Da sala para a rua: a utilização do geocaching na aprendizagem

August 22, 2017 | Autor: Sónia Cruz | Categoria: Teacher Education, ICT in Education
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Ana Amélia A. Carvalho, Sónia Cruz, Célio Gonçalo Marques, Adelina Moura, Idalina Santos (orgs.) (2014). Atas do 2.º Encontro sobre Jogos e Mobile Learning. Braga: CIEd.

Da sala para a rua: a utilização do geocaching na aprendizagem

Sónia Cruz Faculdade de Ciências Sociais Universidade Católica Portuguesa, Braga [email protected]

Célio Gonçalo Marques Instituto Politécnico de Tomar [email protected] 1. O que é o geocaching? O geocaching é uma atividade que se realiza ao ar livre fomentando o contacto com a natureza e onde o espírito da descoberta de ‘um tesouro’ envolve toda a dinâmica. A atividade de geocaching surgiu pela mão de Dave Ulmer que a 3 de maio de 2000 coloca a primeira cache com auxílio de um dispositivo com GPS (Sistema de Posicionamento Global). A localização foi anunciada80 e três dias depois tinha sido encontrada duas vezes e registada uma vez. Ainda nesse ano, Jeremy Irish, fundador da Groundspeak, criou o website www.geocaching.com onde reuniu a informação sobre este jogo 81 e onde são listadas as caches registadas pelos geocachers. A partir de então, a atividade ‘propagou-se‘ por todo o mundo. Semelhante a uma Caça ao Tesouro, no que respeita ao desafio, funciona por intermédio de um dispositivo de GPS utilizado para a localização da cache (‘o tesouro’). A cache trata-se de um recipiente (container), com um livro de registos (logbook), material de escrita (lápis ou caneta) e objetos para troca (porta-chaves, livros, bonecos, etc…). A cache pode, igualmente, conter objectos especiais: Travel Bugs (uma placa que geralmente está presa a um objeto) ou Geocoins (moedas especiais com vários motivos e tamanhos). Tipos de Caches A cache pode ser de vários tipos e tamanhos: Nano - Trata-se normalmente de um íman discreto, para ser colocado em locais com muita afluência; Micro - As mais comuns são caixas semelhantes aos porta rolos das máquinas fotográficas analógicas (100ml) ou objectos similares;

80

No newsgroup sci.geo.satellite-nav.

81 http://www.geocaching.com/articles/Brochures/PG/PG_Geocaching_BROCHURE_online_b&w.pdf

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Ana Amélia A. Carvalho, Sónia Cruz, Célio Gonçalo Marques, Adelina Moura, Idalina Santos (orgs.) (2014). Atas do 2.º Encontro sobre Jogos e Mobile Learning. Braga: CIEd. Small - Recipientes que permitem a colocação de um pequeno bloco de notas e lápis e/ou caneta; Regular - Costuma ser uma caixa do tamanho de um bloco A4, com uma altura variável;

Large - Possuem um tamanho variável (mais de 20L) como um barril, um caixote, etc..

A cache deve, preferencialmente, conter uma pequena nota explicativa do geocaching (“stash note”82). Essa nota explicativa adquire maior relevância dado que a cache pode ser encontrada acidentalmente e o indivíduo não conhecer o jogo. Com a nota explicativa será informado, manterá a cache no local e, provavelmente, passará a ser um geocacher! Como se fosse o seu ‘tesouro encontrado’, os geocachers que retiram algum objeto devem acrescentar outro, de modo a que a cache tenha sempre algum conteúdo. No entanto, o objetivo não é o pequeno tesouro, mas o prazer da busca. Além disso, cabe a cada geocacher a importância de se manter discreto a fim de permitir que outros descubram a cache e não lhes forneça informações adicionais para a encontrar (spoiler), ‘estragando’ o jogo. Seria fazer o mesmo que contar o final de um filme a quem está na bilheteira do cinema!. Cada geocacher pode procurar as milhares de caches existentes, como pode contribuir para esta prática, colocando novas caches em diferentes locais e rotas, tornando-se GeoHider 83 (escondedor de caches) e o “proprietário” (owner) das mesmas. Importa também que aqueles que as colocam zelem pela sua existência e conservação, combatendo os muggles, isto é, os não-geocachers (inspirado nos não-mágicos da série Harry Potter) que as podem descobrir, estragar ou simplesmente retirar do seu local. Natureza das Caches Há caches em todos os continentes e, praticamente, em todos os países. Podemos encontrar caches na terra, no mar e, imagine, no espaço! E podemos procurar caches de diferentes tipos, das quais optamos por destacar as seguintes84: Tradicional – Uma caixa simples colocada no local exato da coordenada fornecida com um livro de registo (logbook) ou uma folha de registo (logsheet);

