Da guerrilha ao socialismo? A Revolução Cubana e o debate sobre a luta armada no trotskismo internacional
Descrição do Produto
VIII Colóquio Internacional Marx e Engels GT 2 – Os Marxismos Da guerrilha ao socialismo? A Revolução Cubana e o debate sobre a luta armada no trotskismo internacional Isabella Meucci1 “...a grande imprensa designou a nova geração de trotskistas como ‘guevaristas’. Nós podemos nos orgulhar, pois não há honra maior que continuar o combate do comandante Ernesto Che Guevara, símbolo heroico de nossa época revolucionária” (Cahiers de La Quatrième Internationale: sur La Revolution Cubaine, 1971, p.3) Nos anos 1950, como destaca Daniel Bensaid “a história dá sinais de degelo, mas a vida não renasce necessariamente onde se espera. A classe operária dos países industrializados não comparece ao encontro” (BENSAID, 2008, p.98). Não foi nos países de capitalismo avançado que irromperam movimentos revolucionários, mas sim na periferia do capitalismo que surgiram as principais mudanças. É nesse contexto que no primeiro dia de janeiro de 1959, a Revolução Cubana inaugurou um novo período na história da América Latina. Os guerrilheiros de Sierra Maestra tomaram o poder na pequena ilha do Caribe situada a menos de 150 quilômetros dos Estados Unidos. A extensão do país era inversamente proporcional à importância do acontecera em seu território. Em uma ilha dominada pelo imperialismo em todos os âmbitos econômico, político e social insurgiu um movimento revolucionário liderado por jovens pequenoburgueses amparados por camponeses, que juntos tomaram o poder através de uma guerrilha rural. Para compreender o que isso significava na esfera da revolução mundial, era necessário mais do que dizer que havia ocorrido um “desvio” na rota estabelecida, como se existisse uma norma de
1
Mestranda em Ciência Política na Universidade Estadual de Campinas.
desenvolvimento histórico; era preciso compreender quais elementos, até então imprevistos, possibilitaram a chegada desses revolucionários ao poder. Dentre as diversas características que distanciaram o processo revolucionário daquilo que era “esperado” – composição de seus atores, local de insurgência, ausência de um partido revolucionário, forte componente nacionalista – foi possivelmente a guerra de guerrilhas que mais dividiu a esquerda latinoamericana e mundial sobre os rumos a serem seguidos daquele momento em diante. A guerra de guerrilhas, além de inspiração, foi também um método exportado a outros países com a ajuda do governo revolucionário cubano. Dessa maneira, cabia aos movimentos de esquerda analisarem o peso e a importância dessa prática para a própria teoria revolucionária. Nesse artigo, pretendese compreender como parte dessa esquerda mundial, o movimento trotskista internacional2, interpretou e incorporou a guerrilha como método revolucionário, apontando seus principais limites e problemas. É importante ressaltar que, quando os guerrilheiros cubanos chegaram ao poder, não havia uma posição única da Quarta Internacional sobre as questões colocadas por esse processo. O que havia eram posições de cada uma das frações estabelecidas após a cisão ocorrida em 1953, por divergências acerca das resolucões do 3º Congresso da Quarta Internacional. Nessa cisão, foram criados o Comitê Internacional (CI) e o Secretariado Internacional (SI), ambos reivindicandose como Quarta Internacional. Por isso, nesse artigo analisaremos as publicações dos norteamericanos do SWP, a fim de compreender a posição majoritária do Comitê Internacional (CI) e as publicações francesas da revista Quatrième Internationale , com a posição do Secretariado Internacional (SI). Em 1963, parte dos protagonistas dessa ruptura entraram em acordo novamente e formaram o Secretariado Unificado da IV Internacional (SUQI)3. Para compreender como a
2
Utilizase o termo “movimento trotskista internacional” para diferenciálo do movimento trotskista latinoamericano que, embora fizesse parte desse movimento internacional, possuía especificidades em suas interpretações acerca da guerra de guerrilhas que não serão aqui abordadas. 3 O SUQI reunia, nesse período, a maior parte do trotskismo internacional. As demais correntes não alinhadas ao SUQI eram os ingleses do Socialist Labour League (SLL), de Gerry Healy e os franceses liderados por Pierre Lambert. Os ingleses classificaram o regime de Castro como pequenoburguês bonapartista, enquanto os franceses não reconheceram o caráter revolucionário da derrubada de Batista e da expropriação do imperialismo (COGGIOLA, 1984, p.67).
