Da Intuição à Prática Projetual: Análise da Paleta Cromática Do E-Book Infantil \" Mamão Com Açúcar \"

June 4, 2017 | Autor: Doug Menegazzi | Categoria: Graphic Design, Illustration, Interactive eBook Design, Illustrated Books
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SSN 2179ISSN 2179-7374 Ano 2015 - V.19 – N0. 03

DA INTUIÇÃO À PRÁTICA PROJETUAL: ANÁLISE DA PALETA CROMÁTICA DO E-BOOK INFANTIL “MAMÃO COM AÇÚCAR” FROM THE INTUITION TO THE PROJECTUAL PRACTICE: ANALYSIS OF THE “MAMÃO COM AÇÚCAR” CHILDREN’S E-BOOK COLOR PALETTE

Liana Domeneghini Chiaradia1 Douglas Luiz Menegazzi2

Resumo Este artigo tem por objetivo analisar a paleta cromática do e-book “Mamão com açúcar”, projeto de livro digital ilustrado e interativo de culinária saudável para o público infantil. Durante seu desenvolvimento, a escolha das cores foi feita como parte do processo de uma metodologia, porém, realizada de maneira bastante intuitiva. Como forma de analisar esta decisão da paleta cromática, trazendo objetividade e aprimoramento para as decisões tomadas, este artigo avalia a cor como componente do processo criativo através dos estudos de Barros (2006); o uso da cor em mídias digitais (UXPin, 2015); e a cor como elemento integrante do processo experiencial de um usuário com um produto, de acordo com Schmitt (2000, 2011). Palavras-chave: e-book infantil; Paleta cromática; Processo criativo; Experiência do usuário. Abstract This article aims to analyze the "Mamão com Açúcar" e-book color palette, an illustrated and interactive digital children’s cookbook of healthy food project. During its development, the color choice has been made as part of the process of a methodology, but performed in a very intuitive way. In order to analyze the decision of this color palette, bringing objectivity and improvement for the taken decisions, this article evaluates the color and the creative process component through Barros’ studies (2006); the use of colors in digital media (UXPin, 2015); and the color as an integral element of the user’s experiential process with a product, according to Schmitt (2000, 2011). Keywords: Children’s e-book; Color palette; Creative process; User experience.

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Bacharel em Design, UFSC, [email protected]

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Professor Mestre, Departamento de Expressão Gráfica - EGR – UFSC, [email protected]

ISSN 2179-7374 Ano 2015 – V. 19 – No. 03

Da Intuição à Prática Projetual: Análise da Paleta Cromática do E-Book Infantil “Mamão com Açúcar”

1. Introdução As cores podem expressar atmosferas, descrever realidades e imaginários ou codificar informações, pois são capazes de distinguir, unificar, originar, destacar, relacionar ou camuflar elementos dentro de composições gráficas (LUPTON; PHILLIPS, 2008 apud CHIARADIA, 2015, p. 79). Neste contexto, o presente artigo aborda uma investigação, que tem por objetivo embasar a escolha da paleta cromática do projeto de um livro eletrônico (e-book) infantil às teorias da cores, alinhadas às diretrizes do design experiencial. Esta problemática surgiu durante o desenvolvimento do Projeto de Conclusão de Curso3 da primeira autora, com orientação do segundo autor, quando ambos os investigadores perceberam a falta de pesquisas prévias que propusessem subsídios à definição cromática para o design da interface do e-book infantil “Mamão com Açúcar” (CHIARADIA, 2015). Por tratar-se de um livro infantil, o e-book foi projetado para valorizar elementos gráficos e ilustrações em sua interface. Para tanto, utilizou-se da metodologia proposta por Zimmermann (2012 apud DE NARDI; LINDNER, 2013, p. 86-87) para a criação dos elementos ilustrados. Contudo, o modelo proposto não apresentou recomendações significativas para a definição de composições e valores cromáticos. Percebeu-se nesta lacuna, inclusive, o encorajamento a uma escolha pessoal e intuitiva, caminho seguido pelos autores na ocasião. O estudo das cores voltado à compreensão do usuário é de importância ao ilustrador e designer, ainda mais quando focados aos produtos editoriais para o público infantil. Como afirma Führ (2013 apud CHIARADIA, 2015, p. 48), o desenvolvimento adequado de um projeto gráfico para um livro infantil, é primordial para que o leitor compreenda a mensagem da obra que se define através da escolha, combinação e diagramação de elementos visuais. Além da percepção visual, as cores também criam conexões com nosso estado emocional e podem até mesmo causar mudanças psicológicas (UXPIN, 2015). Elas influenciam diretamente ao estímulo de leitura, que gera aprendizado explícito ao indivíduo. O livro infantil digital pode ser encarado como um produto de design experiencial. Para isso, leva-se em consideração não apenas a união dos campos do design editorial e de interação, mas a própria condição do produto em relação ao usuário/leitor, pois “quem lê o faz com toda a sua carga pessoal de vida e experiência, consciente ou não dela, e atribui ao lido as marcas pessoais de memória, intelectual e emocional" (YUNES; OSWALD, 2003, p. 10). Ao ler um livro, a criança leva ao seu imaginário as histórias e imagens presentes ali, interpretando o livro como parte do seu universo, como afirma Santos (2008 apud Carelli e Aquino, 2013, p. 52). O estudo da paleta cromática do e-book “Mamão com Açúcar” oferece um recorte de investigação para desvendar a existência de um método por trás do processo intuitivo utilizado, podendo validar sua eficiência ou proporcionar a revisão dos conhecimentos tácitos utilizados. Assim, pretende-se configurar um modelo mais preciso que auxilie, não apenas os autores no desenvolvimento do produto em questão, mas que aponte formalizações para a escolha cromática na composição de interfaces

