De José do Egito ao Os Dez Mandamentos: olhando o Egito Antigo através da TV brasileira

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VI Semana Acadêmica de História - Visões de Mundo: história, representações e narrativas De 06 a 09 de outubro de 2015

De José do Egito ao Os Dez Mandamentos: olhando o Egito Antigo através da TV brasileira Raisa Sagredo1

Resumo: Este artigo pretende, através de duas fontes televisivas brasileiras, perceber como o Egito antigo é representado e ressignificado pelo presente, destacando que essas mediações são cruciais para entendermos a visão de Egito que se construiu para ser lembrado. O fato de a televisão persistir em representar o Egito e os egípcios dentro de padrões orientalistas e eurocêntricos parece não ser uma simples coincidência e sim uma escolha política e de relações de poder. Logo, temas que são uma crescente demanda na realidade do nosso país, como a questão étnico-racial, serão aqui discutidos e problematizados nessas representações. As fontes escolhidas são a minissérie José do Egito (2013), e a telenovela Os dez mandamentos (2015), ambas da emissora Record, produções brasileiras, recentes e vinculadas à TV aberta. Mais do que uma crítica televisiva, ao problematizar as fontes citadas com o olhar de historiador, tem-se a visão da História que, através do seu engajamento social, pode perceber a complexa relação entre televisão, História Antiga e atualidades. Pode-se e deve-se ir além, percebendo o quanto nossas visões sobre o Egito faraônico estão atreladas a narrativas e discursos excludentes do tempo presente. Palavras-chave: Egito antigo; Eurocentrismo; Orientalismo; Televisão.

Introducão Fontes potenciais, populares e muitas vezes negligenciadas me interessam, e muito. Faz parte da minha crítica enquanto historiadora de compreender que a Universidade não deve “produzir conhecimento para” a sociedade, e sim servir como ferramenta de descontruções e construções junto, integrado à sociedade da qual às vezes se distancia. Tenho a convicção de que essa utopia pode ser alcançada na prática a partir do momento em que aumentamos nosso campo de visão e despimos objetos históricos de preconceitos: as fontes populares não são apenas passíveis de serem estudadas como documento e surpreendentes no que falam quando interrogadas, mas principalmente imprescindíveis para qualquer análise realista do que se passa fora dos muros acadêmicos. O que a sociedade lê, vê, escuta, consome, produz e reproduz? Com meu foco na área de História Antiga, duas produções televisivas brasileiras da TV aberta não só não passaram despercebidas, como chamaram a atenção do início 1

Mestranda em História Cultural pela UFSC- Universidade Federal de Santa Catarina e bolsista CNPq. [email protected].

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ao fim; no início em função dos elementos problematizados e no fim pela repercussão, recepção e falta de estranhamento por falta dos telespectadores. A minissérie José do Egito (2013)2 e a novela Os Dez Mandamentos (2015)3 são duas fontes que exemplificam a presença forte ainda do Orientalismo apontado por Edward Said – esse modo de perceber a alteridade, impregnada de exotismo, estereótipos e superstição – e do nada sutil Eurocentrismo – na escolha de representação de egípcias e egípcios antigos branqueados. Exemplificam também o alcance do Imperialismo norteamericano, por se alinhar às representações que lembram e representam o Egito dessa mesma maneira, e são exemplos do assustador e preocupante crescimento do poderio religioso do ramo neopentecostal que, na atual conjuntura, está presente e ganhando domínio nos meios de comunicação, informando e formando opiniões e, na esfera política, almejando que suas opiniões pautem as leis de um Estado laico. Frutos de uma estratégia de evangelização da Record, essas fontes foram precedidas por uma série de minisséries bíblicas: A História de Ester (2010), Sansão e Dalila (2011), Rei

Davi

(2012), e

Milagres de Jesus

(2014/2015)

(Em

), que foi produzida no intervalo entre uma e outra. José do Egito e Os Dez Mandamentos foram escritas por Vivian de Oliveira e dirigidas por Alexandre Avancini, contando com a consultoria dos historiadores Maurício dos Santos Ferreira nos dois casos e de Márcio Sant’Anna na minissérie. Com seu melhor elenco convocado a participar das empreitadas, a Record mostra que investe cada vez mais no ramo da evangelização através da criação dessas opções de diversão para toda a família” e não somente para as famílias evangélicas. De todas as minisséries, José do Egito – o Bíblico José, filho de Jacó - foi a que teve mais gastos faraónicos e posteriormente, ousando mais, a Record investiu pesado na saga do herói bíblico mitológico Moisés não em minisséie, mas em novela, no que foi vendido como a “primeira novela bíblica da TV”4, que estreiou em Março deste mesmo ano de 2015. Planejada para 150 episódios, está sendo prorrogada em seu final, 2

