V OD OI (João deu uma flor para Maria)
Origens e breve histórico
PROPOSTA 2
The people who decide on such things would surely declare that the phenomena I have been describing belong to the "periphery" of grammar and not its "core" [...]. I would like to suggest that since in the "peripheral" cases the "constructional" account has, as I see it, a number of advantages, perhaps a constructional treatment should be preferred throughout. This would at least make it less necessary to believe that there is a major discontinuity between Core Grammar and The Periphery. (FILLMORE, 1985)

retórica construcionista


Origens e breve histórico
PROPOSTA 2
1ª FASE: idiomatismos sintáticos e semânticos

2ª FASE: idiomatismos sintáticos e semânticos + construções regulares


Adele
Goldberg

Origens e breve histórico
FASES DA GC
1ª FASE: idiomatismos sintáticos e semânticos

CONSTRUÇÃO
EXEMPLOS
REFERÊNCIAS
Construções
tautológicas nominais
- Fathers are fathers
- A father is a father
Wierzbicka (1987)
Construção de
Amálgama Sintático
There was a farmer had a dog
Lambrecht (1988)
Construção let alone
Max won't eat shrimp let alone squid
Fillmore, Kay e O'Connor (1988)
Construção de
Resposta Incrédula
Him wear a tuxedo?! (Sure.)
Lambrecht (1990)
Construção WXDY
What's your name doing in my book?
Kay e Fillmore (1999)
Origens e breve histórico
FASES DA GC
Princípio derivado
A representação do conhecimento linguístico é maximalista
Representação maximalista do conhecimento linguístico
"Princípios da teoria gerativa clássica:
Economia: uma gramática deve dar conta do maior número possível de dados com o menor conjunto possível de afirmações.
Geratividade: uma gramática é um conjunto de declarações que especifica nos máximos detalhes de que maneira expressões devem ser construídas; ela produz como output um conjunto bem definido de expressões.
Reducionismo: se as regras da gramática descrevem plenamente a composição de uma estrutura particular, essa estrutura não será listada individualmente na gramática."
(LANGACKER, 1988)
UM ARQUÉTIPO DA CONCEPÇÃO GERATIVISTA



Representação
mnemônica rica
("rich memory
representation")
BYBEE, 2001;
2010; 2013
Redundância
Variação
Contexto
Inferência pragmática
A ALTERNATIVA DA GCBU


Representação maximalista do conhecimento linguístico
D. Links lexicais
Tipos de links entre construções
Diessel (2015) e a arquitetura da rede construcional
C. Links lexicais
Tipos de links entre construções
Diessel (2015) e a arquitetura da rede construcional
C. Links sintáticos
Tipos de links entre construções
Diessel (2015) e a arquitetura da rede construcional
C. Links sintáticos
"A maior parte das teorias pressupõe um conjunto de categorias sintáticas anterior à análise sintática; mas nas abordagens baseadas-no-uso as categorias sintáticas emergem a partir da experiência do usuário da língua com as construções" (DIESSEL, 2015)
"Construções, não categorias e relações, são a unidade básica – ou primitiva – da representação sintática" (CROFT, 2001)
Tipos de links entre construções
Diessel (2015) e a arquitetura da rede construcional
Tipos de links entre construções
Diessel (2015) e a arquitetura da rede construcional
"No fim das contas, o que as crianças aprendem é uma rede de construções relativas interconectadas. O desenvolvimento se inicia com relativas de sujeito que envolvem a mesma sequência de nome e verbo das sentenças simples e termina com as relativas de genitivo, que são estrutural e semanticamente distintas de todos os demais tipos de relativas"

