DANIELE FECURY MARINHO- A PRODUÇÃO TEATRAL BRASILIENSE NA ERA DA CULTURA DIGITAL: UM ESTUDO SOBRE A UTILIZAÇÃO DAS NOVAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO

Share Embed


Descrição do Produto

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PROGRAMA DE ESTUDOS CULTURAIS E SOCIAIS

DANIELE FECURY MARINHO

A PRODUÇÃO TEATRAL BRASILIENSE NA ERA DA CULTURA DIGITAL: UM ESTUDO SOBRE A UTILIZAÇÃO DAS NOVAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO

Rio de Janeiro 2016

DANIELE FECURY MARINHO

A PRODUÇÃO TEATRAL BRASILIENSE NA ERA DA CULTURA DIGITAL: UM ESTUDO SOBRE A UTILIZAÇÃO DAS NOVAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO

Monografia apresentada ao Programa de Estudos Culturais e Sociais da Universidade Candido Mendes como requisito parcial para conclusão do curso de Pós-graduação Lato sensu MBA em Gestão Cultural. Orientadora: Profa. Ms. Cristina Pereira de Carvalho Lins.

Rio de Janeiro 2016

M338

Marinho, Daniele Fecury Produção teatral brasiliense na era da cultura digital: um estudo sobre a utilização das novas tecnologias de informação / Daniele Fecury Marinho. 2016. 34 f.: il. Orientadora: Profª. Ms. Cristina Pereira de Carvalho Lins Monografia (Pós-Graduação em Gestão Cultural) – Universidade Candido Mendes, Programa de Estudos Culturais e Sociais, 2013. 1. Gestão cultural. 2.Teatro - Brasília. 3. Mídias sociais. I. Lins, Cristina Pereira de Carvalho. II. Universidade Candido Mendes. Programa de Estudos Culturais e Sociais. CDD 306.4

Dedico este trabalho aos meus pais Ivone e David (in memoriam).

AGRADECIMENTOS

À minha Mãe e ao meu irmão Alexandre, que estiveram ao meu lado nos momentos de contrariedade que a vida oferece.

Aos amigos que cultivei nesse período de dois anos em que estive morando no Rio de Janeiro e à minha tia Glória, pelo companheirismo e suporte emocional em todos os momentos da realização desse trabalho.

À Profª Cristina Lins, por sua dedicação em apontar os potenciais a serem explorados e ampliados no conteúdo e à Profª Érica Resende, pela paciência na realização da revisão deste trabalho.

Agradeço o apoio e incentivo oferecidos pela equipe do Programa de Estudos Culturais e Sociais (PECS), pela bolsa concedida que viabilizou o meu crescimento profissional, artístico, intelectual e humano.

Finalmente, agradeço à Dra. Laís Bertoche. Pessoa fundamental nessa caminhada, gratidão pela forma amorosa de tratar as pessoas à sua volta e pelo auxílio na ressignificação da minha visão de mundo.

A todos, eu deixo o meu sorriso.

O teatro não pode desaparecer porque é a única arte em que a humanidade enfrenta à si mesma. (Arthur Miller)

RESUMO

O presente trabalho, por meio de pesquisa acadêmica exploratória, pretende estudar o impacto da utilização das novas tecnologias de comunicação digital no ambiente de produção teatral brasiliense. Nota-se o crescimento de usuários de redes sociais nos últimos anos e a potencialidade de divulgação mercadológica identificada por empresas e equipamentos culturais. Pretende-se verificar como essa divulgação ocorre por meio da análise dos níveis de acesso às novas tecnologias de informação no Distrito Federal. Por se tratar de um assunto pouco abordado e significativo no momento em que vivemos, e por ser uma ferramenta de mediação entre atores, produtores e público, a temática tem foco na ampliação do conhecimento e posterior disponibilização a quem quer que necessite de informações a respeito do tema.

Palavras Chave: Novas Tecnologias de Informação. Comunicação Digital. Produção Teatral.

ABSTRACT

This work, through exploratory academic research, aims to study the impact of the use of new digital communication technologies in Brasilia theatrical production environment. Note the growth of social networking users in recent years and the marketing disclosure of potential identified by businesses and cultural facilities. It is intended to verify how such disclosure is by analyzing the levels of access to new information technologies in the Federal District. Because it is a little discussed issue and significant at the time we live in, and to be a mediation tool between actors, producers and audience, the theme focuses on the expansion of knowledge and later available to anyone who needs information about theme .

Keywords: New Information Technologies. Digital Communication. Theatrical Production.

SUMÁRIO

1

INTRODUÇÃO ................................................................................................ 08

1.1

PROBLEMA...................................................................................................... 08

1.2

DELIMITAÇÃO ................................................................................................ 08

1.3

OBJETIVO GERAL........................................................................................... 08

1.4

OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................. 08

1.5

JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 09

1.6

METODOLOGIA .............................................................................................. 09

2

UMA BREVE HISTÓRIA DO SURGIMENTO DA INTERNET NO BRASIL ........................................................................................................... 10

2.1

AS NOVAS MÍDIAS COMO FERRAMENTAS DE CONEXÃO ENTRE PESSOAS .......................................................................................................... 11

2.2

DADOS PERCENTUAIS ACERCA DA UTILIZAÇÃO DA INTERNET NO PAÍS .................................................................................................................. 12

2.3

ASPECTOS SOCIODEMOGRÁFICOS: DIFICULDADES E DESIGUALDADES REGIONAIS...................................................................... 14

3

A UTILIZAÇÃO DAS TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO NO PAÍS E NO DISTRITO FEDERAL........................... 18

3.1

ALCANCE DO SINAL DIGITAL ...................................................................... 20

3.2

TELEVISÃO POR ASSINATURA .................................................................... 21

3.3

TELEVISÃO POR ANTENA PARABÓLICA .................................................... 22

4

COMUNICAÇÃO DIGITAL PUBLICITÁRIA NO TEATRO ....................... 24

4.1

FESTIVAL INTERNACIONAL DE TEATRO DE BRASÍLIA: CENA CONTEMPORÂNEA ........................................................................................ 27

5

CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................ 32 REFERÊNCIAS ............................................................................................... 33

8 1 INTRODUÇÃO

1.1 PROBLEMA

De que forma a comunicação digital e a utilização das novas tecnologias podem contribuir enquanto ferramentas de difusão do conhecimento e produção artística Teatral?