82 Está disponível no sítio oficial uma versão em português pronta a imprimir, quer para micro caches quer para caches regulares (www.geocaching.com/articles/Cachenote_Portuguese.doc). 83

Cada cache está identificada com um CG Código (identificador de cada Cache - começa com “GC” e

segue-se um código alfanumérico). 84

Pode conhecer diferentes tipos de caches em http://www.geopt.org/

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Ana Amélia A. Carvalho, Sónia Cruz, Célio Gonçalo Marques, Adelina Moura, Idalina Santos (orgs.) (2014). Atas do 2.º Encontro sobre Jogos e Mobile Learning. Braga: CIEd. Multicache – Para se encontrar as coordenadas da cache final é necessário passar por um ou mais pontos intermédios e recolher informação (cache offset). Estes pontos intermédios podem ser virtuais (recolher datas, contagem de algo no local) ou físicos (micro ou nano com as coordenadas do ponto seguinte). Mistério – É necessário que o geocacher resolva um enigma para obter as coordenadas reais da cache e encontrá-la; Letterbox – Para encontrar a cache, em vez de serem fornecidas coordenadas, são fornecidas pistas. Ocorre muitas vezes uma letterbox ser uma multi-cache (dado que as coordenadas são publicadas na página oficial do website Geocaching.com). Estas caches não contêm itens para troca. Apenas contém um carimbo que deve permanecer para que outros geocachers o utilizem e ‘carimbem’ a sua visita/descoberta. Evento – Um encontro de geocachers onde os praticantes deste jogo podem trocar ideias sobre o geocaching. Nestes casos, o evento é marcado virtualmente e nessa página são disponibilizadas as coordenadas da localização onde este se vai realizar. Se o evento contar com mais de 500 participantes, designa-se de Mega Evento. Estes Mega Eventos costumam ter atividades planeadas e, por vezes, decorrem em vários dias. Esses grandes eventos atraem geocachers de todo o mundo e costumam ser realizados anualmente. Cache In Trash Out (CITO) – Evento de limpeza de um determinado local. Neste tipo de atividades, enquanto os geocachers procuram as caches, os geocachers devem ir apanhando o lixo que encontram pelo caminho e deixá-lo nos locais apropriados. Earthcache – Tratam-se de caches virtuais, com cariz didático, e estão localizadas em monumentos ou locais de interesse geológico. Trata-se de um lugar especial que as pessoas podem visitar para aprenderem mais sobre a história ou os fenómenos naturais. Ghostbuster – Tratam-se de caches cuja procura é realizada à noite. Através do uso de material fluorescente, o geocacher é conduzido até à cache. Aquando da procura da cache, assim que o geocacher atinge as coordenadas significa que está no Grau Zero (GZ - Ground Zero), que é o ponto onde o dispositivo GPS mostra que chegou ao local da cache estando a ‘zero pés’ (ou zero metros) de distância da cache. As caches são classificadas em duas categorias, cada uma indicada numa escala de 5 estrelas. A categoria – Dificuldade - prende-se com o desafio de encontrar a cache e a categoria - Terreno – é relativa ao ambiente físico. Classificando com uma estrela indica-se que a cache está