José do Egito. Direção: Alexandre Avancini. [minissérie], Rede Record, 2013. Os Dez Mandamentos. Direção: Alexandre Avancini. [novela], Rede Record, 2015. 4 Sofreu criticas nesse ponto, pois houve uma novela bíblica produzida muitos anos antes, exibida em 1968, pela TV Tupi, chamada “O Rouxinol da Galileia” de Júlio Atlas, e que encenava a Paixão de Cristo. Disponível em . 3

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não tendo terminado ainda, enquanto as dez pragas postergam o tão esperado final com a abertura do Mar Vermelho produzido em estúdios hollywoodianos. Todos esses elementos, através de uma crítica historiográfica – e não uma crítica novelística como o que tem sido feito até agora – podem nos mostrar o quanto o Orientalismo e o Eurocentrismo são manejados e utilizados como ferramentas em dois exemplos de um discurso religioso que acaba por tornar-se referência de representação do passado para crianças, jovens e adultos. Por essa dimensão, não se trata de um problema de representação, e sim de como a história é lembrada – mnemohistory – termo cunhado por Jan Assman que concebe tanto a construção do passado como do presente de forma dialética5, e percebe assim que as fontes analisadas são muito mais do que uma simples representação moderna do Egito antigo. Deste modo, o proposto aqui é perceber, pontuar e atentar aos problemas e perigos da televisão, preocupada em vender idéias e evangelizar, sem compromissos éticos, e criticar esses discursos sutis, tão acessíveis e dispostos a escrever e lembrar narrativas mitológicas como históricas6.

Da Bíblia à TV: questões pertinentes Pertencente ao bispo da Igreja Universal do Reino de Deus7, Edir Macedo, a Rede Record é atualmente um dos maiores investimentos dessa igreja: mídia e evangelização. Membro do ramo neopentecostal, que teve início na segunda metade dos anos 1970, a Igreja Universal cresceu, tomando mais adiante espaços antes inimagináveis, sendo hoje a que mais tem visibilidade pública e sucesso na política partidária brasileira (MARIANO, 2004). Nesse contexto, projetos e investimentos pesados não são realizados ao acaso: por que a Record vem investindo tanto, há alguns anos, na mídia televisiva brasileira e, mais especificamente, em tramas bíblicas? Estamos diante de um discurso religioso que, através da TV, usa estratégias cada vez mais sofisticadas para hegemonizar como o passado é lembrado. Não se trata de uma opção de representação de Egito Antigo aleatória escolhida pela produção da Record, onde, em um leque de opções, os espectadores estariam expostos às mais 5

A metodologia da mnemohistória tem ênfase não no passado propriamente, mas em como o passado é lembrado, sendo uma "teoria receptiva” aplicada à história. ASSMAN, Jan. Moses the Egyptian - The Memory of Egypt in Western Monotheism. Cambridge, Mass. and London: Harvard University Press, p. 9. 6 Históricas no sentido da própria concepção, no senso comum, de que a mitologia alheia é mentira, e a sua prórpia mitologia é história com status de verdade. 7 Igreja Neopentecostal fundada em 1977, no Rio de Janeiro.

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diferentes representações. Educadores e Historiadores sabem que, mesmo com o avanço da Lei 10.639/03 (Em ), ainda é difícil romper com o Eurocentrismo presente na História Antiga e mais complicado ainda lidar com o tema étnico-racial hoje e na Antiguidade, principalmente sem cair no maniqueísmo branco/negro, ignorando recentes discussões pós-coloniais, decoloniais e identitárias. Essa recente demanda mostra como a Igreja Universal está se adaptando, lançando mão de diversas estratégias para cativar mais fiéis e se fazer presente também na vida dos não fiéis, naturalizando

e impondo suas formas de conduta. Isso é

confirmado através da recepção da minissérie e da novela pelas pessoas, pois se foi sentido que “José do Egito tem qualidade, mas texto didático prejudica” (Em ), o objetivo evangelizador e pedagógico realmente ficou explícito demais, pois segundo um dos críticos da minissérie, após elogiar a fotografia, produção visual e as escolhas cenográficas, ”a impressão que se tem, desde a primeira cena até a última, é de que os atores estão recitando versículos da bíblia (...) Às vezes, o telespectador pode confundir o seriado com um estudo da bíblia, e isso não pode acontecer” (Idem). As produções bíblicas são “entretenimento para toda a família brasileira”, como se comenta nos programas de auditório e noticiários da mesma emissora, e como relata a própria escritora de José do Egito, Vivian de Oliveira: A Record descobriu um nicho e se especializou nisso. A decisão de investir cada vez mais no produto se deve ao retorno maravilhoso do púbico. As minisséries conseguiram fidelizar um público diversificado. Ela atrai tanto crianças como idosos, mulheres como homens, independente do credo religioso. Judeus, muçulmanos, evangélicos, espíritas, ateus, enfim, todos fazem parte do público das minisséries, porque não estamos fazendo pregação e sim contando ótimas histórias, que podem ser vista por toda a famíia (Em ).