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Projeto de Conclusão de Curso, ou PCC, é o trabalho realizado para obtenção do grau de bacharel em Design, pela (Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

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para livros digitais voltados ao público infantil. 2.

Método de Escolha da Paleta Cromática do E-book “Mamão com Açúcar”

O e-book “Mamão com Açúcar” foi o produto gerado no Projeto de Conclusão de Curso: “Mamão com Açúcar: desenvolvimento de livro ilustrado digital e interativo de culinária para o público infantil” (CHIARADIA, 2015), realizado e orientado pelos autores deste artigo. O livro foi projetado para ser uma alternativa lúdica que visa auxiliar a solucionar a problemática da educação alimentar infantil, com foco em crianças com idade entre 8 e 11 anos. Apresenta como conteúdo as receitas do mini chef Biel Baum 4 (BAUM, 2014), além de dicas e materiais informativos sobre boas práticas alimentares. Seu formato foi definido com foco para uso em tablets, mídia que tem se popularizado e que disponibiliza avançadas formas de interações do conteúdo pelo usuário. A seguir pode ser conferida a tela de inicialização (splash) do e-book desenvolvido (Figura 1). Figura 1: Tela de splash do e-book “Mamão com Açúcar”

Fonte: Chiaradia (2015, p. 92)

A proposta é que este livro estimule e promova a compreensão do usuário para reconhecer alimentos saudáveis e que, após praticar as receitas no mundo virtual, queira fazê-las também na vida real. Com este e-book, a criança terá os conhecimentos necessários para executar as receitas, de modo a perceber que cozinhar é uma atividade prazerosa e sem mistérios, fortalecendo a consciência e a vontade de praticar uma alimentação saudável. De acordo com Teixeira (2015), os recursos de conteúdo interferem tanto quanto o destino da mídia para a definição do formato de livro eletrônico, e-book. Entre

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Biel Baum é um empreendedor social, mini chef vegetariano, unschooler, de 13 anos, autor do livro Meu Diário para Jamie Oliver: Realizando sonhos e receitas – Vol. 1.