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Ana Amélia A. Carvalho, Sónia Cruz, Célio Gonçalo Marques, Adelina Moura, Idalina Santos (orgs.) (2014). Atas do 2.º Encontro sobre Jogos e Mobile Learning. Braga: CIEd. ‘praticamente’ à vista e a classificação de cinco estrelas indica que descobrir a cache será um verdadeiro quebra-cabeças85. Depois de encontrar a cache, pode fazer o registo, comentários, histórias ou colocar fotos da cache no website oficial. Esse registo pode ser referido, quanto à cache, se: - Encontrada (fount it); - Não encontrada (DNT - didn’t find it); - Primeiro a encontrar (FTF – First to Find) - Dificuldades no terreno) (D / T – Difficultyt / Terrain) - Notas (write note); - Arquivo (needs archived). 2. Requisitos Tecnologia Ao nível da tecnologia exige-se um equipamento móvel que possua acesso à Internet e com sistema de GPS integrado (e.g. smartphone ou tablet), onde seja instalada uma aplicação móvel de Geocaching (por exemplo a C:Geo ou a Looking4Cache). A conexão à Internet é essencial para a instalação da aplicação mas também para que o acesso a informações e funcionalidades dessa aplicação (mapas da localização das caches, registo de caches, definição de trajetos, etc) possa ser feito. Aplicações No mundo das aplicações móveis é importante perceber quais as caraterísticas do dispositivo móvel que dispomos, nomeadamente, identificar o seu sistema operativo (Android, iOS, etc.) uma vez que só conhecendo estas características podemos optar pela aplicação adequada, a qual pode ser instalada de forma gratuita ou mediante pagamento. Para fazer o download destas aplicações, depois de identificado o sistema operativo móvel do equipamento, deverá aceder à loja virtual de aplicações: no caso do sistema operativo Android referimo-nos à loja virtual de aplicações Google Play, no caso do sistema operativo iOS referimo-nos à loja virtual iTunes, no caso do sistema operativo Windows referimo-nos à loja Windows Phone. 3. O Geocaching na Escola: ‘Todos para a rua’! Sendo o Geocaching uma atividade realizada ao ar livre pode, à primeira vista, não ser considerada uma atividade que se enquadre na Escola. Mas essa premissa estará longe da verdade. Aproveitando que a atividade se socorre ao desafio (o primeiro passo para captar o interesse dos alunos já está conseguido!) e se desenvolve em espaço aberto (possibilitar o contacto com o património exterior), o geocaching assume-se como uma experiência de relevo a ser levada a cabo na escola. Disciplinas relacionadas com o ambiente, o património natural e

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É conveniente ressalvar que o sistema de classificação das caches varia de acordo com a aplicação

escolhida.

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Ana Amélia A. Carvalho, Sónia Cruz, Célio Gonçalo Marques, Adelina Moura, Idalina Santos (orgs.) (2014). Atas do 2.º Encontro sobre Jogos e Mobile Learning. Braga: CIEd. edificado (Ciências Naturais, História, Geografia, Biologia…), o Desporto e a Física podem ser ‘privilegiadas’ nesta atividade de busca do tesouro. No entanto, todas as disciplinas podem beneficiar. Para isso depende apenas da criatividade e empenho do professor. Certo está que a atividade pode promover o desenvolvimento de competências em diferentes áreas curriculares tão diversas como a Física (o funcionamento do GPS), a História (conhecendo e valorizando o património edificado), a Geografia (orientação e localização absoluta), a Biologia (na temática da Ecologia), Educação Física (distâncias, acelerações, velocidades, etc.) ou a Matemática (sistemas ortogonais, relações entre distâncias, trigonometria). Além destas, o património histórico e natural pode ser apreciado, compreendido e respeitado com atividades do tipo geocaching. Estas são algumas possibilidades mas podem-se cruzar e tornarem-se verdadeiras atividades interdisciplinares. A interdisciplinariedade tão desejada pode ser conseguida com este tipo de atividades. Basta o empenho dos professores na criação de rotas das caches que permitam aos seus alunos saber mais sobre determinado tema e vivenciá-lo em pleno. Deste modo, ao mesmo tempo que utilizam a tecnologia de modo eficaz e seguro estão em contacto com o meio físico, respeitando-o e aprendendo a valorizá-lo. Nesta linha, foi criado pelo Centro de Competência Entre Mar e Serra um projeto de âmbito nacional com o apoio do Ministério da Educação, denominado Go! Mobilidade na Educação, que desenvolve e avalia iniciativas mobilizadoras e integradoras no domínio do uso das tecnologias móveis e georeferenciação nas escolas e nos processos de ensino/aprendizagem, chegando a fornecer aos professores as etapas que devem ser cumpridas para levar a cabo uma atividade de geocaching. É ou não é uma boa oportunidade de ‘mandar’ todos os alunos para a rua? Saiba como fazê-lo!