1.2 DELIMITAÇÃO

Esta monografia tem por objetivo sistematizar o conhecimento e tornar público o conhecimento acerca da influência benéfica da comunicação de massa digital na cena teatral do Distrito Federal.

1.3 OBJETIVO GERAL

Realizar um estudo sobre a utilização das novas tecnologias de comunicação digital como instrumento de mediação entre público e artistas e compreender de que forma estas novas tecnologias proporcionam um impacto positivo no que se refere à forma como são propagadas as informações de divulgação e acessibilidade ao meio cênico.

1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 

Realizar um levantamento acerca da utilização das tecnologias de Comunicação e Informação (TIC), no país.



Estabelecer relações entre a utilização das mídias digitais e os índices de frequência aos espetáculos teatrais.



Avaliar os impactos positivos da construção de uma boa relação por meio da comunicação digital entre artistas e o público.



Apresentar a importância das mídias sociais enquanto ferramenta de intermediação de informações entre artistas, produtores e público.

9 1.5 JUSTIFICATIVA

O Ex-ministro da Cultura, Gilberto Gil participou de inúmeros eventos voltados à discussão da cultura forjada pelas redes interconectadas, pelos recursos digitais. Em uma de suas falas, em aula magna proferida na Universidade de São Paulo, Gilberto Gil proporcionou a conceituação da utilização das novas tecnologias como algo inerente ao surgimento da Cultura digital:

Cultura digital é um conceito novo. Parte da ideia de que a revolução das tecnologias digitais é, em essência, cultural. O que está implicado aqui é que o uso de tecnologia digital muda os comportamentos. O uso pleno da Internet e do software livre cria fantásticas possibilidades de democratizar os acessos à informação e ao conhecimento, maximizar os potenciais dos bens e serviços culturais, amplificar os valores que formam o nosso repertório comum e, portanto, a nossa cultura, e potencializar também a produção cultural, criando inclusive novas formas de arte. (GIL, 2011 apud CONCEITO..., 2011, p. 1).

1.6 METODOLOGIA

Esta monografia terá como eixo central a pesquisa exploratória, por se tratar de um assunto novo e ainda pouco difundido. Quanto aos meios para obter informações, o trabalho será desenvolvido por meio da pesquisa bibliográfica, com base em materiais publicados em publicações como livros, jornais, revistas e em redes eletrônicas.

10 2 UMA BREVE HISTÓRIA DO SURGIMENTO DA INTERNET NO BRASIL

A Internet é um sistema global de redes de computadores que possibilita o acesso e a troca de informações em qualquer região do mundo. Desenvolvida em meio a uma disputa de detenção do poder comunicacional entre os Estados Unidos e a União Soviética, a Internet surgiu com a finalidade de servir como instrumento de comunicação entre os combatentes da Guerra Fria, na década de 60. O pesquisador e mestre em engenharia de sistemas e computação Marcelo de Carvalho, nos traz uma observação em seu estudo sobre a trajetória da Internet no Brasil, e nos chama a atenção para o passado recente da Internet no País, dispomos de um conteúdo histórico ainda escasso e que necessita de uma atenção especial no que se refere à documentação de dados informacionais para um melhor desenvolvimento dos mecanismos de evolução dessa tecnologia. As universidades brasileiras se dispuseram a aderir à Internet para enriquecer o intercâmbio de informações entre os pesquisadores. Em 1988 a Universidade Federal do Rio de Janeiro, a UFRJ, ao se conectar à Bitnet tornou-se a terceira instituição a obter essa tecnologia, nesse mesmo ano, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Rede Nacional de Pesquisa (RNP), foram responsáveis pelo fornecimento do acesso a internet a aproximadamente 600 instituições de ensino superior. (GUIZZO, 1999). No Brasil, esse sistema de redes de computadores teve o seu surgimento no meio tecnológico em meados da década de 90, e funcionava de forma restrita com a disponibilização do acesso apenas a pesquisadores da comunidade acadêmica e científica da Universidade de São Paulo, a USP, que visava estabelecer uma comunicação mais eficiente com outros países com a finalidade de trocar informações científicas. Algumas conexões já haviam sido realizadas conforme nos denota o artigo do diretor de inovação da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), Michael Stanton. A primeira conexão internacional foi estabelecida em 1988, à taxa 9.600 bps à rede Bitnet (que transportava mensagens de correio eletrônico), entre o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), no Rio de Janeiro, e a Universidade de Maryland, nos EUA. Em âmbito nacional, a primeira conexão à taxa de 64 kpbs, de longa distância, estabelecida entre São Paulo e Porto Alegre foi realizada no ano de 1993, por intermédio do LNCC. A rede utilizada para estabelecer o acesso foi a Because it is Time Network (Bitnet), que permitia a troca de mensagens acadêmicas entre as universidades.

11 A internet passou a ter um caráter comercial quando em 1994, passou a ser transacionada pela Embratel, empresa brasileira de telecomunicação. Em 1995 o Ministério das Telecomunicações em conjunto com o Ministério da Ciência e Tecnologia, começaram atividades para disponibilizar acesso à internet para a população brasileira e foi possível presenciar o surgimento de novas formas de comunicação que possibilitou um outro formato de comunicação entre a população e apesar dessa nova tecnologia aproximar pessoas e proporcionar um ambiente mais rápido e interativo, ainda há um lado que precisa ser trabalhado que, do ponto de vista tecnológico, refere-se à exclusão digital. Diante do conceito exposto acima, como nos define o professor de Sociologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Bernardo Sorj em um estudo realizado em 2003 juntamente com Luis Eduardo Guedes, previam a convergência tecnológica das funcionalidades do computador para os telefones móveis: A exclusão digital no presente estudo diz respeito às consequências sociais, econômicas e culturais da distribuição desigual do acesso a computadores e Internet. Exclui-se, portanto, o acesso à telefonia. Embora pertença ao mesmo grupo de produtos de IC (Informática e Comunicação), até por compartilhar a mesma infraestrutura, sob uma perspectiva sociológica o telefone possui características bem diferentes dos demais: é parte da família de produtos "inclusivos para analfabetos" que podem ser utilizados por pessoas tecnicamente sem nenhuma escolaridade, enquanto os computadores e a Internet exigem um grau mínimo de instrução. Se a futura convergência de tecnologias desenvolver o uso de telefones celulares para a transmissão e leitura de mensagens escritas, possivelmente teremos novas formas de desigualdade entre os usuários de telefones. (SORJ; GUEDES, 2003, p. 102).