Em ambas as produções investiu-se pesado no marketing e nos orçamentos de produção geral, como em José do Egito, orçada em espantosos 28 milhões de reais ( Em ), e em Os Dez Mandamentos, que gasta aproximadamente 700 mil reais por episódio – sendo

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que ela é estruturada como novela, e não como minissérie, a comparar, José do Egito foi formatada em 37 episódios, e o mito de Moisés se prorrogando nos seus 150 capítulos. Especificamente sobre a recepção da minissérie e da novela, as críticas foram novelísticas, e não historiográficas. Logo, aspectos criticados não foram para além da esfera da atuação, figurino, maquiagem, elenco, cenários e técnicas de filmagem que, vale ressaltar, são de ótima qualidade, como relação ao equipamento audiovisual, trazendo por exemplo “dinamismo ao utilizar a grua e o travelling, responsáveis pelas movimentações das camêras” (Em http://atarde.uol.com.br/cultura/televisao/noticias/). Além disso, tanto a minissérie como a novela seduzem pela fotografia: paisagens inóspitas, desertos e montanhas belíssimas em tomadas aéreas que fazem parte dos investimentos para gravar cenas fora do país, no deserto de Atacama no Chile, Israel e Egito (Em ). Como parte da superprodução da novela do patriarca bíblico Moisés, o diretor Avancici revelou que “algumas cenas marcantes, como a abertura do Mar Velho e as pragas, serão produzidas pelo estúdio hollywoodiano Stargate (responsável por séries como The Walking Dead e Spartacus)” (Em ). É de fato curioso como a preocupação com o realismo não aconteça na área da representação fenotípica do que seriam egípcios antigos: a imagem eurocêntrica vende mais. Além disso, existe a postura tão incômoda de perceber o quanto a narrativa bíblica, na nossa sociedade, ainda é hegemônica e se confunde com a narrativa histórica no senso comum, pois, em entrevista, tanto o diretor Avancini como a escritora Vivian de Oliveira comentaram sobre “a emoção de trabalhar com uma parte tão importante da história da humanidade” (Em ). Vale ressaltar ao pensar no público-alvo, o alcance da TV aberta no nosso país, e o fato de se ter mudado o horário de exibição para mais cedo, como uma estratégia para abranger maior variedade de público – José era transmitido somente às quartas-feiras (dias de jogo de futebol na emissora concorrente Globo) às 22 e 30 hr (Em ), depois de alguns meses foi reprisada sem muito sucesso, e Os Dez Mandamentos às 20:30 de Segunda à Sexta, muito mais cedo e presente com mais frequência.

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Orientalismo e Eurocentrismo latentes: uma questão política A partir de duas fontes tão problemáticas, encontram-se discursos que começam com

“para

atestar

a

atualidade

da

trama

bíblica”

(Em

) e que por esse tipo de abordagem já são um problema, e o tratamento dado à mitologia hebraica como sendo "história" com status de verdade. Sobre os problemas encontrados nas fontes, temos basicamente os mesmo em ambas: presença de Orientalismo e Eurocentrismo no fenótipo racial escolhido e suas implicações. Mesmo o Orientalismo tendo um contexto específico no século XIX, ainda é um fenômeno perceptível com força, desta vez não tão relacionado ao Eurocentrismo como antes, quando ambos estavam de mãos dadas. Afirmo isso porque no nosso próprio contexto mundial contemporâneo, ao pensar sobre Oriente Médio, e impregnado na visão do Outro pós 11 de Setembro nos Estados Unidos e a legitimidade do discurso anti-terrorista construído por este país, que se alicerça sobre o Orientalismo, como bem aponta Said em seu prefácio à ediçao de 2013 de Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente. Segundo Said, Orientalismo é um discurso, um modo de pensar que é “baseado em uma distinção ontológica e epistemológica feita entre ‘o Oriente’ e (...) o Ocidente” (SAID, 1990, p.14) ; logo, o passado egípcio e dos demais países denominados então de “orientais” passou a ser lido, traduzido e interpretado pelos europeus. Nas fontes escolhidas aqui, que seguem padrões estéticos vindos do exterior – mais especificamente, de Hollywood – podemos perceber a presença do Orientalismo nos seguintes aspectos: construções dos papéis femininos, o trato com a religião egípcia, os figurinos femininos e masculinos. Mesmo sendo uma característica óbvia nas produções televisivas desse contexto histórico antigo, vale a pena uma breve descrição. Nas representações femininas, o Orientalismo é mais gritante e chega ao primeiro olhar do espectador através do visual: as roupas usadas pelas personagens egípcias. Cores vibrantes, ausentes do vestuário do contexto faraônico, pelo menos através do que nos chega através da arqueologia – como laranja, vermelho, roxo, amarelo, verde – são usados quase todos os episódios por algumas damas egípcias em