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os e-books mais populares, hoje em dia, estão o EPUB5, destinados a e-readers como Kindle e o Book App, funcional em aparelhos tablets e smartphones. Diferente de outros formatos de livros digitais, que geralmente oferecem poucos recursos aos usuários, o EPUB apresenta formato mais suscetível ao uso, já que se configura como um aplicativo, incluindo texto, imagens, vídeo, áudio, hipermídia e interatividade. De acordo com Bonsiepe (2011 apud CHIARADIA, 2015, p. 56), a grande evolução tecnológica dos meios digitais e eletrônicos, que propõe maior experiência ao usuário através da apresentação interativa de informações, é um caminho com novas possibilidades e desafios para o design. A construção deste e-book foi feita com o objetivo de criar um livro ilustrado, ou seja, um livro onde a imagem é preponderante em relação ao texto (LINDEN, 2011). Portanto, para o desenvolvimento do projeto gráfico, a metodologia criativa para ilustração de Zimmermann (2012 apud DE NARDI; LINDNER, 2013, p. 86-87) foi aplicada para auxiliar na construção de estilo visual das páginas, criando uma boa relação entre texto e imagem. Esta metodologia é dividida em 8 etapas, sendo que a sexta fala sobre a definição da paleta de cores primária e secundária, a partir de conceitos que podem ser tangíveis ou não. Todas as etapas da metodologia que antecederam a escolha de cores foram importantes para a realização da mesma. Nas primeiras, foram definidos os elementos e textos que constariam em cada tela do e-book, seguidos da construção dos wireframes guia visual básico usado para esboçar a estrutura e relação entre páginas de uma interface, segundo Santa Rosa e Moraes (2012 apud CHIARADIA, 2015, p. 75) -, sendo possível definir hierarquicamente as informações. O painel semântico contribuiu para a escolha do estilo das ilustrações e layout das páginas do e-book, definindo uma paleta lúdica. A construção da ilustração dos personagens revelou a necessidade de uma paleta cromática extensa, para poder representar diversos tipos de elementos do conteúdo. A etapa de escolha da paleta cromática foi realizada com base nas cores de alimentos naturais e diversos encontrados na natureza (Figura 2). As tonalidades foram escolhidas, combinadas e testadas, com modificações de saturação e valor para criar unidade entre as cores. Tons menos saturados foram escolhidos para evitar a fadiga visual, em função da diversidade de cores que o conteúdo do e-book requer. A paleta final primária (Figura 3) foi elaborada com as cores predominantes do e-book, escolhidas pela autora: laranja, cor quente, vibrante e aromática, escolhida por causa do nome do livro, “Mamão com açúcar”; bordô, por ser uma cor complementar ao laranja, causando grande contraste; verde, para remeter ao conceito de “saudável” e “sustentável”; e marrom, para atender ao conceito de “caseiro” e “rústico” (CHIARADIA, 2015). A paleta secundária é composta por 16 cores diversas, divertidas e contrastantes, porém equilibradas (Figura 3).

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EPUB, ou Electronic Publication, é um formato de arquivo digital padrão específico para e-books.

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Figura 2: Teste de Cores para a Paleta Cromática do E-book “Mamão com Açúcar”

Fonte: Design Seeds (2015 apud CHIARADIA, 2015, p. 80)

Figura 3: Paleta Cromática Primária e Secundária do E-book “Mamão com Açúcar”

Fonte: Chiaradia (2015, p. 81)

Posteriormente, a paleta foi aplicada em todas as telas do e-book e, por meio de testes, organizada de forma hierárquica e equilibrada. Como o e-book possui muitas cores e interações (Figura 4), foi necessário criar equilíbrio entre todos os elementos dentro das telas, além de considerar as possíveis mudanças de configuração visual devido às interações, onde o usuário pode movimentar e deslocar os objetos em algumas telas -, para que não houvesse perda de contraste ou excesso de informação. 324

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Também foram realizados testes de cores em diferentes tipos de telas, como tentativa de minimizar erros de calibração. Texturas também foram adicionadas aos elementos do e-book, pois segundo Lupton e Phillips (2008 apud CHIARADIA, 2015, p. 81), elas acrescentam qualidade à superfície de uma imagem, devido aos seus detalhes. As texturas também podem ambientar cenários, realçar atmosferas, estimular pontos de vista, criar sensações e engrandecer as propriedades de uma imagem. Figura 4: Tela do E-book “Mamão com Açúcar”

Fonte: Chiaradia (2015, p. 91)

A escolha das cores foi realizada com base em uma metodologia, porém seguindo um método próprio da autora, baseado em escolhas pessoais - decorrentes da personalidade e bagagem de referências -, testes e intuição. Mas será que este modo é eficiente para alcançar uma linguagem objetiva e agradável para os usuários? Com base nesta problemática, este artigo fala de que forma a cor faz parte do processo criativo de um projeto digital e como ela pode criar e/ou ampliar as experiências em uma pessoa. 3. A Cor como Base para o Processo Criativo de um Projeto As cores agem para cada pessoa de um modo particular, fisicamente e psicologicamente. De acordo com Barros (2006), para Wassily Kandinsky (1866-1944), artista plástico e professor da Bauhaus6, quando lidamos com as cores, não podemos levar em conta apenas suas propriedades físicas, mas sim seus efeitos sobre nós, suas tensões e valores internos. Johaness Itten (1888-1967), também artista plástico e PROFESSOR da Bauhaus, defende que o agente cromático possui uma realidade físico6

A Staatliches-Bauhaus foi uma escola de design, artes plásticas e arquitetura de vanguarda na Alemanha, entre os anos de 1919 e 1933.