Partindo do ponto de vista do desenvolvimento cultural, tecnológico e político ao qual uma sociedade está inserida, é importante que os representantes responsáveis por elaborar as políticas públicas em especial, as que se dirigem à sociedade brasileira, estejam atentos à luta, sobretudo ao enfrentamento dos caminhos que possam diminuir o impacto negativo da inserção de novas tecnologias que podem trazer uma melhoria nas condições de vida das pessoas, desde que haja uma fonte de renda bem distribuída para tal feito.

2.1 AS NOVAS MÍDIAS COMO FERRAMENTAS DE CONEXÃO ENTRE PESSOAS

Em Comunicação Social, o termo mídia digital, que é o oposto de mídia analógica, refere-se a mídia eletrônica que trabalha com veículos digitais. Baseando-se em tecnologia digital, estes veículos, representados por plataformas tecnológicas físicas ou em rede a

12 exemplo dos celulares, jogos em rede tablets e notebooks, permitem o compartilhamento e o intercâmbio de informações de produções intelectuais entre os utilizadores dos serviços de origem eletrônica. As mídias sociais, conforme nos define Kaplan e Haenlein (2010, p. 61, tradução nossa) são “um grupo de aplicações para a internet, construídas com base nos fundamentos ideológicos e tecnológicos da Web 2.0, e que permitem a criação e troca de conteúdo gerado pelo utilizador”. Pode-se inferir, neste caso, que as redes sociais propagadas na internet estão incluídas neste conceito, uma vez que possibilitam trocas de informações, ideias e interesses em comum. Por estarem inseridas no contexto de um novo meio de comunicação, as mídias sociais são estabelecidas por meio dos canais de relacionamento na internet. A exemplo disso faz-se indispensável citar as mídias digitais tais como o Facebook, Youtube e Snapchat aos quais permitem uma capacidade multifacetada de gerar mídia espontânea, bem como criar e compartilhar conteúdo de forma rápida e abrangente.

2.2 DADOS PERCENTUAIS ACERCA DA UTILIZAÇÃO DA INTERNET NO PAÍS

As redes eletrônicas de computadores permitem aos seus usuários uma comunicação a baixo custo e favorecem o contato à fontes de informações ilimitadas entre as pessoas que utilizam o serviço de forma espontânea e que pode tornar-se, com o advento das mídias sociais, um fator colaborativo que possibilita a formação de um modelo de Crowdsourcing, em português, denomina-se: Contribuição Colaborativa. O crowdsourcing, termo recente que passou a ser utilizado no ambiente das plataformas digitais, baseia-se em um modelo de produção colaborativa e compartilhada que objetiva a utilização de conhecimentos coletivos e voluntários por meio da utilização da internet e possui a finalidade de encontrar a soluções a baixo custo para problemas do dia a dia, desenvolver novas tecnologias e democratizar o conhecimento. A essência da iniciativa é a cooperação entre os participantes e cada membro, ou colaborador, que se interessar pelo ingresso nessa rede de interesses em comum, possui a responsabilidade de reestruturar possíveis erros e dessa forma contribuir com o projeto. Estellés-Arolas e Gonzalez-Ladrón-de-Guevara (2012, p. 9, tradução nossa) definem Crowdsourcing da seguinte forma:

13 Um tipo de atividade on-line participativa em que um indivíduo, uma instituição, uma organização sem fins lucrativos, ou a empresa propõe a um grupo de indivíduos de diferentes conhecimentos, heterogeneidade e número, través de uma chamada flexível e aberta, o compromisso voluntário a uma tarefa, de complexidade e modularidade variável, e em que a multidão deve participar trazendo o seu trabalho, dinheiro, conhecimento e/ ou experiência, sempre implicando em benefício mútuo.

Desde 1995, ano da criação do comitê Gestor da Internet no Brasil, a CGI.br, até o ano de 2015, foi possível presenciar a estruturação de uma Internet que pretendia torna-se a cada dia mais inclusiva e com uma certificação de qualidade atestada pela implantação do Marco Civil da Internet. Criado em 2014, e após ter completado dois anos de aprovação pelo Congresso Nacional, o Marco Civil da Internet, oficialmente chamado de Lei n° 12.965/14, é a lei que regulamenta a forma de utilização da internet no Brasil, apesar de encontrar-se em processo de regulamentação o Marco Civil surge para desempenhar um importante papel de suprir a inexistência de uma legislação nesse meio, encerrando a demarcação dos direitos e deveres das pessoas que utilizam a rede para as mais diversas finalidades, bem como a determinação de condutas para a atuação do Estado. Conforme pesquisa realizada pelo núcleo de informação e coordenação do Ponto Br, referente à utilização das novas mídias de Tecnologias de Informação e Comunicação em 2013, o Brasil contava com mais de 94 milhões de usuários inseridos em rede. Em julho de 2015, segundo dados publicados na ADNews levantados pela NetView, da Nielsen IBOPE, o número de acessos a um computador com internet por brasileiros chegou a 96,1 milhões. Um estudo proposto pela ConsumerLab, da Ericsson, sugere que a porcentagem brasileira dos internautas que usaram mensagens instantâneas no celular pelo menos uma vez por semana em 2015 foi de 83% no ano de 2015. A média global foi de 59%. Em 2014, a parcela foi de 72%. Em relação às redes Sociais, o consumo semanal do brasileiro atingiu 83%, enquanto a média global ficou em 65%. Mais da metade do tráfego de dados de aplicativos em redes móveis estavam concentrados em cinco plataformas: o Facebook foi o primeiro colocado na lista, sendo responsável por 28% do tráfego móvel no Brasil. A lista seguiu com versão móvel do navegador Chrome, com 16%, e o aplicativo do Youtube, que concentrava 15%. o WhatsApp e o Instagram vieram logo em seguida com 13% e 6% de utilização. Com a exposição dos dados apresentados acima, verifica-se o grau de importância que o acesso à rede de computadores reflete sobre a rotina dos brasileiros, no entanto ainda é

14 preciso que sejam feitos estímulos sociais para que a cumpra um papel de ferramenta de inclusão social e digital. No Brasil, no que se refere a algumas características sociodemográficas como renda e escolaridade, ainda é possível verificar uma grande lacuna entre as pessoas que possuem conectividade e as que não possuem.