3.1 Para a Rua, e depois? O Geocaching oferece, como vimos, possibilidade de integração curricular no âmbito das diferentes disciplinas. Vejamos, a título de exemplo, como se pode integrar este recurso no estudo da História. 3.1.1 História No âmbito do estudo da formação da nacionalidade, o professor pode optar por utilizar as caches existentes na cidade berço, Guimarães. Acedendo ao geocaching.com, o professor pode pesquisar as geocaches existentes e, a partir delas, com recurso ao googlemaps criar um itinerário registando os pontos que tem interesse que os seus alunos conheçam/visitem. Pode, igualmente, optar por um geotour já criado86. É o caso do que apresentamos de seguida. Trata-se do itinerário ‘Da Oliveira à Penha II’ (Mapa 1) e que permite uma visita ao

86

Exemplo disponível em: http://www.geocaching.com/seek/cdpf.aspx?guid=197fd65c-21ce-4df1-9d7b-

7f5825fb394e

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Ana Amélia A. Carvalho, Sónia Cruz, Célio Gonçalo Marques, Adelina Moura, Idalina Santos (orgs.) (2014). Atas do 2.º Encontro sobre Jogos e Mobile Learning. Braga: CIEd. centro histórico de Guimarães ‘obrigando’ a passar por pontos diferentes a fim de se conseguir as coordenadas da cache (multi cache).

Mapa 1: ‘Da Oliveira à Penha II’ (Itinerário registado em http://www.geocaching.com)

A cache é um frasco que está envolto num saco plástico preto. No entanto, para se conhecerem as coordenadas finais é necessário responder às perguntas, resolver a equação e desencriptar a mensagem. A estratégia do proprietário (’owner’) desta cache traduz a necessidade de quem pretende conhecer melhor esta cidade. Para encontrar esta cache torna-se necessário visitar 15 locais: Capelas dos Passos da Paixão de Cristo, Chafariz do Carmo, Convento de Santa Clara (Câmara Municipal de Guimarães), Rua de Santa Maria, Praça de S. Tiago, Antigos Paços do Concelho, Padrão do Salado, Igreja de N. Sra. da Oliveira, Igreja da Misericórdia, Largo do Toural , Torre da Muralha, Casa da Rua Nova, Igreja de N. Sra. da Consolação e Santos Passos, Teleférico da Penha e o Santuário da Penha. Ora, estes pontos são (normalmente) os pontos privilegiados numa visita de estudo a esta cidade. Inevitavelmente, o professor pode aliar esta visita de estudo para melhor conhecimento do património natural e edificado ao geocaching, impulsionando os seus alunos a partirem à descoberta da história da cidade. 4. Criar uma atividade Para criar uma atividade de geocaching, o professor pode: a) Criar uma atividade utilizando caches existentes; b) Criar uma atividade concebendo novas caches e disponibilizando-as a toda a comunidade de geocachers; c) Criar uma atividade concebendo novas caches apenas para esse fim.

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Ana Amélia A. Carvalho, Sónia Cruz, Célio Gonçalo Marques, Adelina Moura, Idalina Santos (orgs.) (2014). Atas do 2.º Encontro sobre Jogos e Mobile Learning. Braga: CIEd. Nas duas primeiras situações recomenda-se o registo no website Geocaching e a instalação da aplicação C:Geo no dispositivo móvel com sistema operativo Android. Para dispositivos com o sistema operativo iOS recomenda-se a aplicação Looking4Cache.

Na terceira situação, basta a utilização de um GPS ou de uma aplicação móvel que permita a inserção das coordenadas e a localização do sítio (e.g. GPS Arrow Lite). Nesta alternativa o professor cria as caches, coloca-as nos respetivos locais a visitar e retira as coordenadas para posteriormente distribuir aos seus alunos. Nestes casos, o professor tem ‘maior liberdade’ quer na escolha dos locais a visitar, como pode também, de cache em cache descoberta, fornecer dicas/pistas para encontrar as outras caches, fornecer material didático, solicitar a realização de uma atividade, etc.

Registo e utilização do website Geocaching O website Geocaching (http://www.geocaching.com) da Groundspeak é a maior referência no domínio do Geocaching ( Figura 1). Congrega mais de 6 milhões de geocachers e disponibiliza a localização de mais de 3,2 milhões de caches.