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química, porém seu efeito cromático sobre nós envolve a realidade psicofisiológica da nossa percepção (BARROS, 2006). De acordo com Barros (2006), Itten fala que cada pessoa cria paletas cromáticas com base em sua expressão individual. Aliadas aos fatores objetivos das teorias gerais das formas e cores básicas e ferramentas do design, essas escolhas subjetivas pessoais das cores são de extrema importância para dar estilo às composições. Por detrás dessas associações pessoais entre as cores que fazemos tentando buscar o equilíbrio, há uma enorme quantidade de informações individuais, como influências culturais e regionais, associações conscientes e/ou inconscientes. Johaness Itten, também defende que o uso da cor com base em princípios objetivos é essencial para o uso correto das cores quando é necessária a transmissão de uma mensagem universal. Através de um estudo que realizou, criando paletas cromáticas para cada estação do ano (Figura 5) e pedindo para pessoas identificarem elas, o autor concluiu que, mesmo existindo escolhas subjetivas, o homem possui uma capacidade de julgamento universal (BARROS, 2006). Por este motivo, mesmo que as cores não gerem o mesmo impacto em todas pessoas, o uso delas pode ser feito de modo universal em composições: a cor laranja é comumente usada para mostrar alegria e jovialidade, já o azul escuro para representar profissionalismo, por exemplo (UXPin, 2015). Figura 5: Paletas cromáticas para cada estação do ano, segundo Johaness Itten

Fonte: Barros (2006, p. 84)

No caso do e-book “Mamão com Açúcar”, estes estudos sobre o uso das cores foram utilizadas em conjunto. As cores foram escolhidas com base no gosto e experiências pessoais da autora, porém, seguindo seus objetivos: colorida e contrastante para ser atrativa e divertida ao público infantil; diversificada, para poder representar todos os tipos de elementos presentes no conteúdo. Itten defende que, o que chamamos de cor, é o que reconhecemos através do nosso aparelho visual e psíquico. No entanto, a cor não equivale à sua composição real total, e sim à adaptação que ela sofreu por conta do contraste com seu suporte de aplicação e outras cores (BARROS, 2006). 326

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Josef Albers (1888-1967), artista plástico e professor da Bauhaus, alega que é impossível estudar isoladamente as cores, pois elas sempre estarão envolvidas dentro de um contexto cromático, que envolve relatividade e interatividade entre figura-fundo (BARROS, 2006). Um azul esverdeado, por exemplo, pode parecer frio sobre uma composição de cores quentes, mas quando é colocado sobre um fundo de cores frias, torna-se mais quente. Ou ainda, duas cores diferentes podem parecer iguais quando juntas, através da subtração das cores. As possibilidades de combinações são inúmeras, sendo possível brincar com estes efeitos e criar composições ricas e dinâmicas. Diversos autores ressaltam a importância de criar uma composição, levando em conta, a totalidade harmônica das cores (Figuras 6 e 7). No meio digital, é recorrente o uso de esquemas cromáticos que agregam uma unidade estética a um projeto gráfico e que buscam algum tipo de harmonia dentro do círculo cromático: monocromática, análoga, complementar, de tríade, de complemento dividido ou dupla complementar (UXPIN, 2015). Albers ressalta que é preciso considerar as proporções entre as áreas de cor e a adequação delas a um tema ou objetivo de comunicação visual (BARROS, 2006), independentemente das regras de harmonia. Para ele, qualquer cor pode ser ajustada para combinar com outra, desde que suas quantidades e frequência sejam apropriadas dentro de uma composição. No meio digital, é comum ver o uso das cores que ressaltam mais alguns elementos que outros, de forma a chamar atenção do usuário para uma determinada área (UXPin, 2015). Figura 6: Proporção entre as cores no círculo cromático, segundo Itten

Fonte: Barros (2006, p. 99)

Figura 7: Exemplo de Itten para combinações harmônicas entre as três cores primárias

Fonte: Barros (2006, p. 100)