2.3 ASPECTOS SOCIODEMOGRÁFICOS: DIFICULDADES E DESIGUALDADES REGIONAIS

De acordo com números anunciados para os provedores de Internet, Serviço de Valor Adicionado (SVA) e Serviço de Comunicação Multimídia (SCM), que aconteceu em São Paulo, os acessos e os provedores, por mais altos que apontem os índices, ainda estão concentrados nas regiões Sul e Sudeste do País. Além das restrições geográficas, é preciso voltar a atenção para a diferenciação, ainda muito presente, do poder econômico entre as classes sociais no país, já que esse fator interfere diretamente na possibilidade da aquisição de um serviço de conexão que atenda a população menos abastada. Do ponto de vista da receptividade, verifica-se que essa tecnologia, além de necessitar de um conhecimento prévio das ferramentas básicas, que ainda não foi difundido de forma eficiente no país, apresenta uma opção economicamente onerosa em comparação ao outros veículos como a televisão, o rádio e as mídias impressas. O custo financeiro para se ter um serviço de Internet banda larga que atenda às demandas de inclusão em ambientes de pesquisa, cultura, e descentralização da informação, ainda é um motivo desfavorável à aquisição do serviço que não possui uma penetração significativa em todos os estados do Brasil e levanta uma reflexão acerca da posição que assume enquanto veículo de massa. Conforme é possível observar na figura 1, com o levantamento de dados realizado pela e-Marketer em 2014, a região sudeste do Brasil concentrava mais da metade dos usuários da Internet em desktop. Esse fator caracteriza um caminho de trabalho a ser realizado para minimizar as dificuldades encontradas no âmbito da inclusão digital.

15 Figura 1- Usuários da internet em desktop no Brasil, fevereiro 2014

Partindo do ponto de vista do volume de informações que são produzidas diariamente, há a suposição de que a internet exerce a função de um veículo de comunicação que possibilita uma democratização da produção gerada pelos internautas, garantindo-lhes o direito à livre expressão, uma vez que permite aos indivíduos assumirem uma postura de emissão e recepção de informações no que diz respeito ao processo comunicativo. Do ponto de vista da receptividade, verifica-se que essa tecnologia, além de necessitar de um conhecimento prévio das ferramentas básicas, que ainda não foi difundido de forma eficiente no Brasil, apresenta uma opção economicamente onerosa em comparação ao outros veículos como a televisão, o rádio e as mídias impressas.

16 Figura 2- Percentual de domicílios com utilização da Internet por banda Larga fixa e por banda larga móvel no Brasil

Essa pesquisa verificou que, 77,1% dos domicílios possuem conexão por banda larga fixa. A Universo Online, empresa brasileira de conteúdo, produtos e serviços de Internet – UOL, define a banda larga como uma tecnologia que permite uma conexão de navegação de Internet de alta velocidade, com velocidade mínima de 128 kpbs. Enquanto 43,5% possuem acesso à banda larga móvel, tecnologia também chamada de WWAN – rede de longa distância sem fio, que fornece acesso de alta velocidade e sem fio à Internet através de dispositivos portáteis. O Distrito Federal tem a maior porcentagem de conexão fixa, com 86%, enquanto o Amapá segue com a maior porcentagem de pessoas utilizando a conexão móvel domiciliar, com 91%. Levando-se em consideração a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), elaborada em 2013, foi realizada uma análise acerca dos resultados sobre a utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), pelos brasileiros.

17 Foram averiguados os acessos à televisão digital aberta, televisão por assinatura e televisão por antena parabólica; a existência e o número de aparelhos de televisão de tubo e de tela fina; a existência de tablet; o acesso à internet e os tipos de aparelhos eletrônicos utilizados (microcomputador, telefone móvel celular, tablet, televisão e outros); e, ainda, se o acesso à internet foi discado, em banda larga fixa ou em banda larga móvel. A pesquisa nos indica a utilização da rede segundo a condição de ocupação das pessoas e as formas de inserção no mercado de trabalho. Observou-se também, a forma de acesso à internet, se foi por meio de banda larga; os tipos de dispositivos eletrônicos utilizados e as redes de telecomunicações como: redes móveis, celulares e redes fixas, com ou sem fio.

18 3 A UTILIZAÇÃO DAS TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO NO PAÍS E NO DISTRITO FEDERAL

Quanto a utilização e posse dos aparelhos de televisão, no ano de 2014, a PNAD identificou que dos 67,0 milhões de domicílios particulares permanentes, 65,1 milhões, ou seja, (97,1%) possuíam aparelho de televisão. Além da posse, a pesquisa indicou três modalidades distintas de acesso à programação televisiva, são elas: Televisão digital aberta, entendida como a recepção gratuita de sinal aberto de televisão, com tecnologia digital e transmitido por antenas terrestres; Televisão por assinatura, entendida como a recepção paga de sinal fechado de televisão; Televisão por antena parabólica, entendida como a recepção gratuita de sinal de televisão transmitido via satélite. O estudo realizado apresenta dados comparativos entre os anos de 2013 e 2014 e podese observar através da leitura do gráfico exibido na figura 3, que todos os estados federativos registraram uma elevação no que se refere à utilização do serviço do sinal digital aberto. Figura 3 - Percentual de domicílios com recepção de sinal digital de televisão aberta

19 A figura 3 apresenta informações acerca da proporção de domicílios com televisão digital realizada por regiões. A Região Sudeste indica a maior porcentagem de domicílios com rendimento mensal de 2 salários mínimos. A partir de 2 salários mínimos ou mais, a maior porcentagem ocorre na Região Nordeste. A região Sudeste, assim como em 2013, apresentou o maior percentual de domicílios em utilização do sinal digital aberto com (45,7%), seguida das Regiões Sul (41,5%) e CentroOeste com (20,8%). As regiões Norte e Nordeste, obtiveram, aproximadamente, (30%), o equivalente a 1,5 milhão e 5,2 milhões de domicílios, respectivamente. Os dados apontam que as prerrogativas da posse de um ou mais aparelhos televisivos com sinal digital aberto possuem relação direta com o rendimento familiar. O PNAD definiu uma porcentagem de utilização do serviço a uma índice inferior a 50% para domicílios que apresentam até 2 salários mínimos per capta. As residências que estão inseridas nos grupos que possuem rendimento entre 2 salários mínimos ou mais, consequentemente indicam uma porcentagem superior a 50%, podendo chegar à 74% para as famílias que apresentam mais de 5 salários mínimos. Figura 4 – Percentual de domicílios com recepção de sinal digital de televisão aberta, por Estado