Revolução Cubana impactou o movimento trotskista internacional, também analisaremos documentos referentes ao período posterior à reunificação de 1963. Os trotskistas frente à guerra de guerrilhas como método Em 1961, o trotskista norteamericano James P. Cannon, em artigo intitulado “ New Revolutionary Forces are emerging ”, faz a seguinte afirmação acerca do ocorrido em cUBA EM 1959: “O que seria pior em nossas falas sobre a revolução se não pudéssemos reconhecer uma quando a víssemos?” (CANNON, 1961, s.p.). Nesse sentido, para os trotskistas, era necessário reconhecer que o que ocorreu em Cuba era uma revolução, ao mesmo tempo em que era preciso analisar de que maneira as especificidades de seus sujeitos e métodos poderiam contribuir para uma teoria revolucionária. Dentre essas especificidades estava a questão da guerrilha. Em uma das primeiras vezes em que essa questão é levantada, enfatizase o exemplo de Cuba e, consequentemente da luta armada, para a América Latina. No artigo “Amérique Latine 1962” , do trotskista italiano Livio Maitan, há uma análise das perspectivas econômicas do continente, o alerta de crise política das suas classes dirigentes e o destaque para os camponeses e as massas pobres das cidades. Ao afirmar a importância desses atores políticos para a revolução na América Latina, Maitan declara que, ao espírito de revolta estimulado pelas condições materiais, acrescentouse a expressão “fazer como em Cuba”. Crescia cada vez mais a consciência dos métodos necessários para se conquistar o objetivo “cubano”: a luta de guerrilhas. Essa é a primeira, de muitas vezes, que o trotskista italiano defenderá a guerrilha como método para os países latinoamericanos. No Comitê Internacional (CI), as análises até esse momento estavam associadas à compreensão do que acontecia na Ilha, de quais seriam as preocupações futuras, e de como algumas teses trotskistas poderiam ser confirmadas com a vitória cubana. O método guerrilheiro foi destacado apenas no texto de reunificação da Quarta Internacional escrito por Farrell Dobbs e Joseph Hansen, em 1963. Os autores afirmam que o papel proeminente do campesinato e da guerra de guerrilhas na revolução colonial desde o fim da II Guerra Mundial é notadamente uma “experiência que deve ser incorporada conscientemente na estratégia de construção de partidos marxistas revolucionários em países coloniais” (DOBBS, HANSEN, 1963, s.p.).
Nos escritos desse período já era possível notar uma clara diferenciação do tema: enquanto Maitan considerava o método guerrilheiro como “necessário”, os norteamericanos do CI enfatizavam que esse deveria ser “incorporado conscientemente”. Contudo, as discussões sobre a importância da guerra de guerrilhas para o movimento trotskista internacional ganharam mais força entre os anos de 1968 e 1974, principalmente nos períodos que precederam os dois Congressos Mundiais da Quarta Internacional após sua reunificação. Nesse momento, o debate acontecia em conformidade com outros fatos importantes para a questão da guerrilha: o crescimento do castrismo, o aparecimento de movimentos que reivindicavam a luta armada em toda América Latina e o surgimento da Organização LatinoAmericana de Solidariedade (OLAS), em 1966. É nesse contexto que em 1968, nos meses que antecederam a realização do 9º Congresso Mundial da IV Interncional (SUQI), a questão latinoamericana adquiriu grande destaque e foi campo de uma luta política, especialmente em virtude do método revolucionário. Há uma sequência de artigos que se desdobram sobre a questão, tendo como principais autores o norteamericano Joseph Hansen e o italiano Livio Maitan. O documento que incita o debate é publicado no início de 1968 e adotado pelo SUQI como o esboço de uma resolução do 9º Congresso. A proposta de resolução política “ The New Rise of the World Revolution ” aponta para as novas tendências da situação internacional, enfatizando a emergência da crise da economia capitalista e as novas manifestações nos grandes centros urbanos. As teses foram votadas e aprovadas por ampla maioria, mas Maitan se absteve da votação. Em contrapartida, o trotskista italiano escreveu uma carta ao Secretariado Unificado em maio de 1968 denominada “An insuficient document” . Nessa carta, Maitan tece críticas à resolução, defendendo que aquele era um “documento insuficiente”. Cada um dos pontos passa a ser revisto e comentado por Maitan. Para o italiano, a crise do sistema imperialista e a maturidade das forças revolucionárias operavam em escala mundial e isto fazia com que o a revolução socialista fosse cada vez mais um problema do futuro imediato. Ora, se o socialismo era um problema do futuro imediato, os trotskistas precisavam fazer parte desse processo: “o que se espera de nós de agora em diante é que demonstremos na