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As composições das telas do e-book “Mamão com Açúcar” não levaram em conta estas proporções, pois elas possuem um layout padrão para fundo e textos e dispõe os elementos conforme o conteúdo (Figura 8). Cada elemento ou personagem do livro já possui uma cor pré-definida (uma cenoura, por exemplo, terá como predominante a cor laranja) e cada tela, um conteúdo que não pode ser alterado, portanto, torna-se uma tarefa difícil atender aos certos critérios de proporções. Porém, as telas foram projetadas de modo que seus elementos formassem uma composição equilibrada, combinando elementos de cores neutras com objetos coloridos. Figura 8: Tela do E-book “Mamão com Açúcar”: Introdução de uma Receita

Fonte: Chiaradia (2015, p. 91)

O uso de cores contrastantes é uma ótima opção para ressaltar elementos dentro de uma composição (UXPin, 2015). Barros (2006) afirma que para Itten, os contrastes podem ser divididos em 7: entre cores puras, claro-escuro, quente-frio, entre complementares, simultâneo, de saturação (qualidade da cor) e de quantidade/extensão. No livro “Mamão com Açúcar”, em função da quantidade de cores utilizadas, o contraste está sempre presente nas telas, sendo principalmente quente-frio, entre complementares e de saturação. As texturas utilizadas também geram estilização e movimento para as telas, geralmente formando o contraste de saturação. Devemos também diferenciar as cores em relação ao seu uso, pois isto muda totalmente o resultado de uma composição (Figura 9). No meio impresso utilizamos a escala CMYK, ou seja, as cores primárias como pigmentos (ciano, magenta e amarelo), que formam uma mistura subtrativa, resultando na cor preta. No meio digital, do qual este e-book faz parte, utilizamos a escala RGB, formada pelas cores primárias em luz (vermelho, verde e azul), através de misturas aditivas, que resultam na cor branca.

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Figura 9: Misturas de Cores Aditivas e Subtrativas

Fonte: Barros (2006, p. 73)

Atualmente, observamos muitos e-books sendo erroneamente confundidos como digitalização de livros físicos (DIAS et al., 2013 apud CHIARADIA, 2015, p. 56). Além da escala cromática ser diferente (Figura 9), o número de elementos de um livro interativo digital é muito maior do que em um livro físico. Nesse caso, a distribuição e escolha de cores dos elementos de um layout, podem ajudar a atrair atenção ou definir um elemento a parte, como um botão que chama para uma ação (call-to-action), por exemplo (UXPin, 2015). As cores do e-book “Mamão com Açúcar” foram projetadas especialmente para o meio digital, ou seja, em escala RGB, levando em consideração aspectos estéticos, gráficos, organizacionais e interativos. Este projeto foi testado em diferentes telas para minimizar erros de calibração de cores. Porém, leva-se em consideração que é difícil calcular variações de cores em telas com configurações diferentes, e o fato das cores também variarem conforme a incidência de luz do local de leitura. Segundo Barros (2006), as teorias das cores desenvolvidas pelos artistas plásticos e professores Wassily Kandinsky, Johaness Itten e Josef Albers, foram construídas através de métodos e metodologias próprios de uso e ensino das cores com base em estudos, testes e em suas experiências individuais adquiridas na profissão. Para eles, a cor possui um papel essencial sobre uma composição e o modo como a percebemos. Através de seus estudos cromáticos, os artistas mostram que apesar de nossas escolhas serem subjetivas, existe objetividade e princípios no uso cromático. Porém, a teoria das cores é um tema complexo e para alcançar um bom resultado é preciso levar em consideração uma série de fatores, técnicas e testes (BARROS, 2006). 4. A Cor como Ferramenta Experiencial O livro, enquanto produto da literatura produz uma relação bastante estreita entre leitor e leitura. “Ler” ativa os repertórios da memória, suscita experiências passadas e propõe a partir disso, outras novas. A literatura infantil é uma manifestação de sentimentos por meio de palavras e imagens, provocando na criança o poder de criar universos que misturam fantasias e realidades. Desta forma lúdica, a experiência de leitura é formadora de experiências que podem colaborar para a educação e informação, como na própria percepção do mundo pela criança (YUNES; OSWALD, 2003). Segundo Bonsiepe (2011 apud CHIARADIA, 2015, p. 100), o design de experiência está relacionado com a satisfação do usuário, enfatizando suas experiências 329