20 3.1 ALCANCE DO SINAL DIGITAL NO DISTRITO FEDERAL

Em Brasília, a fim de operacionalizar o processo de digitalização da TV no Brasil, no primeiro semestre de 2016, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações por meio de uma comissão gestora, deu início ao processo de implantação do projeto de distribuição de kits compostos de antenas e conversores para famílias inseridas em programas assistenciais do governo como o Bolsa família, Minha casa minha vida, e tarifa social de energia elétrica. O Distrito Federal será a primeira unidade da federação a ter 100% de sinal digital a partir de Outubro de 2016. A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) aponta que a iniciativa do Ministério, que inclui como meta a distribuição de 374 mil conversores em Brasília e em nas cidades do entorno, teve andamento em função do desligamento do sinal analógico que acontecerá no final do segundo semestre na Capital Federal. (PEDUZZI, 2015). O conselheiro da Anatel, Rodrigo Zerbone, esclarece que o desligamento do sinal analógico será feito a partir do momento em que o sinal digital esteja disponibilizado a, no mínimo, 93% dos domicílios da região. A população de cada localidade desde antes do início da distribuição dos Kits, passou por um processo de informação do desligamento do sinal analógico a cerca de um ano, com inserções diárias na programação televisiva. O sinal digital proporciona uma qualidade de som e imagem superiores, e ao contrário do analógico, não sofre distorção de obstáculos físicos. A imagem pode ser visualizada pelo televisor sem ruídos como, linhas horizontais, imagens sobrepostas e em duplicidade. Em Rio Verde (GO), o sinal analógico já não está mais disponível. Segundo afirma o gestor do projeto de implantação de TV Digital do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações, William Zambelli. O Cronograma estabelecido pelo governo estabelece que até o final do segundo semestre de 2018, todas as cidades do país deverão estar apenas com a recepção do sinal digital de TV. De acordo com o gestor do projeto de implantação de TV Digital do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação, com o desligamento do sinal analógico, a faixa de frequência usada atualmente pelas emissoras de televisão será liberada para ser usada pelas empresas se telefonia celular para a oferta do serviço de internet móvel de quarta geração (4G).

21 3.2 TELEVISÃO POR ASSINATURA

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) contabilizou em fevereiro, 19,71 milhões de domicílios com acesso a serviços de televisão por assinatura. De acordo com os dados, estima-se que 29,85% dos 66,04 milhões de domicílios têm o serviço. Em comparação ao mês de fevereiro de 2014, o número representa crescimento de 1,41 milhão de acessos. Com base nas estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), segundo as quais a média de pessoas por domicílio é 3,09, a Anatel calcula que aproximadamente 60,92 milhões de pessoas tinham o serviço à disposição. A região com maior volume de registros é a Sudeste (12,08 milhões). Ainda no Sudeste do país, em termos proporcionais ao que se refere à área territorial, a Anatel registrou o maior percentual de residências com o serviço (42,11%). A figura 5 ilustra a distribuição percentual quanto ao volume de registros por região do país quanto ao serviço de TV por assinatura. Na região Sudeste, um em cada três domicílios com televisão utilizam essa modalidade de acesso à programação televisiva, conforme estudo realizado pelo PNAD. Em junho de 2016, a Anatel divulgou informações em seu portal acerca da densidade da utilização dos serviços dos canais fechado de televisão, o indicador representa a relação percentual de domicílios e o número de assinaturas. A unidade federativa com maior percentual de residências com tevês por assinatura é o Distrito Federal (55,58%). Já as com menor percentual foram Piauí (8,29%) e Maranhão (8,98%). As regiões Norte, Nordeste, Sul e Centro-Oeste apresentaram densidades de 17,19%, 13,79%, 29,57% e 27,93%, respectivamente.

22 Figura 5 – Percentual de domicílios com acesso à televisão por assinatura

3.3 TELEVISÃO POR ANTENA PARABÓLICA

Karin Nice e Tom Harris, autores da Obra; Como funciona a TV por satélite, definem a antena parabólica como um dispositivo refletor utilizado para a recepção de sinais de rádio e televisão. A antena reflete o sinal vindo do espaço, quem vem em todas as direções, para o centro da antena, onde se encontra o captador das ondas transmitidas via satélites que operam para este tipo de antena, dessa maneira os sinais fracos ficam concentrados em um único ponto onde se localiza o captador, para que a recepção e consequentemente a transmissão das imagens e dos sons tenham uma qualidade superior. No Brasil, as antenas parabólicas estão presentes em 38,0% das residências com aparelho de televisão. O PNAD realizou um levantamento acerca das áreas com a maior porcentagem de aplicabilidade e constatou que na área rural, as antenas refletoras de sinal possuem uma presença superior à urbana, conforme o gráfico da figura 6, a área rural dispõe de 78,5% em detrimento da área urbana que possui 31,8% de presença. Em termos proporcionais, o estudo verifica que o menor índice de domicílios que

23 utilizam a antena parabólica ocorreu na região Sudeste do país com 27,5% do total. A Região Nordeste atingiu maior apuração com 51,6% enquanto nas demais grandes regiões o índice se estabeleceu em torno de 40%. Figura 6 – Percentual de domicílios com sinal de televisão por antena parabólica no Brasil

A Pesquisa Brasileira de Mídia (PBM), de 2015, aponta que a posse de antena parabólica presente nos lares dos entrevistados, apresenta características inversas às da TV paga. Enquanto a TV paga está presente nos grandes centros urbanos e é acessível aos estratos mais ricos e escolarizados da população, a antena parabólica é mais comum no interior do país.