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Os Dez Mandamentos. A personagem Yunet (mãe da futura rainha Nefertari) está sempre vestida de roxo ou vermelho, por exemplo. Em José, não há a presença dessas cores no vestuário, que remetem muito ao exotismo, ao colorido, mas em ambas podese constatar o uso de decotes modernos e outras estratégias visuais que sensualizam o figurino conforme nosso olhar contemporâneo. Esse olhar passa também pela exploração dos corpos femininos que, mesmo mais discreto na minissérie e um pouco mais indiscreto na telenovela, estão presentes. É claro que essa exploração não é tão escancarada como como em outras novelas – que não são de época- concorrentes, até mesmo pela proposta desses dois investimentos da Rede Record, que é ser um meio evangelizador, de educação e lazer para a família. Essa exposição está nas cenas de banho de piscina do palácio de Nefertari em Os Dez Mandamentos e de Sati (esposa de Potifar) em José do Egito. O próprio comportamento, que acaba sendo muito visado (não só é função da narrativa mitológica, pois como se sabe, a segunda desgraça da vida de José, filho de Jacó, e motivo que o leva a ser preso no Egito, é ter sido assediado pela dama Sati, esposa de seu senhor Potifar, que por não ter conseguido seduzí-lo, o acusa de assédio), é o da mulher egípcia vaidosa, sedutora, perigosa. Afirmo isso porque tanto as atitudes de egípcias como seus corpos sé que são explorados nas imagens e cenas demoradas, e não os corpos das personagens hebréias, que mesmo em cenas de amor, não se expões como as egípcias. Consideracoes finais Atraves dos numerosos estudos sobre os usos do passado em História Antiga, sabemos que discursos religiosos e discursos hegemônicos de classe e étnico raicias (questões intimamente imbricadas, desde a origem como na prática até hoje) se utilizam do Orientalismo e do Eurocentrismo. Egípcias e egípcios brancos e de olhos claros, sedutores, exóticos, supersticiosos, não são representaçoes escolhidas ao acaso. São resquícios do Eurocentrismo e do Orientalismo, que acabam por tornar-se naturais e não mais figuram como sendo um problema. Porém, ao olhar de uma historiadora, temos aqui um problema além da representação, e sim um problema que abrange o campo da mnemohistória que se quer legitimar, e que possui implicações políticas e sociais

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seríssimas, pois carrega em sí a responsabilidade de naturalizar construções, perpetuar a colonização do nosso imaignário. Ao entrar em contato, através da TV aberta, com essas mídias não problematizadas devidamente, veremos as consequências desastrosas na área do ensino – para desespero de qualquer professor comprometido com a Lei 10.639 e com os atuais debates étnico-raciais, a curto e longo prazo –, deixando que os responsáveis por desmitificar e descosntruir o passado sejam não os historiadores, mas instituições religiosas que, obviamente, trabalham na linguagem da mitificação e não possuem compromisso ético, no sentido de que seu comprometimento é vender. E esses problemas seriam tão pequenos se a Antiguidade fosse tão distante e estática, mas pasado e presente se relacionam e se formam de forma mútua. A minha contribuição aqui é não se deixar cair na armadilha da estética. Atentar para esse tipo de fonte e perceber na fetichização da história do Egito antigo, usos que sutilmente naturalizam a divisão racial e social do trabalho, a desigualdade social e econômica, a existência do racismo no Brasil e no mundo. A responsabilidade social me faz não ver a fonte com ingenuidade e inocência, e não esperar que a emissora produtora se sensibilize e tenha comprometimento social. Me faz ter a certeza de que nossa contribuição social, hoje, tem a ver com apontar os caminhos possíveis de se olhar para o passado, ajudando a perceber como o passado é vivo, presente. Pois, como afirmou Marc Ferro, “não só este passado não é o mesmo para todos, como ainda a sua recordação se modifica para cada um de nós ao correr do tempo [...] à medida que se altera, nas sociedades, a função da história” (FERRO, 1994, p.11).

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