prática o valor histórico de nosso movimento, e seremos julgados essencialmente com base nisso” (MAITAN, 1968, p.17). Para o italiano, a participação nesse futuro socialista só seria possível se as dificuldades e contradições do presente fossem superadas. Para tanto, seria necessário que o trotskismo estivesse à frente de movimentos de massas que fossem bem sucedidos ou levassem a lutas revolucionárias de um ou mais países. Caberia aos trotskistas, naquele momento, identificarem quais eram os locais em que isso seria possível e “o resto viria depois”. Em seguida, em novembro de 1968, Maitan reafirma suas posições em outro documento, “ Draft resolution on Latin America ”, dessa vez uma resolução sobre a América Latina na qual destacava os critérios e a linha revolucionária a ser adotada. O autor afirma que o desenvolvimento econômico da América Latina estava cada vez mais atrelado à exploração imperialista. Nos últimos anos o processo econômico e social teria culminado em mudanças significativas na composição da classe dominante, mas todo esse crescimento estaria relacionado ao capital estrangeiro, por isso seria impossível pensar numa burguesia nacional como a classe capaz de lutar pela libertação da tutela imperialista. Qualquer perspectiva que buscasse a colaboração da burguesia nacional deveria ser rejeitada. Além deste destaque, Maitan afirma que a dinâmica fundamental da revolução na América Latina era permanente, isto é: uma revolução que se torna socialista sem que existam fases intermediárias de divisão. Desse modo, a perspectiva da revolução permanente não era mais uma tendência histórica, mas uma realidade nesse estágio da luta de classes. Maitan também ressalta o papel dos camponeses, dos trabalhadores urbanos e dos estudantes no processo revolucionário. Segundo ele, o campesinato, ainda que fosse uma porcentagem da população que estava decaindo em seu peso econômico, era ainda a classe majoritária que mais sofria com a exploração e a opressão. Os trabalhadores das cidades, por sua vez, não cresceram quantitativamente, mas suas condições sociais só teriam piorado. Explorados e oprimidos não cessaram de ser uma “classe explosiva, a força motora da revolução”. Os estudantes também tinham um papel substancial muito mais importante que no passado. Não eram mais uma força de apoio, mas sim uma “força política e social capaz de estimular e aprofundar a crise revolucionária com sua intervenção” ( idem , ibidem , p.5).
O trotskista italiano acreditava que a instabilidade da estrutura econômica e social do continente o colocava em uma “situação prérevolucionária”, que teria levado a “explosões sociais e políticas”. Para o autor, havia greves que desafiavam ditaduras (como no Brasil), manifestações marcadas por confrontos com as forças repressivas (Uruguai, Chile, Bolívia), alianças entre trabalhadores e o movimento estudantil (México e Brasil), que constituiriam sintomas significativos do ressurgimento da luta da classe trabalhadora em lugares nos quais ela já havia sido considerada como estagnada. A América Latina teria entrado em “um período de explosões revolucionárias e conflitos, de luta armada em diferentes níveis contra a classe dominante nativa e o imperialismo, e uma prolongada guerra civil em escala continental” ( idem , ibidem , p.7). As resoluções de Maitan possuíam um otimismo excessivo, pois supervalorizavam muitos confrontos de classe existentes na América Latina. Afirmar que existia uma situação “prérevolucionária” indica que o autor não levava em consideração a existência de muitos governos ditatoriais no continente, o que fazia com que a repressão a movimentos sociais fosse forte. Eventos localizados acabavam sendo vistos como a expressão generalizada de uma ascensão de movimentos revolucionários. Ainda que afirmasse que não era possível prever uma fórmula universal que pudesse ser aplicada a fim de superar as contradições objetivas, Maitan acreditava que a luta armada no continente latinoamericano iria assumir a forma específica da guerrilha rural: “Mesmo no caso de países nos quais grandes mobilizações e conflitos de classe nas cidades possam ocorrer primeiro, a guerra civil assumirá muitas formas de luta armada, nas quais o principal eixo durante todo um período será a guerrilha rural” ( idem , ibidem , p.9). Mais tarde essas análises demonstravam que a proposição de formas de luta que não decorriam de uma correlação de forças efetiva para aquele momento tomava o lugar do exame concreto das situações. Em fevereiro de 1969, Joseph Hansen apresenta um documento de crítica ao que considera um "desvio guerrilheirista" de Maitan, o artigo “ Assesment of the draft resolution on Latin America ”. Para Hansen, a análise não trazia nada de novo no âmbito da questão econômica. Politicamente, a resolução do trotskista italiano seria exagerada, principalmente no tocante ao papel do campesinato em escala continental. A crítica do militante do SWP a Maitan