24 4 COMUNICAÇÃO DIGITAL PUBLICITÁRIA NO TEATRO

A comunicação publicitária exerce um papel importante no que se refere à disponibilização de informações e divulgação de produtos, serviços e outros elementos de interesse do público na sociedade. A participação dos artistas como agentes de formação cultural que incentivam o público a tornarem-se pensadores críticos surge como um recurso para despertar o interesse do espectador pelo trabalho que é realizado. Manter um canal de mediação entre artistas e público é de fundamental importância para que esta responsabilidade atribuída aos artistas proceda de forma eficaz, a partir daí fazse necessário uma análise atenta a respeito dos benefícios que as tecnologias de informação inseridas na área comunicacional podem agregar à repercussão dos espetáculos. Formulada a partir de interesses coletivos de instituições que se encontram nas esferas pública ou privada, a Publicidade tem por finalidade garantir a aceitação e o consumo de sua proposta por meio da concepção de uma ideia que passa a ser estudada através de pesquisas exaustivas para a elaboração de projetos baseados nos padrões comportamentais de um público específico. Philip Kotler (1988, p. 397, tradução nossa) define Publicidade como: “qualquer forma, não pessoal, de apresentação ou promoção de ideias, bens ou serviços, paga por um patrocinador identificado. Dessa forma, a área utiliza-se de meios comunicacionais diversificados de maneira que o conceito proposto possa ser desenvolvido com a finalidade de conquistar o público previamente delimitado. O surgimento e a valorização das novas mídias no século XXI, assim como o desenvolvimento dos meios de comunicação de massa, o aumento populacional e dos mecanismos mercadológicos, possibilitaram um crescimento considerável à classe publicitária desde o seu surgimento na Inglaterra, no século XV, através de anúncios religiosos. As novas tecnologias de informação e comunicação além da função de entreter os usuários estão disponibilizadas para impulsionar a comunicação e favorecer a divulgação dos trabalhos elaborados pelos atores. Neste sentido, a Publicidade no meio digital é uma alternativa para diversos grupos teatrais e centros culturais brasilienses que optam pela utilização da internet para desenvolver uma comunicação profissional com o seu público. Diante da proposta de estudo que se cumpre, vale destacar que a Publicidade além de estar associada ao segmento de comercialização em lojas, exerce também a função de intervenção para angariar público e mercado em qualquer circunstância que necessite dessa

25 atividade. O universo artístico teatral pode ser considerado um exemplo desta realidade. O crescimento do número de artistas e grupos teatrais com o potencial de produção de seus trabalhos em meio aos espaços culturais no Brasil, em especial no Distrito Federal tem se expandido e recebido notabilidade conforme pode-se observar no mapeamento realizado pelo Ministério da Cultura em 2010 - figura 7. Figura 7 - Índices de equipamentos culturais nas capitais e de habitantes por teatro

Fonte: Ministério da Cultura

A figura 7, junto à tabela elaborada pelo Ministério da Cultura, denota a abrangência dos equipamentos culturais no Distrito Federal com um índice de concentração igual a 93,33% na Capital Federal. É importante mencionar que a nomenclatura ''espaço cultural'' e o seu emprego ainda

26 é discutido em debates sobre políticas culturais, por se tratar de uma categoria que ainda não possui um aperfeiçoamento conceitual característico. Segundo Teixeira Coelho, “Espaço Cultural é uma categoria ampla, que abarca desde instituições e equipamentos culturais até práticas culturais locais e efêmeras, que fazem de um espaço inabitado ou impessoal um espaço de cultura.” (COELHO, 1997 apud GRAEFF; WAISMANN; BERG, 2015, p. 208). A expansão dos horizontes de produção teatral pode ser justificada pelo trabalho e talento dos artistas, mas existe outro elemento que impulsiona o motor de atividades desse setor, a infraestrutura de Comunicação digital. De acordo com o suplemento de cultura da Munic 2006: A existência desses equipamentos e a presença dos meios de comunicação propiciam a veiculação de conteúdos culturais, embora não esgotem as inúmeras outras possibilidades de produção artística, artesanal e simbólica. A infraestrutura para conteúdos culturais, por outro lado, não indica o fluxo dessas atividades, muito menos permite a sua avaliação mais qualitativa. O fato, por exemplo, de um município declarar que possui biblioteca pública, não nos permite deduzir sobre a quantidade dos livros existentes, sua temática, ou ainda sobre as condições em que se encontra esse equipamento. De qualquer forma, a simples existência ou não da infraestrutura indica processos de diferenciação entre as áreas geográficas do País, o porte populacional dos municípios, além de tendências que se afirmam no tempo e que se justificam por mudanças mais gerais de usos diferenciados, impactados pelo surgimento de novas tecnologias. (PERFIL..., 2007, p. 98 apud PERFIL..., 2014, p. 16-17).

Os resultados da pesquisa Munic 2014 indicam a diferença existente entre as regiões do país no que se refere aos equipamentos culturais e a sua relação com os meios de comunicação. Os Estados das Regiões Norte e Nordeste com exceção dos Estados do Ceará, Pernambuco, e Bahia com um menor número médio de equipamentos em seus municípios divergem das Regiões Sudeste, Sul e Centro Oeste em termos quantitativos conforme pode ser verificado no cartograma disponibilizado na figura 8. Apesar dos números indicados, há uma centralização de equipamentos culturais dentro dos estados, a pesquisa proposta pela Munic 2014, observa que as mais elevadas médias encontram-se no sul e oeste de Minas Gerais, Sul de Goiás, região metropolitana e entorno da cidade de São Paulo, Leste do Paraná e Sul do Rio Grande do Sul. Os estados do Mato Grosso do Sul e Espírito Santo também apresentam médias municipais em destaque. O Distrito Federal por ser uma única unidade apresenta o maior indicador, no entanto, não apresenta um espaço fixo para atividades de circo. Dentre as unidades da Federação, o Rio de Janeiro em função do porte populacional, mantém a média mais alta para os

27 equipamentos culturais e meios de comunicação. Figura 8 – Cartograma. Números de equipamentos culturais e meios de comunicação existentes nos Municípios – Brasil 2014

4.1

FESTIVAL

INTERNACIONAL

DE

TEATRO

DE

BRASÍLIA:

CENA

CONTEMPORÂNEA Conforme previamente citado 1, o Distrito Federal tem a maior porcentagem de conexão fixa do país, com 86% de adesão pelos usuários, o que possibilita aos produtores brasilienses um amplo investimento de tempo e trabalho desenvolvidos de forma direcionada no ambiente de interação das redes sociais com uma resposta positiva do público. Em pesquisa realizada em sites da web foi possível constatar a preferência dos produtores de um importante festival de teatro de Brasília pela utilização das plataformas de mídias digitais a exemplo das redes sociais, sites e blogs. 1

Ver figura 2, página 16.