Figura 1: página inicial do website http://www.geocaching.com O utilizador deve começar por alterar o idioma do website para português. De seguida deve clicar em “Criar Conta”. Se o utilizador pretender beneficiar de um conjunto de serviços e funcionalidades adicionais pode migrar de uma conta básica (gratuita) para uma conta premium87 ($30/ano).

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Pode consultar os benefícios de uma conta premium em: https://www.geocaching.com/premium/

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O website é constituído por 8 secções: 1. Aprenda: informações sobre o jogo e como se joga; 2. O seu perfil: informações sobre o utilizador; 3. Jogar: informações sobre as caches; 4. Comunidade: informações sobre a comunidade de geocachers; 5. Loja: informações sobre produtos de geocaching; 6. Vídeos: vídeos sobre geocaching; 7. Parceiros: informações sobre promoções e parceiros; 8. Siga-nos: ligações para as redes sociais. Na secção “Aprenda” encontram-se duas opções: Geocaching 101 e Geocaching em 2 minutos (Figura 2). São excelentes recursos para quem está a iniciar o seu percurso no geocaching.

Figura 2: Secção “Aprender”: Geocaching em 2 minutos Na secção “O seu perfil” surgem sete opções: vista rápida, listas, geocaches (do utilizador), trackables (do utilizador), pocket queries, notas de campo e detalhes da conta. Recomenda-se que o utilizador comece por clicar em detalhes da conta para editar os dados do seu perfil, escolher a sua foto de perfil e o seu avatar, definir as suas preferências, indicar a sua localização, entre outra informação. Na vista rápida o utilizador tem acesso a várias informações sobre a sua atividade (caches vistas recentemente, registos dos últimos 30 dias, número de caches encontradas, receptores de GPS utilizados, entre outros dados). Em Listas o utilizador com uma conta básica pode colocar caches sobre observação (e.g. Se o utilizador não conseguiu localizar determinada cache pode colocá-la sobre observação e receber 528

Ana Amélia A. Carvalho, Sónia Cruz, Célio Gonçalo Marques, Adelina Moura, Idalina Santos (orgs.) (2014). Atas do 2.º Encontro sobre Jogos e Mobile Learning. Braga: CIEd. informações sobre os registos efetuados posteriormente). O utilizador com uma conta premium pode ainda criar listas personalizadas e consultar a sua lista de caches favoritas. Em geocaches (do utilizador), o utilizador tem acesso aos seus registos e à lista das caches de que é proprietário. Os tracktables88 estão associadas a geocoins (moeda especial criada por geocachers), travel bugs (chapas de identificação anexadas a um "viajante", ou a um item que viaja de um local para outro) ou materiais promocionais da Groundspeak. Cada geocoin, travelbug ou outro trackable tem um objetivo, por isso, é necessário consultar a sua página para descobrir qual é (o objetivo pode ser percorrer um número determinado de países, chegar a um determinado continente, etc..). Cada trackable possui um código para que o geocacher o possa registar e saber o seu objetivo. As pocket queries são pesquisas personalizadas de caches, acessíveis apenas aos utilizadores premium. Através das notas de campo, o utilizador pode guardar informações sobre as caches que foi encontrando e do percurso que efetuou. Na secção “O seu perfil” o utilizador tem ainda acesso a outras informações, como estatísticas (Figura 3) ou amigos.

Figura 3: Secção “O seu perfil”: estatísticas Na secção “Jogar” o utilizador tem seis opções: esconder e procurar uma cache, efectuar um registo, ver o mapa de geocaches, trackables, geotours e centro de ajuda.

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Pode encontrar mais informações sobre trackables em: http://www.geocaching.com/track/default.aspx

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Através de esconder e procurar uma cache (Figura 4) é possível a localização de caches por endereço, código postal, distrito, país, raio de coordenadas, nome da cache, código da cache e utilizador (escondidas ou encontradas). No caso do utilizador pretender esconder uma cache é nesta página que pode iniciar o processo de submissão. As novas caches terão que ser revistas e publicadas pelos voluntários da Groundspeak.

Figura 4: Secção “Jogar”: esconder e procurar uma cache

Na página efectuar um registo o utilizador tem acesso às caches visualizadas recentemente (Figura 5). Ao clicar numa cache pode consultar informações sobre a mesma e efetuar o registo.