era que, ao invés de fazer um balanço da situação latinoamericana, suas resoluções somente buscavam uma tática continental e a preparação técnica para o engajamento na guerrilha rural por um período prolongado. De acordo com Hansen: “A verdade é que essa resolução é um reflexo bastante fiel das opiniões expressas publicamente pela direção cubana nessa questão” (HANSEN, 1969, p.7). A fim de apontar os erros que uma resolução pautada na influência da vitória cubana e de suas lideranças poderia causar para o movimento trotskista internacional, Hansen dedica boa parte de seu documento à análise da Revolução Cubana. O norteamericano faz algumas considerações importantes: 1) a guerrilha não havia sido uma invenção dos cubanos na América Latina; 2) um dos aspectos mais inesperados da Revolução Cubana foi que sua tática se provou ser suficiente para vencer. De acordo com os trotskistas, a conclusão era de que “isso havia testemunhado muito mais a fraqueza do imperialismo e da estrutura da burguesia nacional do que a descoberta de algo superior ao partido leninista de combate” ( idem , ibidem ); 3) mais do que um mero grupo de guerrilheiros esteve envolvido na vitória cubana, visto que o Movimento 26 de Julho tinha uma organização complexa; 4) em alguma medida, podese considerar que o Movimento 26 de julho atuou consideravelmente como um partido, que tinha como finalidade uma única questão: a luta armada contra a ditadura de Batista um apelo que atravessava classes sociais; 5) quando a revolução atingiu um ponto de transição para o socialismo, seu líderes transcenderam seu programa inicial; 6) ao transcender seu programa, também transcenderam a tática através da qual tinham vencido; 7) o problema era que os cubanos ainda não teriam suas contas liquidadas com o stalinismo, e não questionavam atitudes stalinistas, além de atacarem politicamente trotskistas;4 8) uma das mais importantes lições da Revolução Cubana é que era possível levar os stalinistas para a esquerda; 9) a fórmula adotada pelos cubanos seria suprimir as diferenças com os stalinistas e formar uma aliança sobre a questão da luta armada contra as ditaduras locais e o imperialismo; 10) desde a vitória cubana, os trotskistas já alertaram para a necessidade de construção de um partido marxista revolucionário; 11) a tarefa principal da vanguarda na América Latina era a construção desse partido.
4
Na Conferência Tricontinental de Havana, realizada em 1966, Fidel Castro afirmou que o trotskismo havia se tornado “um instrumento vulgar do imperialismo e da reação”. Os trotskistas eram “mercenários a serviço do imperialismo ianque”.
Dessa maneira, para o trotskista norteamericano, a resolução proposta por Maitan não apenas se adaptava a uma posição defendida pela liderança cubana, mas também se calava diante da acomodação dos cubanos ao stalinismo. O trotskista italiano também não levava em conta o sectarismo dessas lideranças com os trotskistas. Contudo, esse não era o principal dos problemas da proposta de Maitan. Para Hansen, a prioridade de qualquer estratégia ou tática para a América Latina era a construção de um partido revolucionário: “O partido não é o meio para a luta armada. A luta armada é o meio de trazer o proletariado ao poder sob a liderança do partido.” ( idem, ibidem , p.9). O partido não deveria servir como acessório no desenvolvimento da luta armada. Era nesse sentido que a construção do partido deveria ser vista como tarefa central, a orientação e a maior preocupação da vanguarda. Hansen completa: “A situação explosiva da América Latina não diminui essa necessidade, ela intensifica” ( idem, ibidem ). As polêmicas em torno da questão da guerrilha como tática foram votadas no 9º Congresso Mundial da IV Internacional, realizado em abril de 1969. A posição de Maitan venceu com cerca de dois terços dos votos. É importante destacar que uma luta fracional ocorreu