28 A figura 8 exemplifica a utilização de um banner de divulgação na plataforma de um site na web elaborado exclusivamente para disponibilizar informações acerca do Cena Contemporânea - Festival Internacional de Teatro, produzido pelo Espaço Cena. Figura 8 – Banner do site do Festival internacional de Teatro de Brasília

Fonte: www.cenacontemporanea.com.br

O Espaço Cena é um centro cultural que teve sua fundação no ano de 2005, na entrequadra 205 da Asa Norte de Brasília e foi idealizado pelo ator, diretor e gestor cultural brasileiro Guilherme Reis, que realiza desde 1999 o Festival Internacional de Teatro Cena Contemporânea em Brasília. Além de assumir o ofício de um equipamento cultural destinado a atender a demanda local de apresentações cênicas, o espaço realiza a função de produtora de um dos festivais mais expressivos do Brasil, o Cena Contemporânea. O evento, realizado anualmente no período que compreende o final do mês de agosto e o começo de setembro, ganhou profundidade integrando-se ao calendário de atividades artísticas do Distrito Federal. O público e a cidade de Brasília ficam envolvidos durante duas semanas em uma vasta programação que abrange diversas áreas artísticas pautadas na reflexão sobre temas que envolvem questões políticas da sociedade e do homem contemporâneo. Ao longo de suas últimas 14 edições, o Cena Contemporânea – Festival Internacional de Teatro de Brasília consolidou-se como mais que um simples festival de teatro. Hoje se configura como o maior festival de artes cênicas da região central do Brasil, com uma média de 30 espetáculos a cada ano, um público de mais de 60.000 pessoas e uma equipe técnica e artística de 400 pessoas, contribuindo de maneira determinante para o desenvolvimento do setor cultural local e visibilidade internacional de Brasília como uma capital cultural brasileira. O festival, com 19 anos de trajetória, mobiliza a cidade durante 13 dias de muito teatro, dança, música, artes visuais, performances, oficinas, projeções de vídeos e debates, ocupando uma dezena de espaços das mais variadas características, do grande Teatro Nacional

29 Claudio Santoro a espaços não convencionais e áreas públicas. Com grande visibilidade na imprensa e considerado pelos artistas que dele participam como um festival diferenciado, o Cena Contemporânea atingiu a maioridade e se tornou indispensável para o Distrito Federal. O Festival, por suas características, alcança um público diverso, de todas as faixas etárias e classes sociais. 2

Em consulta ao site oficial do evento, e com base na observação de fotos e vivência das edições anteriores, as atrações acontecem nos espaços culturais da cidade e entorno, bem como nas ruas da cidade, a arquitetura da capital também é aproveitada durante as encenações ao ar livre e torna-se um importante elemento na composição de um cenário favorável a experiências vívidas e que permite mútua convivência entre público, artistas e produtores.

As criações de teatro, dança, circo e música se dividem pela programação e por mais de 15 espaços proporcionando ao público uma grande diversidade de propostas. A grade do evento, geralmente, é composta por 10 grupos internacionais (seleção específica) e por 20 grupos nacionais, selecionados por edital. Além das apresentações, cerca de 20 atividades ocorrem durante as duas semanas de evento: workshops, palestras, oficinas, conferências e laboratórios intensificando a relação entre artistas e público. 3

O festival disponibiliza ao público outras plataformas de comunicação inseridas no universo das redes sociais. No site do evento, na parte inferior direita é possível localizar um espaço destinado à iniciativa de divulgação dos locais e horários das montagens, entrevistas, depoimentos e informações sobre tudo o que acontece durante as duas semanas de imersão nos espetáculos. Na figura 9, afim de proporcionar um ambiente que se adeque as condições de usabilidade do site, foram dispostos links de 4 ícones das redes sociais mais acessadas para que os usuários tenham uma experiência de e acesso mais rápida e com melhor desempenho no momento da busca por mais informações.

2

Informação retirada do projeto escrito no Salic Web pela produtora. Disponível em: . Acesso em: 16 jul. 2016. 3 Descrição do festival no site Wikidança. Disponível em:. Acesso em: 16 jul. 2016.

30 Figura 9 – Mapa de acesso às redes sociais do site

Fonte: www.cenacontemporanea.com.br

Dentre as mídias escolhidas para o trabalho de divulgação das produções artísticas do Espaço Cena, o Facebook é a rede social com o maior número de atualizações acerca dos espetáculos que permeiam a cidade durante e em momento posterior ao Festival Internacional de Teatro de Brasília. O Facebook é uma ferramenta que permite entender o comportamento de seus usuários, há a possibilidade de monitorar o horário onde é atingido o pico de acesso do público alvo, filtrar que tipo de interação ele estabelece com a página, analisar os comentários positivos e negativos, obter opiniões acerca dos eventos que estão sendo produzidos e fundamentados nessas análises, realizar ações de melhorias que se adequem às necessidades dos interessados. A preferência por essa rede social pelo público decorre da constante atualização de informações da página pelo centro cultural e pela capacidade de expressão e sociabilização diante do processo comunicativo entre o público e artistas. Neste sentido, observa-se a forte influência da utilização de ferramentas de mídias sociais para a construção de um relacionamento e consolidação de uma plateia assídua.

31 Figura 10 – Página do Espaço Cena Brasília no Facebook

Fonte: www.facebook/espacocenabrasilia.com.br

Figura 11 - Página do Festival Internacional de Teatro de Brasília, no Facebook

Fonte: www.facebook.com/cenacontemporanea.com.br

Por meio da observação das figuras 10 e 11, é possível notar o amplo alcance de interações na página do Facebook. Na parte inferior esquerda, por meio da utilização dessa ferramenta de comunicação, percebe-se em números a quantidade de pessoas que comprovam o interesse nos trabalhos realizados pelo centro cultural que por meio de suas montagens, dinamiza as relações em meio ao setor de produção artística da cidade.