(DIESSEL, 2015)
Tipos de links entre construções
Diessel (2015) e a arquitetura da rede construcional
Diessel e Tomasello (2005)
Relativas de sujeito causam menos dificuldades para crianças em fase de aquisição do inglês e do alemão
Em inglês, a resposta às relativas não-sujeito é muito próximo; em alemão, as relativas OD causaram menos dificuldades que as relativas OD e OBL.
Tipos de links entre construções
Diessel (2015) e a arquitetura da rede construcional
B. Links horizontais
Como sabemos disso?
Evidências experimentais referentes ao armazenamento de palavras: Harley (2001), McNamara (2005)
Evidências experimentais referentes ao armazenamento de construções sintáticas: Bock (1986), Hare e Goldberg (2000)
Evidências experimentais referentes à aquisição de construções: Diessel e Tomasello (2000)
Tipos de links entre construções
Diessel (2015) e a arquitetura da rede construcional
B. Links horizontais
SUJ V OBJ1 OBJ2
SUJ V OBJ OBL
She told him the truth
She told the truth to him
Tipos de links entre construções
Diessel (2015) e a arquitetura da rede construcional
A título de conclusão
Na GC, assume-se que a totalidade do conhecimento linguístico pode ser descrita a partir do conceito de construção gramatical – pareamento de forma (aspectos fonológicos, prosódicos, morfossintáticos) e significado (aspectos semântico, pragmáticos, discursivos, funcionais).
Nesse sentido, o conhecimento linguístico é visto como uma grande inventário de construções gramaticais – um constructicon (construction + lexicon). Trata-se, assim, de um modelo derivacional.
A título de conclusão
As construções gramaticais podem ser pensadas a partir de um continuum, que se organiza segundo duas dimensões: grau de preenchimento e grau de complexidade estrutural interna. Os dois extremos desse continuum são os domínios tradicionais do léxico e da sintaxe.
Em termos de arquitetura do conhecimento gramatical, essas construções se organizam em uma rede de construções interconectadas.
Nesse modelo, a criatividade linguística é vista como resultado de dois fatos: (i) muitas construções tem slots não-preenchidos; (ii) as construções se integram para produzir enunciados concretos.
A título de conclusão
A GC deve ser entendida como um arquimodelo que se cinde em duas grandes frentes: as abordagens unificacionistas (de inclinação formalista) e as abordagens baseadas-no-uso (de inclinação funcional-cognitiva).
O princípio fundamental da GCBU é a ideia de que o conhecimento linguístico é afetado pela experiência linguística do usuário da língua.
8. Nesse modelo, a criatividade linguística é vista como resultado de dois fatos: (i) muitas construções tem slots não-preenchidos; (ii) as construções se integram para produzir enunciados concretos.
EXEMPLO DE REDE MAXIMALISTA EM SEMÂNTICA LEXICAL
(LANGACKER, 1988)


Representação maximalista do conhecimento linguístico
RUN
Representação maximalista do conhecimento linguístico
EXEMPLO DE REDE MAXIMALISTA EM GRAMÁTICA (LANGACKER, 1988)


Diessel (2015) e a arquitetura da rede construcional
Da maneira como eu vejo, existem dois princípios gerais que subjazem à – ou restringem a – análise da estrutura linguística nessa abordagem [GCBU]:

Primeiro, a estrutura linguística pode ser analisada em termos de signos complexos, isto é, construções, combinando um padrão estrutural específico com uma função ou significado particulares.

Segundo, todos os signos linguísticos (isto é, signos lexicais e signos gramaticais) estão conectados uns aos outros por diversos tipos de links, de modo que a gramática pode ser vista como uma rede dinâmica de signos interconectados.

Princípios da GCBU e objetivo central do capítulo
A. Links taxonômicos

B. Links horizontais

C. Links sintáticos

D. Links lexicais
C4
C5
C1
C2
C3
Diessel (2015) e a arquitetura da rede construcional
Tipos de links entre construções
A. Links taxonômicos
Tipos de links entre construções
Diessel (2015) e a arquitetura da rede construcional
A. Links taxonômicos
Como sabemos disso?
Evidências experimentais: Gómez e Gerken (1999)
Evidências observacionais: Dabrowska (2000)
Tipos de links entre construções
Diessel (2015) e a arquitetura da rede construcional
A título de conclusão
12. Tal representação maximalista implica que a representação do conhecimento linguístico inclui: redundância, variação, contexto e inferência pragmática.
13. Segundo a proposta de Diessel (2015), a rede de construções que constitui o conhecimento linguístico do falante é estruturada por meio de quatro tipos de links: links taxonômicos, links horizontais, links sintáticos e links lexicais.
A título de conclusão
9. A GC deve ser entendida como um arquimodelo que se cinde em duas grandes frentes: as abordagens unificacionistas (de inclinação formalista) e as abordagens baseadas-no-uso (de inclinação funcional-cognitiva).
10. O princípio fundamental da GCBU é a ideia de que o conhecimento linguístico é afetado pela experiência linguística do usuário da língua.
11. Dele deriva um segundo princípio, segundo o qual a representação do conhecimento linguístico é maximalista.
Roteiro
1. Gramática de Construções (GC)


2. Gramática de Construções Baseada no Uso (GCBU)
Origens e breve histórico


Convergências em GC: premissas fundamentais


Princípio fundamental


Princípio derivado


Representação maximalista
do conhecimento linguístico


Diessel (2015) e a arquitetura da rede construcional



Divergências em GC: uma família de modelos teóricos


DA GRAMÁTICA DE CONSTRUÇÕES À GRAMÁTICA DE CONSTRUÇÕES
BASEADA NO USO
Diogo Pinheiro
[email protected]
psigma.academia.edu/DiogoPinheiro
Linguística Cognitiva (LEF 761) /
Tópicos Avançados em Linguística Cognitiva (LEF 861)
Dabrowska (2000)
A. Links taxonômicos
Tipos de links entre construções
Diessel (2015) e a arquitetura da rede construcional
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