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emocionais com o produto. Para Schmitt (2000), a experiência, além de conceituar um modelo fenomenológico de sensações e estímulos, transforma-se em requisito de projeto, critério de triagem e qualidade. A experiência (do usuário) deve ser empregada desde as etapas de produção do produto à forma como é exposto no ponto de venda (SCHMITT, 2000). Portanto, deve-se exercer o desenvolvimento de objetos e serviços, empregando a estes qualidades simbólicas, sensoriais, emocionais, sociais e culturais, pois, nenhuma experiência é igual à outra. Para gerar maior envolvimento do usuário com o produto, Schmitt (2000) coloca a experiência como um sistema de marketing integrado por meio de abordagens estratégicas para se conectar com o cliente em cada oportunidade, em todos os pontos de contato possíveis, a partir do produto, processo que ele nomeou de CEM (Costumer Experience Management), ou Gestão de Experiência do Cliente. Esta abordagem está fundamentada na investigação de Schmitt (2000, 2011) em 5 “módulos experienciais estratégicos" (MEEs): sentido, sentimento, pensamento, ação e identificação (Tabela 1). Tabela 1: Módulos Experienciais Estratégicos de Schmitt (2011) Módulos

Características de experiências

Sentido

Fatores sensoriais.

Sentimento

Fatores emocionais.

Pensamento

Fatores intelectuais criativos.

Ação

Fatores corporais que envolvem o aspecto físico.

Identificação

Fatores sociais e culturais. Fonte: Elaborada pelos autores

A primeira abordagem do módulo diz respeito às experiências sensoriais, que são sensações corporais, propostas pela visão, audição, tato, paladar e olfato. Neste artigo, o foco de investigação é a experiência proporcionada pela cor, portanto, o e-book Mamão com Açúcar será analisado no nível visual. Com base nos MEEs de Schmitt (2000, 2011) foram cruzadas as diretrizes de cada item, para a geração da Tabela 2, que demonstra como os módulos de experiência ocorrem na modalidade de livro digital. É importante também considerar os estudos sobre livros ilustrados propostos por Linden (2011) e Carelli e Aquino (2013), para nortear a produção da ilustração e da imagem no livro infantil. Estas informações foram coletadas e descritas na Tabela 3. Em seguida, os quadros 1, 2 e 3 serão aplicados ao e-book “Mamão com Açúcar” para analisar o impacto de sua paleta cromática de forma experiencial.

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Tabela 2: Módulos Experienciais Visuais em um E-book Infantil Sentido

Pensamento (cognição)

Sentimento

Imagens, textos Memória de Linguagem visual e elementos de emoções visuais para compreensão navegação da da criança. da narrativa; interface. códigos gráficos de navegação e interação.

Ação

Identificação (socialização)

Diretrizes gráficas de Usabilidade; Tipo de interação.

Nível da linguagem e da narrativa gráfica: verbal e imagética; percepção estética do produto; conectividade.

Fonte: Elaborada pelos autores

Tabela 3: Diretrizes para a Produção da Imagem do Livro Ilustrado Estilo

Assunto

Composição da Mídia

Condizentes com as aspirações da faixa etária.

Cenários, personagens e cenas do cotidiano da criança.

Forma como as imagens e ilustrações são apresentadas e relacionadas dentro de um livro.

Fonte: Elaborada pelos autores

Os livros apresentam interface gráfica normalmente dividida em 3 áreas: ilustração, texto e botões de navegação destacados da página e, às vezes, como sinalização para a interação com a narrativa. Segundo ROGERS et. al (2011 apud CHIARADIA, 2015, p. 83), o estilo de uma interface, que inclui suas formas, fontes, cores e elementos gráficos utilizados e a maneira como são combinados, determinam sua agradabilidade da interação. No e-book, todas as telas são predominantemente compostas por ilustrações, característica que, segundo Linden (2011), define um livro ilustrado. As composições ilustradas das telas estão dispostas como imagens associadas, ou seja, elas possuem continuidade estilística e/ou narrativa (LINDEN, 2011). Esta configuração tem como objetivo ser atrativa ao usuário e estimular sua capacidade cognitiva. O fundo das telas simula a representação de um livro físico e de uma mesa de madeira, com uma cena real de uso do e-book, onde uma pessoa estaria cozinhando e teria deixado o livro de receitas aberto em cima da mesa, com o objetivo de ir seguindo os passos das receitas presentes no e-book (Figura 8). A madeira sempre se encontra na cor marrom, enquanto as páginas do livro em creme ou variantes claras - cores usadas como fundos “neutros” diante dos personagens coloridos, para evitar excesso de informações e criar contraste entre os elementos. As ilustrações dos personagens possuem caráter lúdico e, portanto, sempre usam várias cores (em especial da paleta secundária), porém, possuem como principal, sua cor real para que o usuário possa reconhecê-los, estimulando sua cognição. Vale 331