Figura 5: Secção “Jogar”: efectuar um registo

Na página da cache encontra a sua descrição, as suas coordenadas, os seus atributos, a sua dificuldade, a dificuldade do terreno, o seu tamanho, o número de favoritos, fotografias, eventuais 530

Ana Amélia A. Carvalho, Sónia Cruz, Célio Gonçalo Marques, Adelina Moura, Idalina Santos (orgs.) (2014). Atas do 2.º Encontro sobre Jogos e Mobile Learning. Braga: CIEd. pistas para a sua localização, os registos dos outros utilizadores, entre outra informação relevante (Figura 6). Nesta página o utilizador também pode descarregar as coordenadas da cache para o seu dispositivo móvel.

Figura 6: Cache Sé Velha de Coimbra - GC1BGPJ (N 40° 12.524 W 008° 25.640)

Através de ver o mapa de geocaches é possível localizar caches com recurso a um mapa onde estão identificados os locais das caches e o tipo de cache (Figura 7). O sorriso significa que a cache já foi encontrada pelo utilizador. Para obter mais informações sobre cache, o utilizador deve clicar nela.

Figura 7: Secção “Jogar”: ver o mapa de geocaches

Na página trackables (Figura 8) é disponibilizada informação sobre os tipos de trackables existentes. Neste espaço também é possível pesquisar um trackable por código ou nome, ativar um trackable e consultar os registos recentes. 531

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Figura 8: Secção “Jogar”: trackables A página de geotours disponibiliza ao utilizador vários passeios personalizados tendo como mote o geocaching (Figura 9). Uma geotour é constituído por várias caches e leva os geocachers numa viagem por uma área específica (pode ser ao longo de um trilho, de sítios históricos, num parque e até no meio de uma área urbana). Cada cache dá a conhecer atividades para a família, factos interessantes, histórias, etc... Para a criação destes geotours, a Groundspeak tem trabalhado com entidades de turismo locais, associações históricas e companhias privadas.

Figura 9: Secção “Jogar”: geotours

Através do centro de ajuda o utilizador tem acesso ao suporte técnico da Groundspeak. Na secção “Comunidade” o utilizador pode partilhar os seus feitos com os seus amigos (enviar a um amigo), saber quem são os voluntários, que tipos de voluntários existem, onde estão localizados e como se tornaram voluntários (voluntários) (Figura 10), encontrar organizações e 532

Ana Amélia A. Carvalho, Sónia Cruz, Célio Gonçalo Marques, Adelina Moura, Idalina Santos (orgs.) (2014). Atas do 2.º Encontro sobre Jogos e Mobile Learning. Braga: CIEd. associações de geocaching (organizações locais), participar em fóruns de discussão (fóruns de discussão), consultar “the geocaching blog” (blog) e visualizar o calendário de eventos de geocaching (eventos).

Figura 10: Secção “Comunidade”: voluntários

Na secção “Loja” o utilizador pode adquirir produtos (loja geocaching) (Figura 11), conhecer os distribuidores internacionais (distribuidores internacionais), consultar análises a dispositivos de GPS (análises de GPS), e aceder a um guia para comprar um dispositivo GPS (guia para comprar um dispositivo GPS).

Figura 11: Secção “Loja”: loja geocaching

Na

secção

“Parcerias”

o

utilizador

tem

informações

sobre

geotours

(viagens

e

turismo), programas de marketing personalizados (promoções de marcas), recursos disponíveis para utilizar na sala de aula (geocaching e educação) (Figura 12), soluções de 533

Ana Amélia A. Carvalho, Sónia Cruz, Célio Gonçalo Marques, Adelina Moura, Idalina Santos (orgs.) (2014). Atas do 2.º Encontro sobre Jogos e Mobile Learning. Braga: CIEd. publicidade (anuncie connosco) e informações para os programadores sobre a API pública do geocaching (programa da API).

Figura 12: Secção “Parcerias”: geocaching e educação

Na secção “vídeos” estão disponíveis diversos vídeos sobre geocaching organizados por categorias (Figura 13).

Figura 13: Secção “Vídeos”

Por fim, a secção “siga-nos” apresenta hiperligações para as presenças do geocaching no Facebook, Youtube, Instagram e Twitter (Figura 14).