32 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir da observação realizada neste estudo, chegamos à consideração de que as relações entre produtores culturais e de público estão sendo reconfiguradas por intermédio das novas tecnologias comunicacionais. Compreendemos a importância de uma postura proativa quanto ao adequamento dos agentes culturais à dinâmica de inovações tecnológicas e da implantação de estratégias de posicionamento por meio de um canal de diálogo participativo na internet. O espetáculo teatral enquanto manifestação artística específica carrega em si uma particularidade no tocante à Comunicação com o público, por se tratar de uma arte dita efêmera, que se realiza integralmente durante o espetáculo, como define Sábato Magaldi em seu livro Iniciação ao Teatro, as cenas são caracterizadas pelo instante, cada apresentação traz uma experiência única na interação entre atores e o espectador contemporâneo. Para que um espetáculo seja bem articulado são necessários três elementos mínimos; ator, personagem e plateia. A formação do público é um dos princípios composicionais da tríade que possibilita a concretização da experiência estética do teatro, neste sentido, extrapolando o conceito de formação de público como simples consumidor-espectador, formar uma plateia significa estimular um senso crítico apurado para que o fazer teatral cumpra o seu papel de forma eficaz na sociedade enquanto expressão artística que deve ser estimulada, discutida, compartilhada e ampliada. Consideramos que é possível conceber múltiplas utilizações para as novas tecnologias de informação e comunicação em efetivo no marco situacional da sociedade contemporânea, e que o alicerce desta viabilidade caracteriza o seu encanto, a sua capacidade de romper barreiras e incentivar produtores a traçar caminhos que vão de encontro às necessidades da plateia. Esse pressuposto de aproveitamento das redes sociais para promover ações que despertam e incentivam o gosto pela participação ativa da sociedade no fazer teatral por meio de atividades formativas, discussões e oficinas, direcionam a aplicação das ferramentas de comunicação digital como uma poderosa aliada no processo de preservação e difusão da atividade cultural, econômica e artística do país.

33 REFERÊNCIAS ACESSO à internet e à televisão e posse de telefone móvel celular para uso pessoal: 2015. Rio de Janeiro: IBGE, 2015. Disponível em: < http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao /livros/liv95753.pdf>. Acesso em: 16 jun. 2016. ACESSO à internet e à televisão e posse de telefone móvel celular para uso pessoal: 2014. Rio de Janeiro: IBGE, 2016. Disponível em: . Acesso em: 16 jun. 2016. ACESSO à internet e à televisão e posse de telefone móvel celular para uso pessoal: 2013. Rio de Janeiro: IBGE, 2015. Disponível em: . Acesso em: 16 Jun. 2016. AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES. TV por assinatura. 14 jul. 2016. Disponível em: . Acesso em: 02 jul. 2016. ERICSSON. Brasileiros são campeões mundiais no uso das redes de mensagens instantâneas. 2016. Disponível em: . Acesso em: 15 jun. 2016. ESTELLÉS-AROLAS, Enrique; GONZÁLEZ-LADRÓN-DE-GUEVARA, Fernando. Towards an integrated crowdsourcing definition. Journal of Information Science, Valencia, v. 38, n. 2, p. 189-200, Apr. 2012. CARVALHO, Marcelo Sávio Revoredo Menezes de. A trajetória da internet no Brasil: do surgimento das redes de computadores à instituição dos mecanismos de governança. 2006. 259 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Sistemas de Computação) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2006. Disponível em: . Acesso em: 14 jun. 2016. COELHO, Teixeira. Dicionário crítico de política cultural. São Paulo: Iluminuras, 1997. CONCEITO de cultura digital. Blog Cultura Digital, 06 jun. 2011. Disponível em: . Acesso em: 26 abr. 2016. ESTUDO mostra uso da internet pelos brasileiros em 2015. ADNews, 21 set. 2015. Disponível em: . Acesso em: 16 jun. 2016. GRAEFF, Lucas; WAISMANN, Moisés; BERG, Oscar Augusto. Equipamentos culturais na região metropolitana de Porto Alegre: desafios e possibilidades de avaliação a partir das metas do Plano Nacional de Cultura 1. Políticas Culturais em Revista, Salvador, v. 1, n. 08, p.206221, abr. 2015. Disponível em: . Acesso em: 16 jul. 2016. GUIZZO, Erico Marui. Internet: o que é, o que oferece, como conectar-se. São Paulo: Ática, 1999. HISTÓRIA da Internet no Brasil. Portal Educação, 21 jan. 2014. Disponível em: < http://www.portaleducacao.com.br/informatica/artigos/53793/historia-da-internet-no-brasil. Acesso em: 14 jun. 2016.

34 PERFIL dos estados e dos municípios brasileiros: cultura 2014. Rio de Janeiro: IBGE, 2015. Disponível em: . Acesso em: 16 jun. 2016. KAPLAN, Andreas M.; HAENLEIN, Michael. Author's personal copy users of the world, unite!: the challenges and opportunities of social media. Business Horinzons, n. 53, p. 59-68, 2010. Disponível em: . Acesso em: 16 jun. 2016. KOTLER, Philip. Marketing Management: analysis, planning, implementation and control. 6. ed. United States: Englewood Cliffs, 1988. NICE, Karin; HARRIS, Tom. Como funciona a TV por satélite. Howstuffworks UOL, 2002. Disponível em: . Acesso em: 04 jul. 2016. PEDUZZI, Pedro. 19,71 milhões de domicílios no país têm TV por assinatura. 2015. Disponível em: . Acesso em: 02 jul. 2015. SALES, Robson. IBGE: TV por assinatura chega a quase um terço dos domicílios no país. Valor Econômico, 29 abr. 2015. Disponível em: . Acesso em: 04 jul. 2016. SECRETARIA DA COMUNICAÇÃO SOCIAL DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Pesquisa Brasileira de Mídia 2015: hábitos de consumo de mídia pela população brasileira. Brasília, 2015. Disponível em: . Acesso em: 02 jun. 2016. A IMPORTÂNCIA da internet na sociedade. Luis.Blog, Disponível em: . Acesso em: 14 maio 2016. SORJ, Bernardo; GUEDES, Luís Eduardo. Exclusão Digital: problemas conceituais, evidências empíricas e políticas públicas. Novos Estudos CEBRAP, Rio de Janeiro, n. 72, p.101-117, jul. 2005. Disponível em: . Acesso em: 15 jun. 2016. STANTON, Michael. A evolução das redes acadêmicas no Brasil: a infraestrutura de telecomunicações. 2009. Disponível em: . Acesso em: 15 jun. 2016. UNIVERSO ONLINE. O que é banda larga? Rio de Janeiro, 2016. Disponível em: . Acesso em: 17 jun. 2016.

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.