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ressaltar que em todas as telas, ingredientes e utensílios possuem expressões capazes de enriquecer a experiência emocional, lúdica e afetiva do usuário. No entanto, nas telas dos passos a serem seguidos na elaboração das receitas, todos os ingredientes, e a maioria dos utensílios de cozinha, perdem suas expressões para evitar qualquer experiência de agressividade ou desconforto por parte do usuário (Figura 1). Figura 10: Personagens do E-book “Mamão com Açúcar”: com Expressões e sem Expressões

Fonte: Chiaradia (2015, p. 99)

Todas as ilustrações possuem texturas que visam acrescentar maior estilização, diferenciação e contraste entre os elementos das telas, e, que além de enriquecerem a experiência em nível visual, podem também influenciar o nível tátil. Todas elas possuem formas simples e divertidas, seguindo o estilo da autora e a pesquisa feita de acordo com a faixa etária do público-alvo (CHIARADIA, 2015). De acordo com Carelli e Aquino (2013), representações de objetos, cenários e cenas que fazem parte do repertório infantil facilitam a compreensão das imagens e a interação com a história. Todos os textos presentes nas telas do livro digital “Mamão com Açúcar” seguem os mesmos tamanhos de fonte, entrelinha e colunas definidos através de um estudo voltado ao público-alvo, que além de tratar de questões de legibilidade, seguem também princípios de leiturabilidade7 (CHIARADIA, 2015). Os textos são encontrados em 3 cores: laranja para títulos (em fundos escuros ou contrastantes) e destaques dentro dos textos, marrom para títulos e a maior parte dos textos (quando o fundo é claro), branco para textos (quando o fundo é escuro). Seus tamanhos e posicionamentos são utilizados de forma hierárquica e padronizada ao longo das telas, sempre seguindo princípios de legibilidade, porém, deixando as imagens preponderantes. Affordance é o potencial de reconhecimento de um elemento, para que o usuário possa identificá-lo sem explicação prévia (BONSIEPE, 2011 apud CHIARADIA, 2015, p. 96), levando isto em conta, este e-book oferece iconografia para os botões de

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O termo remete aos estudos de Walter Tracy (1986), descreve a qualidade do conforto visual na leitura, incluindo a legibilidade de caracteres, a qualidade de diagramação e, pode ser compreendido também na relação do texto com a composição imagética.

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navegação. Eles estão localizados nos cantos inferiores das telas ou direito superior em posição estratégica, porém, em cor neutra (bege) para evitar poluição visual (Figura 11). A tela da home do e-book “Mamão com Açúcar”, é composta predominantemente por ilustrações, portanto, os botões devem ser chamativos, e encontram-se em formato de ilustrações animadas e coloridas ou post-its laranjas (por seu uma cor contrastante com os outros elementos), como pode ser observado na Figura 11. Figura 11: Botões de Navegação do E-book “Mamão com Açúcar”: Tela de Receita e Home

Fonte: Chiaradia (2015, p. 99)

O e-book “Mamão com Açúcar” oferece diversas formas de interação multimidiática dentro de suas telas. A maioria delas é ativada por funções multitoque do usuário, que gera animações e sons. Nas interações oferecidas dentro das receitas, de acordo com os movimentos de toque do usuário, novas composições são formadas. Segundo Santaella (2007 apud CHIARADIA, 2015, p. 100), o nível de interação que ocorre nestas situações é de comando contínuo, permitindo ao usuário que ele faça modificações e desloque objetos. Sims (1997 apud CHIARADIA, 2015, p. 100) chama este grau de interação de pró-ativo, pois o usuário tem o poder de controlar a estrutura e o conteúdo. As experiências emocionais que um livro pode proporcionar devem buscar atingir os sentimentos e emoções que o usuário já possui em seu repertório particular, estimulando lembranças agradáveis do público (SCHMITT, 2000, 2011). No caso do ebook “Mamão com Açúcar”, as cores diversas buscam remeter a um ambiente lúdico, em que a criança pode lê-lo de forma agradável, pois, mesmo se tratando de um conteúdo informativo e didático, o livro deve proporcionar diversão ao leitor. As cores mais neutras, utilizadas no fundo das telas, buscam remeter a um estilo rústico, criando uma associação com os antigos livros de receitas, usados como tradição familiar e forma de resguardar uma cultura (LACERDA, 2011 apud CHIARADIA, 2015, p. 41). A experiência do usuário com um produto é muito particular, porém ele sempre busca exteriorizar suas sensações. Este e-book incentiva a prática dos conteúdos aprendidos na vida real, criando interação com as pessoas e o ambiente ao seu redor. 333