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Figura 14: Secção “Siga-nos”: Twitter

Instalação e utilização da aplicação C:Geo Depois do utilizador ter criado a conta no website http://www.geocaching.com deve instalar uma aplicação de geocaching no seu dispositivo móvel que permita armazenar e localizar caches, efetuar registos, planear atividades, entre outras funcionalidades. A Groundspeak disponibiliza a aplicação Geocaching89, contudo, esta não é gratuita para dispositivos móveis com sistema operativo Android, por isso, sugere-se a instalação da aplicação C:Geo que possui excelentes funcionalidades e é gratuita. No caso do utilizador possuir um dispositivo móvel com sistema operativo iOS recomenda-se a aplicação Looking4Cache. O utilizador deve aceder ao Google Play Store, fazer uma procura por “c:geo” (Figura 15) e instalar a aplicação.

Figura 15: Google Play Store, C:Geo

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Apenas os utilizadores com dispositivos móveis com sistema operativo Windows podem descarregar

gratuitamente a aplicação Geocaching da Groundspeak.

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Na página inicial da aplicação (Figura 16) surgem seis opções: 1. Ao vivo: mapa com a indicação da localização das caches; 2. Por perto: lista de caches escondidas perto da localização atual; 3. Arquivo: lista de caches arquivadas; 4. Pesquisar: pesquisa de caches; 5. Destino: definição de um destino a partir da localização atual; 6. Filtro: filtro por tipo de cache.

Figura16: Página inicial da aplicação C:Geo O utilizador deve começar por aceder às definições da aplicação e na opção “serviços” (Figura 17) deve seleccionar “geocaching” e indicar as credenciais da sua conta neste website. Depois de o fazer, a aplicação C:Geo passa a interagir com o website Geocaching.

Figura17: Definições da aplicação C:Geo

O utilizador pode escolher uma cache a partir do “mapa ao vivo” (Figura 18), contudo, esta funcionalidade exige uma ligação à Internet.

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Figura18: C:Geo, ao vivo

A funcionalidade “por perto” lista as caches escondidas perto da localização atual do utilizador e também exige uma ligação à Internet (Figura 19).

Figura 19: C:Geo, por perto

O utilizador pode, no entanto, optar por arquivar as caches antes de iniciar a atividade (Figura 20) e desta forma não necessita de uma ligação à Internet. No caso da cache já estar arquivada há algum tempo, recomenda-se a atualização da informação.

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Figura 20: C:Geo, arquivo

Através do opção “pesquisar” o utilizador pode pesquisar caches por coordenadas, endereço, geo código, palavra-chave, utilizador, dono e trackable (Figura 21).

Figura 21: C:Geo, pesquisar

A opção “destino” permite que o utilizador identifique as coordenadas da sua localização atual e indique um destino a partir da referida posição (Figura 22).

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Figura 22: C:Geo, destino

Por defeito, a aplicação C:Geo apresenta todos os tipos de cache, contudo através da opção “filtro” (Figura 23) o utilizador pode configurá-la para mostrar apenas um tipo específico de cache (e. g. multi-cache).

Figura 23: C:Geo, filtro

Instalação e utilização da aplicação GPS Arrow Navigator Lite Se o utilizador pretender apenas uma aplicação para localização de um determinado sítio com base em coordenadas, pode recorrer à aplicação GPS Arrow Navigator Lite. Esta aplicação é gratuita e muito fácil de usar. O utilizador deve começar por aceder ao Google Play Store, fazer uma procura por “gps arrow lite” (Figura 24) e instalar a aplicação.

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Figura 24: Google Play Store, GPS Arrow Navigator LITE

A aplicação GPS Arrow Navigator Lite possui três opções: 1. Gps Info: indicação da posição atual do utilizador; 2. Destinations: lista de destinos; 3. Navegation: seta de navegação.

O utilizador deve começar por deixar o dispositivo móvel identificar a sua posição atual (Figura 25).

Figura 25: GPS Arrow Navigator LITE, GPS Info

Através da opção “destinations” o utilizador seleciona um destino (Figura 26). Antes de iniciar a atividade sugere-se que o utilizador adicione as coordenadas das caches.

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Figura 26: GPS Arrow Navigator LITE, Destinations Para adicionar um novo destino o utilizador deve carregar no sinal +, e de seguida deve indicar o nome do destino (e.g. nome da cache) e as suas coordenadas em formato decimal (Figura 27).