para que essa linha política fosse aplicada, principalmente porque importantes setores do trotskismo latinoamericano eram contrários a ela. Em 1971, a afirmação feita na introdução da publicação “ Cahiers de La Quatrième Internationale: sur La Revolution Cubaine ”, utilizada como epígrafe deste artigo, exemplifica a dimensão da linha política adotada no 9º Congresso: a declaração de que os trotskistas não se importavam em serem chamados de “guevaristas” encontravase em uma publicação do SUQI, que naquele momento aglutinava importantes setores do movimento trotskista internacional. Embora não houvesse desacordos quanto à importância da figura de Che Guevara, a influência de suas ideias não dava lugar a unanimidades entre os trotskistas, como o documento dava a entender. Antes da publicação de 1971, o alcance das ideias dos dirigentes cubanos tinha sido motivo de importantes batalhas políticas e teóricas, como anteriormente analisado. Enquanto as organizações trotskistas europeias pareciam fascinadas pelas ações guerrilheiras na América Latina, possivelmente porque muitas vezes tinham um conhecimento superficial sobre o tema, as correntes que se opunham ao guerrilheirismo formaram a Tendência Leninista Trotskista (TLT). Esse era um setor minoritário da Quarta Internacional, encabeçado
pelo SWP norteamericano e pelo PST argentino, dirigido por Nahuel Moreno. A Tendência foi mais tarde transformada em Fração Leninista Trotskista, passando a defender a estratégia de construção de partidos revolucionários em todos os países do continente, com inserção na classe operária a fim de mobilizar a luta pela tomada do poder. Apesar dos debates travados pela Fração Leninista Trotskista, a Quarta Internacional só iria rever essa postura guerrilheirista em fevereiro de 1974, no 10º Congresso Mundial. Com um aumento considerável de participantes, organizações de 41 países e aproximadamente 250 delegados, o Congresso compreendeu que a orientação anterior, favorável à guerra de guerrilhas, havia sido um erro. Certamente a derrota de movimentos guerrilheiros em toda a América Latina e a ascensão das greves nas cidades contribuíram para que fosse feita essa revisão. As análises do movimento trotskista internacional acerca da Revolução Cubana e, especialmente sobre a guerra de guerrilhas, são interessantes para que se tenha uma ideia de como um evento considerado inesperado pode afetar uma organização política que se pauta em uma teoria revolucionária. O exemplo do trotskismo internacional pode nos dar a dimensão de como uma organização pode ser afetada tanto na organização de suas fileiras quanto na definição de suas praticas políticas. Bibliografia BENSAID, Daniel. Trotskismos . Lisboa: Edições Combate, 2008. CANNON, James P. New Revolutionary Forces Are Emerging. Socialist Workers Party Discussion Bulletin , jun.1961. ______. Intellectuals and Revolution. Bulletin in Defense of Marxism , out/nov.1992. COGGIOLA, Osvaldo. O trotskismo na América Latina . São Paulo: Brasiliense, 1984. DOBBS, Farrell; HANSEN, Joseph. Reunification of the Fourth International. International Socialist Review, 1963. HANSEN, Joseph. Ideology of the Cuban Revolution. International Socialist Review, v.21, n.3, 1960, p.7478. ______. The Nature of the Cuban Revolution. Socialist Workers Party , nov. 1962. ______. Cuba: The Acid Test. SWP discussion bulletin, v.24, n.2. jan. 1963.
______. Assessment of the draft resolution on Latin America. International Information Bulletin , n.3, fev.1969. INTERNATIONAL SOCIALIST REVIEW. An Important Conference. International Socialist Review, v.22, n.2, 1961, p. 3536. Editorial. ______. Documents of the Latin American Conference. International Socialist Review, v.22, n.2, 1961b, p.3743. ______. Dynamics of World Revolution Today. International Socialist Review , v.24, n.4, 1963, p.11430. LÖWY, Michael. O Marxismo na América Latina : uma antologia de 1909 aos dias atuais. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2012. MAITAN, Livio. Draft resolutionon on Latin America. International Information Bulletin, jan.1969. ______. An insufficient document. International Information Bulletin , jan.1969. MOSCOSO, Hugo Gonzalez (1967). Les leçon de la Révolution Cubaine. Cahiers de la Quatrième Internationale: Sur la revolucion cubaine , n.2, 1971. SOCIALIST WORKERS PARTY. The new rise of world revolution (Draft resolution for the Third World Congress Since Reunification (Ninth World Congress). International Information Bulletin , out.1968.
Lihat lebih banyak...
Comentários