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Além disso, tratando-se de um livro voltado ao meio digital, o e-book pode proporcionar a ampliação da escala social com a conectividade online, seja através do contato com outros usuários ou por meio de informações dispostas como hiperlink. 5. Considerações Finais Este artigo teve por objetivo avaliar a paleta cromática do e-book “Mamão com açúcar”, um livro digital ilustrado e interativo de culinária saudável para o público infantil. A escolha das cores foi realizada como parte do processo de uma metodologia, porém, seguindo um método de maneira intuitiva baseado em escolhas autorais a partir de referenciais teóricos pertinentes ao assunto. Justamente dessa lacuna nasce a intencionalidade deste estudo, da falta de diretrizes objetivas para o design de e-books. Ao longo da construção deste artigo, notou-se que, apesar de muitas das escolhas tenham sido realizadas com base na expertise e conhecimentos prévios apreendidos pela autora (CHIARADIA, 2015), só foi possível chegar ao resultado final por meio das contribuições teóricas e práticas do Design, como as mencionadas previamente no texto. De acordo com os estudos e análises realizados do livro digital desenvolvido, embora a escolha de cores tenha sido realizada, a princípio, de maneira bastante intuitiva, ao fim ela demonstrou-se eficiente em sua objetividade e cumprimento de princípios do design gráfico e de experiência do usuário. Isso, porque a paleta cromática do livro foi sendo aprimorada com base na percepção sensorial dos desenvolvedores do projeto, auxiliados pelo levantamento de critérios advindos de estudos bibliográficos e do conhecimento tácito. Também foi problematizado durante o artigo, no contexto das cores e elementos gráficos, algumas das principais condições que tornam a produção do e-book um processo muito minucioso e distinto do livro infantil impresso. Além dos estudos cromáticos proporcionados por Kandinsky, Itten e Albers através de Barros (2006), apresentarem-se outras condições como aspectos relevantes na composição gráfica das interfaces (páginas) do livro digital (UXPin, 2015). Dentre elas, a importância do uso das cores hierarquicamente devido a grande quantidade de elementos e objetos que uma interface digital e interativa pode ter. Também, a escolha das cores em relação ao estilo gráfico das ilustrações e demais elementos pictóricos, de forma que sejam condizentes à faixa cognitiva do público-alvo, ambientando assuntos e cenas do cotidiano pertencentes ao universo da criança. Isso tudo, precisa ser feito de forma a gerar uma boa composição a partir das características que o suporte digital favorece, gerando harmonia e distinção entre elementos textuais, pictóricos e de interação, para promover uma boa experiência de leitura. A escolha de uma paleta cromática e o modo como suas cores são combinadas, é um processo que deve ser objetivo quando envolve um produto de design, com uma mensagem que deve ser destinada a um público-alvo específico. Os três artistas analisados por Barros (2006), partiram de experiências e estudos próprios para criar suas teorias sobre as cores, porém, seguindo princípios e objetivos. Através de seus ensinamentos, foi possível observar que para transmitir uma mensagem de maneira eficiente, devemos também levar em consideração uma série de fatores, técnicas e testes. As cores influenciam nossas emoções e escolhas, portanto, ao desenvolver um produto, é necessário estar atento para as experiências que a paleta cromática escolhida 334

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pode causar. Esse processo também envolve aspectos de composição gráfica, como hierarquização, distribuição e combinação de cores e elementos dentro de uma composição. Tratando-se do e-book “Mamão com Açúcar”, é necessário combinar, testar e prever como conteúdo, ilustração, botões de ação/navegação e interações funcionam juntos de forma harmônica. Este artigo foi uma maneira de analisar e validar a escolha da paleta cromática do e-book “Mamão com Açúcar”, trazendo objetividade e aprimoramento para as decisões tomadas. Porém, esta validação ainda não está finalizada. O próximo passo é realizar testes diretamente com o público-alvo, de modo a tornar esta pesquisa ainda mais completa e concreta.

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