Figura 27: GPS Arrow Navigator LITE, New Destination

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Figura 28: GPS Arrow Navigator LITE, Navigation

5. Vamos para a Rua: Coimbra tem mais encanto Descrevemos, de seguida, o jogo que criámos como suporte à atividade prática do workshop que aqui apresentamos, realizado em Coimbra.

Descrição do caso Cache 1 – Tempos idos A cache encontra-se num local onde é possível observar a parte lateral de um edifício cuja construção remete-nos para a Idade Média. Trata-se de uma cache tradicional, de tamanho pequeno e contém o logbook, a stash note, lápis e informação de carácter histórico. Permite a troca de pequenos objetos. O container deve ser bem fechado e recolocada a cache da mesma forma como a encontraram, pois a sua durabilidade depende disso. Cache 2 – Duas correntes A cache encontra-se num local muito movimentado pelo que é exigida a máxima descrição. A procura da cache permite observar, no exterior, a dupla opção decorativa da sua construção. Trata-se de uma cache tradicional, pequena, com logbook, stash note, lápis e informação relevante para o geocacher. Permite a troca de pequenos objetos. O container deve ser bem fechado e recolocado no local encontrado. 542

Ana Amélia A. Carvalho, Sónia Cruz, Célio Gonçalo Marques, Adelina Moura, Idalina Santos (orgs.) (2014). Atas do 2.º Encontro sobre Jogos e Mobile Learning. Braga: CIEd.

Cache 3 – Gentes da Terra A cache encontra-se num local cuja envolvência possibilita apreciar uma vista magnífica sobre a cidade. Trata-se de uma cache tradicional com logbook, stash note, lápis e informação de relevo sobre o património. Permite a troca de pequenos objetos. O container deve ser bem fechado e recolocado no local.

6. Conclusão O geocaching trata-se de um jogo que se desenrola ao ar livre, sendo a ‘versão 2.0’ da Caça ao Tesouro de outros tempos. O objetivo da atividade prende-se com a motivação intrínseca de encontrar uma cache, isto é, uma caixa que contém uma nota explicativa, um bloco de registos e, eventualmente, alguns objetos para troca. As caches estão espalhadas por todo o mundo, quer em locais urbanos (onde a discrição deve ser mais evidente), quer em locais rurais, montanhas, etc. Para praticar esta atividade, o utilizador deve possuir um dispositivo móvel com acesso à Internet e ter instalado uma aplicação de geocaching compatível com o sistema operativo do seu dispositivo. Para a realização desta atividade, deve cumprir quatro passos: 1. Registo num website de geocaching a fim de ter acesso à base de dados de todas as coordenadas de caches90; 2. Pesquisar e recolher as coordenadas das caches desejadas, podendo-as descarregar diretamente para o GPS91; 3. Procurar a cache92 que terá um container onde estará a stashnote e o loogbook (onde o geocacher registará a sua visita, ‘identificando-se’). 4. Voltar ao website de geocaching para fazer o registo do tesouro encontrado e partilhar a experiência.

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Nestes casos, o professor pesquisa previamente as caches já disponíveis e traça o itinerário para percorrer com os seus alunos e que se enquadre segundo os seus propósitos disciplinares. 91

O professor pode optar por criar ele próprio as caches que as disponibiliza nos locais pretendidos,

guardando as coordenadas a serem posteriormente fornecidas aos alunos e, eventualmente, disponibilizadas para outros geocachers (após a submissão desse pedido no site). 92

Uma vez que se trata de uma atividade ao ar livre, importa que os geocachers estejam vestidos ‘a rigor’:

calçado confortável, protetor e capa da chuva ou chapéu!

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Ana Amélia A. Carvalho, Sónia Cruz, Célio Gonçalo Marques, Adelina Moura, Idalina Santos (orgs.) (2014). Atas do 2.º Encontro sobre Jogos e Mobile Learning. Braga: CIEd.

Trata-se de uma atividade que pode ser aplicada em contexto educativo no âmbito do estudo de diversas áreas curriculares. Para tal, o professor pode optar por recorrer às caches existentes, aos geotours existentes ou, ele próprio, colocar as caches e criar um itinerário de interesse para a sua área. Certo está que por ser feito ao ar livre e ter em si uma componente de desafio, o geocaching costuma ser muito bem aceite por crianças e adultos, quer em contexto de escola, quer com amigos ou família.

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